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A Escultura Portuguesa do
Gótico ao Maneirismo
foi o principal centro da escultura
portuguesa desde o Gótico ao Renascimento.                      Guimarães

      ,        e          foram importantes
núcleos, para além de outros centros regionais
como           ou           ..
                                                            Coimbra



                                                      Batalha


                                                          Santarém

                                                 Lisboa
                                                                  Évora
O túmulo do bispo de Évora D.
Durando Pais (falecido em 1283) foi
inicialmente colocado na Sé e
encontra-se hoje no museu da
cidade.

O estilo rígido e a representação
jacente muito sofrível não impede
que simbolize o arranque da
oficina eborense que, não tardará,
concorrerá com Coimbra e Lisboa.
O túmulo de Fernão Gonçalves
Cogominho encontra-se no Museu de
Évora, proveniente da igreja de S.
Francisco.


O sepultado era bastardo do cónego da
Sé de Lisboa.


A obra data de c. 1364 e representa a
realização mais comum da oficina
eborense, distinguindo-se dos modelos
conimbricenses por ter as faces mais
planas e as esculturas de menor relevo
Túmulo do bispo D. Fernando Martins
Séc. XIV
Museu de Évora
Os túmulos de D. Lopo Fernandes Pacheco e sua esposa, na Sé de Lisboa. São bons
exemplos da oficina lisboeta no reinado de D. Afonso IV.
O modelo caracteriza-se pelos jacentes de excelente qualidade e as arcas decoradas apenas
com os brasões dos tumulados.
D. Maria De Villalobos
Coimbra era a mais importante oficina de escultura. A cidade tinha
alguma tradição escultórica desde o tempo romano.




           Lívia
     Séc. I - MNMC
                          Cabeça - Imperatriz Agripina Maior
                                    Séc. I - MNMC
                                                               Pé de altar visigótico
                                                                      MNMC
Pedreiras de Ançã, Portunhos e Outil.
O rio Mondego constituía excelente via de
comunicação para o transporte da pedra e
exportação das peças, quer para o interior
beirão, quer para o litoral.
No mosteiro de Celas, encontramos o núcleo
mais importante de escultura decorativa, no
séc. XIII. Os capitéis historiados do claustro são
de autoria desconhecida.
Havia em Coimbra muitos e bons encomendantes:
Sé, mosteiros, igrejas e, a partir de 1537, os vários
colégios universitários, além das encomendas de
importantes dignitários da nobreza e da família
real: Rainha D. Isabel ou Infante D. Pedro.
Aqui se fixaram muitos artistas estrangeiros, formando-se
                                               então uma verdadeira indústria.




João de Ruão
Deposição no Túmulo
Séc. XVI
MNMC
Arca relicário dos mártires de Marrocos [Vital, Berardo,
Acúrcio, Adjuto e Otão, martirizados em 1220]; finais séc.
XIII, proveniente do Mosteiro Lorvão; MNMC
O túmulo de D. Rodrigo Sanches (meados séc. XIII), bastardo de D. Sancho I, morto em
combate e sepultado no mosteiro de Grijó (Gaia) é o mais antigo jacente gótico. Ainda
muito arcaico, será o ponto de partida dos imaginários de Coimbra, oficina de
onde, segundo Pedro Dias, provém esta obra.
Túmulo do bispo de Coimbra D. Tibúrcio (séc. XIII), na Sé Velha. A escultura tumular coloca-
se ao serviço de uma estratégia de afirmação do poder, individualizando a sepultura dos
poderosos, preservando assim a sua memória.
Túmulo de D. Vataça Lascaris na Sé Velha de Coimbra, foi executado por mestre Pêro em
1337. D. Vataça era uma dama bizantina do séquito de Isabel de Aragão. A tumulária com
elementos identificadores generaliza-se no século XIII, correspondendo ao desejo de
afirmação dos estratos mais altos da sociedade, quer religiosos, quer civis.
Mestre Pêro radicou-se na corte de Isabel de Aragão (1296-1336), proveniente de Aragão ou
da Catalunha. O túmulo da Rainha Santa Isabel data de c. 1326.
O túmulo da Rainha Santa é
a obra-prima de Mestre
Pêro e a razão da sua vinda
para Coimbra. Esta obra
definiria um modelo que
seria repetido noutras
cidades pelos notáveis do
reino e será apenas
suplantado pelos túmulos
de Alcobaça.
Mestre Pêro
Arca tumular de D. Gonçalo Pereira, arcebispo de Braga
(jacente do escultor lisboeta Telo Garcia)
1334
Sé de Braga
Mestre Pêro
Túmulo da Infanta D. Isabel [neta da Rainha Santa]
C. 1326 – 1330
Convento de Santa Clara-a-Nova
Proveniente de Santa Clara-a-Velha
Coimbra
Autor desconhecido
Túmulo de D. Isabel de Urgel, duquesa de Coimbra
                     [mulher do Infante D. Pedro]
                                    Final do séc. XIV
                     Convento de Santa Clara-a-Nova
                  Proveniente de Santa Clara-a-Velha
«A escultura de Mestre
Pêro tem características
muito peculiares: uma
boa modelação dos
corpos, excelente
lançamento dos
panejamentos,
preocupação com os
adereços,
nomeadamente com os
firmais que fixam os
mantos sobre o peito
das imagens (...) e um S
bem pronunciado em
todas as imagens. As
cabeças são, no
entanto, demasiado
grandes em relação ao
corpo (...). Os rostos são
estereotipados, com os
olhos muito rasgados,
em amêndoa e o queixo        Nossa Senhora com o Menino                        Nossa Senhora do Ó
com um pequeno               C. 1330 – 1340                                         C. 1330 – 1340
                             Proveniente de Montemor-o-Velho   Proveniente da Sé Velha de Coimbra
ressalto.»                   MNMC                                                          MNMC
Nossa Senhora com o Menino   Atribuído a Mestre Pêro      Mestre Pêro
       C. 1330 – 1340         Virgem com o Menino      Nossa Senhora do Ó
          Podentes
           MNMC
                                     MNAA                    MNMC
Mestre Pêro                           Irradiação da oficina de
Atribuído a Mestre Pêro      Nossa Senhora          Mestre Pêro           Mestre Pêro
 Virgem da Expectação     Museu Alberto Sampaio     Virgem do Ó       Virgem com Menino
        MNAA                   Guimarães          Museu de Lamego            MNAA
Seguidor do Mestre Pêro
Atribuído a Mestre Pêro   Mestre Pêro      Nossa Senhora do Ó
  Nossa Senhora do Ó      Santa Mártir   Museu Diocesano de Tuy
   Museu de Lamego          MNMC            Meados séc. XIV.
Mestre Pêro
Domingos Joanes
Oliveira do Hospital
Museu Nacional Machado de Castro
Mestre Pêro
Capela dos Ferreiros da igreja matriz
Oliveira do Hospital
Domingos Joanes e Domingas Sabranchais
1330 - 1340
Mestre Pêro
Retábulo da Capela dos Ferreiros
Oliveira do Hospital
«Mestre das Senhoras Esguias»:
«No final do séc. XIV, deve ter vindo
para Coimbra um mestre de origem
ou educação francesa, que dirigiu a
oficina de onde saíram esculturas de
dimensões mais avantajadas do que
era habitual fazer (...) Não se pode
afirmar que se trate de um só
mestre, antes pensamos numa
oficina ou num grupo de estatuários
autónomos que aprenderam com
um artista formado em França»
«Cânone mais esguio, mais elegantes
e as roupagens caem de forma
natural. Normalmente os mantos são
seguros junto da cintura, nas figuras
da Mãe de Jesus, presas pelo próprio
Menino, e nas dos Santos, fixas pela
pressão do braço esquerdo. Os           Nossa Senhora com o
rostos são mais variados e com                        Menino
                                            Finais do séc. XIV
tratamento minucioso (...). As mãos             Proveniência
                                               desconhecida
são longas e finas (...).»                             MNAA
A mais importante obra da escultura
coimbrã dos séculos XIII e XIV é o Cristo
 Negro, proveniente do Convento de S.
   João das Donas, mosteiro feminino
    anexo a Santa Cruz. Em 1528, esta
obra, passou para Santa Cruz, após frei
     Brás de Braga ter extinto a casa
                feminina.

