2. A REVOLTA DA VACINA
• A situação do Rio de Janeiro, no início do
século XX, era precária; as ruas eram estreitas
e sujas, o saneamento precário e havia várias
doenças, que viravam epidemias: febre
amarela, peste bubônica varíola e
tuberculose.
3. • Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar
que não parariam no porto carioca e os imigrantes
recém-chegados da Europa morriam de doenças
infecciosas.
• Ao assumir a presidência da República, Francisco de
Paula Rodrigues Alves instituiu como meta
governamental o saneamento e reurbanização da
capital da República.
4.
5.
6. • Para assumir a frente das reformas nomeou
Francisco Pereira Passos para o governo
municipal. Este por sua vez chamou os
engenheiros Francisco Bicalho para a reforma
do porto e Paulo de Frontin para as reformas
no Centro.
7. • Rodrigues Alves nomeou ainda o médico
Oswaldo Cruz para o saneamento.
• O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas
mudanças, com a derrubada de casarões e
cortiços e a expulsão de seus moradores.
12. • A população apelidou o movimento de o
“bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de
largas e modernas avenidas com prédios de
cinco ou seis andares.
• Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de
saneamento de Oswaldo Cruz.
13.
14. • Para combater a peste, ele criou brigadas
sanitárias que cruzavam a cidade espalhando
raticidas, mandando remover o lixo e
comprando ratos. Em seguida o alvo foram os
mosquitos transmissores da febre amarela.
15.
16. • Com a aprovação da Lei da Vacina obrigatória
em 31 de outubro de 1904, as brigadas
sanitárias, ou mata-mosquitos, começaram
então a entrar nas casas e vacinar as pessoas à
força; e as pessoas não tinham sido
informadas de como seria a vacinação e por
isso, não entendiam porque estavam sendo
vacinados à força e nem confiavam que a
vacina iria funcionar.
17. • Finalmente, restava o combate à varíola. E foi
criada a lei de vacinação obrigatória.
• A população, humilhada pelo poder público
autoritário e violento, não acreditava na
eficácia da vacina. Os pais de família
rejeitavam a exposição das partes do corpo a
agentes sanitários do governo.
18.
19.
20. • A vacinação obrigatória foi a “ gota d’água”
para que o povo, já profundamente
insatisfeito com o “bota-abaixo” e com a
miséria em que viviam, a falta de empregos,
etc, se revoltasse.
21. • Então, uma boa parte da população reagiu
contra a lei por achar que era uma violação ao
direito individual, chegando-se mesmo a
afirmar que seria um desrespeito submeter
mulheres à inoculação, porque imaginavam
que ela era feita nas partes “íntimas” do
corpo.
22.
23. • A raiva da população contra Oswaldo Cruz e o governo
acabou provocando uma revolta popular que explodiu na
forma de passeatas e comícios em praças e ruas do Rio de
Janeiro, e na medida em que essas manifestações foram se
agravando, os mais exaltados inicialmente passaram a atirar
pedras nos funcionários da Saúde Pública que executavam a
tarefa e nos policiais que lhes davam proteção, mas logo em
seguida começaram a tombar e incendiar os bondes e
carroças que encontravam pela frente, terminando por
saquear as lojas instaladas ao longo do caminho que
percorriam.
24.
25. • Os políticos e militares da oposição tentaram
valer-se da revolta popular contra a vacina
para derrubar Rodrigues Alves da presidência
da República, e para tanto criaram em 5 de
novembro a Liga Contra a Vacina Obrigatória.
26. • Dias depois, em 10 de novembro, foram
iniciados os confrontos entre populares e
forças policiais; no dia 14, os cadetes da
Escola Militar da Praia Vermelha rebelaram-se
contra o governo, que respondeu ordenando
o bombardeio dos morros do bairro da Saúde,
reduto da insurreição.
27. • Em 16 de novembro, Rodrigues Alves revogou a Lei
da Vacina Obrigatória, e no dia seguinte, com o
apoio do Exército e da Marinha, a polícia ocupou o
bairro da Saúde, acabando com a revolta. O saldo
negativo da revolta foi de 23 mortos e 67 feridos,
tendo sido presas 945 pessoas, das quais quase a
metade acabou sendo deportada para o Acre.
