SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 59
Downloaden Sie, um offline zu lesen
CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA



  FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO BERNARDO



          FÚLVIO AMATO DANTAS FONSECA




BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO

       ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).




              São Bernardo do Campo

                      2010
CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA



  FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO BERNARDO



          FÚLVIO AMATO DANTAS FONSECA




BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO

       ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).




                   Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca
                   Examinadora para obtenção do Grau de Tecnológo, no
                   Curso de Informática para a Gestão de Negócios da
                   FATEC-SB




              São Bernardo do Campo

                      2010
O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um
oceano
                                  (Isaac Newton)
Dedicatória


      Realizar um trabalho como este implica empenho,
concentração, rigor, e o acompanhamento e estímulo das
  pessoas que estão mais próximas. Na conclusão desta
  etapa da minha formação acadêmica fico muito grato a
                     orientadora e professora Sueli Loddi.
AGRADECIMENTOS


      A minha amiga, companheira e namoradora Cristiane Loureiro da Silva que
sempre me motivou por meio do incondicionado apoio nos momentos duros e
exaustivos.
      Agradecimentos especiais para a família Fonseca e Amato que também
estiveram ao meu lado quando precisei.
      E a gratidão eterna que tenho pela minha querida mãe Angelina Amato (in
memorium) responsável pela construção do meu caráter e dos meus valores.
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar a utilidade de relatórios gerenciais,
como uma ferramenta de Business Intelligence (BI) aplicados no sistema do
Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Com a introdução e disseminação dos
sistemas PEPs ocorreram vantagens para profissionais de saúde e pacientes: fonte
para avaliação e tomada de decisão; suporte à pesquisa clínica, estudo
epidemiológicos, avaliação da qualidade do atendimento e ensaios clínicos;
gerenciamento e serviços como faturamento, autorização de procedimentos,
administração e custos. A metodologia de pesquisa foi realizada de acordo com GIL
(2002), como a análise teórica e a exposição de exemplos. Dessa forma, foram
criados cenários fictícios na área da saúde com necessidades hipotéticas em que as
aplicações dos relatórios gerenciais podem auxiliar em: mapeamento de regiões
sobre as quais advêm pacientes com determinados tipos de doenças; identificar
possíveis equívocos médicos sobre diagnósticos imprecisos, dentre outros. Os
resultados obtidos demonstram que é perfeitamente possível realizar o
monitoramento, o mapeamento e a identificação de processos em atendimentos
clínicos em visão macro de todos os envolvidos ou descobrir falhas pontuais que
poderiam ser evitadas com implantação de novo procedimentos preventivos. As
considerações finais apontam que os relatórios gerenciais servem como
instrumentos de análise em todo o sistema de atendimento da saúde. Assim será
possível a melhoria da qualidade do atendimento, definição de novos
procedimentos, implantação de políticas públicas, informações sobre focos e origens
geográficas de doenças, perfis de pacientes que mais sofrem enfermidades, e até,
em nível mais amplo, a prevenção e o controle de pandemias. Poderá ser uma
importante ferramenta ao governo cujo papel é promover o acesso universal e
igualitário à saúde, mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco e serviços para sua promoção, proteção e recuperação do cidadão.

Palavras-chave: Sistemas de saúde. Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).
Business Intelligence (BI). Relatórios gerenciais. Mapeamento. Processos.
Lista de ilustrações


Figura 1.3.1 - Fluxo de dados e informações no BI....................................... 17

Figura 1.5.1 – Ciclo de Tomada de Decisão .................................................                  20

Figura 2.1 – Fases entre Dado e Conhecimento .........................................                       22

Figura 2.5.1 – Arquitetura de um Sistema OLAP .......................................... 28

Figura 2.5.2 – Esquema DW ........................................................................           29

Figura 3.1 – Arquitetura Genérica da Data Warehouse ................................ 32

Figura 2.3.1 - Data Warehouse ...................................................................            36

Figura 4.6.2.1 -. Desvantagens do PEP. .....................................................                 43

Figura 5.3.1 – Modelo entidade Relacionamento Modelo Transacional –
                                                                                                             49
Visão do Pessoa ..........................................................................................
Figura 5.3.2 – Modelo entidade Relacionamento – Visão do Atendimento ..                                      50
Lista de Tabelas e Quadros



Quadro 1.2.1 – Linguagens de Programação ............................................... 13

Quadro 1.2.2 – Definições Técnicas ............................................................. 15

Quadro 1.2.3 Evolução do BI ........................................................................ 16

Quadro 1.6.1 – Classificação de Ferramentas .............................................          20

Quadro 1.6.1.1 - Exemplos de Ferramentas BI ............................................           21

Quadro 2.1.1 - Tipologia da Informação I .....................................................     23

Quadro 2.1.2 - Tipologia da Informação II ....................................................     23

Quadro 2.1.3 - Tipologia da Informação III ..................................................      23

Quadro 3.2.1 – Característica do DW ........................................................... 33

Quadro 4.2.1 - Definições de Prontuário Eletrônico do Paciente ................                    38

Quadro 4.2.2 - Definições de Registro Computadorizado PEP ...................                      39

Quadro 4.5.1 - Sistemas PEPs .................................................................... 41

Quadro 4.6.1.1 - Vantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente ..............                     42

Quadro 4.7.1 – Classificação de Padrões do Sistema PEP .........................                   44

Tabela 5.2.1. – Dados Analisados ................................................................. 48
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS



BI     Business Intelligence

CPD    Centro de Processamento de Dados

DM     Data Mart

DSS    Decision Support System

DTD    Document Type Definitions

DW     Data Warehouse

EIS    Executive Information Systems

ERP    Enterprise Resource Plainning

ETC    Extração, Treinamento e Carga

HL7    Health Level Seven

MIT    Massachussets Institute of Tecnology

ODS    Operacional Data Store

OLAP   On-line Analytical Processing

PEP    Prontuário Eletrônico do Paciente

SAD    Sistemas de Apoio a Decisão

SBIS   Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

SGBD   Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados

SIAD   Sistemas Inteligentes de Apoio a Decisão
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12
1        BUSINESS INTELLIGENCE (BI) ................................................... 13
1.1      Histórico ........................................................................................................ 13
1.2      Evolução ........................................................................................................ 13
1.3      Conceito de BI ............................................................................................... 18
1.4      Objetivos do BI ............................................................................................. 19
1.5      A Importância do BI ...................................................................................... 21
1.6      Ferramentas de Business Intelligence........................................................ 21
1.6.1 Exemplos de Ferramentas de Business Intelligence ................................ 22
2        DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO ............................... 23
2.1      Tipologia da Informação............................................................................... 25
2.2      Informação como Recurso Estratégico ...................................................... 26
2.3      Informação Personalizada ........................................................................... 27
2.4      Sistemas de Apoio a Gestão (SAD) ............................................................. 27
2.5      Sistema Inteligentes de Apoio a Decisão (SIAD)........................................ 29
3        DATA WAREHOUSE (DW) ............................................................ 33
3.1      Características da Tecnologia da Data Warehousing ................................ 34
3.2      A Importância do Data Warehouse .............................................................. 35
3.3      O Ambiente de Data Warehouse .................................................................. 36
4        PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) .................. 39
4.1      Introdução ..................................................................................................... 39
4.2      Definição........................................................................................................ 39
4.3      Finalidade ...................................................................................................... 42
4.4      História do Prontuário Médico ..................................................................... 43
4.5      História do Prontuário Eletrônico do Paciente – PEP .............................. 43
4.6      Vantagens e Desvantagens do PEP ........................................................... 44
4.7      Padronização das Informações no PEP ..................................................... 47
4.7.1 Padronização HL7 ....................................................................................... 48
4.7.2 Padronização das Informações no PEP tipo DATASUS ............................ 48
4.7.3 Padronização SBIS ...................................................................................... 49
5        RELATÓRIOS GERENCIAIS BI APLICADOS AO PEP ............... 50
5.1      Introdução .................................................................................................... 50
5.2   Dados Analisados ........................................................................................ 50
5.3   Protótipo de Relatório Gerencial ................................................................ 51
5.4   Exemplos de Aplicações do BI no Sistema PEP ........................................ 53
5.5   Resultados .................................................................................................... 54
6     CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 55
7     REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 56
8     REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ......................................... 59
12


INTRODUÇÃO


     O registro das informações sobre o atendimento aos pacientes é a tarefa
diária de todos aqueles que trabalham na área de saúde. O chamado Prontuário
Médico, ou Prontuário do Paciente, ou ainda Registro Médico, é o agrupamento
das anotações dessas informações. O prontuário em papel vem sendo usado há
milhares de anos, já desde os tempos de Hipócrates, na Grécia antiga século V
a.C, passando por diversas transformações ao longo do tempo. Com a evolução da
Informática nos hospitais, nasceu o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP),
visando melhorar a eficiência e organização do armazenamento das informações
de saúde, com a promessa de não só substituir o prontuário em papel, mas
também elevar a qualidade da assistência à saúde por meio de novos recursos e
aplicações.
     As tecnologias de Business Intelligence tornam possível criar cenários reais e
conhecer a realidade e o histórico de procedimentos médicos aos quais os
pacientes são submetidos no decorrer de suas vidas. É de suma importância que
os profissionais da saúde tenham acesso eficaz e eficiente a tais informações.
     Prognósticos mais detalhados e precisos serão o resultado da combinação de
Business Intelligence nos sistemas PEP. Dessa maneira, os recursos públicos e
privados serão aplicados com maior eficiência nas áreas que realmente
necessitam. Além de poder fazer todo o mapeamento das principais enfermidades,
causas, conseqüências, tipos de pacientes, tipos de tratamentos, entre outros.
     O objetivo deste trabalho é explorar as tecnologias de BI aplicadas nos
sistemas PEP, e propor o uso de relatórios gerenciais como ferramentas de gestão
e de estratégias para tomadas de decisão.
     Para atingir este objetivo o trabalho se valerá de uma pesquisa bibliográfica
em livros, artigos, congressos e material da internet intensamente selecionado
(GIL, 2002). E o trabalho está organizado da seguinte forma:
   Capítulo 1 - Business Intelligence (BI);
   Capítulo 2 - Dado, Informação e Conhecimento;
   Capitulo 3 - Data Warehouse;
   Capítulo 4 - Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP);
   Capítulo 5 - Relatórios Gerenciais Bi Aplicados ao PEP;
   Capítulo 6 – Considerações Finais.
13


1. BUSINESS INTELLIGENCE (BI)


1.1    Histórico


       O termo BI surgiu com a patente do Grupo Gartner1. Traduzido ao português
seu significado é Inteligência de Negócios. É conhecido amplamente no mercado da
tecnologia da informação como BI (GARTNER, 2010).
       Para Primak (2006, p. 3) “o conceito de BI já era utilizado pelos povos
antigos”. A sociedade do Oriente Médio antigo utilizava os princípios básicos do BI
quando cruzavam informações obtidas junto à natureza em benefício de suas
aldeias. Analisar comportamentos das correntes marítimas, os períodos chuvosos e
de seca, a posição dos astros e até as migrações do reino animal. Tais informações
obtidas seriam utilizadas para tomadas de decisão importantes o que permitiria a
melhoria de vida de suas respectivas comunidades.
       A sociedade moderna mudou desde então, no entanto o conceito permanece
inalterado. A necessidade de cruzar informações para a realização de uma eficaz
gestão é uma realidade igualmente ao do passado.




1.2    Evolução


       O atual interesse pelo BI vem crescendo na medida em que sua utilização
possibilita as organizações realizarem uma série de analises e projeções, de forma a
agilizar os processos relacionados às tomadas de decisão (PRIMAK, 2006, p. 17).
       Na década de 1960, quando os computadores deixaram de ocupar salas
enormes, na medida em que diminuíram de tamanho e, ao mesmo tempo, as
empresas passaram a perceber os dados como uma possível e importante fonte
geradora de informações decisórias e que renderiam eventuais lucros. Porém, na
época ainda não existiam recursos como hardware e software que possibilitassem


1
  Grupo Gartner. Empresa fundada em 1979, por Gideon Gartner, com sede em Stamford,
Connecticut, Estados Unidos. Desenvolve tecnologias relacionadas ao estudo necessário para que
seus clientes tomem decisões estratégicas. (GARTNER, 2010)
14


uma análise real e consistente desses dados, para a tomada efetiva de decisão.
      As informações eram reunidas de maneira integrada, resultado de softwares
transacionais estabelecidos em dados hierárquicos. Contudo, reunidos como blocos
fechados, permitiam uma visão singular sem trazer ganhos de decisão de negócios.
      Essa foi a fase do final da década de 1960, período dos cartões perfurados,
sendo as três principais linguagens de programação, detalhadas no quadro 1.2.1
Linguagens de Programação a seguir.