 É um Cristo já gótico, muito distante
 das representações pantocráticas, foi
 uma das mais veneradas imagens da
                região.

 Encontra-se hoje no Museu Nacional
 Machado de Castro, após cuidadoso
  restauro que lhe retirou a fuligem
 negra que justificou o nome da peça.
Pedro Dias lança a hipótese de o apostolado do portal da Sé de Évora, (1ª metade do séc.
XIII) resultar do trabalho de vários artistas, notando-se a influência de mestre Pêro. Trata-se
de uma obra excepcional no panorama da escultura medieval em Portugal, vindo apenas a
ser ultrapassado pelo portal da Batalha
Os escultores de formação batalhina: Gil Eanes e João Afonso («Mestre das Alhadas»,
«Mestre dos Sinos»): ignora-se a identidade do mestre escultor responsável pelo portal
flamejante da Batalha. O facto é que os trabalhos batalhinos acolheram muitos artistas de
Coimbra, o que se reflectirá depois na produção escultórica local.
Mestre do Portal da
     Batalha
   (atribuição)




Anjo Músico

                Profeta




      c. 1435
      MNAA
Gil Eanes          atribuído à oficina de João Afonso
S. Miguel                         MNAA
1430-1440
Montemor-o-Velho
MNMC
Gil Eanes trabalhou na Batalha, tendo
sob suas ordens João Afonso que
regressaria a Coimbra. «Com Huguet veio
um grande estatuário do levante
Espanhol ou de além-Pirenéus; com ele
aprendeu Gil Eanes, que lhe sucedeu no
cargo. Com Gil Eanes trabalhava João
Afonso, que repartia a sua actividade
entre Coimbra e a Batalha».




João Afonso
S. Miguel Arcanjo
Proveniente da igreja de S. Salvador
1440 - 1450
MNMC




                             João Afonso
                                 S. Pedro
                         Museu de Arouca
Atr. João Afonso
Santa Catarina
MNAA
João Afonso       atr. João Afonso     atr. João Afonso   João Afonso
Virgem do Leite         S. Sebastião       Santa Mártir   Santa Ágata
MNAA                          MNAA               MNAA          MNAA
Arcanjo S. Miguel
João Afonso              MNAA
  Piedade
  1440-50
João Afonso
Túmulo de Fernão Gomes de Góis
Oliveira do Conde
1440
João Afonso
Retábulo do Corpo de Deus
1439
Calcário policromado
Proveniente da Capela do Corpo de Deus
MNMC
Diogo Pires-o-Velho: a sua formação «fez-se durante o reinado de D. Afonso V, correspondendo
ao período mais classicista do gótico nacional.»




