O brincar tecnológico no jardim de infância
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O brincar tecnológico no jardim de infância

  1. 1 Publicado nas Actas da VI Conferência Internacional de TIC na Educação - ISBN: 978-98456-6-6 O BRINCAR TECNOLÓGICO NO JARDIM-DE-INFÂNCIA Henrique Santos Educador de Infância Resumo Neste artigo, apresentam-se algumas reflexões sobre o papel das tecnologias na Escola de hoje, designadamente no nível da educação pré-escolar. Torna-se pertinente a reflexão sobre a importância da utilização educativa das tecnologias da informação e da comunicação na construção de ambientes capazes de ajudar a construir seres humanos com capacidade e vontade de aprender. Nesse sentido, importa reflectir o espaço de aprendizagem numa perspectiva holística e integrada. Também o papel do docente, enquanto pessoa e profissional, assume especial relevo considerando-se, para o efeito, a sua prática, reflectida e avaliada numa perspectiva de desenvolvimento pessoal, cultural e social do indivíduo e da sua relação com a Escola. Por último, analisam-se algumas práticas, observadas em contexto, propondo-se alguns eixos de análise para reflexão. Palavras-chave: Tecnologias, Educação de Infância, Desenvolvimento Profissional do Educador de Infância; Sociedade da Informação e do Conhecimento. Abstract This article presents some reflections on the role technology has in school nowadays, mainly in what pre-school teaching is concerned. The reflection on the importance of the use of information and communication technology in educative contexts is becoming more and more relevant in order to create a suitable environment to develop the competence and the willing of learning. Therefore, it is important to face the learning context in a holistic and integrated perspective. The role of the teacher is also, as a person and as a professional, particularly significant, taking into account its practice, reflected and evaluated in a personal, cultural and social development of the individual and its relationship with the school. At last, some practices will be analysed, after observed in context, presenting us some points of analysis to reflect on. Keywords: Technology, Pre-school teaching, Pre-school Teacher Education, Professional Development, Information Society. 1. Introdução “Os registos audiovisuais são meios de expressão individual e colectiva e também meios de transmissão de saber e da cultura que a criança vê como lúdicos e aceita com prazer.” Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, 1997 (pg. 72)
  2. 2 A riqueza e variedade da informação, e dos seus suportes, que não pára de crescer, acentuando em cada dia que passa o seu ritmo de expansão, terá de conduzir-nos forçosamente a um mundo novo em que o entretenimento, a aprendizagem, o diálogo entre cidadãos, o exercício da democracia, a cultura, a investigação científica, o trabalho, o comércio e as restantes actividades económicas recorrem com intensidade crescente às chamadas novas tecnologias da informação e da comunicação como meio privilegiado de acesso e difusão de saber e de oportunidades de interacção humana. A convergência das tecnologias de informação, do audiovisual e das comunicações abre perspectivas com importante impacto positivo na transmissão do saber, na divulgação da cultura e da língua, nos processos de aquisição de conhecimento, na eficiência da administração pública, na integração de cidadãos com necessidades especiais, na gestão das organizações, nos meios de entretenimento, na comunicação social, na interacção entre grupos de cidadãos e na inovação de processos democráticos. Assim sendo, torna-se pertinente a reflexão sobre a importância da utilização educativa das tecnologias da informação e da comunicação na construção de ambientes capazes de ajudar a construir seres humanos com capacidade e vontade de aprender. Infelizmente, muitos são os discursos que revelam que estes seres humanos se vão perdendo à medida que os currículos da Escola, centrados nos conteúdos e no saber fazer, os vão desviando do verdadeiro interesse em construir as competências que serão o cerne da sua evolução como seres pensantes e intervenientes. Diz Papert que “a melhor aprendizagem é a que se compreende e dá prazer. As crianças adoram aprender até quando são ensinadas com uma lógica diferente. Na verdade, (...) acredito que toda a gente, especialmente as crianças, gosta sempre de aprender.” (1998, p.39). Nesta perspectiva a criança deve ser desafiada e estar permanentemente na situação de construtora, de exploradora e de investigadora. A utilização dos meios de comunicação na educação de infância pode ser desencadeadora de variadas situações de efectiva aprendizagem e desenvolvimento de competências. O contexto, as interacções entre alunos e professores, o tipo de situações a que os alunos são expostos ou criam, podem constituir os aspectos determinantes no processo de aprendizagem que, dessa forma, podem contribuir para as recriar, permitindo uma abordagem de potentes desafios intelectuais. Na verdade, as tecnologias são peças chave na criação de ambientes de aprendizagem motivadores e construtores do ser humano. As crianças aprendem melhor se tiverem tarefas, desafios, ou problemas nos quais as respostas não sejam óbvias ou demasiado simples. Papert (1998) refere ainda que ”todas as crianças que têm um computador e uma forte cultura de aprendizagem são agentes de mudança na escola”. (pg. 40)
