2. foi o principal centro da escultura
portuguesa desde o Gótico ao Renascimento. Guimarães
, e foram importantes
núcleos, para além de outros centros regionais
como ou ..
Coimbra
Batalha
Santarém
Lisboa
Évora
3. O túmulo do bispo de Évora D.
Durando Pais (falecido em 1283) foi
inicialmente colocado na Sé e
encontra-se hoje no museu da
cidade.
O estilo rígido e a representação
jacente muito sofrível não impede
que simbolize o arranque da
oficina eborense que, não tardará,
concorrerá com Coimbra e Lisboa.
4. O túmulo de Fernão Gonçalves
Cogominho encontra-se no Museu de
Évora, proveniente da igreja de S.
Francisco.
O sepultado era bastardo do cónego da
Sé de Lisboa.
A obra data de c. 1364 e representa a
realização mais comum da oficina
eborense, distinguindo-se dos modelos
conimbricenses por ter as faces mais
planas e as esculturas de menor relevo
9. Coimbra era a mais importante oficina de escultura. A cidade tinha
alguma tradição escultórica desde o tempo romano.
Lívia
Séc. I - MNMC
Cabeça - Imperatriz Agripina Maior
Séc. I - MNMC
Pé de altar visigótico
MNMC
11. O rio Mondego constituía excelente via de
comunicação para o transporte da pedra e
exportação das peças, quer para o interior
beirão, quer para o litoral.
12. No mosteiro de Celas, encontramos o núcleo
mais importante de escultura decorativa, no
séc. XIII. Os capitéis historiados do claustro são
de autoria desconhecida.
13. Havia em Coimbra muitos e bons encomendantes:
Sé, mosteiros, igrejas e, a partir de 1537, os vários
colégios universitários, além das encomendas de
importantes dignitários da nobreza e da família
real: Rainha D. Isabel ou Infante D. Pedro.
14. Aqui se fixaram muitos artistas estrangeiros, formando-se
então uma verdadeira indústria.
João de Ruão
Deposição no Túmulo
Séc. XVI
MNMC
15. Arca relicário dos mártires de Marrocos [Vital, Berardo,
Acúrcio, Adjuto e Otão, martirizados em 1220]; finais séc.
XIII, proveniente do Mosteiro Lorvão; MNMC
16. O túmulo de D. Rodrigo Sanches (meados séc. XIII), bastardo de D. Sancho I, morto em
combate e sepultado no mosteiro de Grijó (Gaia) é o mais antigo jacente gótico. Ainda
muito arcaico, será o ponto de partida dos imaginários de Coimbra, oficina de
onde, segundo Pedro Dias, provém esta obra.
17. Túmulo do bispo de Coimbra D. Tibúrcio (séc. XIII), na Sé Velha. A escultura tumular coloca-
se ao serviço de uma estratégia de afirmação do poder, individualizando a sepultura dos
poderosos, preservando assim a sua memória.
18. Túmulo de D. Vataça Lascaris na Sé Velha de Coimbra, foi executado por mestre Pêro em
1337. D. Vataça era uma dama bizantina do séquito de Isabel de Aragão. A tumulária com
elementos identificadores generaliza-se no século XIII, correspondendo ao desejo de
afirmação dos estratos mais altos da sociedade, quer religiosos, quer civis.
19. Mestre Pêro radicou-se na corte de Isabel de Aragão (1296-1336), proveniente de Aragão ou
da Catalunha. O túmulo da Rainha Santa Isabel data de c. 1326.
20. O túmulo da Rainha Santa é
a obra-prima de Mestre
Pêro e a razão da sua vinda
para Coimbra. Esta obra
definiria um modelo que
seria repetido noutras
cidades pelos notáveis do
reino e será apenas
suplantado pelos túmulos
de Alcobaça.
