SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 30
SÍNDROME DO DESCONFORTO
RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA)
Dra. Érika Barreto
Fisioterapia Intensiva- IAPES
erika.esb.barreto@gmail.com
HISTÓRIA
Em 1963 ASHBAUGH, identificou 272
pacientes que foram mecanicamente
ventilados e evoluíram com dispneia
grave, taquipnéia, cianose, baixa
complacência pulmonar e infiltrados
difusos no exame radiológico de
pulmão.
DEFINIÇÃO
Em 1994 a Conferência de Consenso
Americano-europeu definiu as
características da SDRA.
CARACTERÍSTICAS
 Infiltrado pulmonar bilateral;
 Hipoxemia grave, menor ou igual a
200;
 Pressão de oclusão da artéria
pulmonar menor ou igual a 18mmHg;
 Ausência de hipertensão arterial à
esquerda.
LPA
OU
SDRA?
DEFINIÇÃO DE BERLIM
 Em 2011, a Sociedade Europeia de
Medicina Intensiva reviu esta
definição.
DEFINIÇÃO DE BERLIM
EPIDEMIOLOGIA
 A incidência chega até 306 a cada
100 mil habitantes por ano;
 A mortalidade é estimada entre 34% a
60%.
ETIOLOGIA
FATORES
PULMONARES
• Pneumonia;
• Lesão inalatória;
• Quase afogamento;
• Aspiração de
conteúdo gástrico.
FATORES EXTRA
PULMONARES
• Sepse;
• Politraumatismo;
• Pancreatite;
• Politransfusão.
AVALIAÇÃO
História clínica;
Exame físico;
Dados laboratoriais.
FISIOPATOLOGIA
OBS: A reparação do processo inflamatório,
inicia o quadro de fibrose.
Inflamação da
membrana
alvéolo-capilar
Redução e
alteração dos
surfactantes
Atelectasias
FISIOPATOLOGIA
Atelectasias
Shunt
pulmonar
Diminuição da
complacência
Alteração V/Q
Diminuição do
Volume
Pulmonar
ASSISTENCIA VENTILATÓRIA
NA SDRA
• A ventilação mecânica é o principal
suporte à SDRA, sendo indicada na
maioria dos casos.
• Ventilação Mecânica Não Invasiva
(VNI) na SDRA.
• Ventilação Mecânica Invasiva (VMI)
na SDRA
ASSISTENCIA VENTILATÓRIA
NA SDRA
O objetivo da VM é promover adequada
troca gasosa, ao mesmo tempo em que
se evitam a lesão pulmonar associada
à ventilação mecânica e o
comprometimento hemodinâmico
decorrente do aumento das pressões
intratorácicas.
ASSISTENCIA VENTILATÓRIA
NA SDRA
De Acordo com a Diretriz Brasileira de
Ventilação Mecânica (2013) são
recomendados modos Controlados,
seja, VCV ou PCV, nas primeiras 48 -
72h do ajuste da VM.
VOLUME CORRENTE
(ventilação protetora)
 SDRA Leve
Pode-se ventilar até 6ml/kg
 SDRA Moderada ou Grave
Volume ajustado de 3 a 6 ml/kg de peso predito.
Homens : 50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4)
Mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm - 152,4).
PRESSÃO DE PLATÔ
 Manter até 30cm H2O;
 Pressão de distensão ou “driving-
pressure” (P.Platô- PEEP) deve ser
menor ou igual a 15cm H2O;
.
FREQUENCIA RESPIRATÓRIA
 Inicia-se com 20 irpm;
