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UM OUTRO OLHAR SOBRE O DIFERENTE

                          ANOTHER LOOK AT THE DIFFERENT

                                                                   Denise Krinski Haupenthal1
                                                                    Marilei de Fátima Kovatli2
                                                                                Sueli Boligon3
                                                                                Ereni Ribeiro4
                                                                             Dagmara Izolan5

Resumo: Tendo como referência que a maior parte dos alunos se mantém distantes dos problemas à sua
volta e ainda faz interpretações imediatistas e fragmentadas destes e das relações que estabelece onde
vive, este artigo apresenta o projeto realizado pela 6º série do Ensino Fundamental do Colégio Marista
Santo Ângelo que teve como tema: “Um outro olhar sobre o diferente”. Este projeto visa partilhar o
conhecimento; respeitar as diferenças, sentir um pouco as limitações com as quais as pessoas com
deficiência convivem e ao mesmo tempo valorizá-los. Desse modo, os alunos construiram o
conhecimento de forma organizada e não fragmentada, estabelecendo novos vínculos e valores com a
realidade, aprofundando os diversos saberes e linguagens, convivendo afetivamente com as diferenças,
para que a partir da comunicação, possam intervir no mundo em que vivem. Contudo, percebeu-se que
os alunos refletiram e deram mais valor a tudo aquilo que eles possuem. O “ser solidário” e não
individualista, se colocar no lugar do outro, foram valores que, com certeza, eles jamais esquecerão.
Palavras-chave: Pedagogia de Projetos, Respeito às diferenças, Solidariedade.

Abstract: With reference to the majority of students remain distant from the problems around them and
still make interpretations on immediate and fragmented them and their relationships where you live, this
article presents the design done by the 6th grade on the Marist College St. Angelo whose theme was:
“Another look at the different.” This project aims to share knowledge, respect differences, to feel
somewhat the constraints under which people with disabilities live and at the same time valuing them.
Thus, students construct knowledge in an organized manner and not piecemeal, establishing new ties
and values with the reality, deepening the diverse knowledge and languages, living affectively with the
differences, so that from the communication, may engage the world in which live. However, it was
noticed that the students reflected on and gave more value to everything they have. The "being
supportive" and not individualistic, putting yourself in the other, values that were, surely, they will
never forget.
Key-words: Pedagogy Project, Respect for differences, Solidarity.

CONTEXTO DO RELATO
         Tendo como referência que a maior parte dos alunos se mantém distantes
dos problemas à sua volta e ainda faz interpretações imediatistas e fragmentadas
destes e das relações que estabelece onde vive, propomos este projeto que visa
partilhar o conhecimento; respeitar as diferenças, sentir um pouco as limitações
com as quais os deficientes convivem e ao mesmo tempo valorizá-los.
         O projeto realizado pela 6º série do Ensino Fundamental do Colégio
Marista Santo Ângelo teve como tema: “Um outro olhar sobre o diferente”.



1
  Colégio Marista Santo Ângelo/denise.krinski@maristas.org.br.
2
  Colégio Marista Santo Ângelo/marilei.kovatli@maristas.org.br.
3
  Colégio Marista Santo Ângelo/sueli.boligon@maristas.org.br.
4
  Colégio Marista Santo Ângelo/ ereni.ribeiro@maristas.org.br.
5
  Colégio Marista Santo Ângelo/dagmara.izolan@maristas.org.br.

    Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista                      Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
P á g i n a | 139

