O documento discute a obra "Quadros da Escravidão" de Joaquim Manuel de Macedo, que retratava as vítimas e algozes da escravidão no Brasil através de personagens e histórias. O autor defendia a abolição da escravidão e mostrava como o sistema corrompia tanto escravos quanto senhores. A obra descreve o impacto negativo da escrava Lucinda na inocente Cândida e também apresenta a história do crioulo Simeão.
2. Vítima
• pessoa ferida, violentada, torturada,
assassinada ou executada por outra;
• pessoa que é sujeita a opressão, maus-
tratos, arbitrariedades;
• pessoa que sofre por sucumbir a vício ou
sentimento próprio ou de outrem;
• pessoa contra quem se comete qualquer
crime ou contravenção.
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3. Algoz
• carrasco, executor da pena de morte ou
de outras penas corporais (como
tormentos, açoites etc.)
• indivíduo cruel, de maus instintos;
atormentador, assassino
• aquilo que aflige ou atormenta
(Dicionário HOUAISS)
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5. A abolição
" O Treze de Maio não é uma data apenas entre
outras, número neutro, notação cronológica. É o
momento crucial de um processo que avança em
duas direções. Para fora: o homem negro é expulso
de um Brasil moderno, cosmético, europeizado.
Para dentro: o mesmo homem negro tangido para
os porões do capitalismo nacional, sórdido,
brutesco. O senhor liberta-se do escravo e traz ao
seu domínio o assalariado, migrante ou não. Não se
decretava oficialmente o exílio do ex-cativo, mas
passaria a vivê-lo como estigma na cor da sua pele"
(Alfredo Bosi)
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11. Haiti
Caetano Veloso
Quando você for convidado pra subir
no adro da
Fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados,
quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros
pretos
De ladrões mulatos
E outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como
pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão
pobres são tratados
E não importa se olhos do mundo
inteiro possam
estar por um momento voltados para o
largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque, um batuque com a
pureza de
meninos uniformizados
De escola secundária em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em
formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada
Nem o traço do sobrado, nem a lente
do Fantástico
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém
Ninguém é cidadão
Se você for ver a festa do Pelô
E se você não for
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
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12. E na TV se você vir um deputado em
pânico
Mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer
mesmo
Qualquer qualquer
Plano de educação
Que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de
democratização
do ensino de primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a
adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê
tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal
vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina
da rua
sobre um saco brilhante de lixo do
Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente
de São Paulo diante da chacina
111 presos indefesos
Mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos
Ou quase brancos quase pretos de tão
pobres
E pobres são como podres
E todos sabem como se tratam os
pretos
E quando você for dar uma volta no
Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação
inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
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13. Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
(O Rappa)
Tudo começou quando a gente
conversava
Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio os homens
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?
É mole de ver
Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista
Todo camburão tem um pouco de
navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de
navio negreiro
É mole de ver
Que para o negro
Mesmo a aids possui hierarquia
Na áfrica a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais
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14. Os negros do Brasil eram
muito maltratados. Morriam
em troncos, apanhando dos
homens brancos e até de
gente da sua raça. As negras
eram obrigadas a trabalhar
nas casas dos Senhores de
engenho. GUIA DE LITERATURA
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16. “Queremos agora
contar-vos em alguns
romances histórias
verdadeiras que todos
vós já sabeis...”
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17. “... Verdades que não precisam mais
de demonstração, obrigando-vos
deste modo a encarar de face, a
medir, a sondar em toda sua
profundeza um mal enorme que
afeia, infecciona, avilta, deturpa e
corrói a nossa sociedade...”
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18. O autor constrói
um perfil
aterrorizante
para o escravo,
misto de tigre e
serpente, de
vítima e algoz,
capaz de atacar
quando menos se
espera.GUIA DE LITERATURA
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19. A Tese
“O coração do escravo é
escuro, tenebroso como
noite de tempestade: é
abismo profundo e sem luz
coberto pela crosta da
tristeza íntima e da
desconfiança perpétua.”
