3. O Reino da Macedônia:
• A Macedônia localizava-se na península dos
Bálcãs, também chamada de península
Balcânica, a nordeste da Grécia. A maioria da
população era formada por camponeses
livres, cujas principais ocupações eram o
cultivo de terras e a criação de gado. A língua
falada na Macedônia era parecida com a
falada na Grécia, mas não era exatamente a
mesma.
4. • Apesar das semelhanças culturais, os antigos
gregos viam com desprezo o povo da Macedônia.
Na visão preconceituosa dos antigos gregos, os
macedônios não passavam de montanheses
ignorantes que pouco diferiam dos povos
chamados de "bárbaros". Em 359 a.C., aos 23
anos de idade, Filipe tornou-se rei da Macedônia,
com o nome de Filipe II.
6. • Antes disso, ele havia passado três anos como
refém em Tebas, uma cidade grega, onde
aprendeu as mais avançadas táticas militares
da época e testemunhou as violentas batalhas
entre as cidades gregas. Filipe II aplicou tudo o
que aprendeu em Tebas para organizar um
exército poderoso e bem treinado.
7. O exército de Filipe da Macedônia:
• A cavalaria do exército de Filipe II era toda
formada por membros da nobreza (o grupo
privilegiado) enquanto que a infantaria (o grupo
de soldados que lutam a pé, sem montaria) era
formada por homens livres pobres. Ao
transformar a Macedônia numa potência militar,
Filipe II deu início à conquista da Grécia, que já se
encontrava enfraquecida em decorrência da
Guerra do Peloponeso.
8. • O ateniense Demóstenes liderou uma união
das cidades gregas contra a invasão
macedônia. No entanto, essa união não foi
suficiente para vencer o exército macedônio,
que era muito mais bem treinado, e os gregos
acabaram sendo derrotados definitivamente
em 338 a.C. na batalha de Queronéia, nome
de outra cidade grega.
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10. Guerra contra a Pérsia:
• Após ter conquistado a Grécia, Filipe II
começou a planejar uma guerra contra a
Pérsia. Os persas eram donos de um grande
império e vários povos estavam sob o seu
domínio. Os tesouros dos reis persas e as
terras férteis desse império atraíram o
interesse do rei macedônio.
11. • No entanto, Filipe II foi assassinado durante a
festa de casamento de sua filha, quando já
havia iniciado os preparativos para a guerra
contra os persas. O assassino era
supostamente um ex-amante rancoroso
(tanto na Grécia quanto na Macedônia, era
socialmente aceito que um homem tivesse
amantes de ambos os sexos).
12. • Segundo o historiador grego Plutarco, o
assassinato foi tramado pelo recém coroado
rei da Pérsia, Dario III.
15. Alexandre sobe ao trono:
• Com a morte do pai, Alexandre, que tinha então
20 anos, se tornou o novo rei da Macedônia.
Antes de se tornar rei, o jovem Alexandre já tinha
experiência política e militar. Aos 16 anos,
quando o pai liderou um ataque contra a cidade
de Bizâncio (atual Istambul, na Turquia), em 340
a.C., Alexandre assumiu temporariamente o
reino da Macedônia. Alexandre também auxiliou
o pai na batalha de Queronéia, liderando a
cavalaria.
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19. • Apesar de violento, Alexandre também era
culto e sofisticado. Ele adquiriu uma sólida
formação cultural graças às aulas que recebeu
de Aristóteles, um dos maiores filósofos da
Antiguidade. Aristóteles estudou na Academia
de Platão, importante filósofo grego. Foi Filipe
II quem confiou a educação de Alexandre aos
cuidados de Aristóteles.
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22. A conquista do Egito:
• Em 334 a.C., Alexandre liderou um exército de
milhares de homens e atravessou a Ásia Menor.
Esse exército era formado por macedônios e
gregos. Além dos soldados, Alexandre também
levou sábios da época para estudar a fauna e
flora local e cartografar o terreno.O interesse de
Alexandre pela ciência foi estimulado pelas aulas
que teve com seu mestre.
23. • Durante a campanha, o jovem rei conquistou o
litoral da Ásia Menor, marchou contra a Síria e
derrotou o exército persa na batalha de Isso.
Também dominou Tiro, cidade portuária que era
considerada inconquistável. Após a conquista
dessa cidade, milhares de pessoas foram mortas
e um e outras milhares foram escravizadas, pois
Alexandre punia com a morte ou com a
escravidão a população das cidades que
ousassem resistir.
24. • Depois disso, o exército de Alexandre avançou
rumo ao Egito, onde não encontrou resistência.
Para os egípcios, Alexandre foi considerado um
libertador, porque os livrou do domínio persa.
Por isso, os sacerdotes egípcios manifestaram
sua gratidão fazendo de Alexandre um novo
faraó. Vale lembrar que, no Egito, os faraós eram
considerados deuses, o que dá uma idéia de
como Alexandre era visto em sua época.