28.
29.
30. • Derrotados os militares e contida a insurreição
popular, Rodrigues Alves retomou o controle
da cidade e a vacinação foi reiniciada. Em
pouco tempo a varíola desapareceria do Rio
de Janeiro.
31.
32. A REVOLTA DA CHIBATA
• A Revolta da Chibata foi um importante movimento
social ocorrido, no início do século XX, na cidade do
Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de
1910.
• Neste período, os marinheiros brasileiros eram
punidos com castigos físicos. As faltas graves eram
punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta
situação gerou uma intensa revolta entre os
marinheiros.
33.
34. • A revolta começou quando o marinheiro
Marcelino Rodrigues foi castigado com 250
chibatadas, por ter ferido um colega da
Marinha, dentro do encouraçado Minas
Gerais. O navio de guerra estava indo para o
Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na
presença dos outros marinheiros, causou a
revolta.
35. • O motim se agravou e os revoltosos chegaram
a matar o comandante do navio e mais três
oficiais. Já na Baia da Guanabara, os
revoltosos conseguiram o apoio dos
marinheiros do encouraçado São Paulo. O
clima ficou tenso e perigoso.
36.
37. • O líder da revolta, João Cândido Felisberto
(conhecido como o Almirante Negro), escreveu a
carta reivindicando o fim dos castigos físicos,
melhorias na alimentação e anistia para todos que
participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas
as reivindicações, os revoltosos ameaçavam
bombardear a cidade do Rio de Janeiro.
38.
39.
40. • Diante da grave situação, o presidente
Hermes da Fonseca resolveu aceitar as
exigências dos revoltosos. Porém, após os
marinheiros terem entregues as armas e
embarcações, o presidente solicitou a
expulsão de alguns revoltosos da Marinha.
41. • A insatisfação retornou e, no começo de
dezembro, os marinheiros fizeram outra
revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda
revolta foi fortemente reprimida pelo
governo, sendo que vários marinheiros foram
presos em celas subterrâneas da Fortaleza da
Ilha das Cobras.
42. • Neste local, onde as condições de vida eram
desumanas, alguns prisioneiros faleceram.
Outros revoltosos presos foram enviados para
a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos
forçados na produção de borracha.
43. • O líder da revolta João Cândido foi expulso da
Marinha e internado como louco no Hospital
de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido
das acusações junto com outros marinheiros
que participaram da revolta.
44. • Podemos considerar a Revolta da Chibata
como mais uma manifestação de insatisfação
ocorrida no início da República. Embora
pretendessem implantar um sistema político-
econômico moderno no país, os republicanos
trataram os problemas sociais como “casos de
polícia”.
45.
46. O TENENTISMO
• O tenentismo foi um movimento social de
caráter político-militar que ocorreu no Brasil
nas décadas de 1920 e 1930, período
conhecido como República das Oligarquias.
Contou, principalmente, com a participação
de jovens tenentes do exército.
47. • Este movimento contestava a ação política e
social dos governos representantes das
oligarquias cafeeiras. Embora tivessem uma
posição conservadora e autoritária, os
tenentes defendiam reformas políticas e
sociais. Queriam a moralidade política no país
e combatiam a corrupção.
48. • O movimento tenentista defendia as seguintes
mudanças:
- Fim do voto de cabresto (sistema de votação
baseado em violência e fraudes que só beneficiava
os coronéis);
- Reforma no sistema educacional público do país;
- Mudança no sistema de voto aberto para voto
secreto;
49. • Além disso, eram favoráveis à liberdade dos
meios de comunicação, exigiam que o poder
Executivo tivesse suas atribuições restringidas,
maior autonomia às autoridades judiciais e a
moralização dos representantes que
compunham as cadeiras do Poder Legislativo.
50. • As primeiras manifestações militares que
ganharam corpo durante a República
Oligárquica aconteceram nas eleições de
1922. Aproveitando a briga entre algumas
oligarquias estaduais, os tenentes apoiaram a
candidatura de Nilo Peçanha em oposição ao
mineiro Arthur Bernardes, politicamente
comprometido com os grandes cafeicultores .
