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Em O Livro dos Espíritos, na questão 944, Kardec pergunta aos Mentores
espirituais: Tem o homem o direito de dispor da sua vida? E os Espíritos
respondem: “Não, só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário
transforma-se numa transgressão desta lei”. Questão 945: Que se deve
pensar do suicídio que tem como causa o desgosto da vida? Respondem os
Espíritos: “Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria
sido tão pesada”.
Em O Céu e o Inferno, Kardec reporta-se à manifestação de um homem que
se suicidou por afogamento, dois anos antes. Dentre várias perguntas
formuladas, duas merecem nossa reflexão. A primeira: Que motivo poderia
ter-vos levado ao suicídio?
R. O tédio de uma vida sem esperança.
Podemos deduzir então que ele era materialista, não admitindo qualquer
possibilidade de continuidade da vida no mundo espiritual. Viver sem essa
perspectiva é, sem dúvida, o que de mais terrível pode acontecer às criaturas.
Como enfrentar atribulações, dores, dificuldades, dissabores, sem conceber
que a vida projeta-se além da sepultura, onde o homem tem a oportunidade
de refazer o destino, em situações melhores? Como conter vícios e mazelas,
sem a consciência de que teremos de prestar contas, um dia, de nosso
comportamento, dos males praticados, perante os poderes maiores que nos
regem? Como superar o profundo tédio que acomete os que, mesmo tendo
atendidos seus desejos, mesmo desfrutando das benesses do mundo, acabam
cansando-se das rotinas da vida, sem cogitações de ordem superior?
O homem não tem o direito de dispor da própria vida, somente Deus tem
este direito. Por isso, o suicídio é uma transgressão da lei natural. Portanto, é
importante que saibamos que tirar a própria vida é sempre um ato
condenável. Porém, Deus, em sua infinita misericórdia, atenua as suas
consequências, conforme os casos. Assim, o suicídio involuntário não é
imputável a seu autor, pois o louco que o comete não sabe o que faz. Em
geral, não há culpabilidade numa ação, se não há a intenção ou a perfeita
consciência de que se está praticando o mal. O suicídio voluntário, por sua
vez, pode ter por motivação diferentes circunstâncias. Em seguida, algumas
delas serão analisadas pelos espíritos. O suicídio motivado por desgostar da
vida é uma insensatez.
O desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos
aceitáveis é efeito da ociosidade e da falta de fé, que podem ser frutos da
saciedade. O ocioso que se suicida deveria ter se dedicado ao trabalho,
porque assim a existência não lhe teria sido tão pesada. O trabalho nada tem
de árido e a vida se escoa mais rapidamente para quem usa de seus atributos
com fins úteis e de acordo com suas aptidões naturais. Quem ocupa seu
tempo suporta as contingências da vida com mais paciência e resignação, ao
mesmo tempo que trabalha objetivando a felicidade mais sólida e mais
durável que o espera na vida futura. Por sua vez, o suicida que tem por fim
escapar às misérias e às decepções deste mundo é um pobre espírito que não
teve a coragem de suportá-las. Deus ajuda os que sofrem e não aos que não
têm forças nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações.
Felizes serão os que as suportam sem se queixar, porque serão
recompensados e, nestes casos, infelizes serão aqueles que, na sua
impiedade, esperam para elas uma saída naquilo que chamam de sorte ou
acaso. Esta pode favorecê-los por um instante, mas somente para que mais
tarde sintam, e de modo cruel, o vazio dessas palavras. Também o homem
que luta com a penúria e que não se mata, mas se deixa morrer de desespero,
pode até ser considerado um suicida, mas, apesar disso, terá misericórdia.
Não será totalmente absolvido, porque lhe faltaram firmeza e perseverança e
não usou de toda sua inteligência para sair das dificuldades. Será muito
infeliz se a causa de seu desespero tiver sido o orgulho.
Outra motivação para dar cabo à própria vida é a vergonha por uma má ação.
Este suicídio é tão reprovável como aquele provocado pelo desespero. Na
verdade, este ato não irá apagar a falta e ainda acrescentará outra. Quando se
teve a coragem de praticar o mal, deve-se ter também a coragem de sofrer
suas consequências. Em todos os casos, Deus é quem julga e pode diminuir o
rigor de sua justiça, conforme a causa. Assim é que aquele que comete
suicídio, tentando com isso impedir que a vergonha envolva os filhos ou a
família, não procede bem. Mas, como acredita que sim, Deus levará em
conta a sua intenção, porque trata-se de uma expiação que o suicida impôs a
si mesmo. Sua intenção atenua a falta, mas nem por isso ele deixa de ser
faltoso, porque quem tira a sua vida para fugir à vergonha de uma má ação,
prova que dá mais valor à estima dos homens do que à de Deus.