21. Mestre Pêro
Arca tumular de D. Gonçalo Pereira, arcebispo de Braga
(jacente do escultor lisboeta Telo Garcia)
1334
Sé de Braga
22. Mestre Pêro
Túmulo da Infanta D. Isabel [neta da Rainha Santa]
C. 1326 – 1330
Convento de Santa Clara-a-Nova
Proveniente de Santa Clara-a-Velha
Coimbra
23. Autor desconhecido
Túmulo de D. Isabel de Urgel, duquesa de Coimbra
[mulher do Infante D. Pedro]
Final do séc. XIV
Convento de Santa Clara-a-Nova
Proveniente de Santa Clara-a-Velha
24. «A escultura de Mestre
Pêro tem características
muito peculiares: uma
boa modelação dos
corpos, excelente
lançamento dos
panejamentos,
preocupação com os
adereços,
nomeadamente com os
firmais que fixam os
mantos sobre o peito
das imagens (...) e um S
bem pronunciado em
todas as imagens. As
cabeças são, no
entanto, demasiado
grandes em relação ao
corpo (...). Os rostos são
estereotipados, com os
olhos muito rasgados,
em amêndoa e o queixo Nossa Senhora com o Menino Nossa Senhora do Ó
com um pequeno C. 1330 – 1340 C. 1330 – 1340
Proveniente de Montemor-o-Velho Proveniente da Sé Velha de Coimbra
ressalto.» MNMC MNMC
25. Nossa Senhora com o Menino Atribuído a Mestre Pêro Mestre Pêro
C. 1330 – 1340 Virgem com o Menino Nossa Senhora do Ó
Podentes
MNMC
MNAA MNMC
26. Mestre Pêro Irradiação da oficina de
Atribuído a Mestre Pêro Nossa Senhora Mestre Pêro Mestre Pêro
Virgem da Expectação Museu Alberto Sampaio Virgem do Ó Virgem com Menino
MNAA Guimarães Museu de Lamego MNAA
27. Seguidor do Mestre Pêro
Atribuído a Mestre Pêro Mestre Pêro Nossa Senhora do Ó
Nossa Senhora do Ó Santa Mártir Museu Diocesano de Tuy
Museu de Lamego MNMC Meados séc. XIV.
31. «Mestre das Senhoras Esguias»:
«No final do séc. XIV, deve ter vindo
para Coimbra um mestre de origem
ou educação francesa, que dirigiu a
oficina de onde saíram esculturas de
dimensões mais avantajadas do que
era habitual fazer (...) Não se pode
afirmar que se trate de um só
mestre, antes pensamos numa
oficina ou num grupo de estatuários
autónomos que aprenderam com
um artista formado em França»
«Cânone mais esguio, mais elegantes
e as roupagens caem de forma
natural. Normalmente os mantos são
seguros junto da cintura, nas figuras
da Mãe de Jesus, presas pelo próprio
Menino, e nas dos Santos, fixas pela
pressão do braço esquerdo. Os Nossa Senhora com o
rostos são mais variados e com Menino
Finais do séc. XIV
tratamento minucioso (...). As mãos Proveniência
desconhecida
são longas e finas (...).» MNAA
32. A mais importante obra da escultura
coimbrã dos séculos XIII e XIV é o Cristo
Negro, proveniente do Convento de S.
João das Donas, mosteiro feminino
anexo a Santa Cruz. Em 1528, esta
obra, passou para Santa Cruz, após frei
Brás de Braga ter extinto a casa
feminina.
É um Cristo já gótico, muito distante
das representações pantocráticas, foi
uma das mais veneradas imagens da
região.
Encontra-se hoje no Museu Nacional
Machado de Castro, após cuidadoso
restauro que lhe retirou a fuligem
negra que justificou o nome da peça.