51. • Durante essas eleições a tensão entre os
militares e o governo aumentou quando
diversas críticas contras os militares,
falsamente atribuídas a Arthur Bernardes,
foram veiculadas nos jornais da época.
52.
53. • Com a vitória eleitoral das oligarquias, a
primeira manifestação tenentista veio à tona
com uma série de levantes militares que
ficaram marcados pelo episódio dos “18 do
Forte de Copacabana”, ocorrido no Rio de
Janeiro, em julho de 1922.
54.
55. • Nos dois anos seguintes, duas novas revoltas
militares, uma no Rio Grande do Sul (1923) e
outra em São Paulo (1924), mostrou que a
presença dos tenentistas no cenário político
se reafirmava.
56. • Em 1925, com a união da Coluna Paulista (uma guerra de
movimento que, segundo alguns historiadores, pode ser
considerada uma guerra de guerrilha) e da Coluna
Riograndense originou-se a Coluna Miguel Costa - Luís Carlos
Prestes.
• Durante três anos, os tenentes percorreram a pé e a cavalo
cerca de 25.000 km. O número de integrantes da coluna
variou em função das regiões por onde passou, da adesão da
população oprimida pelas oligarquias e da repressão contra
eles empreendida pelo governo e pelos coronéis.
57.
58.
59.
60. • Apesar de todas as dificuldades que impossibilitaram
que Prestes e seus comandados atingissem seu
objetivo: tirar o presidente Artur Bernardes do
governo; a Coluna Prestes marcou época pelo seu
aguerrido combate em busca de reformas políticas e
sociais e, principalmente, por nunca ter sido
derrotada.
61.
62.
63. • Em 1927, a invencível Coluna dissolveu-se na
Bolívia. Incapazes de assumir o governo, os
homens de Prestes receberam do
comandante, eternizado pelo apelido de
Cavaleiro da Esperança, a autorização para
tomarem seu próprio destino.
64. • Alguns ficaram na Bolívia, outros
clandestinamente no Brasil onde foram presas
fáceis da repressão governamental, mas
alguns dos que voltaram se engajaram anos
depois na Revolução de 1930.
65.
66.
67.
68. A Semana de Arte Moderna de 1922:
• A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro
Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como
objetivo mostrar as novas tendências
artísticas que já vigoravam na Europa. Esta
nova forma de expressão não foi
compreendida pela elite paulista, que era
influenciada pelas formas estéticas européias
mais conservadoras. O idealizador deste
evento artístico e cultural foi o pintor Di
Cavalcanti.
69.
70.
71. • No Brasil, o descontentamento com o estilo
anterior foi bem mais explorado no campo da
literatura, com maior ênfase na poesia. Entre
os escritores modernistas destacam-se:
Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e
Manuel Bandeira.
72.
73. • Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que
realizou a primeira exposição modernista
brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas
pelo cubismo, pelo expressionismo e
futurismo, escandalizaram a sociedade da
época.
74.
75. • Monteiro Lobato não poupou críticas à
pintora, contudo, este episódio serviu como
incentivo para a realização da Semana de Arte
Moderna.
76.
77. • A Semana, na verdade, foi a explosão de
idéias inovadoras que aboliam por completo a
perfeição estética tão apreciada no século XIX.
Os artistas brasileiros buscavam uma
identidade própria e a liberdade de expressão;
com este propósito, experimentavam
diferentes caminhos sem definir nenhum
padrão.
78. • Isto culminou com a incompreensão e com a
completa insatisfação de todos que foram
assistir a este novo movimento. Logo na
abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu
poema Os sapos, foi desaprovado pela platéia
através de muitas vaias e gritos.
79.
80. • Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a
Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua
real importância ao inserir suas idéias ao
longo do tempo.
81. • O movimento modernista continuou a
expandir-se por divulgações através da
Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e
também pelos seguintes movimentos:
Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-
Amarelismo e pelo Movimento
Antropofágico.