Finalizando, a observação mostra que as consequências do suicídio
realmente não são sempre as mesmas. Porém, algumas dessas consequências
são comuns a todos os casos de morte violenta, isto é, aquela em que
acontece a interrupção brusca da vida. De início observa-se a persistência
mais prolongada e firme do laço que une o espírito ao corpo. Isto acontece
porque este laço está, quase sempre, na plenitude de sua força no momento
em que se parte, ao passo que, quando se trata de morte natural, ele se
enfraquece gradualmente e, às vezes, chega até a se desfazer antes de a vida
se extinguir totalmente no corpo. As consequências advindas desse estado de
coisas são o prolongamento da perturbação do espírito, seguida da ilusão que
o faz acreditar, por um tempo mais ou menos longo, que ele ainda faz parte
do mundo dos vivos.
Sem perspectiva para o futuro, sem consciência de continuidade da vida, na
qual o ser irá colher males ou benefícios compatíveis com o seu
comportamento, tudo pode ser motivo para a deserção, até o tédio de viver.
Quem asila essa ideia infeliz logo é assediado por espíritos que acabam por
convencê-lo de que é a melhor saída. A outra indagação que Kardec fez ao
suicida, por afogamento, lá do início foi: Tende a bondade de nos descrever
do melhor modo possível a vossa atual situação? E a resposta da entidade: -
Sofro pelo constrangimento em que estou de crer em tudo quanto negava.
Meu espírito está como num braseiro, horrivelmente atormentado. Sem
dúvida, a grande e terrível surpresa do materialista que se suicida é constatar
que continua a viver, em situação infinitamente pior do que aquela que o
levou à deserção.
Vamos imaginar alguém que deseja simplesmente sumir, mas constata que
continua vivo, num outro plano, um terrível purgatório formado pelas
sombras, e o que é pior, colhendo tormentos inenarráveis, que superam em
muito as dores e atribulações da Terra. Nunca será demais lembrar que o
suicídio provoca destrambelhos violentos no perispírito. A expressão como
num braseiro, usada pelo espírito, não nos remete a fantasias medievais das
chamas do Inferno, mas exprime bem o estado de angústia e dores do
suicida. O suicídio é considerado um problema de saúde pública no Brasil e
no mundo. É preocupante o número de autoextermínios, que, em 90% dos
casos, está associado a patologias de ordem mental diagnosticáveis e
tratáveis.
Nossas vidas vêm com um propósito; e nós deveríamos cumprir esse
propósito até o fim. Aquele que comete o suicídio não está fora das leis de
Deus; ele simplesmente cometeu um desvio de programa existencial, e vai
ter que rearticular um outro programa para corrigir aquele desvio. Sabemos
que os suicidas renascem com os problemas que causaram para si mesmos.
Quando uma pessoa comete o suicídio, ela complica o seu próprio destino de
uma tal maneira que ele fica comprometido. É como a pessoa tivesse
assumido um compromisso e desistido desse compromisso no meio do
caminho, antes de completar a tarefa proposta. Portanto, valorize a vida.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.

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Diga não ao suicídio

  • 1.
  • 2. Em O Livro dos Espíritos, na questão 944, Kardec pergunta aos Mentores espirituais: Tem o homem o direito de dispor da sua vida? E os Espíritos respondem: “Não, só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário transforma-se numa transgressão desta lei”. Questão 945: Que se deve pensar do suicídio que tem como causa o desgosto da vida? Respondem os Espíritos: “Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada”. Em O Céu e o Inferno, Kardec reporta-se à manifestação de um homem que se suicidou por afogamento, dois anos antes. Dentre várias perguntas formuladas, duas merecem nossa reflexão. A primeira: Que motivo poderia ter-vos levado ao suicídio? R. O tédio de uma vida sem esperança.
  • 3. Podemos deduzir então que ele era materialista, não admitindo qualquer possibilidade de continuidade da vida no mundo espiritual. Viver sem essa perspectiva é, sem dúvida, o que de mais terrível pode acontecer às criaturas. Como enfrentar atribulações, dores, dificuldades, dissabores, sem conceber que a vida projeta-se além da sepultura, onde o homem tem a oportunidade de refazer o destino, em situações melhores? Como conter vícios e mazelas, sem a consciência de que teremos de prestar contas, um dia, de nosso comportamento, dos males praticados, perante os poderes maiores que nos regem? Como superar o profundo tédio que acomete os que, mesmo tendo atendidos seus desejos, mesmo desfrutando das benesses do mundo, acabam cansando-se das rotinas da vida, sem cogitações de ordem superior?
  • 4. O homem não tem o direito de dispor da própria vida, somente Deus tem este direito. Por isso, o suicídio é uma transgressão da lei natural. Portanto, é importante que saibamos que tirar a própria vida é sempre um ato condenável. Porém, Deus, em sua infinita misericórdia, atenua as suas consequências, conforme os casos. Assim, o suicídio involuntário não é imputável a seu autor, pois o louco que o comete não sabe o que faz. Em geral, não há culpabilidade numa ação, se não há a intenção ou a perfeita consciência de que se está praticando o mal. O suicídio voluntário, por sua vez, pode ter por motivação diferentes circunstâncias. Em seguida, algumas delas serão analisadas pelos espíritos. O suicídio motivado por desgostar da vida é uma insensatez.
