1) O documento discute vários conceitos e princípios da estratigrafia e da geocronologia, incluindo unidades estratigráficas, princípios de sobreposição de estratos e relações de corte, datação por fósseis e métodos radiométricos.
2) São descritos métodos de datação como dendrocronologia, varvitos, espectrometria de massa e escala do tempo geológico.
3) Vários exemplos de fósseis úteis para datação como trilobites, amon
1. Idade Relativa e Idade Absoluta A medida do tempo e a idade da Terra
2. O conceito medieval da idade da Terra. Publicado na Crónica de Cooper, Londres, 1560.
3. A Estratigrafia é uma ciência que estuda e interpreta os processos geológicos registados nas camadas sedimentares estratificadas, que vão permitir a sua correlação e ordenação temporal. A Estratigrafia pode ser dividida em diferentes ramos, dos quais se destacam: — A Litostratigrafia — que estuda as rochas estratificadas relativamente à sua forma geométrica, à sua composição Litotógica, às relações entre estratos e à sua génese; — A biostratigrafia — que estuda a distribuição temporal dos fósseis através do registo estratigráfico; — A cronostratigrafia — que estabelece a idade das unidades estratigráficas procurando construir uma escala estratigráfica de valor mundial; — A magnetostratigrafia — que estabelece uma escala de mudanças do campo magnético terrestre ao longo da história da Terra.
4. Unidades litostratigráficas Formação é a unidade fundamental na nomenclatura estratigráfica formal. Caracteriza-se por um corpo de rochas identificado pelas suas características líticas e sua posição estratigráfica. Ela deve ser mapeável em superfície ou em subsuperfície. Membro é a unidade litostratigráfica formal imediatamente abaixo da formação, tendo sempre que fazer parte de uma formação. Caracteriza-se por apresentar aspectos litológicos próprios que podem ser individualizados das partes adjacentes da formação. Uma formação não necessita ser totalmente dividida em membros. Camada é a unidade formal de menor hierarquia da nomenclatura estratigráfica. Espessura e mapeabilidade não são consideradas para sua individualização, podendo variar de centímetros a metros.
5. Unidades litostratigráficas Grupo é a unidade formal de categoria imediatamente superior à formação. O grupo deve ser formado por duas ou mais formações. As formações que compõem um grupo não necessitam de ser as mesmas em toda a sua área de ocorrência. Supergrupo é formado pela associação de vários grupos que apresentem características litoestratigráficas inter-relacionáveis. Subgrupo é a unidade litoestratigráfica que inclui apenas algumas das formações de um grupo.
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8. Princípio da Sobreposição de Estratos (Nicolaus Steno 1689) Numa sucessão de estratos não deformados, um estrato é mais antigo do que aquele que o cobre e mais recente do que aquele que lhe serve de base.
10. Princípio dos Fragmentos Inclusos (Hutton 1792) Este princípio de datação relativa diz que os fragmentos de rochas inclusas em corpos ígneos (intrusivos ou não) são mais antigos que as rochas ígneas nas quais estão inclusos.
11. Princípio das Relações de Corte (Hutton 1792) Segundo o princípio das relações de corte, uma rocha ígnea intrusiva ou falha que corte uma sequência de rochas é mais jovem que as rochas por ela cortadas.
12. Princípio da Identidade Paleontológica O Princípio da Identidade paleontológica diz que os grupos de fósseis (animais ou vegetais) ocorrem no registo geológico segundo uma ordem determinada e invariável, de modo que, se esta ordem é conhecida, é possível determinar a idade relativa entre camadas a partir de seu conteúdo fossilífero. Ou seja, estratos que contenham o mesmo conjunto de fósseis têm a mesma idade.
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14. 2 - Ter distribuição geográfica tão ampla quanto possível. A correlação estratigráfica entre camadas geológicas de áreas geográficas distintas é feita com base na comparação das associações fossilíferas, dos fósseis, presentes nessas mesmas camadas. Quanto mais ampla a distribuição geográfica dos fósseis de um dado táxone, mais ampla a área geográfica em que a correlação estratigráfica com base neles será possível. 3 - Existir em grande quantidade. Para levar a cabo a correlação estratigráfica entre camadas geológicas localizadas em áreas distintas é necessário ter associações de fósseis (para comparar). Quanto mais abundantes forem os fósseis de um dado táxone (ou grupo biológico), mais fácil será encontrá-los e mais fácil será estabelecer a correlação.
15. 4 - Apresentar características morfológicas distintivas. Para usar os fósseis de um determinado táxone para datação relativa fina é necessário identificar esse fóssil até ao nível da espécie ou do género. Se os fósseis não apresentarem características morfológicas que os permitam distinguir de outros fósseis similares (correspondentes a grupos biológicos afins), então a sua identificação será pouco precisa e, consequentemente, a sua utilidade como indicador de idade diminuirá. Eis alguns exemplos: Trilobites (artrópodes marinhos) - Muito úteis para a biostratigrafia de estratos geológicos marinhos do Paleozóico, especialmente do Câmbrico-Ordovícico e, localmente, do Carbónico. Amonites (moluscos cefalópodes) - Muito úteis para a biostratigrafia de camadas geológicas marinhas do Mesozóico, especialmente do Jurássico e do Cretácico.
16. Plantas pteridófilas (fetos e afins) - Muito úteis para a biostratigrafia de camadas geológicas carboníferas do Paleozóico, do Carbónico e do Pérmico. Foraminíferos planctónicos (protozoários) - Muito úteis para a biostratigrafia de estratos geológicos marinhos do Cenozóico. Os fósseis dos foraminíferos - muito pequenas dimensões - são estudados no âmbito da Micropaleontologia. Braquiópodes (Filo Brachiopoda) - Muito úteis para a biostratigrafia de estratos geológicos marinhos do Paleozóico. Rudistas (moluscos bivalves) - Muito úteis para a biostratigrafia de camadas geológicas marinhas correspondendo a plataformas carbonatadas do Mesozóico, em particular do Cretácico.
Nos processos radioativos meia-vida ou período de semidesintegração de um radioisótopo é o tempo necessário para desintegrar a metade da massa deste isótopo, que pode ocorrer em segundos ou em bilhões de anos, dependendo do grau de instabilidade do radioisótopo. Ou seja, se tivermos 100kg de um material, cuja meia-vida é de 100 anos; depois desses 100 anos, teremos 50kg deste material. Mais 100 anos e teremos 25kg e assim sucessivamente.