                      Quadro 1.2.1 - Linguagens de Programação
    Nome                                      Descrição
              O COBOL foi criado em 1959 durante o Conference on Data Systems
              Language (CODASYL), um dos três comitês propostos numa reunião no
              Pentágono em Maio de 1959, organizado por Charles Phillips do
              Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Este nome é a sigla de
              COmmon Business Oriented Language (Linguagem Orientada aos
              Negócios), que define seu objetivo principal em sistemas comerciais,
   COBOL      financeiros e administrativos para empresas e governos. Foi constituído
              por membros representantes de seis fabricantes de computadores e três
              órgãos governamentais, a saber: Burroughs Corporation, IBM,
              Minneapolis-Honeywell (Honeywell Labs), RCA, Sperry Rand, e Sylvania
              Electric Products, e a Força Aérea dos Estados Unidos, o David Taylor
              Model Basin e a Agência Nacional de Padrões (National Bureau of
              Standards ou NBS).
              A família de linguagens de programação conhecida globalmente como
              Fortran foi desenvolvida a partir da década de 1950 e continua a ser
              usada hoje em dia. O nome é um acrônimo da expressão "IBM
              Mathematical FORmula TRANslation System". As versões iniciais da
              linguagem eram conhecidas como FORTRAN, mas a capitalização foi
              ignorada em versões recentes da linguagem começando a partir do
  FORTRAN
              Fortran 90. Os padrões oficiais da linguagem referem-se a ela atualmente
              como "Fortran". A linguagem Fortran é principalmente usada em Ciência
              da Computação e Análise Numérica. Apesar de ter sido inicialmente uma
              linguagem de programação procedural, versões recentes de Fortran
              possuem características que permitem suportar programação orientada
              por objetos.
              Assembly ou linguagem de montagem é uma notação legível por humanos
              para o código de máquina que uma arquitetura de computador específica
 ASSEMBLY     usa. A linguagem de máquina, que é um mero padrão de bits, torna-se
              legível pela substituição dos valores em bruto por símbolos chamados
              mnemônicos.
                (Fonte: adaptada de Manzano (2004), Cunha (2005), Sammet (1981))
15


                       A mudança ocorreu na década de 1970, com a evolução das formas de
                       armazenamento e acesso a dados – DASD (Direct Access Storage Device) –
                       dispositivo de armazenamento, e SGBD (Sistema de Gerenciador de Banco
                       de Dados). Dessa maneira, o computador passou a ser visto como um
                       coordenador central para atividades da empresa e o banco de dados foi eleito
                       como recurso básico para assegurar a vantagem competitiva no mercado
                       (PRIMAK, 2006, p. 4).


         O termo BI surgiu na década de 1980 no Gartner Group e faz referência ao
processo       inteligente   de   coleta,    organização,     análise,   compartilhamento        e
monitoração de dados contidos em Data Warehouse (DW) e Data Marts (DM),
gerando informações para o suporte à tomada de decisões.
         No início da década de 1990, grande maioria das organizações já contava
com Centro de Processamento de Dados (CPD)2 que embora mantivesse estoque
de dados, proporcionava pouquíssima disponibilidade de informação.
         No mesmo período, surgiu o DW que é uma grande base de dados, ou seja,
um repositório único de dados, os quais foram consolidados e organizados
(TURBAN, et al., 2005, p. 28).
         O mercado passou a se interessar pelas soluções de BI, de forma mais
expressiva principalmente no final de 1996, quando o conceito começou a ser
espalhado como um processo de evolução do Executive Information Systems (EIS),
um sistema criado no final da década de 1970 a partir dos trabalhos desenvolvidos
pelos pesquisadores do Massachusets Institute of Tecnology (MIT). O EIS é uma
tecnologia de software cujo objetivo principal é fornecer informações empresariais a
partir de uma base de dados. Permite ainda o acompanhamento diário de
resultados, tabulando dados de todas as áreas funcionais, para depois exibi-los de
forma simplificada, sendo de fácil análise e compreensão para aqueles que não
possuem profundos conhecimentos sobre tecnologia (BARBIERI, 2001, p. 43).
         Com a evolução natural da tecnologia, o termo BI ganhou maior abrangência
e importância, embutindo uma série de ferramentas como o próprio EIS e mais as
soluções Decision Support System (DSS) que são sistemas mais complexos que
permitem total acesso à base de dados corporativos, modelagem de problemas,
simulações e possuem uma interface amigável. Além disso, auxiliam o executivo em
todas     as   fases    de   tomada     de    decisão,    principalmente,     nas    etapas     de


2
    CPD - local onde são concentrados os equipamentos de processamento e armazenamento de
dados de uma empresa ou organização.
16


desenvolvimento, comparação e classificação dos riscos, além de fornecer subsídios
para a escolha de uma boa alternativa. Como exemplo: planilhas eletrônicas,
geradores de consultas e de relatórios, Data Marts, Data Mining, ferramentas On-line
Analytical Processing (OLAP), entre outras, que têm como objetivo facilitar e agilizar
a atividade comercial, dinamizar a capacidade de tomar decisões e refinar estratégia
de relacionamento com os devidos clientes, respondendo às necessidades do setor
coorporativo.
      O quadro 1.2.2 descreve as definições técnicas a respeitos das tecnologias
informadas nos parágrafos anteriores.


                            Quadro 1.2.2 – Definições Técnicas
      NOME         SIGLA                              DESCRIÇÃO
                           Também conhecido como armazém de dados é um sistema de
                           computação utilizado para armazenar informações relativas às
      DATA                 atividades de uma organização em bancos de dados, de forma
                     DW
   WAREHOUSE               consolidada. O desenho da base de dados favorece os relatórios, a
                           análise de grandes volumes de dados e a obtenção de informações
                           estratégicas que podem facilitar a tomada de decisão.
                           Família de linguagens de      programação conhecida globalmente
                           como Fortran . Foi desenvolvida a partir da década de 1950 e
                           continua a ser usada hoje em dia. O nome é um acrônimo da
   DATA MART         DM
                           expressão "IBM Mathematical Formula Translation System". da
                           Cunha, Rudnei Dias, "Introdução à Linguagem de Programação
                           Fortran 90", Editora da UFRGS, Porto Alegre, 2005.
                           É a capacidade para manipular e analisar um grande volume de
     ONLINE                dados sob múltiplas perspectivas. As aplicações OLAP são usadas
   ANALYTICAL       OLAP   pelos gestores em qualquer nível da organização para lhes permitir
   PROCESSING              análises comparativas que facilitem a sua tomada de decisões
                           diárias.
                           Também conhecida como linguagem de montagem é uma notação
                           legível por humanos para o código de máquina que uma arquitetura
                           de computador específica usa. A linguagem de máquina, que é um
   DATA MINING        -    mero padrão de bits, torna-se legível pela substituição dos valores
                           em bruto por símbolos chamados mnemônicos. Manzano, José
                           Augusto N. G., Fundamentos em Programação Assembly, (2004, Ed.
                           Érica)
                      (Fonte: Manzano (2004), Cunha (2005), Sammet (1981))
17




         A historia do BI também está relacionada diretamente ao Enterprise Resource
Planning (ERP)3, que são os sistemas integrados de gestão empresarial, os quais
registram, processam e documentam cada fato novo na engrenagem corporativa e
distribuem a informação de maneira clara e segura, em tempo real e em todas as
filiais. Esses softwares, na maioria dos casos, possuem módulos de BI cada vez
mais sofisticados (PRIMAK, 2006, p. 28).
         O Quadro 1.2.3 demonstra as fases históricas do desenvolvimento do BI.


                                         Quadro 1.2.3 Evolução do BI
     PERÍODO                                       ACONTECIMENTO
                     - Povos do Oriente Médio cruzavam informações da natureza, marés, entre
     Idade Antiga      outros, para analisar a viabilidade do cultivo de determinadas espécies, período
                       de pesca abundante, entre outros.
                     - Rainha Elizabeth I determinou que a base da força inglesa fosse “informação e
                       comercio” e ordenou então ao filósofo Francis Bacon que inventasse um
      Século XVI
                       sistema dinâmico de informação, o qual foi amplamente aplicado pelos
                       ingleses.
                     - Evolução dos computadores que deixaram de ocupar salas enormes, na
                       medida em que diminuíram de tamanho;
                     - As empresas passaram a perceber os dados como uma possível e importante
    Década de 1960     fonte geradora de informações decisórias e que renderiam eventuais lucros;
                     - Época dos cartões perfurados;
                     - Predominância das linguagens de programação Cobol, ASSEMBLY e
                       FORTRAN.
                     - Evolução das formas de armazenamento e acesso a dados SGBD (Sistema de
    Década de 1970     Gerenciamento de Banco de Dados);
                     - Desenvolvido o EIS.
                     - Desenvolvimento e evolução das linguagens de programação Clipper e Pascal;
    Década de 1980
                     - Início da aplicação do termo Business Intelligence.
                     - Inicio do uso do CPD nas empresas;
    Década de 1990   - Desenvolvimento do Data Warehouse;
                     - O setor corporativo passou a se interessar pelas soluções de BI.
                     - A evolução dos conceitos de DSS (Decision Support System) – sistema de
                       suporte a decisão, planilhas eletrônicas, geradores de consultas e de relatórios,
    Década de 2000     Data Marts, Data Mining, ferramentas OLAP, entre outras.
                     - Estreitamento das conexões entre o BI e o ERP
                                             (Fonte: PRIMAK (2006))

3
     ERP (Enterprise Resource Planning) ou SIGE (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, no
Brasil) são sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização
em um único sistema (GONÇALVES, 2003, p. 51)
18



1.3   Conceito de BI


      O termo Business Intelligence (BI), pode ser traduzido como Inteligência de
Negócios, refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento
e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios.
      Business Intelligence é a denominação que se dá ao conjunto de ferramentas
que manipula uma massa de dados operacional e extrai informação empresarial
capaz de dar suporte aos processos decisórios, táticos e estratégico de forma a
permitir a obtenção e manutenção de vantagens competitivas pela organização
(KEMCZINSKI, 2002, p. 35).


      Para Turban (et al., 2009, p. 40):

                      Business Intelligence é uma categoria ampla de aplicações e técnicas para
                      coletar, armazenar, analisar e oferecer acesso aos dados e ajudar os
                      usuários da empresa a fazerem melhores negócios e tomarem melhores
                      decisões estratégicas.


      A figura 1.3.1 demonstra a ideia de funcionamento do Business Intelligence.




                         Figura 1.3.1. Fluxo de dados e informações no BI
                                (Fonte: adaptada de Bispo (1998))
19


      O conceito de Business Intelligence, de acordo com Barbieri (2001, p. 21),
pode ser entendido como a utilização de variadas fontes de informação para se
definir estratégias de competitividade nos negócios de uma empresa.
      Atualmente, segundo Dresner (2010, p. 3), o conceito de BI é um pouco
diferente do que se pretendia inicialmente, pois sempre se fala de como entregar
informações para os usuários sem que seja necessário ser um especialista em
pesquisa operacional. Inicialmente, algumas companhias tentaram tornar o termo
mais abrangente, incluindo conteúdo não-estruturado.
      As informações estruturadas trazem muito mais valor para o negócio. O BI
está no meio, os dados estruturados estão em uma ponta e os usuários estão na
outra (EDEN, 2010, p. 4).




1.4   Objetivos do BI


      O grande objetivo do Business Intelligence é proporcionar independência aos
gestores em suas necessidades de informação, de modo a fornecer informações e
conhecimentos estratégicos para auxiliar os processos decisórios dos gestores.
(MACHADO, 2008, p. 52).
      De acordo com Mylius (2004, p. 23) “ a inteligência Empresarial ou Business
Intelligence, tem como função promover habilidades para as corporações acessarem
dados e explorar informações”. As organizações tipicamente recolhem informações
com a finalidade de avaliar o ambiente empresarial, completando estas informações
com pesquisas de marketing, industriais e de mercado, além de análises
competitivas.
      Organizações competitivas conseguem proveito à medida que ganham
sustentação na sua vantagem competitiva, podendo considerar como aspecto
central para competir em alguns mercados. Geralmente, os coletores de BI obtêm as
primeiras fontes de informação dentro das suas empresas. Cada fonte ajuda quem
tem que decidir a entender como o poderá fazer da forma mais correta possível
(MYLIUS, 2004, p. 24).
      As segundas fontes de informações incluem as necessidades do consumidor,
processo de decisão do cliente, pressões competitivas, condições industriais
20


relevantes, aspectos econômicos e tecnológicos e tendências culturais. Cada
sistema de BI determina uma meta específica, tendo por base o objetivo
organizacional ou a visão da empresa, existindo em ambos objetivos, sejam eles de
longo ou curto prazo (TURBAN et al., 2009, p. 41).
      Business Intelligence, para Mylius (2004, p. 48), “é útil por que é uma
tecnologia que permite que as empresas organizem enormes quantidades de dados,
de forma rápida, meticulosa e com grande precisão analítica, para melhor tomada de
decisões”.
      Portanto, conclui-se que o BI pode ser adotado para atingir muitas metas, tais
como novas oportunidades, auxiliar em uma visão mais profunda do consumidor,
aumentar as vendas, reduzir os custos, ajustar orçamentos, entre outros. Por meio
do BI pode-se também substituir relatórios e procedimentos de relatos estáticos por
relatórios dinâmicos e em tempo real, permitindo que as ações sejam realizadas a
qualquer momento.




1.5   A Importância do BI


      A informação é a base para a construção do conhecimento. Dessa maneira, a
informação não é conhecimento, mas sim componente deste. A gestão do
conhecimento é um processo que visa abstrair o capital intelectual captando
conhecimentos tácitos individuais, registrando e armazenando-os em sistemas
computacionais específicos para esse fim, tornando acessível o conhecimento
composto por informações (MYLIUS, 2004, p. 52).
      Segundo Primak (2006, p. 23) “É indiscutível a relevância da disponibilidade
das informações apropriadas para o administrador no processo decisório,
principalmente no momento da tomada de decisão.” Entende-se, assim, que a
informação servirá como instrumento de avaliação da qualidade de decisão tomada
por meio da alimentação de um processo de feedback.
      A figura 1.5.1 “Ciclo de Tomada de Decisão” demonstra com clareza todo o
processo da tomada de decisão.
21




                                      TOMADA DE DECISÃO




           RECOMENDAÇÕES DE                                            IMPLANTAÇÃO
                   MUDANÇAS



                                 AVALIAÇÃO DE DECISÃO


                           Figura 1.5.1 – Ciclo de Tomada de Decisão -
                                      (Fonte: Primak (2006))




1.6     Ferramentas de Business Intelligence


        Segundo Barbieri (2001, p. 34), de uma maneira geral, as ferramentas para
um ambiente de Business Intelligence podem ser classificadas como construção,
gerência, uso e armazenamento.
        O quadro 1.6.1- Classificação de Ferramentas a seguir apresenta detalhes
sobre as ferramentas e as respectivas descrições.

