1. JUVENTUDES
- O QUE É JUVENTUDE?
- O QUE SIGNIFICA SER JOVEM?
- QUE ASPECTOS HISTÓRICOS ESTÃO LIGADOS AO UNIVERSO JUVENIL?
- QUAIS SÃO AS DEFINIÇÕES CONCEITUAIS DE JUVENTUDE?
- - EXISTEM POLITICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA JUVENTUDE?
-IGREJA E JUVENTUDES: O QUE PENSA O MAGISTÉRIO SOBRE OS JOVENS?
- E O QUE PENSAM OS JOVENS?
2. “Longe se vai, sonhando demais
Mas onde se chega assim?
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim...”
3. Conceitos de Juventude
“Nossos adolescentes atuais “Não vejo a esperança para o futuro
parecem amar o luxo. Têm maus do nosso povo se ele depender da
modos e desprezam a autoridade. frívola mocidade de hoje, pois todos
São desrespeitosos com os adultos os jovens são, por certo,
e passam o tempo vagando pelas indizivelmente frívolos... Quando eu
praças... São propensos a ofender era menino, ensinavam-nos a ser
seus pais, monopolizam a conversa discretos e respeitar os mais velhos,
quando estão na companhia de mas os moços de hoje são
outras pessoas mais velhas; comem excessivamente sabidos e não
com voracidade e tiranizam seus toleram restrições”.
mestres”. Hesíodo, séc VII a.C
Sócrates, séc IV a.C
4. Momento de uma “Polissemia” Conceitual
Nessa tarefa, algumas dificuldades devem ser levadas
em conta: O conceito de juventude varia conforme o
interesse específico de quem o maneja. São distintas, por
exemplo, as motivações de um cientista político, de um
educador, de um médico e de um publicitário.
5. Juventude: Objeto de Análise de
distintas ciências.
A demografia preocupada em desvelar seu peso no conjunto da
população; a medicina interessada nos aspectos relacionados à
sexualidade e à reprodução; a psicologia, dedicada a
compreender os comportamentos de transição entre a infância e
a idade adulta; a sociologia, voltada para o entendimento da
atuação dos jovens nas dinâmicas que se dão em diversas esferas
do cotidiano social.
6. Juventude entendida como período
preparatório:
Idade
Infância
Adulta
Políticas: centradas na preparação do jovem para que ele “vire” adulto.
7. - Concepção biocronológica ou etária
Vê a juventude em sua
dimensão
evolutiva, de
crescimento
(biológico, psicológico
, sociológico).
Critério utilizado pela
ONU: data a juventude
de 14 aos 25 anos.
8. -Concepção psicológica (identidade)
Ressalta a dimensão da construção da identidade.
Partindo de suas experiências na infância, constrói
novas maneiras de se relacionar consigo
mesmos, com o mundo, com o transcendente.
Adolescência, transição marcada pela
angustia, confusão, alterações psíquicas
9. “Quem é que tá dentro de mim
que eu não conheço?
Quem é aquele que estou vendo
no espelho e acho que não
pareço?
Será que tudo que acontece
comigo eu realmente mereço?
Ou então pode ser que minha
alma tenha errado de endereço”.
Me deixe sozinho
10. - Concepção
simbólica-cultural
Juventude: fase de
experimentação e
formação de valores
(aprendizagem e
contestação dos
mesmos)
Marcada por vários
grupos e subgrupos,
que demarcam e
territorializam seus
espaços no contexto
urbano.
Quais são os marcos
culturais hoje?
11. Evolução formal do entendimento
dos jovens
Código de Menores: Lei federal 6.697 de 1979
considerava o adolescente pobre e/ou abandonado
um potencial criminoso, sujeitando-o a medidas de
privação de liberdade como método preventivo.
Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal nº.
8069 de 1990, considera a criança e o adolescente
sujeitos de direitos, a quem deve ser destinada
prioridade absoluta, traz uma série de aspectos que
pretendem ser pedagógicos e não punitivos
O entendimento sobre juventude ainda não se codificou por inteiro, nem nos
procedimentos Jurídicos, nem no entendimento geral social de infância e
Juventude.
12. Definição:
“O Estatuto da Juventude é uma declaração de direitos e
deveres dos jovens, acrescida de uma estrutura jurídica mínima
que permita aos jovens discutir, formular, executar e avaliar as
políticas públicas de juventude. Em outras palavras, é um
instrumento jurídico-político para promover os direitos da
juventude, reconhecendo que os jovens são atores sociais
estratégicos para a transformação e melhoria do Brasil.”
14. E o jovem pobre?
Por vezes é encarado como um
potencial criminoso, incapaz de
corresponder com a
sociabilidade/integração desejada
pela sociedade (traduzida em tornar-
se mão-de-obra e consumir).
