Karl Popper propõe um novo critério para distinguir teorias científicas de não científicas. Ele critica o critério tradicional de verificação e defende que uma teoria só é científica se for falsificável, ou seja, se puder ser refutada pela experiência. Popper argumenta que a falsificabilidade é o que diferencia uma teoria científica de uma não científica.
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Popper
1. Karl PopperKarl Popper
O FalsificacionismoO Falsificacionismo
1.1. Um novo critério de demarcaçãoUm novo critério de demarcação
científica.científica.
2.2. Crítica ao método tradicional da ciênciaCrítica ao método tradicional da ciência
2. O modelo tradicional de ciênciaO modelo tradicional de ciência
Uma teoria só é científica se consistir emUma teoria só é científica se consistir em
afirmações empiricamente (pela experiência)afirmações empiricamente (pela experiência)
Verificáveis.Verificáveis.
Este modelo chama-seEste modelo chama-se verificacionismo.verificacionismo.
Popper critica este modelo porque:Popper critica este modelo porque:
Não se pode aplicar às leis científicas.Não se pode aplicar às leis científicas.
Não podemos verificar empiricamente “TodosNão podemos verificar empiricamente “Todos
os metais dilatam com o calor.”os metais dilatam com o calor.”
3. Não podemos verificarNão podemos verificar
experimentalmente as leis ouexperimentalmente as leis ou
teorias geraisteorias gerais
Se o positivismoSe o positivismo
lógico exige que aslógico exige que as
teorias científicasteorias científicas
sejam verificadassejam verificadas
pelapela
experiênciexperiência…a…
4. Um novo critério de demarcaçãoUm novo critério de demarcação
científica.científica.
TESE: Uma teoria só é científica se consistir emTESE: Uma teoria só é científica se consistir em
afirmações empiricamente (pela experiência)afirmações empiricamente (pela experiência)
FALSIFICÁVEIS.FALSIFICÁVEIS.
As afirmações que não podem ser falsificadasAs afirmações que não podem ser falsificadas
pela experiência não podem ter valor científico.pela experiência não podem ter valor científico.
Exemplo:Exemplo: Ou chove ou não choveOu chove ou não chove
Não é científicoNão é científico
Amanhã à tarde, entre as 15h e as 18h vai choverAmanhã à tarde, entre as 15h e as 18h vai chover
CientíficoCientífico
5. Argumentos para validar esta teoria:Argumentos para validar esta teoria:
As teorias que usam a experiência apenas como confirmaçãoAs teorias que usam a experiência apenas como confirmação
não podem ser refutadas. Não se submetem ao teste danão podem ser refutadas. Não se submetem ao teste da
experiência. São “pseudo-científicas”.experiência. São “pseudo-científicas”.
Exemplo: A teoria psicanalítica de Adler diz que todo oExemplo: A teoria psicanalítica de Adler diz que todo o
comportamento humano pode ser explicado pelo complexocomportamento humano pode ser explicado pelo complexo
de inferioridadede inferioridade..
O facto 1: O pai bate violentamente no filho – confirma a teoriaO facto 1: O pai bate violentamente no filho – confirma a teoria
– quer mostrar superioridade, impelido pela consciência da sua– quer mostrar superioridade, impelido pela consciência da sua
inferioridade.inferioridade.
Facto 2 : O pai é carinhoso com o filho – confirma a teoria –Facto 2 : O pai é carinhoso com o filho – confirma a teoria –
porque o pai revela o seu complexo de inferioridade de modo aporque o pai revela o seu complexo de inferioridade de modo a
suscitar uma reação contrária no filho.suscitar uma reação contrária no filho.
CONCLUSÃO: Factos contrários sãoCONCLUSÃO: Factos contrários são
interpretados como confirmando sempre ainterpretados como confirmando sempre a
teoria.teoria.
6. A teoria tem que proibir certasA teoria tem que proibir certas
ocorrênciasocorrências
Deduzir consequênciasDeduzir consequências
experimentais da teoriaexperimentais da teoria
e testá-la através dae testá-la através da
experiência é umaexperiência é uma
metodologia científica.metodologia científica.
7. Argumento 2Argumento 2
Estas teorias que não proíbem certas ocorrências sãoEstas teorias que não proíbem certas ocorrências são VAGASVAGAS
NADA DIZEM ACERCA DO MUNDONADA DIZEM ACERCA DO MUNDO
As teorias mais informativas são as que correm mais riscos deAs teorias mais informativas são as que correm mais riscos de
falsificação nas suas previsões.falsificação nas suas previsões.
Exemplo: Se a nossa teoria meteorológica estiver corretaExemplo: Se a nossa teoria meteorológica estiver correta
amanhã vai chover entre as 15h e as 18hamanhã vai chover entre as 15h e as 18h
As teorias cujas previsões são mais informativas, são maisAs teorias cujas previsões são mais informativas, são mais
objetivas, mais proibitivas , correm mais riscos de serobjetivas, mais proibitivas , correm mais riscos de ser
falsificadas, logo, são científicas.falsificadas, logo, são científicas.
Se de facto chover, revela-se que a teoria permanece comoSe de facto chover, revela-se que a teoria permanece como
válida, até se revelar falsa e ser substituída por outra.válida, até se revelar falsa e ser substituída por outra.