                               Quadro 1.6.1 – Classificação de Ferramentas
CLASSIFICAÇÃO                                          DESCRIÇÃO
                       Têm o objetivo de auxiliar no processo de extração de dados das fontes
                       diversas, seu tratamento de preparação, transformação e sua carga nas
      Construção
                       estruturas finais do Data Warehouse. Realizam processos de união de
                       fontes diferentes, facilitando a busca em ambientes heterogêneos.
                       Objetivam auxiliar o processo de armazenamento e de utilização do Data
                       Warehouse e do repositório, onde residem as informações de metadados,
       Gerência
                       responsáveis     pela   definição   das   estruturas   e   dos   processos   de
                       transformação desejados.
                       As ferramentas de uso são, na essência, os mecanismos, através dos quais
                       os usuários manipulam os dados no Data Warehouse e obtém as
         Uso
                       informações requeridas. Também denominadas ferramentas de uso final
                       “front-end”.
                               (Fonte: adaptada de Barbieri (2001))
22


1.6.1 Exemplos de Ferramentas de Business Intelligence


      No BI é encontrada uma grande quantidade de ferramentas e técnicas
desenvolvidas, para atividades como extração de dados de diversas fontes, o
armazenamento de forma estruturada, processos de transformação desejados e
proporcionar ao usuário a manipulação desses dados obtendo a informações
requeridas (PRIMAK, 2006, p. 45).
      Segundo Turban et al. (2005), as principais aplicações incluem as atividades
de consulta e relatório, processamento analítico on-line (On-line Analytical
Processing - OLAP), apoio a decisão, Data Mining, previsão e análise estatística.
      No quadro 1.6.1.1 estão descritos os principais nomes de ferramentas BI.


                         Quadro 1.6.1.1 Exemplos de Ferramentas BI

  Ferramentas BI                                      Descrição
                         Também conhecido como depósito de dados, é um sistema de
                         computação utilizado para armazenar informações relativas às
                         atividades de uma organização em bancos de dados, de forma
Data Warehouses
                         consolidada. O desenho da base de dados favorece os relatórios,
                         a análise de grandes volumes de dados e a obtenção de
                         informações estratégicas que podem facilitar a tomada de decisão.
                         Tipo de programa de computador que utiliza tabelas para
                         realização de cálculos ou apresentação de dados. Cada tabela é
Planilhas Eletrônicas    formada por uma grade composta de linhas e colunas. As
                         planilhas são utilizadas principalmente para aplicações financeiras
                         e pequenos bancos de dados.
Geradores de             Ferramenta que permite criar consultas utilizando motor de
Consultas e Relatórios   consultas do SQL.
                         Enterprise Information System pode ser definido como uma
                         tecnologia de informação que tem como objetivo principal dar
EIS                      suporte à tomada de decisão, através do acesso fácil a
                         informações internas e externas que são relevantes para os
                         fatores críticos de sucesso da organização.
                         Também conhecido como repositório de dados é um sub-conjunto
                         de dados de um Data Warehouse. Geralmente são dados
Data Marts
                         referentes a um assunto em especial Exemplo: Vendas, Estoque,
                         Controladoria, outros.
                         É o processo de explorar grandes quantidades de dados à procura
                         de padrões consistentes, como regras de associação ou
Data Mining
                         sequências temporais, para detectar relacionamentos sistemáticos
                         entre variáveis, detectando assim novos subconjuntos de dados.
                         Ferramenta para manipular e analisar um grande volume de dados
Ferramentas OLAP
                         sob múltiplas perspectivas.
                             (Fonte: adaptada de Barbieri, (2001))
23


2.    DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

      A sociedade da informação e sua relação com a economia de um país reside
nas estruturas de comunicação, apoiadas em tecnologias da informação e, o mais
importante, o conhecimento. Sua geração, armazenamento e disseminação, ou seja,
o que se denomina atualmente de 'nova economia', é a associação da informação ao
conhecimento, sua conectividade e apropriação econômica e social. Além disso,
exige dos diferentes segmentos econômicos uma mudança significativa no processo
produtivo e de inovação.
      Os termos 'dado', 'informação' e 'conhecimento', serão conceituados neste
momento, uma vez que se confundem pela proximidade do seu significado.
      O termo 'dado' aparece muito na literatura da área de Ciência da Informação
e de Informática. É definido como um conjunto de registros qualitativos ou
quantitativos conhecido que organizado, agrupado, categorizado e padronizado
adequadamente transforma-se em informação" (MIRANDA, 1999, p.285).
      O termo 'informação' é conceituado por vários autores, entre eles: Wurman
entende que esse termo só pode ser aplicado à "aquilo que leva à compreensão (...)
O que constitui informação para uma pessoa pode não passar de dados para outra"
(MYLIUS, 2004, p.43).
      A Figura 2.1 ilustra as fases entre o dado e até a sua transformação em
conhecimento.




                        Figura 2.1 – Fases entre Dado e Conhecimento
                                 (Fonte: Turban et al., (2005))
24


      O conceito de informação como dados ou matéria informacional relacionada
ou estruturada de maneira potencialmente significativa. Da mesma maneira,
conceitua informação como sendo "dados organizados de modo significativo, sendo
subsídio útil à tomada de decisão" (MIRANDA, 1999, p.274).


2.1 Tipologia da Informação


      As organizações dependem de informações de natureza diversas para
alcançar seus objetivos. No tocante à aplicabilidade nos diferentes níveis
organizacionais, as informações podem ser classificadas como ilustra o quadro
Quadro 2.1.1.


                                Quadro 2.1.1 - Tipologia da Informação I

    Nível                                         Descrição
                Permite ao nível institucional as variáveis presentes nos ambientes externo
 Institucional e interno, com a finalidade de monitorar a avaliar o desempenho e
               subsidiar o planejamento e as decisões de alto nível;
                Permite ao nível intermediário observar variáveis presentes nos ambientes
intermediário externo e interno, monitorar e avaliar seus processos, o planejamento e a
              tomada de decisão de nível gerencial;
                Possibilita ao nível operacional executar suas atividades e tarefas,

 Operacional monitorar o espaço geográfico sob sua responsabilidade e subsidiar o
             planejamento e a tomada de decisão de nível operacional.
                                    (Fonte: (MORESI, 2000, p.55))



      Do ponto de vista da organização, as informações podem ser classificadas de
acordo com o quadro 2.1.2.
                               Quadro 2.1.2 - Tipologia da Informação II
   Tipo de
                                                  Descrição
 Informação
                São aquelas que seguem um padrão previamente definido. Um formulário
 Estruturada
                com os campos preenchidos é um exemplo de informação estruturada

                São aquelas que não seguem um padrão predefinido. Um artigo de revista
     Não
 estruturadas   é exemplo de informação não estruturada.

                                      (Fonte: (BEAL, 2003, p.14))
25


      Lesca e Almeida (2002, p. 1994) ainda fazem outra divisão de informação
conforme elenca o quadro 2.1.3:


                                Quadro 2.1.3 - Tipologia da Informação III

 Informação                                   Descrição
                Aquela que permite à organização garantir seu funcionamento. Pedidos de
                compra, nota de saída de material, custo de implementação de um projeto

  Atividade     são exemplos de informação de atividade. Esse tipo de informação
                costuma ser bastante estruturado e normalmente diz respeito ao nível
                operacional das organizações;
                Aquela que possibilita aos indivíduos se relacionarem e pode influenciar
                seus comportamentos. São exemplos desse tipo de informação: jornal
  Convívio      interno, reunião de serviço, ação publicitária. A informação de convívio é,
                na maioria da vezes, não estruturada, estando presente em todos os níveis
                hierárquicos (operacional, gerencial e estratégico);
                Aquela capaz de melhorar o processo decisório em função da sua
                capacidade de reduzir o grau de incerteza em relação às variáveis que
 Estratégica
                afetam a escolha das melhores alternativas para a superação de desafios e
                o alcance dos objetivos organizacionais.
                             (Fonte: adaptado de LESCA e ALMEIDA (1994))




2.2 Informação como Recurso Estratégico


      A informação tem um valor altamente significativo e pode representar grande
poder para quem a possui, seja pessoa, seja organização. O processo de
valorização da informação cumpre algumas fases e passos lógicos. Pelo menos três
passos são fundamentais para a valorização da informação, ou seja, conhecer,
selecionar, e usar as informações. A seleção mal elaborada pode causar danos
incalculáveis no uso destas informações. Uma vez que esses passos sejam
elaborados, a informação tende a ser mais efetivamente estratégica (WEITZEN,
1991, p. 67).


      A informação como recurso estratégico da organização retoma a discussão do
papel dos gestores na organização que devem ser infogestores, termo utilizado para
26


pessoas que possuem, compartilham ou vendem informações, de forma empresarial
ou pessoal. A ideia é fazer mais trabalho e um custo menor ou adequado, usando
menos recursos, para fornecer um serviço melhor e com boas informações, desta
forma valoriza-se mais a informação, a gestão do conhecimento e a inteligência
organizacional (MORESI, 2001, p. 35).


2.3   Informação Personalizada


      Toda e qualquer informação peculiar ou específica pode ser chamada de
informação personalizada. À medida que se pretende compartilhar ou vender
informações, a personalização merece atenção especial. As informações não
personalizadas também são importantes, porém geralmente de menor valor
agregado (LESCA e ALMEIDA, 1994, p. 66).
      A personalização da informação leva em conta os detalhes das informações
do meio ambiente interno e externo relacionado com a organização. As tecnologias
emergentes têm auxiliado a personalização das informações nas organizações.
Estas tecnologias podem, de acordo com específicas bases de dados,          gerar
informações e conhecimentos relevantes para as organizações inteligentes,
auxiliando na busca de perspectivas e alternativas de negócios no mercado ou de
serviços públicos personalizados como bem definiu (REZENDE, 2005, p. 41).
      Dessa maneira, teremos a informação personalizada como um dos tipos de
resultados mais esperados em Business Intelligence, especialmente no que trata o
assunto deste trabalho de conclusão de curso.




2.4   Sistemas de Apoio a Gestão (SAD)


      O BI depende de várias fases de informatização, dentre elas, além da boa
malha do Sistema de Informação, citamos os Sistemas de Apoio a Gestão que são
sistema mais complexos dos quais permitem total acesso a base de dados
corporativa, modelagem de problemas, simulações e possuem uma interface
amigável (TURBAN et al.,2005, p. 82).
27


      Além disso, auxiliam o executivo em todas as fases de tomada de decisão,
principalmente nas etapas de desenvolvimento, comparação e classificação dos
riscos, além de fornecer subsídios para a escolha de uma boa alternativa
(WETHERBE et al., 2009, p. 51).
      Apesar de existir a duas décadas o conceito de Sistemas de Apoio a Decisão
ainda não está totalmente livre de divergências entre estudiosos, usuários e
fabricantes de software (PRIMAK, 2006, p. 66).
      Existem ainda outros segmentos da área de informática que caracterizam os
SAD como sendo qualquer sistema capaz de dar algum tipo de contribuição para o
processo decisório (TURBAN et al., 2009, p. 56).
      Segundo Primak (2006, p. 67) “a natureza flexível e adaptável de um SAD
não permite que sejam utilizadas técnicas de desenvolvimento tradicionais”. Isto
porque os analistas de sistemas não conseguem definir o sistema, já que o
responsável pela tomada de decisão só vai conhecer, com precisão, as suas reais
necessidades após o início da resolução do problema.
      O SAD deve ser desenvolvido com ativa participação do usuário e também
permitir mudanças com rapidez e sem transtornos (WETHERBE et al., 2009, p. 53)
      A abordagem do desenvolvimento mais adequada e, até o momento, a união
de todas as fases do desenvolvimento tradicional de sistemas em uma só, que
deverá ser repetida interativamente.
      Nesta solução, cujo nome e abordagem interativa, o usuário e o projetista
definem um problema inicial significativo e desenvolvem um primeiro sistema
simples, para dar apoio ao processo. Após um curto período de tempo, o sistema é
modificado de acordo com as reais necessidades e assim sucessivamente, até que
se alcance um sistema relativamente estável, quando, então, as modificações
ocorrerão de maneira tradicional (TURBAN et al., 2009, p. 60).
28


    2.5 Sistema Inteligentes de Apoio a Decisão (SIAD)


          Sistema Inteligentes de Apoio a Decisão (SIAD) é a evolução dos Sistemas
de Apoio a Decisão (SAD) e pretendem integrar automação de escritório, IES4, SAD
e sistemas especialistas em um único ambiente, fornecendo um conjunto muito mais
poderoso de ferramentas ao gestor. (TURBAN, 2009, p. 76)
          Além das características herdadas dos sistemas anteriores, sua interação
com inteligência artificial permite a sugestão de novas alternativas e o
aconselhamento sobre a melhor solução a ser adotada. (TURBAN, 2005, p. 43)
          Os dados que habitam os tradicionais sistemas legados recentemente
implementados, Enterprise Resource Planning (ERP), ou pacotes integrados de
gestão, que constituem a base dos processos de negócios das empresas, estão
formatados e estruturados na forma transnacional, dificultando, dessa maneira, o
seu tratamento informacional. Assim, BI deve entendido como o processo de
desenvolvimento de, segundo Primak (2006, p. 61):

                             Estruturas especiais de armazenamento de informações como DW (Data
                             Warehouse), DM (Data Mart) e o ODS (Operacional Data Store), com o
                             objetivo de se montar uma base de recursos informacionais, capaz de
                             sustentar a camada de inteligência    da empresa e possível de ser
                             aplicada aos seus negócios, como elementos diferenciais e competitivos.
                             Juntamente com o conceito de DM, DW, ODS, o conceito de BI contempla
                             também o conjunto de ferramentas ENTRE OUTROS (Extração,
                             Treinamento e Carga), fundamentais para a transformação do recurso de
                             dados transacional em informacional. Enquanto DW e DM referem-se a
                             estruturas dimensionais de dados, remodelados com o objetivo de prover
                             análises diferenciais, o conceito     de ODS, por sua vez, está
                             relacionado ao armazenamento e tratamento de dados operacionais, de
                             forma também consolidada, porém sem as características dimensionais. O
                             ODS além de representar a metade do caminho entre o legado e o DW,
                             também oferece informações importantes do ponto de vista decisório,
                             devido a sua característica de consolidação e integração de várias fontes de
                             dados.


