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Trust Industry Report

TRUST INDUSTRY REPORT:
INDÚSTRIA

Indústria
2

Trust Industry Report

Indústria

TRUST INDUSTRY REPORT:
INDÚSTRIA

Trust Industry Reports

Os Trust Industry Reports (TIR) são
relatórios de análise do estado da
confiança por setores de atividade
em Portugal, bem como a nível
Global e Europeu. A elaboração
destes relatórios contou com o
contributo de representantes das
principais empresas de cada setor
em Portugal e no consequente
debate dos resultados de confiança
anuais para o seu setor e respetiva
conjuntura, obtidos através do
maior estudo de Confiança realizado
globalmente, o Edelman Trust
BarometerTM.
Em 2013 realizaram-se quatro
Trust Industry Reports, agora
materializados em quatro white
papers, entre os quais se insere o
presente relatório:

TIR Tecnologias e
Telecomunicações
[Tecnologias;
Telecomunicações
e Eletrónica de Consumo];
TIR Serviços Financeiros
[Banca e Serviços
Financeiros];
TIR Indústria
[Automóvel, Ind.Química,
Ind. Metalúrgica e Energia];
TIR Bens de Consumo
[Alimentação e Bebidas,
Ind. de Cervejas e Bebidas
Espirituosas, Bens de
Consumo não duráveis].
3

Trust Industry Report

Indústria

SUMÁRIO
EXECUTIVO

Uma análise aprofundada aos
resultados de confiança do 2013
Edelman Trust Barometer™ nos
setores da Indústria (Automóvel,
Energia, Indústria Química e
Indústria Metalúrgica) permitiu
perceber que estes merecem,
de uma forma geral, a confiança
dos públicos global, europeu e
português. O setor Automóvel é o
segundo setor mais confiado a nível
global e em Portugal, e o terceiro
a nível europeu, apresentando um
nível de confiança sempre superior
a 60% (o que o classifica acima
da neutralidade de confiança). Os
restantes setores apresentam-se
com valores de confiança neutros
nas três dimensões.
Relativamente aos países que
mais confiam nestes setores, foi
possível verificar que estes são
essencialmente países emergentes
– Indonésia, México, Índia, Malásia e
China. Relativamente aos mesmos
setores, verificou-se que Portugal
apresenta uma confiança superior a
países como o Japão, Reino Unido,
Alemanha e Estados Unidos da
América. Com particular relevância
para o setor automóvel, que em
Portugal apresenta níveis de
confiança superiores ao de países
conhecidos pela sua excelência
em produção neste setor, como a
Alemanha.
A confiança na Indústria aumentou
em Portugal em 2013, devido
ao crescimento acentuado da
confiança no setor Automóvel
(13 pontos percentuais) e ao
crescimento moderado da confiança

no setor da Energia (6 pontos
percentuais). Os setores da Indústria
Química e Indústria Metalúrgica
estrearam-se no estudo alcançando
uma confiança de 53% e 58%,
respetivamente (em Portugal). Para
além disso, verificou-se ainda que,
apesar do acentuado crescimento
da confiança nas Empresas em
Portugal (de 50% em 2012 para
57% em 2013), a confiança nesta
instituição continua abaixo dos
valores de confiança alcançados
pelos setores Automóvel e Energia,
mas acima da Indústria Química e
Indústria Metalúrgica.
Por fim, foi possível detetar a
existência de alguma disparidade
de confiança na Indústria entre
diferentes regiões do país, sendo
de destacar a existência de uma
diferença de 28 pontos percentuais
entre a região com maior confiança
– Região Autónoma dos Açores
(74%) – e a região menos confiante
– Norte (47%).
4

Trust Industry Report

The Trust Summit

Indústria

O The Trust Summit é uma
iniciativa da GCI em parceria com
o The Lisbon MBA que tem como
principal objetivo a apresentação
e divulgação dos resultados do
Edelman Trust Barometer™, bem
como a discussão e análise da
Confiança nas perspetivas nacional,
europeia e global. Em 2013, para
além da apresentação do estudo,
compuseram o The Trust Summit ‘13
a realização de quatro workshops e
quatro encontros setoriais – os Trust
Industry Reports (TIR), centrados
na temática da Confiança em cada
um dos setores considerados:
Financials, Technology, Industry e
Consumer Goods.
Os Trust Industry Reports são
momentos de análise e debate
baseados no Edelman Trust
Barometer™, em formato roundtable,
entre os principais responsáveis pela
gestão da Confiança de empresas
respetivas a cada um dos setores
acima identificados.
Nestas sessões, os dados globais,
europeus e de Portugal do Edelman
Trust Barometer™ são analisados
em maior detalhe, pretendendo-se

determinar as implicações que esses
podem trazer para os diferentes
setores e que estratégias poderão
reforçar ou manter a confiança dos
consumidores e outros stakeholders.
Da metodologia explicitada resultam
os quatro relatórios: TIR Financials,
TIR Technology, TIR Industry e TIR
Consumer Goods.
No que diz respeito à análise do
setor industrial, procedeu-se à
elaboração do presente relatório
(TIR Indústria), no qual se executa
uma análise crítica da Confiança e
Credibilidade no setor. Dentro dos
conteúdos abordados, inclui-se
a tendência global de Confiança
em geral assim como os níveis de
Confiança nas diferentes instituições
(ONG, Governo, Empresas e Media).
Incluem-se ainda as tendências do
setor a nível Global, da U.E. e em
Portugal, e a análise de que fatores
socioeconómicos mais influenciam a
Confiança nos respetivos setores da
Indústria em 2013.
5

Trust Industry Report

Indústria
6

Trust Industry Report

Confiança e Reputação

Indústria

Por definição, o sucesso de qualquer
empreendimento ou iniciativa
depende em muito de fatores
externos ao seu controlo, como por
exemplo o surgimento de crises
económicas e financeiras ou a
constante mudança de tendências
e necessidade de inovação em
produtos e formas de atuar.
Neste contexto, torna-se essencial
a construção de uma relação sólida
com os diferentes stakeholders no
sentido de reforçar a legitimidade
de atuação de uma empresa/
organização, assim como a sua
credibilidade e reputação (junto
de cidadãos e organizações). Nas
palavras de Richard Edelman,
CEO da Edelman ”em alturas de
complexidade como a que vivemos,
as public relations podem direcionar
melhor as empresas para o futuro
do que qualquer doutrina/disciplina.
É o momento para criar novas
narrativas que definam quem somos,
quais as nossas causas e porque
estamos em posição de liderar.”
Ao identificar forças e fraquezas no
âmbito da Confiança e Credibilidade
de uma empresa, é possível
descobrir, definir, exemplificar
e amplificar a identidade da
mesma, assim como transmitir

esta mensagem aos stakeholders,
inspirando a sua participação ativa
na missão de negócio da empresa,
numa relação mutualmente
benéfica.
O presente documento expõe,
portanto, o contexto relativo aos
respetivos setores em estudo
no âmbito Indústria: Automóvel,
Indústria Química, Indústria
Metalúrgica e Energia. Seguese a descrição de cada um
deles, segundo o Edelman Trust
Barometer™ 2013:
a) AUTOMÓVEL: Fabricantes de
veículos motorizados de transporte
de passageiros e mercadorias.
b) INDÚSTRIA QUÍMICA: Empresas
que operam processos de
transformação de matérias-primas
(como petróleo, gás natural ou
metais) em materiais utilizados no
fabrico de produtos de consumo
como têxteis, plásticos e adesivos.
c) INDÚSTRIA METALÚRGICA:
Produtores de metais como aço,
alumínio, ouro, metais reciclados e
outros metais trabalháveis.
d) ENERGIA: Produtores e
distribuidores de energias
renováveis e não renováveis.
7

Trust Industry Report

Indústria

“É o momento para
criar novas narrativas
que definam quem
somos, quais as
nossas causas e
porque estamos em
posição de liderar.”
Richard Edelman
8

Trust Industry Report

Edelman Trust
Barometer™(2)

Indústria

O Edelman Trust Barometer™ é um estudo
realizado em 26 países sobre Confiança,
contando anualmente com a recolha de mais
de 31.000 testemunhos.
O 2013 Edelman Trust Barometer™
é o 13º estudo anual sobre confiança
e credibilidade. Procura analisar os
níveis de confiança dos públicos
informados em quatro instituições:
Governo, Empresas, ONG’s e Media.
Todos os anos é apresentado
internacionalmente no Fórum
Mundial de Davos. O estudo foi
conduzido pela Edelman Berland.
Em Portugal, 2013 marca a 4ª edição
do Edelman Trust Barometer™
Portugal.
No estudo, são considerados dois
grupos amostrais:
i) Público Geral (PG), composto por
1.000 respondentes constituindo
uma amostra representativa de cada
país – 1.002 em Portugal – de idade

superior a 18 anos.
ii) Público Informado (PI),
composto por 500 respondentes
dos Estados Unidos da América
e China, 200 respondentes dos
restantes países e 147 de Portugal,
com idades entre os 25 e 64 anos,
dotados de Educação Superior e
pertencentes ao quartil superior
do rendimento familiar por
escalão etário em cada país; que
acompanhem ativamente notícias
de economia/negócios e de políticas
públicas.
Os níveis de confiança apresentados
agrupam-se em Confiança (mais
de 60%), Neutralidade (entre 50%
e 60%) e Desconfiança (abaixo de
50%).

1. O Edelman Trust Barometer™ 2013 pode ser consultado no site oficial da Edelman (http://www.
edelman.com/insights/intellectual-property/trust-2013/) e o Edelman Trust Barometer™ Portugal
pode ser consultado no site oficial da GCI (http://gci.pt/2013/07/31/trust-barometer-portugal-aapresentacao-da-edicao-de-2013/).
9

Trust Industry Report

Indústria

TIR: INDÚSTRIA
1. CONFIANÇA NA INDÚSTRIA

1.1

PANORAMA GERAL DA CONFIANÇA: GLOBAL,
EUROPA E PORTUGAL
Em 2013, a confiança em geral
(calculada como a média da
confiança nas quatro instituições em
estudo – Empresas, ONG’s, Governo
e Media) a nível global tende para
a neutralidade (entre os 50 e os

60 pontos) (Público Informado) e
mesmo para a desconfiança (abaixo
dos 50 pontos) (Publico Geral) –
como demonstrado na Figura A,
Edelman TB™ 2013.
10

Trust Industry Report

Figura A,
Confiança Geral
Público Informado
vs. Público Geral

Indústria

2013

2013

PÚBLICO INFORMADO

PÚBLICO GERAL

GLOBAL

57

GLOBAL

48

Singapura

76

Singapura

63

Hong Kong

67

Hong Kong

54

EUA

59

EUA

45

Alemanha

55

Alemanha

44

França

54

França

41

Suécia

54

Suécia

40

Polónia

48

48Espanha

37

Irlanda

46

Polónia

34

Portugal

45

48Irlanda

33

Espanha

42

Portugal

32

A. Confiança Geral do Público Informado e Público Geral
medida entre os respondentes de 26 países(1). O Público
Informado apresenta em regra níveis de confiança
superiores aos do Público Geral. Portugal integra-se no
grupo de países desconfiados, tanto para o Público Geral
como para o Público Informado.

1. Média de 26 países exclui Portugal.
11

Trust Industry Report

Indústria

Figura B,
Confiança nos setores
da Indústria Global vs.
Portugal (Público
Informado e Público
Geral)

PÚBLICO INFORMADO
PÚBLICO GERAL

GLOBAL
70%

67%

60%

57%
66%

61%

51%

57%

Automóvel

Ind. Metalúrgica

Ind. Química

Energia

PORTUGAL
73%
58%

53%

59%

59%

57%

50%

48%

Automóvel

Tecnologia

Ind. Química

Tecnologia

B. Em particular para os setores considerados –
Automóvel, Indústria Química, Indústria Metalúrgica e
Energia – a tendência mantém-se de acordo com os
dados apresentados na FIGURA A, EDELMAN TRUST
BAROMETER™ 2013, sendo que o Público Informado
apresenta níveis de confiança superiores ao Público Geral
– tanto a nível Global como em Portugal. Esta diferença é
particularmente acentuada no caso do setor Automóvel
em Portugal.
Em Portugal, o cenário também
não é positivo: para além de
apresentar uma quebra da confiança
em relação a 2012 de 4 pontos
percentuais, Portugal revela níveis
de confiança abaixo dos 50%
(Figura C, Edelman Tb™ 2013)
desde 2010. Em 2013, os níveis
da confiança geral em Portugal
apresentam-se superiores aos
de 2010, o pode ser explicado

2. Instituto Nacional de Estatística, 2013, Inquéritos à Conjuntura de Empresas e Consumidores, p 2-3.

pela ligeira subida dos níveis de
“confiança dos consumidores”,
resultante do contributo positivo
das crescentes expectativas sobre
a evolução do desemprego, da
situação económica do país e da
situação financeira do agregado
familiar(2).
12

Trust Industry Report

Indústria

Figura C,
Evolução da Confiança em Portugal
(2010-2013)

60%
49%

50%

45%
41%

40%

36%

30%
Queda de 4 pontos
face a 2012. Ainda assim,
é superiora os valores
de 2010 e 2011

20%

10%

0%

2010

2011

2012

2013

C. Evolução da Confiança Geral do Público Informado,
entre 2010 e 2013, em Portugal. A tendência entre 2010
e 2012 foi para um aumento da confiança, verificando-se
um crescimento total de 13 pontos percentuais. A ligeira
queda entre 2012 e 2013 pode ser explicada pela crise
de confiança que se faz sentir junto dos consumidores
portugueses. Ainda assim, permanece superior aos níveis
de 2010.
13

Trust Industry Report

Indústria

Figura 1
A Confiança nas
Instituições (Global,
U.E., Portugal)

GOVERNO

EMPRESAS

48%

43%

15%

58%

52%

57%

GLOBAL

U.E.

PORTUGAL

GLOBAL

U.E.

PORTUGAL

MEDIA

ONGS

57%

50%

50%

63%

60%

58%

GLOBAL

U.E.

PORTUGAL

GLOBAL

U.E.

PORTUGAL

Figura 1. Confiança do Público Informado nas quatro instituições, relativamente a Portugal, U.E.,
e a nível global. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em vinte
países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia”
e 9 “Confia Bastante”

No que diz respeito às quatro
instituições – Media, ONGs,
Empresas e Governo – a nível
Global, da U.E. e Portugal, as
tendências da confiança permitem
concluir que as ONGs permanecem
a instituição mais confiada em 2013,
sendo que o ranking da Confiança
as coloca como a institução mais
confiada, seguida das Empresas,
Media e, finalmente, Governo, como
evidenciado pela Figura 1.
A U.E. é tendencialmente menos
confiante nas 4 instituições do que a
média global.

Tal poderá ser explicado pela
crise financeira que atualmente
se faz sentir na zona Euro por
contraposição à contribuição
dos níveis de confiança de países
emergentes para a Confiança Global.
Portugal revela uma crise acentuada
de confiança no Governo, com
uma diferença de 28 e 33 pontos
percentuais face à média europeia
e Global, respetivamente.
No caso Português, os valores de
confiança nas Empresas são muito
próximos das ONGs com apenas 1
p.p de diferença.
14

Trust Industry Report

Indústria

Figura 2
A Confiança nas
Instituições (Global)
2007-2013

ONGs

MEDIA

EMPRESAS

GOVERNO

80%

70%

60%

50%

44%

40%
40%

54%

51%

52%

53%

49%

48%
43%

46%
44%

57%

61%

59%

56%

53%

53%
46%

49%

45%

46%

47%

55%

46%
38%

30%

20%

2007

2007
Diferença
de 12 pontos
entre Empresas
e Governo

2013
Diferença
de 10 pontos
entre Empresas
e Governo

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Figura 2. Evolução da Confiança do Público Informado nas quatro instituições, desde 2007 até
2013, a nível Global. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em
18 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não
Confia” e 9 “Confia Bastante”.

Para a integração destes dados no seu contexto, há que considerar a
evolução destes valores nos últimos anos (ver figura 2): desde 2007 que
as ONGs são a organização mais confiada, ainda que se verifique, a nível
global, uma quebra de 5 pontos percentuais entre 2011 e 2012. A depressão
mais acentuada de confiança verificou-se ao nível do Governo, em 2012,
recuperando ligeiramente em 2013 (aumento de 8 p.p.). As Empresas
mantiveram a sua posição como segunda instituição mais confiada
relativamente constante nos últimos seis anos. A Confiança nos Media
manteve-se também relativamente constante, apresentando uma subida
acentuada em 2013, como aliás aconteceu com todas as instituições.

Os resultados relativos à confiança
nas ONGs versus Empresas podem
explicar-se pela necessidade de
geração e preservação de riqueza
que se faz sentir no contexto de
crise financeira.
Portugal contraria as tendências
Global e Europeia, ao apresentar
uma contínua descida da confiança
nas ONGs desde 2011 (num total de
11 pontos percentuais) e uma subida
contínua e acentuada da Confiança

nas Empresas desde 2010 (num
total de 23 pontos percentuais). Por
outro lado, ao contrário do padrão
europeu e global, a confiança no
Governo aumentou largamente em
Portugal em 2012, após a mudança
de Governo (meados de 2011), para
descer acentuadamente em 2013,
como se pode verificar na Figura 3.
A tendência nos Media em Portugal
desde 2010 foi também para um
aumento de Confiança .
15

Trust Industry Report

Indústria

Figura 3
A Confiança nas
Instituições (Portugal)
2010-2013

ONGs

MEDIA

EMPRESAS

GOVERNO

80%

70%
69%

63%

60%
54%

50%

40%

52%

34%

30%

51%

57%
50%

39%
29%

32%

20%

47%

58%

27%

15%

10%
9%

0%

2010

2010
Diferença
de 7 pontos
entre Empresas
e Governo

2013
Diferença
de 42 pontos
entre Empresas
e Governo

2011

2012

2013

Figura 3. Evolução da Confiança do Público Informado nas quatro instituições, desde 2007 até
2013, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em
20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não
Confia” e 9 “Confia Bastante”.