        O grupo é composto por 26 alunos, e uma das virtudes da turma é o
comprometimento com tudo aquilo que faz. Os alunos vão além de tudo aquilo que
é proposto a eles.
        Desse modo, os alunos deverão construir o conhecimento de forma
organizada e não fragmentada, estabelecendo novos vínculos e valores com a
realidade, aprofundando os diversos saberes e linguagens, convivendo
afetivamente com as diferenças, para que a partir da comunicação, intervenha no
mundo em que vivemos.
A PEDAGOGIA DE PROJETOS
         A discussão sobre Pedagogia de Projetos não é nova. Ela surge no início
do século, com John Dewey e outros representantes. Na época, falava-se que
“educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a
escola deve representar a vida presente – tão real e vital para o aluno como a que
ele vive em casa, no bairro ou no pátio” (DEWEY, 1897).
         Os tempos mudaram, quase um século se passou e essa afirmação continua
ainda atual. A discussão da função social da escola, do significado das experiências
escolares para os alunos que dela participam foi e continua a ser um dos assuntos
mais polêmicos entre nós, educadores.
         Surge, assim, uma necessidade urgente de re-significar o espaço escolar –
com seus tempos, rotinas e processos – de modo que ele possa, efetivamente, estar
voltado para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, cidadãos atuantes e
participativos, como desejam os profissionais da educação.
         A Pedagogia de Projetos visa à re-significação desse espaço escolar,
transformando-o em um espaço vivo de interações, aberto ao real e às suas
múltiplas dimensões. O trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para
entendermos o processo de ensino/aprendizagem.
         Aprender deixa de ser um simples ato de memorização e ensinar não
significa mais repassar conteúdos prontos. Todo conhecimento é construído em
estreita relação com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo,
impossível separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse
processo.
         A formação dos alunos não pode ser pensada apenas como uma atividade
intelectual. É um processo global e complexo, onde conhecer e intervir no real não
se encontram dissociados.
         Quando o aluno participa de um projeto, ele está envolvido em uma
experiência educativa em que o processo de construção do conhecimento está
integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser apenas um aprendiz do
conteúdo de áreas de conhecimento qualquer e passa a desenvolver uma atividade
complexa se formando como sujeito cultural.
         Para se trabalhar com projetos é fundamental que haja o envolvimento dos
alunos. Características como a responsabilidade e a autonomia são essenciais. A
autenticidade é uma característica fundamental. O problema a ser estudado, precisa
ser relevante e ter um caráter real para os alunos. Além disso, o problema não é
independente do contexto sociocultural e os alunos procuram construir respostas
pessoais e originais.

 Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista            Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
P á g i n a | 140

         O que se faz necessário é garantir que esse problema passe a ser de todos,
com um envolvimento efetivo na definição dos objetivos e das etapas para alcançá-
los, na participação nas atividades vivenciadas e no processo de avaliação.
         Para Edwards (1999) toda a criança é um artista ao seu modo. O autor faz
referência a Malagussi em seu trabalho citando que “Precisamos oferecer um
“monte” de possibilidades... muitos materiais... muitas linguagens... pois possuir
muitas linguagens significa ter muitas possibilidades para exprimir-se.”
         Em todo esse processo, convicções iniciais vão sendo superadas e outras
mais complexas vão sendo construídas. As novas aprendizagens passam a fazer
parte dos esquemas de conhecimento dos alunos e vão servir de conhecimento
prévio para outras situações de aprendizagem.
IDENTIDADE X DIFERENÇA
         A identidade e a diferença são independentes, mas partilham de uma
mesma característica, são o resultado de atos de criação linguística. De acordo com
Tomaz (2000), elas precisam ser produzidas, pertencendo ao mundo cultural e
social, sendo nós que a produzimos no contexto das relações culturais e sociais.
         A identidade, assim como a diferença é uma relação social, estando sujeita
as relações de poder. O poder de definir a identidade e de marcar a diferença não
pode ser separado das relações de poder. Tomaz em seu trabalho sobre a produção
social da identidade e da diferença ressalta:

                                A diferenciação é o processo central pelo qual a identidade e a
                     diferença são produzidas. Há, entretanto, uma série de outros processos que
                     traduzem essa diferenciação ou que com ela guardam uma estreita relação.
                     São outras tantas marcas da presença do poder: incluir/excluir (“estes
                     pertencem, aqueles não”); demarcar fronteiras (“nós” e “eles”); classificar
                     (“bons” e “maus”; “puros” e “impuros”; “desenvolvidos” e “primitivos”;
                     “racionais” e “irracionais”); normalizar (“nós somos normais, eles são
                     anormais”).(Tomaz, 2000. p.78)


       Antes de respeitar e admitir a diferença, é necessário entender e explicar
como ela é produzida, a diversidade biológica pode ser um produto da natureza, o
mesmo não se pode dizer da diversidade cultural.