25. • Alexandre aproveitou a ocasião e fundou uma
nova cidade no Egito, Alexandria, que veio a
se tornar local de uma das maiores bibliotecas
da Antiguidade e um importante centro
cultural nos séculos seguintes.
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29. A queda do Império Persa:
• Do Egito, Alexandre marchou com seus
soldados em direção à Mesopotâmia. O
exército persa era mais numeroso que o de
Alexandre e contava com cavalaria, elefantes
(que eram usados nos campos de batalha mais
ou menos como os atuais tanques de guerra)
e carruagens com rodas cujos eixos tinham
lâminas pontiagudas.
30. • Quando essas carruagens corriam nos campos
de batalha, essas lâminas giravam junto com
as rodas e cortavam os soldados inimigos que
estivessem no caminho. Apesar disso tudo, o
exército persa acabou derrotado. Uma das
razões para a derrota foi o fato de que os
persas lutavam desmotivados: o rei Dario III
havia obrigado os homens a se alistarem para
a guerra.
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34. • O rei persa fugiu. Depois disso, o exército de
Alexandre passou pelas cidades da Babilônia e
de Persépolis. Essa última foi incendiada por
ordem de Alexandre para vingar a destruição
de Atenas pelos persas mais de 150 anos
antes. Quando Alexandre finalmente alcançou
Dario, este acabou morto por membros da sua
própria corte.
35. Ambição sem limites de Alexandre:
• A ambição de Alexandre não conhecia limites.
Não bastassem as conquistas já realizadas, ele
decidiu invadir a Ásia Central, atravessando o
que hoje é o Afeganistão em direção ao norte
da Índia. A resistência da população local foi
muito forte. Somente após três anos de luta e
massacres o exército de Alexandre conseguiu
conquistar uma pequena parte da região.
36. • Alexandre pretendia penetrar ainda mais no
território da Índia, mas os seus soldados,
tanto gregos quanto macedônios, estavam
cansados de guerras intermináveis e difíceis e
se recusaram a prosseguir. A contragosto, em
325 a.C, Alexandre se viu obrigado a
abandonar seus planos de novas conquistas.
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40. • Como resultado de todas essas campanhas,
Alexandre criou um império que se estendia
da Grécia ao rio Indo. Ele não voltou para a
Macedônia, permanecendo na Babilônia.
Imitando os antigos reis persas, ele cercou-se
de luxo e até ordenou que seus nobres se
ajoelhassem diante dele e beijassem sua mão.
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42. • Em 323 a.C, aos 33 anos incompletos,
Alexandre morreu, vitimado por uma febre.
Seus generais começaram a disputar o poder
entre si. O vasto império acabou se dividindo
em reinos menores, dos quais os mais
importantes eram os da Macedônia, da Síria e
do Egito. Os generais de Alexandre se
tornaram os governantes desses reinos.
43. O legado de Alexandre, o Grande:
• Alexandre contribuiu para a difusão da cultura
grega no Oriente. Suas conquistas aproximaram
Ocidente e Oriente, dando origem a uma nova
cultura, a helenística, resultado da mistura das
culturas ocidental e oriental. Em grande parte,
essa mistura foi estimulada pelo próprio
Alexandre, que além de ser tolerante em relação
à religião e cultura dos povos conquistados,
incentivava que os homens do exército se
casassem com mulheres orientais.
47. • Ele próprio deu o exemplo, casando-se com
três princesas persas. Ele teve dois filhos: um
com uma de suas esposas e o outro com uma
de suas concubinas.
Por fim, a figura de Alexandre acabou
servindo de inspiração para outro líder militar
que viveu depois dele: Júlio César, o general
romano que fundamentou as bases do que
veio a se tornar o Império Romano.
48. • Um dos aspectos que mais atrai a curiosidade
do público atual a respeito de Alexandre é o
fato de que, segundo várias fontes, Alexandre
não escondia o fato de que mantinha relações
sexuais com homens e mulheres; apesar de
seus casamentos e filhos, Alexandre preferia a
companhia de um dos seus amantes.
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50. O Helenismo:
• Helenismo é um termo que designa
tradicionalmente o período histórico e cultural
durante o qual a civilização grega se difundiu
no mundo mediterrânico, euro-asiático e no
Oriente, fundindo-se com a cultura local.
51. • Da união da cultura grega com as culturas da
Ásia Menor, Eurásia, Ásia central, Síria, África
do Norte, Fenícia, Mesopotâmia, Índia e Irã,
nasceu a civilização helenística, que obteve
grande destaque em nível artístico, filosófico,
religioso, econômico e científico. O helenismo
se difundiu do Atlântico até o rio Indo.
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53. • Do ponto de vista cronológico, o helenismo se
desenvolveu da morte de Alexandre, o
Grande, da Macedônia (323 a.C) até 147 a.C
(anexação da península grega e ilhas por
Roma). O helenismo refere-se ao
conhecimento filosófico produzido entre a
morte do Alexandre e o início da filosofia
medieval.