 Em casos de hipercapnia permissiva,
pode chegar até 45 irpm, desde que
não ocasione auto-PEEP.
FiO2 e PEEP
 Sempre que possível, manter a FiO2
até 60% ou o suficiente para manter a
SpO2 >90%.
MANOBRA DE
RECRUTAMENTO ALVEOLAR
 Modo PCV;
 Driving Pressure de 15cm H2O;
 Iniciar com a PEEP em 10cm H2O;
 Aumentar 5cm H2O a cada 2 minutos
até atingir 25cm H2O;
 Aumentar 10cm H2O até chegar em
no máximo 45cm H2O;
 Baixar a PEEP para 25cm H2O e
instituir a PEEP decremental.
PEEP DECREMENTAL
• Após a MRM mede-se a complacência
estática em valores decrementais de
PEEP, a partir de valores de 23-26
cmH2O, até valores mínimos ao redor
de 8-12 cmH2O;
• Os passos decrementais de PEEP são
tipicamente de 2 ou 3 cmH2O a cada 4
minutos;
• Aumentar de 2 a 3 cm H2O da PEEP
que produziu melhor complacência.
HIPERCAPNIA PERMISSIVA
Permitir PaCo2 em valores acima dos
parâmetros convencionais para
minimizar a pressão de platô e Vt.
CUIDADO: A hipercapnia permissiva é
contraindicada em pacientes com
hipertensão intracraniana, insuficiência
coronariana e arritmias agudas.
VENTILAÇÃO DE ALTA
FREQUENCIA
Apesar de apresentar uma melhora
inicial na oxigenação, seu efeito não se
mantém, por isso deve ser evitada em
casos de SDRA.
SURFACTANTE
 O surfactante é produzido pelos
pneumócitos tipo II e que diminui a
tensão superficial dos alvéolos e,
assim, aumenta a complacência
pulmonar.
 Porém, a utilização do surfactante em
pacientes adultos com LPA/SDRA, não
evidenciou diferença na mortalidade.
POSIÇÃO PRONA
 A posição prona deve ser considerada
em pacientes necessitando de
elevados valores de PEEP e FIO2
para manter uma adequada SaO2
POSIÇÃO PRONA
Fonte do autor
RAIO X
Fases da Evolução SDRA
 Fase Exudativa: 1 a 3 dias
 Fase Proliferativa: 3 a 7 dias
 Fase Fibrótica: após uma semana
Prognóstico Funcional da SDRA
 Os pacientes perderam em média
18% do peso corporal basal levando a
um enfraquecimento, fadiga muscular
e limitação física.
 Após 12 meses da alta hospitalar 57%
não tinham voltado para suas
atividades normais e apresentam
déficit funcional.
BIBLIOGRAFIA
 Barbas, C. V., A. M. Isola, and A. M. Farias.
"Diretrizes brasileiras de ventilação
mecânica. 2013." Associação de Medicina
Intensiva Brasileira e Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia (2013): 1-140.
 Amato, Marcelo BP, et al. "Ventilação
mecânica na lesão pulmonar aguda
(LPA)/Síndrome do desconforto respiratório
agudo (SDRA)." Jornal Brasileiro de
Pneumologia 33 (2007): 119-127.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Insuficiência respiratória aula 6
Insuficiência respiratória aula 6Insuficiência respiratória aula 6
Insuficiência respiratória aula 6profsempre
 