Conclusão: Quanto mais arriscada, maisConclusão: Quanto mais arriscada, mais
informativa, mais facilmente falsificável. Este é oinformativa, mais facilmente falsificável. Este é o
critério de separação entre as afirmaçõescritério de separação entre as afirmações
científicas e as que não são.científicas e as que não são.
8. As teorias científicas arriscamAs teorias científicas arriscam
previsões rigorosas.previsões rigorosas.
Einstein fez previsõesEinstein fez previsões
rigorosas. Se estiverrigorosas. Se estiver
correto, a luz de umacorreto, a luz de uma
estrela sofre um efeito talestrela sofre um efeito tal
que de dia aparece numque de dia aparece num
lugar e à noite noutro.lugar e à noite noutro.
Vamos ver…Vamos ver…
9. As teorias científicas são conjecturasAs teorias científicas são conjecturas
Cabe ao cientista arriscar previsões para poderCabe ao cientista arriscar previsões para poder
testar a sua teoria.testar a sua teoria.
As teorias científicas não podem ser confirmadas pelaAs teorias científicas não podem ser confirmadas pela
experiência (porque têm um carácter generalizador e aexperiência (porque têm um carácter generalizador e a
experiência é sempre finita) mas devem poder serexperiência é sempre finita) mas devem poder ser
falsificadas por esta.falsificadas por esta. Permanecem como hipótesesPermanecem como hipóteses
explicativas até ser encontrada uma experiência que aexplicativas até ser encontrada uma experiência que a
negue,negue, isto é que não possa ser explicada pela teoria ouisto é que não possa ser explicada pela teoria ou
que entre em contradição com ela. Por isso as teoriasque entre em contradição com ela. Por isso as teorias
científicas sãocientíficas são conjecturasconjecturas e não verdades.e não verdades.
10. A experiência pode corroborarA experiência pode corroborar
mas isso nada prova.mas isso nada prova.
Uma teoriaUma teoria
científica quecientífica que
não énão é
falsificadafalsificada
permanecepermanece
apenasapenas
corroboradacorroborada..
11. Crítica ao método tradicional: aCrítica ao método tradicional: a
induçãoindução
Os positivistas, para quem a observação era a fonte de toda a investigaçãoOs positivistas, para quem a observação era a fonte de toda a investigação
e verificação científica, partem dos seguinte pressupostos:e verificação científica, partem dos seguinte pressupostos:
1.1. Há uma observação neutra e puraHá uma observação neutra e pura
2.2. É possível registar todo o tipo de dados empíricos.É possível registar todo o tipo de dados empíricos.
3.3. Popper refuta estes pressupostos:Popper refuta estes pressupostos:
4.4. Não há observação neutra e pura, porque o cientista selecciona e privilegiaNão há observação neutra e pura, porque o cientista selecciona e privilegia
na realidade os fenómenos que quer observar e não dá valor a outrosna realidade os fenómenos que quer observar e não dá valor a outros
5.5. Toda a observação já tem uma finalidade, já está sujeita a um critério deToda a observação já tem uma finalidade, já está sujeita a um critério de
escolha, a um problema intelectual.escolha, a um problema intelectual.
6.6. A forma como se classifica os factos também está sujeita a um métodoA forma como se classifica os factos também está sujeita a um método
prévio de classificação.prévio de classificação.
7.7. Assim o que vamos observar nas formigas não pode ser o mesmo que observamos nosAssim o que vamos observar nas formigas não pode ser o mesmo que observamos nos
leõesleões..
CONCLUSÃO: Há realidades que não são observáveis (átomos). O sujeito afetaCONCLUSÃO: Há realidades que não são observáveis (átomos). O sujeito afeta
o objeto a observar. A experimentação é orientada intelectualmente.o objeto a observar. A experimentação é orientada intelectualmente.
12. A experiência não prova que umaA experiência não prova que uma
teoria é verdadeira mas podeteoria é verdadeira mas pode
provar que ela é falsa.provar que ela é falsa.
Nós propomosNós propomos
que aque a
experiência nãoexperiência não
verifique asverifique as
teorias masteorias mas
possa falsificá-possa falsificá-
las!las!
13. Crítica à Indução 2Crítica à Indução 2
As leis científicas como são universais nãoAs leis científicas como são universais não
podem ser empiricamente verificáveis.podem ser empiricamente verificáveis.
Podem permanecer como conjeturas, até serem falsificadas.Podem permanecer como conjeturas, até serem falsificadas.
Não podem constituir-se como verdades inabaláveis.Não podem constituir-se como verdades inabaláveis.
O método indutivo não é suficiente para provar a universalidadeO método indutivo não é suficiente para provar a universalidade
porque por mais casos que se verifiquem é impossível verificarporque por mais casos que se verifiquem é impossível verificar
todos e as leis referem-se a todos.todos e as leis referem-se a todos.
Propõe-se um métodoPropõe-se um método hipotético-dedutivo:hipotético-dedutivo: FormulaçãoFormulação
de hipóteses explicativas para resolver os problemas.de hipóteses explicativas para resolver os problemas.
Teste experimental às hipóteses não visa a sua comprovação masTeste experimental às hipóteses não visa a sua comprovação mas
sim a sua falsificação.sim a sua falsificação.
14. A ciência é uma atividade críticaA ciência é uma atividade crítica
Provar algo não éProvar algo não é
confirmar mas pôr à provaconfirmar mas pôr à prova