                                Respeitar a diferença não pode significar “deixar que o outro seja
                     como eu sou” ou “ deixar que o outro seja diferente de mim tal como eu sou
                     diferente(do outro), mas deixar que o outro seja como eu não sou, deixar que
                     ele seja esse outro que não pode ser eu, que eu não posso ser, que não pode
                     ser (outro) eu; significa deixar que o outro seja diferente...(Pardo, 1996,
                     p.154)


        O conceito de diferença não substitui o conceito de diversidade, ou o
conceito de pluralidade, e muito menos o conceito de deficiência, Scott(1995)
afirma que “ a diversidade se refere a uma pluralidade de identidades e é vista



 Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista                   Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
P á g i n a | 141

como uma condição da existência humana e não como o efeito de um enunciado da
diferença que constitui as hierarquias e as assimetrias de poder”.
         Skliar(1999) define alguns aspectos acerca do sentido das diferenças: as
diferenças não são uma obviedade cultural nem uma marca de “pluralidade”; as
diferenças se constroem histórica, social e politicamente, não podendo caracterizar-
se como totalidades fixas, essenciais e inalteráveis; também que as diferenças não
devem ser entendidas como um estado não desejável, impróprio, de algo que cedo
ou tarde voltará a normalidade; as diferenças dentro de uma cultura devem ser
definidas como diferenças políticas e não simplesmente como diferenças formais,
textuais ou linguísticas.
DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES
         Na disciplina de Língua Portuguesa, os alunos leram o livro: “O olhar de
azul” de Júlio Emílio Brás (1996) que trata a história de uma menina que é
tetraplégica.
         A partir daí, os alunos conheceram um pouco do dia-a-dia de uma pessoa
portadora de necessidades especiais, os seus anseios e limitações.
         Os alunos também vivenciaram através de algumas atividades, como a
pessoa portadora de necessidades especiais se sente ao realizar algumas tarefas.
         A personagem do livro: “Azul” pintava telas com a boca. Tamanha foi a
vontade dos alunos em realizar essa atividade. Nesse momento, eles puderam sentir
realmente como é desafiante realizar essa tarefa. Com o pincel na boca, as crianças
não tinham o pleno controle na hora de dosar a quantidade de tinta, de desenhar e
pintar.
         Com o trabalho pronto, a satisfação era latente. Os quadros ficaram
belíssimos. A energia e o sentimento de cada um estavam ali, reproduzido nas
telas. Após a pintura, também na disciplina de Língua Portuguesa, eles
confeccionaram camisetas com TNT e escreveram a sensação que eles tiveram no
momento que estavam pintando com a boca. Por que a camiseta?
         Por que eles realmente se colocaram no lugar de uma pessoa portadora de
necessidades especiais, literalmente “vestiram a camiseta”.
         Outra etapa do trabalho foi a divisão dos alunos em seis grupos. Cada
grupo aprofundou sobre uma determinada deficiência. Dentre elas estão: a
deficiência auditiva, a deficiência visual, a deficiência da fala, a deficiência física,
o autismo e a síndrome de down.
         Em matemática foi confeccionado os números utilizando o sistema Braille,
material esse que os alunos manusearam como experiência de sensibilização do
toque. Através dessa atividade os alunos também oportunizaram as demais turmas
a também vivenciar essa experiência, com o material que foi distribuído no dia do
encerramento do projeto.
         Da disciplina de Educação Para o Pensar, realizaram outra atividade
prática: alguns vendaram os olhos, outros imobilizaram um dos braços, outros uma
das pernas, outros vendaram a boca , outros os ouvidos e fizeram um passeio nas
dependências do Colégio e um outro até a praça Pinheiro Machado. De volta as
dependências do colégio, enfrentaram o desafio de lanchar na condição de um
portador de necessidades especiais. Feito isso, fizeram o relato respondendo a

 Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista              Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
P á g i n a | 142

