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HEPATITE A, B e C
O que é hepatite? 		A hepatite é uma doença que atinge diretamente o fígado e compromete suas funções. Ela pode der viral, ou seja, causada por um vírus.  		Existem vários tipos de hepatites, mas aqui trataremos das hepatites virais, abordando os tipos mais comuns (A, B e C), explicando suas diferenças, as vias de transmissão e os meios para tratá-las.          		As hepatites podem ser agudas ou crônicas. Uma doença aguda é aquela que tem início repentino e geralmente apresenta sintomas nítidos. Quanto o organismo não consegue curar-se em até seis meses, a doença passa então a ser considerada crônica e muitas vezes não apresenta sintomas. 		Após a fase inflamatória o vírus pode ser eliminado naturalmente do organismo ou causar uma doença inflamatória crônica que, após alguns anos, pode levar a complicações hepáticas como cirrose e câncer de fígado.
	É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode cursar de forma subclínica. Altamente contagiosa, sua transmissão é do tipo fecal oral, ou seja, ocorre contaminação direta de pessoa para pessoa ou através do contacto com alimentos e água contaminados, e os sintomas iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum onde não há ou é precário o saneamento básico. A falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. O uso na alimentação de moluscos e ostras de águas contaminadas com esgotos e fezes humanas contribui para a expansão da doença. Uma vez infectada a pessoa desenvolve imunidade permanente. Existe vacina segura para hepatite A. A transmissão através de agulhas ou sangue é rara. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer diarreia. A icterícia é mais comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia desaparece em torno de duas a quatro semanas. É considerada uma hepatite branda, pois não há relatos de cronificação e a mortalidade é baixa. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber sintomáticos e tomar medidas de higiene para prevenir a transmissão para outras pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias das condições sanitárias, bem como pela vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante. O período de incubação do vírus da hepatite A é de 30 dias. Hepatite A (VHA)
O vírus da hepatite B (VHB), que causa uma séria forma de hepatite, é transmitido quando o sangue ou fluidos orgânicos contaminados por ele penetram na corrente sangüínea, através de injeções ou ferimentos.      		Sua transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, também com as tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual. É considerada também uma doença sexualmente transmissível. Pode ser encontrado também na saliva, no sêmen, na secreção vaginal, no fluxo menstrual e no leite materno. 		Além disso, é muito comum a transmissão do VHB aos membros de uma mesma família através do uso compartilhado de escovas de dente, barbeadores e lâminas contaminadas. 		De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 2 bilhões de pessoas foram contaminadas pelo VHB. Dessas pessoas, 300 milhões evoluíram para doença crônica (2002). 		O programa Nacional de Imunizações está implementando gradativamente a vacinação em todo o país para a faixa etária menor de 20 anos e, além disso, é importante usar o preservativo durante o contato sexual,  já que o vírus é facilmente transmitido dessa maneira. Hepatite B (VHB)
A vacinação é, hoje, o método mais adequado para impedir a disseminação do vírus da hepatite B. O atual calendário de vacinação impõe a imunização de recém-nascidos, o que não significa que adultos não devam ser vacinados.             		As vacinas mais comumente utilizadas estão baseadas no antígeno HBs. Oferecem proteção contra o VHB em aproximadamente 95% dos indivíduos imunocompetentes vacinados. Normalmente são administradas três doses. Após a primeira dose, o intervalo para a segunda e a terceira é de 1 e 6 meses, respectivamente. Prevenção:
O vírus da hepatite C é transmitido quando o sangue contaminado por ele penetra na corrente sangüínea. As principais vias de transmissão do VHC são através da transfusão de sangue, transplante de órgãos ou tecidos, agulhas, seringas ou ferimentos, da mãe para o bebê (pouco freqüente), contato sexual sem preservativo (pouco freqüente), profissionais de saúde, agentes penitenciários e os usuários de drogas injetáveis são os maiores grupos de risco para a infecção pelo VHC através de transmissão por sangue contaminado. Também pode ocorrer contaminação através do compartilhamento de materiais de higiene contaminados. 		A hepatite C é perigosa porque pode cronificar e provocar a cirrose hepática e o hepatocarcinoma, neoplasia maligna do fígado. 		Cerca de 80% das infecções pelo VHC evoluem para casos crônicos. Atualmente, a cirrose e o câncer de fígado relacionados à hepatite crônica C são a maior causa de transplantes nos Estados Unidos.             		O VHC apresenta vários subtipos, os genótipos, que são importantes porque apresentam diferentes respostas ao tratamento. Aproximadamente um terço dos pacientes contaminados pelo VHC não sabem o modo como contraíram a doença. 		O anti-HCV positivo detecta infecção atual ou pregressa. Pode ser necessário biópsia hepática para descartar malignidade e determinar o grau da doença. A detecção do ácido ribonucleico (RNA) do vírus caracteriza a presença do vírus no hospedeiro. Hepatite C (VHC)
