Este documento discute conceitos de taxonomias no contexto da Ciência da Informação. Apresenta definições de taxonomia e discute exemplos históricos como a classificação de Lineu e a Taxonomia de Bloom. Também aborda diferenças entre taxonomias, tesauros e classificações, além de exemplos de uso em portais, bibliotecas digitais e ontologias.
1. Taxonomias no contexto
da Ciência da Informação
Disciplina: Tesauros e Ontologias
Curso de Biblioteconomia
Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
nov. 2012
2. Conceito de taxonomia
“Estudo teórico de uma classificação incluindo seus
fundamentos, princípios, procedimentos e regras”
(CURRÁS, 2010)
“ Taxonomia é, por definição, classificação
sistemática.” (CAMPOS; GOMES)
É “a organização peculiar de um conjunto de
informação para um propósito particular.”
(FIGUEIREDO, 2007)
Do grego: taxon – categoria, grupo, ordem, arranjo e
nomos – regra, lei, norma, que regula.
3. Um pouco de história...
A taxonomia teve seu surgimento em Aristóteles
(classificação arbitrária do conhecimento, das coisas
vivas).
O termo taxonomia foi publicado pela 1ª vez em 1735,
com a obra Systema Naturae – na biologia pela:
Taxonomia de Lineu – agrupamento de seres vivos por
características comuns (semelhança). Desde 1901 é a
nomenclatura científica adotada.
No século 20, Bloom et al (1956), usam novamente o
termo em sua classificação de objetos educacionais em
seis níveis conhecida como Taxonomia de Bloom:
5. Taxonomia de Bloom (1956)
Padronizaria a linguagem sobre os objetivos de
aprendizagem, para facilitar a comunicação entre as
pessoas (docentes, coordenadores, etc), conteúdos,
competências e grau de instrução desejado.
Serviria como base para que determinados cursos
definissem, de forma clara e particular, objetivos e
currículos baseados nas necessidades e diretrizes
contextual, regional, federal e individual (perfil do
discente/curso).
Determinaria a congruência dos objetivos
educacionais, atividade e avaliação de uma unidade,
curso ou currículo. e
Definiria um panorama para outras oportunidades
educacionais (currículos, objetivos e cursos), quando
comparado às existentes antes dela ter sido escrita.
6. Conceito taxonomia na CI
“[...] usada para estruturação de informações
e considerada como uma importante
ferramenta para entendimento de como uma
área de conhecimento é organizada e,
principalmente, como essa se relaciona e
interage com outras.” (AGANETTE,
AVARENGA, SOUZA, 2010, p. 79)
7. Conceito de taxonomia na CI
“Taxonomia é um sistema utilizado para classificar e
facilitar o acesso à informação. Seu objetivo é
representar conceitos através de termos; melhorar a
comunicação entre especialistas e outros públicos;
propor formas de controle da diversificação e
oferecer um mapa do processo do conhecimento e
um instrumento que permite alocar, recuperar e
comunicar informações dentro de um sistema.
(TERRA, 2005 in AGANETTE, ALVARENGA e
SOUZA, 2010, p. 79)
8. Conceito de taxonomia
Para Graef (2001) taxonomia é:
“[...] uma estrutura que provê uma maneira de
classificar coisas através de uma série de grupos
hierárquicos para facilitar sua identificação, estudo
ou localização. A estrutura taxonômica consiste em
duas partes: Estrutura e Aplicações, onde: -
estrutura consiste em categorias ou termos e os
seus relacionamentos; e aplicações são ferramentas
de navegação que ajudam usuários encontrar as
informações”.
9. Diferenças entre taxonomia e tesauros
Para Edols (2001) as taxonomias incluem
elementos que as diferenciam dos sistemas
de classificação e dos tesauros como:
Estrutura de suporte, conteúdo e aplicação;
Criadas através da mescla de diferentes
tesauros e índices;
Criadas através da combinação
homem/máquina
10. Taxonomia, classificação e tesauros
Quanto à complexidade dos relacionamentos
(CONWAY, et al, 2002):
Classificação = agrupa os termos utilizados
Taxonomia = agrupa termos com
interatividade
No entanto, para Centelles (2005) a norma
ANSI/NISO Z39.19 (2005) considera que uma
taxonomia é um tipo de vocabulário
controlado como os tesauros e as listas de
assunto.