seguinte pergunta: Como me senti vivenciando essa experiência? Os relatos foram
emocionantes, destacando a importância dos valores tais como: a cooperação, o
respeito, a responsabilidade, a amizade, a justiça, entre outros. Segundo a turma, é
preciso olhar para todos, sejam portadores ou não de necessidades especiais, como
muito respeito e sem preconceito. Acreditamos que todo o ser humano deveria
vivenciar tais experiências para aprender a olhar o seu semelhante com mais
respeito. O ambiente escolar é o espaço privilegiado para trabalharmos esses
valores de uma forma contextualizada.
         O laboratório de tecnologias foi o espaço para a produção digital, o uso
dos recursos tecnológicos possibilitou aos alunos realizarem diversas atividades.
Os alunos utilizaram a internet para: conhecer a legislação da educação especial,
definir os tipos de deficiências, tratamentos, sintomas; identificar os institutos e
ONGs voltados a educação especial. Trabalhando com o editor de texto, os alunos
produziram os textos em meio digital, que após as correções da professora de
Língua Portuguesa, eram armazenados no ambiente virtual de aprendizagem. No
decorrer das atividades os alunos foram armazenando em um repositório de
trabalhos/atividades, o material produzido nas diferentes disciplinas para depois
finalizarem o projeto com a criação de uma apresentação interativa. Os alunos
individualmente relataram através de um depoimento, a sua participação nas
atividades práticas e em grupo elaboraram o material para o encerramento do
projeto. Para a culminância do projeto, os alunos prepararam o material a ser
apresentado utilizando o editor de slides e selecionaram o vídeo de abertura. Eles
apresentaram o projeto para a turma da 5ª e 7ª série, para os professores
participantes e equipe pedagógica do colégio.
         Na disciplina de Arte foi feito pequenos grupos de quatro ou cinco alunos
onde alguns alunos foram vendados e outros serviam de guias para pinturas com
tinta guache e papel pardo, onde os alunos vendados que pintavam sem ver o que
estavam fazendo, depois de terminado o trabalho os alunos comentaram que
sentiram insegurança e medo ao executar a atividade, receio de errar e sair do
limite do papel.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DO RELATO
         A Pedagogia de Projetos é um caminho para transformar a escola num
ambiente propicio à construção de aprendizagens significativas. Neste processo de
construção do conhecimento, a escola precisa observar as habilidades e valores dos
alunos, pois eles estão inseridos na cultura informática. Saber explorar este
conhecimento dos meios digitais permite aos alunos aproximarem-se de tarefas de
seu cotidiano.
         A Pedagogia de Projetos possibilita assim, que os educandos decidam,
opinem, debatam e construam sua autonomia e seu compromisso com o social,
formando-se como sujeitos culturais.
         Foi sem dúvida alguma, o projeto que mexeu com a maneira de agir e
pensar de cada aluno. Eles se sensibilizaram profundamente com o tema escolhido.
Perceberam e aprenderam que as pessoas com deficiência são realmente
“especiais” por que elas lutam e não ficam se lamentando. Elas são exemplos para
a nossa vida.

 Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista            Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
P á g i n a | 143

         Quando os alunos individualmente relataram através de um depoimento a
sua participação nas atividades práticas, foi possível perceber as mudanças de
postura, a sensibilização, o ser solidário surgindo nos alunos. Também na
elaboração do material a ser apresentado na culminância do projeto, os alunos
preocuparam-se em colocar em prática as questões estudadas, como a
acessibilidade as informações, desde o momento da escolha do vídeo de abertura, a
elaboração dos cartazes, dos slides, a distribuição das telas no ambiente, elaboração
de cartões dos números no Sistema Braille.
         É importante que a escola preocupe-se em possibilitar condições para os
alunos crescerem como cidadãos. Assim, os projetos de trabalho se inserem como
sendo uma mudança de postura, o que exige um repensar da prática pedagógica e
das teorias.
CONCLUSÃO
         Todos os sujeitos são diferentes uns dos outros, apesar de fazerem parte de
um conjunto humano com inúmeras semelhanças e, especialmente, da premência
da igualdade de condições. Diferença não significa inferioridade, ao contrário é
condição para a riqueza de expressões humanas.
         Faz-se necessário que as condições de acesso ao mundo sejam iguais para
todos.
         Com certeza, os alunos refletiram e deram mais valor a tudo aquilo que
eles possuem. O “ser solidário” e não individualista, se colocar no lugar do outro,
foram valores que, com certeza, eles jamais esquecerão.
         Saber respeitar as diferenças e valorizar tudo o que se tem, valorizar todos
os sentidos perfeitos, visão, audição, tato, valorizando e respeitando as diferenças
de cada pessoa e a capacidade mesmo que limitada de cada ser humano.
REFERÊNCIAS
BRÁS, Júlio Emílio. O olhar de azul. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
DEWEY, J. Vida e educação. São Paulo: Melhoramentos, 1897.
EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: a
abordagem Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed,
1999.
SCOTT, John. Multiculturalism and the politics of identify. In: J. Tachman (Ed.)
The identify in question. New York: Routledge, 1995. p.3-12.
SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença.
Petrópolis: Vozes, 2000. p.73-102.
SKLIAR, Carlos. A invenção e a exclusão da alteridade “deficiente” a partir dos
significados da normalidade. Educação & Realidade, v.24, n.1, 1999. p.15-32.




