O documento discute as implicações espirituais das relações sexuais no casamento. Afirma que a união sexual entre cônjuges virtuosos é protegida por mentores espirituais, enquanto a de cônjuges imorais atrai entidades negativas. Também enfatiza que o amor, não apenas o instinto sexual, é fundamental para uma união feliz e equilibrada.
1. “O sexo, portanto, como qualidade positiva ou passiva dos
princípios e dos seres, é manifestação cósmica em todos
os círculos evolutivos”.
(André Luiz, “Missionários da Luz”).
2. “Não podemos, dessa forma,
limitar às loucuras humanas a
função do sexo, pois seríamos
tão insensatos quanto alguém
que pretendesse estudar o sol
apenas por uma réstia de luz
filtrada pela fenda de um
telhado”.
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3. Não devemos restringir as funções sagradas do
sexo às manifestações biofisiológicas e aos
desequilíbrios comuns da afetividade humana.
Para estudar e compreender sexo com
Doutrina Espírita é necessário deslocarmos
nossa visão do campo estritamente fisiológico e
projetá-la no campo ilimitado do Espírito imortal. 3
4. O casamento é a união permanente de um homem
e uma mulher, atraídos por interesses afetivos e
vínculos sexuais profundos.
Esta união não é uma invenção
humana, mas, sim, o resultado da Lei Divina que nos
criou para o regime de interdependência.
Nenhum sexo é superior ao outro, pois um
somente se realizará no outro. 4
5. O Espírito Emmanuel nos descreve os frutos
abençoados da comunhão sexual pelo matrimônio:
“Através dele (do sexo) dimanam forças
criativas, às quais devemos, na Terra, o instituto da
reencarnação, o templo do lar, as bênçãos da
família, as alegrias revitalizadoras do afeto, o tesouro
inapreciável dos estímulos espirituais”.
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6. Com a união conjugal, nasce automaticamente o
compromisso de um para com o outro, pois ambos
viverão na dependência um do outro.
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7. No acasalamento entre os animais, não há
compromisso e nem responsabilidade permanente,
pois não existem os valores afetivos, morais e
conscienciais em jogo, e são justamente esses
valores que tornam o matrimônio uma realização
superior e de serviços extensos e complexos para
ambos os sexos.
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8. O casamento não é, pois, um contrato de
compromisso jurídico, mas, muito mais, um contrato
espiritual de consciência para consciência, de coração
para coração, onde surgem compromissos mútuos:
materiais, afetivos, morais, espirituais e
cármicos, determinando responsabilidades
intransferíveis de apoio mútuo.
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9. O Espírito Emmanuel nos mostra a gravidade da
responsabilidade na união afetiva:
“Imperioso, porém, que a ligação se baseie na
responsabilidade recíproca, de vez que na comunhão
sexual um ser humano se entrega a outro ser humano
e, por isso mesmo, não deve haver qualquer
desconsideração entre si ”.
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10. A união matrimonial não está unindo somente dois
corpos, duas estruturas de carne e ossos, mas em
realidade duas almas, dois Espíritos com
personalidades próprias, dois mundos psicológicos
diferentes.
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11. A sexualidade entre os cônjuges não se restringe ao
contato corpo a corpo, com os prazeres que daí
decorrem, pois ela se apresenta também nas
manifestações sutis da alma, ainda imperceptíveis
para a quase totalidade da Humanidade.
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12. “Quando o homem e a mulher se
confiam um ao outro, pelos vínculos
sexuais, essa rendição é tão absoluta
que passam, praticamente, a viver numa
simbiose de forças, qual se as duas
almas habitassem num só corpo”.
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Emmanuel nos lembra a figura
evangélica, quando fala que no casamento
os cônjuges passam a habitar um só corpo:
13. Para tanto, é indispensável a vigilância interior de
ambos, a fim de não prejudicar o [equilíbrio emotivo]
do companheiro ou da companheira.
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14. “A sexualidade no casal existe, sobretudo, em
função de alimento magnético entre os dois corações
que se integram um no outro e daí procede a
necessidade de vigilância para que a harmonia não se
perca, nesse circuito de forças”.
