O documento discute a consulta de enfermagem para idosos na atenção básica. Ele descreve as políticas públicas relevantes para a saúde do idoso no SUS e destaca a importância da Atenção Básica. Também detalha os componentes da primeira consulta de enfermagem com idosos, incluindo a entrevista, exame físico e instrumentos de avaliação.
1. CONSULTA DE ENFERMAGEM AO IDOSO NACONSULTA DE ENFERMAGEM AO IDOSO NA
ATENÇÃO BÁSICAATENÇÃO BÁSICA
Professor - GERSON DE SOUZA SANTOS
2. O aumento da população idosa, o que vem
ocorrendo de forma rápida e progressiva, exige
que os profissionais da saúde, em especial os
enfermeiros, estejam capacitados para atender as
especificidades desta etapa da vida, melhorando a
assistência prestada.
3. POLÍTICAS PÚBLICAS DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE DA PESSOAPOLÍTICAS PÚBLICAS DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE DA PESSOA
IDOSA NO SUSIDOSA NO SUS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a utilizar o conceito de
“envelhecimento ativo” buscando incluir, além dos cuidados com a
saúde, outros fatores que afetam o envelhecimento.
• O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de
Compromisso pela Saúde que agrega três eixos: o Pacto em Defesa
do Sistema Único de Saúde (SUS), o Pacto em Defesa da Vidao Pacto em Defesa da Vida e o
Pacto de Gestão.
• Foram pactuadas seis prioridades, três delas têm especial relevância
para a pessoa idosa. São elas: a saúde do idoso, a promoção da
saúde e o fortalecimento da Atenção Básica.
4. Em relação à promoção da saúde da população idosa as
implementações de ações locais deverão ser norteadas pelas
estratégias de implementação, contempladas na Política Nacional
de Promoção da Saúde – Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006,
tendo como prioridades as seguintes ações específicas:
a)Divulgação e implementação da Política Nacional de
Promoção da Saúde (PNPS);
b) Alimentação saudável;
c) Prática corporal/atividade física;
d) Prevenção e controle do tabagismo;
e) Redução da morbimortalidade em decorrência do uso
abusivo de álcool e outras drogas;
f) Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito;
g) Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz;
h) Promoção do desenvolvimento sustentável.
5. • A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
(PNSPI), Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro
de 2006, define que a atenção à saúde dessa
população terá como porta de entrada a Atenção
Básica/Saúde da Família, tendo como referência
a rede de serviços especializada de média e alta
complexidade.
6. A CONSULTA DE ENFERMAGEMA CONSULTA DE ENFERMAGEM
Esta prática assistencial foi legalizada pela Lei nº
7.498/86 que regulamentou o Exercício da
Enfermagem e estabeleceu essa atividade como
privativa do enfermeiro. O Conselho Federal de
Enfermagem através da Resolução. COFEN/159
estabelece a obrigatoriedade da realização da
consulta de enfermagem em todos os níveis de
assistência à saúde em instituição pública e
privada.
7. PRIMEIRA CONSULTA DE ENFERMAGEMPRIMEIRA CONSULTA DE ENFERMAGEM
Entrevista
• Identificação: Sexo, idade, estado civil (tempo),
ocupação atual (tempo); profissão; escolaridade;
• Identificar: o conhecimento sobre sua saúde e os
fatores de risco relacionados a agravos à saúde;
• Antecedentes familiares: hipertensão, diabetes,
acidente vascular cerebral, câncer, demência;
• História atual e pregressa: queixa principal,
doenças, tratamentos, cirurgias, vícios, quedas,
sintomatologia;
• Imunização;Imunização;
8. Uso de Medicamentos: prescritos, por conta própria,
conhecimentos, dificuldades econômica, deglutição, memória,
manipulação.
• Perfil Fisiológico: aspectos cardiovasculares e metabólicos; nível
pressórico, colesterol, triglicérides, glicemia de jejum.
• Perfil Nutricional: Avaliação de Risco Nutricional alimentação:
composição, número de refeições, quem prepara, conservação;
deglutição, mastigação.