  • 5. O desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos aceitáveis é efeito da ociosidade e da falta de fé, que podem ser frutos da saciedade. O ocioso que se suicida deveria ter se dedicado ao trabalho, porque assim a existência não lhe teria sido tão pesada. O trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente para quem usa de seus atributos com fins úteis e de acordo com suas aptidões naturais. Quem ocupa seu tempo suporta as contingências da vida com mais paciência e resignação, ao mesmo tempo que trabalha objetivando a felicidade mais sólida e mais durável que o espera na vida futura. Por sua vez, o suicida que tem por fim escapar às misérias e às decepções deste mundo é um pobre espírito que não teve a coragem de suportá-las. Deus ajuda os que sofrem e não aos que não têm forças nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações.
  • 6. Felizes serão os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados e, nestes casos, infelizes serão aqueles que, na sua impiedade, esperam para elas uma saída naquilo que chamam de sorte ou acaso. Esta pode favorecê-los por um instante, mas somente para que mais tarde sintam, e de modo cruel, o vazio dessas palavras. Também o homem que luta com a penúria e que não se mata, mas se deixa morrer de desespero, pode até ser considerado um suicida, mas, apesar disso, terá misericórdia. Não será totalmente absolvido, porque lhe faltaram firmeza e perseverança e não usou de toda sua inteligência para sair das dificuldades. Será muito infeliz se a causa de seu desespero tiver sido o orgulho.
  • 7. Outra motivação para dar cabo à própria vida é a vergonha por uma má ação. Este suicídio é tão reprovável como aquele provocado pelo desespero. Na verdade, este ato não irá apagar a falta e ainda acrescentará outra. Quando se teve a coragem de praticar o mal, deve-se ter também a coragem de sofrer suas consequências. Em todos os casos, Deus é quem julga e pode diminuir o rigor de sua justiça, conforme a causa. Assim é que aquele que comete suicídio, tentando com isso impedir que a vergonha envolva os filhos ou a família, não procede bem. Mas, como acredita que sim, Deus levará em conta a sua intenção, porque trata-se de uma expiação que o suicida impôs a si mesmo. Sua intenção atenua a falta, mas nem por isso ele deixa de ser faltoso, porque quem tira a sua vida para fugir à vergonha de uma má ação, prova que dá mais valor à estima dos homens do que à de Deus.
  • 8. Finalizando, a observação mostra que as consequências do suicídio realmente não são sempre as mesmas. Porém, algumas dessas consequências são comuns a todos os casos de morte violenta, isto é, aquela em que acontece a interrupção brusca da vida. De início observa-se a persistência mais prolongada e firme do laço que une o espírito ao corpo. Isto acontece porque este laço está, quase sempre, na plenitude de sua força no momento em que se parte, ao passo que, quando se trata de morte natural, ele se enfraquece gradualmente e, às vezes, chega até a se desfazer antes de a vida se extinguir totalmente no corpo. As consequências advindas desse estado de coisas são o prolongamento da perturbação do espírito, seguida da ilusão que o faz acreditar, por um tempo mais ou menos longo, que ele ainda faz parte do mundo dos vivos.
  • 9. Sem perspectiva para o futuro, sem consciência de continuidade da vida, na qual o ser irá colher males ou benefícios compatíveis com o seu comportamento, tudo pode ser motivo para a deserção, até o tédio de viver. Quem asila essa ideia infeliz logo é assediado por espíritos que acabam por convencê-lo de que é a melhor saída. A outra indagação que Kardec fez ao suicida, por afogamento, lá do início foi: Tende a bondade de nos descrever do melhor modo possível a vossa atual situação? E a resposta da entidade: - Sofro pelo constrangimento em que estou de crer em tudo quanto negava. Meu espírito está como num braseiro, horrivelmente atormentado. Sem dúvida, a grande e terrível surpresa do materialista que se suicida é constatar que continua a viver, em situação infinitamente pior do que aquela que o levou à deserção.
  • 10. Vamos imaginar alguém que deseja simplesmente sumir, mas constata que continua vivo, num outro plano, um terrível purgatório formado pelas sombras, e o que é pior, colhendo tormentos inenarráveis, que superam em muito as dores e atribulações da Terra. Nunca será demais lembrar que o suicídio provoca destrambelhos violentos no perispírito. A expressão como num braseiro, usada pelo espírito, não nos remete a fantasias medievais das chamas do Inferno, mas exprime bem o estado de angústia e dores do suicida. O suicídio é considerado um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. É preocupante o número de autoextermínios, que, em 90% dos casos, está associado a patologias de ordem mental diagnosticáveis e tratáveis.
  • 11. Nossas vidas vêm com um propósito; e nós deveríamos cumprir esse propósito até o fim. Aquele que comete o suicídio não está fora das leis de Deus; ele simplesmente cometeu um desvio de programa existencial, e vai ter que rearticular um outro programa para corrigir aquele desvio. Sabemos que os suicidas renascem com os problemas que causaram para si mesmos. Quando uma pessoa comete o suicídio, ela complica o seu próprio destino de uma tal maneira que ele fica comprometido. É como a pessoa tivesse assumido um compromisso e desistido desse compromisso no meio do caminho, antes de completar a tarefa proposta. Portanto, valorize a vida.
  • 12. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.