  Diogo Pires-o-Velho (atrib.)
  Túmulo do Conde de Ourém
  Igreja da Colegiada de Ourém
  C. 1477
A Diogo Pires-o-Velho se atribui
também o túmulo de Fernão
Teles de Meneses, na igreja do
Mosteiro de S. Marcos, nos
arredores de Coimbra, datável de
1480.

Trata-se de um trabalho notável,
destacando-se o docel ao gosto
italiano, aberto por dois tenentes.
Os brasões do fidalgo são
envolvidos por motivos
vegetalistas.
Panteão dos Silvas
Igreja do Mosteiro de S. Marcos
O túmulo de D. João de Albuquerque encontra-se hoje no Museu de Aveiro, proveniente da Igreja de
S. Domingos. Pedro Dias discorda de Reinaldo dos Santos que atribui a autoria desta obra ao mesmo
autor: «Quem fez um não fez o outro»
Monogramista PA
Santo Antão
Finais séc. XV
Sé de Viseu
Museu Grão Vasco




      Nos finais do séc. XV, a
        oficina de Coimbra
       encontra-se no auge,
          atingindo uma
     «predominância quase
    absoluta». São muitos os
        imaginadores que
    inscrevem as suas iniciais
        nas obras saídas de
              Coimbra.




                   Diogo Pires-o-Velho
                             (atribuído)
                                S. Tiago
                                 c. 1500
Diogo Pires-o-Moço

       «As obras (...) assinadas e até
  datadas documentam a passagem
          do gótico à renascença nas
   oficinas coimbrãs, posto que mal
          assimilada. Além de sofrer
         influências da Flandres, tão
   patentes nos seus anjos tenentes
         dos escudos heráldicos, nos
     cabelos ondulados nas imagens
   femininas e nos santos, no gosto
      pelos detalhes, depois de 1521
         passou a incluir grotescos e
              medalhões nos frisos e
  entablamentos (...).» Diogo Pires-
    o-Moço trabalhou directamente
    com Chanterenne, de quem terá
          colhido muitas influências.

Pia Baptismal
Igreja de Leça do Bailio
1515
Diogo Pires-o-Moço

Pia baptismal da igreja
de S. João de Almedina
Sé Velha
1520-1525
Diogo Pires-o-Moço
Anjo Tenente
C. 1518
Proveniente de Santa Cruz
MNMC
Diogo Pires-o-Moço
Túmulos de João da Silva e Aires Gomes da Silva
Capela-mor do Mosteiro de S. Marcos
Nos inícios do séc. XVI, em Coimbra,
notemos duas correntes: os seguidores de
Diogo Pires-o-Velho, com o próprio,
representantes de uma tradição local, e
outra, protagonizada por Olivier de Gand
e seus auxiliares, com destaque para Jean
de Ypres.




                             Olivier de Gand
                               Anjo Heráldico
            Com as armas de Isabel de Aragão
                                                  C. 1500
                                    Madeira policromada
                       Proveniente de Santa Clara-a-Velha
                                                  MNMC
Olivier de Gand




                          Profeta
                          C. 1500
                         Madeira
          Proveniente da Sé Velha
                          MNMC




Nossa Senhora de um
Calvário
C. 1500
Madeira
Proveniente de S. João de Almedina
MNMC
Olivier de Gand terá vindo de Toledo para
Coimbra, onde assinou o retábulo da Sé Velha,
num gótico final flamenguizante, antes de
partir para Évora e Tomar. Ypres ficou.
Machim
Cadeiral de Santa Cruz de Coimbra
1510 - 1512
Nicolau Chanterene, vindo da
 Normandia, trabalhou em Portugal
     entre 1517 e 1551. Trouxe
influências da corte de Francisco I e
  da Itália. Esteve em Santiago de
   Compostela. Gosto naturalista,
 clássico e italianizado, denotando
  profunda capacidade técnica no
      tratamento da anatomia.
Na frontaria de Santa
Cruz, as estátuas
atestam a sua mestria:
«pelo naturalismo, leve
torsão dos corpos,
perfeita harmonia das
proporções (...)
pormenores (....) com
relevos baixíssimos na
decoração das vestes.
Dirigiu a encomenda de D. Manuel
para os novos túmulos reais.
Túmulo de D. Sancho I
Ecce Homo
1522 - 1526                                          Deposição no Túmulo




                  Em Santa Cruz de Coimbra podem
              contemplar-se os baixos-relevos do claustro.
bem como o magnífico púlpito que
Chanterenne lavrou em 1521.
Nicolau Chanterenne
Túmulo de João de Noronha e
esposa,
Igreja de Santa Maria
Óbidos
Nicolau Chanterene
Túmulo de D. Álvaro Costa
Museu de Évora
O Mestre dos Túmulos Reais,
 discípulo de Chanterene, «Era
 mestre hábil, tinha gosto, uma
 perícia impressionante, estava
 atento às mudanças, mas não
 aprendera a anatomia humana.»




