Este documento discute as visões de Popper e Kuhn sobre o progresso científico. Popper acredita que a ciência progride de forma objetiva à medida que novas teorias são testadas e se aproximam mais da verdade, enquanto Kuhn argumenta que a mudança de paradigma não implica necessariamente progresso para a verdade.
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
A verdade e o progresso da ciência segundo Popper e Kuhn
1.
2. A verdade é a meta ideal
da investigação científica.
As teorias mais verosímeis são
as que explicam melhor os
factos, sugerem novas
experimentações e superaram
testes em que as outras foram
derrotadas.
Não há forma objetiva de
provar que a mudança de
paradigma é um crescimento
do conhecimento em direção
à verdade. Os paradigmas
são incomensuráveis: nenhum
é superior ao outro. O novo
paradigma não é
necessariamente uma
melhor interpretação da
realidade.
VERDADE
Popper Kuhn
3. Progresso ou avanço da ciência
Popper: Há progresso em ciência porque as novas teorias, sobrevivendo a
testes rigorosos, eliminam os erros das anteriores e assim aproximam-se mais
da verdade. A verosimilhança é o critério do progresso. A ciência evolui e
progride de forma racional e objetiva.
Kuhn: Não há progresso em ciência, exceto nos períodos de ciência
normal. Na passagem de um paradigm a outro, não há forma de dizer que
o novo representa um maior avanço em direção à verdade. A ciência
evolui, mas é difícil falar de progresso.
4. O crescimento ou progresso
do conhecimento é objetivo
porque a nova teoria superou
testes rigorosos.
Uma teoria está mais próxima
da verdade do que outra
quando tem um conteúdo
empírico corroborado por
mais factos.
A mudança de paradigma não
é determinada por critérios
estritamente objetivos, mas
por uma combinação de
fatores extracientíficos
(prestígio dos cientistas, gosto
pessoal, etc) e científicos
(poder explicativo, alcance,
simplicidade e fecundidade).
Objetividade
Popper
Kuhn
5. A aproximação à verdade que carateriza a
evolução da ciência é marcada pela atitude
racional traduzida na vigilância crítica em relação
às teorias: nunca se pode dizer que deixaram de
ser conjeturas e se tornaram verdades.
Popper
6. A evolução da ciência não é determinada por uma
atitude de vigilância crítica porque os cientistas
tendem a ignorarem em muitos casos as refutações de
que um paradigma é alvo.
Na passagem de um paradigma a outro, os fatores
lógicos e racionais são muitas vezes superados por
fatores subjetivos.
Kuhn
8. Uma teoria diz-se corroborada quando resiste aos testes destinados a
falsificá-la.
A falsificabilidade é a caraterística de uma teoria que pode
ser refutada por alguma observação.
Uma teoria verosímil aproxima-se mais da verdade e resolve melhor
certos problemas do que as teorias rivais.
Por mais provas que tenhamos, nunca podemos dizer que uma teoria é
verdadeira. A possibilidade de ser falsificada está sempre em aberto.
10. Dizer que um paradigma é incomensurável significa dizer que não há uma medida
comum que permita avaliar os méritos e os defeitos de cada um deles.
Não podemos dizer que um paradigma é melhor do que outro, que tem um poder
explicativo e preditivo superior. Há mudança, mas não há propriamente falando
progresso.
Uma anomalia é um problema teórico que não é solucionado de acordo com os
meios explicativos fornecidos pelo paradigma vigente.
11. Filosofia – 11º Ano
Adaptado do Blogue “Teorias e
Argumentos”, de Luís Rodrigues.