Ventilação mecânica em neonatologia e pediatria
Ventilação mecânica em neonatologia e pediatriaVentilação mecânica em neonatologia e pediatria
Ventilação mecânica em neonatologia e pediatriaFábio Falcão
 
Atualização em SDRA após as novas Definições de Berlim
Atualização em SDRA após as novas Definições de BerlimAtualização em SDRA após as novas Definições de Berlim
Atualização em SDRA após as novas Definições de BerlimYuri Assis
 
Insuficiencia respiratória
Insuficiencia respiratóriaInsuficiencia respiratória
Insuficiencia respiratóriapauloalambert
 
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva Gilmar Roberto Batista
 
Ventilação Não-invasiva
Ventilação Não-invasivaVentilação Não-invasiva
Ventilação Não-invasivaresenfe2013
 
Insuficiência Respiratória
Insuficiência RespiratóriaInsuficiência Respiratória
Insuficiência Respiratóriaresenfe2013
 
Atelectasias e pneumotrax
Atelectasias e pneumotraxAtelectasias e pneumotrax
Atelectasias e pneumotraxFlávia Salame
 
Manejo da via aerea - Fisioterapeuta
Manejo da via aerea - FisioterapeutaManejo da via aerea - Fisioterapeuta
Manejo da via aerea - FisioterapeutaJanderson Physios
 
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a Fisioterapia (josé alex...
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a Fisioterapia (josé alex...Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a Fisioterapia (josé alex...
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a Fisioterapia (josé alex...José Alexandre Pires de Almeida
 
Ventilação mecânica
Ventilação mecânicaVentilação mecânica
Ventilação mecânicaresenfe2013
 
Ventilação Mecânica Não Invasiva
Ventilação Mecânica Não InvasivaVentilação Mecânica Não Invasiva
Ventilação Mecânica Não InvasivaFábio Falcão
 

Was ist angesagt? (20)

Insuficiência respiratória aula 6
Insuficiência respiratória aula 6Insuficiência respiratória aula 6
Insuficiência respiratória aula 6
 
Ventilação mecânica em neonatologia e pediatria
Ventilação mecânica em neonatologia e pediatriaVentilação mecânica em neonatologia e pediatria
Ventilação mecânica em neonatologia e pediatria
 
Atualização em SDRA após as novas Definições de Berlim
Atualização em SDRA após as novas Definições de BerlimAtualização em SDRA após as novas Definições de Berlim
Atualização em SDRA após as novas Definições de Berlim
 
Ventilação Mecânica Básica
Ventilação Mecânica Básica Ventilação Mecânica Básica
Ventilação Mecânica Básica
 
Insuficiencia respiratória
Insuficiencia respiratóriaInsuficiencia respiratória
Insuficiencia respiratória
 
Aula sobre DPOC
Aula sobre DPOCAula sobre DPOC
Aula sobre DPOC
 
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
 
Ventilação Não-invasiva
Ventilação Não-invasivaVentilação Não-invasiva
Ventilação Não-invasiva
 
Sara
SaraSara
Sara
 
Capnografia
CapnografiaCapnografia
Capnografia
 
Insuficiência Respiratória
Insuficiência RespiratóriaInsuficiência Respiratória
Insuficiência Respiratória
 
Atelectasias e pneumotrax
Atelectasias e pneumotraxAtelectasias e pneumotrax
Atelectasias e pneumotrax
 
DPOC
DPOCDPOC
DPOC
 
Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarTromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo Pulmonar
 
Edema e fibrose pulmonar
Edema e fibrose pulmonarEdema e fibrose pulmonar
Edema e fibrose pulmonar
 
Manejo da via aerea - Fisioterapeuta
Manejo da via aerea - FisioterapeutaManejo da via aerea - Fisioterapeuta
Manejo da via aerea - Fisioterapeuta
 
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a Fisioterapia (josé alex...
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a Fisioterapia (josé alex...Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a Fisioterapia (josé alex...
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a Fisioterapia (josé alex...
 
Modos ventilatórios
 Modos ventilatórios  Modos ventilatórios
Modos ventilatórios
 
Ventilação mecânica
Ventilação mecânicaVentilação mecânica
Ventilação mecânica
 
Ventilação Mecânica Não Invasiva
Ventilação Mecânica Não InvasivaVentilação Mecânica Não Invasiva
Ventilação Mecânica Não Invasiva
 

Ähnlich wie Síndrome do desconforto respiratório agudo (sdra)

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).pptx
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).pptxDOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).pptx
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).pptxssuser32f71c
 
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensivaAPOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensivaizabellinurse
 
Noçoes de ventilação mecânica
Noçoes de ventilação mecânicaNoçoes de ventilação mecânica
Noçoes de ventilação mecânicahelciofonteles
 
APH Dea
APH DeaAPH Dea
APH DeaDeise
 
Oxigenioterapia por conceição quirino
Oxigenioterapia por conceição quirinoOxigenioterapia por conceição quirino
Oxigenioterapia por conceição quirinoConceição Quirino
 