  3. 3 Neste artigo apresentar-se-ão algumas dinâmicas desenvolvidas em contexto de sala de jardim de infância e também se pretenderá efectuar uma abordagem sistemática e organizativa das possibilidades oferecidas no âmbito da utilização dos instrumentos tecnológicos ou de marcada característica comunicacional e da sua inter-relação com os conceitos de desenvolvimento social, cultural e cognitivo das crianças e da sua relação com as práticas pedagógicas. 2. Que tecnologias? Partindo do enquadramento de Tecnologia e dos seus conceitos adjacentes, abordados numa perspectiva sociológica e humana, como factor de desenvolvimento e crescimento social das populações, tomar-se-á como linha de rumo um conjunto de apontadores, devidamente observados e contextualizados, que fornecem pistas sobre modelos de formação/acção e de desenvolvimento profissional passíveis de serem disseminados e generalizados. É também primordial compreender, de forma mais profunda, o papel das tecnologias como meios de trabalho/produção, de consulta e de comunicação como potenciadores do desenvolvimento formal do cidadão e da cidadania, a partir do jardim-de-infância. A reflexão sobre o futuro dos sistemas de educação deve apoiar-se numa análise prévia das mudanças na relação do indivíduo com o saber. A primeira constatação dessa mudança envolve a velocidade do surgimento e da renovação dos saberes. Actualmente, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no começo de seu percurso profissional são obsoletas no fim da sua carreira. Também a nova natureza do trabalho contribui para isso, no qual a parte de transacção de conhecimentos é cada vez mais ilimitada. Trabalhar equivale cada vez mais a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos. O espaço da tecnologia amplia, exterioriza e altera muitas funções cognitivas humanas: memória (bancos de dados, hipertexto, ficheiros digitais), imaginação (simulações), percepção (sensores digitais, realidades virtuais) e raciocínios (inteligência artificial). Estas tecnologias intelectuais favorecem novas formas de acesso à informação e novos estilos de raciocínio e conhecimento. O saber-fluxo, o saber-transacção de conhecimento, as tecnologias da inteligência individual e colectiva estão, necessariamente, a modificar profundamente os dados do problema da educação e da formação. Descobrir a fórmula certa de explorar os imensos recursos disponíveis é um caminho que está por desbravar, além da evidente ameaça da info-exclusão. Ponte (1997) diz explicitamente que aqueles que não forem capazes de utilizar e compreender minimamente os processos informáticos correrão o risco de estar tão desinseridos na sociedade do futuro como os analfabetos o estão na sociedade de hoje. Mas numa sociedade marcada pela informação, comunicação e conhecimento, há o risco de um número significativo de pessoas poderem ficar à margem. Como refere Carlos Tedesco: “Os média não foram concebidos como entidades da formação moral e cultural das pessoas. A
  4. 4 sua concepção e evolução supõem que essa formação já é um dado adquirido e a tendência actual dos meios de comunicação consiste em deixar aos próprios cidadãos a responsabilidade de eleger as mensagens que querem receber” (cit. por Cardoso, 2001, pg 46). Esta natural ausência de dimensões morais e culturais constitui um aspecto de crucial importância a ter em conta no modo como as tecnologias devem ser encaradas e integradas no processo de socialização das crianças e dos jovens e na preparação dos professores. Há também, actualmente, um desenvolvimento significativo da informação disponível para os cidadãos. O aluno chega à escola transportando consigo a imagem de um mundo – real ou fictício – que ultrapassa em muito os limites da família e da sua comunidade. As mensagens mais variadas – lúdicas, informativas ou publicitárias – que são transmitidas pelos meios de comunicação social entram em concorrência ou contradição com o que as crianças aprendem na escola. A este propósito, Sartori avisa-nos de que: “a verdade maior, e global, é que a criança cuja primeira escola (a escola divertida, que precede a escola aborrecida) é a televisão, é um animal simbólico que recebe o seu imprint, o seu cunho formativo através das imagens de um mundo todo ele centrado no ver (...) O problema é que a criança é uma esponja que regista e absorve