Virgem da Anunciação
MNMC
Virgem do Leite dita de
                      D. Catarina d'Eça
                                MNMC




Anjo Custódio
1520 - 1525
MNMC
Odart era de origem
francesa. Chegou a Portugal
  vindo de Toledo, por volta
                   de 1529.
O mais famoso dos seus trabalhos, realizado em barro, foi o grupo dos
Apóstolos que executou para o Refeitório de Santa Cruz de Coimbra e
que está no Museu Nacional Machado de Castro.
Rostos expressivos de um realismo intenso. Modelos robustos, cabeças volumosas com
linhas angulosas, barba revolta e ondulada, tal como os cabelos, maxilares fortes, veias
salientes,...
É ainda o autor dos túmulos de
       D. Luís da Silveira (Góis)
e de D. Duarte de Lemos
(Trofa, Águeda).
João de Ruão montou oficina
em Coimbra, próximo do Paço
de Sub-Ripas, permanecendo
no nosso país de 1528 a 1580.
Escultor e arquitecto, a sua fama era imensa e as encomendas eram contínuas. Traçou o
Jardim da Manga.
Foi o mais produtivo    Tomé Velho
de todos os artistas,      Piedade
deixando vários
discípulos:

•António Fernandes,
•António Cordeiro,
•António Gomes,
•Tomé Velho


e seus filhos:


•Simão de Ruão e
•Jerónimo de Ruão.
São muito típicas as suas
imagens da Senhora com o
Menino: «trabalhos com um
acentuado naturalismo,
posições do corpo verosímeis,
panejamentos bem lançados,
com a preocupação de
introduzir variações em cada
peça.»

João de Ruão contribuiu
decisivamente para a Reforma
Católica, com as suas imagens
que, para o povo crente, eram
normalmente mais elucidativas
do que os sermões dos padres.




                                Nossa Senhora com o Menino
                                         1535 – 1540
                                      Prov. desconhecida
                                        Col. particular
João de Ruão                                          S. Tiago
S. João Baptista                                       MNAA
MNMC




                   Santo António com o Menino Jesus
                      Proveniência desconhecida
                          Colecção particular
João de Ruão
Lamentação sobre o Corpo Morto de Cristo
      Proveniente de Santa Cruz de Coimbra
                     C. 1540
                     MNMC
Detalhe
João de Ruão             Retábulo da capela do
Retábulo da Anunciação        palácio da Pena
Museu da Guarda                         Sintra
Retábulo da Capela de S. Marcos
A Porta Especiosa
Retábulo da capela do Santíssimo Sacramento da Sé Velha
«João de Ruão, Chanterene e
 Odart, o trio de ouro da nossa
 arte, procuraram perceber o
 Homem e os seus dramas, e
 transmitir ao barro e à pedra
 os sentimentos e atitudes.»




                                  Nicolau Chanterenne
                                  D. Afonso Henriques
                                    1515 -20 Santa Cruz




                                             João de Ruão
                                                Santa Inês
                                                         1526
Odart: Cabeça de Apóstolo                  Santa Clara-a-Velha
                                                       MNMC
1533; Santa Cruz; MNMC
Os Túmulos de D. Pedro e D. Inês
Pela disparidade de leituras, pelas opiniões apaixonadas que têm merecido e pela polémica que os rodeia,
[os túmulos de Alcobaça] podem, como aliás já foi feito, comparar-se a outra questão magna da nossa
historiografia - a «questão dos Painéis de S. Vicente».
O facto de serem ambos obras de excepção, num país
«periférico», dificulta o estabelecimento de uma linha evolutiva e
  impede comparações. A tendência natural, no que concerne a
obras que provocam uma «ruptura», é apontar-lhes uma autoria
                                                      estrangeira.
Desconhece-se o autor (ou, mais provavelmente, autores) dos túmulos. A utilização de calcário
de Ançã deixa supor que se integra, de algum modo, na tradição coimbrã.
«Estes túmulos constituem um dos primeiros exemplos, entre nós, da opção por sepulturas de tipo conjugal
ou matrimonial, que se caracterizam pelo recurso a um formulário estilístico comum e pela sua colocação
num mesmo espaço.»
As duas arcas tumulares são revestidos nas suas
quatro faces de «micro-arquitecturas» com
uma enorme variedade de formulário
Os túmulos foram severamente mutilados ao longo dos tempos, nomeadamente
                                              durante as invasões francesas.
O programa iconográfico terá sido decidido pelo rei e narra cenas da vida de S. Bartolomeu. O
túmulo de D. Pedro terá sido concluído entre os anos de 1361 e 1367 e o de D. Inês cerca de
1360 e estariam inicialmente colocados lado a lado.
No facial dos pés do túmulo de D. Pedro representam-se duas
cenas alusivas à boa morte, tendo ao centro um monge
cisterciense.
No facial da cabeceira , uma rosácea com a Roda da Fortuna
narrando a vida do casal.
O rei é representado no jacente sem baldaquino com a cabeça coroada repousando
        sobre uma almofada e a mão pousada sobre uma espada. Os anjos ladeiam-
                    no, enquanto, aos pés, repousa um vigilante lebréu (cão de fila).
O túmulo de D. Inês é
decorado com cenas da
vida de Cristo.

Na cabeceira representa-se
a Crucificação.

O bordo exibe os escudos
de Portugal e dos Castros .
No painel facial dos
pés, representa-se o
Juízo Final.

A arca assenta sobre
6 animais híbridos
que, provavelmente e
segundo a tradição,
simbolizam os
assassinos.
O jacente representa Inês sobre um lençol sustentado
                          por anjos. O rosto é sereno.
Nota bibliográfica: todas as citações de
Pedro Dias - «A Escultura Coimbrã do
Gótico ao Maneirismo»; Coimbra; Câmara
Municipal; 2003 (catálogo da exposição).
Lurdes Craveiro assina o capítulo sobre
escultura no vol. 5 da «História da Arte em
Portugal» das Publicações Alfa (Lisboa;
1986; pp. 93 – 115).
Relativamente aos túmulos de Alcobaça, as
citações foram colhidas de Francisco Pato
de Macedo e Maria José Goulão - Os
Túmulos de D. Pedro e D. Inês; in Paulo
Pereira; «História da Arte Portuguesa»;
volume I; Lisboa; Círculo de Leitores; 1995;
pp. 446 – 455.
Maria José Goulão é também a autora do
volume 4 da História da «Arte Portuguesa»
dirigida por Dalila Rodrigues (Lisboa; Fubu
Editores; 2009) que constitui a síntese
geral que mais se aproxima da perspetiva
adoptada nas nossas aulas.