16. Sobre as taxonomias
Lista estruturada de termos/conceitos de um domínio
Termos não são definidos (somente relação
hierárquica gênero-espécie, parte/todo)
Permitem a recuperação e organização da
informação através da navegação
Permitem a agregação de dados
Evidenciam o modelo conceitual de um domínio
Previnem ambiguidade
Buscam relacionar necessidade do público com os
conteúdos representados
Trata o conhecimento de modo explícito
17. Uso das taxonomias
Aplicação
Portais institucionais
Bibliotecas digitais
Ontologias
É um mecanismo de consulta, ao lado das
ferramentas de busca.
“Encontrar aquilo que não sabia que se tinha”
18. Taxonomias em portais
Organizam e recuperam a informação dentro de
portais empresariais, como um mapa conceitual dos
principais tópicos.
Pode tornar o portal mais amigável porque permite a
navegação do usuário pelos links.
Usadas também com função semelhante à dos
menus/diretórios.
Constituem arranjos informacionais de acordo com a
visão de quem as desenvolve ou do objetivo da
instituição para a qual a taxonomia foi criada
Pode ser considerada uma vitrine de conteúdos
19. Taxonomias em bibliotecas digitais
Auxilia na organização e recuperação de
informações digitais
Auxilia na alocação dos documentos,
aproximando-os de seus assuntos
relacionados.
Revela a natureza do conteúdo temático de
um sistema de informação.
20. Taxonomias em ontologias
A taxonomia é a espinha dorsal de uma
ontologia (GUARINO, 1998, p.1)
São usadas como ponto de partida no
estabelecimento de relações
Uma ontologia é uma espécie de vocabulário
controlado composta por termos, definições e
axiomas em linguagem de máquina
(linguagem lógica)
Ex: Todo gato come peixe. Mimi come peixe.
Logo, Mimi é um gato.
21. Uso das taxonomias
Utilizadas na organização do conhecimento para
criar o menu através do qual se acessem-se partes
de um arquivo digital ou de um site na web.
Representam o conteúdo organizacional de uma
instituição
Diretórios na Internet como o Yahoo!, Open
Directory, adotam este modelo de organização.
Deve contar com especialista no domínio (conhecer
seu vocabulário, o ambiente inserido, suas questões
específicas e ter capacidade lógica)
22. Estrutura da taxonomia
Lista de conceitos
Lista de categorias
Conteúdos organizados hierarquicamente em
pastas
24. Ferramentas
Objetivo:
Olhar para uma base de informação não
estruturada e, através de suas
funcionalidades específicas, extrair
conteúdos, apresentá-los, correlacioná-los e
demonstrar a quem a usa que seria quase
impossível recuperar aquela informação
através da leitura isolada de centenas de
documentos. (RIOS, 2009)
25. Taxonomia do Portal Terra – divisão do conhecimento disponível
Fonte: Portal Terra
32. Vantagens das taxonomias
Interface amigável ao usuário
Estrutura classificatória voltada para as
necessidades dos usuários e objetivo da
organização
Permitir a interoperabilidade entre sistemas
quando fazem parte de uma ontologia
Minimizar o tempo na busca
Vizualizar a ordem de arquivamento das
informações
34. Taxonomia canônicas/sistemáticas
Relação binária/dicotômica e revela relações
de família, gênero e espécie
Não são hospitaleiras, ou seja, não admitem
acréscimos após sua construção
35. Taxonomia de Domínio
Policotômica e representa um domínio do
conhecimento (possui várias divisões)
Sua organização adota o princípio de divisão
pelas classes de um conceito
36. Tipos de taxonomia segundo
Conway (et al, 2002)
Taxonomias descritivas
Taxonomias para navegação
Taxonomias para gerenciamento de dados
37. Taxonomias descritivas
Consiste em vocabulários controlados
construídos a partir de tesauros. Adicionando
diversos tipos de palavras, ortografias,
formas e dialetos diversos, para que o
usuário tenha liberdade de buscar um
assunto.
38. Taxonomia para gerenciamento de
dados
Contém um conjunto pequeno de termos
controlados, com significância particular e
específica.
39. Taxonomia para navegação
Envolvem agrupamentos apropriados das
informações, e pretende descobrir
informações por meio do comportamento do
usuário através do uso dos navegadores
(browsing).
40. Taxonomia (ANSI/NISO Z39.19)
Taxonomia é um tipo de vocabulário
controlado que consiste de termos
preferenciais ou ainda uma coleção de
termos de vocabulário controlado,
organizados em uma estrutura hierárquica.
Cada termo em uma taxonomia está em uma
ou mais relações do tipo pai/filho
(geral/específico) em relação a outro termo
desta mesma taxonomia.