Para tal, não existe rigidez com a faixa
etária...
15. Esfera privada:
“Jovem como referência, sinônimo de beleza e sucesso.
Juventude desejada por todos; imagem do jovem
explorada pela mídia. TODOS QUEREM SER JOVENS”.
Subjetivamente: as diferentes
vivências de emoções
influenciará na construção da
identidade.
16. Esfera pública:
Visão idealista de jovens e
Jovem como incapaz de
que delega e deposita nos
ocupar os espaços de poder;
jovens responsabilidades de
difunde-se a ideia do jovem
mudança dos problemas e
como irresponsável,
que a juventude é portadora
imaturo, rebelde...
do futuro
17.
18. Esfera Esfera
3 Mitos
Pública Privada
1° Mito da Juventude Dourada: “Ser jovem” é ter tempo livre para lazer, gozar o ócio,
cultivar o corpo, ser beneficiário de um período de “moratória social” sem angústia ou
responsabilidades.
2° Mito da Juventude Cinza: Deste ponto de vista, os jovens de hoje são desocupados,
delinquentes, apáticos. Seriam depositários de todos os males da sociedade. Seriam a
mais perfeita expressão das leis da competitividade, da lógica do lucro, do cinismo da
sociedade do espetáculo. Deste prisma seriam “a desgraça e a ressaca da sociedade”.
3º Mito: Mito da Juventude Branca: Neste mito só os jovens aparecem como
personagens maravilhosos e puros que podem salvar a humanidade. Olhados deste
prisma, os jovens fariam o que seus pais não quiseram ou não puderam fazer.
19. Pronunciamentos do Magistério da
Igreja sobre juventudes:
• João Paulo II: “A igreja olha para vós com confiança e amor [...]Ela é a verdadeira
juventude do mundo [...] Olhai para ela e nela reconheceis o rosto de Cristo
(Cristifideles Laici, 18)
• Bento XVI:
“Sem o rosto jovem, a Igreja se apresenta desfigurada (São Paulo, 2007).
• Medellín (1968): “A juventude é “uma grande força nova de pressão” e um novo
organismo social com valores próprios”.
• Puebla (1979): “Opção preferencial pelos pobres e pelos jovens”.
• Santo Domingo (1992): “Opção afetiva e efetiva pelos jovens e por uma pastoral
da juventude orgânica, com acompanhamento, com o apoio real, com o
diálogo, com os maiores recursos pessoais e materiais e com dimensão vocacional.
• CNBB (2003): “Cuidado particular merecem os jovens, considerando-se a situação
que encontram na sociedade hoje” (Doc 71, 198).
20. Documento 85 da CNBB:
Frente aos jovens, a Igreja deseja:
Reconhecê-los como sujeitos e
protagonistas na evangelização
de outros jovens.
Estrutura do documento:
Favorecer o seu desenvolvimento I. Elementos para o conhecimento da
através da formação integral. realidade dos jovens.
Ser sinal e portadora do amor de II. Um olhar de fé a partir da Palavra de
Deus e do Magistério.
Deus a Eles.
III. Linhas de Ação.
Apresentar-lhes a pessoa e o ANEXOS.
projeto de Jesus Cristo.
21. “Cada geração tem suas luzes e sombras [...]
Devemos evitar uma supervalorização da juventude
de outras épocas [...]
A juventude de hoje é tão idealista e generosa
quanto a anterior. Basta saber trabalhar com ela.
A questão é a metodologia de trabalho e a paciência
para acompanhar os processos de educação na fé.
O processo hoje leva tempo e exige um
investimento maior para penetrar as barreiras do
individualismo e da indiferença”. (252)
22. Dom Bosco...
“Prometi a Deus que até meu último alento seria para meus
pobres jovens”.
Constituições Salesiana Art. 26 – “O senhor indicou a Dom Bosco,
especialmente os mais pobres, como primeiros e principais
destinatários de nossa missão.
Chamados a mesma missão, tomamos consciência de sua extrema
importância: os jovens vivem uma idade em que fazem opções
fundamentais de vida que preparam o futuro da sociedade e da
Igreja.
Com Dom Bosco reafirmamos nossa preferência pela “juventude
pobre, abandonada, em perigo”, que tem maior necessidade de
ser amada e evangelizada, e trabalhos especialmente nos lugares
de mais grave pobreza.
23. Pormenorizando...
Nenhuma instituição social possui um discurso neutro
sobre juventude. Há sempre elementos valorativos sobre
essa população.
São diferentes as visões, mas se relacionam,
frequentemente são contraditórios entre si.
As contradições também estão presentes no modo de vida
de cada jovem.
Há o fator de verem a juventude como vítimas do próprio
sistema, com valores e situações próprias.
Intolerância e incompreensão produzida pelas instituições
diante das diferentes expressões juvenis