                                               Cruz de Portugal; Silves

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A escultura portuguesa do gótico ao maneirismo

  • 1. A Escultura Portuguesa do Gótico ao Maneirismo
  • 2. foi o principal centro da escultura portuguesa desde o Gótico ao Renascimento. Guimarães , e foram importantes núcleos, para além de outros centros regionais como ou .. Coimbra Batalha Santarém Lisboa Évora
  • 3. O túmulo do bispo de Évora D. Durando Pais (falecido em 1283) foi inicialmente colocado na Sé e encontra-se hoje no museu da cidade. O estilo rígido e a representação jacente muito sofrível não impede que simbolize o arranque da oficina eborense que, não tardará, concorrerá com Coimbra e Lisboa.
  • 4. O túmulo de Fernão Gonçalves Cogominho encontra-se no Museu de Évora, proveniente da igreja de S. Francisco. O sepultado era bastardo do cónego da Sé de Lisboa. A obra data de c. 1364 e representa a realização mais comum da oficina eborense, distinguindo-se dos modelos conimbricenses por ter as faces mais planas e as esculturas de menor relevo
  • 5. Túmulo do bispo D. Fernando Martins Séc. XIV Museu de Évora
  • 6. Os túmulos de D. Lopo Fernandes Pacheco e sua esposa, na Sé de Lisboa. São bons exemplos da oficina lisboeta no reinado de D. Afonso IV.
  • 7. O modelo caracteriza-se pelos jacentes de excelente qualidade e as arcas decoradas apenas com os brasões dos tumulados.
  • 8. D. Maria De Villalobos
  • 9. Coimbra era a mais importante oficina de escultura. A cidade tinha alguma tradição escultórica desde o tempo romano. Lívia Séc. I - MNMC Cabeça - Imperatriz Agripina Maior Séc. I - MNMC Pé de altar visigótico MNMC
  • 10. Pedreiras de Ançã, Portunhos e Outil.
  • 11. O rio Mondego constituía excelente via de comunicação para o transporte da pedra e exportação das peças, quer para o interior beirão, quer para o litoral.
  • 12. No mosteiro de Celas, encontramos o núcleo mais importante de escultura decorativa, no séc. XIII. Os capitéis historiados do claustro são de autoria desconhecida.
  • 13. Havia em Coimbra muitos e bons encomendantes: Sé, mosteiros, igrejas e, a partir de 1537, os vários colégios universitários, além das encomendas de importantes dignitários da nobreza e da família real: Rainha D. Isabel ou Infante D. Pedro.
  • 14. Aqui se fixaram muitos artistas estrangeiros, formando-se então uma verdadeira indústria. João de Ruão Deposição no Túmulo Séc. XVI MNMC
  • 15. Arca relicário dos mártires de Marrocos [Vital, Berardo, Acúrcio, Adjuto e Otão, martirizados em 1220]; finais séc. XIII, proveniente do Mosteiro Lorvão; MNMC
  • 16. O túmulo de D. Rodrigo Sanches (meados séc. XIII), bastardo de D. Sancho I, morto em combate e sepultado no mosteiro de Grijó (Gaia) é o mais antigo jacente gótico. Ainda muito arcaico, será o ponto de partida dos imaginários de Coimbra, oficina de onde, segundo Pedro Dias, provém esta obra.
  • 17. Túmulo do bispo de Coimbra D. Tibúrcio (séc. XIII), na Sé Velha. A escultura tumular coloca- se ao serviço de uma estratégia de afirmação do poder, individualizando a sepultura dos poderosos, preservando assim a sua memória.
  • 18. Túmulo de D. Vataça Lascaris na Sé Velha de Coimbra, foi executado por mestre Pêro em 1337. D. Vataça era uma dama bizantina do séquito de Isabel de Aragão. A tumulária com elementos identificadores generaliza-se no século XIII, correspondendo ao desejo de afirmação dos estratos mais altos da sociedade, quer religiosos, quer civis.
  • 19. Mestre Pêro radicou-se na corte de Isabel de Aragão (1296-1336), proveniente de Aragão ou da Catalunha. O túmulo da Rainha Santa Isabel data de c. 1326.
  • 20. O túmulo da Rainha Santa é a obra-prima de Mestre Pêro e a razão da sua vinda para Coimbra. Esta obra definiria um modelo que seria repetido noutras cidades pelos notáveis do reino e será apenas suplantado pelos túmulos de Alcobaça.
  • 21. Mestre Pêro Arca tumular de D. Gonçalo Pereira, arcebispo de Braga (jacente do escultor lisboeta Telo Garcia) 1334 Sé de Braga
  • 22. Mestre Pêro Túmulo da Infanta D. Isabel [neta da Rainha Santa] C. 1326 – 1330 Convento de Santa Clara-a-Nova Proveniente de Santa Clara-a-Velha Coimbra
  • 23. Autor desconhecido Túmulo de D. Isabel de Urgel, duquesa de Coimbra [mulher do Infante D. Pedro] Final do séc. XIV Convento de Santa Clara-a-Nova Proveniente de Santa Clara-a-Velha