Os resultados apresentados
nas Figuras 2 e 3 relativamente
à confiança nas Empresas em
2013 podem ser explicados pela
atual crise financeira: quando os
consumidores estão financeiramente
confortáveis podem ter em
consideração valores éticos de
justiça social e distribuição de
riqueza. No entanto, quando o
contexto é de crise económica, o
foco passa a estar na criação e/ou
preservação desta riqueza. Mais:
hoje em dia, as Empresas têm vindo
a reforçar o seu papel social sendo
neste contexto que podem vir, de
certa forma, a substituir algumas
funções das ONGs através da
crescente aposta em projetos de
responsabilidade social corporativa.

Os consumidores têm mais
dificuldade em ver a relação entre
a causa e efeito no que diz respeito
às ONGs e aos seus resultados
reais; as empresas, por outro lado,
têm que ter resultados, tem que
fazer acontecer, o que se reflete
na perceção dos cidadãos em
relação a estas empresas e ao seu
papel social. Apesar de considerar
que o Governo desempenha um
papel importante na regulação da
atividade das empresas e de admitir
que esta é, atualmente, insuficiente,
a confiança do público português
nesta instituição mantém-se baixa
desde o inicio do estudo em
Portugal. (Figura C e D,
Edelman TB™).
Trust Industry Report

16

Figura D
Regulação
governamental das
Empresas (Global,
U.E., Portugal)

Indústria

DEMASIADA
19%

21%

SUFICIENTE

22%

INSUFICIENTE

47%

17%

GLOBAL
UE
PORTUGAL

9%

5%

47%

68%

D. Perceção dos cidadãos em relação ao papel do
governo na regulação das Empresas, a nível Global,
da U.E. e Portugal. A tendência é para considerar
a regulação insuficiente, (comum aos três níveis em
análise). Em Portugal, a grande maioria considera
que a regulação do Governo nas Empresas é insuficiente.
Neste sentido, é importante fazer a distinção entre
Regulamentação e Fiscalização, porque Portugal
verifica uma marcada regulação das diversas entidades,
especialmente a nível financeiro, mas a fiscalização
poderá ser ineficiente, podendo contribuir para
a diminuição da confiança no Governo.
17

Trust Industry Report

Indústria

1.2

Confiança nos setores da Indústria a nível Global,
U.E. e em Portugal
É no contexto da confiança nas Empresas que se enquadra o setor
da INDÚSTRIA .
A nível Global, verifica-se um aumento da confiança nos setores relativos
à Indústria entre 2012 e 2013: a confiança no setor Automóvel sobe 3
pontos percentuais e a confiança no setor Energia sobe 6 pontos. O setor
Automóvel permanece o segundo setor mais confiado, com uma diferença
relativamente ao setor mais confiado (Tecnologias) de 8 pontos percentuais.
A subida nos níveis de confiança no setor da Energia resulta na sua subida
para a posição de 7º setor mais confiado.

Figura 4
Confiança nos Setores
de Atividade 2012 vs.
2013 (Global)

2012

2013

Tecnologia

79%

Tecnologia

77%

Automóvel

66%

Automóvel

69%

Alimentação e bebidas

64%

Alimentação e bebidas

66%

Bens de consumo não duráveis

62%

Bens de consumo não duráveis

65%

Telecomunicações

60%

Telecomunicações

62%

Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas

59%

Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas

62%

Ind. Farmacêutica

56%

Ind. Farmacêutica

59%

Energia

53%

Energia

58%

Media

51%

Media

53%

Banca

47%

Banca

50%

Serviços Financeiros

45%

Serviços Financeiros

50%

Figura 4. Confiança do Público Informado nos setores da Indústria, a nível Global. Os valores
apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP
BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.

A nível global, a confiança no setor
Automóvel tem vindo a aumentar
(num total de 11 pontos percentuais)
desde 2009, atingindo o valor
máximo em 2013 (69%). No que diz
respeito ao setor da Energia, apesar
de ter sofrido uma acentuada
queda de confiança em 2012,
verifica-se uma recuperação em
2013 para valores próximos de 2011.

Os setores Indústria Metalúrgica
e Indústria Química estreiam-se
no estudo em 2013 com valores
relativamente elevados, de 67% e
56%, respetivamente. Desde 2009,
que o setor Automóvel permanece
o mais confiado entre os setores
referentes à Indústria, como se pode
verificar na Figura 5.
18

Trust Industry Report

Indústria

Figura 5
Evolução da confiança
nos setores da
Indústria
(Global) 2009-2013

AUTOMÓVEL

IND. QUÍMICA

IND. METALÚRGICA

ENERGIA

80%
69%

70%

60%

50%

40%

63%

67%

66%
67%
59%

58%
61%

60%

55%

2009

53%

2010

2011

2012

56%

2013

Figura 5. Confiança relativa do Público Informado nos setores da Indústria, a nível Global.
Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que
selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9
“Confia Bastante”.

A nível Global, o posicionamento
dos setores da Indústria face à
confiança geral nas Empresas
pode ser observado na Figura 6.
Os setores em estudo – à exceção
da Indústria Química – apresentam
um nível de confiança superior
ao das Empresas. Verifica-se uma
subida relativamente contínua
dos níveis de Confiança desde
2009 para os setores Automóvel
e Energia assim como para as
Empresas (mesmo apesar de todos
os setores estudados neste período
apresentarem uma ligeira depressão

de confiança em 2012). O setor de
Energia apresenta a maior variação
nas tendências, atingindo, em
2012, um nível de confiança igual à
confiança nas empresas, após sofrer
uma queda de 7 pontos percentuais
(face a 2011). Os setores Indústria
Metalúrgica e Indústria Química
apenas entraram no estudo em 2013
atingindo níveis de confiança acima
da neutralidade (acima dos 60%).
De referir que a Indústria Química
apresenta valores de confiança
inferiores à Confiança nas Empresas.
19

Trust Industry Report

Indústria

Figura 6
Evolução da confiança
nos setores da
Indústria vs. Confiança
nas Empresas (Global)
2009-2013

AUTOMÓVEL

IND. QUÍMICA

IND. METALÚRGICA

ENERGIA

EMPRESAS

80%
67%

70%

60%

50%

66%

63%
60%

58%
61%
55%

69%
67%

54%

53%
56%

59%
58%
56%

50%

40%

2009

2010

2011

2012

2013

Figura 6. Indústria versus a confiança nas Empresas, a nível Global, entre 2009 e 2013. Os valores
apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP
BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.

A nível europeu (U.E.), entre
2009 e 2011, os setores industriais
Automóvel e Energia apresentaram
uma subida acentuada nos níveis de
confiança, posicionando-se acima
da confiança nas Empresas. Após
a queda de confiança em 2012,
a confiança no setor da Energia
ficou abaixo da média europeia de
confiança nas Empresas , posição

que mantém em 2013. Com um nível
de confiança também abaixo da
média da confiança nas Empresas,
estreia-se no estudo o setor da
Indústria Química, enquanto o setor
Indústria Metalúrgica apresenta um
nível de confiança de 58%, apenas
um ponto percentual abaixo do
setor mais confiado (Automóvel).
20

Trust Industry Report

Indústria

Figura 7
Evolução da confiança
nos setores da
Indústria vs. Confiança
nas Empresas
(U.E.) 2009-2013

AUTOMÓVEL

IND. QUÍMICA

IND. METALÚRGICA

ENERGIA

EMPRESAS U.E.

70%
64%
58%

60%
53%

50%

40%

30%

44%

56%

53%

59%
58%
52%

53%

45%

49%

43%

2009

56%

48%
45%

42%

2010

2011

2012

2013

Figura 7. Evolução da confiança do Público Informado nos setores da Indústria versus confiança
nas Empresas na U.E., entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à percentagem
de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9
valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.

A nível europeu, o setor industrial
mais confiado é o setor Automóvel,
mantendo esta posição desde 2009.
Na verdade, este setor tem um peso
significativo e visível em território
europeu, gerando cerca de 12.9
milhões de empregos na Europa,
direta ou indiretamente, o que
corresponde a 5,3% da população
europeia(3). Num contexto de crise
económica e financeira como o que
se vive atualmente na Europa e em
que o emprego é uma das principais
variáveis em discussão, os europeus
parecem reconhecer a importância
da indústria Automóvel para o
equilíbrio e desenvolvimento das
economias europeia e nacionais.
De referir que o setor da Indústria
Metalúrgica estreia-se no estudo
desafiando a liderança do setor

3. 2013, The Automotive Industry Pocket Guide, European Automobile Manufacturers’ Association

Automóvel como setor da Indústria
mais confiado, ao apresentar
relativamente a este uma diferença
de apenas 1 ponto percentual.
Fazendo uma análise comparativa à
confiança nos setores Automóvel e
da Energia a nível global e europeu
(a partir dos gráficos da figura 8),
verifica-se que confiança global nos
setores tem-se apresentado sempre
superior à confiança da U.E. O gap
entre confiança global e confiança
europeia cresceu em ambos os
casos em 2012, mantendo-se
constante em 2013, resultado da
subida menos acentuada nos níveis
de confiança dos países europeus
relativamente aos globais. Note-se
que a confiança nos setores sobe
em 2013 tanto a nível Global como a
nível da U.E.
21

Trust Industry Report

Indústria

Figura 8
Confiança nos setores
da Indústria Global vs.
U.E. (2009 - 2013)

UE

AUTOMÓVEL

ENERGIA

80%

80%

70%
60%

67%
63%
58%

40%

66%

69%

60%
59%
56%

53%

2009 2010

70%
61%

64%
58%

50%

GLOBAL

2011

2012

55%

2013

60%
53%

56%

50%
40%

60%

48%

53%
44%

42%

2009 2010

2011

2012

2013

Figura 8. Comparação entre a evolução da confiança do Público Informado nos setores Automóvel
e Energia a nível Global e da U.E, entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à
percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa
escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.

Os resultados acima apresentados
são corroborados pela distribuição
geográfica dos valores de
confiança, como apresentado na
Figura 9. Os setores industriais
são mais confiados nas economias
emergentes – Indonésia, México,
Índia, China e Malásia, contribuindo
assim para o aumento dos valores
de confiança globais. Portugal
apresenta elevada confiança no

setor Automóvel (73%), sendo
inclusive superior a países
como Espanha e Alemanha,
(maior referência europeia ao
nível da produção automóvel).
Relativamente aos setores Indústria
Química, Indústria Metalúrgica e
Energia, Portugal apresenta valores
de confiança neutros (entre os 50%
e os 60%).
22

Trust Industry Report

Figura 9
Países com maior
confiança nos setores
da Indústria (Global)

Indústria

AUTOMÓVEL

IND. METALÚRGICA

Indonésia

93%

Indónesia

84%

México

91%

China

83%

Índia

88%

Malásia

82%

(...)

(...)

Portugal

73%

E.U.A

70%

Japão

70%

Alemanha

65%

E.U.A

70%

Japão

63%

R.U.

65%

Espanha

60%

Alemanha

62%

França

59%

Espanha

58%

Portugal

58%

França

58%

R.U.

57%

0%	

50%	

100%

IND. QUÍMICA

0%	

50%	

100%

50%	

100%

ENERGIA

China

78%

Índia

86%

Índia

78%

Indonésia

84%

Malásia

75%

China

84%

(...)

(...)

Japão

64%

Portugal

59%

E.U.A

55%

E.U.A.

59%

Portugal

53%

França

56%

Espanha

50%

Japão

49%

Alemanha

49%

Espanha

48%

R.U.

47%

Alemanha

38%

França

45%

R.U.

38%

0%	

50%	

100%

0%	

Figura 9. Níveis de confiança os diferentes setores da Indústria apresentados pelos diferentes
países. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que
selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia
Bastante”.
23

Trust Industry Report

Indústria

Atendendo aos resultados apresentados anteriormente
verifica-se que são os países emergentes quem mais
contribui para o aumento da confiança geral global.
Neste caso, não só a indústria se apresenta como fator
fundamental para a industrialização e geração de riqueza
destes países, como o investimento e produção está a
aumentar. Particularmente para o setor Automóvel, a
China (país emergente) é quem atualmente detém o
primeiro lugar no ranking de produção de automóveis
de passageiros(4).
Neste contexto, os países emergentes têm um enorme
potencial de industrialização que é, à semelhança do
que que aconteceu em Portugal na década de 60-70,
geralmente assegurado por indústrias pertencentes
ao setor secundário (5), nas quais se enquadram as
indústrias analisadas no presente relatório. Esta
industrialização assegura riqueza e, consequentemente,
gera a credibilidade e confiança junto da população.
Mais, sendo um setor que tanto investe em Research and
Development (R&D), que gera emprego e ainda assenta
pesadamente na geração de potencial tecnológico,
adquire um nível adicional de confiança, que se prende
na elevada confiança que existe atualmente nos
académicos e técnicos especialistas (Edelman Trust
BaromoterTM 2013).
Uma análise mais detalhada do contexto em Portugal é
apresentada na Figura 10, onde se verifica um acentuado
crescimento da confiança no setor Automóvel em 2013
(mais 13 pontos percentuais): se em 2012 era o 5º setor
mais confiado no país, em 2013 aproxima-se do padrão
Global, ocupando o 3º lugar ao apresentar um valor
de confiança de 73%, atrás dos setores Tecnologias
e Eletrónica de Consumo. A Confiança no setor da
Energia cresce 6 pontos percentuais. Indústria Química
e Indústria Metalúrgica entram no estudo, ambas com
confiança acima dos 50%, suplantando os setores de
Bens de Consumo Não Duráveis, Media, Banca e Serviços
Financeiros.

4. 2013, The Automotive Industry Pocket Guide, European Automobile Manufacturers’ Association.
5. Rocha, E., 1984, Crescimento económico em Portugal nos anos de 1960-73: alteração estrutural e ajustamento da oferta à procura de trabalho.
24

Trust Industry Report

Indústria

Figura 10
Confiança nos Setores
de Atividade 2012 vs.
2013 (Portugal)

2012
Tecnologias

81%

Alimentação e bebidas

71%

Ind. Cerveja e Bebidas

64%

Bens de consumo não duráveis

64%

Automóvel

60%

Energia

53%

Telecomunicações

50%

2013
Tecnologia

84%

Eletrónica de Consumo

77%

Automóvel

73%

Alimentação e Bebidas

72%

Entretenimento

67%

Ind. Aeroespacial

66%

Telecomunicações

64%

Ind. Farmacêutica

62%

Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas

+13

60%

Energia

59%

Ind. Metalúrgica

58%

Ind. Farmacêutica

50%

Ind. Serviços de Saúde

57%

Media

44%

Ind. Química

53%

Bens de Consumo não duráveis

53%

Bancos

35%

Media

51%

Banca

36%

Serviços Financeiros

+6

32%

Serviços Financeiros

29%

Figura 10. Níveis de Confiança apresentados pelo Público Informado nos diferentes setores da
Indústria entre 2012 e 2013 em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem
de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9
valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.

Os setores menos confiados tanto
em Portugal (Figura 10) como à
escala Global (Figura 4) e da U.E.
(Figura E, Edelman TB™) são
os Serviços Financeiros e Banca,
na medida em que são, em parte,
consideradas instituições com
responsabilidade na atual crise
económica.
25

Trust Industry Report

Figura E
Setores mais confiados
Países Desenvolvidos
vs. Países Emergentes

Indústria

2013: Top 3 Países desenvolvidos

2013: Top 3 Países emergentes

#1 Tecnologia
#2 Automóvel
#3 Ind. Cervejas e Bebidas
Espirituosas

#1 Tecnologia
#2 Automóvel
#3 Bens de Consumo não
duráveis / Energia

		

		

E. O TOP 3 dos setores mais confiados em países
desenvolvidos e emergentes, a nível Global, em 2013.
A Tecnologia está intimamente associada a Inovação
que, por sua vez, é fundamental à potenciação da
competitividade e manutenção de uma posição líder
nos mercados assim como na criação de riqueza e de
emprego(6). O mesmo se pode dizer acerca dos Top
Markets globais, europeus e portugueses: setores que
beneficiem a vida quotidiana dos consumidores (países
emergentes) e setores que ofereçam um melhor estilo
de vida (países desenvolvidos).
Apesar de recentemente se ter
vindo a verificar em Portugal uma
queda na venda de automóveis
ligeiros (queda de 37,9% no início
de 2013), a confiança no setor
aumentou significativamente de
2012 para 2013. Uma vez que o setor
automóvel está muito presente na
vida quotidiana dos consumidores,
a falta de acesso a este produto
pode estar a torná-lo em algo
aspiracinal, pelo aumento da
dificuldade em alcançar este bem.
Por outro lado, este facto poderá ser
também explicado pelo facto de o
setor Automóvel na Europa seguir
uma dicotomia tipicamente alemã,
com uma relação de colaboração
entre sindicatos e administração

6. Eurostat, 2012, The EU in the World 2013 – A Statistical Portrait, p 127-33.

o que permite o alcance de acordos
benéficos a ambas as partes,
mitigando desta forma a ocorrência
de greves e protestos e reforçando
as imagens de transparência e
integridade de ambas as partes.
Em 2013, a confiança no setor
Energia volta a posicionar-se acima
da confiança nas Empresas, ao
contrário do verificado em 2012
(mantendo-se no entanto, abaixo
dos valores de 2011). A Indústria
Química é o único setor em 2013 a
posicionar-se abaixo da confiança
média nas Empresas, apresentando
uma confiança de 50%, enquanto
Indústria Metalúrgica apresenta
um nível de Confiança igual ao das
Empresas (57%).
26

Trust Industry Report

Indústria

Figura 11
Evolução da confiança
nos setores da
Indústria vs. Confiança
nas Empresas
2010-2013 (Portugal)

AUTOMÓVEL

IND. QUÍMICA

IND. METALÚRGICA

ENERGIA

EMPRESAS PT

80%
73%

70%

63%

60%

60%
60%

50%

47%

40%

34%

47%

2010

2011

59%
57%

54%

50%

53%

30%
20%
10%
0%

2012

2013

Figura 11. Evolução na confiança nos setores da Indústria relativamente à confiança das Empresas
em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20
países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia”
e 9 “Confia Bastante”.