33. Pedro Dias lança a hipótese de o apostolado do portal da Sé de Évora, (1ª metade do séc.
XIII) resultar do trabalho de vários artistas, notando-se a influência de mestre Pêro. Trata-se
de uma obra excepcional no panorama da escultura medieval em Portugal, vindo apenas a
ser ultrapassado pelo portal da Batalha
34. Os escultores de formação batalhina: Gil Eanes e João Afonso («Mestre das Alhadas»,
«Mestre dos Sinos»): ignora-se a identidade do mestre escultor responsável pelo portal
flamejante da Batalha. O facto é que os trabalhos batalhinos acolheram muitos artistas de
Coimbra, o que se reflectirá depois na produção escultórica local.
35. Mestre do Portal da
Batalha
(atribuição)
Anjo Músico
Profeta
c. 1435
MNAA
36. Gil Eanes atribuído à oficina de João Afonso
S. Miguel MNAA
1430-1440
Montemor-o-Velho
MNMC
37. Gil Eanes trabalhou na Batalha, tendo
sob suas ordens João Afonso que
regressaria a Coimbra. «Com Huguet veio
um grande estatuário do levante
Espanhol ou de além-Pirenéus; com ele
aprendeu Gil Eanes, que lhe sucedeu no
cargo. Com Gil Eanes trabalhava João
Afonso, que repartia a sua actividade
entre Coimbra e a Batalha».
João Afonso
S. Miguel Arcanjo
Proveniente da igreja de S. Salvador
1440 - 1450
MNMC
João Afonso
S. Pedro
Museu de Arouca
42. João Afonso
Retábulo do Corpo de Deus
1439
Calcário policromado
Proveniente da Capela do Corpo de Deus
MNMC
43. Diogo Pires-o-Velho: a sua formação «fez-se durante o reinado de D. Afonso V, correspondendo
ao período mais classicista do gótico nacional.»
Diogo Pires-o-Velho (atrib.)
Túmulo do Conde de Ourém
Igreja da Colegiada de Ourém
C. 1477
44. A Diogo Pires-o-Velho se atribui
também o túmulo de Fernão
Teles de Meneses, na igreja do
Mosteiro de S. Marcos, nos
arredores de Coimbra, datável de
1480.
Trata-se de um trabalho notável,
destacando-se o docel ao gosto
italiano, aberto por dois tenentes.
Os brasões do fidalgo são
envolvidos por motivos
vegetalistas.
46. O túmulo de D. João de Albuquerque encontra-se hoje no Museu de Aveiro, proveniente da Igreja de
S. Domingos. Pedro Dias discorda de Reinaldo dos Santos que atribui a autoria desta obra ao mesmo
autor: «Quem fez um não fez o outro»
47.
48. Monogramista PA
Santo Antão
Finais séc. XV
Sé de Viseu
Museu Grão Vasco
Nos finais do séc. XV, a
oficina de Coimbra
encontra-se no auge,
atingindo uma
«predominância quase
absoluta». São muitos os
imaginadores que
inscrevem as suas iniciais
nas obras saídas de
Coimbra.
Diogo Pires-o-Velho
(atribuído)
S. Tiago
c. 1500
49. Diogo Pires-o-Moço
«As obras (...) assinadas e até
datadas documentam a passagem
do gótico à renascença nas
oficinas coimbrãs, posto que mal
assimilada. Além de sofrer
influências da Flandres, tão
patentes nos seus anjos tenentes
dos escudos heráldicos, nos
cabelos ondulados nas imagens
femininas e nos santos, no gosto
pelos detalhes, depois de 1521
passou a incluir grotescos e
medalhões nos frisos e
entablamentos (...).» Diogo Pires-
o-Moço trabalhou directamente
com Chanterenne, de quem terá
colhido muitas influências.
Pia Baptismal
Igreja de Leça do Bailio
1515
53. Nos inícios do séc. XVI, em Coimbra,
notemos duas correntes: os seguidores de
Diogo Pires-o-Velho, com o próprio,
representantes de uma tradição local, e
outra, protagonizada por Olivier de Gand
e seus auxiliares, com destaque para Jean
de Ypres.