		Na fase aguda da infecção os sintomas são leves ou ausentes, por isso ela raramente é diagnosticada nesse período.             		Os sintomas da infecção crônica também são leves, pelo menos no início. Dessa maneira, é comum o portador conviver vários anos com a doença sem saber que a possui. Na maioria das vezes, acaba por descobrir acidentalmente durante exames de sangue de rotina ou nos exames de triagem para doação de sangue.            		Nos casos em que o paciente apresenta sintomas, esses podem ser síndrome gripal, fadiga, falta de apetite, náuseas, vômito, febre e dores abdominais leves. Sintomas:
	Não existe vacina contra a hepatite C. Poucos pacientes desenvolvem anticorpos contra as proteínas virais do VHC; assim, a vacinação não tem se mostrado eficaz.             		Na ausência de vacinas, a principal forma de prevenção contra o VHC é testar todo sangue coletado nos bancos de sangue, para assegurar que tanto ele como os seus derivados estejam livres do VHC. Também devem ser realizados exames em outros objetos de doação, como órgãos ou sêmen. Além disso, são necessários os cuidados com materiais que possam conter sangue contaminado.  Prevenção:
	Estar contaminado com um tipo de hepatite não significa que você está isento de contrair outras formas de infecções. Pacientes com hepatite C que também contraem hepatite A corem um sério risco de ter hepatite fulminante - uma forma de evolução muito rápida e mortal da doença. Por isso, é importante que portadores da hepatite C sejam vacinados contra hepatite A e B.             		Existem também vários casos de pacientes contaminados com os vírus da hepatite C (VHC) e HIV. Nesta situação a hepatite tende a apresentar uma maior velocidade de progressão, podendo ocorrer cirrose mais precocemente. Este problema é preocupante já que os pacientes com AIDS têm apresentado excelentes resultados com o tratamento do HIV e, desta maneira, a hepatite passa a ser uma nova limitação a sua saúde.  Infecções concomitantes: 
		O tratamento visa prevenir as complicações provocadas pela hepatite C (hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado). O tratamento ideal deveria eliminar completamente o VHC do organismo do paciente, porém, não é possível atingir esse objetivo em todos os casos, com os medicamentos disponíveis atualmente.             		O único tratamento com eficácia comprovada contra a hepatite crônica C é o interferon alfa.            		Combinado com a ribavirina, é o tratamento padrão para pacientes com hepatite crônica C, durante 12 meses para o genótipo 1 e 6 meses para os genótipos não-1. Essa é a terapia utilizada atualmente no Brasil.             		Entre 50% a 85% dos pacientes respondem inicialmente à terapia, obtendo níveis normais de enzimas do fígado no final do tratamento (resposta primária ou resposta completa ao final do tratamento). Aproximadamente 30% dos pacientes que utilizam a terapia combinada (IFN + ribavirina) obtêm resposta favorável por longos períodos (resposta sustentada).            		A terapia combinada de interferon e ribavirina não deve ser utilizada por mulheres grávidas, pois oferece o risco significativo de má formação do feto.             		Mulheres não devem começar o tratamento até que se certifiquem de que não estejam grávidas, através de um exame adequado. Homens e mulheres em idade fértil devem fazer uso de métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento e por mais seis meses após o término. 		Aproximadamente metade dos pacientes tratados irão se curar. Possuem melhores resposta ao tratamento os pacientes com idade inferior a 40 anos, do sexo feminino, com genótipos 2 ou 3, que não apresentem cirrose e de peso inferior a 85 quilogramas. O período de incubação do vírus da hepatite C é de 45 dias. Tratamento: 

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  • 2. O que é hepatite? A hepatite é uma doença que atinge diretamente o fígado e compromete suas funções. Ela pode der viral, ou seja, causada por um vírus. Existem vários tipos de hepatites, mas aqui trataremos das hepatites virais, abordando os tipos mais comuns (A, B e C), explicando suas diferenças, as vias de transmissão e os meios para tratá-las.         As hepatites podem ser agudas ou crônicas. Uma doença aguda é aquela que tem início repentino e geralmente apresenta sintomas nítidos. Quanto o organismo não consegue curar-se em até seis meses, a doença passa então a ser considerada crônica e muitas vezes não apresenta sintomas. Após a fase inflamatória o vírus pode ser eliminado naturalmente do organismo ou causar uma doença inflamatória crônica que, após alguns anos, pode levar a complicações hepáticas como cirrose e câncer de fígado.
