O documento discute diarréia e desidratação, definindo diarréia como três ou mais evacuações amolecidas em 24 horas. Ele descreve as principais causas de diarréia como falta de higiene, ingestão de alimentos contaminados e falta de saneamento. Também classifica a diarréia como aguda ou crônica e discute sinais de desidratação e planos de tratamento com reposição de líquidos e eletrólitos.
2. Definição de Diarréia
Ocorre quando a perda de água e eletrólitos nas
fezes é maior do que a normal, resultando no
aumento do volume e da frequência das
evacuações e diminuição da consistência das
fezes.
Diarréia é geralmente definida como a
ocorrência de 3 ou + evacuações
amolecidas ou líquidas em um período de
24h. A diarréia com sangue, com ou sem
muco, é chamada de disenteria.
3. Principais causas
Falta de higiene tanto pessoal como no ambiente
domiciliar e sua proximidade;
Ingestão de alimentos contaminados: mal lavados,
mal conservados ou lavados ou cozidos em água
contaminada;
Desmame precoce: pelo risco de a mamadeira ser
mal lavada ou feita com água contaminada;
Falta de saneamento básico: moradias sem rede de
esgoto, com córregos ou rios contaminados, próximas
a esgotos correndo a céu aberto
4. Tipos de diarréia
INFECCIOSA – a
maioria dos
patógenos (vírus,
bactérias e
parasitas) são
disseminados por
via fecal-oral,
através dos
alimentos e água
contaminada. O
rotavírus é a causa
mais importante de
gastroenterites
grave em crianças
NÃO INFECCIOSA-
Alergias,
deficiências
imunológicas,
intolerâncias
alimentares
5. Classificação quanto ao tempo
Aguda: frequentemente
associada a um agente
infeccioso, mas também
pode estar relacionada a
antibioticoterapia ou uso de
laxativos.Ela geralmente é
autolimitada, com duração
menor que 14 dias,
resolvendo sem tratamento
específico se não ocorrer
desidratação
Crônica: possui duração
maior que 14 dias. Está
associada à síndrome de
má-absorção, doença
inflamatória intestinal,
deficiência imunológica,
alergia alimentar,
intolerância à lactose,
tratamento inadequado da
diarréia aguda e à diaaréia
crônica inespecífica
6. Uma criança com diarreia se avalia para saber:
Por quanto tempo a criança tem tido diarreia
Se há sinais de desidratação;
Se há sangue nas fezes para determinar se a
criança tem disenteria
CLASSIFICAR A DIARRÉIA
1. Todas as crianças com diarreia são classificadas
quanto ao estado de hidratação
2. Caso a criança tenha tido diarreia por 14 dias ou
mais, classifique a diarreia como persistente;
3. Caso a criança apresente sangue nas fezes,
classifique a criança como disenteria.
7. Complicações
Desidratação
Distúrbio hidroeletrolítico
Desnutrição - decorrente da inapetência e
vômitos, mau aproveitamento dos alimentos e
catabolismo aumentado
8.
9. Desidratação
É a deficiência de água e eletrólitos corpóreos por
perdas superiores à ingesta devido a anorexia,
restrição hídrica, por perdas aumentadas
gastrintestinais (vômito e diarréia), perda urinária
(diurese osmótica, administração de diuréticos,
insuficiência renal crônica), e perdas cutâneas e
respiratórias (queimaduras e exposição ao calor).
Mais frequente em crianças sem aleitamento
materno, desnutridas, imunodeprimidas ou em
doenças crônicas. Além do que a incidência é maior
nas populações de baixo nível socioeconômico.
11. Sinais e sintomas de desidratação
Depressão da fontanela
Olhos encovados e sem brilho
ausência de lágrimas
Lábios ressecados
Língua esbranquiçada e grossa
Pulso fraco
Pouca urina ou escura
Prostração ou torpor
Ocorrência ou não de febre
turgor e elasticidade da pele diminuídos
20. Plano C
Para a administração de líquidos por via
intravenosa (IV):
Dar 100ml/Kg de solução em partes iguais de soro
glicosado a 5% e soro fisiológico a 0,9% para
infusão em 2h.
Ex.: 10Kg
1000ml total 1ª fase 500ml SF
2ª fase 500ml SG 2h
Fase de expansão rápida
21. Se ao final das 2h ainda tiver SS de desidratação,
administrar mais 25 a 50ml/Kg nas próximas 2h:
Ex.: 10Kg
500ml total 1ª 250ml SF
2ª 250ml SG 2h
Reavaliar em 30 min, se não houver melhora na
desidratação aumentar a velocidade do
gotejamento.
22. Caso não consiga encaminhar a unidade para a
terapia IV em 30 min:
Instalar sonda nasogástrica dar 30ml/Kg/hora;
Reavaliar a cada 1 a 2h;
Se após 3h não melhorar o grau de desidratação,
encaminhar para terapia IV.
23.
24. Cuidados de Enfermagem
Avaliar os doentes cada hora ou cada 2 em 2
horas para verificar se estão a tomar os SRO
corretamente e para monitorizar a perda de
líquidos.
Fazer uma reavaliação completa do estado de
desidratação do doente ao fim de 4 horas e seguir
o plano de tratamento adequado para a
desidratação do doente.
Determinar a quantidade de SRO a administrar
durante as primeiras 4 horas
25. Se o doente quiser mais SRO do que a quantidade
apresentada, pode-lhe ser dado.
Para os bebês com menos de 6 meses que não
sejam amamentados ao peito, administrar também
100 a 200 ml de água potável durante este período.
Dar-lhe pequenos e frequentes goles por uma xícara.
Se o doente vomitar, esperar 10 minutos. Depois,
continuar a dar-lhe líquidos, mas mais lentamente.
Para os bebês que são amamentados ao peito,
continuar a amamentação sempre que o bebê
quiser.
26. Disenteria
Quando há sangue nas fezes;
Dar ATB recomendado em sua região para Shiguella
durante 5 dias se houver comprometimento do
estado geral;
Retorno em 2 dias
ATB 1ª escolha: ácido nalidixílico 10mg/Kg/dia 6/6h
por 5 dias;
2ª escolha: trimetropim+sulfametoxazol 40mg/Kg/dia
12/12h durante 5 dias.
27. ÁCIDO NALIXÍLICO Trimetropim+sulfametoxazol
Idade ou peso Comprimido
250mg
Suspensão
250mg/5ml
comprimido suspensão
2 a 4 meses
4 - <6Kg
1/4 1,25ml - -
5 a 11 meses
6 - <10Kg
1/2 2,5ml 1/2 5,0ml
1 a 4 anos
10 – 19 Kg
1 5,0ml 1 7,5ml