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  • 1. UM OUTRO OLHAR SOBRE O DIFERENTE ANOTHER LOOK AT THE DIFFERENT Denise Krinski Haupenthal1 Marilei de Fátima Kovatli2 Sueli Boligon3 Ereni Ribeiro4 Dagmara Izolan5 Resumo: Tendo como referência que a maior parte dos alunos se mantém distantes dos problemas à sua volta e ainda faz interpretações imediatistas e fragmentadas destes e das relações que estabelece onde vive, este artigo apresenta o projeto realizado pela 6º série do Ensino Fundamental do Colégio Marista Santo Ângelo que teve como tema: “Um outro olhar sobre o diferente”. Este projeto visa partilhar o conhecimento; respeitar as diferenças, sentir um pouco as limitações com as quais as pessoas com deficiência convivem e ao mesmo tempo valorizá-los. Desse modo, os alunos construiram o conhecimento de forma organizada e não fragmentada, estabelecendo novos vínculos e valores com a realidade, aprofundando os diversos saberes e linguagens, convivendo afetivamente com as diferenças, para que a partir da comunicação, possam intervir no mundo em que vivem. Contudo, percebeu-se que os alunos refletiram e deram mais valor a tudo aquilo que eles possuem. O “ser solidário” e não individualista, se colocar no lugar do outro, foram valores que, com certeza, eles jamais esquecerão. Palavras-chave: Pedagogia de Projetos, Respeito às diferenças, Solidariedade. Abstract: With reference to the majority of students remain distant from the problems around them and still make interpretations on immediate and fragmented them and their relationships where you live, this article presents the design done by the 6th grade on the Marist College St. Angelo whose theme was: “Another look at the different.” This project aims to share knowledge, respect differences, to feel somewhat the constraints under which people with disabilities live and at the same time valuing them. Thus, students construct knowledge in an organized manner and not piecemeal, establishing new ties and values with the reality, deepening the diverse knowledge and languages, living affectively with the differences, so that from the communication, may engage the world in which live. However, it was noticed that the students reflected on and gave more value to everything they have. The "being supportive" and not individualistic, putting yourself in the other, values that were, surely, they will never forget. Key-words: Pedagogy Project, Respect for differences, Solidarity. CONTEXTO DO RELATO Tendo como referência que a maior parte dos alunos se mantém distantes dos problemas à sua volta e ainda faz interpretações imediatistas e fragmentadas destes e das relações que estabelece onde vive, propomos este projeto que visa partilhar o conhecimento; respeitar as diferenças, sentir um pouco as limitações com as quais os deficientes convivem e ao mesmo tempo valorizá-los. O projeto realizado pela 6º série do Ensino Fundamental do Colégio Marista Santo Ângelo teve como tema: “Um outro olhar sobre o diferente”. 1 Colégio Marista Santo Ângelo/denise.krinski@maristas.org.br. 2 Colégio Marista Santo Ângelo/marilei.kovatli@maristas.org.br. 3 Colégio Marista Santo Ângelo/sueli.boligon@maristas.org.br. 4 Colégio Marista Santo Ângelo/ ereni.ribeiro@maristas.org.br. 5 Colégio Marista Santo Ângelo/dagmara.izolan@maristas.org.br. Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
  • 2. P á g i n a | 139 O grupo é composto por 26 alunos, e uma das virtudes da turma é o comprometimento com tudo aquilo que faz. Os alunos vão além de tudo aquilo que é proposto a eles. Desse modo, os alunos deverão construir o conhecimento de forma organizada e não fragmentada, estabelecendo novos vínculos e valores com a realidade, aprofundando os diversos saberes e linguagens, convivendo afetivamente com as diferenças, para que a partir da comunicação, intervenha no mundo em que vivemos. A PEDAGOGIA DE PROJETOS A discussão sobre Pedagogia de Projetos não é nova. Ela surge no início do século, com John Dewey e outros representantes. Na época, falava-se que “educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve representar a vida presente – tão real e vital para o aluno como a que ele vive em casa, no bairro ou no pátio” (DEWEY, 1897). Os tempos mudaram, quase um século se passou e essa afirmação continua ainda atual. A discussão da função social da escola, do significado das experiências escolares para os alunos que dela participam foi e continua a ser um dos assuntos mais