  • 3. É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode cursar de forma subclínica. Altamente contagiosa, sua transmissão é do tipo fecal oral, ou seja, ocorre contaminação direta de pessoa para pessoa ou através do contacto com alimentos e água contaminados, e os sintomas iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum onde não há ou é precário o saneamento básico. A falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. O uso na alimentação de moluscos e ostras de águas contaminadas com esgotos e fezes humanas contribui para a expansão da doença. Uma vez infectada a pessoa desenvolve imunidade permanente. Existe vacina segura para hepatite A. A transmissão através de agulhas ou sangue é rara. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer diarreia. A icterícia é mais comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia desaparece em torno de duas a quatro semanas. É considerada uma hepatite branda, pois não há relatos de cronificação e a mortalidade é baixa. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber sintomáticos e tomar medidas de higiene para prevenir a transmissão para outras pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias das condições sanitárias, bem como pela vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante. O período de incubação do vírus da hepatite A é de 30 dias. Hepatite A (VHA)
  • 4. O vírus da hepatite B (VHB), que causa uma séria forma de hepatite, é transmitido quando o sangue ou fluidos orgânicos contaminados por ele penetram na corrente sangüínea, através de injeções ou ferimentos.     Sua transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, também com as tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual. É considerada também uma doença sexualmente transmissível. Pode ser encontrado também na saliva, no sêmen, na secreção vaginal, no fluxo menstrual e no leite materno. Além disso, é muito comum a transmissão do VHB aos membros de uma mesma família através do uso compartilhado de escovas de dente, barbeadores e lâminas contaminadas. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 2 bilhões de pessoas foram contaminadas pelo VHB. Dessas pessoas, 300 milhões evoluíram para doença crônica (2002). O programa Nacional de Imunizações está implementando gradativamente a vacinação em todo o país para a faixa etária menor de 20 anos e, além disso, é importante usar o preservativo durante o contato sexual,  já que o vírus é facilmente transmitido dessa maneira. Hepatite B (VHB)
  • 5. A vacinação é, hoje, o método mais adequado para impedir a disseminação do vírus da hepatite B. O atual calendário de vacinação impõe a imunização de recém-nascidos, o que não significa que adultos não devam ser vacinados.            As vacinas mais comumente utilizadas estão baseadas no antígeno HBs. Oferecem proteção contra o VHB em aproximadamente 95% dos indivíduos imunocompetentes vacinados. Normalmente são administradas três doses. Após a primeira dose, o intervalo para a segunda e a terceira é de 1 e 6 meses, respectivamente. Prevenção:
  • 6. O vírus da hepatite C é transmitido quando o sangue contaminado por ele penetra na corrente sangüínea. As principais vias de transmissão do VHC são através da transfusão de sangue, transplante de órgãos ou tecidos, agulhas, seringas ou ferimentos, da mãe para o bebê (pouco freqüente), contato sexual sem preservativo (pouco freqüente), profissionais de saúde, agentes penitenciários e os usuários de drogas injetáveis são os maiores grupos de risco para a infecção pelo VHC através de transmissão por sangue contaminado. Também pode ocorrer contaminação através do compartilhamento de materiais de higiene contaminados. A hepatite C é perigosa porque pode cronificar e provocar a cirrose hepática e o hepatocarcinoma, neoplasia maligna do fígado. Cerca de 80% das infecções pelo VHC evoluem para casos crônicos. Atualmente, a cirrose e o câncer de fígado relacionados à hepatite crônica C são a maior causa de transplantes nos Estados Unidos.            O VHC apresenta vários subtipos, os genótipos, que são importantes porque apresentam diferentes respostas ao tratamento. Aproximadamente um terço dos pacientes contaminados pelo VHC não sabem o modo como contraíram a doença. O anti-HCV positivo detecta infecção atual ou pregressa. Pode ser necessário biópsia hepática para descartar malignidade e determinar o grau da doença. A detecção do ácido ribonucleico (RNA) do vírus caracteriza a presença do vírus no hospedeiro. Hepatite C (VHC)