(ANSI/NISO Z 39.19, 2005)
41. Taxonomia na CI
“ [...] As similaridades estão principalmente
na forma de elaboração da estrutura desses
instrumentos, que demandam a organização
de conceitos em processos que incluem
categorização e classificação de conceitos,
definição das relações entre esses conceitos
e tratamento da terminologia empregada nos
conceitos e relações da estrutura.” (SILVA,
SOUZA E ALMEIDA, 2008).
42. O que é um vocabulário controlado?
Lista de termos autorizados
Termos com definições
Termos não podem se repetir para designar
conceitos diferentes
Se mais de um termo é usado para designar
a mesma coisa (conceito), então um dos
termos deve ser identificado como o termo
preferido no VC e os outros termos devem
ser listados como sinônimos ou equivalentes.
(NISO, 2005).
43. Para que usar um VC?
Obter consistência na descrição de objetos e
conteúdos para facilitar e garantir a
recuperação da informação.
Melhorar a eficácia dos sistemas de
armazenamento e recuperação da
informação.
Auxiliar os sistemas de navegação na web
que visam identificar e localizar conteúdos
através da descrição, usando algum tipo de
linguagem.
44. Estrutura hierárquica de uma
taxonomia: visão crítica
Para a teoria clássica da taxonomia, estas só
podiam ter um arranjo hierárquico rígido, ou
seja, mutuamente excludente, pertencendo a
um único ramo da árvore hierárquica.
Atualmente o ramo de taxonomias
corporativas, demonstram a necessidade de
abordagens alternativas como a de WOODS
(2004). Ex: docs sobre produto do
concorrente pode ser de interesse para mais
de um departamento da corporação.
45. Taxonomia corporativa
Taxonomia corporativa (Woods, 2004):
Hierarquia de categorias usadas para classificar
documentos ou outras infs., para representar
conteúdos disponíveis em uma organização.
Não é só classificar e disponibilizar o acesso, mas tb:
“Representar conceitos através de termos, agilizar a
comunicação entre especialistas e outros públicos;
encontrar o consenso; propor formas de controle
da diversidade de significação e oferecer um mapa de
área que servirá como guia em processo de
conhecimento.” (TERRA, et al, 2004)
46. Tipos de taxonomias corporativas
(Blackburn, 2006)
As taxonomias são usualmente hierárquicas.
Por assunto: Faz uso de vocabulário
controlado e organiza os termos por assuntos.
Por unidade de negócio: estabelece sua
organização seguindo as unidades de negócio
da organização
Por funcionalidade: é organizada levando-se
em conta as funções e atividades
desenvolvidas pela organização.
47. Abordagem de Woods (2004)
Para Woods (2004) uma taxonomia
corporativa precisa ser facetada ou
multidimensional porque em uma
organização na web. Por exemplo, um
produto de um concorrente pode interessar a
mais de um departamento dentro da mesma
organização.
48.
49. Referências adotadas
AGANETTE, E.; ALVARENGA, L.; SOUZA, R. R. Elementos
constitutivos do conceito de taxonomia. Inf. &Soc., João Pessoa, v. 20,
n.3, p. 77-93, set./dez. 2010.
BLACKBURN, B. Taxonomy design types. AIIM E-doc Magazine,
Maryland, USA. v.20, n.3, p.14-16, maio/jun. 2006.
BLOOM, Benjamin S. et al. (eds.). Taxionomia de objetivos
educacionais. Porto Alegre: Globo, 1972. V.1.
CENTELLES, M. (2005). Taxonomies for categorization and
organization in web sites. Hipertexto.net, n. 3, maio 2005. Disponível
em: http://www.hipertext.net/english/pag1011.htm
FIGUEIREDO, S. P. Taxonomia. Miniweb, 2007. Disponível e:
http://www.miniweb.com.br/atualidade/tecnologia/artigos/taxonomia.html
FRANKLIN, S; GRAESSER, A. Is it an Agent, or just a Program?: A
Taxonomy for Autonomous Agents. Proceedings of the Third
International Workshop on Agent Theories, Architectures and
Languages. Springer-Verlag. 1996.
50. ...referências
GRAEF, J. L. Managing taxonomies strategically. Montague Institute Review. 2001.
Disponível em <http://www.montague.com/abstracts/
taxonomy3.html>
MIRANDA, F. B. Panorama da lexicografia alemã. Contingentia, v.3, n.2, 2008. Disponível
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ONTOLOGIA
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BRASIL, 2008.
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