  • 24. «A escultura de Mestre Pêro tem características muito peculiares: uma boa modelação dos corpos, excelente lançamento dos panejamentos, preocupação com os adereços, nomeadamente com os firmais que fixam os mantos sobre o peito das imagens (...) e um S bem pronunciado em todas as imagens. As cabeças são, no entanto, demasiado grandes em relação ao corpo (...). Os rostos são estereotipados, com os olhos muito rasgados, em amêndoa e o queixo Nossa Senhora com o Menino Nossa Senhora do Ó com um pequeno C. 1330 – 1340 C. 1330 – 1340 Proveniente de Montemor-o-Velho Proveniente da Sé Velha de Coimbra ressalto.» MNMC MNMC
  • 25. Nossa Senhora com o Menino Atribuído a Mestre Pêro Mestre Pêro C. 1330 – 1340 Virgem com o Menino Nossa Senhora do Ó Podentes MNMC MNAA MNMC
  • 26. Mestre Pêro Irradiação da oficina de Atribuído a Mestre Pêro Nossa Senhora Mestre Pêro Mestre Pêro Virgem da Expectação Museu Alberto Sampaio Virgem do Ó Virgem com Menino MNAA Guimarães Museu de Lamego MNAA
  • 27. Seguidor do Mestre Pêro Atribuído a Mestre Pêro Mestre Pêro Nossa Senhora do Ó Nossa Senhora do Ó Santa Mártir Museu Diocesano de Tuy Museu de Lamego MNMC Meados séc. XIV.
  • 28. Mestre Pêro Domingos Joanes Oliveira do Hospital Museu Nacional Machado de Castro
  • 29. Mestre Pêro Capela dos Ferreiros da igreja matriz Oliveira do Hospital Domingos Joanes e Domingas Sabranchais 1330 - 1340
  • 30. Mestre Pêro Retábulo da Capela dos Ferreiros Oliveira do Hospital
  • 31. «Mestre das Senhoras Esguias»: «No final do séc. XIV, deve ter vindo para Coimbra um mestre de origem ou educação francesa, que dirigiu a oficina de onde saíram esculturas de dimensões mais avantajadas do que era habitual fazer (...) Não se pode afirmar que se trate de um só mestre, antes pensamos numa oficina ou num grupo de estatuários autónomos que aprenderam com um artista formado em França» «Cânone mais esguio, mais elegantes e as roupagens caem de forma natural. Normalmente os mantos são seguros junto da cintura, nas figuras da Mãe de Jesus, presas pelo próprio Menino, e nas dos Santos, fixas pela pressão do braço esquerdo. Os Nossa Senhora com o rostos são mais variados e com Menino Finais do séc. XIV tratamento minucioso (...). As mãos Proveniência desconhecida são longas e finas (...).» MNAA
  • 32. A mais importante obra da escultura coimbrã dos séculos XIII e XIV é o Cristo Negro, proveniente do Convento de S. João das Donas, mosteiro feminino anexo a Santa Cruz. Em 1528, esta obra, passou para Santa Cruz, após frei Brás de Braga ter extinto a casa feminina. É um Cristo já gótico, muito distante das representações pantocráticas, foi uma das mais veneradas imagens da região. Encontra-se hoje no Museu Nacional Machado de Castro, após cuidadoso restauro que lhe retirou a fuligem negra que justificou o nome da peça.
  • 33. Pedro Dias lança a hipótese de o apostolado do portal da Sé de Évora, (1ª metade do séc. XIII) resultar do trabalho de vários artistas, notando-se a influência de mestre Pêro. Trata-se de uma obra excepcional no panorama da escultura medieval em Portugal, vindo apenas a ser ultrapassado pelo portal da Batalha
  • 34. Os escultores de formação batalhina: Gil Eanes e João Afonso («Mestre das Alhadas», «Mestre dos Sinos»): ignora-se a identidade do mestre escultor responsável pelo portal flamejante da Batalha. O facto é que os trabalhos batalhinos acolheram muitos artistas de Coimbra, o que se reflectirá depois na produção escultórica local.
  • 35. Mestre do Portal da Batalha (atribuição) Anjo Músico Profeta c. 1435 MNAA
  • 36. Gil Eanes atribuído à oficina de João Afonso S. Miguel MNAA 1430-1440 Montemor-o-Velho MNMC
  • 37. Gil Eanes trabalhou na Batalha, tendo sob suas ordens João Afonso que regressaria a Coimbra. «Com Huguet veio um grande estatuário do levante Espanhol ou de além-Pirenéus; com ele aprendeu Gil Eanes, que lhe sucedeu no cargo. Com Gil Eanes trabalhava João Afonso, que repartia a sua actividade entre Coimbra e a Batalha». João Afonso S. Miguel Arcanjo Proveniente da igreja de S. Salvador 1440 - 1450 MNMC João Afonso S. Pedro Museu de Arouca
  • 38. Atr. João Afonso Santa Catarina MNAA
  • 39. João Afonso atr. João Afonso atr. João Afonso João Afonso Virgem do Leite S. Sebastião Santa Mártir Santa Ágata MNAA MNAA MNAA MNAA
  • 40. Arcanjo S. Miguel João Afonso MNAA Piedade 1440-50
  • 41. João Afonso Túmulo de Fernão Gomes de Góis Oliveira do Conde 1440
  • 42. João Afonso Retábulo do Corpo de Deus 1439 Calcário policromado Proveniente da Capela do Corpo de Deus MNMC
  • 43. Diogo Pires-o-Velho: a sua formação «fez-se durante o reinado de D. Afonso V, correspondendo ao período mais classicista do gótico nacional.» Diogo Pires-o-Velho (atrib.) Túmulo do Conde de Ourém Igreja da Colegiada de Ourém C. 1477