          Aplicações especiais de tratamento de dados, como OLAP e Data Mining. O
termo On-line Analytical Processing (OLAP), hoje muito difundido, traduzido para
processamento analítico on-line, representa essa característica de se trabalhar os
dados, com operadores dimensionais, possibilitando um forma múltipla e combinada
de análise. O conceito de Data Mining, por outro lado, está mais relacionado com os

4
    IES -Executive Information System ou Sistema de Informação Executiva tem como objetivo indicar variações
entre previsões e resultados de orçamentos (TURBAN at al., 2009, p.59).
29


processos de análise de inferência do que com os de análise dimensional de dados
e representa uma forma de busca de informação baseada em algorítmos que
objetivam   o   reconhecimento    de   padrões     escondido         nos   dados   e   não
necessariamente revelados pelas outras abordagens analíticas, como OLAP
(PRIMAK, 2006, p. 61).
      A figura 2.5.1 Arquitetura de um Sistema OLAP ilustra as camadas e fases
das aplicações envolvidas.




                     Figura 2.5.1 – Arquitetura de um Sistema OLAP
                               (Fonte: Turban at al. (2006))
30


          A figura 2.5.2 ilustra esquematicamente os Componentes de um ambiente de
Business Intelligence como o Data Warehouse, Data Mart, ODS e ferramentas entre
as quais as de Mining, compondo a arquitetura de BI.




                                     Figura 2.5.2 – Esquema DW
                                    ((Fonte: Primak (2006, p. 18))


           Além dos depósitos de dados na forma consolidada de Data Warehouse ou
por assuntos/negócios (como Data Marts) e o Operational Data Store (ODS)5,
aparece também a camada fundamental de Extração, Treinamento, Carga;
responsável pelas ações de coleta, limpeza, preparação e carga desses depósitos
de informações. Os processos de Mining trabalharão sobre um extrato de dados
especialmente preparado para esta forma de tratamento (CARVALHO, 1999, p. 47).
           É de suma importância que as organizações saibam, ao mínimo, interpretar
as informações resultantes de todo o processo de BI, pois de nada adianta tal
esforço e não ter o conhecimento para trabalhar a informação (CARVALHO, 1999, p.
48).




5
    Operational Data Store (ODS) Trata-se de uma re-organização das bases de dados operacionais
visando o aprimoramento de decisões operacionais táticas.
31


       Além disso, a organização deve saber direcionar o seu capital intelectual
para que, desta forma, as informações propiciadas pelo BI atendam às expectativas
(PRIMAK, 2006, p. 35).
       Os gestores poderão ter acesso às informações de forma muito rápida e
poderão abreviar o tempo de resposta melhorando assim os processos decisórios.
Deste modo, será o verdadeiro capital integralizado da empresa trazendo
conhecimento para as decisões imediatas e para aquelas que virão no futuro
(BARBIERI, 2001, p. 85).
       Entretanto, trabalhar o conhecimento usando o BI é um sucesso delicado e
complexo e precisa estar sempre bem alinhada às definições dos processos
evolutivos da organização, em conjunto com novas práticas comerciais, em
melhores maneiras de relacionamentos com os clientes e em novas formas de
sobrevivência visando sempre usar a inteligência nas tomadas de decisão precisas e
coerentes (PRIMAK, 2006, p. 71).
       Atualmente, o conjunto de soluções de BI multiplicou-se. A diversidade de
produtos é muito grande e continua em constante evolução e crescimento
tecnológico (BARBIERI, 2001, p. 87).
       No mercado de softwares, é possível encontrar desde pacotes configuráveis
até ferramentas não moldáveis e inclusive soluções que permitem as empresas
aventurarem-se no desenvolvimento de sistema próprio e caseiro (PRIMAK, 2006, p.
72).
       Essas ferramentas têm em comum a característica de facilitar a
transformação de monte de dados em informações precisas e assertivas de forma a
auxiliar os diversos níveis de uma empresa na tomada segura de decisões.
32


3.         DATA WAREHOUSE (DW)


          Um DW, segundo Mylius (2004, p. 47), trata-se de um conjunto de dados
projetados para possibilitar tomadas de decisão e representa, além disso, uma visão
de das condições da organização num determinado momento.
          Para Machado (2008, p. 25) define como uma evolução natural de Ambiente
de Apoio à Decisão cujo objetivo principal é disponibilizar informações para apoio a
decisões da empresa.
          Data Warehouse ou armazém de dados em português é uma coleção de
dados, organizados por assunto, integrados, não-voláteis, históricos, cujo propósito
é fornecer suporte à tomada de decisão nas organizações (MACHADO, 2008).
          O conceito de Data Warehouse surgiu da necessidade de integrar dados
corporativos espalhados em diferentes máquinas e sistemas operacionais, para
tornarmos acessíveis a todos os usuários dos níveis decisórios. Outro fator que
contribuiu para o estabelecimento desse conceito foi a evolução da Tecnologia da
Informação, particularmente os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) (GONÇALVES,
2003, p.10).
          O Data Warehouse surge como uma solução para suprir as necessidades de
informações para o usuário de nível decisório. Primak (2005, p. 37) afirma também
que Data Warehouse tem como característica a coleção de dados derivados dos
dados operacionais de suporte à decisão sendo classificados como dados
gerenciais, informacionais ou analíticos.
          De acordo com (CORBELLINI, 1997, p. 13), o principal objetivo de um DW é
de fornecer os subsídios necessários para a transformação de uma base de dados
de uma organização, geralmente transacionais, on-line e operacional denominado
banco de dados On-Line Transation Processing6 (OLTP) , para uma base de
dados maior que contenha o histórico de todos os dados de interesse existentes na
organização, denominado de banco de dados OLAP e também conhecido como DW
propriamente dito.

6
    Mecanismos de OLTP (On-line Transaction Processing) asseguram aos bancos de dados individuais
diversos requisitos relacionados a manutenção da consistência dos dados armazenados. Um sistema
de banco de dados distribuídos necessita de mecanismos que garantam para o sistema distribuídos
os mesmos requisitos de segurança assegurado pelos bancos de dados individuais (CORBELLINI,
1997).
33


      A figura 3.1 demonstra como são colhidas e tratadas as informações
estratégicas.


                    Arquitetura Genérica de Data Warehouse




                    Figura 3.1 – Arquitetura Genérica da Data Warehouse
                                    (Fonte: Turban (2005))




3.1   Características da Tecnologia da Data Warehousing


      O Data Warehouse pode proporcionar uma sólida e concisa integração dos
dados de organizações como uma instituição de saúde que utiliza sistemas
eletrônicos de prontuário (PEP) para realização de análises gerenciais estratégicas
de seus principais processos. Essa tecnologia preocupa-se em integrar e consolidar
as informações de fontes internas, na maioria das vezes heterogêneas, e fontes
externas, sumarizando, filtrando e limpando esses dados, preparando-os para
análise e suporte à decisão.
34




3.2   A Importância do Data Warehouse


      De acordo com a Navarro (2004, p. 23), sistemas de informação disponíveis
foram concebidos e implantados para atender ao nível operacional, agilizar
procedimentos administrativos das organizações, sendo mantidos por áreas
estanques e independentes.
      O perfil de demanda das informações gerenciais é identificado pelas
seguintes, características essenciais. A adaptação do quadro referencia de modo
claro e objetivo as características do DW, conforme podemos verificar no quadro
3.2.1 (NAVARRO, 2004, p. 23).


                              Quadro 3.2.1 – Característica do DW

   CARACTERÍSTICA                                DESCRIÇÃO
                       Ser flexível, favorecendo a autonomia dos usuários e
                       auxiliando-os nas funções gerenciais, surgindo assim uma
       Flexibilidade   nova demanda por Sistemas de Apoio à Decisão, em
                       complementação às listagens e telas características dos
                       sistemas operacionais;

                       Ser integrado, de tal forma que os bancos de dados sejam
        Integrável
                       interligados interna e externamente à organização;


                       Ser útil para a mudança de comportamento da organização e
        Utilidade
                       para torná-la mais competitiva;


                       Resultar de um processamento mais dinâmico e flexível de
       Praticidade     identificação de necessidades, a partir da participação mais
                       ativa do usuário final; e


                       Ser mais ágil para atender à necessidade de informações na
        Agilidade
                       hora certa.

                           (Fonte: adaptada de Navarro (2004))



      Segundo Navarro (2004, p.24), as necessidades de informações para o nível
estratégico da organização são supridas por meio de processamentos sobre os
dados de nível operacional depositados em fitotecas, arquivos e bases on-line. No
entanto, o acesso aos dados corporativos torna-se difícil devido à falta de integrarão
35


dessas bases. A carência de uma base de conhecimento única leva os analistas a
malabarismos, quando da necessidade de geração de informações para suporte à
tomada de decisão, gerando retardo na resposta aos usuários.
      Na década de 2000, programas de extração de dados têm sido utilizados na
geração de informações para o suporte à decisão. Esses dados são obtidos e
gerenciados por equipes de "Apurações Especiais". Cada caso é tratado
especificamente, sendo necessário escrever diferentes programas para diferentes
necessidades, mesmo que demandem um único banco de dados. Como
conseqüência, o número de programas e de dados cresce sem controle, resultando
em mais manutenção.


      Essa abordagem em geral convive com as três características (NAVARRO,
2004. p.27):


   1. Baixa produtividade, onde a busca de dados em várias fontes consome
      tempo, devido às restrições de processamento e schedule (obediência a uma
      seqüência de prioridades de processamento, que variam de sistema para
      sistema);


   2. Falta de integrarão entre os dados, onde os formatos desses e suas
      semânticas nem sempre são coerentes entre bases diferentes; e


   3. Flexibilidade restrita, pois as mudanças não são previstas nos requisitos dos
      negócios.



3.3   O Ambiente de Data Warehouse


      Em sistemas do nível operacional os dados relevantes abrangem, geralmente,
os do mês anterior até o mês atual. Já no ambiente de Data Warehouse, os dados
consistem de um snapshot (retrato no tempo) e abrangem grandes períodos,
normalmente anos ou décadas, sendo atualizados periodicamente e não em tempo
real. Toda estrutura de dados no Data Warehouse tem, implícita ou explicitamente,
um elemento de tempo como referência, tais como: dia, semana, mês, ano, quase
36


sempre concatenado com a identificação do dado (MACHADO, 2008).
      Segundo Machado (2008, p. 62) os conceitos de paralelismo de hardware e
de software, repositório de dados, centro de informações, análise e modelagem
multidimensional, Data Mining e Online Analytical Processing (OLAP), dentre outros,
estão em processo de aprimoramento e se firmando como componentes de um novo
ambiente: o de Data Warehouse.
      Um fator importante é que o dado, oriundo de vários sistemas, bancos de
dados e plataformas, seja integrado e transformado antes de ser carregado no Data
Warehouse (MACHADO, 2008).
      A transformação é um processo utilizado para alterar as características dos
dados extraídos das bases operacionais. A transformação pode incluir uma ou mais
das seguintes operações: 1. limpeza dos dados; 2. integração dos tipos de dados
das diversas origens; 3. alteração de códigos; e 4. seleção dos dados pertinentes
(NAVARRO, 2010).
      As ferramentas de transformação de dados visam automatizar o processo de
extração a partir de fontes heterogêneas (bases internas e externas), mapeamento
da origem (source data) no dado destino (target data), criando as Data Definition
Language (DDL) e gerando o código para transformação, manipulação e carga do
dado na base destino. Possivelmente para efetuar todas essas operações o usuário
tenha que recorrer a várias ferramentas (NAVARRO, 2010).
      Ainda segundo Navarro (2004), entre os aspectos mais importantes do Data
Warehouse destacam-se:


   1. Os dados encontrados dentro das suas fronteiras são integrados. A
      integração acontece de diferentes maneiras, por meio de convenção de
      nomes, de convenção de domínios e de conversão da estrutura do atributo;

   2. A arquitetura de um ambiente de Data Warehouse deve ser composta por
      ferramentas utilizadas para facilitar a geração de bases a partir dos dados
      operacionais;

   3. Os dados operacionais devem ser modelados em um formato fácil para
      utilização pelo usuário final;

   4. O acesso e análise desses dados; e

   5. A possibilidade de escalabilidade do ambiente.
37


      Ademais, pelo fato de os dados do Data Warehouse estarem separados das
bases operacionais, os usuários podem acessá-los, explorando e descobrindo as
informações disponíveis sem impacto no processamento operacional. Nesse caso,
os sistemas são orientados por assunto ou temas, enquanto os Sistemas OLTP são
historicamente orientados por transações (NAVARRO, 2010).
      A estrutura do Data Warehouse abrange diferentes níveis de sumarização e
detalhes, tais como: dados correntes em nível de detalhe, dados históricos em nível
de detalhe, baixo nível de sumarização e alto nível de sumarização. Para o sucesso
da implementação de Data Warehouse é muito importante incluir a construção de
um metadados, que é, simplificadamente, um catálogo com a descrição dos dados
que participam do novo ambiente. A Figura 2.3.1 exemplifica esse processo.




                             Figura 2.3.1 - Data Warehouse
                                (Fonte: Navarro (2010))
38


4     PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP)


4.1   Introdução

      O registro das informações de saúde e de doença dos pacientes é a tarefa
diária de todos aqueles que trabalham na área assistencial. O chamado Prontuário
Médico, ou do Paciente, ou ainda Registro Médico, é o agrupamento das anotações
dessas informações. O prontuário em papel vem sendo usado há milhares de anos,
já desde os tempos de Hipócrates, na Grécia antiga século 5 A.C., passando por
diversas transformações ao longo do tempo, principalmente no último século quando
se tornou mais sistematizado. Com a evolução da Informática nos hospitais, nasceu
o Prontuário Eletrônico do Paciente, visando melhorar a eficiência e organização do
armazenamento das informações de saúde, com a promessa de não só substituir o
prontuário em papel, mas também elevar a qualidade da assistência à saúde através
de novos recursos e aplicações (MCDONALD e BARNETT, 1990, p. 23).
      A gestão das informações do paciente é uma prática muito antiga e essencial
no acompanhamento clínico. Com a evolução da medicina, modificou-se a forma de
armazenamento desses dados bem como quais informações eram mais relevantes a
serem registradas (COSTA, 1999, p. 121).
      A medicina sempre buscou o uso de uma gestão eficiente dos dados da
semiologia médica. Com o advento da informática, mais precisamente com o
surgimento da área “sistemas da informação”, foram desenvolvidos os prontuários
eletrônicos   do   paciente   para   armazenar   os   diagnósticos   e   realizar   os
acompanhamentos clínicos (COSTA, 2001, p. 11).