indiscriminadamente (visto ainda não ter a capacidade de discriminação) tudo aquilo que vê” (2000, p.29). Daí que não seja um facto indesmentível que as tecnologias associadas à escola tendam a provocar reacções fortes, sejam elas de grande entusiasmo ou de violenta crítica. Por detrás destas reacções está o facto de mexer com aspectos fundamentais das nossas concepções, dos nossos gostos, dos nossos desejos. A escola deve promover aprendizagens fundamentais, que se interligam e que se constituem como pilares do conhecimento, ou seja, a escola deve: 1. Aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias, o que também significa, aprender a aprender, para beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida; 2. Aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente, a fim de adquirir não somente uma qualificação profissional mas também competências que tornem a pessoa apta a enfrentar as mais diversas situações e a trabalhar em equipa; 3. Aprender a viver em comum, a fim de participar e cooperar com os outros, no respeito pelos valores duo pluralismo, da compreensão mútua e da paz; finalmente, 4. Aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes e que permite a cada um desenvolver melhor a sua personalidade, ganhar capacidade de autonomia, discernimento e responsabilidade. Adaptado de Missão Para a Sociedade da Informação (1997) Livro Verde para a Sociedade de Informação em Portugal. Lisboa, MSI-MCT. pp 43 e 44.
  5. 5 Em qualquer dos modelos, o conhecimento só existe se for realizado pela pessoa, que por sua vez deve ser intelectual e materialmente activa à escala dos seus meios. A utilização das tecnologias deve poder realizar-se através do tempo e dos meios adequados. Com a emergência dos novos desafios que se colocam à Escola, nomeadamente com o crescente espaço tecnológico que envolve as novas gerações de estudantes, no qual os instrumentos digitais ocupam um lugar destacado, também os espaços de aprendizagem deverão ser, cada vez, mais variados e diversos. Todos os alunos que actualmente chegam à escola, em qualquer idade, experimentaram já, ou estão em vias de experimentar, um conjunto de dispositivos tecnológicos que lhes permitem o acesso a novas e únicas formas de informação, que, na maior parte das vezes, não possuem o devido encadeamento curricular e académico. É comum ouvir pais e mães referirem que os seus filhos de três ou quatro anos já escolhem sozinhos os filmes que vêem nos seus leitores de DVD, também é comum encontrar em classes do primeiro ciclo alunos com os seus próprios telefones móveis e serão muitos, decerto, os estudantes do ensino secundário que já dominam com bastante proficiência os segredos da internet e das suas possibilidades, nomeadamente no que concerne à sua utilização através de outros dispositivos que não os computadores pessoais, e muitas vezes, em áreas incomuns, como sejam os centros comerciais ou mesmo estações de serviço, através das ligações sem fios. Se considerarmos que a aprendizagem se situa entre uma intenção de adquirir e uma aquisição efectiva dos saberes mais diversos e que se faz através de uma escolha de objectivos e de uma escolha de situações, cuja natureza e ordem dependem daquele que teve a iniciativa da formação, teríamos, como ponto de partida, “uma solicitação do meio ambiente que encontra um acolhimento favorável naquele que o vai concretizar” (Bidarra, J., 1998, pg. 24) É sobre esta solicitação do meio ambiente que é, actualmente, de carácter eminentemente tecnológico, que a escola deve reflectir toda a sua estrutura, seja ela pedagógica ou física. 3. A Aventura da utilização das tecnologias na Sala de Aula do Jardim-de-infância Com base na utilização de metodologias activas e participativas, com recurso às tecnologias, no processo de ensino e aprendizagem, cabe ao educador utilizar criticamente a tecnologia como ferramenta transversal ao currículo, partilhar experiências/recursos/saberes no seio da comunidade educativa, valorizar práticas avaliativas indutoras de melhoria da qualidade dos processos educativos, estimular estratégias pedagógicas promotoras de metodologias inovadoras, adoptar práticas que levem ao envolvimento dos alunos em trabalho prático com tecnologias, produzir, utilizar e avaliar recursos educativos potenciadores da construção do conhecimento tecnológico, mudar práticas, com a integração de ferramentas de comunicação e interacção à distância, no processo de ensino e aprendizagem, prolongar momentos de aprendizagem no tempo e no espaço, fomentando a disponibilização de recursos educativos
  6. 6 variados, desenvolver projectos/actividades que potenciem a utilização de tecnologias em contextos inter e transdisciplinares, de forma integrada e corrente e promover momentos de reflexão decorrentes da prática lectiva e também da vida quotidiana. Este novo papel do educador exige uma constante adequação a novas práticas, mas, acima de tudo, obriga-o a um maior envolvimento na vida extra-escolar e, essencialmente, na sua aproximação aos novos meios de transmissão e difusão de informação. 4. O papel do educador Perante uma imensa oferta de fontes de informação, de caminhos possíveis e de ritmos personalizados de aprendizagem, o papel do professor/profissional de educação assume um protagonismo acrescido. Este novo modelo, ou paradigma de ensino/aprendizagem, releva a vertente sócio-emocional das aprendizagens, o lado humano do binómio ensino/aprendizagem, como refere Dias de Figueiredo (cit. por ME, 1999): “alta tecnologia pede calor humano, ou high tech calls for high touch” (pg 56). Assim, os professores têm de ser formados no domínio das tecnologias de informação e comunicação para que estas sejam úteis na realização desta “nova” escola. Por outras palavras, os professores têm de ter o domínio das tecnologias de informação e comunicação para as usarem em proveito dos seus alunos. O Livro Verde para a Sociedade da informação em Portugal (1996) refere que: Pese, embora, todo o imenso esforço que está a ser feito no sentido de dar condições materiais às escolas, importa mobilizar esforços bem maiores para dar à formação de professores, nestes domínios, um desenvolvimento estratégico no quadro de uma democracia que se quer construída e vivida por cidadãos críticos, livres e felizes” (MSI, p.41). No relatório sobre a Sociedade da Informação da responsabilidade da União Europeia (http://www.europa.eu.int/scadplus/leg/pt/cha/c11031b.htm), afirma-se que o desenvolvimento do uso das TIC pressupõe vários níveis de formação: uma formação relativa aos instrumentos, de modo que a tecnologia não continue a dissuadir os utilizadores potenciais; uma adequação às práticas pedagógicas e a adaptação das TIC a cada disciplina. Os professores têm um papel determinante na formação de atitudes, positivas e negativas, face ao processo de ensino-aprendizagem. Citando Ponte (1997), os professores “devem despertar a curiosidade, desenvolver a autonomia, estimular o rigor intelectual e criar as condições necessárias para o sucesso da educação formal e da educação permanente” (pg 19). Nesta perspectiva, o professor deve adequar-se a um novo estatuto, onde será sempre mais importante a capacidade do aluno pensar e expressar claramente as suas ideias,
  7. 7 solucionar problemas e tomar decisões em vez da memorização de factos ou da repetição de respostas certas. Com o desenvolvimento destes novos meios de difusão, a informação deixou de ser predominantemente veiculada pelo professor na escola, mas como referido, informação não é necessariamente conhecimento e o aluno continua a necessitar da orientação de alguém que já trabalhou ou tem condições para trabalhar essa informação. A sociedade de informação, ainda que perspectivada de forma instrumental, é, na opinião de Papert, para as crianças e jovens um “corredor de liberdade, de (des)encontro com o outro distante ou próximo, um estímulo de adrenalina, de fuga à vulgaridade do quotidiano, de desejo tanto mais crescente quanto mais a meta a atingir se distancia” enquanto que para os “professores adultos, e, por isso, mais constrangidos por experiências de vida de crises diversas, a construção de um mundo novo com suporte tecnológico aparece com contornos provavelmente bem mais complexos, mais desestruturantes e, por isso, mais rivais do seu eu pessoal, social e profissional” (1998, p.64). Para habilitar o professor a assumir este novo papel é indispensável que a formação inicial e contínua lhes confira um verdadeiro domínio destes novos instrumentos pedagógicos. Tem vindo a ser demonstrado que a tecnologia mais avançada não tem qualquer utilidade para o meio educativo se o ensino não estiver adaptado à sua utilização. Há pois que elaborar conteúdos programáticos que façam com que estas tecnologias se tornem verdadeiros instrumentos de ensino. Tal facto terá de pressupor, pela parte dos professores, vontade de questionar as suas práticas pedagógicas. Além disso, os docentes devem ser sensíveis também às modificações profundas que estas tecnologias provocam nos processos cognitivos. Já não basta que os professores se limitem a transmitir conhecimentos aos alunos, têm também de os ensinar a pesquisar e a relacionar entre si diversas informações. Para esta integração ter sucesso, tem de haver uma base decisiva para o trabalho nessa área. Esta base tem a ver, e nas palavras de Fazendeiro (CNE, 1999), com uma “reflexão profunda do que será o perfil do professor nos tempos modernos” (pg 25), ao mesmo tempo que tem de permitir a criação de um conjunto de ambientes organizacionais favoráveis à integração das tecnologias de informação e do conhecimento. Este passo será dado com a integração curricular e a integração das tecnologias de informação e da comunicação em novos modelos organizacionais. No âmbito do Projecto europeu “Profiles in ICT for Teacher Education” onde estiveram envolvidos parceiros de vários países europeus, incluindo Portugal, foi definido um conjunto de princípios globais sobre os quais deve ser construído o âmbito da formação inicial e contínua dos professores, que agora se apresenta e que, de modo global, definem as grandes áreas de intervenção prioritária: ATITUDES
  8. 8 Abertura à inovação tecnológica Aceitação da tecnologia Capacidade de adaptação/mudança do papel do professor Ensino centrado no aluno, aberto à participação do aluno Professor como mediador e facilitador da comunicação COMPETÊNCIAS Ensino em geral Metodologias de ensino com as TIC Planeamento de aulas com as TIC Integração dos media Monitorização/avaliação Avaliação de conteúdos TIC Questões de segurança, de ética e legais na utilização das TIC Ensino da disciplina Actualização científica Investigação Avaliação de recursos Integração na comunidade científica Ligação a possíveis parceiros Utilização de materiais noutras línguas Participação em newsgroups Competências TIC Actualização de conhecimentos em TIC/plataformas e ferramentas TIC Familiarização com ferramentas que sirvam para: Comunicar Colaborar Pesquisar Explorar Coligir dados Processar dados Armazenar dados Expandir conhecimentos Integrar ferramentas Profiles in ICT for Teacher Education (2000-2001) Neste contexto, é ao educador, como gestor do currículo, do espaço e do tempo, que cabe apresentar experiências de utilização das tecnologias como instrumento didáctico, analisar as suas potencialidades no processo de ensino aprendizagem, desenvolver metodologias para a sua integração, com particular destaque para a Internet, no processo de construção e produção
  9. 9 do conhecimento e desenvolver estratégias de utilização numa perspectiva de reorganização e gestão do grupo, adaptadas às características das escolas. Mas também é a ele que compete produzir e utilizar recursos para o ensino e aprendizagem, construir actividades para realizar em contexto de sala de aula e avaliar as actividades realizadas, reflectindo o seu espaço de intervenção social e cultural. As dinâmicas introduzidas na sala de jardim-de-infância potenciam a elaboração de estruturas contínuas de compreensão e aprendizagem social se forem concebidas numa perspectiva de integração de meios e de recursos. Também a utilização de recursos colectivos e integrados pode dinamizar competências de aprendizagem formal. Nesse sentido, o espaço de utilização das tecnologias no jardim-de-infância deve ser amplo e não condicionado por intenções de aprendizagens formalizadas ou definidas por parâmetros de causa-efeito imediato. Apresentar-se-ão, na conferência, algumas práticas que devem ser entendidas numa perspectiva de análise holística da integração, no jardim-de-infância, das temáticas associadas à utilização de recursos tecnológicos de informação e de comunicação. Apresentar-se-ão também actividades1 desenvolvidas em situação de sala de aula, devidamente organizadas e planificadas no âmbito da contextualização didáctica e pedagógica da responsabilidade do educador. 5. Conclusão A utilização das tecnologias, como uma ferramenta de trabalho de uso corrente, surge no espaço da promoção da utilização das tecnologias da informação e da comunicação no currículo da educação de infância mas também o seu uso integrado e coerente se posiciona como eixo motivador de aprendizagens graduais e definitivas, além de fornecer uma motivação exógena à promoção de dinâmicas de desenvolvimento de competências para a leitura e escrita. No domínio das competências motoras, por exemplo, a utilização do rato do computador é uma estratégia promotora de competências específicas, como é o exemplo da motricidade fina. Também este uso integrado se situa no amplo espaço da motivação para a aprendizagem e reflexão tecnológica. Não obstante, esta inclusão instrumental obriga a uma planificação e preparação cuidada de actividades e estratégias, constantemente reflectidas e avaliadas, nas quais a proficiência do docente é exigível e necessária, apesar de envolver uma necessidade de constante actualização técnica. 1 As actividades estão disponíveis nas páginas de internet dos respectivos jardins-de-infância (http://salaverde.no.sapo.pt – 2004/2005 e http://jicheleiros.no.sapo.pt – 2006/2007), organizadas, editadas e mantidas, num modelo de colaboração activa, por todo o grupo do jardim-de-infância. As páginas estão alojadas no servidor do ISP SAPO e constituem-se, na medida em que disponibilizam conteúdos de valorização pedagógica, cultural e social, como espaços de promoção da língua portuguesa. A edição e disponibilização dos conteúdos obriga a cuidados, nomeadamente sobre as respectivas autorizações de encarregados de educação para a publicação de imagens e informações passíveis de ser consideradas particulares, bem como com a protecção dos dados disponibilizados on- line.