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15. Imprescindível se torna aos cônjuges cuidar da
regularidade da união sexual fisiológica, mas muito
mais deve ser cuidada a sua sexualidade
espiritual, pois esta é que é a usina mantenedora da
união matrimonial, sendo a reunião dos corpos
apenas uma complementação e não o fator básico da
união.
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16. Se a perfeita normalidade sexual fosse o fator
fundamental da união, não poderia haver separação
e crescimento de antipatia entre casais, depois de
muitos anos de atividade sexual normal, satisfazendo
as necessidades do instinto sexual e a
complementação da sede afetiva.
Neste caso, houve união de corpos, mas não de
corações.
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17. Quando na união conjugal o fator básico é a
relação sexual fisiológica, desprezando o
desenvolvimento da permuta de vibrações psíquicas
harmoniosas, é sinal de que essa união terá sempre
problemas de relacionamento, surgirão a insatisfação,
o desencanto e o desalento, e ela poderá vir a ser
desfeita com o tempo.
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18. O amor não está limitado ao instinto sexual
satisfeito.
A relação sexual, por si só, une corpos e
desejos, mas não funde almas, dentro da lei de
simpatia.
O perfeito ajustamento sexual entre os
cônjuges, antes de tudo, nasce do cultivo de
vibrações simpáticas mútuas em todas as suas
realizações, seja no lar ou fora dele.
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19. Não queremos dizer que, com o desenvolvimento
da permuta dos recursos psíquicos harmoniosos entre
o casal, se esteja decretando a diminuição ou a
ausência da relação sexual. Não!
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20. O que vai acontecer é que as alegrias entre o
casal, não se limitando ao prazer rápido do instinto
sexual regularizado, encontrará fontes de prazer
muito mais [belas], [profundas] e [intensas], no reino
infinito do Espírito.
As relações sexuais permanecem, mas
sustentadas, iluminadas e fortalecidas pelas
vibrações magnéticas equilibradas e
reconfortadoras dos cônjuges.
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21. Meditemos nas palavras esclarecedoras do
Codificador Allan Kardec, quando nos instrui sobre as
duas leis que devem reger a vida matrimonial:
“(...) na união dos sexos, a par da Lei Divina
material, comum a todos os seres, há outra Lei Divina
imutável como todas as Leis de Deus, exclusivamente
moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se
unissem não só pelos laços da carne, mas também
pelos da alma (...)”.
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22. Para a felicidade conjugal, é indispensável observar
estas duas leis:
a do instinto sexual e
a do amor...
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23. A primeira é poderosa e muito forte em todas as
pessoas e, além disso, sua atividade é comum e
fácil, pois rege a união dos corpos;
A segunda já não está no corpo, não é instintiva e
se encontra no Espírito.
A primeira necessita da utilização dos órgãos
genésicos;
A segunda necessita do órgão da alma: o coração.
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24. O admirável apóstolo Paulo, dissertando sobre os
deveres dos cônjuges, em sua primeira carta aos
Coríntios, assim nos fala com clareza:
“Não vos recuseis um ao outro, a não ser por
consentimento mútuo, a fim de vos entregardes à
oração; depois ajuntai-vos outra vez para que Satanás
não vos tente pela vossa incontinência”.
(I Cor., 7:5)
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25. O homem e a mulher são livres para ter o
comportamento sexual que lhes aprouver no
leito conjugal, mas estão sujeitos às leis morais
e espirituais, como qualquer tipo de relação
amorosa na Terra.
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26. O apóstolo Paulo em sua Epístola aos
Hebreus, 12:21, nos diz: “Estamos rodeados
por uma grande nuvem de testemunhas”...
Temos a nossa volta as companhias
espirituais que atraímos em função do que
pensamos, sentimos, desejamos, falamos e
agimos.