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20. “O escravo é a matéria-
prima com que se
preparam crimes
horríveis que espantam
a nossa sociedade.”
p.30
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25. Cândida
• Loura, olhos azuis e belos, olhar de
suavidade cativadora;
• rosto oval da cor da magnólia com duas
rosas a insinuarem-se nas faces;
• os lábios quase imperceptivelmente
arqueados, lindíssimos;
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27. FLORÊNCIO DA
SILVA
Honrado, inteligente e rico negociante;
Um pouco agricultor por distração e gosto:
Bom, afável e generoso, repartindo as sobras da
riqueza que acumulava com os pobres que não
eram vadios;
Poderosa e legítima influência eleitoral e política na
sua comarca GUIA DE LITERATURA
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28. PLÁCIDO
RODRIGUES
• Padrinho de Cândida;
• O mais opulento fazendeiro e capitalista
do lugar;
• Pai de Frederico
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29. LIBERATO
• Irmão mais velho de Cândida;
• Bonito de rosto e elegante de figura.
• Fazia seus estudos preparatórios na Corte;
• Muito amigo de Frederico.
Inteligente e estudioso.
Possuía brilhantismo de imaginação.
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30. FREDERICO
• Perdeu a mãe ao nascer e foi
amamentado por Leonídia.
• Inteligente e estudioso. Reflexão
fria e segurança de juízo.
• Foi juntamente com Liberato à
Europa para fazer estudos
regulares de agricultura e
pretendiam continuar os estudos
nos Estados Unidos.
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31. • Muito racional.
• Era ele o planejado noivo de
Cândida.
• Dedicado aos amigos e na
dedicação capaz de ir até a
heroicidade.
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32. • “Engomo, coso, penteio e sei fazer
bonecas;”
• A mulher escrava, uma filha da mãe
fera, uma vítima da opressão
social...
Lucinda
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33. • 12 anos, um pouco magra, de estatura regular,
ligeira de movimentos, afetada sem excesso
condenável no andar.
•Muito viva e alegre com pretensões a bom gosto no vestir;
•Com aparências de compostura decente nos modos;
•Trazia dissimuladamente escondidos os conhecimentos e
noviciados dos vícios e das perversões da escravidão;
Corrupta, licenciosa, imoral;
Indigna de se aproximar de uma senhora honesta, quanto
mais de uma inocente menina
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34. • 11 anos e com a perfeita inocência de
sua primeira infância;
• Espírito cheio de luz suave e idéias
serenas e preciosas;
• Seu coração era um altar adornado
pelo amor de seus pais.
Cândida antes de Lucinda
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35. Cândida depois de
Lucinda
• Capaz de ser ardilosa e dissimulada
para enganar a mãe;
• Prendeu a alma às palavras
venenosas, às explicações
necessariamente imorais da escrava;
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36. • O vício do namoro leva às murmurações da
sociedade e às suspeitas que ofendem à
sua virtude.
• Admite receber cartas amorosas de vários
rapazes, prostituindo seus sentimentos;
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38. • louro, de olhos cintilantes, era de aspecto
agradável.
• Esmerava-se no trajar, embora não tivesse
muitos recursos.
• Tinha instrução superficial, mas inteligência
fácil,
espírito e gênio alegre
Alfredo
Souvanel
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39. • Habilíssimo pianista e excelente voz de
barítono.
• Era francês, mas esperava ganhar dinheiro
no Brasil ensinando piano e canto.
• Tornou-se professor de Cândida
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41. CLÍMAX
• Frederico descobre as mentiras de
Souvanel.
• Depois dos chás de Lucinda, Cândida
acredita-se grávida de Souvanel.
• Acompanhada por Lucinda, Cândida
foge com o amado que a leva para um
cortiço.
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42. A escravidão é um crime da
sociedade escravagista, e a
escravidão se vinga
desmoralizando, desonrando,
empestando, assassinando seus
opressores. Oh!... BANI a
ESCRAVIDÃO! BANI A
ESCRAVIDÃO! BANI A
ESCRAVIDÃO!
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44. “Até os oito anos de idade Simeão
teve prato à mesa e leito no
quarto de seus senhores, e não
teve consciência de sua
condição de escravo.”
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45. Depois dos oito anos apenas foi
privado da mesa e do quarto em
comum; continuou, porém, a
receber tratamento de filho
adotivo, mas criado com amor
desmazelado e imprudente, e
cresceu enfim sem hábito de
trabalho
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46. “A cozinha foi sempre adiantando a
sua obra: quando conseguiram
convencer, compenetrar o
crioulinho da baixeza, da miséria
da sua condição, as escravas
passaram a preparar nele o inimigo
dos seus amantes protetores...”