  • 7. Na fase aguda da infecção os sintomas são leves ou ausentes, por isso ela raramente é diagnosticada nesse período.            Os sintomas da infecção crônica também são leves, pelo menos no início. Dessa maneira, é comum o portador conviver vários anos com a doença sem saber que a possui. Na maioria das vezes, acaba por descobrir acidentalmente durante exames de sangue de rotina ou nos exames de triagem para doação de sangue.            Nos casos em que o paciente apresenta sintomas, esses podem ser síndrome gripal, fadiga, falta de apetite, náuseas, vômito, febre e dores abdominais leves. Sintomas:
  • 8. Não existe vacina contra a hepatite C. Poucos pacientes desenvolvem anticorpos contra as proteínas virais do VHC; assim, a vacinação não tem se mostrado eficaz.            Na ausência de vacinas, a principal forma de prevenção contra o VHC é testar todo sangue coletado nos bancos de sangue, para assegurar que tanto ele como os seus derivados estejam livres do VHC. Também devem ser realizados exames em outros objetos de doação, como órgãos ou sêmen. Além disso, são necessários os cuidados com materiais que possam conter sangue contaminado.  Prevenção:
  • 9. Estar contaminado com um tipo de hepatite não significa que você está isento de contrair outras formas de infecções. Pacientes com hepatite C que também contraem hepatite A corem um sério risco de ter hepatite fulminante - uma forma de evolução muito rápida e mortal da doença. Por isso, é importante que portadores da hepatite C sejam vacinados contra hepatite A e B.            Existem também vários casos de pacientes contaminados com os vírus da hepatite C (VHC) e HIV. Nesta situação a hepatite tende a apresentar uma maior velocidade de progressão, podendo ocorrer cirrose mais precocemente. Este problema é preocupante já que os pacientes com AIDS têm apresentado excelentes resultados com o tratamento do HIV e, desta maneira, a hepatite passa a ser uma nova limitação a sua saúde. Infecções concomitantes: 
  • 10. O tratamento visa prevenir as complicações provocadas pela hepatite C (hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado). O tratamento ideal deveria eliminar completamente o VHC do organismo do paciente, porém, não é possível atingir esse objetivo em todos os casos, com os medicamentos disponíveis atualmente.            O único tratamento com eficácia comprovada contra a hepatite crônica C é o interferon alfa.            Combinado com a ribavirina, é o tratamento padrão para pacientes com hepatite crônica C, durante 12 meses para o genótipo 1 e 6 meses para os genótipos não-1. Essa é a terapia utilizada atualmente no Brasil.            Entre 50% a 85% dos pacientes respondem inicialmente à terapia, obtendo níveis normais de enzimas do fígado no final do tratamento (resposta primária ou resposta completa ao final do tratamento). Aproximadamente 30% dos pacientes que utilizam a terapia combinada (IFN + ribavirina) obtêm resposta favorável por longos períodos (resposta sustentada).            A terapia combinada de interferon e ribavirina não deve ser utilizada por mulheres grávidas, pois oferece o risco significativo de má formação do feto.            Mulheres não devem começar o tratamento até que se certifiquem de que não estejam grávidas, através de um exame adequado. Homens e mulheres em idade fértil devem fazer uso de métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento e por mais seis meses após o término. Aproximadamente metade dos pacientes tratados irão se curar. Possuem melhores resposta ao tratamento os pacientes com idade inferior a 40 anos, do sexo feminino, com genótipos 2 ou 3, que não apresentem cirrose e de peso inferior a 85 quilogramas. O período de incubação do vírus da hepatite C é de 45 dias. Tratamento: