O documento discute a ética ambiental e como os humanos têm agido de forma irresponsável e não ética em relação ao meio ambiente, poluindo, extinguindo espécies e aquecendo o planeta. Defende que a educação e informação são as únicas formas de mudar a atitude humana, e que os cientistas devem liderar esses esforços para informar o público e políticos sobre a realidade ambiental.
1. Ultimamente, entretanto, é o conceito de ética ambiental. Na definição mais abrangente possível, ética ambiental é "a parte da filosofia que aborda as questões éticas entre humanos e o ambiente natural que os circunda". E é aí que meu cérebro começa a dar nó. Porque se analisarmos com cuidado e ao pé da letra, percebe-se logo que os valores e costumes do grupo humano em relação ao ambiente natural ao redor vêm sendo de uma falta de responsabilidade absurda - e portanto não-éticos.
2. Poluímos, extinguimos espécies, aquecemos o planeta, sujamos os mares, nos importamos egoisticamente apenas com o conforto da nossa própria espécie - tudo em tamanho extra-grande. Só que o planeta não cresce em tamanho extra-grande para acompanhar e aguentar toda a irresponsabilidade do der humano: ele continua com o mesmo tamanho geográfico de quando foi formado há alguns bilhões de anos. Ou seja, recursos limitados e uma espécie que não quer nem pensar em ter limites soa como a receita perfeita para o fracasso. Que é o que estamos presenciando, o início de um grande desastre ambiental.
3. Para tentar ter ética ambiental, é necessário primeiro que as pessoas entendam o que vem a ser "certo" e "errado" de se fazer com o planeta e que diminua os danos já sofridos, e para isso, o único caminho plausível que vejo é o da educação/informação. São essas duas armas que podem mudar a atitude humana. A base da educação e da informação, entretanto, deve ser projetada pelos que entendem um pouco mais do assunto: os cientistas, das mais diversas áreas envolvidas com problemas ambientais da atualidade. São eles que deveriam ter a responsabilidade moral de informar o público sobre a realidade que os dados vêm mostrando e principalmente, informar os políticos, para que eles sejam capazes de tomar decisões lúcidas sobre os problemas ambientais que surjam.
4. A ética ambiental requer uma postura mais "ativa" de todos no planeta. Não adianta só uma meia dúzia de gatos pingados se dispor a reciclar, porque o planeta Terra já está quase atingindo o chamado tipping point, ou seja, um ponto em que será impossível controlar a reversão da situação ambiental para os níveis adequados à sobrevivência confortável nossa e de tantas outras espécies. É preciso uma mobilização em massa para reverter esse quadro, um investimento relevante em educação e informação sobre ambiente e uma tomada de atitude ontem. Só assim poderemos nos vangloriar de sermos ambientalmente éticos: deixando um planeta decente para as futuras gerações viverem.