4.2   Definição

      Novaes (1998, p. 33) explica que um Prontuário Médico pode ser entendido
como: 1) um conjunto de documentos padronizados, ordenados e concisos,
destinados ao registro dos cuidados médicos e paramédicos prestados ao paciente
pelo hospital; 2) um conjunto de informações coletadas pelos médicos e outros
profissionais de saúde que cuidaram de um paciente; 3) um registro de saúde do
indivíduo, contendo toda a informação referente à sua saúde,desde o nascimento
39


até a morte; e 4) um acompanhamento do bem-estar do indivíduo: assistência,
fatores de risco, exercícios e perfil psicológico.
       O quadro 4.2.1 descreve a especificação dos requisitos do sistema PEP.


                   Quadro 4.2.1 - Definições de Prontuário Eletrônico do Paciente

      Requisito                               Especificação do Requisito
                           -   Dados Uniformes;
 Conteúdo do Registro      -   Formatos e sistemas de codificação padronizados;
                           -   Dicionário comum de dados;
                           -   Informações sobre resultados do atendimento e status funcional.
                           - Lista de Problemas na página inicial;
 Formato do Registro       - Capacidade de navegar pelo prontuário;
                           - Integrado entre as especialidades e pontos de atendimento.
                           -   Rapidez na resposta;
   Desempenho do
                           -   Acesso 24 h por dia;
       Sistema             -   Disponível nos lugares onde é necessário;
                           -   Fácil entrada de dados.
                           - Integrado com outros sistemas de informação (radiologia,
                             laboratório, entre outros.);
                           - Transferência de informação entre as especialidades e sistemas;
      Integração           - Links para literatura científica;
                           - Integração com outras instituições;
                           - Link para os prontuários dos familiares;
                           - Transferência eletrônica de faturamento.
                           - Suporte à decisão;
      Inteligência         - Lembretes aos médicos;
                           - Sistemas de alertas personalizáveis.
                           - "Documentos Derivativos" (ex: formulários de seguradoras, entre
                             outros.);
      Relatórios           - Formatos e interface facilmente personalizáveis;
                           - Relatórios clínicos padrões (sumário de alta, entre outros.);
                           - Relatórios personalizáveis para fins específicos;
                           - Gráficos.

  Controle e Acesso        - Fácil acesso para pacientes;
                           - Mecanismos para preservar a confidencialidade.

    Treinamento e          - Necessidade mínima de treinamento para os usuários utilizarem
                             o sistema;
    implementação
                           - Possibilidade de implantação gradual.
                          (Fonte: Adaptado de Murphy, Hanken e Waters (1999))
40


          O    Quadro     4.2.2     a   seguir   descreve    as   definições    de    registro
 computadorizado de paciente.

           Quadro 4.2.2 - Definições de Registro Computadorizado de Paciente – PEP.

                Instituto                                   Definição

                                     É uma informação mantida eletronicamente
      Computer -based Patient Record
                                     sobre o status e cuidados de saúde de um
                 Institute:
                                     indivíduo durante toda a sua vida.

                                         É um registro eletrônico de paciente que reside
                                         em um sistema especificamente projetado para
                                         dar   apoio     aos    usuários   através    da
           Institute of Medicine:        disponibilidade de dados completos e corretos,
                                         lembretes e alertas aos médicos, sistemas de
                                         apoio à decisão, links para bases de
                                         conhecimento médico, e outros auxílios.

                                         É uma informação mantida eletronicamente
       Murphy, Hanken e Water, S.        sobre o status e cuidados de saúde de um
                                         indivíduo durante toda a sua vida.

                         (Fonte: Adaptado de Murphy, Hanken e Waters (1999))




4.3     Finalidade

        Ginneken e Moorman (1997, p. 99-115) explicam as finalidades de um
prontuário: 1) suporte à assistência ao paciente: como fonte para avaliação e
tomada de decisão e como fonte de informação a ser compartilhada entre os
profissionais de saúde; 2) um documento legal dos atos médicos; 3) suporte à
pesquisa: pesquisa clínica, estudos epidemiológicos, avaliação da qualidade do
atendimento e ensaios clínicos; 4) apoio ao ensino para os profissionais de saúde; e
5)    gerenciamento     e serviços:      faturamento,   autorização de procedimentos,
administração, custos, entre outros.
41


4.4       História do Prontuário Médico

          Conhecimento historicamente como “pai da medicina”, Hipócrates, no século
5 A.C., dizia que o registro médico deveria refletir exatamente o curso da doença e
indicar as suas possíveis causas. Seu registro era sempre feito em ordem
cronológica, ou seja, era um registro médico orientado ao tempo (time-oriented
medical record). No final do século XIX, o cirurgião americano William Mayo fundou
o que hoje é a reconhecida Mayo Clinic que, inicialmente, como era comum em
outros hospitais, tinha o seu prontuário separado por cada médico, podendo o
paciente ter um prontuário para cada médico da instituição.
          Em 1907, a Mayo Clinic7 adotou um prontuário único para cada paciente.
Nascia, então, o registro médico centrado no paciente (patient-centered medical
record). Três anos depois, em 1910, surge o relatório sobre educação médica e,
nele, ocorreu a primeira declaração formal sobre a função e o conteúdo do registro
médico. O conteúdo do registro médico foi muito discutido até 1940 quando, então,
foram exigidos registros médicos bem organizados como requisito para se obter
credibilidade hospitalar por parte do governo americano. Com a chegada da
Informática aos hospitais, uma nova história começou a se formar devido ao
surgimento de novos conceitos e paradigmas que serão descritos posteriormente
(GINNEKEN e MOORMAN, 1997, p. 120).




4.5       História do Prontuário Eletrônico do Paciente - PEP

          De acordo com Ginneken e Moorman (1997), a década de 1960, começaram
a aparecer os primeiros sistemas de informação hospitalar, inicialmente com a
finalidade de comunicação entre as diversas funções do hospital, tais como
prescrição médica, faturamento, controle de estoque, entre outros. No entanto, não
havia ainda uma finalidade clínica real. Mas, logo em seguida, esses sistemas
evoluíram e passaram a armazenar algumas partes do prontuário. No ano de 1969,
Lawrence Weed descreveu o chamado Registro Médico Orientado ao Problema


7
    Mayo Clinic é uma organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas
médico-hospitalares localizadas em três metrópoles: Rochester, em Minnesota; Scottsdale/Phoenix,
no Arizona; e Jacksonville, na Flórida. Fonte: Mayoclinic, (2010).
42


(Problem-Oriented Medical Record, POMR), no qual sugeria que todos os registros
no prontuário ficassem organizados de modo a serem indexados por cada problema
médico do paciente. No ano de 1972, o National Center for Health Services
Research and Development e o National Center for Health Statistics dos Estados
Unidos patrocinaram um congresso com o objetivo de estabelecer uma estrutura
para os registros médicos ambulatoriais.
       Nos anos seguintes (década de 1980), começaram a aparecer os primeiros
sistemas de PEP descritos no Quadro 4.5.1.


                                Quadro 4.5.1 - Sistemas PEPs.
                NOME DO SISTEMA                                 PAÍS DE ORIGEM
                      CoSTAR                                             EUA
             The Medical Record (TMR)                                    EUA
      Regenstrief Medical Record System (RMRS)                           EUA
       Summary Time Oriented Record (STOR)                               EUA
                       ELIAS                                             EUA
                        (Fonte: Adaptado de Ginneken e Moorman (1997))


       Devido à crescente importância do PEP, o Institute of Medicine dos Estados
Unidos encomendou, no ano de 1991, um estudo a um comitê de especialistas com
o intuito de definir o PEP, bem como propor medidas para a sua melhoria, em
resposta à expansão da demanda por informações, levando em consideração as
novas tecnologias. Isso resultou num relatório que também foi publicado como livro:
"The Computer-based Patient Record - An Essential Technology for Health Care"
que foi um marco na história do PEP, trazendo novos conceitos e organizando toda a
informação a respeito do assunto, além de direcionar ações e definir metas para a
melhoria dos sistemas de PEP. Esse mesmo livro foi revisado e reeditado no ano de
1997, com novas discussões e uma atualização tecnológica (DICK, STEEN E
DETMER, 1997).


4.6     Vantagens e Desvantagens do PEP

       Com o uso efetivo do PEP, é possível uma melhoria na qualidade da
assistência à saúde do paciente, melhor gerenciamento dos recursos, melhoria de
43


processos administrativos e financeiros e, ainda, a possibilidade para avaliação da
qualidade do atendimento, dentre outras vantagens descritas a seguir no Quadro
4.6.1 (COSTA, 2001, p. 33).

                    Quadro 4.6.1 - Vantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente.
    VANTAGEM                                           DESCRIÇÃO
                         Vários profissionais podem acessar um mesmo prontuário simultaneamente
   Acesso remoto e       e de forma remota. Com a possibilidade de transmissão segura através da
     simultâneo          Web, os médicos podem rever e editar os prontuários de seus pacientes a
                         partir de qualquer lugar do mundo.
                         Registros feitos à mão são notoriamente difíceis de ler. Os dados na tela ou
     Legibilidade
                         mesmo impressos são muito mais legíveis do que os manuscritos.
                         Freqüentemente, alguns usuários preocupam-se com a possível perda de
                         dados devido ao mau funcionamento de alguns sistemas. Entretanto, num
    Segurança dos
                         sistema bem projetado, com esquemas seguros de backup e planos contra
       dados
                         desastres, o PEP é muito mais confiável e menos passível de perda de
                         dados do que os prontuários convencionais em papel.
                         O acesso ao prontuário pode ser restrito e monitorado automaticamente,
  Confidencialidade
                         com cada usuário tendo um nível de acesso específico. Além disso,
   dos dados do
                         registros de auditoria podem ser utilizados para a detecção de acessos
      paciente
                         não-autorizados.
                         Os usuários podem usufruir de formas diferentes para a visualização e
                         entrada dos dados, vê-los em ordens diferentes, tais como cronológica
                         crescente ou decrescente, orientado ao problema, ou orientado a fonte.
    Flexibilidade do
                         Integração com outros sistemas de informação Uma vez em formato
   layout dos dados
                         eletrônico, os dados do paciente podem ser interligados para armazenar as
                         informações localmente ou, via Internet, num computador do outro lado do
                         mundo, por exemplo.
                         Dados fisiológicos podem ser capturados automaticamente de monitores de
 Captura automática      beira-de-leito, analisadores de laboratório e equipamentos de imagens
     de dados            localizados em qualquer parte do hospital, evitando-se erros de digitação,
                         por exemplo.
                         Os dados são estruturados e codificados de forma não-ambígua. Os
   Processamento         softwares podem continuamente checar e filtrar os dados em busca de
 contínuo dos dados      erros, sumarizar e interpretar, bem como emitir alertas e lembretes para os
                         médicos.
                         Os sistemas podem pesquisar em texto livre, palavras-chave, bem como
    Assistência à        sendo armazenados de forma estruturada, encontrar dados específicos
      pesquisa           para determinar se um Item em particular foi registrado ou não; permitindo
                         pesquisas coletivas e facilitando o levantamento estatístico.
                         Os dados podem ser apresentados para os usuários de diversas formas:
      Diversas           voz, impresso, ou por e-mail, por exemplo. Além disso, instruções podem
   modalidades de        ser enviadas para equipamentos como bombas de infusão. Alarmes podem
   saída de dados        ser disparados. Também, imagens podem ser processadas, com
                         apresentações em forma tridimensional, dentre outras aplicações.
                         Os dados podem ser impressos usando-se uma variedade de fontes, cores
    Construção de        e tamanhos ajudando a chamar a atenção dos médicos para dados mais
   diversos tipos de     importantes. Além disso, imagens podem ser impressas em conjunto com
       relatórios        os dados, criando figuras mais completas, que ilustram e ajudam a
                         diagnosticar a doença do paciente.
    Os dados estão       Se o PEP é integrado, então todos os dados estão imediatamente
  sempre atualizados     disponíveis para todos os médicos da instituição.
                                   (Fonte: Adaptado de Sittig (1999)).
44


      Além disso, outras vantagens referem-se à a melhoria do acesso a
informação, maior segurança e, principalmente, oferta de novos recursos para que
dêem suporte tomada de decisão, troca eletrônica dos dados entre instituições,
entre outras (GINNEKEN e MOORMAN, 1997, p. 31).
      No entanto, segundo McDonald e Barnett (1990, p. 38), deve-se também
destacar as desvantagens no uso do PEP: 1) necessidade de grande investimentos
em hardware, software e treinamento; 2) os usuários podem não se acostumar com
o uso dos procedimentos informatizados; 3) demora para se ver os resultados da
implantação do PEP; 4) sujeito a falhas, tanto em hardware como em software, que
podem deixar o sistema inoperante por horas ou dias, tornando as informações
indisponíveis; e 5) dificuldades para a completa coleta de dados.
      A Figura 4.6.2 destaca as desvantagens do PEP encontradas por Costa e
Marques (1999, p. 26) em sua pesquisa, conforme indicado pelos usuários de uma
maternidade-escola brasileira, que destacam a necessidade de capacitação e a
possibilidade do sistema ficar “fora do ar” como as principais desvantagens do PEP,
o que reflete a preocupação dos usuários em serem capazes de utilizar um sistema
informatizado.