Aula de ventilação mecânica
Aula de ventilação mecânicaAula de ventilação mecânica
Aula de ventilação mecânicaJaime Fernandes
 
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoArtigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoErick Bragato
 

Ähnlich wie Síndrome do desconforto respiratório agudo (sdra) (20)

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).pptx
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).pptxDOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).pptx
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).pptx
 
1 VM AULA.pdf
1 VM AULA.pdf1 VM AULA.pdf
1 VM AULA.pdf
 
Reanimação Cardiopulmonar - Enf. Simone Crispim
Reanimação Cardiopulmonar - Enf. Simone CrispimReanimação Cardiopulmonar - Enf. Simone Crispim
Reanimação Cardiopulmonar - Enf. Simone Crispim
 
Pcr
PcrPcr
Pcr
 
Oxigenioterapia2
Oxigenioterapia2Oxigenioterapia2
Oxigenioterapia2
 
Suporte+ventilat+ôrio+mec+énico (atual)
Suporte+ventilat+ôrio+mec+énico (atual)Suporte+ventilat+ôrio+mec+énico (atual)
Suporte+ventilat+ôrio+mec+énico (atual)
 
Suporte Ventilatorio para enfermagem técnica (atual)
Suporte Ventilatorio para enfermagem técnica (atual)Suporte Ventilatorio para enfermagem técnica (atual)
Suporte Ventilatorio para enfermagem técnica (atual)
 
slide-sbv.pptx
slide-sbv.pptxslide-sbv.pptx
slide-sbv.pptx
 
Sessão clinica broncodisplasia
Sessão clinica broncodisplasiaSessão clinica broncodisplasia
Sessão clinica broncodisplasia
 
slide-sv.pdf
slide-sv.pdfslide-sv.pdf
slide-sv.pdf
 
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensivaAPOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
 
Noçoes de ventilação mecânica
Noçoes de ventilação mecânicaNoçoes de ventilação mecânica
Noçoes de ventilação mecânica
 
Sara
SaraSara
Sara
 
Aula PCR.pptx
Aula PCR.pptxAula PCR.pptx
Aula PCR.pptx
 
Sbv rcp e de
Sbv   rcp  e deSbv   rcp  e de
Sbv rcp e de
 
APH Dea
APH DeaAPH Dea
APH Dea
 
Oxigenioterapia por conceição quirino
Oxigenioterapia por conceição quirinoOxigenioterapia por conceição quirino
Oxigenioterapia por conceição quirino
 
Aula de ventilação mecânica
Aula de ventilação mecânicaAula de ventilação mecânica
Aula de ventilação mecânica
 
Curso 42
Curso 42Curso 42
Curso 42
 
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoArtigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
 

Mehr von Iapes Ensino

Paciente oncológico
Paciente oncológicoPaciente oncológico
Paciente oncológicoIapes Ensino
 
Raio x pós graduação
Raio   x pós graduaçãoRaio   x pós graduação
Raio x pós graduaçãoIapes Ensino
 
Polineuropatia do paciente crítico
Polineuropatia do paciente críticoPolineuropatia do paciente crítico
Polineuropatia do paciente críticoIapes Ensino
 
A fisioterapia intensiva oncofuncional
A fisioterapia intensiva oncofuncional A fisioterapia intensiva oncofuncional
A fisioterapia intensiva oncofuncional Iapes Ensino
 
Preparatório cardio - Iapes
Preparatório cardio - IapesPreparatório cardio - Iapes
Preparatório cardio - IapesIapes Ensino
 
Questões comentadas aula neuro 2 - Dr. Daniel Xavier - Parte 1
Questões comentadas aula neuro 2 - Dr. Daniel Xavier - Parte 1Questões comentadas aula neuro 2 - Dr. Daniel Xavier - Parte 1
Questões comentadas aula neuro 2 - Dr. Daniel Xavier - Parte 1Iapes Ensino
 