polêmicos entre nós, educadores. Surge, assim, uma necessidade urgente de re-significar o espaço escolar – com seus tempos, rotinas e processos – de modo que ele possa, efetivamente, estar voltado para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, cidadãos atuantes e participativos, como desejam os profissionais da educação. A Pedagogia de Projetos visa à re-significação desse espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de interações, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões. O trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para entendermos o processo de ensino/aprendizagem. Aprender deixa de ser um simples ato de memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos. Todo conhecimento é construído em estreita relação com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo. A formação dos alunos não pode ser pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo, onde conhecer e intervir no real não se encontram dissociados. Quando o aluno participa de um projeto, ele está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de construção do conhecimento está integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser apenas um aprendiz do conteúdo de áreas de conhecimento qualquer e passa a desenvolver uma atividade complexa se formando como sujeito cultural. Para se trabalhar com projetos é fundamental que haja o envolvimento dos alunos. Características como a responsabilidade e a autonomia são essenciais. A autenticidade é uma característica fundamental. O problema a ser estudado, precisa ser relevante e ter um caráter real para os alunos. Além disso, o problema não é independente do contexto sociocultural e os alunos procuram construir respostas pessoais e originais. Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
  • 3. P á g i n a | 140 O que se faz necessário é garantir que esse problema passe a ser de todos, com um envolvimento efetivo na definição dos objetivos e das etapas para alcançá- los, na participação nas atividades vivenciadas e no processo de avaliação. Para Edwards (1999) toda a criança é um artista ao seu modo. O autor faz referência a Malagussi em seu trabalho citando que “Precisamos oferecer um “monte” de possibilidades... muitos materiais... muitas linguagens... pois possuir muitas linguagens significa ter muitas possibilidades para exprimir-se.” Em todo esse processo, convicções iniciais vão sendo superadas e outras mais complexas vão sendo construídas. As novas aprendizagens passam a fazer parte dos esquemas de conhecimento dos alunos e vão servir de conhecimento prévio para outras situações de aprendizagem. IDENTIDADE X DIFERENÇA A identidade e a diferença são independentes, mas partilham de uma mesma característica, são o resultado de atos de criação linguística. De acordo com Tomaz (2000), elas precisam ser produzidas, pertencendo ao mundo cultural e social, sendo nós que a produzimos no contexto das relações culturais e sociais. A identidade, assim como a diferença é uma relação social, estando sujeita as relações de poder. O poder de definir a identidade e de marcar a diferença não pode ser separado das relações de poder. Tomaz em seu trabalho sobre a produção social da identidade e da diferença ressalta: A diferenciação é o processo central pelo qual a identidade e a diferença são produzidas. Há, entretanto, uma série de outros processos que traduzem essa diferenciação ou que com ela guardam uma estreita relação. São outras tantas marcas da presença do poder: incluir/excluir (“estes pertencem, aqueles não”); demarcar fronteiras (“nós” e “eles”); classificar (“bons” e “maus”; “puros” e “impuros”; “desenvolvidos” e “primitivos”; “racionais” e “irracionais”); normalizar (“nós somos normais, eles são anormais”).(Tomaz, 2000. p.78) Antes de respeitar e admitir a diferença, é necessário entender e explicar como ela é produzida, a diversidade biológica pode ser um produto da natureza, o mesmo não se pode dizer da diversidade cultural. Respeitar a diferença não pode significar “deixar que o outro seja como eu sou” ou “ deixar que o outro seja diferente de mim tal como eu sou diferente(do outro), mas deixar que o outro seja como eu não sou, deixar que ele seja esse outro que não pode ser eu, que eu não posso ser, que não pode ser (outro) eu; significa deixar que o outro seja diferente...(Pardo, 1996, p.154) O conceito de diferença não substitui o conceito de diversidade, ou o conceito de pluralidade, e muito menos o conceito de deficiência, Scott(1995) afirma que “ a diversidade se refere a uma pluralidade de identidades e é vista Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