                           Figura 4.6.2 -. Desvantagens do PEP.
                       (Fonte: adaptada de Costa e Marques (1999)).
45


4.7     Padronização das Informações no PEP

        A necessidade de padronização da informação deve-se a cinco fatores
segundo Ginneken e Moorman (1997, p. 40):

   1. A diversidade de fontes e termos (existem mais de 150.000 conceitos
      médicos);


   2. Os sistemas estão em diferentes plataformas de software e hardware,
      necessitando uma linguagem comum padrão para que esses possam trocar
      informações;


   3. Facilitação da busca e a comunicação de informações;


   4. Geração de relatórios estatísticos, epidemiológicos, prestação de contas e
      faturamento, indexação de documentos e pesquisa clínica;


   5. Viabilizar o uso de sistemas de apoio à decisão e sistemas de alerta.



        Segundo Blois (2004, p. 2), os padrões da informação para a área de saúde
podem ser classificados conforme o quadro 4.7.1.


                      Quadro 4.7.1 – Classificação de Padrões do Sistema PEP
  Padrão da
                                                 Descrição
 Informação
                  ID para pacientes social security number (SSN) nos Estados Unidos e
  Identificação   cartão nacional de saúde no Brasil; ID para médicos como o número do
                  conselho regional de medicina;
                  Padrão para mensagens entre sistemas HL7, X12, EDIFACT, XML,
 Comunicação
                  dentre outros;
  Conteúdo e
                  Padronização do registro clínico do DATASUS, ABRAMGEe outros;
   Estrutura
                  Representação de dados clínicos por meio de códigos para o CID,
      Códigos
                  SNOMED, WHO, AMB, dentre outros;
                  Gerar controles de qualidade, conjunto de dados e diretrizes norteadas
  Indicadores
                  pelo SBIS;
  Segurança       Promover a segurança e autenticação das informações;
                                 (Fonte: adaptada de Blois (2004))
46


           Nesse contexto, destacam-se as três principais organizações pelas quais
      são responsáveis pela padronização das informações do PEP.



4.7. 1 Padronização HL7

           Health Level Seven (HL7) é uma organização voluntária sem fins lucrativos
      desenvolvedora de padrões certificadas pelo ANSI operando na área de saúde
      específico para dados clínicos e administrativos (HL7BRAZIL, 2010).

             O padrão HL7 permite que diferentes aplicações computacionais troquem
      conjuntos relevantes de informações médicas, clínicas e administrativas. É
      formado por formatos padronizados – os protocolos HL7, os quais especificam a
      implementação de interfaces entre diferentes aplicações computacionais. Estes
      protocolos proporcionam a flexibilidade necessária para permitir a
      compatibilidade de conjuntos de dados distintos, que apresentem necessidades
      específicas. Em conformidade com o Sistema Legal Brasileiro, todos os
      usuários e produtores de sistemas de informação de saúde deveriam produzir
      um conjunto mínimo requerido e informações. O protocolo HL7 mais amplamente
      utilizado é o Application Protocol for Electronic Data Exchange in Healthcare
      Environment (HL7BRAZIL, 2010).

             O HL7 foi o padrão escolhido porque tem ampla aplicação, cria interfaces
      para todas as especificações necessárias em uma organização de saúde, tem
      reconhecimento nacional e internacional – os maiores centros de saúde mundial
      utilizam os protocolos HL7 –, e tem acessibilidade relativamente fácil. Seus
      protocolos são rapidamente implementados e com alta responsabilidade por
      seus membros. Permite ainda que diferentes aplicações computacionais
      troquem conjuntos relevantes de informações médicas, clínicas e
      administrativas. Estes protocolos proporcionam a flexibilidade necessária para
      permitir a compatibilidade de conjuntos de dados distintos, que apresentem
      necessidades específicas (HL7BRAZIL, 2010).



4.7. 2 Padronização das Informações no PEP tipo DATASUS

         No Brasil, deve-se destacar as iniciativas do DATASUS8 que é padronizar a
informação em saúde em nosso país. Um exemplo brasileiro de padronização é o
comitê de Padronização de Registros Clínicos (PRC) que aprovou, através de um


8
    DATASUS. Órgão do Ministério da Saúde responsável pela coleta, processamento e disseminação
das informações sobre saúde no Brasil. Fonte DATASUS, (2010).
47


processo aberto, tal como se trabalha nas principais organizações de padronização
do mundo, um conjunto mínimo de dados que um PEP deve ter.                          Portanto, foi
elaborado um Document Type Definitions                (DTD) correspondente à estrutura de
dados proposta pelo PRC para troca de dados via XML9 (DATASUS, 2010).




4.7. 3 Padronização SBIS

          A Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) tem como objetivo
promover o desenvolvimento de todos os aspectos da Tecnologia da Informação
aplicada à Saúde.          Todas as considerações da SBIS foram respeitadas para o
levantamento dos dados para a construção do PEP, o que possibilitou a obtenção
certificado de legibilidade perante a SBIS e o Conselho Federal de Medicina (CFM)
(SBIS, 2010).
          As especificações sobre as fases de certificação e os requisitos estão
descritas no Manual de Requisitos de Segurança, Conteúdo e Funcionalidades para
Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde, disponível no site da organização
(SBIS, 2010).




9
    XML (eXtensible Markup Language). Tem como função criar uma infra-estrutura única para diversas
linguagens, é que linguagens desconhecidas e de pouco uso também podem ser definidas sem maior
trabalho e sem necessidade de ser submetidas aos comitês de padronização (GONÇALVES, 2003, p.
66).
48


5     RELATÓRIOS GERENCIAIS BI APLICADOS AO PEP


5.1   Introdução


      Conforme o objetivo deste trabalho, segue o capítulo 5 como um protótipo de
relatórios gerenciais BI levando em consideração as informações contidas no
sistema PEP que poderão auxiliar na tomada de decisão em vários níveis. As bases
geradas, pelos diversos sistemas PEPs serão gravadas em um repositório e deles
gerados os mais diversos tipos de relatórios.
      Os relatórios gerenciais servirão como instrumentos de medição e aferição
dos indicadores e, para isso, deverão atender como finalidade a) assistência ao
paciente e o gerenciamento do processo clínico, visando à melhoria contínua da
qualidade assistencial; b) gerenciamento da unidade prestadora de serviços de
saúde, garantindo seu equilíbrio financeiro, sem prejuízo da qualidade assistencial;
c) gestão do sistema de saúde, diminuindo os riscos à saúde da população; e,
finalmente, d) o ensino e a pesquisa (MASSAD; MARIN; AZEVEDO, 2003).




5.2 Dados Analisados


      Os dados que compõem o prontuário do paciente podem ser divididos por
tipos de dados. A partir dessas informações, gera-se então a modelagem para a
prototipação de um relatório gerencial.
      O quadro 5.2.1 descreve detalhadamente os tipos de dados e suas
respectivas informações.
49


                          Quadro 5.2.1. – Dados Analisados

           TIPO DE DADOS                                     INFORMAÇÃO
                                            ID
                                            NOME
                                            DATA NASCIMENTO
                                            FILIAÇÃO
                                            SEXO
           DEMOGRÁFICOS                     ETNIA
                                            LOCAL DE NASCIMENTO
                                            ENDEREÇO
                                            CPF
                                            RG
                                            ID
                                            ESCOLARIDADE
                                            OCUPAÇÃO
                                            SITUAÇÃO FAMILIAR
         SOCIOECONÔMICOS
                                            SITUAÇÃO CONJUGAL
                                            SITUAÇÃO DE MORADIA
                                            SANEAMENTO
                                            Referem-se às queixas do paciente,

                SUBJETIVOS                  podendo também ser incluídos os dados
                                            de história pessoal e familiar, hábitos.
                                            Referem-se aos achados clínicos

                OBJETIVOS                   constatados pelo médico ou profissional
  CLÍNICOS
                                            de saúde (exame físico, sinais vitais).
                                            Referem-se aos resultados de exames e
                AVALIAÇÕES OU
                DECISÕES                    diagnósticos estabelecidos.
                                            Referem-se aos tratamentos instituídos
                PLANOS
                TERAPÊUTICOS                como medicamentos ou procedimentos.
                         (Fonte: adaptada de Sousa (2007))




5.3   Protótipo de Relatório Gerencial


      Segundo Gomes e Costa, apud Loddi et al. (2010), utilizando-se um Sistema
Gerenciador de Bancos de Dados (SGBD), desde que tenha compatibilidade com
ferramentas BI, pode-se gerar um DW para que atenda a necessidade de uma
50


organização de saúde.
      Para representar a abstração de Pessoas no Modelo Transacional, optou-se
por uma estrutura de Generalização/Especialização em que Pessoa passa a ser o
mais alto nível de Generalização, e dele deriva-se Paciente e Funcionário. Com
base em numa modelagem Modelo Entidade Relacionamento (MER), chamado de
Modelo Transacional, apresentado nas figura 5.3.1 e 5.3.2. Ambas as figuras são
visões do mesmo banco de dados, em que a primeira visualiza a definição da
Pessoa (paciente e médico) e seus atributos. E a segunda foca o atendimento do
paciente (LODDI et al., 2010, P. 4).


     Figura 5.3.1 – Modelo entidade Relacionamento Modelo Transacional – Visão do Pessoa




                               (Fonte: adaptada de Loddi et al. (2010))
51


       A figura 5.3.2 ilustra o modelo do relacionamento que servirá como base
para exemplificação de relatórios gerenciais.

           Figura 5.3.2 – Modelo entidade Relacionamento – Visão do Atendimento




                             (Fonte: adaptada de Loddi et al. (2010))




5.4   Exemplos de Aplicações do BI no Sistema PEP


      Em caráter hipotético, gerou-se um exemplo tendo como cenário de um
hospital público cujos gestores gostariam de saber informações clínicas e
demográficas com objetivo de tomar ciência qual a doença que demanda o maior
número de atendimento e qual é a região geográfica desses pacientes. Os gestores
poderão saber que em determinadas regiões, ocorrem um número maior ou menor
de acometimentos de doenças e com isso aprimorar as políticas públicas na área da
saúde.
      As tabelas usadas, neste exemplo, serão: Atendimento, CID, Paciente,
52


Pessoa, Logradouro, Bairro, Cidade, UF. O resultado esperado será a informação da
quantidade dos atendimentos destacando a doença com seu respectivo código CID
relacionando também e região na qual os pacientes residem.
      Seguindo a mesma linha hipotética, ainda como exemplo, poderia gerar um
relatório gerencial que visa mapear quais tipos de doenças em que os profissionais
da saúde costumam fazer um equivocado diagnóstico. Neste caso, seriam cruzadas
os dados de tipos “clínicos” e seus respectivos sub-tipos “subjetivos”, “objetivos”,
“avaliações ou decisões” e “planos terapêuticos” com as tabelas “Atendimento”,
“AtendimentosDiagno”. Fazer uma relação desses dados obtidos com a linha do
tempo e filtrar as diferentes doenças detectadas no mesmo atendimento e, assim,
obter um extrato dos casos possíveis de falhas nos diagnósticos.




5.5   Resultados


      As informações resultantes vão subsidiar a continuidade e a verificação do
estado evolutivo dos cuidados de saúde, quais procedimentos resultam em melhoria
ou não do problema que originou a busca pelo atendimento, a identificação de novos
problemas de saúde e as condutas diagnósticas e terapêuticas associadas.
      A análise conjunta dos dados deve ser capaz de fornecer, por exemplo,
informações agregadas sobre pessoas atendidas, quais tratamentos foram
realizados, quais formas.
      Por meio do BI, é possível obter bons resultados principalmente quando os
gestores não têm ciência das ocorrências e de possíveis problemas, podendo,
então, adequar os processos, reestruturar áreas, economizar custos e uma série de
outras medidas estratégicas (COSTA; QUARESMA; SABBATINI, 2007).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Relatório de Estágio - Marketing Digital
Relatório de Estágio - Marketing Digital Relatório de Estágio - Marketing Digital
Relatório de Estágio - Marketing Digital Mª Luisa Pires
 
Epidemiologia das doenças infecciosas
Epidemiologia das doenças infecciosasEpidemiologia das doenças infecciosas
Epidemiologia das doenças infecciosasAdriana Mércia
 
UFCD - 6581 - GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL EM SAÚDE
UFCD - 6581 - GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL EM SAÚDEUFCD - 6581 - GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL EM SAÚDE
UFCD - 6581 - GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL EM SAÚDEManualis
 
Introdução a Informática
Introdução a InformáticaIntrodução a Informática
Introdução a InformáticaDaniel Brandão
 
Aula 04 ferramentas para autoria de produtos multimídia i
Aula 04   ferramentas para autoria de produtos multimídia iAula 04   ferramentas para autoria de produtos multimídia i
Aula 04 ferramentas para autoria de produtos multimídia iFábio Costa
 
Política Nacional de Atenção básica
Política Nacional de Atenção básicaPolítica Nacional de Atenção básica
Política Nacional de Atenção básicaRenata Cadidé
 
Plano de curso informatica
Plano de curso informaticaPlano de curso informatica
Plano de curso informaticaF Guanambi
 
Apostila parte 1 informatica basica pdf
Apostila parte 1   informatica basica pdfApostila parte 1   informatica basica pdf
Apostila parte 1 informatica basica pdfJohnAguiar11
 
UFCD - 6578 - Cuidados na Saúde Materna
UFCD - 6578 - Cuidados na Saúde MaternaUFCD - 6578 - Cuidados na Saúde Materna
UFCD - 6578 - Cuidados na Saúde MaternaManualis
 
Introdução ao Word
Introdução ao WordIntrodução ao Word
Introdução ao WordArtur Coelho
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágioRosane Garcia
 

Was ist angesagt? (20)

Relatório de Estágio - Marketing Digital
Relatório de Estágio - Marketing Digital Relatório de Estágio - Marketing Digital
Relatório de Estágio - Marketing Digital
 
O Cuidado à Saúde na Atenção Primária
O Cuidado à Saúde na Atenção PrimáriaO Cuidado à Saúde na Atenção Primária
O Cuidado à Saúde na Atenção Primária
 
Epidemiologia das doenças infecciosas
Epidemiologia das doenças infecciosasEpidemiologia das doenças infecciosas
Epidemiologia das doenças infecciosas
 
Apresentação aids
Apresentação aidsApresentação aids
Apresentação aids
 
UFCD - 6581 - GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL EM SAÚDE
UFCD - 6581 - GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL EM SAÚDEUFCD - 6581 - GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL EM SAÚDE
UFCD - 6581 - GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL EM SAÚDE
 
Introdução a Informática
Introdução a InformáticaIntrodução a Informática
Introdução a Informática
 
Aula 04 ferramentas para autoria de produtos multimídia i
Aula 04   ferramentas para autoria de produtos multimídia iAula 04   ferramentas para autoria de produtos multimídia i
Aula 04 ferramentas para autoria de produtos multimídia i
 
Conceitos básicos de Múltimedia
Conceitos básicos de MúltimediaConceitos básicos de Múltimedia
Conceitos básicos de Múltimedia
 
Política Nacional de Atenção básica
Política Nacional de Atenção básicaPolítica Nacional de Atenção básica
Política Nacional de Atenção básica
 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
EDUCAÇÃO EM SAÚDEEDUCAÇÃO EM SAÚDE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
 
3. acolhimento
3. acolhimento3. acolhimento
3. acolhimento
 
Hanseniase
HanseniaseHanseniase
Hanseniase
 
Plano de curso informatica
Plano de curso informaticaPlano de curso informatica
Plano de curso informatica
 
Aula vacina esus
Aula vacina esusAula vacina esus
Aula vacina esus
 
Apostila parte 1 informatica basica pdf
Apostila parte 1   informatica basica pdfApostila parte 1   informatica basica pdf
Apostila parte 1 informatica basica pdf
 
Educação e saúde
Educação e saúde Educação e saúde
Educação e saúde
 
Apresentacao Seminario
Apresentacao SeminarioApresentacao Seminario
Apresentacao Seminario
 
UFCD - 6578 - Cuidados na Saúde Materna
UFCD - 6578 - Cuidados na Saúde MaternaUFCD - 6578 - Cuidados na Saúde Materna
UFCD - 6578 - Cuidados na Saúde Materna
 
Introdução ao Word
Introdução ao WordIntrodução ao Word
Introdução ao Word
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágio
 

Andere mochten auch

Modelo de Planejamento Estratégico Pessoal
Modelo de Planejamento Estratégico PessoalModelo de Planejamento Estratégico Pessoal
Modelo de Planejamento Estratégico PessoalGDS567
 
Administrao de vendas
Administrao de vendasAdministrao de vendas
Administrao de vendascarlaseger
 
Pep Simplificado
Pep SimplificadoPep Simplificado
Pep Simplificadoguest691fd8
 
Monografia Business Intelligence
Monografia Business IntelligenceMonografia Business Intelligence
Monografia Business IntelligenceAurivan
 
Apostila De Dispositivos EléTricos
Apostila De Dispositivos EléTricosApostila De Dispositivos EléTricos
Apostila De Dispositivos EléTricoselkbcion
 
Eneagrama para principiantes
Eneagrama para principiantesEneagrama para principiantes
Eneagrama para principiantesPaloma Ruiz
 
Modelo de-planejamento-estratégico-pessoal-1218846079749849-8.ppt (1)
Modelo de-planejamento-estratégico-pessoal-1218846079749849-8.ppt (1)Modelo de-planejamento-estratégico-pessoal-1218846079749849-8.ppt (1)
Modelo de-planejamento-estratégico-pessoal-1218846079749849-8.ppt (1)FitnFish (ZOEI CO)
 
Gestao Estrategica Vendas
Gestao Estrategica VendasGestao Estrategica Vendas
Gestao Estrategica VendasEuler Nogueira
 

Andere mochten auch (13)

Modelo de Planejamento Estratégico Pessoal
Modelo de Planejamento Estratégico PessoalModelo de Planejamento Estratégico Pessoal
Modelo de Planejamento Estratégico Pessoal
 
YPB Marketing Digital http://ypb.marketing/
YPB Marketing Digital http://ypb.marketing/YPB Marketing Digital http://ypb.marketing/
YPB Marketing Digital http://ypb.marketing/
 
Administrao de vendas
Administrao de vendasAdministrao de vendas
Administrao de vendas
 
Pep Simplificado
Pep SimplificadoPep Simplificado
Pep Simplificado
 
Monografia Business Intelligence
Monografia Business IntelligenceMonografia Business Intelligence
Monografia Business Intelligence
 
Eneagrama
Eneagrama Eneagrama
Eneagrama
 
Apostila De Dispositivos EléTricos
Apostila De Dispositivos EléTricosApostila De Dispositivos EléTricos
Apostila De Dispositivos EléTricos
 
Eneagrama para principiantes
Eneagrama para principiantesEneagrama para principiantes
Eneagrama para principiantes
 
Modelo de-planejamento-estratégico-pessoal-1218846079749849-8.ppt (1)
Modelo de-planejamento-estratégico-pessoal-1218846079749849-8.ppt (1)Modelo de-planejamento-estratégico-pessoal-1218846079749849-8.ppt (1)
Modelo de-planejamento-estratégico-pessoal-1218846079749849-8.ppt (1)
 
Indicadores De Rh
Indicadores De RhIndicadores De Rh
Indicadores De Rh
 
Pós pesquisa de marketing
Pós pesquisa de marketingPós pesquisa de marketing
Pós pesquisa de marketing
 
Apostila de Treinamento de Vendas
Apostila de Treinamento de Vendas  Apostila de Treinamento de Vendas
Apostila de Treinamento de Vendas
 
Gestao Estrategica Vendas
Gestao Estrategica VendasGestao Estrategica Vendas
Gestao Estrategica Vendas
 

Ähnlich wie BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).

SIQA - Sistema Indicador de Qualidade de Atividade
SIQA - Sistema Indicador de Qualidade de AtividadeSIQA - Sistema Indicador de Qualidade de Atividade
SIQA - Sistema Indicador de Qualidade de AtividadeUNIEURO
 
Conceitos estatistica
Conceitos estatisticaConceitos estatistica
Conceitos estatisticaJuliana Ardel
 
Plano de Projeto de Software - SIUR
Plano de Projeto de Software - SIURPlano de Projeto de Software - SIUR
Plano de Projeto de Software - SIUREdgar Lima
 
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURAESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURASabrina Mariana
 
Data mining: Auxiliando as empresas na tomada de decisão
Data mining: Auxiliando as empresas na tomada de decisãoData mining: Auxiliando as empresas na tomada de decisão
Data mining: Auxiliando as empresas na tomada de decisãoAntonioEE256
 
Sistema de integração de Informações Médicas (SIIM) - Versão artigo
Sistema de integração de Informações Médicas (SIIM) - Versão artigoSistema de integração de Informações Médicas (SIIM) - Versão artigo
Sistema de integração de Informações Médicas (SIIM) - Versão artigoJerônimo Medina Madruga
 
Repositório do Parque Tecnológico da PMSP
Repositório do Parque Tecnológico da PMSPRepositório do Parque Tecnológico da PMSP
Repositório do Parque Tecnológico da PMSPMário Januário Filho
 
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledoPortais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledoJose Rudy
 
Audit 01-apostila-auditoria-em-si
Audit 01-apostila-auditoria-em-siAudit 01-apostila-auditoria-em-si
Audit 01-apostila-auditoria-em-siAlves Albert
 
Trabalho de diplomação I
Trabalho de diplomação ITrabalho de diplomação I
Trabalho de diplomação IEdmilson Hora
 
Manual de auditoria do sih denasus
Manual de auditoria do sih denasusManual de auditoria do sih denasus
Manual de auditoria do sih denasusElisabete Teixeira
 
PI IV - DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE TI
PI IV - DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE TIPI IV - DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE TI
PI IV - DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE TINilo Basílio
 
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ESREFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ESLuiz Aquino
 
Saude do trabalhador
Saude do trabalhadorSaude do trabalhador
Saude do trabalhadorJoanna Alves
 

Ähnlich wie BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP). (20)

SIQA - Sistema Indicador de Qualidade de Atividade
SIQA - Sistema Indicador de Qualidade de AtividadeSIQA - Sistema Indicador de Qualidade de Atividade
SIQA - Sistema Indicador de Qualidade de Atividade
 
Conceitos estatistica
Conceitos estatisticaConceitos estatistica
Conceitos estatistica
 
Plano de Projeto de Software - SIUR
Plano de Projeto de Software - SIURPlano de Projeto de Software - SIUR
Plano de Projeto de Software - SIUR
 
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURAESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
 
Data mining: Auxiliando as empresas na tomada de decisão
Data mining: Auxiliando as empresas na tomada de decisãoData mining: Auxiliando as empresas na tomada de decisão
Data mining: Auxiliando as empresas na tomada de decisão
 
Sistema de integração de Informações Médicas (SIIM) - Versão artigo
Sistema de integração de Informações Médicas (SIIM) - Versão artigoSistema de integração de Informações Médicas (SIIM) - Versão artigo
Sistema de integração de Informações Médicas (SIIM) - Versão artigo
 
Repositório do Parque Tecnológico da PMSP
Repositório do Parque Tecnológico da PMSPRepositório do Parque Tecnológico da PMSP
Repositório do Parque Tecnológico da PMSP
 
Projeto final
Projeto finalProjeto final
Projeto final
 
TCC ANDRE ABEKAWA - Fatec (Primeira Versão)
TCC ANDRE ABEKAWA - Fatec (Primeira Versão)TCC ANDRE ABEKAWA - Fatec (Primeira Versão)
TCC ANDRE ABEKAWA - Fatec (Primeira Versão)
 
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledoPortais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
 
Audit 01-apostila-auditoria-em-si
Audit 01-apostila-auditoria-em-siAudit 01-apostila-auditoria-em-si
Audit 01-apostila-auditoria-em-si
 
Trabalho de diplomação I
Trabalho de diplomação ITrabalho de diplomação I
Trabalho de diplomação I
 
Manual de auditoria do sih denasus
Manual de auditoria do sih denasusManual de auditoria do sih denasus
Manual de auditoria do sih denasus
 
Boletim de Serviços ESAG_1_quadrimestre_de_2012_19.06.2012
Boletim de Serviços ESAG_1_quadrimestre_de_2012_19.06.2012Boletim de Serviços ESAG_1_quadrimestre_de_2012_19.06.2012
Boletim de Serviços ESAG_1_quadrimestre_de_2012_19.06.2012
 
Para entender gestao
Para entender gestaoPara entender gestao
Para entender gestao
 
Oficina qualificacão nasf
Oficina qualificacão  nasfOficina qualificacão  nasf
Oficina qualificacão nasf
 
PI IV - DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE TI
PI IV - DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE TIPI IV - DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE TI
PI IV - DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE TI
 
Monografia - André Luiz Jamarino Abekawa
Monografia - André Luiz Jamarino AbekawaMonografia - André Luiz Jamarino Abekawa
Monografia - André Luiz Jamarino Abekawa
 
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ESREFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
 
Saude do trabalhador
Saude do trabalhadorSaude do trabalhador
Saude do trabalhador
 

Kürzlich hochgeladen

ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docxATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx2m Assessoria
 
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdfProgramação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdfSamaraLunas
 
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx2m Assessoria
 
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemploPadrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemploDanilo Pinotti
 
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx2m Assessoria
 
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdfLuís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdfLuisKitota
 
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx2m Assessoria
 
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object CalisthenicsBoas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object CalisthenicsDanilo Pinotti
 
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx2m Assessoria
 

Kürzlich hochgeladen (9)

ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docxATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
 
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdfProgramação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
 
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
 
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemploPadrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
 
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
 
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdfLuís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
 
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
 
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object CalisthenicsBoas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
 
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx
 

BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).