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47. • Devia ter 20 anos
• Crioulo de raça pura africana
• Cabelos penteados
• Vestido com asseio e certa
faceirice,calçado
• Vícios de linguagem
Simeão
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48. Seus atributos, segundo o autor
• Ingratidão
perversa
• Indiferença
selvagem
• Inimizade
• Raiva
• Vícios
• Vadio
• Dissimulado
• Ladrão
• Instintos animais
• Atrevimento
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51. • Domingos Caetano
• Angélica
• Florinda
• Hermano de SalesGUIA DE LITERATURA
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52. • Bons e Humanos
• Delicadeza de sentimentos
• Sentimentos generosos
• Honestos e trabalhadores
• Superioridade Física da raça
Segundo o autor...
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53. PAI – RAIOL,
O FEITICEIRO
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54. O feitiço, como a sífilis, veio da
Àfrica.
O escravo africano é o rei do
feitiço.
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55. • A prepotência do importador que
vendeu e do comprador que tomou e
pagou o escravo, pôde pela força que
não é direito, reduzir o homem a cousa,
a objeto material de propriedade, a
instrumento de trabalho, mas não pôde
separá-lo de seus costumes e de suas
crenças.
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56. O africano vendido, em que não
se fez acender a luz da religião
verdadeira, conservou puros e
ilesos os costumes, seus erros,
seus prejuízos selvagens, e
inoculou-os todos na terra da
proscrição e do cativeiro.
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58. O feiticeiro das fazendas é o
negro herbolário, o botânico
prático que conhece as
propriedades e a ação terrível
de raízes, folhas e frutas.
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59. O Reflexo:
O Pagador de
Promessas
Dias Gomes
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60. O escravo, não nos cansaremos de
o repetir, é antes de tudo natural
inimigo de seu senhor;
E o escravo que é feiticeiro , sabe
matar.
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61. PAULO BORGES
Não comprava homens, comprava
máquinas; queria braços e não
corações;
Gabava-se de senhor severo e
forte,entrava nos seus timbres
amansar os negros altanados e
incorrigíveis.
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62. TERESA
Jovem, simples de costumes,
honesta, laboriosa, afeita à vida
rural dos fazendeiros.
Dirigia a dispensa, a enfermaria, e
a grosseira rouparia dos escravos
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63. PAI – RAIOL
(Descrição monstruosa)
Negro africano de trinta a trinta e seis anos;
Baixa estatura, corpo exageradamente maior que
as pernas; Cabeça grande;
Olhos vesgos, mas brilhantes e impossíveis de
se resistir à fixidez do seu olhar pela impressão
incômoda do estrabismo duplo e por não
sabermos que fruição de magnetismo infernal
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64. Nas faces cicatrizes vultuosas de
sarjaduras recebidas na infância: um
golpe de azorrague partira pelo meio o
lábio superior, e a fenda resultante
deixara a descoberto dous dentes
brancos, alvejantes, pontudos dentes
caninos que pareciam ostentar-se
ameaçadores.
Sua boca era pois como mal fechada
por três lábios; dous superiores e
completamente separados, e um
inferior perfeitoGUIA DE LITERATURA
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65. O rir era hediondo por semelhante
deformidade.
A barba retorcida e pobre, mal crescida
no queixo, como erva mesquinha em
solo árido.
Suas orelhas perderam o terço da
concha na parte superior, cortada
irregularmente em violência de castigo
ou furor de desordemGUIA DE LITERATURA
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66. O PLANO DE PAI-RAIOL
Os bois e as bestas morriam, e não
havia peste
Em uma noite de ventania, o fogo
devorou o imenso canavial.
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67. ESMÉRIA
Era uma crioula de 20 anos
com as rudes feições da sua
raça abrandadas pela
influência da nova geração
em mais suave clima;
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68. Via nos filhos de seus senhores
futuros e aborrecidos opressores,
e beijava-lhes os pés que às vezes
desejava morder.
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69. Esméria não era o que parecia.
Refinara o fingimento.
Luzia-lhe nos olhos o amor da
senhora, que a amava e
distinguia, e lhe dispensava
favores, e no fundo do coração
maldizia dela.
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70. Era possessa do demônio da luxúria; amava os
amantes de sua raça, preferia-os a todos os
outros, mas envergonhava-se deles.
Aspirava a fortuna do amor, da posse, da paixão
delirante de um homem livre e rico.
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71. O demônio da lascívia
deu poder à crioula.
O senhor, o velho
senhor ficou escravo
da sua escrava.
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