Olivier de Gand
Anjo Heráldico
Com as armas de Isabel de Aragão
C. 1500
Madeira policromada
Proveniente de Santa Clara-a-Velha
MNMC
54. Olivier de Gand
Profeta
C. 1500
Madeira
Proveniente da Sé Velha
MNMC
Nossa Senhora de um
Calvário
C. 1500
Madeira
Proveniente de S. João de Almedina
MNMC
55. Olivier de Gand terá vindo de Toledo para
Coimbra, onde assinou o retábulo da Sé Velha,
num gótico final flamenguizante, antes de
partir para Évora e Tomar. Ypres ficou.
59. Nicolau Chanterene, vindo da
Normandia, trabalhou em Portugal
entre 1517 e 1551. Trouxe
influências da corte de Francisco I e
da Itália. Esteve em Santiago de
Compostela. Gosto naturalista,
clássico e italianizado, denotando
profunda capacidade técnica no
tratamento da anatomia.
60. Na frontaria de Santa
Cruz, as estátuas
atestam a sua mestria:
«pelo naturalismo, leve
torsão dos corpos,
perfeita harmonia das
proporções (...)
pormenores (....) com
relevos baixíssimos na
decoração das vestes.
68. O Mestre dos Túmulos Reais,
discípulo de Chanterene, «Era
mestre hábil, tinha gosto, uma
perícia impressionante, estava
atento às mudanças, mas não
aprendera a anatomia humana.»
Virgem da Anunciação
MNMC
69. Virgem do Leite dita de
D. Catarina d'Eça
MNMC
Anjo Custódio
1520 - 1525
MNMC
70. Odart era de origem
francesa. Chegou a Portugal
vindo de Toledo, por volta
de 1529.
71. O mais famoso dos seus trabalhos, realizado em barro, foi o grupo dos
Apóstolos que executou para o Refeitório de Santa Cruz de Coimbra e
que está no Museu Nacional Machado de Castro.
72. Rostos expressivos de um realismo intenso. Modelos robustos, cabeças volumosas com
linhas angulosas, barba revolta e ondulada, tal como os cabelos, maxilares fortes, veias
salientes,...
73. É ainda o autor dos túmulos de
D. Luís da Silveira (Góis)
75. João de Ruão montou oficina
em Coimbra, próximo do Paço
de Sub-Ripas, permanecendo
no nosso país de 1528 a 1580.
76. Escultor e arquitecto, a sua fama era imensa e as encomendas eram contínuas. Traçou o
Jardim da Manga.
77. Foi o mais produtivo Tomé Velho
de todos os artistas, Piedade
deixando vários
discípulos:
•António Fernandes,
•António Cordeiro,
•António Gomes,
•Tomé Velho
e seus filhos:
•Simão de Ruão e
•Jerónimo de Ruão.
78. São muito típicas as suas
imagens da Senhora com o
Menino: «trabalhos com um
acentuado naturalismo,
posições do corpo verosímeis,
panejamentos bem lançados,
com a preocupação de
introduzir variações em cada
peça.»
João de Ruão contribuiu
decisivamente para a Reforma
Católica, com as suas imagens
que, para o povo crente, eram
normalmente mais elucidativas
do que os sermões dos padres.
Nossa Senhora com o Menino
1535 – 1540
Prov. desconhecida
Col. particular
79. João de Ruão S. Tiago
S. João Baptista MNAA
MNMC
Santo António com o Menino Jesus
Proveniência desconhecida
Colecção particular
80. João de Ruão
Lamentação sobre o Corpo Morto de Cristo
Proveniente de Santa Cruz de Coimbra
C. 1540
MNMC
90. «João de Ruão, Chanterene e
Odart, o trio de ouro da nossa
arte, procuraram perceber o
Homem e os seus dramas, e
transmitir ao barro e à pedra
os sentimentos e atitudes.»