Revisão e questões resolvidas e comentadas Dr Daniel Xavier - parte 1
Revisão e questões resolvidas e comentadas Dr Daniel Xavier - parte 1Revisão e questões resolvidas e comentadas Dr Daniel Xavier - parte 1
Revisão e questões resolvidas e comentadas Dr Daniel Xavier - parte 1Iapes Ensino
 
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologiaRevisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologiaIapes Ensino
 

Mehr von Iapes Ensino (8)

Paciente oncológico
Paciente oncológicoPaciente oncológico
Paciente oncológico
 
Raio x pós graduação
Raio   x pós graduaçãoRaio   x pós graduação
Raio x pós graduação
 
Polineuropatia do paciente crítico
Polineuropatia do paciente críticoPolineuropatia do paciente crítico
Polineuropatia do paciente crítico
 
A fisioterapia intensiva oncofuncional
A fisioterapia intensiva oncofuncional A fisioterapia intensiva oncofuncional
A fisioterapia intensiva oncofuncional
 
Preparatório cardio - Iapes
Preparatório cardio - IapesPreparatório cardio - Iapes
Preparatório cardio - Iapes
 
Questões comentadas aula neuro 2 - Dr. Daniel Xavier - Parte 1
Questões comentadas aula neuro 2 - Dr. Daniel Xavier - Parte 1Questões comentadas aula neuro 2 - Dr. Daniel Xavier - Parte 1
Questões comentadas aula neuro 2 - Dr. Daniel Xavier - Parte 1
 
Revisão e questões resolvidas e comentadas Dr Daniel Xavier - parte 1
Revisão e questões resolvidas e comentadas Dr Daniel Xavier - parte 1Revisão e questões resolvidas e comentadas Dr Daniel Xavier - parte 1
Revisão e questões resolvidas e comentadas Dr Daniel Xavier - parte 1
 
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologiaRevisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
 

Síndrome do desconforto respiratório agudo (sdra)

