O documento discute sobre epilepsia, definindo-a como uma patologia caracterizada por crises epilépticas sem causas tóxicas, metabólicas ou febris. Apresenta as principais classificações, síndromes e tratamentos de epilepsia, destacando as crises febris na infância como o tipo de convulsão mais comum nessa faixa etária.
2. Epilepsia
Patologia que se apresenta com crises epilépticas que
ocorrem sem condições tóxicas, metabólicas ou febris.
Crise epiléptica: alteração temporária e reversível do
funcionamento do cérebro. Durante curto período de
tempo, ocorrem descargas anormais e excessivas.
3. Nem toda crise epiléptica é uma convulsão!
Nem todo paciente que apresenta uma convulsão é
portador de epilepsia!
4. Fisiopatologia
Aumento da excitação neuronal
Diminuição da inibição neuronal
Etiologia
Neonatal: congênitas, trauma, anóxia e metabólicas
3 m – 5 anos: convulsões febris, idiopáticas e infecções
5 anos – 12 anos: genética (sd. epilépticas primárias)
5. Classificação
Parciais (restrita a determinada área do córtex)
Simples (preservação da consciência). Paralisia de Todd;
Marcha jacksoniana.
Complexa (comprometimento da consciência e automatismos
faciais com movimentos repetitivos). Ocorre período pós-ictal.
Fatores que podem desencadear: privação do
sono, álcool, estresse, uso inadequado de
anticonvulsivantes, estímulos específicos
(luzes, videogames, músicas)
6. Generalizada (crises originam-se simultaneamente dos
dois hemisférios)
Sistema reticular ativador ascendente é acometido (perde
consciência).
Tonicoclônica Generalizada (Grande Mal) = perda súbita da
consciência, contração tônica, fase clônica, grito
epiléptico, quatro membros afetados, sialorreia, liberação
esfincteriana, período pós-ictal.
Crises de Ausência (Pequeno Mal) = perda súbita e breve (até
30 s) da consciência, várias vezes ao dia (chega a 200 vezes).
7. Crises Clônicas
Crises Tônicas
Crises Mioclônicas (contrações musculares semelhantes a
choques, preservação da consciência). Após acordar, privação
do sono, início do sono.
Crises Atônicas (leva a quedas, desencadeadas por sustos).
Espasmos (contrações tônicas rápidas, ao acordar ou durante
sono).
8.
9. Principais Síndromes
Ausência Infantil (Pequeno Mal)
5 – 8 anos
Perda total da consciência dura de 5 – 25 s, até 200 vezes
ao dia. Pode ser acompanhada de componente motor,
autonômico e automatismos. Desencadeadas por
hiperventilação, estresse, hipoglicemia.
10.
11. Epilepsia Parcial Benigna da Infância
Forma mais comum de epilepsia na infância (15 – 25%)
3 – 13 anos
Crise parcial simples (motora ou sensitiva).
Normalmente envolve língua, lábios, faringe, bochechas.
Crises são curtas (1 – 2 min).
12.
13.
14. Epilepsia Mioclônica Juvenil (Sd de Janz)
13 – 20 anos
Crises mioclôncias ao despertar, geralmente por privação de
sono. Pode evoluir para tonicoclônica após mioclonias ou
haver crises de ausência.
Sd de West (Espasmos Infantis)
Tríade: espasmos infantis + retardo do desenvolvimento nps +
EEG com padrão de hipsarritmia
Início no 1° ano.
Espasmos breves intermitentes do pescoço, tronco e membros
15.
16. Sd de Lennox-Gastaut
Início entre 2 – 10 anos
Diversos tipos de crises associadas a retardo mental e
distúrbio comportamental.
Pode ser por anóxia prévia, criptogênica ou precedida
pela sd de West.
Geralmente são refratárias ao tratamento antiepiléptico.
17. Diagnósticos
Anamnese detalhada sobre a crise.
Exames complementares (EEG, TC, RNM).
Tratamento
Monoterapia, iniciar com dose baixa, nunca retirar droga
subitamente
19. Crise Febril
Tipo de convulsão mais frequente na infância.
Benigna.
Entre 2 – 5% das crianças menores de 5 anos.
Atenção! Febre + convulsão são manifestações comuns
em meningites e sepse!
Crianças de 6 meses – 5 anos.
20. Fisiopatologia
Não se sabe ao certo
Fatores genéticos?
Mais frequentes com história familiar de parentes de
primeiro grau.
21. Características clássicas:
6 m – 5 anos
Febre alta e/ou que aumenta rapidamente
Duração menor que 10 minutos
Convulsão generalizada, TC ou apenas clônica
Período pós-ictal.
Crises atípicas podem ocorrer!
22.
23. Em 30 – 50% das crianças as convulsões febris se
repetem. Maior risco: menores de 1 ano e as que
tiveram convulsões com febre relativamente baixa (38
– 39°C) e de curta duração (< 24h)
Não possui risco de desenvolver epilepsia primária no
futuro. Exceto se apresentarem sinais de alarme:
24. Anormalidades do desenvolvimento neurológico
Crise focal complexa
HF de epilepsia
Febre < 1h antes da convulsão
Manifestações atípicas
Convulsões febris recorrentes
25. Diagnóstico é clínico
Exames em casos de suspeita de algo mais grave
(punção lombar, EEG, TC, RNM, laboratoriais).
Tratamento
Acalmar os pais
Tratar causa da febre (ATB, antitérmico)
Se crise durar mais de 5 min, benzodiazepínicos
(diazepam retal).