  • 44. A Diogo Pires-o-Velho se atribui também o túmulo de Fernão Teles de Meneses, na igreja do Mosteiro de S. Marcos, nos arredores de Coimbra, datável de 1480. Trata-se de um trabalho notável, destacando-se o docel ao gosto italiano, aberto por dois tenentes. Os brasões do fidalgo são envolvidos por motivos vegetalistas.
  • 45. Panteão dos Silvas Igreja do Mosteiro de S. Marcos
  • 46. O túmulo de D. João de Albuquerque encontra-se hoje no Museu de Aveiro, proveniente da Igreja de S. Domingos. Pedro Dias discorda de Reinaldo dos Santos que atribui a autoria desta obra ao mesmo autor: «Quem fez um não fez o outro»
  • 47.
  • 48. Monogramista PA Santo Antão Finais séc. XV Sé de Viseu Museu Grão Vasco Nos finais do séc. XV, a oficina de Coimbra encontra-se no auge, atingindo uma «predominância quase absoluta». São muitos os imaginadores que inscrevem as suas iniciais nas obras saídas de Coimbra. Diogo Pires-o-Velho (atribuído) S. Tiago c. 1500
  • 49. Diogo Pires-o-Moço «As obras (...) assinadas e até datadas documentam a passagem do gótico à renascença nas oficinas coimbrãs, posto que mal assimilada. Além de sofrer influências da Flandres, tão patentes nos seus anjos tenentes dos escudos heráldicos, nos cabelos ondulados nas imagens femininas e nos santos, no gosto pelos detalhes, depois de 1521 passou a incluir grotescos e medalhões nos frisos e entablamentos (...).» Diogo Pires- o-Moço trabalhou directamente com Chanterenne, de quem terá colhido muitas influências. Pia Baptismal Igreja de Leça do Bailio 1515
  • 50. Diogo Pires-o-Moço Pia baptismal da igreja de S. João de Almedina Sé Velha 1520-1525
  • 51. Diogo Pires-o-Moço Anjo Tenente C. 1518 Proveniente de Santa Cruz MNMC
  • 52. Diogo Pires-o-Moço Túmulos de João da Silva e Aires Gomes da Silva Capela-mor do Mosteiro de S. Marcos
  • 53. Nos inícios do séc. XVI, em Coimbra, notemos duas correntes: os seguidores de Diogo Pires-o-Velho, com o próprio, representantes de uma tradição local, e outra, protagonizada por Olivier de Gand e seus auxiliares, com destaque para Jean de Ypres. Olivier de Gand Anjo Heráldico Com as armas de Isabel de Aragão C. 1500 Madeira policromada Proveniente de Santa Clara-a-Velha MNMC
  • 54. Olivier de Gand Profeta C. 1500 Madeira Proveniente da Sé Velha MNMC Nossa Senhora de um Calvário C. 1500 Madeira Proveniente de S. João de Almedina MNMC
  • 55. Olivier de Gand terá vindo de Toledo para Coimbra, onde assinou o retábulo da Sé Velha, num gótico final flamenguizante, antes de partir para Évora e Tomar. Ypres ficou.
  • 56.
  • 57.
  • 58. Machim Cadeiral de Santa Cruz de Coimbra 1510 - 1512
  • 59. Nicolau Chanterene, vindo da Normandia, trabalhou em Portugal entre 1517 e 1551. Trouxe influências da corte de Francisco I e da Itália. Esteve em Santiago de Compostela. Gosto naturalista, clássico e italianizado, denotando profunda capacidade técnica no tratamento da anatomia.
  • 60. Na frontaria de Santa Cruz, as estátuas atestam a sua mestria: «pelo naturalismo, leve torsão dos corpos, perfeita harmonia das proporções (...) pormenores (....) com relevos baixíssimos na decoração das vestes.
  • 61. Dirigiu a encomenda de D. Manuel para os novos túmulos reais.
  • 62.
  • 63. Túmulo de D. Sancho I
  • 64. Ecce Homo 1522 - 1526 Deposição no Túmulo Em Santa Cruz de Coimbra podem contemplar-se os baixos-relevos do claustro.
  • 65. bem como o magnífico púlpito que Chanterenne lavrou em 1521.
  • 66. Nicolau Chanterenne Túmulo de João de Noronha e esposa, Igreja de Santa Maria Óbidos
  • 67. Nicolau Chanterene Túmulo de D. Álvaro Costa Museu de Évora
  • 68. O Mestre dos Túmulos Reais, discípulo de Chanterene, «Era mestre hábil, tinha gosto, uma perícia impressionante, estava atento às mudanças, mas não aprendera a anatomia humana.» Virgem da Anunciação MNMC
  • 69. Virgem do Leite dita de D. Catarina d'Eça MNMC Anjo Custódio 1520 - 1525 MNMC
  • 70. Odart era de origem francesa. Chegou a Portugal vindo de Toledo, por volta de 1529.
  • 71. O mais famoso dos seus trabalhos, realizado em barro, foi o grupo dos Apóstolos que executou para o Refeitório de Santa Cruz de Coimbra e que está no Museu Nacional Machado de Castro.
  • 72. Rostos expressivos de um realismo intenso. Modelos robustos, cabeças volumosas com linhas angulosas, barba revolta e ondulada, tal como os cabelos, maxilares fortes, veias salientes,...
  • 73. É ainda o autor dos túmulos de D. Luís da Silveira (Góis)
  • 74. e de D. Duarte de Lemos (Trofa, Águeda).
  • 75. João de Ruão montou oficina em Coimbra, próximo do Paço de Sub-Ripas, permanecendo no nosso país de 1528 a 1580.
  • 76. Escultor e arquitecto, a sua fama era imensa e as encomendas eram contínuas. Traçou o Jardim da Manga.