Nicolau Chanterenne
D. Afonso Henriques
1515 -20 Santa Cruz
João de Ruão
Santa Inês
1526
Odart: Cabeça de Apóstolo Santa Clara-a-Velha
MNMC
1533; Santa Cruz; MNMC
92. Pela disparidade de leituras, pelas opiniões apaixonadas que têm merecido e pela polémica que os rodeia,
[os túmulos de Alcobaça] podem, como aliás já foi feito, comparar-se a outra questão magna da nossa
historiografia - a «questão dos Painéis de S. Vicente».
93. O facto de serem ambos obras de excepção, num país
«periférico», dificulta o estabelecimento de uma linha evolutiva e
impede comparações. A tendência natural, no que concerne a
obras que provocam uma «ruptura», é apontar-lhes uma autoria
estrangeira.
94. Desconhece-se o autor (ou, mais provavelmente, autores) dos túmulos. A utilização de calcário
de Ançã deixa supor que se integra, de algum modo, na tradição coimbrã.
95. «Estes túmulos constituem um dos primeiros exemplos, entre nós, da opção por sepulturas de tipo conjugal
ou matrimonial, que se caracterizam pelo recurso a um formulário estilístico comum e pela sua colocação
num mesmo espaço.»
96. As duas arcas tumulares são revestidos nas suas
quatro faces de «micro-arquitecturas» com
uma enorme variedade de formulário
97. Os túmulos foram severamente mutilados ao longo dos tempos, nomeadamente
durante as invasões francesas.
98. O programa iconográfico terá sido decidido pelo rei e narra cenas da vida de S. Bartolomeu. O
túmulo de D. Pedro terá sido concluído entre os anos de 1361 e 1367 e o de D. Inês cerca de
1360 e estariam inicialmente colocados lado a lado.
99. No facial dos pés do túmulo de D. Pedro representam-se duas
cenas alusivas à boa morte, tendo ao centro um monge
cisterciense.
100. No facial da cabeceira , uma rosácea com a Roda da Fortuna
narrando a vida do casal.
101. O rei é representado no jacente sem baldaquino com a cabeça coroada repousando
sobre uma almofada e a mão pousada sobre uma espada. Os anjos ladeiam-
no, enquanto, aos pés, repousa um vigilante lebréu (cão de fila).
102. O túmulo de D. Inês é
decorado com cenas da
vida de Cristo.
Na cabeceira representa-se
a Crucificação.
O bordo exibe os escudos
de Portugal e dos Castros .
103. No painel facial dos
pés, representa-se o
Juízo Final.
A arca assenta sobre
6 animais híbridos
que, provavelmente e
segundo a tradição,
simbolizam os
assassinos.
104. O jacente representa Inês sobre um lençol sustentado
por anjos. O rosto é sereno.
105. Nota bibliográfica: todas as citações de
Pedro Dias - «A Escultura Coimbrã do
Gótico ao Maneirismo»; Coimbra; Câmara
Municipal; 2003 (catálogo da exposição).
Lurdes Craveiro assina o capítulo sobre
escultura no vol. 5 da «História da Arte em
Portugal» das Publicações Alfa (Lisboa;
1986; pp. 93 – 115).
Relativamente aos túmulos de Alcobaça, as
citações foram colhidas de Francisco Pato
de Macedo e Maria José Goulão - Os
Túmulos de D. Pedro e D. Inês; in Paulo
Pereira; «História da Arte Portuguesa»;
volume I; Lisboa; Círculo de Leitores; 1995;
pp. 446 – 455.
Maria José Goulão é também a autora do
volume 4 da História da «Arte Portuguesa»
dirigida por Dalila Rodrigues (Lisboa; Fubu
Editores; 2009) que constitui a síntese
geral que mais se aproxima da perspetiva
adoptada nas nossas aulas.
Cruz de Portugal; Silves