10. • Auto-cuidado: Atividades de vida diária ; hábitos de
higiene corporal e bucal (freqüência, dificuldades);
vestuários (adequação/temperatura ambiente.
• Perfil de ambiente: tipo de moradia, uso de tapetes,
corrimão, banheira, iluminação, animais domésticos,
condições de higiene e segurança.
• Situação familiar: composição,
necessidade/disponibilidade de cuidador.
• Sexualidade: parceiro, dificuldades/queixas, sexo
seguro.
• Hábito intestinal: freqüência, queixas.
11. Exame Físico Geral e EspecíficoExame Físico Geral e Específico
• Pressão arterial (posições sentada deitada e em pé).
• Medidas antropométricas: peso, altura e estabelecer
índice de massa corpórea.
• Cabeça:
• – Fácies: simétricas, cicatrizes, erupções da pele, lesões,
etc.
• – Couro cabeludo: lesões, assimetrias, condições de
higiene;
• – Olhos: acuidade visual, uso de óculos, sensibilidade à
luz, edema, congestão, lacrimejamento, secura,
catarata, movimentos extra-oculares, queda palpebral,
movimentos não usuais, coloração da esclera, etc.
12.
13.
14.
15.
16. – Ouvido: acuidade auditiva, cerúmen, secreções, dor,
prurido, cuidados com o ouvido;
– Nariz/narina: desvios, secreções, lesões, olfato,
sangramento nasal, sensação de obstrução, dor e outros
sintomas, etc.
– Cavidade oral: condições de dentição e/ou próteses,
mucosa, odor à respiração, higiene, lesões, umidade, cor,
infecções, etc.
• Pescoço: presença de nódulos, palpação da glândula
tireóide, sopro em carótida; veias jugulares: distensão
(cabeceira em ângulo de 45 graus).
• Pele e anexos: coloração, cicatrizes, icterícia, lesões;
hidratação: turgor, xerodermia, etc; unhas: onicomicose,
deformidades.
17.
18.
19. Tórax: forma, expansão simétrica a respiração, cicatrizes,
anormalidades estruturais, etc.
– Ausculta cardíaca: freqüência, ritmo, pulso apical, arritmias,
sopros, extra-sístoles, etc.
– Ausculta pulmonar: freqüência respiratória, ritmo, expansividade
e ressonância. Qualidade dos sons respiratórios (estertores,
roncos e sibilos).
– Mamas/mamilos: simetria, presença de massas/nódulos e
secreções
• Abdômen: inspeção: simetria, hérnias, cicatrizes, veiais dilatadas
saliências, distensões, contrações fortes;
• ausculta: ruídos hidroaéreos e sons vasculares;
• palpação: massas, pulsações e órgãos (fígado, baço);
• percussão: timpânico e/ou maciço
20.
21.
22.
23. Aparelho genitourinário: avaliação da região escrotal:
simetria dos testículos, dor e massas; avaliação da
próstata: urgência miccional, disúria; avaliação da região
vulvar e vaginal: inflamações, presença de secreções,
lesões e prolapso; coleta de colpocitologia oncótica.
• Aparelho músculo-esquelético (MMSS e MMII): postura,
força muscular, claudicação, hemiparesias, deformidades,
dor articular; perfusão periférica: cor e temperatura.
• Avaliação Neurológica: o exame no idoso é de extrema
importância e não deve ser omitido, pois as principais
causas de incapacidade nesta faixa etária se dá pelos
distúrbios neurológicos existentes.
30. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília :
Ministério da Saúde, 2006.
2. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução COFEN-159, de 19 de abril
de 1993: dispõe sobre a consulta de enfermagem. Rio de Janeiro; 1993.
3. Maciel ICF, Araújo TL. Consulta de enfermagem: análise das ações junto a
programas de hipertensão arterial, em Fortaleza. Rev Latino-Am Enfermagem.
2003; 11(2):207-14.
4. Atenção à saúde do idoso. Protocolo de Enfermagem. Prefeitura Municipal de
São Paulo. 2004.