O acentuado crescimento da
confiança nas Empresas em
Portugal pode ser explicado
pela elevada flexibilidade das
empresas portuguesas atualmente
potenciada pelos media que têm
apresentado uma preocupação em

divulgar exemplos de sucesso no
atual contexto de crise (como por
exemplo acontece com o setor do
calçado). Por outro lado, o setor
privado é quem oferece cada vez
mais emprego estável no contexto
atual.
27

Trust Industry Report

Indústria

Figura F
Confiança nos setores
Automóvel e da Energia
2010-2013
(Global, U.E. e Portugal)

UE

AUTOMÓVEL

GLOBAL

PORTUGAL

ENERGIA

80%

80%
73%

70%

67%
63%

60%
58%

59%
60%
56%

50%

61%

60%
50%

2010

55%

58%
53%

60%

60%
56%

59%
53%

48%

44%

47%

40%

67%

69%

64%
63%

70%

66%

2011

2012

2013

40%

42%

2009 2010

2011

2012

2013

F. Evolução da Confiança do Público Informado em Portugal para os setores Automóvel
e da Energia. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes
em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores,
sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. Em comparação com a tendência Global
e da U.E., verifica-se um crescimento mais acentuado da confiança no setor Automóvel
em Portugal – como já referido, de 13 pontos percentuais(7), o que posiciona Portugal
acima da confiança Global e Europeia(8). A depressão nos níveis de Confiança de 2012
foi de apenas 3 pontos percentuais para o setor Automóvel em Portugal. Já no que
diz respeito ao setor da Energia, depois de sofrer acentuadas oscilações de confiança
desde 2010, posiciona-se em 2013 muito próxima da confiança Global.
O posicionamento de Portugal
relativamente às médias global e
europeia, como pode ser consultado
na Figura 12 (e corroborado pela
FIGURA F, EDELMAN TRUST
BAROMETER™ 2013), o setor
Automóvel em Portugal apresenta
valores de confiança superiores aos
da U.E e a nível global. No setor
da Indústria Química e da Energia,
Portugal apresenta valores entre a

7. Ver FIGURA 10, TIR Indústria.
8. Ver FIGURA 8 para análise da Confiança Global e Europeia TIR Indústria.

média da U.E. e global, sendo que
a U.E apresenta sempre os valores
mais baixos de confiança. No caso
da Indústria Metalúrgica, o valor
de confiança em Portugal é igual
à média europeia, sendo a média
global a mais elevada à semelhança
do padrão apresentado pelos
restantes setores considerados no
presente relatório.
28

Trust Industry Report

Indústria

Figura 12
A Confiança nos setores
Automóvel e da Energia
2013
(Global, U.E. e Portugal)

AUTOMÓVEL

IND. QUÍMICA

69%

59%

73%

57%

GLOBAL

U.E.

PORTUGAL

GLOBAL

ENERGIA

45%

U.E.

53%

PORTUGAL

IND. METALÚRGICA

60%

48%

59%

67%

58%

58%

GLOBAL

U.E.

PORTUGAL

GLOBAL

U.E.

PORTUGAL

Figura 12. Confiança do Público Informado nos setores da Indústria em 2013, a nível Global, da U.E
e em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20
países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia”
e 9 “Confia Bastante”.

1.2

Influência dos Fatores Socioeconómicos nos Níveis
de Confiança
A amostra utilizada no presente estudo foi o Público Geral em Portugal:
recorde-se que se trata de 1.002 respondentes com idades superiores a 18
anos, constituindo uma amostra representativa da população. O objetivo
é identificar quais os fatores relevantes para o grau de confiança que a
população em geral tem nos setores da Indústria. São considerados:
IDADE

RENDIMENTO

GÉNERO

AGREGADO FAMILIAR

EDUCAÇÃO

LOCALIZAÇÃO GEOGRAFICA

PROFISSÃO
29

Trust Industry Report

Indústria

A. IDADE
A distribuição da confiança face à faixa etária parece ser mais ou
menos semelhante em todos os setores considerados, encontrando-se
relativamente distribuída. No entanto, parecem ser os indivíduos mais
velhos quem mais confia nos setores da Indústria, sendo que os restantes
grupos apresentam uma posição próxima da neutralidade ou mesmo de
desconfiança. No setor Automóvel, indivíduos na faixa dos “60+ anos” e “4559 anos” apresentam os valores mais elevados (64-65%, respetivamente); o
mesmo se aplica à Indústria Metalúrgica (60% e 63%, respetivamente). No
caso da Indústria Química, indivíduos na faixa dos “60+ anos” apresentam os
maiores níveis de confiança, enquanto indivíduos na faixa dos “45-59 anos”
apresentam os menores valores, com um gap de 11 pontos percentuais. O
setor da Energia apresenta um padrão semelhante à Indústria Química,
sendo que indivíduos na faixa dos “45-64 anos” apresentam os maiores
valores de confiança (52%) enquanto indivíduos com “65+ anos” apresentam
níveis inferiores de confiança, com um gap de 7 pontos percentuais. Pode
concluir-se, portanto, que indivíduos acima dos 45 anos, de uma forma
geral, tendem a confiar mais nos setores da Indústria.

Figura 13
Confiança nos setores
Automóvel, Ind.
Metalúrgica, Ind. Química
e da Energia por grupo
etário (Portugal)

AUTOMÓVEL

IND. METALÚRGICA

60 + Anos 64%

60 + Anos 63%

45-59 Anos 65%

45-59 Anos 60%

30-40 Anos 58%

30-40 Anos 59%

18-29 Anos 56%

18-29 Anos 58%

0%

50%

100%

0%

50%

100%

50%

100%

ENERGIA

IND. QUÍMICA
60 + Anos 60%

60 + Anos 45%

45-59 Anos 49%

45-59 Anos 52%

30-40 Anos 51%

30-40 Anos 48%

18-29 Anos 50%
0%

18-29 Anos 49%
50%

100%

0%

Figura 13. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria nas diferentes faixas etárias, em
Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam
o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
30

Trust Industry Report

Indústria

B. GÉNERO
O público masculino tende a confiar mais nos quatro setores industriais
em estudo do que o público feminino, sendo a diferença particularmente
acentuada nos setores Automóvel e Indústria Metalúrgica, apresentando
diferenças de 19 pontos percentuais e 22 pontos percentuais,
respetivamente. Indústria Química e Energia apresentam gaps de 11 e 8
pontos percentuais respetivamente.

Figura 14
Confiança nos setores
Automóvel, Ind.
Metalúrgica, Ind.
Química e da Energia
por grupo etário
(Portugal)

AUTOMÓVEL

IND. METALÚRGICA

69%

50%

71%

49%

Masculino

Feminino

Masculino

Feminino

IND. QUÍMICA

ENERGIA

53%

45%

57%

46%

Masculino

Feminino

Masculino

Feminino

Figura 14. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria relativamente ao género feminino
e masculino, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de
respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo
1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
31

Trust Industry Report

Indústria

C. EDUCAÇÃO
AUTOMÓVEL

Figura 15
Confiança no setor
Automóvel, por nível de
instrução (Portugal)

No que diz respeito ao setor Automóvel, são os indivíduos maior grau
de escolaridade quem apresenta maiores valores de confiança. Dentro
destes, são os indivíduos com Ensino Técnico quem apresenta os maiores
níveis de confiança (64%), enquanto indivíduos com Ensino Secundário
ou Equivalente tendem a confiar menos, com um gap de 43 pontos
percentuais.

Pós Graduado (mestrado,
doutoramento, pos doc.)

56%

Licenciado

62%

Ensino Técnico

64%

Ensino Secundário ou equivalente
Ensino Primário ou menos

21%
39%

Figura 15. Confiança do Público Geral no setor Automóvel relativamente por nível de instrução, em
Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam
o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.

IND. METALÚRGICA

Figura 16
Confiança no setor da
Ind. Metalúrgica, por nível
de instrução (Portugal)

No caso da Indústria Metalúrgica, os níveis de confiança parecem mais ou
menos uniformes para a maioria dos setores, à exceção dos indivíduos com
Ensino Primário ou menos, que são quem mais confia neste setor (82%),
uma diferença de 26 pontos percentuais do grupo que apresenta menor
confiança (Ensino Técnico).

Pós Graduado (mestrado,
doutoramento, pos doc.)

61%

Licenciado

62%

Ensino Técnico

56%

Ensino Secundário ou equivalente

58%

Ensino Primário ou menos

82%

Figura 16. Confiança do Público Geral no setor da Indústria Metalúrgica por nível de instrução, em
Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam
o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
32

Trust Industry Report

IND. QUÍMICA

Figura 17
Confiança no setor da
Ind. Química, por nível
de instrução (Portugal)

Indústria

Também no caso da Indústria Química são os cidadãos com menor nível de
escolaridade quem mais confia no setor, embora os valores de confiança dos
diferentes níveis de escolaridade se apresentem bastante próximos. O gap
entre os valores de Confiança do grupo que mais confia (Ensino Primário
ou menos) e que menos confia (Ensino Secundário ou equivalente) é de 16
pontos percentuais. A maioria dos setores apresentam valores de Confiança
a tender para neutralidade.

Pós Graduado (mestrado,
doutoramento, pos doc.)

53%

Licenciado

55%

Ensino Técnico

51%

Ensino Secundário ou equivalente

43%

Ensino Primário ou menos

59%

Figura 17. Confiança do Público Geral no setor da Indústria Química por nível de instrução, em
Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam
o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.

ENERGIA

Figura 18
Confiança no setor da
Ind. Química, por nível
de instrução (Portugal)

No setor da Energia verifica-se que, de um modo geral, públicos de
diferentes níveis de escolaridade apresentam valores de confiança no
setor muito próximos. Excecionalmente, os cidadãos com nível médio de
escolaridade (Ensino Secundário ou Equivalente) apresentam uma confiança
muito baixa no setor, com um valor de 17%, sendo a diferença face ao setor
mais confiado de 37 pontos percentuais.

Pós Graduado (mestrado,
doutoramento, pos doc.)

54%

Licenciado

49%

Ensino Técnico

48%

Ensino Secundário ou equivalente

17%

Ensino Primário ou menos

52%

Figura 18. Confiança do Público Geral no setor das Indústria Química por nível de instrução, em
Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam
o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
33

Trust Industry Report

Indústria

D. ATIVIDADE PROFISSIONAL
A distribuição da confiança segundo a atividade profissional não
apresenta um padrão específico, excetuando o facto de serem os
cidadãos reformados quem mais confia nos setores da Indústria em
estudo, com níveis de confiança relativamente elevados para o setor
Automóvel, Indústria Metalúrgica e Indústria Química, acima dos 70%. São
os cidadãos empregados em part-time quem menos confia nos setores
Indústria Metalúrgica e Química, com níveis de confiança de 42% e 36%
respetivamente. Os cidadãos domésticos são quem menos confia nos
setores Automóvel e Energia, apresentando níveis de confiança de 25% e
42% respetivamente.
Figura 19
Confiança nos setores da
Indústria por atividade
Profissional (Portugal)

AUTOMÓVEL

IND. METALÚRGICA

Reformado

73%

Reformado

80%

Emp. Full-time

62%

Doméstico

67%

Estudante

58%

Estudante

61%

Desempregado

52%

Desempregado

55%

Emp. Part-time

33%

Emp. Full-time

55%

Doméstico

25%

Emp. Part-time

42%

0%

50%

100%

IND. QUÍMICA

0%

50%

100%

50%

100%

ENERGIA

Reformado

73%

Reformado

58%

Estudante

48%

Emp. Full-time

51%

Emp. Full-time

48%

Estudante

48%

Doméstico

46%

Desempregado

42%

Desempregado

39%

Emp. Part-time

49%

Emp. Part-time

36%

Doméstico

42%

0%

50%

100%

0%

Figura 19. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria por Atividade, em Portugal. Os
valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX
4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.

Este padrão de resultados tão particular pode ser explicado atendendo
ao contexto económico verificado de 1960 a 1973, ou seja, há cerca de
40-50 anos: a época em que os indivíduos atualmente reformados se
encontravam no ativo. Neste contexto, a aceleração do crescimento
económico fez-se sentir em Portugal de forma marcada devido aos baixos
níveis de industrialização do país – havia mais recursos para explorar – pelo
que o veículo do crescimento foi essencialmente a industrialização, o que
significou a alteração na estrutura do aparelho produtivo em Portugal,
essencialmente a favor do setor secundário: Indústrias Transformadoras;
Construção; Eletricidade, Gás, Água e Serviços de Saneamento. O contributo
das Indústrias Transformadoras para o PIB variou entre 29,7% e 39,2%, muito
superior ao contributo dos outros setores e, como inclusive se faz sentir
na atualidade, as pessoas têm tendência a confiar mais nos setores que
geram riqueza(9). Nesta altura, a percentagem de pessoas empregadas em
Indústrias Transformadoras era de aproximadamente 40%(10).
9. Ver Figura 4 e Figura 10 do presente relatório.
10. Rocha, E., 1984, Crescimento económico em Portugal nos anos de 1960-73: alteração estrutural e ajustamento da oferta à procura de trabalho.
34

Trust Industry Report

Indústria

E. RENDIMENTO
O nível de rendimento familiar parece não afetar significativamente a
confiança no setor Automóvel, embora se verifique uma menor confiança
por parte dos indivíduos com rendimentos superiores a €80.000.
No caso da Indústria Química, os cidadãos mais confiantes no setor são
os com maior rendimento familiar anual, enquanto são os indivíduos com
rendimento médio-baixo (€8.000-€15.999) quem apresenta menores níveis
de confiança, sendo o gap de 28 pontos percentuais. O mesmo se verifica
para a Indústria Metalúrgica: os cidadãos com maior rendimento familiar
são quem mais confia no setor, enquanto aqueles com rendimento médiobaixo confiam menos, como uma diferença de 16 pontos percentuais. Tanto
para a Indústria Química como Metalúrgica, não se verificam significativas
oscilações de confiança nos restantes níveis de rendimento. No que diz
respeito ao setor Energia: o nível de rendimento familiar parece não afetar
a confiança no setor, apresentando-se os níveis de confiança contidos num
intervalo de pontos percentuais e a tender para a neutralidade.

Figura 20
Confiança nos setores
da Indústria por
nível de rendimento
(Portugal)

AUTOMÓVEL

IND. QUÍMICA

Mais de €80.000

46%

72%

€25.000 - €79.000

64%

50%

€16.000 - €24.000

63%

63%

€8.000 - €15.999

52%

44%

Menos de €8.000

65%

50%

ENERGIA

IND. METALÚRGICA

Mais de €80.000

43%

73%

€25.000 - €79.000

54%

59%

€16.000 - €24.000

55%

60%

€8.000 - €15.999

46%

57%

Menos de €8.000

45%

64%

Figura 20. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria relativamente ao rendimento
anual, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que
selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia
Bastante”.
35

Trust Industry Report

Indústria

F. AGREGADO FAMILIAR
A presença de crianças no agregado familiar parece não influenciar
significativamente a confiança nos quatro setores em estudo. No entanto,
verifica-se que o setor da Indústria Metalúrgica, Química e Energia
apresentam valores de confiança superiores se não existem crianças no
agregado familiar, enquanto o setor Automóvel verifica a tendência oposta.

Figura 21
Confiança nos setores da
Indústria por presença
de crianças no agregado
familiar (Portugal)

AUTOMÓVEL

IND. QUÍMICA

61%

59%

51%

52%

c/ crianças

s/ crianças

c/ crianças

s/ crianças

ENERGIA

IND. METALÚRGICA

48%

50%

57%

62%

c/ crianças

s/ crianças

c/ crianças

s/ crianças

Figura 21. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria por presença de crianças no
agregado familiar, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de
respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1
“Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
36

Trust Industry Report

Indústria

G. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
Região Autónoma dos Açores e Alentejo são as regiões do país que mais
confiam nos setores industriais, com níveis de confiança de 74% e 66%
respetivamente (e níveis de desconfiança de 16% e 13% respetivamente).
Algarve e Norte são as regiões menos confiantes nestes setores, com níveis
de Confiança de 49% e 47% respetivamente(e níveis de desconfiança de
27% e 24% respetivamente).

Figura 22
Confiança nos setores
da Indústria por
área de residência
(Portugal)

Região Autónoma dos Açores

74%
16%

Alentejo

66%
13%

Região Autónoma da Madeira

63%
23%

Centro

62%
16%

Lisboa

62%
19%

Algarve

49%
27%

Norte

47%
24%

CONFIA

NÃO CONFIA

Figura 22. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria relativamente ao rendimento
anual, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que
selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia
Bastante”.
37

Trust Industry Report

Construir Confiança

Indústria

No Edelman Trust Barometer™ 2013 foram
identificados dezasseis atributos que
contribuem para a construção da Confiança,
os quais foram agrupados em 5 clusters:
Engagement, Integridade, Produtos e
Serviços, Propósito Social, Operacional.
Ao longo dos anos, o Edelman
Trust Barometer™ tem permitido
identificar a evolução destes
atributos. Em 2008, os atributos
mais importantes foram aqueles
atualmente contidos no cluster
Operacional, tendo perdido
significativamente relevância em
2013 face aos restantes clusters.
Este apresenta uma percentagem
de confiança de 39% versus aquela
tida em 2008, de 76%. Os restantes
clusters apresentam os seguintes
níveis de confiança: Engagement
(59%), Integridade (58%), Produtos
e Serviços (54%) e Propósito (47%).

Em Portugal, a tendência mantémse e os atributos considerados mais
importantes para a construção da
confiança numa empresa estão
alocados aos clusters Engagement,
Integridade e Produtos e Serviços.
Os três atributos mais valorizados
no país para a construção de
confiança são:
• “Ouve as necessidades do cliente
e responde” (72%) – Engagement;
• “Oferece produtos e serviços de
elevada qualidade” (71%) – Produtos
e Serviços;
• “Trata bem os colaboradores”
(69%), como exemplificado na
Figura 23.
38

Trust Industry Report

Indústria

Edelman Trust Barometer revela 16 ATRIBUTOS
ESPECÍFICOS que contribuem para construir confiança.
Estes podem ser agrupados emCINCO CLUSTERS, aqui listados por ordem de importância.

16 ATRIBUTOS PARA CONSTRUIR A CONFIANÇA

ENGAGEMENT
• OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE
• TRATA BEM OS COLABORADORES
• COLOCA OS CLIENTES ACIMA DOS LUCROS
• COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE
INTEGRIDADE
• TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS
• TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA A UM PROBLEMA OU CRISE
• TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS
PRODUTOS & SERVIÇOS
• OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE
• É INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS
PROPÓSITO SOCIAL
• TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE
• TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO
• CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA
• SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNO E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS 	
DA SOCIEDADE
OPERACIONAL
• TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA
• CONSTA NUM RANKING GLOBAL DE MELHORES EMPRESAS
• ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES
39

Trust Industry Report

Indústria

Com menor relevância para a construção da confiança
em Portugal surgem claramente os atributos
operacionais, revelando valores abaixo dos 50% e com
uma diferença em relação aos atributos mais importantes
em média de 30 pontos percentuais.
Figura 23
Atributos para a construção
de confiança numa empresa
(Portugal)

OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE

72%

OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE

71%

TRATA BEM OS COLABORADORES

69%

COLOCA CLIENTES ACIMA DOS LUCROS

65%

TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS

65%

TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS

65%

MANTEM CONFIDENCIAIS AS INFORMAÇÕES PESSOAIS DOS CLIENTES

64%

TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA DE UM PROBLEMA OU CRISE

62%

TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE

62%

COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE

59%

CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA

55%

É UM INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS

54%

TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO

47%

TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA

45%

ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES

42%

CONSTA NUM RANKING MUNDIAL DE MELHORES EMPRESAS

39%

SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNOS E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS
DA SOCIEDADE

34%

ENGAGEMENT

INTEGRIDADE

PRODUTOS E SERVIÇOS

PROPÓSITO SOCIAL

OPERACIONAL

Figura 23. Valorização dos atributos da confiança em Portugal em 2013, agrupados segundo o seu
cluster; sendo os clusters a que pertencem os atributos mais valorizados Engagement, Integridade
e Produtos e Serviços.

A importância dada aos atributos de Engagement e Integridade tem a
ver com autenticidade: a perceção dos consumidores que as Empresas
genuinamente fazem o que afirmam fazer é o primeiro driver de confiança.
A responsabilidade social e corporativa começa neste ponto, na segurança
e satisfação dos colaboradores, que posteriormente fazem a divulgação
desta informação.
40

Trust Industry Report

Indústria

Os dados referentes a estes atributos permitem compreender a dinâmica
de empresas, indústrias, e instituições, o que permite tirar conclusões mais
específicas sobre as expectativas dos consumidores e stakeholders e,
subsequentemente, melhores recomendações estratégicas para manter e/ou
gerir a reputação de uma organização e a Confiança dos seus stakeholders.
A nível global, os resultados são os seguintes em 2013:

Figura 24
Atributos para a construção
de confiança numa empresa performance vs. expectativa
(Global)

OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE

63%
41%

OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE

62%
30%

TRATA BEM OS COLABORADORES

61%
24%

COLOCA CLIENTES ACIMA DOS LUCROS

59%
23%

TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA DE UM PROBLEMA OU CRISE

58%
25%

TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS

58%
28%

TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS

57%
24%

COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE

54%
23%

TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE

53%
26%

TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO

49%
26%

CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA

47%
23%

É UM INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS

44%
33%

TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA

41%
26%

ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES

38%
22%

CONSTA NUM RANKING MUNDIAL DE MELHORES EMPRESAS

38%
28%

SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNOS E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS
DA SOCIEDADE

37%
19%

ENGAGEMENT

INTEGRIDADE

PRODUTOS E SERVIÇOS

PROPÓSITO SOCIAL

OPERACIONAL

Figura 24. Gap entre a importância dos atributos de confiança e a performance das empresas em
2013, a nível Global, apresentando-se os atributos agrupados segundo o cluster a que pertencem.
41

Trust Industry Report

Indústria

Como se pode verificar na Figura 24, o atributo com maior importância para
o Público Geral a nível Global trata-se da qualidade dos Produtos e Serviços,
mas a performance das instituições fica aquém das espectativas por 22
pontos percentuais. Por outro lado, recorde-se que (de uma forma geral), os
atributos considerados mais importantes são os de Engagement (59%) e de
Integridade (58%) e, no entanto, são aqueles que apresentam o maior gap
entre a expectativa e a performance, todos os sete atributos apresentando
gaps com valores acima dos 30%. Inclusive, o gap entre a performance das
empresas e as expectativas dos stakeholders verificada para o atributo mais
importante em Portugal - “Ouve as necessidades do Cliente e responde” - é
de 32 pontos percentuais.
Os dados apresentados são particularmente relevantes atendendo à
dinâmica de stakeholders que se verifica atualmente, como se encontra
esquematizado na Figura 24. O choque de 2008 e a atualidade na Zona
Euro forçaram o restabelecimento do que se espera das instituições
e dos seus líderes. Mais, o flow de informação é horizontal entre os
membros da pirâmide da comunidade – colaboradores, consumidores
fidelizados e ativistas sociais – e não vertical (de figuras de autoridade
para consumidores), como era conceptualizado previamente. Esta
democratização da influência leva à redefinição do objeto da mensagem de
uma organização para “consumidores de Produtos e Serviços”, porque uma
mensagem só tem significado se for recebida por quem influencia os níveis
de Confiança numa organização.

Figura 25
Diamante da influência,
representando a dinâmica entre
stakeholders de uma organização.

CEO
OFICIAIS
DO GOVERNO

QUADRO DE DIRETORES
ACADÉMICOS
ESPECIALISTAS TÉCNICOS
ELITE MEDIA

PÚBLICO GERAL
COLABORADORES
CONSUMIDORES
FIDELIZADOS

ATIVISTAS
SOCIAIS
42

Trust Industry Report

Indústria

Figura G
Confiança nos Portavozes (Portugal)

2012

2013

68%

Técnico Esp. numa empresa

66%

Representante de ONG

57%

Analista Financeiro ou Industrial

55%

Académico ou Especialista

74%

+3

Técnico Esp. numa empresa

67%

+1

Representante de ONG

Académico ou Especialista

56%

-1

Empreendedor bem sucedido

51%

Criador de novos produtos

37%

Colaborador numa empresa

35%

-5

CEO

32%

-12

29%

Representante do Governo

19%
18%
12%

Artista/Atleta

20%

-12

Blogger

Representante do governo

43%

Porta-voz de uma empresa

Colaborador numa empresa 40%

-1

Quadro de Directores de uma empresa

CEO 44%

49%

Analista Financeiro ou Industrial
Alguém como Eu 50%

Alguém como Eu

9%

-1

G. Evolução da confiança do Público Informado nos porta-vozes de uma organização
entre 2012 e 2013 em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem
de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores,
sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
Como se pode ver, em 2013, os porta-vozes mais confiados numa organização são
o Académico ou Especialista e o Técnico Especialista, como aliás é tendência a nível
Global e da U.E.. Este facto está relacionado com o clima de incerteza que se faz sentir
tanto a nível económico como social, pelo que as pessoas têm tendência a buscar
certezas como é o caso da Ciência e Tecnologia, bem como os seus representantes,
quer pela sua expertise, como postura, linguagem e proximidade com o cidadão
comum.
Mais uma vez, o que uma organização faz e como o faz – assim como a perceção que
os stakeholders têm da sua atividade – é fundamental para a construção da confiança
e credibilidade da mesma, o que por sua vez torna fundamental a construção de uma
gestão coerente e transparente pelos membros da parte superior do diamante (figuras
de autoridade) de forma a que consiga influenciar os membros da parte inferior
(divulgadores da informação), para que a mensagem possa atingir com sucesso o
Público Geral (ou seja, os consumidores).
43

Trust Industry Report

Indústria

Figura 26
Mapeamento de Influenciadores
(Global)

Em quem confia MAIS para lhe fornecer
informação credível e honesta sobre:

CEO
de uma
empresa

Colaborador
de uma
empresa

Consumidor
fidelizado/
ativista

Académico

Porta-voz
empresa

Programa de emprego, condições e benefícios
de trabalho de uma empresa

21%

63%

16%

13%

11%

Como uma empresa serve os seus clientes e coloca
as necessidades dos clientes acima dos lucros

19%

30%

44%

16%

15%

INTEGRIDADE

A situação de uma empresa em época de crise

30%

35%

18%

22%

23%

PRODUTOS

Os esforços de inovação e de desenvolvimento
de novos produtos de uma empresa

31%

31%

27%

25%

13%

Como uma empresa utiliza os seus recursos
e influências para proteger o ambiente

21%

26%

34%

27%

13%

Como uma empresa apoia projetos com
um ímpacto positivo na comunidade local

22%

27%

35%

20%

23%

Parcerias com ONGs e esforço para
responder a problemas sociais

25%

20%

25%

23%

15%

Retorno financeiro da empresa e respetiva
performance operacional

34%

27%

23%

23%

12%

Práticas de negócio de uma empresa,
sejam positivas ou negativas

23%

36%

29%

21%

15%

Feitos/ações da autoria dos líderes
de uma empresa

35%

34%

17%

19%

19%

ENGAGEMENT

PROPÓSITO

OPERACIONAL

Figura 26. Mapeamento de stakeholders e a sua influência na opinião dos consumidores de um
dado Produto ou Serviço.

A confiança dos consumidores numa organização já não depende apenas
dos seus líderes, mas de outros stakeholders. De facto, parecem ser os
colaboradores de uma organização quem detém a maior relevância na
transmissão de informação acerca de uma organização. Daqui conclui-se
que, neste âmbito, a genuinidade e transparência são muito relevantes:
a manutenção de uma boa relação com os colaboradores, mesmo que
estes não permaneçam na organização no futuro, é fundamental para
a divulgação da competência e credibilidade de uma empresa. A nível
de Engagement, Integridade e Propósito – os clusters de atributos mais
relevantes para a confiança numa Empresa – as opiniões mais confiadas são
as daqueles stakeholders que detêm inside information sobre a organização,
mas que não são figuras de autoridade: colaboradores e consumidores
fidelizados. Este facto ajuda a explicar a subida dos níveis da confiança
em Tecnologia e na Indústria a partir do momento (2008) em que o
investimento em recursos humanos começou a aumentar em Portugal(11).
Nas autoridades, regra geral, confia-se para divulgação de informação
financeira e de performance operacional. Pode, portanto, concluir-se que
2013 verifica uma marcada crise de liderança (Figura F, Edelman TB™).

11. Eurostat, 2013, Science, Technology and Innovation in Europe – 2013 Edition.
44

Trust Industry Report

Figura H
Confiança na Instituição
vs. Liderança (Empresas
e Governo) (Portugal)

Indústria

CONFIANÇA NO GOVERNO
CONFIANÇA NOS LÍDERES
GOVERNAMENTAIS PARA DIZER
A VERDADE

Global

41%
13% -28

China

67%
32% -35

China

71%
24% -47

68%
34% -34

Índia

55%
20% -35

EUA

CONFIANÇA NOS LÍDERES IMPRESARIAIS
PARA DIZER A VERDADE

50%
18% -32

Índia

CONFIANÇA NAS EMPRESAS

Global

50%
15% -35

EUA

38%
10% -28

Alemanha

42%
42% -29

Alemanha

38%
6% -32

França

37%
13% -27

França

33%
8% -25

Portugal

57%
10% -25

Portugal

15%
19&

+4

H. Diferença de confiança na instituição versus confiança
na liderança em 2013, a nível Global e Portugal. Como se
pode verificar, a confiança é sempre maior na instituição
que no(s) seu(s) líder(es), com a exceção de Portugal no
que diz respeito ao Governo. Os cidadãos portugueses
parecem confiar mais nos seus líderes governamentais
para passarem informação verdadeira que na instituição
governamental.
Com particular relevância para os setores em estudo, note-se que o
Académico/Especialista tem uma presença relevante ao nível de todos
os atributos como porta-vozes de informação – dados corroborados pela
Figura 26. A confiança nos pares parece estar a sofrer uma depressão:
“Alguém como eu” foi líder de confiança nos porta- em 2010 e 2011,
mas sofreu uma queda de 16 pontos percentuais em 2012 e continuou a
descer, se bem que menos acentuadamente, em 2013. A confiança nos
“Colaboradores comuns numa empresa” também se encontra em queda,
num total de 19 pontos percentuais desde 2011, enquanto “Representantes
do Governo” revelam valores reduzidos (abaixo dos 30% nos últimos três
anos) e uma descida pouco acentuada.
45

Trust Industry Report

Indústria

Figura 27
Confiança nos porta-vozes
2010-2013 (Portugal)

80%

74%

76%
68%

70%
60%

69%

30%

61%
54%

50%
40%

74%

46%
32%

27%

20%

49%
50%
40%

35%
19%

20%

10%
0%

2010

ACADÉMICO OU ESPECIALISTA
ALGUÉM COMO EU
COLABORADOR COMUM NUMA
EMPRESA
REPRESENTANTE DO GOVERNO

Figura 28

PORTUGAL 2012
59% Três a cinco vezes
GLOBAL
63% Três a cinco vezes

Figura 29. Número de vezes
que um cidadão tem que ser
exposto à mesma mensagem
antes de acreditar nela.

2011

2012

2013

Figura 27. Evolução da confiança do Público Informado nos porta-vozes de uma organização,
em Portugal, de 2010 a 2013.

A figura do “Académico ou Especialista” é atualmente quem detêm maior
relevância na divulgação de informação acerca de uma organização, os
seus Serviços e Produtos, com um acentuado crescimento desde 2011
– mais ou menos desde a altura em que se verifica a crise de confiança
nas figuras de autoridade como exemplificado pela pouca credibilidade
nos “Representantes do Governo”. É também de relevância notar o forte
ceticismo que marca os dados apresentados, como confirmado não só
pelos dados do Edelman Trust Barometer™ 2013 relativamente à exposição à
informação versus a credibilidade (Figura 27), mas também pelo facto de a
maioria dos níveis de confiança gerais (Figura B, Edelman Trust Barometer™
2013) e a confiança nos porta-vozes de uma organização (Figura 26)
tenderem para a neutralidade ou mesmo desconfiança.
Isto significa que uma mensagem menos sólida tem menos probabilidade
de atingir o alvo pretendido (Figura 26). Considerando o facto de os
colaboradores serem os mais confiados como porta-vozes de uma
organização e os Académicos/Especialistas considerados os mais confiáveis
na divulgação de informação, há que trabalhar para aproximar o Técnico do
consumidor: isto requer uma mudança de discurso, no sentido de traduzir
especificidades em utilidades. Mais: o colaborador deveria ter um papel mais
ativo na gestão no sentido de identificar as gaps na performance específicas
como as determinadas pelos consumidores e fazer a informação chegar a
quem determina a estratégia operacional.
Essencialmente, o que antes remetia para uma estratégia produzida por um
grupo restrito de pessoas, objetivos fixos e autoridade, monólogo e controlo
da informação, atualmente reflete-se no coletivo de stakeholders, objetivos
fixos e co-criação, diálogo e de empowerment.
46

Trust Industry Report

Conclusões

Indústria

Em 2013 Portugal surge como um país marcado pelo ceticismo que parece
dominar as interações entre organizadores e cidadãos/consumidores.
O facto de o Público Informado demonstrar níveis de Confiança superiores
aos do Público Geral reforça a ideia de que o acesso à Informação
é fundamental para a construção da confiança e reputação de uma
organização.
Os níveis de Confiança gerais sobem entre 2012 e 2013 a nível Global
para todas as instituições. No entanto, em Portugal verifica-se uma
tendência oposta justificada sobretudo devido à grande crise de Confiança
no Governo, estando ainda de acordo com os dados recolhidos pelo
INE relativamente à “confiança dos consumidores”. Todas as restantes
instituições em Portugal verificam um aumento nos níveis de Confiança.
Por outro lado, no contexto atual de crise económica que se faz sentir na
Europa, desenvolvimento económico e geração de riqueza parecem ser
fundamentais. Esta conclusão é essencialmente suportada pelo facto de
serem os setores das Tecnologias, Automóvel – de particular relevância
para o presente relatório – e Eletrónica de Consumo os que apresentam
os maiores valores de Confiança a nível global, da U.E e em Portugal. Mais:
a industrialização parece estar diretamente associada ao desenvolvimento
tecnológico e, consequentemente, económico. Daí se explica que países
emergentes apresentem maiores níveis de Confiança tanto nos setores da
Indústria como nos setores da Tecnologia e das Telecomunicações.
O acesso à informação e contacto com os setores parecem ser mais
importantes que o desenvolvimento económico uma vez que os setores
Automóvel e da Energia continuam a revelar valores de Confiança muito
superiores às Empresas à escala global. Em Portugal, os valores de
Confiança atribuídos ao setor Automóvel e da Energia apresentam valores
superiores tanto às médias global e europeia, assim como à Confiança nas
Empresas. Verifica-se ainda um crescimento mais acentuado dos níveis de
Confiança nos setores industriais nos países emergentes, justificado pela sua
atividade económica atual.
Dos fatores socioeconómicos relevantes para os níveis de Confiança
nos setores da Indústria, a idade, a profissão, o rendimento e o grau de
instrução parecem ser relevantes, enquanto género, presença de crianças no
agregado familiar e localização geográfica apresentam padrões específicos.
Os atributos mais importantes para os níveis de Confiança são Engagement,
a qualidade de Produtos e Serviços e Integridade. São precisamente estes
que apresentam um maior gap entre as expectativas dos stakeholders e a
performance das organizações a nível Global.
47

Trust Industry Report

Agradecimentos

Indústria

A elaboração do presente relatório foi possível devido ao fundamental
contributo dos participantes no TIR Industrial. A análise crítica dos dados do
Edelman Trust Barometer™ 2013 e, em especial, dos dados de confiança nos
setores da Indústria tornou possível a identificação de fatores determinantes
para o sucesso empresarial no setor em estudo e a formulação de
recomendações que permitirão no futuro a elaboração fundamentada de
estratégias de gestão sustentáveis.
Pela sua participação e pelo importante contributo que imputaram à análise
dos dados e à realização do presente white paper, dirigimos os maiores
agradecimentos a:
Pedro Vicente,
Marketing Manager,
Melom;
Paula Mendes,
Diretora de Educação, Comunicação e Relações Institucionais,
Lipor;
Mario Raposo,
Marketing Director,
SPV;
Ana Cristina Lança,
Diretora de Comunicação e Sustentabilidade,
EFACEC.
Jorge Vicente,
Diretor Geral,
Amb3e;
Luís Rochartre,
Secretário Geral,
Empordef;
Ana Casaca,
Head of Innovation and Sustainability,
CUF;
Rodrigo Jorge,
Export Manager,
ICEL;
António Victor,
Diretor Comunicação e Relações Externas,
Repsol.
48

Trust Industry Report

Indústria

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Confiança na Indústria segundo o Edelman Trust BarometerTM 2013

  • 1. 1 Trust Industry Report TRUST INDUSTRY REPORT: INDÚSTRIA Indústria
  • 2. 2 Trust Industry Report Indústria TRUST INDUSTRY REPORT: INDÚSTRIA Trust Industry Reports Os Trust Industry Reports (TIR) são relatórios de análise do estado da confiança por setores de atividade em Portugal, bem como a nível Global e Europeu. A elaboração destes relatórios contou com o contributo de representantes das principais empresas de cada setor em Portugal e no consequente debate dos resultados de confiança anuais para o seu setor e respetiva conjuntura, obtidos através do maior estudo de Confiança realizado globalmente, o Edelman Trust BarometerTM. Em 2013 realizaram-se quatro Trust Industry Reports, agora materializados em quatro white papers, entre os quais se insere o presente relatório: TIR Tecnologias e Telecomunicações [Tecnologias; Telecomunicações e Eletrónica de Consumo]; TIR Serviços Financeiros [Banca e Serviços Financeiros]; TIR Indústria [Automóvel, Ind.Química, Ind. Metalúrgica e Energia]; TIR Bens de Consumo [Alimentação e Bebidas, Ind. de Cervejas e Bebidas Espirituosas, Bens de Consumo não duráveis].
  • 3. 3 Trust Industry Report Indústria SUMÁRIO EXECUTIVO Uma análise aprofundada aos resultados de confiança do 2013 Edelman Trust Barometer™ nos setores da Indústria (Automóvel, Energia, Indústria Química e Indústria Metalúrgica) permitiu perceber que estes merecem, de uma forma geral, a confiança dos públicos global, europeu e português. O setor Automóvel é o segundo setor mais confiado a nível global e em Portugal, e o terceiro a nível europeu, apresentando um nível de confiança sempre superior a 60% (o que o classifica acima da neutralidade de confiança). Os restantes setores apresentam-se com valores de confiança neutros nas três dimensões. Relativamente aos países que mais confiam nestes setores, foi possível verificar que estes são essencialmente países emergentes – Indonésia, México, Índia, Malásia e China. Relativamente aos mesmos setores, verificou-se que Portugal apresenta uma confiança superior a países como o Japão, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos da América. Com particular relevância para o setor automóvel, que em Portugal apresenta níveis de confiança superiores ao de países conhecidos pela sua excelência em produção neste setor, como a Alemanha. A confiança na Indústria aumentou em Portugal em 2013, devido ao crescimento acentuado da confiança no setor Automóvel (13 pontos percentuais) e ao crescimento moderado da confiança no setor da Energia (6 pontos percentuais). Os setores da Indústria Química e Indústria Metalúrgica estrearam-se no estudo alcançando uma confiança de 53% e 58%, respetivamente (em Portugal). Para além disso, verificou-se ainda que, apesar do acentuado crescimento da confiança nas Empresas em Portugal (de 50% em 2012 para 57% em 2013), a confiança nesta instituição continua abaixo dos valores de confiança alcançados pelos setores Automóvel e Energia, mas acima da Indústria Química e Indústria Metalúrgica. Por fim, foi possível detetar a existência de alguma disparidade de confiança na Indústria entre diferentes regiões do país, sendo de destacar a existência de uma diferença de 28 pontos percentuais entre a região com maior confiança – Região Autónoma dos Açores (74%) – e a região menos confiante – Norte (47%).
  • 4. 4 Trust Industry Report The Trust Summit Indústria O The Trust Summit é uma iniciativa da GCI em parceria com o The Lisbon MBA que tem como principal objetivo a apresentação e divulgação dos resultados do Edelman Trust Barometer™, bem como a discussão e análise da Confiança nas perspetivas nacional, europeia e global. Em 2013, para além da apresentação do estudo, compuseram o The Trust Summit ‘13 a realização de quatro workshops e quatro encontros setoriais – os Trust Industry Reports (TIR), centrados na temática da Confiança em cada um dos setores considerados: Financials, Technology, Industry e Consumer Goods. Os Trust Industry Reports são momentos de análise e debate baseados no Edelman Trust Barometer™, em formato roundtable, entre os principais responsáveis pela gestão da Confiança de empresas respetivas a cada um dos setores acima identificados. Nestas sessões, os dados globais, europeus e de Portugal do Edelman Trust Barometer™ são analisados em maior detalhe, pretendendo-se determinar as implicações que esses podem trazer para os diferentes setores e que estratégias poderão reforçar ou manter a confiança dos consumidores e outros stakeholders. Da metodologia explicitada resultam os quatro relatórios: TIR Financials, TIR Technology, TIR Industry e TIR Consumer Goods. No que diz respeito à análise do setor industrial, procedeu-se à elaboração do presente relatório (TIR Indústria), no qual se executa uma análise crítica da Confiança e Credibilidade no setor. Dentro dos conteúdos abordados, inclui-se a tendência global de Confiança em geral assim como os níveis de Confiança nas diferentes instituições (ONG, Governo, Empresas e Media). Incluem-se ainda as tendências do setor a nível Global, da U.E. e em Portugal, e a análise de que fatores socioeconómicos mais influenciam a Confiança nos respetivos setores da Indústria em 2013.
  • 6. 6 Trust Industry Report Confiança e Reputação Indústria Por definição, o sucesso de qualquer empreendimento ou iniciativa depende em muito de fatores externos ao seu controlo, como por exemplo o surgimento de crises económicas e financeiras ou a constante mudança de tendências e necessidade de inovação em produtos e formas de atuar. Neste contexto, torna-se essencial a construção de uma relação sólida com os diferentes stakeholders no sentido de reforçar a legitimidade de atuação de uma empresa/ organização, assim como a sua credibilidade e reputação (junto de cidadãos e organizações). Nas palavras de Richard Edelman, CEO da Edelman ”em alturas de complexidade como a que vivemos, as public relations podem direcionar melhor as empresas para o futuro do que qualquer doutrina/disciplina. É o momento para criar novas narrativas que definam quem somos, quais as nossas causas e porque estamos em posição de liderar.” Ao identificar forças e fraquezas no âmbito da Confiança e Credibilidade de uma empresa, é possível descobrir, definir, exemplificar e amplificar a identidade da mesma, assim como transmitir esta mensagem aos stakeholders, inspirando a sua participação ativa na missão de negócio da empresa, numa relação mutualmente benéfica. O presente documento expõe, portanto, o contexto relativo aos respetivos setores em estudo no âmbito Indústria: Automóvel, Indústria Química, Indústria Metalúrgica e Energia. Seguese a descrição de cada um deles, segundo o Edelman Trust Barometer™ 2013: a) AUTOMÓVEL: Fabricantes de veículos motorizados de transporte de passageiros e mercadorias. b) INDÚSTRIA QUÍMICA: Empresas que operam processos de transformação de matérias-primas (como petróleo, gás natural ou metais) em materiais utilizados no fabrico de produtos de consumo como têxteis, plásticos e adesivos. c) INDÚSTRIA METALÚRGICA: Produtores de metais como aço, alumínio, ouro, metais reciclados e outros metais trabalháveis. d) ENERGIA: Produtores e distribuidores de energias renováveis e não renováveis.
  • 7. 7 Trust Industry Report Indústria “É o momento para criar novas narrativas que definam quem somos, quais as nossas causas e porque estamos em posição de liderar.” Richard Edelman
  • 8. 8 Trust Industry Report Edelman Trust Barometer™(2) Indústria O Edelman Trust Barometer™ é um estudo realizado em 26 países sobre Confiança, contando anualmente com a recolha de mais de 31.000 testemunhos. O 2013 Edelman Trust Barometer™ é o 13º estudo anual sobre confiança e credibilidade. Procura analisar os níveis de confiança dos públicos informados em quatro instituições: Governo, Empresas, ONG’s e Media. Todos os anos é apresentado internacionalmente no Fórum Mundial de Davos. O estudo foi conduzido pela Edelman Berland. Em Portugal, 2013 marca a 4ª edição do Edelman Trust Barometer™ Portugal. No estudo, são considerados dois grupos amostrais: i) Público Geral (PG), composto por 1.000 respondentes constituindo uma amostra representativa de cada país – 1.002 em Portugal – de idade superior a 18 anos. ii) Público Informado (PI), composto por 500 respondentes dos Estados Unidos da América e China, 200 respondentes dos restantes países e 147 de Portugal, com idades entre os 25 e 64 anos, dotados de Educação Superior e pertencentes ao quartil superior do rendimento familiar por escalão etário em cada país; que acompanhem ativamente notícias de economia/negócios e de políticas públicas. Os níveis de confiança apresentados agrupam-se em Confiança (mais de 60%), Neutralidade (entre 50% e 60%) e Desconfiança (abaixo de 50%). 1. O Edelman Trust Barometer™ 2013 pode ser consultado no site oficial da Edelman (http://www. edelman.com/insights/intellectual-property/trust-2013/) e o Edelman Trust Barometer™ Portugal pode ser consultado no site oficial da GCI (http://gci.pt/2013/07/31/trust-barometer-portugal-aapresentacao-da-edicao-de-2013/).
  • 9. 9 Trust Industry Report Indústria TIR: INDÚSTRIA 1. CONFIANÇA NA INDÚSTRIA 1.1 PANORAMA GERAL DA CONFIANÇA: GLOBAL, EUROPA E PORTUGAL Em 2013, a confiança em geral (calculada como a média da confiança nas quatro instituições em estudo – Empresas, ONG’s, Governo e Media) a nível global tende para a neutralidade (entre os 50 e os 60 pontos) (Público Informado) e mesmo para a desconfiança (abaixo dos 50 pontos) (Publico Geral) – como demonstrado na Figura A, Edelman TB™ 2013.
  • 10. 10 Trust Industry Report Figura A, Confiança Geral Público Informado vs. Público Geral Indústria 2013 2013 PÚBLICO INFORMADO PÚBLICO GERAL GLOBAL 57 GLOBAL 48 Singapura 76 Singapura 63 Hong Kong 67 Hong Kong 54 EUA 59 EUA 45 Alemanha 55 Alemanha 44 França 54 França 41 Suécia 54 Suécia 40 Polónia 48 48Espanha 37 Irlanda 46 Polónia 34 Portugal 45 48Irlanda 33 Espanha 42 Portugal 32 A. Confiança Geral do Público Informado e Público Geral medida entre os respondentes de 26 países(1). O Público Informado apresenta em regra níveis de confiança superiores aos do Público Geral. Portugal integra-se no grupo de países desconfiados, tanto para o Público Geral como para o Público Informado. 1. Média de 26 países exclui Portugal.
  • 11. 11 Trust Industry Report Indústria Figura B, Confiança nos setores da Indústria Global vs. Portugal (Público Informado e Público Geral) PÚBLICO INFORMADO PÚBLICO GERAL GLOBAL 70% 67% 60% 57% 66% 61% 51% 57% Automóvel Ind. Metalúrgica Ind. Química Energia PORTUGAL 73% 58% 53% 59% 59% 57% 50% 48% Automóvel Tecnologia Ind. Química Tecnologia B. Em particular para os setores considerados – Automóvel, Indústria Química, Indústria Metalúrgica e Energia – a tendência mantém-se de acordo com os dados apresentados na FIGURA A, EDELMAN TRUST BAROMETER™ 2013, sendo que o Público Informado apresenta níveis de confiança superiores ao Público Geral – tanto a nível Global como em Portugal. Esta diferença é particularmente acentuada no caso do setor Automóvel em Portugal. Em Portugal, o cenário também não é positivo: para além de apresentar uma quebra da confiança em relação a 2012 de 4 pontos percentuais, Portugal revela níveis de confiança abaixo dos 50% (Figura C, Edelman Tb™ 2013) desde 2010. Em 2013, os níveis da confiança geral em Portugal apresentam-se superiores aos de 2010, o pode ser explicado 2. Instituto Nacional de Estatística, 2013, Inquéritos à Conjuntura de Empresas e Consumidores, p 2-3. pela ligeira subida dos níveis de “confiança dos consumidores”, resultante do contributo positivo das crescentes expectativas sobre a evolução do desemprego, da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar(2).
  • 12. 12 Trust Industry Report Indústria Figura C, Evolução da Confiança em Portugal (2010-2013) 60% 49% 50% 45% 41% 40% 36% 30% Queda de 4 pontos face a 2012. Ainda assim, é superiora os valores de 2010 e 2011 20% 10% 0% 2010 2011 2012 2013 C. Evolução da Confiança Geral do Público Informado, entre 2010 e 2013, em Portugal. A tendência entre 2010 e 2012 foi para um aumento da confiança, verificando-se um crescimento total de 13 pontos percentuais. A ligeira queda entre 2012 e 2013 pode ser explicada pela crise de confiança que se faz sentir junto dos consumidores portugueses. Ainda assim, permanece superior aos níveis de 2010.
  • 13. 13 Trust Industry Report Indústria Figura 1 A Confiança nas Instituições (Global, U.E., Portugal) GOVERNO EMPRESAS 48% 43% 15% 58% 52% 57% GLOBAL U.E. PORTUGAL GLOBAL U.E. PORTUGAL MEDIA ONGS 57% 50% 50% 63% 60% 58% GLOBAL U.E. PORTUGAL GLOBAL U.E. PORTUGAL Figura 1. Confiança do Público Informado nas quatro instituições, relativamente a Portugal, U.E., e a nível global. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em vinte países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante” No que diz respeito às quatro instituições – Media, ONGs, Empresas e Governo – a nível Global, da U.E. e Portugal, as tendências da confiança permitem concluir que as ONGs permanecem a instituição mais confiada em 2013, sendo que o ranking da Confiança as coloca como a institução mais confiada, seguida das Empresas, Media e, finalmente, Governo, como evidenciado pela Figura 1. A U.E. é tendencialmente menos confiante nas 4 instituições do que a média global. Tal poderá ser explicado pela crise financeira que atualmente se faz sentir na zona Euro por contraposição à contribuição dos níveis de confiança de países emergentes para a Confiança Global. Portugal revela uma crise acentuada de confiança no Governo, com uma diferença de 28 e 33 pontos percentuais face à média europeia e Global, respetivamente. No caso Português, os valores de confiança nas Empresas são muito próximos das ONGs com apenas 1 p.p de diferença.
  • 14. 14 Trust Industry Report Indústria Figura 2 A Confiança nas Instituições (Global) 2007-2013 ONGs MEDIA EMPRESAS GOVERNO 80% 70% 60% 50% 44% 40% 40% 54% 51% 52% 53% 49% 48% 43% 46% 44% 57% 61% 59% 56% 53% 53% 46% 49% 45% 46% 47% 55% 46% 38% 30% 20% 2007 2007 Diferença de 12 pontos entre Empresas e Governo 2013 Diferença de 10 pontos entre Empresas e Governo 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Figura 2. Evolução da Confiança do Público Informado nas quatro instituições, desde 2007 até 2013, a nível Global. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 18 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. Para a integração destes dados no seu contexto, há que considerar a evolução destes valores nos últimos anos (ver figura 2): desde 2007 que as ONGs são a organização mais confiada, ainda que se verifique, a nível global, uma quebra de 5 pontos percentuais entre 2011 e 2012. A depressão mais acentuada de confiança verificou-se ao nível do Governo, em 2012, recuperando ligeiramente em 2013 (aumento de 8 p.p.). As Empresas mantiveram a sua posição como segunda instituição mais confiada relativamente constante nos últimos seis anos. A Confiança nos Media manteve-se também relativamente constante, apresentando uma subida acentuada em 2013, como aliás aconteceu com todas as instituições. Os resultados relativos à confiança nas ONGs versus Empresas podem explicar-se pela necessidade de geração e preservação de riqueza que se faz sentir no contexto de crise financeira. Portugal contraria as tendências Global e Europeia, ao apresentar uma contínua descida da confiança nas ONGs desde 2011 (num total de 11 pontos percentuais) e uma subida contínua e acentuada da Confiança nas Empresas desde 2010 (num total de 23 pontos percentuais). Por outro lado, ao contrário do padrão europeu e global, a confiança no Governo aumentou largamente em Portugal em 2012, após a mudança de Governo (meados de 2011), para descer acentuadamente em 2013, como se pode verificar na Figura 3. A tendência nos Media em Portugal desde 2010 foi também para um aumento de Confiança .
  • 15. 15 Trust Industry Report Indústria Figura 3 A Confiança nas Instituições (Portugal) 2010-2013 ONGs MEDIA EMPRESAS GOVERNO 80% 70% 69% 63% 60% 54% 50% 40% 52% 34% 30% 51% 57% 50% 39% 29% 32% 20% 47% 58% 27% 15% 10% 9% 0% 2010 2010 Diferença de 7 pontos entre Empresas e Governo 2013 Diferença de 42 pontos entre Empresas e Governo 2011 2012 2013 Figura 3. Evolução da Confiança do Público Informado nas quatro instituições, desde 2007 até 2013, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. Os resultados apresentados nas Figuras 2 e 3 relativamente à confiança nas Empresas em 2013 podem ser explicados pela atual crise financeira: quando os consumidores estão financeiramente confortáveis podem ter em consideração valores éticos de justiça social e distribuição de riqueza. No entanto, quando o contexto é de crise económica, o foco passa a estar na criação e/ou preservação desta riqueza. Mais: hoje em dia, as Empresas têm vindo a reforçar o seu papel social sendo neste contexto que podem vir, de certa forma, a substituir algumas funções das ONGs através da crescente aposta em projetos de responsabilidade social corporativa. Os consumidores têm mais dificuldade em ver a relação entre a causa e efeito no que diz respeito às ONGs e aos seus resultados reais; as empresas, por outro lado, têm que ter resultados, tem que fazer acontecer, o que se reflete na perceção dos cidadãos em relação a estas empresas e ao seu papel social. Apesar de considerar que o Governo desempenha um papel importante na regulação da atividade das empresas e de admitir que esta é, atualmente, insuficiente, a confiança do público português nesta instituição mantém-se baixa desde o inicio do estudo em Portugal. (Figura C e D, Edelman TB™).
  • 16. Trust Industry Report 16 Figura D Regulação governamental das Empresas (Global, U.E., Portugal) Indústria DEMASIADA 19% 21% SUFICIENTE 22% INSUFICIENTE 47% 17% GLOBAL UE PORTUGAL 9% 5% 47% 68% D. Perceção dos cidadãos em relação ao papel do governo na regulação das Empresas, a nível Global, da U.E. e Portugal. A tendência é para considerar a regulação insuficiente, (comum aos três níveis em análise). Em Portugal, a grande maioria considera que a regulação do Governo nas Empresas é insuficiente. Neste sentido, é importante fazer a distinção entre Regulamentação e Fiscalização, porque Portugal verifica uma marcada regulação das diversas entidades, especialmente a nível financeiro, mas a fiscalização poderá ser ineficiente, podendo contribuir para a diminuição da confiança no Governo.
  • 17. 17 Trust Industry Report Indústria 1.2 Confiança nos setores da Indústria a nível Global, U.E. e em Portugal É no contexto da confiança nas Empresas que se enquadra o setor da INDÚSTRIA . A nível Global, verifica-se um aumento da confiança nos setores relativos à Indústria entre 2012 e 2013: a confiança no setor Automóvel sobe 3 pontos percentuais e a confiança no setor Energia sobe 6 pontos. O setor Automóvel permanece o segundo setor mais confiado, com uma diferença relativamente ao setor mais confiado (Tecnologias) de 8 pontos percentuais. A subida nos níveis de confiança no setor da Energia resulta na sua subida para a posição de 7º setor mais confiado. Figura 4 Confiança nos Setores de Atividade 2012 vs. 2013 (Global) 2012 2013 Tecnologia 79% Tecnologia 77% Automóvel 66% Automóvel 69% Alimentação e bebidas 64% Alimentação e bebidas 66% Bens de consumo não duráveis 62% Bens de consumo não duráveis 65% Telecomunicações 60% Telecomunicações 62% Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas 59% Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas 62% Ind. Farmacêutica 56% Ind. Farmacêutica 59% Energia 53% Energia 58% Media 51% Media 53% Banca 47% Banca 50% Serviços Financeiros 45% Serviços Financeiros 50% Figura 4. Confiança do Público Informado nos setores da Indústria, a nível Global. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. A nível global, a confiança no setor Automóvel tem vindo a aumentar (num total de 11 pontos percentuais) desde 2009, atingindo o valor máximo em 2013 (69%). No que diz respeito ao setor da Energia, apesar de ter sofrido uma acentuada queda de confiança em 2012, verifica-se uma recuperação em 2013 para valores próximos de 2011. Os setores Indústria Metalúrgica e Indústria Química estreiam-se no estudo em 2013 com valores relativamente elevados, de 67% e 56%, respetivamente. Desde 2009, que o setor Automóvel permanece o mais confiado entre os setores referentes à Indústria, como se pode verificar na Figura 5.
  • 18. 18 Trust Industry Report Indústria Figura 5 Evolução da confiança nos setores da Indústria (Global) 2009-2013 AUTOMÓVEL IND. QUÍMICA IND. METALÚRGICA ENERGIA 80% 69% 70% 60% 50% 40% 63% 67% 66% 67% 59% 58% 61% 60% 55% 2009 53% 2010 2011 2012 56% 2013 Figura 5. Confiança relativa do Público Informado nos setores da Indústria, a nível Global. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. A nível Global, o posicionamento dos setores da Indústria face à confiança geral nas Empresas pode ser observado na Figura 6. Os setores em estudo – à exceção da Indústria Química – apresentam um nível de confiança superior ao das Empresas. Verifica-se uma subida relativamente contínua dos níveis de Confiança desde 2009 para os setores Automóvel e Energia assim como para as Empresas (mesmo apesar de todos os setores estudados neste período apresentarem uma ligeira depressão de confiança em 2012). O setor de Energia apresenta a maior variação nas tendências, atingindo, em 2012, um nível de confiança igual à confiança nas empresas, após sofrer uma queda de 7 pontos percentuais (face a 2011). Os setores Indústria Metalúrgica e Indústria Química apenas entraram no estudo em 2013 atingindo níveis de confiança acima da neutralidade (acima dos 60%). De referir que a Indústria Química apresenta valores de confiança inferiores à Confiança nas Empresas.
  • 19. 19 Trust Industry Report Indústria Figura 6 Evolução da confiança nos setores da Indústria vs. Confiança nas Empresas (Global) 2009-2013 AUTOMÓVEL IND. QUÍMICA IND. METALÚRGICA ENERGIA EMPRESAS 80% 67% 70% 60% 50% 66% 63% 60% 58% 61% 55% 69% 67% 54% 53% 56% 59% 58% 56% 50% 40% 2009 2010 2011 2012 2013 Figura 6. Indústria versus a confiança nas Empresas, a nível Global, entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. A nível europeu (U.E.), entre 2009 e 2011, os setores industriais Automóvel e Energia apresentaram uma subida acentuada nos níveis de confiança, posicionando-se acima da confiança nas Empresas. Após a queda de confiança em 2012, a confiança no setor da Energia ficou abaixo da média europeia de confiança nas Empresas , posição que mantém em 2013. Com um nível de confiança também abaixo da média da confiança nas Empresas, estreia-se no estudo o setor da Indústria Química, enquanto o setor Indústria Metalúrgica apresenta um nível de confiança de 58%, apenas um ponto percentual abaixo do setor mais confiado (Automóvel).