  10. 10 Nesse sentido, é fundamental que o docente não ceda à tentativa de simplificar o se próprio processo de formação individual e, acima de tudo, que permaneça constantemente motivado e envolvido na esfera do desenvolvimento tecnológico e social. Por outras palavras, compete ao docente contextualizar as suas capacidades e competências, nomeadamente a sua capacidade para avaliar as situações educativas, a capacidade para planificar a acção e posterior aplicação dos conhecimentos teóricos e a sua capacidade para pôr em acção um plano, avaliando a sua progressão e reajustando trajectórias. Só criando situações que permitem, a um dado momento, praticar o comportamento que desejamos construir e retirando, dessa prática, ensinamentos para o desenvolvimento desse comportamento podemos potenciar os momentos de aprendizagem sem estarmos dependentes duma inserção plástica e forçada das tecnologias em ambiente escolar, bem como, ao fazê-lo, poder dar de si a imagem de um indivíduo preocupado, reflexivo e, acima de tudo, respeitado, neste “novo” mundo de informação e conhecimento. 6. Referências Bibliográficas Bidarra, J. (1998) Aprender na Era Digital, Cadernos de Educação de Infância, 44, P 23-25, Lisboa, APEI. Cardoso, C. (2001) Ler a Sociedade da Informação, Usar as NTIs. Actas do 1º Encontro Nacional de Investigação e Educação. Lisboa, ESE de Lisboa. CNE (1999). A Sociedade de Informação na Escola. Lisboa, Ministério da Educação. Eça, Teresa A. (1998) NetAprendizagem – A Internet na Educação. Porto, Porto Editora. Ministério da Educação (2001) As Tecnologias de Informação e da Comunicação nas Escolas: Condições de Equipamento e Utilização. Lisboa, DAPP. Ministério da Educação (2002) As Tecnologias de Informação e da Comunicação e a Qualidade das Aprendizagens – Estudos de caso em Portugal. Lisboa, DAPP. Ministério da Educação (1997) Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, Lisboa, DEB. Missão Para a Sociedade da Informação (1997) Livro Verde para a Sociedade de Informação em Portugal. Lisboa, MSI-MCT. Papert, S. (1997) A Família em Rede. Lisboa, Relógio D’água. Ponte, J. (1997) As Novas Tecnologias e a Educação. Lisboa, Texto Editora. Sartori G. (2000) Homo Videns - Televisão e Pós Pensamento. Lisboa, Terramar Na Internet
  11. 11 Painel da Inovação 2001 da Comissão Europeia [staff working paper SEC(2001) 1414] em http://www.europa.eu.int/scadplus/leg/pt/cha/c11031b.htm (23 de Julho de 2003) Profiles in ICT for Teacher Education (2000-2001): http://ww.tdc.pt/pictte (11 de Junho de 2003) The European Union and the information society (October 2002) http://europa.eu.int/information_society/newsroom/documents/catalogue_en.pdf, (Maio de 2003) UMIC, Plano de Acção para a Sociedade da Informação em Portugal. Presidência do Conselho e Ministros. www.umic.pcm.gov.pt (23 de Julho de 2003).