Nem as relações sexuais dos cônjuges estão
livres necessariamente da presença dos
Espíritos, sejam eles inferiores ou elevados.26
27. Vejamos como se apresenta o ambiente espiritual
dos cônjuges, em suas relações mais íntimas, em
três situações, conforme o estado moral e mental:
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29. O Espírito André Luiz, em seu livro “Missionários da
Luz”, apresenta, com nitidez, o ambiente espiritual
dos casais de vida sexual infeliz:
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30. “A esposa infiel aos princípios nobres da vida em
comum e o esposo que põe sua casa em ligação com o
meretrício, não devem esperar que seus atos afetivos
permaneçam coroados de veneração e santidade. Suas
relações mais íntimas são objeto de participação das
desvairadas testemunhas que escolheram. Tornam-se
vítimas inconscientes de grupos perversos, que lhes
partilham as emoções de natureza fisiológica, induzindo-
as à mais dolorosa viciação. Ainda que esses cônjuges
infelizes estejam temporariamente catalogados no
pináculo das posições sociais humanas, não poderão trair
a miserável condição interior sequiosos que vivem de
prazeres criminosos, dominados de estranha e incoercível
volúpia”.
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31. Neste caso, as relações mais íntimas são sigilosas
para as criaturas humanas, mas não o são para os
habitantes infelizes e desequilibrados do Mundo
Espiritual.
A casa material está devidamente fechada e
segura, mas, quanto à esfera espiritual, ela se encontra
escancarada e insegura, dando liberdade de entrada
para qualquer tipo de Espírito. 31
33. É da lei que cada um receba de acordo com seus
méritos.
A esposa virtuosa não participará espiritualmente da
condição sombria de seu esposo infiel aos seus
sentimentos por estar ligado ao meretrício.
A mulher, pelas suas virtudes reveladas, merecerá o
amparo e a vigilância dos benfeitores
espirituais, mesmo no momento das relações sexuais
no leito conjugal, superando as influências espirituais
negativas do marido desleal.
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34. O mentor espiritual Alexandre nos explica com
discernimento a lei de Justiça e do Mérito:
“(...) que condição, por exemplo, é a da esposa fiel e
devotada, ante um marido desleal e aventureiro, no
campo sexual? Permanecerá a mulher nobre e santa à
mercê das criminosas testemunhas que o homem
escolheu?”
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35. “- Não – disse ele, veemente – o mau não pode perturbar o
que é genuinamente bom. Em caso dessa espécie, a
esposa garantirá o ambiente doméstico, embora isto lhe
custe as mais difíceis abnegações e pesados sacrifícios. Os
atos que lhe exijam a presença enobrecedora são
sagrados, ainda que o companheiro, na vida comum, se
tenha colocado em nível inferior aos brutos. Em situações
como essa, no entanto, o marido imprevidente torna-se
paulatinamente cego à virtude e converte-se, por vezes, no
escravo integral das entidades perversas que tomou por
testemunhas habituais, presentes em todos os seus
caminhos e atividades fora do santuário da família. Chegado
a esse ponto, é muito difícil impedir-lhe a queda nos
desfiladeiros fatais do crime e das trevas”. 35
37. Existe a proteção espiritual, mas ela não é privilégio
automático de nenhum casal, pois está baseada
unicamente nas próprias irradiações mentais
equilibradas dos cônjuges.
Estes têm que fazer por merecer essa proteção.
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38. Utilizando o material sutil e poderoso emanado do
campo mental do casal de qualidades nobres, os
mentores espirituais constroem a residência fluídica no
lar dos cônjuges virtuosos.
Os Espíritos vampirizadores não têm condições de
ultrapassar as fronteiras vibratórias construídas pelos
benfeitores espirituais no recinto dos cônjuges
espiritualizados.
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39. “Todos os encarnados que edificam o ninho
conjugal, sob a retidão, conquistam a presença de
testemunhas respeitosas, que lhes garantem a
privacidade dos atos mais íntimos, consolidando-lhes
as fronteiras vibratórias e defendendo-as contra as
forças menos dignas, tomando, por base de seus
trabalhos, os pensamentos elevados que encontram
no ambiente doméstico dos amigos (...)”.
O mentor espiritual Alexandre explica a importância
da mente sadia nos cônjuges:
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40. "Por mais que não possamos voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode recomeçar agora e fazer um novo final."
Chico Xavier