  • 20. 20 Trust Industry Report Indústria Figura 7 Evolução da confiança nos setores da Indústria vs. Confiança nas Empresas (U.E.) 2009-2013 AUTOMÓVEL IND. QUÍMICA IND. METALÚRGICA ENERGIA EMPRESAS U.E. 70% 64% 58% 60% 53% 50% 40% 30% 44% 56% 53% 59% 58% 52% 53% 45% 49% 43% 2009 56% 48% 45% 42% 2010 2011 2012 2013 Figura 7. Evolução da confiança do Público Informado nos setores da Indústria versus confiança nas Empresas na U.E., entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. A nível europeu, o setor industrial mais confiado é o setor Automóvel, mantendo esta posição desde 2009. Na verdade, este setor tem um peso significativo e visível em território europeu, gerando cerca de 12.9 milhões de empregos na Europa, direta ou indiretamente, o que corresponde a 5,3% da população europeia(3). Num contexto de crise económica e financeira como o que se vive atualmente na Europa e em que o emprego é uma das principais variáveis em discussão, os europeus parecem reconhecer a importância da indústria Automóvel para o equilíbrio e desenvolvimento das economias europeia e nacionais. De referir que o setor da Indústria Metalúrgica estreia-se no estudo desafiando a liderança do setor 3. 2013, The Automotive Industry Pocket Guide, European Automobile Manufacturers’ Association Automóvel como setor da Indústria mais confiado, ao apresentar relativamente a este uma diferença de apenas 1 ponto percentual. Fazendo uma análise comparativa à confiança nos setores Automóvel e da Energia a nível global e europeu (a partir dos gráficos da figura 8), verifica-se que confiança global nos setores tem-se apresentado sempre superior à confiança da U.E. O gap entre confiança global e confiança europeia cresceu em ambos os casos em 2012, mantendo-se constante em 2013, resultado da subida menos acentuada nos níveis de confiança dos países europeus relativamente aos globais. Note-se que a confiança nos setores sobe em 2013 tanto a nível Global como a nível da U.E.
  • 21. 21 Trust Industry Report Indústria Figura 8 Confiança nos setores da Indústria Global vs. U.E. (2009 - 2013) UE AUTOMÓVEL ENERGIA 80% 80% 70% 60% 67% 63% 58% 40% 66% 69% 60% 59% 56% 53% 2009 2010 70% 61% 64% 58% 50% GLOBAL 2011 2012 55% 2013 60% 53% 56% 50% 40% 60% 48% 53% 44% 42% 2009 2010 2011 2012 2013 Figura 8. Comparação entre a evolução da confiança do Público Informado nos setores Automóvel e Energia a nível Global e da U.E, entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. Os resultados acima apresentados são corroborados pela distribuição geográfica dos valores de confiança, como apresentado na Figura 9. Os setores industriais são mais confiados nas economias emergentes – Indonésia, México, Índia, China e Malásia, contribuindo assim para o aumento dos valores de confiança globais. Portugal apresenta elevada confiança no setor Automóvel (73%), sendo inclusive superior a países como Espanha e Alemanha, (maior referência europeia ao nível da produção automóvel). Relativamente aos setores Indústria Química, Indústria Metalúrgica e Energia, Portugal apresenta valores de confiança neutros (entre os 50% e os 60%).
  • 22. 22 Trust Industry Report Figura 9 Países com maior confiança nos setores da Indústria (Global) Indústria AUTOMÓVEL IND. METALÚRGICA Indonésia 93% Indónesia 84% México 91% China 83% Índia 88% Malásia 82% (...) (...) Portugal 73% E.U.A 70% Japão 70% Alemanha 65% E.U.A 70% Japão 63% R.U. 65% Espanha 60% Alemanha 62% França 59% Espanha 58% Portugal 58% França 58% R.U. 57% 0% 50% 100% IND. QUÍMICA 0% 50% 100% 50% 100% ENERGIA China 78% Índia 86% Índia 78% Indonésia 84% Malásia 75% China 84% (...) (...) Japão 64% Portugal 59% E.U.A 55% E.U.A. 59% Portugal 53% França 56% Espanha 50% Japão 49% Alemanha 49% Espanha 48% R.U. 47% Alemanha 38% França 45% R.U. 38% 0% 50% 100% 0% Figura 9. Níveis de confiança os diferentes setores da Indústria apresentados pelos diferentes países. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
  • 23. 23 Trust Industry Report Indústria Atendendo aos resultados apresentados anteriormente verifica-se que são os países emergentes quem mais contribui para o aumento da confiança geral global. Neste caso, não só a indústria se apresenta como fator fundamental para a industrialização e geração de riqueza destes países, como o investimento e produção está a aumentar. Particularmente para o setor Automóvel, a China (país emergente) é quem atualmente detém o primeiro lugar no ranking de produção de automóveis de passageiros(4). Neste contexto, os países emergentes têm um enorme potencial de industrialização que é, à semelhança do que que aconteceu em Portugal na década de 60-70, geralmente assegurado por indústrias pertencentes ao setor secundário (5), nas quais se enquadram as indústrias analisadas no presente relatório. Esta industrialização assegura riqueza e, consequentemente, gera a credibilidade e confiança junto da população. Mais, sendo um setor que tanto investe em Research and Development (R&D), que gera emprego e ainda assenta pesadamente na geração de potencial tecnológico, adquire um nível adicional de confiança, que se prende na elevada confiança que existe atualmente nos académicos e técnicos especialistas (Edelman Trust BaromoterTM 2013). Uma análise mais detalhada do contexto em Portugal é apresentada na Figura 10, onde se verifica um acentuado crescimento da confiança no setor Automóvel em 2013 (mais 13 pontos percentuais): se em 2012 era o 5º setor mais confiado no país, em 2013 aproxima-se do padrão Global, ocupando o 3º lugar ao apresentar um valor de confiança de 73%, atrás dos setores Tecnologias e Eletrónica de Consumo. A Confiança no setor da Energia cresce 6 pontos percentuais. Indústria Química e Indústria Metalúrgica entram no estudo, ambas com confiança acima dos 50%, suplantando os setores de Bens de Consumo Não Duráveis, Media, Banca e Serviços Financeiros. 4. 2013, The Automotive Industry Pocket Guide, European Automobile Manufacturers’ Association. 5. Rocha, E., 1984, Crescimento económico em Portugal nos anos de 1960-73: alteração estrutural e ajustamento da oferta à procura de trabalho.
  • 24. 24 Trust Industry Report Indústria Figura 10 Confiança nos Setores de Atividade 2012 vs. 2013 (Portugal) 2012 Tecnologias 81% Alimentação e bebidas 71% Ind. Cerveja e Bebidas 64% Bens de consumo não duráveis 64% Automóvel 60% Energia 53% Telecomunicações 50% 2013 Tecnologia 84% Eletrónica de Consumo 77% Automóvel 73% Alimentação e Bebidas 72% Entretenimento 67% Ind. Aeroespacial 66% Telecomunicações 64% Ind. Farmacêutica 62% Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas +13 60% Energia 59% Ind. Metalúrgica 58% Ind. Farmacêutica 50% Ind. Serviços de Saúde 57% Media 44% Ind. Química 53% Bens de Consumo não duráveis 53% Bancos 35% Media 51% Banca 36% Serviços Financeiros +6 32% Serviços Financeiros 29% Figura 10. Níveis de Confiança apresentados pelo Público Informado nos diferentes setores da Indústria entre 2012 e 2013 em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. Os setores menos confiados tanto em Portugal (Figura 10) como à escala Global (Figura 4) e da U.E. (Figura E, Edelman TB™) são os Serviços Financeiros e Banca, na medida em que são, em parte, consideradas instituições com responsabilidade na atual crise económica.
  • 25. 25 Trust Industry Report Figura E Setores mais confiados Países Desenvolvidos vs. Países Emergentes Indústria 2013: Top 3 Países desenvolvidos 2013: Top 3 Países emergentes #1 Tecnologia #2 Automóvel #3 Ind. Cervejas e Bebidas Espirituosas #1 Tecnologia #2 Automóvel #3 Bens de Consumo não duráveis / Energia E. O TOP 3 dos setores mais confiados em países desenvolvidos e emergentes, a nível Global, em 2013. A Tecnologia está intimamente associada a Inovação que, por sua vez, é fundamental à potenciação da competitividade e manutenção de uma posição líder nos mercados assim como na criação de riqueza e de emprego(6). O mesmo se pode dizer acerca dos Top Markets globais, europeus e portugueses: setores que beneficiem a vida quotidiana dos consumidores (países emergentes) e setores que ofereçam um melhor estilo de vida (países desenvolvidos). Apesar de recentemente se ter vindo a verificar em Portugal uma queda na venda de automóveis ligeiros (queda de 37,9% no início de 2013), a confiança no setor aumentou significativamente de 2012 para 2013. Uma vez que o setor automóvel está muito presente na vida quotidiana dos consumidores, a falta de acesso a este produto pode estar a torná-lo em algo aspiracinal, pelo aumento da dificuldade em alcançar este bem. Por outro lado, este facto poderá ser também explicado pelo facto de o setor Automóvel na Europa seguir uma dicotomia tipicamente alemã, com uma relação de colaboração entre sindicatos e administração 6. Eurostat, 2012, The EU in the World 2013 – A Statistical Portrait, p 127-33. o que permite o alcance de acordos benéficos a ambas as partes, mitigando desta forma a ocorrência de greves e protestos e reforçando as imagens de transparência e integridade de ambas as partes. Em 2013, a confiança no setor Energia volta a posicionar-se acima da confiança nas Empresas, ao contrário do verificado em 2012 (mantendo-se no entanto, abaixo dos valores de 2011). A Indústria Química é o único setor em 2013 a posicionar-se abaixo da confiança média nas Empresas, apresentando uma confiança de 50%, enquanto Indústria Metalúrgica apresenta um nível de Confiança igual ao das Empresas (57%).
  • 26. 26 Trust Industry Report Indústria Figura 11 Evolução da confiança nos setores da Indústria vs. Confiança nas Empresas 2010-2013 (Portugal) AUTOMÓVEL IND. QUÍMICA IND. METALÚRGICA ENERGIA EMPRESAS PT 80% 73% 70% 63% 60% 60% 60% 50% 47% 40% 34% 47% 2010 2011 59% 57% 54% 50% 53% 30% 20% 10% 0% 2012 2013 Figura 11. Evolução na confiança nos setores da Indústria relativamente à confiança das Empresas em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. O acentuado crescimento da confiança nas Empresas em Portugal pode ser explicado pela elevada flexibilidade das empresas portuguesas atualmente potenciada pelos media que têm apresentado uma preocupação em divulgar exemplos de sucesso no atual contexto de crise (como por exemplo acontece com o setor do calçado). Por outro lado, o setor privado é quem oferece cada vez mais emprego estável no contexto atual.
  • 27. 27 Trust Industry Report Indústria Figura F Confiança nos setores Automóvel e da Energia 2010-2013 (Global, U.E. e Portugal) UE AUTOMÓVEL GLOBAL PORTUGAL ENERGIA 80% 80% 73% 70% 67% 63% 60% 58% 59% 60% 56% 50% 61% 60% 50% 2010 55% 58% 53% 60% 60% 56% 59% 53% 48% 44% 47% 40% 67% 69% 64% 63% 70% 66% 2011 2012 2013 40% 42% 2009 2010 2011 2012 2013 F. Evolução da Confiança do Público Informado em Portugal para os setores Automóvel e da Energia. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. Em comparação com a tendência Global e da U.E., verifica-se um crescimento mais acentuado da confiança no setor Automóvel em Portugal – como já referido, de 13 pontos percentuais(7), o que posiciona Portugal acima da confiança Global e Europeia(8). A depressão nos níveis de Confiança de 2012 foi de apenas 3 pontos percentuais para o setor Automóvel em Portugal. Já no que diz respeito ao setor da Energia, depois de sofrer acentuadas oscilações de confiança desde 2010, posiciona-se em 2013 muito próxima da confiança Global. O posicionamento de Portugal relativamente às médias global e europeia, como pode ser consultado na Figura 12 (e corroborado pela FIGURA F, EDELMAN TRUST BAROMETER™ 2013), o setor Automóvel em Portugal apresenta valores de confiança superiores aos da U.E e a nível global. No setor da Indústria Química e da Energia, Portugal apresenta valores entre a 7. Ver FIGURA 10, TIR Indústria. 8. Ver FIGURA 8 para análise da Confiança Global e Europeia TIR Indústria. média da U.E. e global, sendo que a U.E apresenta sempre os valores mais baixos de confiança. No caso da Indústria Metalúrgica, o valor de confiança em Portugal é igual à média europeia, sendo a média global a mais elevada à semelhança do padrão apresentado pelos restantes setores considerados no presente relatório.
  • 28. 28 Trust Industry Report Indústria Figura 12 A Confiança nos setores Automóvel e da Energia 2013 (Global, U.E. e Portugal) AUTOMÓVEL IND. QUÍMICA 69% 59% 73% 57% GLOBAL U.E. PORTUGAL GLOBAL ENERGIA 45% U.E. 53% PORTUGAL IND. METALÚRGICA 60% 48% 59% 67% 58% 58% GLOBAL U.E. PORTUGAL GLOBAL U.E. PORTUGAL Figura 12. Confiança do Público Informado nos setores da Indústria em 2013, a nível Global, da U.E e em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. 1.2 Influência dos Fatores Socioeconómicos nos Níveis de Confiança A amostra utilizada no presente estudo foi o Público Geral em Portugal: recorde-se que se trata de 1.002 respondentes com idades superiores a 18 anos, constituindo uma amostra representativa da população. O objetivo é identificar quais os fatores relevantes para o grau de confiança que a população em geral tem nos setores da Indústria. São considerados: IDADE RENDIMENTO GÉNERO AGREGADO FAMILIAR EDUCAÇÃO LOCALIZAÇÃO GEOGRAFICA PROFISSÃO
  • 29. 29 Trust Industry Report Indústria A. IDADE A distribuição da confiança face à faixa etária parece ser mais ou menos semelhante em todos os setores considerados, encontrando-se relativamente distribuída. No entanto, parecem ser os indivíduos mais velhos quem mais confia nos setores da Indústria, sendo que os restantes grupos apresentam uma posição próxima da neutralidade ou mesmo de desconfiança. No setor Automóvel, indivíduos na faixa dos “60+ anos” e “4559 anos” apresentam os valores mais elevados (64-65%, respetivamente); o mesmo se aplica à Indústria Metalúrgica (60% e 63%, respetivamente). No caso da Indústria Química, indivíduos na faixa dos “60+ anos” apresentam os maiores níveis de confiança, enquanto indivíduos na faixa dos “45-59 anos” apresentam os menores valores, com um gap de 11 pontos percentuais. O setor da Energia apresenta um padrão semelhante à Indústria Química, sendo que indivíduos na faixa dos “45-64 anos” apresentam os maiores valores de confiança (52%) enquanto indivíduos com “65+ anos” apresentam níveis inferiores de confiança, com um gap de 7 pontos percentuais. Pode concluir-se, portanto, que indivíduos acima dos 45 anos, de uma forma geral, tendem a confiar mais nos setores da Indústria. Figura 13 Confiança nos setores Automóvel, Ind. Metalúrgica, Ind. Química e da Energia por grupo etário (Portugal) AUTOMÓVEL IND. METALÚRGICA 60 + Anos 64% 60 + Anos 63% 45-59 Anos 65% 45-59 Anos 60% 30-40 Anos 58% 30-40 Anos 59% 18-29 Anos 56% 18-29 Anos 58% 0% 50% 100% 0% 50% 100% 50% 100% ENERGIA IND. QUÍMICA 60 + Anos 60% 60 + Anos 45% 45-59 Anos 49% 45-59 Anos 52% 30-40 Anos 51% 30-40 Anos 48% 18-29 Anos 50% 0% 18-29 Anos 49% 50% 100% 0% Figura 13. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria nas diferentes faixas etárias, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
  • 30. 30 Trust Industry Report Indústria B. GÉNERO O público masculino tende a confiar mais nos quatro setores industriais em estudo do que o público feminino, sendo a diferença particularmente acentuada nos setores Automóvel e Indústria Metalúrgica, apresentando diferenças de 19 pontos percentuais e 22 pontos percentuais, respetivamente. Indústria Química e Energia apresentam gaps de 11 e 8 pontos percentuais respetivamente. Figura 14 Confiança nos setores Automóvel, Ind. Metalúrgica, Ind. Química e da Energia por grupo etário (Portugal) AUTOMÓVEL IND. METALÚRGICA 69% 50% 71% 49% Masculino Feminino Masculino Feminino IND. QUÍMICA ENERGIA 53% 45% 57% 46% Masculino Feminino Masculino Feminino Figura 14. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria relativamente ao género feminino e masculino, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
  • 31. 31 Trust Industry Report Indústria C. EDUCAÇÃO AUTOMÓVEL Figura 15 Confiança no setor Automóvel, por nível de instrução (Portugal) No que diz respeito ao setor Automóvel, são os indivíduos maior grau de escolaridade quem apresenta maiores valores de confiança. Dentro destes, são os indivíduos com Ensino Técnico quem apresenta os maiores níveis de confiança (64%), enquanto indivíduos com Ensino Secundário ou Equivalente tendem a confiar menos, com um gap de 43 pontos percentuais. Pós Graduado (mestrado, doutoramento, pos doc.) 56% Licenciado 62% Ensino Técnico 64% Ensino Secundário ou equivalente Ensino Primário ou menos 21% 39% Figura 15. Confiança do Público Geral no setor Automóvel relativamente por nível de instrução, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. IND. METALÚRGICA Figura 16 Confiança no setor da Ind. Metalúrgica, por nível de instrução (Portugal) No caso da Indústria Metalúrgica, os níveis de confiança parecem mais ou menos uniformes para a maioria dos setores, à exceção dos indivíduos com Ensino Primário ou menos, que são quem mais confia neste setor (82%), uma diferença de 26 pontos percentuais do grupo que apresenta menor confiança (Ensino Técnico). Pós Graduado (mestrado, doutoramento, pos doc.) 61% Licenciado 62% Ensino Técnico 56% Ensino Secundário ou equivalente 58% Ensino Primário ou menos 82% Figura 16. Confiança do Público Geral no setor da Indústria Metalúrgica por nível de instrução, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
  • 32. 32 Trust Industry Report IND. QUÍMICA Figura 17 Confiança no setor da Ind. Química, por nível de instrução (Portugal) Indústria Também no caso da Indústria Química são os cidadãos com menor nível de escolaridade quem mais confia no setor, embora os valores de confiança dos diferentes níveis de escolaridade se apresentem bastante próximos. O gap entre os valores de Confiança do grupo que mais confia (Ensino Primário ou menos) e que menos confia (Ensino Secundário ou equivalente) é de 16 pontos percentuais. A maioria dos setores apresentam valores de Confiança a tender para neutralidade. Pós Graduado (mestrado, doutoramento, pos doc.) 53% Licenciado 55% Ensino Técnico 51% Ensino Secundário ou equivalente 43% Ensino Primário ou menos 59% Figura 17. Confiança do Público Geral no setor da Indústria Química por nível de instrução, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. ENERGIA Figura 18 Confiança no setor da Ind. Química, por nível de instrução (Portugal) No setor da Energia verifica-se que, de um modo geral, públicos de diferentes níveis de escolaridade apresentam valores de confiança no setor muito próximos. Excecionalmente, os cidadãos com nível médio de escolaridade (Ensino Secundário ou Equivalente) apresentam uma confiança muito baixa no setor, com um valor de 17%, sendo a diferença face ao setor mais confiado de 37 pontos percentuais. Pós Graduado (mestrado, doutoramento, pos doc.) 54% Licenciado 49% Ensino Técnico 48% Ensino Secundário ou equivalente 17% Ensino Primário ou menos 52% Figura 18. Confiança do Público Geral no setor das Indústria Química por nível de instrução, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
  • 33. 33 Trust Industry Report Indústria D. ATIVIDADE PROFISSIONAL A distribuição da confiança segundo a atividade profissional não apresenta um padrão específico, excetuando o facto de serem os cidadãos reformados quem mais confia nos setores da Indústria em estudo, com níveis de confiança relativamente elevados para o setor Automóvel, Indústria Metalúrgica e Indústria Química, acima dos 70%. São os cidadãos empregados em part-time quem menos confia nos setores Indústria Metalúrgica e Química, com níveis de confiança de 42% e 36% respetivamente. Os cidadãos domésticos são quem menos confia nos setores Automóvel e Energia, apresentando níveis de confiança de 25% e 42% respetivamente. Figura 19 Confiança nos setores da Indústria por atividade Profissional (Portugal) AUTOMÓVEL IND. METALÚRGICA Reformado 73% Reformado 80% Emp. Full-time 62% Doméstico 67% Estudante 58% Estudante 61% Desempregado 52% Desempregado 55% Emp. Part-time 33% Emp. Full-time 55% Doméstico 25% Emp. Part-time 42% 0% 50% 100% IND. QUÍMICA 0% 50% 100% 50% 100% ENERGIA Reformado 73% Reformado 58% Estudante 48% Emp. Full-time 51% Emp. Full-time 48% Estudante 48% Doméstico 46% Desempregado 42% Desempregado 39% Emp. Part-time 49% Emp. Part-time 36% Doméstico 42% 0% 50% 100% 0% Figura 19. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria por Atividade, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. Este padrão de resultados tão particular pode ser explicado atendendo ao contexto económico verificado de 1960 a 1973, ou seja, há cerca de 40-50 anos: a época em que os indivíduos atualmente reformados se encontravam no ativo. Neste contexto, a aceleração do crescimento económico fez-se sentir em Portugal de forma marcada devido aos baixos níveis de industrialização do país – havia mais recursos para explorar – pelo que o veículo do crescimento foi essencialmente a industrialização, o que significou a alteração na estrutura do aparelho produtivo em Portugal, essencialmente a favor do setor secundário: Indústrias Transformadoras; Construção; Eletricidade, Gás, Água e Serviços de Saneamento. O contributo das Indústrias Transformadoras para o PIB variou entre 29,7% e 39,2%, muito superior ao contributo dos outros setores e, como inclusive se faz sentir na atualidade, as pessoas têm tendência a confiar mais nos setores que geram riqueza(9). Nesta altura, a percentagem de pessoas empregadas em Indústrias Transformadoras era de aproximadamente 40%(10). 9. Ver Figura 4 e Figura 10 do presente relatório. 10. Rocha, E., 1984, Crescimento económico em Portugal nos anos de 1960-73: alteração estrutural e ajustamento da oferta à procura de trabalho.
  • 34. 34 Trust Industry Report Indústria E. RENDIMENTO O nível de rendimento familiar parece não afetar significativamente a confiança no setor Automóvel, embora se verifique uma menor confiança por parte dos indivíduos com rendimentos superiores a €80.000. No caso da Indústria Química, os cidadãos mais confiantes no setor são os com maior rendimento familiar anual, enquanto são os indivíduos com rendimento médio-baixo (€8.000-€15.999) quem apresenta menores níveis de confiança, sendo o gap de 28 pontos percentuais. O mesmo se verifica para a Indústria Metalúrgica: os cidadãos com maior rendimento familiar são quem mais confia no setor, enquanto aqueles com rendimento médiobaixo confiam menos, como uma diferença de 16 pontos percentuais. Tanto para a Indústria Química como Metalúrgica, não se verificam significativas oscilações de confiança nos restantes níveis de rendimento. No que diz respeito ao setor Energia: o nível de rendimento familiar parece não afetar a confiança no setor, apresentando-se os níveis de confiança contidos num intervalo de pontos percentuais e a tender para a neutralidade. Figura 20 Confiança nos setores da Indústria por nível de rendimento (Portugal) AUTOMÓVEL IND. QUÍMICA Mais de €80.000 46% 72% €25.000 - €79.000 64% 50% €16.000 - €24.000 63% 63% €8.000 - €15.999 52% 44% Menos de €8.000 65% 50% ENERGIA IND. METALÚRGICA Mais de €80.000 43% 73% €25.000 - €79.000 54% 59% €16.000 - €24.000 55% 60% €8.000 - €15.999 46% 57% Menos de €8.000 45% 64% Figura 20. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria relativamente ao rendimento anual, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