  • 4. P á g i n a | 141 como uma condição da existência humana e não como o efeito de um enunciado da diferença que constitui as hierarquias e as assimetrias de poder”. Skliar(1999) define alguns aspectos acerca do sentido das diferenças: as diferenças não são uma obviedade cultural nem uma marca de “pluralidade”; as diferenças se constroem histórica, social e politicamente, não podendo caracterizar- se como totalidades fixas, essenciais e inalteráveis; também que as diferenças não devem ser entendidas como um estado não desejável, impróprio, de algo que cedo ou tarde voltará a normalidade; as diferenças dentro de uma cultura devem ser definidas como diferenças políticas e não simplesmente como diferenças formais, textuais ou linguísticas. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES Na disciplina de Língua Portuguesa, os alunos leram o livro: “O olhar de azul” de Júlio Emílio Brás (1996) que trata a história de uma menina que é tetraplégica. A partir daí, os alunos conheceram um pouco do dia-a-dia de uma pessoa portadora de necessidades especiais, os seus anseios e limitações. Os alunos também vivenciaram através de algumas atividades, como a pessoa portadora de necessidades especiais se sente ao realizar algumas tarefas. A personagem do livro: “Azul” pintava telas com a boca. Tamanha foi a vontade dos alunos em realizar essa atividade. Nesse momento, eles puderam sentir realmente como é desafiante realizar essa tarefa. Com o pincel na boca, as crianças não tinham o pleno controle na hora de dosar a quantidade de tinta, de desenhar e pintar. Com o trabalho pronto, a satisfação era latente. Os quadros ficaram belíssimos. A energia e o sentimento de cada um estavam ali, reproduzido nas telas. Após a pintura, também na disciplina de Língua Portuguesa, eles confeccionaram camisetas com TNT e escreveram a sensação que eles tiveram no momento que estavam pintando com a boca. Por que a camiseta? Por que eles realmente se colocaram no lugar de uma pessoa portadora de necessidades especiais, literalmente “vestiram a camiseta”. Outra etapa do trabalho foi a divisão dos alunos em seis grupos. Cada grupo aprofundou sobre uma determinada deficiência. Dentre elas estão: a deficiência auditiva, a deficiência visual, a deficiência da fala, a deficiência física, o autismo e a síndrome de down. Em matemática foi confeccionado os números utilizando o sistema Braille, material esse que os alunos manusearam como experiência de sensibilização do toque. Através dessa atividade os alunos também oportunizaram as demais turmas a também vivenciar essa experiência, com o material que foi distribuído no dia do encerramento do projeto. Da disciplina de Educação Para o Pensar, realizaram outra atividade prática: alguns vendaram os olhos, outros imobilizaram um dos braços, outros uma das pernas, outros vendaram a boca , outros os ouvidos e fizeram um passeio nas dependências do Colégio e um outro até a praça Pinheiro Machado. De volta as dependências do colégio, enfrentaram o desafio de lanchar na condição de um portador de necessidades especiais. Feito isso, fizeram o relato respondendo a Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
  • 5. P á g i n a | 142 seguinte pergunta: Como me senti vivenciando essa experiência? Os relatos foram emocionantes, destacando a importância dos valores tais como: a cooperação, o respeito, a responsabilidade, a amizade, a justiça, entre outros. Segundo a turma, é preciso olhar para todos, sejam portadores ou não de necessidades especiais, como muito respeito e sem preconceito. Acreditamos que todo o ser humano deveria vivenciar tais experiências para aprender a olhar o seu semelhante com mais respeito. O ambiente escolar é o espaço privilegiado para trabalharmos esses valores de uma forma contextualizada. O laboratório de tecnologias foi o espaço para a produção digital, o uso dos recursos tecnológicos possibilitou aos alunos realizarem diversas atividades. Os alunos utilizaram a internet para: conhecer a legislação da educação especial, definir os tipos de deficiências, tratamentos, sintomas; identificar os institutos e ONGs voltados a educação especial. Trabalhando com o editor de texto, os alunos produziram os textos em meio digital, que após as correções da professora de Língua Portuguesa, eram armazenados no