2. Vincent de Gaulejac
▫ Sociólogo e nasceu em 1946
na França.É professor de
sociologia na Universidade de
Paris 7;
▫ “A gestão torna-se uma
metalinguagem que
influencia fortemente as
representações dos
dirigentes, dos executivos e
dos empregados das
empresas privadas, assim
como das empresas públicas
e do mundo político.”
3. GESTÃO E IDEOLOGIA
• Designar o caráter ideológico da gestão é
mostrar que, por trás das ferramentas, dos
procedimentos, dos dispositivos de informação e
de comunicação, encontra-se em operação uma
certa visão do mundo e um sistema de crenças.
4. PARADIGMAS NO FUNDAMENTO DA
GESTÃO
PARADIGMA OBJETIVISTA Compreender é modernizar, medir,
calcular
PARADIGMA FUNCIONALISTA A organização é um dado
PARADIGMA EXPERIMENTAL A objetivação do humano é uma prova
de cientificidade
PARADIGMA UTILITARISTA A reflexão está a serviço da ação
PARADIGMA DE RECURSOS O humano é um fator da empresa
HUMANOS
5. O PARADIGMA OBJETIVISTA
• Compreender é modelizar, isolando um certo
número de variáveis e de parâmetros que
poderão ser medidos;
• Linguagem matemática;
• Homo economicus
6. O PARADIGMA FUNCIONALISTA
• O funcionalismo é uma teoria
que tende a reduzir os
fenômenos sociais às funções
que eles parecem
desempenhar;
• Conflitos são considerados
“disfunções”
7. PARADIGMA EXPERIMENTAL
• O paradigma experimental
consiste em procurar leis
causais entre diversos elementos
a partir de experiências que
podemos repetir
indefinidamente e que chegam a
resultados semelhantes
• Trabalhadores são considerados
como engrenagens de uma
máquina ou agentes de um
sistema do qual eles não passam
de elementos;
1924, Western Electric
• Experiência de Hawthorne
(Elton Mayo e Fritz J
Roethlisberger)
8. PARADIGMA UTILITARISTA
• Segundo o Paradigma Utilitarista, cada ator busca maximizar suas
utilidades, ou seja, otimizar a relação entre os resultados pessoais de
sua ação e os resultados a ela dedicados;
• “Aqui não há problemas, só há soluções!”
• Aquele que levanta um problema sem trazer as respectivas soluções é
logo tido por inconveniente;
• Conformismo
9. PARADIGMA DOS RECURSOS HUMANOS
• No mundo dos mercados só o que
gera lucro faz sentido;
• O humano é um fator da empresa:
• O humano é um recurso da
empresa:
• Gerir o humano como recurso da
mesma natureza que as matérias-
primas, o capital, as ferramentas de
produção ou ainda as tecnologias é
colocar o desenvolvimento da
empresa como finalidade em si,
independente do desenvolvimento
da sociedade, e considerar, na
verdade, que a instrumentalização
dos homens é um dado natural do
sistema de produção.
10. CRÍTICAS AOS PARADIGMAS
PARADIGMA Tradução de toda a realidade em linguagem
OBJETIVISTA matemática
PARADIGMA Ocultação das questões de poder que estão em jogo
FUNCIONALISTA
PARADIGMA Dominação da racionalidade instrumental
EXPERIMENTAL
PARADIGMA Submissão do pensamento a critérios de utilidade e
UTILITARISTA não de verdade
PARADIGMA DE Redução do humano a um recurso da empresa
RECURSOS HUMANOS
• A realidade, nas ciências humanas, está condicionada pela interação
entre o conhecimento produzido , as representações construídas e
os fenômenos observados
11. MUDANÇA DE PARADIGMA
DO PARADIGMA OBJETIVISTA À ANÁLISE ANTROPOLÓGICA
• Os destinos humanos não são nem simples produto de determinações
estruturais ou das leis do mercado, nem consequencia de escolhas
individuais, nem mesmo a expressão de um mundo aleatório que
tornaria impossível qualquer previsão. Ela se enquadra na historicidade,
ou seja, nessa capacidade de ação, individual e coletiva, que caracteriza
as relações do homem e da sociedade.
• O importante não é listar fatores, medir parâmetros, calcular funções
coletivas, medidas de custo/benefício ou custo/eficácia, otimizar as
curvas de vendas ou maximizar a margem...
• O importante é compreender as significações, ajudar cada um a analisar
o sentido de sua experiência, definir as finalidades de suas ações, a fim
de que ele contribua para produzir a sociedade na qual vive.
12. MUDANÇA DE PARADIGMA
DA ABORDAGEM FUNCIONALISTA À ANÁLISE DIALÉTICA
• A análise dialética opõe-se a funcionalista. Ela considera que o
humano e o social são fundamentalmente atravessados por
contradições, conflitos e tensões.
13. MUDANÇA DE PARADIGMA
DO MÉTODO EXPERIMENTAL AO PROCEDIMENTO
CLÍNICO
• “O indivíduo não pode ser reduzido a um objeto, um recurso ou uma
variável a ser controlada, como os estudos sobre o comportamento
humano nas organizações consideraram durante muito tempo
(Chanlat, 1990)”
• A abordagem clínica propõem estudar o homem em situação.
• Compreender melhor de que maneira a subjetividade intervém no
processo de produção do conhecimento;
• Os seres humanos não são objetos;
14. MUDANÇA DE PARADIGMA
DO PRIMADO UTILITARISTA AO PRIMADO SIMBÓLICO
• Os homens não podem trabalhar e viver sem dar sentido à sua ação.
• A perspectiva utilitarista e o primado da racionalidade instrumental
tendem a negar uma dimensão particularmente essencial do
humano. Até mesmo em situações mais extremas, o homem resite
bravamente em se deixar tratar como coisa (Levi, 1989)
15. MUDANÇA DE PARADIGMA
DO INDIVÍDUO RECURSO AO INDIVÍDUO SUJEITO
• A busca de cada homem no sentido de tornar-se um sujeito, seja na
sociedade, na ordem do direito, do conhecimento, seja no registro
psíquico. Os seres humanos não são coisas, portanto deve-se refletir
sobre “a gestão” a noção de sujeito.
Concepções de sujeito:
Sujeito do Conhecimento cada um pode e deve contribuir para a produção
do sentido da ação coletiva
Sujeito de Direitos Cada indivíduo é igual em direito e dignidade
Sujeito Sociohistórico Cada indivíduo é produtor da sociedade e das
organizações nas quais vive.
Sujeito de Desejo O objetivo do grupo é mais importante do que o
interesse individual