  • 77. Foi o mais produtivo Tomé Velho de todos os artistas, Piedade deixando vários discípulos: •António Fernandes, •António Cordeiro, •António Gomes, •Tomé Velho e seus filhos: •Simão de Ruão e •Jerónimo de Ruão.
  • 78. São muito típicas as suas imagens da Senhora com o Menino: «trabalhos com um acentuado naturalismo, posições do corpo verosímeis, panejamentos bem lançados, com a preocupação de introduzir variações em cada peça.» João de Ruão contribuiu decisivamente para a Reforma Católica, com as suas imagens que, para o povo crente, eram normalmente mais elucidativas do que os sermões dos padres. Nossa Senhora com o Menino 1535 – 1540 Prov. desconhecida Col. particular
  • 79. João de Ruão S. Tiago S. João Baptista MNAA MNMC Santo António com o Menino Jesus Proveniência desconhecida Colecção particular
  • 80. João de Ruão Lamentação sobre o Corpo Morto de Cristo Proveniente de Santa Cruz de Coimbra C. 1540 MNMC
  • 82. João de Ruão Retábulo da capela do Retábulo da Anunciação palácio da Pena Museu da Guarda Sintra
  • 83. Retábulo da Capela de S. Marcos
  • 84.
  • 85.
  • 87.
  • 88. Retábulo da capela do Santíssimo Sacramento da Sé Velha
  • 89.
  • 90. «João de Ruão, Chanterene e Odart, o trio de ouro da nossa arte, procuraram perceber o Homem e os seus dramas, e transmitir ao barro e à pedra os sentimentos e atitudes.» Nicolau Chanterenne D. Afonso Henriques 1515 -20 Santa Cruz João de Ruão Santa Inês 1526 Odart: Cabeça de Apóstolo Santa Clara-a-Velha MNMC 1533; Santa Cruz; MNMC
  • 91. Os Túmulos de D. Pedro e D. Inês
  • 92. Pela disparidade de leituras, pelas opiniões apaixonadas que têm merecido e pela polémica que os rodeia, [os túmulos de Alcobaça] podem, como aliás já foi feito, comparar-se a outra questão magna da nossa historiografia - a «questão dos Painéis de S. Vicente».
  • 93. O facto de serem ambos obras de excepção, num país «periférico», dificulta o estabelecimento de uma linha evolutiva e impede comparações. A tendência natural, no que concerne a obras que provocam uma «ruptura», é apontar-lhes uma autoria estrangeira.
  • 94. Desconhece-se o autor (ou, mais provavelmente, autores) dos túmulos. A utilização de calcário de Ançã deixa supor que se integra, de algum modo, na tradição coimbrã.
  • 95. «Estes túmulos constituem um dos primeiros exemplos, entre nós, da opção por sepulturas de tipo conjugal ou matrimonial, que se caracterizam pelo recurso a um formulário estilístico comum e pela sua colocação num mesmo espaço.»
  • 96. As duas arcas tumulares são revestidos nas suas quatro faces de «micro-arquitecturas» com uma enorme variedade de formulário
  • 97. Os túmulos foram severamente mutilados ao longo dos tempos, nomeadamente durante as invasões francesas.
  • 98. O programa iconográfico terá sido decidido pelo rei e narra cenas da vida de S. Bartolomeu. O túmulo de D. Pedro terá sido concluído entre os anos de 1361 e 1367 e o de D. Inês cerca de 1360 e estariam inicialmente colocados lado a lado.
  • 99. No facial dos pés do túmulo de D. Pedro representam-se duas cenas alusivas à boa morte, tendo ao centro um monge cisterciense.
  • 100. No facial da cabeceira , uma rosácea com a Roda da Fortuna narrando a vida do casal.
  • 101. O rei é representado no jacente sem baldaquino com a cabeça coroada repousando sobre uma almofada e a mão pousada sobre uma espada. Os anjos ladeiam- no, enquanto, aos pés, repousa um vigilante lebréu (cão de fila).
  • 102. O túmulo de D. Inês é decorado com cenas da vida de Cristo. Na cabeceira representa-se a Crucificação. O bordo exibe os escudos de Portugal e dos Castros .
  • 103. No painel facial dos pés, representa-se o Juízo Final. A arca assenta sobre 6 animais híbridos que, provavelmente e segundo a tradição, simbolizam os assassinos.
  • 104. O jacente representa Inês sobre um lençol sustentado por anjos. O rosto é sereno.
  • 105. Nota bibliográfica: todas as citações de Pedro Dias - «A Escultura Coimbrã do Gótico ao Maneirismo»; Coimbra; Câmara Municipal; 2003 (catálogo da exposição). Lurdes Craveiro assina o capítulo sobre escultura no vol. 5 da «História da Arte em Portugal» das Publicações Alfa (Lisboa; 1986; pp. 93 – 115). Relativamente aos túmulos de Alcobaça, as citações foram colhidas de Francisco Pato de Macedo e Maria José Goulão - Os Túmulos de D. Pedro e D. Inês; in Paulo Pereira; «História da Arte Portuguesa»; volume I; Lisboa; Círculo de Leitores; 1995; pp. 446 – 455. Maria José Goulão é também a autora do volume 4 da História da «Arte Portuguesa» dirigida por Dalila Rodrigues (Lisboa; Fubu Editores; 2009) que constitui a síntese geral que mais se aproxima da perspetiva adoptada nas nossas aulas. Cruz de Portugal; Silves