  • 1. SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA) Dra. Érika Barreto Fisioterapia Intensiva- IAPES erika.esb.barreto@gmail.com
  • 2. HISTÓRIA Em 1963 ASHBAUGH, identificou 272 pacientes que foram mecanicamente ventilados e evoluíram com dispneia grave, taquipnéia, cianose, baixa complacência pulmonar e infiltrados difusos no exame radiológico de pulmão.
  • 3. DEFINIÇÃO Em 1994 a Conferência de Consenso Americano-europeu definiu as características da SDRA.
  • 4. CARACTERÍSTICAS  Infiltrado pulmonar bilateral;  Hipoxemia grave, menor ou igual a 200;  Pressão de oclusão da artéria pulmonar menor ou igual a 18mmHg;  Ausência de hipertensão arterial à esquerda.
  • 6. DEFINIÇÃO DE BERLIM  Em 2011, a Sociedade Europeia de Medicina Intensiva reviu esta definição.
  • 8. EPIDEMIOLOGIA  A incidência chega até 306 a cada 100 mil habitantes por ano;  A mortalidade é estimada entre 34% a 60%.
  • 9. ETIOLOGIA FATORES PULMONARES • Pneumonia; • Lesão inalatória; • Quase afogamento; • Aspiração de conteúdo gástrico. FATORES EXTRA PULMONARES • Sepse; • Politraumatismo; • Pancreatite; • Politransfusão.
  • 11. FISIOPATOLOGIA OBS: A reparação do processo inflamatório, inicia o quadro de fibrose. Inflamação da membrana alvéolo-capilar Redução e alteração dos surfactantes Atelectasias
  • 13. ASSISTENCIA VENTILATÓRIA NA SDRA • A ventilação mecânica é o principal suporte à SDRA, sendo indicada na maioria dos casos. • Ventilação Mecânica Não Invasiva (VNI) na SDRA. • Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) na SDRA
  • 14. ASSISTENCIA VENTILATÓRIA NA SDRA O objetivo da VM é promover adequada troca gasosa, ao mesmo tempo em que se evitam a lesão pulmonar associada à ventilação mecânica e o comprometimento hemodinâmico decorrente do aumento das pressões intratorácicas.
  • 15. ASSISTENCIA VENTILATÓRIA NA SDRA De Acordo com a Diretriz Brasileira de Ventilação Mecânica (2013) são recomendados modos Controlados, seja, VCV ou PCV, nas primeiras 48 - 72h do ajuste da VM.
  • 16. VOLUME CORRENTE (ventilação protetora)  SDRA Leve Pode-se ventilar até 6ml/kg  SDRA Moderada ou Grave Volume ajustado de 3 a 6 ml/kg de peso predito. Homens : 50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4) Mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm - 152,4).
  • 17. PRESSÃO DE PLATÔ  Manter até 30cm H2O;  Pressão de distensão ou “driving- pressure” (P.Platô- PEEP) deve ser menor ou igual a 15cm H2O; .
  • 18. FREQUENCIA RESPIRATÓRIA  Inicia-se com 20 irpm;  Em casos de hipercapnia permissiva, pode chegar até 45 irpm, desde que não ocasione auto-PEEP.
  • 19. FiO2 e PEEP  Sempre que possível, manter a FiO2 até 60% ou o suficiente para manter a SpO2 >90%.
  • 20. MANOBRA DE RECRUTAMENTO ALVEOLAR  Modo PCV;  Driving Pressure de 15cm H2O;  Iniciar com a PEEP em 10cm H2O;  Aumentar 5cm H2O a cada 2 minutos até atingir 25cm H2O;  Aumentar 10cm H2O até chegar em no máximo 45cm H2O;  Baixar a PEEP para 25cm H2O e instituir a PEEP decremental.
  • 21. PEEP DECREMENTAL • Após a MRM mede-se a complacência estática em valores decrementais de PEEP, a partir de valores de 23-26 cmH2O, até valores mínimos ao redor de 8-12 cmH2O; • Os passos decrementais de PEEP são tipicamente de 2 ou 3 cmH2O a cada 4 minutos; • Aumentar de 2 a 3 cm H2O da PEEP que produziu melhor complacência.
  • 22. HIPERCAPNIA PERMISSIVA Permitir PaCo2 em valores acima dos parâmetros convencionais para minimizar a pressão de platô e Vt. CUIDADO: A hipercapnia permissiva é contraindicada em pacientes com hipertensão intracraniana, insuficiência coronariana e arritmias agudas.
  • 23. VENTILAÇÃO DE ALTA FREQUENCIA Apesar de apresentar uma melhora inicial na oxigenação, seu efeito não se mantém, por isso deve ser evitada em casos de SDRA.
  • 24. SURFACTANTE  O surfactante é produzido pelos pneumócitos tipo II e que diminui a tensão superficial dos alvéolos e, assim, aumenta a complacência pulmonar.  Porém, a utilização do surfactante em pacientes adultos com LPA/SDRA, não evidenciou diferença na mortalidade.
  • 25. POSIÇÃO PRONA  A posição prona deve ser considerada em pacientes necessitando de elevados valores de PEEP e FIO2 para manter uma adequada SaO2
  • 28. Fases da Evolução SDRA  Fase Exudativa: 1 a 3 dias  Fase Proliferativa: 3 a 7 dias  Fase Fibrótica: após uma semana
  • 29. Prognóstico Funcional da SDRA  Os pacientes perderam em média 18% do peso corporal basal levando a um enfraquecimento, fadiga muscular e limitação física.  Após 12 meses da alta hospitalar 57% não tinham voltado para suas atividades normais e apresentam déficit funcional.
  • 30. BIBLIOGRAFIA  Barbas, C. V., A. M. Isola, and A. M. Farias. "Diretrizes brasileiras de ventilação mecânica. 2013." Associação de Medicina Intensiva Brasileira e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2013): 1-140.  Amato, Marcelo BP, et al. "Ventilação mecânica na lesão pulmonar aguda (LPA)/Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)." Jornal Brasileiro de Pneumologia 33 (2007): 119-127.