  • 35. 35 Trust Industry Report Indústria F. AGREGADO FAMILIAR A presença de crianças no agregado familiar parece não influenciar significativamente a confiança nos quatro setores em estudo. No entanto, verifica-se que o setor da Indústria Metalúrgica, Química e Energia apresentam valores de confiança superiores se não existem crianças no agregado familiar, enquanto o setor Automóvel verifica a tendência oposta. Figura 21 Confiança nos setores da Indústria por presença de crianças no agregado familiar (Portugal) AUTOMÓVEL IND. QUÍMICA 61% 59% 51% 52% c/ crianças s/ crianças c/ crianças s/ crianças ENERGIA IND. METALÚRGICA 48% 50% 57% 62% c/ crianças s/ crianças c/ crianças s/ crianças Figura 21. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria por presença de crianças no agregado familiar, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
  • 36. 36 Trust Industry Report Indústria G. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA Região Autónoma dos Açores e Alentejo são as regiões do país que mais confiam nos setores industriais, com níveis de confiança de 74% e 66% respetivamente (e níveis de desconfiança de 16% e 13% respetivamente). Algarve e Norte são as regiões menos confiantes nestes setores, com níveis de Confiança de 49% e 47% respetivamente(e níveis de desconfiança de 27% e 24% respetivamente). Figura 22 Confiança nos setores da Indústria por área de residência (Portugal) Região Autónoma dos Açores 74% 16% Alentejo 66% 13% Região Autónoma da Madeira 63% 23% Centro 62% 16% Lisboa 62% 19% Algarve 49% 27% Norte 47% 24% CONFIA NÃO CONFIA Figura 22. Confiança do Público Geral nos setores da Indústria relativamente ao rendimento anual, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
  • 37. 37 Trust Industry Report Construir Confiança Indústria No Edelman Trust Barometer™ 2013 foram identificados dezasseis atributos que contribuem para a construção da Confiança, os quais foram agrupados em 5 clusters: Engagement, Integridade, Produtos e Serviços, Propósito Social, Operacional. Ao longo dos anos, o Edelman Trust Barometer™ tem permitido identificar a evolução destes atributos. Em 2008, os atributos mais importantes foram aqueles atualmente contidos no cluster Operacional, tendo perdido significativamente relevância em 2013 face aos restantes clusters. Este apresenta uma percentagem de confiança de 39% versus aquela tida em 2008, de 76%. Os restantes clusters apresentam os seguintes níveis de confiança: Engagement (59%), Integridade (58%), Produtos e Serviços (54%) e Propósito (47%). Em Portugal, a tendência mantémse e os atributos considerados mais importantes para a construção da confiança numa empresa estão alocados aos clusters Engagement, Integridade e Produtos e Serviços. Os três atributos mais valorizados no país para a construção de confiança são: • “Ouve as necessidades do cliente e responde” (72%) – Engagement; • “Oferece produtos e serviços de elevada qualidade” (71%) – Produtos e Serviços; • “Trata bem os colaboradores” (69%), como exemplificado na Figura 23.
  • 38. 38 Trust Industry Report Indústria Edelman Trust Barometer revela 16 ATRIBUTOS ESPECÍFICOS que contribuem para construir confiança. Estes podem ser agrupados emCINCO CLUSTERS, aqui listados por ordem de importância. 16 ATRIBUTOS PARA CONSTRUIR A CONFIANÇA ENGAGEMENT • OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE • TRATA BEM OS COLABORADORES • COLOCA OS CLIENTES ACIMA DOS LUCROS • COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE INTEGRIDADE • TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS • TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA A UM PROBLEMA OU CRISE • TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS PRODUTOS & SERVIÇOS • OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE • É INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS PROPÓSITO SOCIAL • TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE • TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO • CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA • SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNO E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS DA SOCIEDADE OPERACIONAL • TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA • CONSTA NUM RANKING GLOBAL DE MELHORES EMPRESAS • ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES
  • 39. 39 Trust Industry Report Indústria Com menor relevância para a construção da confiança em Portugal surgem claramente os atributos operacionais, revelando valores abaixo dos 50% e com uma diferença em relação aos atributos mais importantes em média de 30 pontos percentuais. Figura 23 Atributos para a construção de confiança numa empresa (Portugal) OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE 72% OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE 71% TRATA BEM OS COLABORADORES 69% COLOCA CLIENTES ACIMA DOS LUCROS 65% TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS 65% TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS 65% MANTEM CONFIDENCIAIS AS INFORMAÇÕES PESSOAIS DOS CLIENTES 64% TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA DE UM PROBLEMA OU CRISE 62% TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE 62% COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE 59% CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA 55% É UM INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS 54% TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO 47% TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA 45% ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES 42% CONSTA NUM RANKING MUNDIAL DE MELHORES EMPRESAS 39% SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNOS E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS DA SOCIEDADE 34% ENGAGEMENT INTEGRIDADE PRODUTOS E SERVIÇOS PROPÓSITO SOCIAL OPERACIONAL Figura 23. Valorização dos atributos da confiança em Portugal em 2013, agrupados segundo o seu cluster; sendo os clusters a que pertencem os atributos mais valorizados Engagement, Integridade e Produtos e Serviços. A importância dada aos atributos de Engagement e Integridade tem a ver com autenticidade: a perceção dos consumidores que as Empresas genuinamente fazem o que afirmam fazer é o primeiro driver de confiança. A responsabilidade social e corporativa começa neste ponto, na segurança e satisfação dos colaboradores, que posteriormente fazem a divulgação desta informação.
  • 40. 40 Trust Industry Report Indústria Os dados referentes a estes atributos permitem compreender a dinâmica de empresas, indústrias, e instituições, o que permite tirar conclusões mais específicas sobre as expectativas dos consumidores e stakeholders e, subsequentemente, melhores recomendações estratégicas para manter e/ou gerir a reputação de uma organização e a Confiança dos seus stakeholders. A nível global, os resultados são os seguintes em 2013: Figura 24 Atributos para a construção de confiança numa empresa performance vs. expectativa (Global) OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE 63% 41% OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE 62% 30% TRATA BEM OS COLABORADORES 61% 24% COLOCA CLIENTES ACIMA DOS LUCROS 59% 23% TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA DE UM PROBLEMA OU CRISE 58% 25% TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS 58% 28% TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS 57% 24% COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE 54% 23% TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE 53% 26% TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO 49% 26% CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA 47% 23% É UM INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS 44% 33% TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA 41% 26% ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES 38% 22% CONSTA NUM RANKING MUNDIAL DE MELHORES EMPRESAS 38% 28% SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNOS E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS DA SOCIEDADE 37% 19% ENGAGEMENT INTEGRIDADE PRODUTOS E SERVIÇOS PROPÓSITO SOCIAL OPERACIONAL Figura 24. Gap entre a importância dos atributos de confiança e a performance das empresas em 2013, a nível Global, apresentando-se os atributos agrupados segundo o cluster a que pertencem.
  • 41. 41 Trust Industry Report Indústria Como se pode verificar na Figura 24, o atributo com maior importância para o Público Geral a nível Global trata-se da qualidade dos Produtos e Serviços, mas a performance das instituições fica aquém das espectativas por 22 pontos percentuais. Por outro lado, recorde-se que (de uma forma geral), os atributos considerados mais importantes são os de Engagement (59%) e de Integridade (58%) e, no entanto, são aqueles que apresentam o maior gap entre a expectativa e a performance, todos os sete atributos apresentando gaps com valores acima dos 30%. Inclusive, o gap entre a performance das empresas e as expectativas dos stakeholders verificada para o atributo mais importante em Portugal - “Ouve as necessidades do Cliente e responde” - é de 32 pontos percentuais. Os dados apresentados são particularmente relevantes atendendo à dinâmica de stakeholders que se verifica atualmente, como se encontra esquematizado na Figura 24. O choque de 2008 e a atualidade na Zona Euro forçaram o restabelecimento do que se espera das instituições e dos seus líderes. Mais, o flow de informação é horizontal entre os membros da pirâmide da comunidade – colaboradores, consumidores fidelizados e ativistas sociais – e não vertical (de figuras de autoridade para consumidores), como era conceptualizado previamente. Esta democratização da influência leva à redefinição do objeto da mensagem de uma organização para “consumidores de Produtos e Serviços”, porque uma mensagem só tem significado se for recebida por quem influencia os níveis de Confiança numa organização. Figura 25 Diamante da influência, representando a dinâmica entre stakeholders de uma organização. CEO OFICIAIS DO GOVERNO QUADRO DE DIRETORES ACADÉMICOS ESPECIALISTAS TÉCNICOS ELITE MEDIA PÚBLICO GERAL COLABORADORES CONSUMIDORES FIDELIZADOS ATIVISTAS SOCIAIS
  • 42. 42 Trust Industry Report Indústria Figura G Confiança nos Portavozes (Portugal) 2012 2013 68% Técnico Esp. numa empresa 66% Representante de ONG 57% Analista Financeiro ou Industrial 55% Académico ou Especialista 74% +3 Técnico Esp. numa empresa 67% +1 Representante de ONG Académico ou Especialista 56% -1 Empreendedor bem sucedido 51% Criador de novos produtos 37% Colaborador numa empresa 35% -5 CEO 32% -12 29% Representante do Governo 19% 18% 12% Artista/Atleta 20% -12 Blogger Representante do governo 43% Porta-voz de uma empresa Colaborador numa empresa 40% -1 Quadro de Directores de uma empresa CEO 44% 49% Analista Financeiro ou Industrial Alguém como Eu 50% Alguém como Eu 9% -1 G. Evolução da confiança do Público Informado nos porta-vozes de uma organização entre 2012 e 2013 em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”. Como se pode ver, em 2013, os porta-vozes mais confiados numa organização são o Académico ou Especialista e o Técnico Especialista, como aliás é tendência a nível Global e da U.E.. Este facto está relacionado com o clima de incerteza que se faz sentir tanto a nível económico como social, pelo que as pessoas têm tendência a buscar certezas como é o caso da Ciência e Tecnologia, bem como os seus representantes, quer pela sua expertise, como postura, linguagem e proximidade com o cidadão comum. Mais uma vez, o que uma organização faz e como o faz – assim como a perceção que os stakeholders têm da sua atividade – é fundamental para a construção da confiança e credibilidade da mesma, o que por sua vez torna fundamental a construção de uma gestão coerente e transparente pelos membros da parte superior do diamante (figuras de autoridade) de forma a que consiga influenciar os membros da parte inferior (divulgadores da informação), para que a mensagem possa atingir com sucesso o Público Geral (ou seja, os consumidores).
  • 43. 43 Trust Industry Report Indústria Figura 26 Mapeamento de Influenciadores (Global) Em quem confia MAIS para lhe fornecer informação credível e honesta sobre: CEO de uma empresa Colaborador de uma empresa Consumidor fidelizado/ ativista Académico Porta-voz empresa Programa de emprego, condições e benefícios de trabalho de uma empresa 21% 63% 16% 13% 11% Como uma empresa serve os seus clientes e coloca as necessidades dos clientes acima dos lucros 19% 30% 44% 16% 15% INTEGRIDADE A situação de uma empresa em época de crise 30% 35% 18% 22% 23% PRODUTOS Os esforços de inovação e de desenvolvimento de novos produtos de uma empresa 31% 31% 27% 25% 13% Como uma empresa utiliza os seus recursos e influências para proteger o ambiente 21% 26% 34% 27% 13% Como uma empresa apoia projetos com um ímpacto positivo na comunidade local 22% 27% 35% 20% 23% Parcerias com ONGs e esforço para responder a problemas sociais 25% 20% 25% 23% 15% Retorno financeiro da empresa e respetiva performance operacional 34% 27% 23% 23% 12% Práticas de negócio de uma empresa, sejam positivas ou negativas 23% 36% 29% 21% 15% Feitos/ações da autoria dos líderes de uma empresa 35% 34% 17% 19% 19% ENGAGEMENT PROPÓSITO OPERACIONAL Figura 26. Mapeamento de stakeholders e a sua influência na opinião dos consumidores de um dado Produto ou Serviço. A confiança dos consumidores numa organização já não depende apenas dos seus líderes, mas de outros stakeholders. De facto, parecem ser os colaboradores de uma organização quem detém a maior relevância na transmissão de informação acerca de uma organização. Daqui conclui-se que, neste âmbito, a genuinidade e transparência são muito relevantes: a manutenção de uma boa relação com os colaboradores, mesmo que estes não permaneçam na organização no futuro, é fundamental para a divulgação da competência e credibilidade de uma empresa. A nível de Engagement, Integridade e Propósito – os clusters de atributos mais relevantes para a confiança numa Empresa – as opiniões mais confiadas são as daqueles stakeholders que detêm inside information sobre a organização, mas que não são figuras de autoridade: colaboradores e consumidores fidelizados. Este facto ajuda a explicar a subida dos níveis da confiança em Tecnologia e na Indústria a partir do momento (2008) em que o investimento em recursos humanos começou a aumentar em Portugal(11). Nas autoridades, regra geral, confia-se para divulgação de informação financeira e de performance operacional. Pode, portanto, concluir-se que 2013 verifica uma marcada crise de liderança (Figura F, Edelman TB™). 11. Eurostat, 2013, Science, Technology and Innovation in Europe – 2013 Edition.
  • 44. 44 Trust Industry Report Figura H Confiança na Instituição vs. Liderança (Empresas e Governo) (Portugal) Indústria CONFIANÇA NO GOVERNO CONFIANÇA NOS LÍDERES GOVERNAMENTAIS PARA DIZER A VERDADE Global 41% 13% -28 China 67% 32% -35 China 71% 24% -47 68% 34% -34 Índia 55% 20% -35 EUA CONFIANÇA NOS LÍDERES IMPRESARIAIS PARA DIZER A VERDADE 50% 18% -32 Índia CONFIANÇA NAS EMPRESAS Global 50% 15% -35 EUA 38% 10% -28 Alemanha 42% 42% -29 Alemanha 38% 6% -32 França 37% 13% -27 França 33% 8% -25 Portugal 57% 10% -25 Portugal 15% 19& +4 H. Diferença de confiança na instituição versus confiança na liderança em 2013, a nível Global e Portugal. Como se pode verificar, a confiança é sempre maior na instituição que no(s) seu(s) líder(es), com a exceção de Portugal no que diz respeito ao Governo. Os cidadãos portugueses parecem confiar mais nos seus líderes governamentais para passarem informação verdadeira que na instituição governamental. Com particular relevância para os setores em estudo, note-se que o Académico/Especialista tem uma presença relevante ao nível de todos os atributos como porta-vozes de informação – dados corroborados pela Figura 26. A confiança nos pares parece estar a sofrer uma depressão: “Alguém como eu” foi líder de confiança nos porta- em 2010 e 2011, mas sofreu uma queda de 16 pontos percentuais em 2012 e continuou a descer, se bem que menos acentuadamente, em 2013. A confiança nos “Colaboradores comuns numa empresa” também se encontra em queda, num total de 19 pontos percentuais desde 2011, enquanto “Representantes do Governo” revelam valores reduzidos (abaixo dos 30% nos últimos três anos) e uma descida pouco acentuada.
  • 45. 45 Trust Industry Report Indústria Figura 27 Confiança nos porta-vozes 2010-2013 (Portugal) 80% 74% 76% 68% 70% 60% 69% 30% 61% 54% 50% 40% 74% 46% 32% 27% 20% 49% 50% 40% 35% 19% 20% 10% 0% 2010 ACADÉMICO OU ESPECIALISTA ALGUÉM COMO EU COLABORADOR COMUM NUMA EMPRESA REPRESENTANTE DO GOVERNO Figura 28 PORTUGAL 2012 59% Três a cinco vezes GLOBAL 63% Três a cinco vezes Figura 29. Número de vezes que um cidadão tem que ser exposto à mesma mensagem antes de acreditar nela. 2011 2012 2013 Figura 27. Evolução da confiança do Público Informado nos porta-vozes de uma organização, em Portugal, de 2010 a 2013. A figura do “Académico ou Especialista” é atualmente quem detêm maior relevância na divulgação de informação acerca de uma organização, os seus Serviços e Produtos, com um acentuado crescimento desde 2011 – mais ou menos desde a altura em que se verifica a crise de confiança nas figuras de autoridade como exemplificado pela pouca credibilidade nos “Representantes do Governo”. É também de relevância notar o forte ceticismo que marca os dados apresentados, como confirmado não só pelos dados do Edelman Trust Barometer™ 2013 relativamente à exposição à informação versus a credibilidade (Figura 27), mas também pelo facto de a maioria dos níveis de confiança gerais (Figura B, Edelman Trust Barometer™ 2013) e a confiança nos porta-vozes de uma organização (Figura 26) tenderem para a neutralidade ou mesmo desconfiança. Isto significa que uma mensagem menos sólida tem menos probabilidade de atingir o alvo pretendido (Figura 26). Considerando o facto de os colaboradores serem os mais confiados como porta-vozes de uma organização e os Académicos/Especialistas considerados os mais confiáveis na divulgação de informação, há que trabalhar para aproximar o Técnico do consumidor: isto requer uma mudança de discurso, no sentido de traduzir especificidades em utilidades. Mais: o colaborador deveria ter um papel mais ativo na gestão no sentido de identificar as gaps na performance específicas como as determinadas pelos consumidores e fazer a informação chegar a quem determina a estratégia operacional. Essencialmente, o que antes remetia para uma estratégia produzida por um grupo restrito de pessoas, objetivos fixos e autoridade, monólogo e controlo da informação, atualmente reflete-se no coletivo de stakeholders, objetivos fixos e co-criação, diálogo e de empowerment.
  • 46. 46 Trust Industry Report Conclusões Indústria Em 2013 Portugal surge como um país marcado pelo ceticismo que parece dominar as interações entre organizadores e cidadãos/consumidores. O facto de o Público Informado demonstrar níveis de Confiança superiores aos do Público Geral reforça a ideia de que o acesso à Informação é fundamental para a construção da confiança e reputação de uma organização. Os níveis de Confiança gerais sobem entre 2012 e 2013 a nível Global para todas as instituições. No entanto, em Portugal verifica-se uma tendência oposta justificada sobretudo devido à grande crise de Confiança no Governo, estando ainda de acordo com os dados recolhidos pelo INE relativamente à “confiança dos consumidores”. Todas as restantes instituições em Portugal verificam um aumento nos níveis de Confiança. Por outro lado, no contexto atual de crise económica que se faz sentir na Europa, desenvolvimento económico e geração de riqueza parecem ser fundamentais. Esta conclusão é essencialmente suportada pelo facto de serem os setores das Tecnologias, Automóvel – de particular relevância para o presente relatório – e Eletrónica de Consumo os que apresentam os maiores valores de Confiança a nível global, da U.E e em Portugal. Mais: a industrialização parece estar diretamente associada ao desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, económico. Daí se explica que países emergentes apresentem maiores níveis de Confiança tanto nos setores da Indústria como nos setores da Tecnologia e das Telecomunicações. O acesso à informação e contacto com os setores parecem ser mais importantes que o desenvolvimento económico uma vez que os setores Automóvel e da Energia continuam a revelar valores de Confiança muito superiores às Empresas à escala global. Em Portugal, os valores de Confiança atribuídos ao setor Automóvel e da Energia apresentam valores superiores tanto às médias global e europeia, assim como à Confiança nas Empresas. Verifica-se ainda um crescimento mais acentuado dos níveis de Confiança nos setores industriais nos países emergentes, justificado pela sua atividade económica atual. Dos fatores socioeconómicos relevantes para os níveis de Confiança nos setores da Indústria, a idade, a profissão, o rendimento e o grau de instrução parecem ser relevantes, enquanto género, presença de crianças no agregado familiar e localização geográfica apresentam padrões específicos. Os atributos mais importantes para os níveis de Confiança são Engagement, a qualidade de Produtos e Serviços e Integridade. São precisamente estes que apresentam um maior gap entre as expectativas dos stakeholders e a performance das organizações a nível Global.
  • 47. 47 Trust Industry Report Agradecimentos Indústria A elaboração do presente relatório foi possível devido ao fundamental contributo dos participantes no TIR Industrial. A análise crítica dos dados do Edelman Trust Barometer™ 2013 e, em especial, dos dados de confiança nos setores da Indústria tornou possível a identificação de fatores determinantes para o sucesso empresarial no setor em estudo e a formulação de recomendações que permitirão no futuro a elaboração fundamentada de estratégias de gestão sustentáveis. Pela sua participação e pelo importante contributo que imputaram à análise dos dados e à realização do presente white paper, dirigimos os maiores agradecimentos a: Pedro Vicente, Marketing Manager, Melom; Paula Mendes, Diretora de Educação, Comunicação e Relações Institucionais, Lipor; Mario Raposo, Marketing Director, SPV; Ana Cristina Lança, Diretora de Comunicação e Sustentabilidade, EFACEC. Jorge Vicente, Diretor Geral, Amb3e; Luís Rochartre, Secretário Geral, Empordef; Ana Casaca, Head of Innovation and Sustainability, CUF; Rodrigo Jorge, Export Manager, ICEL; António Victor, Diretor Comunicação e Relações Externas, Repsol.