ambiente virtual de aprendizagem. No decorrer das atividades os alunos foram armazenando em um repositório de trabalhos/atividades, o material produzido nas diferentes disciplinas para depois finalizarem o projeto com a criação de uma apresentação interativa. Os alunos individualmente relataram através de um depoimento, a sua participação nas atividades práticas e em grupo elaboraram o material para o encerramento do projeto. Para a culminância do projeto, os alunos prepararam o material a ser apresentado utilizando o editor de slides e selecionaram o vídeo de abertura. Eles apresentaram o projeto para a turma da 5ª e 7ª série, para os professores participantes e equipe pedagógica do colégio. Na disciplina de Arte foi feito pequenos grupos de quatro ou cinco alunos onde alguns alunos foram vendados e outros serviam de guias para pinturas com tinta guache e papel pardo, onde os alunos vendados que pintavam sem ver o que estavam fazendo, depois de terminado o trabalho os alunos comentaram que sentiram insegurança e medo ao executar a atividade, receio de errar e sair do limite do papel. ANÁLISE E DISCUSSÃO DO RELATO A Pedagogia de Projetos é um caminho para transformar a escola num ambiente propicio à construção de aprendizagens significativas. Neste processo de construção do conhecimento, a escola precisa observar as habilidades e valores dos alunos, pois eles estão inseridos na cultura informática. Saber explorar este conhecimento dos meios digitais permite aos alunos aproximarem-se de tarefas de seu cotidiano. A Pedagogia de Projetos possibilita assim, que os educandos decidam, opinem, debatam e construam sua autonomia e seu compromisso com o social, formando-se como sujeitos culturais. Foi sem dúvida alguma, o projeto que mexeu com a maneira de agir e pensar de cada aluno. Eles se sensibilizaram profundamente com o tema escolhido. Perceberam e aprenderam que as pessoas com deficiência são realmente “especiais” por que elas lutam e não ficam se lamentando. Elas são exemplos para a nossa vida. Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011
  • 6. P á g i n a | 143 Quando os alunos individualmente relataram através de um depoimento a sua participação nas atividades práticas, foi possível perceber as mudanças de postura, a sensibilização, o ser solidário surgindo nos alunos. Também na elaboração do material a ser apresentado na culminância do projeto, os alunos preocuparam-se em colocar em prática as questões estudadas, como a acessibilidade as informações, desde o momento da escolha do vídeo de abertura, a elaboração dos cartazes, dos slides, a distribuição das telas no ambiente, elaboração de cartões dos números no Sistema Braille. É importante que a escola preocupe-se em possibilitar condições para os alunos crescerem como cidadãos. Assim, os projetos de trabalho se inserem como sendo uma mudança de postura, o que exige um repensar da prática pedagógica e das teorias. CONCLUSÃO Todos os sujeitos são diferentes uns dos outros, apesar de fazerem parte de um conjunto humano com inúmeras semelhanças e, especialmente, da premência da igualdade de condições. Diferença não significa inferioridade, ao contrário é condição para a riqueza de expressões humanas. Faz-se necessário que as condições de acesso ao mundo sejam iguais para todos. Com certeza, os alunos refletiram e deram mais valor a tudo aquilo que eles possuem. O “ser solidário” e não individualista, se colocar no lugar do outro, foram valores que, com certeza, eles jamais esquecerão. Saber respeitar as diferenças e valorizar tudo o que se tem, valorizar todos os sentidos perfeitos, visão, audição, tato, valorizando e respeitando as diferenças de cada pessoa e a capacidade mesmo que limitada de cada ser humano. REFERÊNCIAS BRÁS, Júlio Emílio. O olhar de azul. São Paulo: Paz e Terra, 1996. DEWEY, J. Vida e educação. São Paulo: Melhoramentos, 1897. EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: a abordagem Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 1999. SCOTT, John. Multiculturalism and the politics of identify. In: J. Tachman (Ed.) The identify in question. New York: Routledge, 1995. p.3-12. SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. Petrópolis: Vozes, 2000. p.73-102. SKLIAR, Carlos. A invenção e a exclusão da alteridade “deficiente” a partir dos significados da normalidade. Educação & Realidade, v.24, n.1, 1999. p.15-32. Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista Vol. 1, n. 1. jan./jun. 2011