  • 1. CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO BERNARDO FÚLVIO AMATO DANTAS FONSECA BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP). São Bernardo do Campo 2010
  • 2. CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO BERNARDO FÚLVIO AMATO DANTAS FONSECA BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP). Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Tecnológo, no Curso de Informática para a Gestão de Negócios da FATEC-SB São Bernardo do Campo 2010
  • 3. O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano (Isaac Newton)
  • 4. Dedicatória Realizar um trabalho como este implica empenho, concentração, rigor, e o acompanhamento e estímulo das pessoas que estão mais próximas. Na conclusão desta etapa da minha formação acadêmica fico muito grato a orientadora e professora Sueli Loddi.
  • 5. AGRADECIMENTOS A minha amiga, companheira e namoradora Cristiane Loureiro da Silva que sempre me motivou por meio do incondicionado apoio nos momentos duros e exaustivos. Agradecimentos especiais para a família Fonseca e Amato que também estiveram ao meu lado quando precisei. E a gratidão eterna que tenho pela minha querida mãe Angelina Amato (in memorium) responsável pela construção do meu caráter e dos meus valores.
  • 6. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo analisar a utilidade de relatórios gerenciais, como uma ferramenta de Business Intelligence (BI) aplicados no sistema do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Com a introdução e disseminação dos sistemas PEPs ocorreram vantagens para profissionais de saúde e pacientes: fonte para avaliação e tomada de decisão; suporte à pesquisa clínica, estudo epidemiológicos, avaliação da qualidade do atendimento e ensaios clínicos; gerenciamento e serviços como faturamento, autorização de procedimentos, administração e custos. A metodologia de pesquisa foi realizada de acordo com GIL (2002), como a análise teórica e a exposição de exemplos. Dessa forma, foram criados cenários fictícios na área da saúde com necessidades hipotéticas em que as aplicações dos relatórios gerenciais podem auxiliar em: mapeamento de regiões sobre as quais advêm pacientes com determinados tipos de doenças; identificar possíveis equívocos médicos sobre diagnósticos imprecisos, dentre outros. Os resultados obtidos demonstram que é perfeitamente possível realizar o monitoramento, o mapeamento e a identificação de processos em atendimentos clínicos em visão macro de todos os envolvidos ou descobrir falhas pontuais que poderiam ser evitadas com implantação de novo procedimentos preventivos. As considerações finais apontam que os relatórios gerenciais servem como instrumentos de análise em todo o sistema de atendimento da saúde. Assim será possível a melhoria da qualidade do atendimento, definição de novos procedimentos, implantação de políticas públicas, informações sobre focos e origens geográficas de doenças, perfis de pacientes que mais sofrem enfermidades, e até, em nível mais amplo, a prevenção e o controle de pandemias. Poderá ser uma importante ferramenta ao governo cujo papel é promover o acesso universal e igualitário à saúde, mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco e serviços para sua promoção, proteção e recuperação do cidadão. Palavras-chave: Sistemas de saúde. Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Business Intelligence (BI). Relatórios gerenciais. Mapeamento. Processos.
  • 7. Lista de ilustrações Figura 1.3.1 - Fluxo de dados e informações no BI....................................... 17 Figura 1.5.1 – Ciclo de Tomada de Decisão ................................................. 20 Figura 2.1 – Fases entre Dado e Conhecimento ......................................... 22 Figura 2.5.1 – Arquitetura de um Sistema OLAP .......................................... 28 Figura 2.5.2 – Esquema DW ........................................................................ 29 Figura 3.1 – Arquitetura Genérica da Data Warehouse ................................ 32 Figura 2.3.1 - Data Warehouse ................................................................... 36 Figura 4.6.2.1 -. Desvantagens do PEP. ..................................................... 43 Figura 5.3.1 – Modelo entidade Relacionamento Modelo Transacional – 49 Visão do Pessoa .......................................................................................... Figura 5.3.2 – Modelo entidade Relacionamento – Visão do Atendimento .. 50
  • 8. Lista de Tabelas e Quadros Quadro 1.2.1 – Linguagens de Programação ............................................... 13 Quadro 1.2.2 – Definições Técnicas ............................................................. 15 Quadro 1.2.3 Evolução do BI ........................................................................ 16 Quadro 1.6.1 – Classificação de Ferramentas ............................................. 20 Quadro 1.6.1.1 - Exemplos de Ferramentas BI ............................................ 21 Quadro 2.1.1 - Tipologia da Informação I ..................................................... 23 Quadro 2.1.2 - Tipologia da Informação II .................................................... 23 Quadro 2.1.3 - Tipologia da Informação III .................................................. 23 Quadro 3.2.1 – Característica do DW ........................................................... 33 Quadro 4.2.1 - Definições de Prontuário Eletrônico do Paciente ................ 38 Quadro 4.2.2 - Definições de Registro Computadorizado PEP ................... 39 Quadro 4.5.1 - Sistemas PEPs .................................................................... 41 Quadro 4.6.1.1 - Vantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente .............. 42 Quadro 4.7.1 – Classificação de Padrões do Sistema PEP ......................... 44 Tabela 5.2.1. – Dados Analisados ................................................................. 48
  • 9. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BI Business Intelligence CPD Centro de Processamento de Dados DM Data Mart DSS Decision Support System DTD Document Type Definitions DW Data Warehouse EIS Executive Information Systems ERP Enterprise Resource Plainning ETC Extração, Treinamento e Carga HL7 Health Level Seven MIT Massachussets Institute of Tecnology ODS Operacional Data Store OLAP On-line Analytical Processing PEP Prontuário Eletrônico do Paciente SAD Sistemas de Apoio a Decisão SBIS Sociedade Brasileira de Informática em Saúde SGBD Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados SIAD Sistemas Inteligentes de Apoio a Decisão
  • 10. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12 1 BUSINESS INTELLIGENCE (BI) ................................................... 13 1.1 Histórico ........................................................................................................ 13 1.2 Evolução ........................................................................................................ 13 1.3 Conceito de BI ............................................................................................... 18 1.4 Objetivos do BI ............................................................................................. 19 1.5 A Importância do BI ...................................................................................... 21 1.6 Ferramentas de Business Intelligence........................................................ 21 1.6.1 Exemplos de Ferramentas de Business Intelligence ................................ 22 2 DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO ............................... 23 2.1 Tipologia da Informação............................................................................... 25 2.2 Informação como Recurso Estratégico ...................................................... 26 2.3 Informação Personalizada ........................................................................... 27 2.4 Sistemas de Apoio a Gestão (SAD) ............................................................. 27 2.5 Sistema Inteligentes de Apoio a Decisão (SIAD)........................................ 29 3 DATA WAREHOUSE (DW) ............................................................ 33 3.1 Características da Tecnologia da Data Warehousing ................................ 34 3.2 A Importância do Data Warehouse .............................................................. 35 3.3 O Ambiente de Data Warehouse .................................................................. 36 4 PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) .................. 39 4.1 Introdução ..................................................................................................... 39 4.2 Definição........................................................................................................ 39 4.3 Finalidade ...................................................................................................... 42 4.4 História do Prontuário Médico ..................................................................... 43 4.5 História do Prontuário Eletrônico do Paciente – PEP .............................. 43 4.6 Vantagens e Desvantagens do PEP ........................................................... 44 4.7 Padronização das Informações no PEP ..................................................... 47 4.7.1 Padronização HL7 ....................................................................................... 48 4.7.2 Padronização das Informações no PEP tipo DATASUS ............................ 48 4.7.3 Padronização SBIS ...................................................................................... 49 5 RELATÓRIOS GERENCIAIS BI APLICADOS AO PEP ............... 50 5.1 Introdução .................................................................................................... 50
  • 11. 5.2 Dados Analisados ........................................................................................ 50 5.3 Protótipo de Relatório Gerencial ................................................................ 51 5.4 Exemplos de Aplicações do BI no Sistema PEP ........................................ 53 5.5 Resultados .................................................................................................... 54 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 55 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 56 8 REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ......................................... 59
  • 12. 12 INTRODUÇÃO O registro das informações sobre o atendimento aos pacientes é a tarefa diária de todos aqueles que trabalham na área de saúde. O chamado Prontuário Médico, ou Prontuário do Paciente, ou ainda Registro Médico, é o agrupamento das anotações dessas informações. O prontuário em papel vem sendo usado há milhares de anos, já desde os tempos de Hipócrates, na Grécia antiga século V a.C, passando por diversas transformações ao longo do tempo. Com a evolução da Informática nos hospitais, nasceu o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), visando melhorar a eficiência e organização do armazenamento das informações de saúde, com a promessa de não só substituir o prontuário em papel, mas também elevar a qualidade da assistência à saúde por meio de novos recursos e aplicações. As tecnologias de Business Intelligence tornam possível criar cenários reais e conhecer a realidade e o histórico de procedimentos médicos aos quais os pacientes são submetidos no decorrer de suas vidas. É de suma importância que os profissionais da saúde tenham acesso eficaz e eficiente a tais informações. Prognósticos mais detalhados e precisos serão o resultado da combinação de Business Intelligence nos sistemas PEP. Dessa maneira, os recursos públicos e privados serão aplicados com maior eficiência nas áreas que realmente necessitam. Além de poder fazer todo o mapeamento das principais enfermidades, causas, conseqüências, tipos de pacientes, tipos de tratamentos, entre outros. O objetivo deste trabalho é explorar as tecnologias de BI aplicadas nos sistemas PEP, e propor o uso de relatórios gerenciais como ferramentas de gestão e de estratégias para tomadas de decisão. Para atingir este objetivo o trabalho se valerá de uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos, congressos e material da internet intensamente selecionado (GIL, 2002). E o trabalho está organizado da seguinte forma: Capítulo 1 - Business Intelligence (BI); Capítulo 2 - Dado, Informação e Conhecimento; Capitulo 3 - Data Warehouse; Capítulo 4 - Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP); Capítulo 5 - Relatórios Gerenciais Bi Aplicados ao PEP; Capítulo 6 – Considerações Finais.
  • 13. 13 1. BUSINESS INTELLIGENCE (BI) 1.1 Histórico O termo BI surgiu com a patente do Grupo Gartner1. Traduzido ao português seu significado é Inteligência de Negócios. É conhecido amplamente no mercado da tecnologia da informação como BI (GARTNER, 2010). Para Primak (2006, p. 3) “o conceito de BI já era utilizado pelos povos antigos”. A sociedade do Oriente Médio antigo utilizava os princípios básicos do BI quando cruzavam informações obtidas junto à natureza em benefício de suas aldeias. Analisar comportamentos das correntes marítimas, os períodos chuvosos e de seca, a posição dos astros e até as migrações do reino animal. Tais informações obtidas seriam utilizadas para tomadas de decisão importantes o que permitiria a melhoria de vida de suas respectivas comunidades. A sociedade moderna mudou desde então, no entanto o conceito permanece inalterado. A necessidade de cruzar informações para a realização de uma eficaz gestão é uma realidade igualmente ao do passado. 1.2 Evolução O atual interesse pelo BI vem crescendo na medida em que sua utilização possibilita as organizações realizarem uma série de analises e projeções, de forma a agilizar os processos relacionados às tomadas de decisão (PRIMAK, 2006, p. 17). Na década de 1960, quando os computadores deixaram de ocupar salas enormes, na medida em que diminuíram de tamanho e, ao mesmo tempo, as empresas passaram a perceber os dados como uma possível e importante fonte geradora de informações decisórias e que renderiam eventuais lucros. Porém, na época ainda não existiam recursos como hardware e software que possibilitassem 1 Grupo Gartner. Empresa fundada em 1979, por Gideon Gartner, com sede em Stamford, Connecticut, Estados Unidos. Desenvolve tecnologias relacionadas ao estudo necessário para que seus clientes tomem decisões estratégicas. (GARTNER, 2010)
  • 14. 14 uma análise real e consistente desses dados, para a tomada efetiva de decisão. As informações eram reunidas de maneira integrada, resultado de softwares transacionais estabelecidos em dados hierárquicos. Contudo, reunidos como blocos fechados, permitiam uma visão singular sem trazer ganhos de decisão de negócios. Essa foi a fase do final da década de 1960, período dos cartões perfurados, sendo as três principais linguagens de programação, detalhadas no quadro 1.2.1 Linguagens de Programação a seguir. Quadro 1.2.1 - Linguagens de Programação Nome Descrição O COBOL foi criado em 1959 durante o Conference on Data Systems Language (CODASYL), um dos três comitês propostos numa reunião no Pentágono em Maio de 1959, organizado por Charles Phillips do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Este nome é a sigla de COmmon Business Oriented Language (Linguagem Orientada aos Negócios), que define seu objetivo principal em sistemas comerciais, COBOL financeiros e administrativos para empresas e governos. Foi constituído por membros representantes de seis fabricantes de computadores e três órgãos governamentais, a saber: Burroughs Corporation, IBM, Minneapolis-Honeywell (Honeywell Labs), RCA, Sperry Rand, e Sylvania Electric Products, e a Força Aérea dos Estados Unidos, o David Taylor Model Basin e a Agência Nacional de Padrões (National Bureau of Standards ou NBS). A família de linguagens de programação conhecida globalmente como Fortran foi desenvolvida a partir da década de 1950 e continua a ser usada hoje em dia. O nome é um acrônimo da expressão "IBM Mathematical FORmula TRANslation System". As versões iniciais da linguagem eram conhecidas como FORTRAN, mas a capitalização foi ignorada em versões recentes da linguagem começando a partir do FORTRAN Fortran 90. Os padrões oficiais da linguagem referem-se a ela atualmente como "Fortran". A linguagem Fortran é principalmente usada em Ciência da Computação e Análise Numérica. Apesar de ter sido inicialmente uma linguagem de programação procedural, versões recentes de Fortran possuem características que permitem suportar programação orientada por objetos. Assembly ou linguagem de montagem é uma notação legível por humanos para o código de máquina que uma arquitetura de computador específica ASSEMBLY usa. A linguagem de máquina, que é um mero padrão de bits, torna-se legível pela substituição dos valores em bruto por símbolos chamados mnemônicos. (Fonte: adaptada de Manzano (2004), Cunha (2005), Sammet (1981))
  • 15. 15 A mudança ocorreu na década de 1970, com a evolução das formas de armazenamento e acesso a dados – DASD (Direct Access Storage Device) – dispositivo de armazenamento, e SGBD (Sistema de Gerenciador de Banco de Dados). Dessa maneira, o computador passou a ser visto como um coordenador central para atividades da empresa e o banco de dados foi eleito como recurso básico para assegurar a vantagem competitiva no mercado (PRIMAK, 2006, p. 4). O termo BI surgiu na década de 1980 no Gartner Group e faz referência ao processo inteligente de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoração de dados contidos em Data Warehouse (DW) e Data Marts (DM), gerando informações para o suporte à tomada de decisões. No início da década de 1990, grande maioria das organizações já contava com Centro de Processamento de Dados (CPD)2 que embora mantivesse estoque de dados, proporcionava pouquíssima disponibilidade de informação. No mesmo período, surgiu o DW que é uma grande base de dados, ou seja, um repositório único de dados, os quais foram consolidados e organizados (TURBAN, et al., 2005, p. 28). O mercado passou a se interessar pelas soluções de BI, de forma mais expressiva principalmente no final de 1996, quando o conceito começou a ser espalhado como um processo de evolução do Executive Information Systems (EIS), um sistema criado no final da década de 1970 a partir dos trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores do Massachusets Institute of Tecnology (MIT). O EIS é uma tecnologia de software cujo objetivo principal é fornecer informações empresariais a partir de uma base de dados. Permite ainda o acompanhamento diário de resultados, tabulando dados de todas as áreas funcionais, para depois exibi-los de forma simplificada, sendo de fácil análise e compreensão para aqueles que não possuem profundos conhecimentos sobre tecnologia (BARBIERI, 2001, p. 43). Com a evolução natural da tecnologia, o termo BI ganhou maior abrangência e importância, embutindo uma série de ferramentas como o próprio EIS e mais as soluções Decision Support System (DSS) que são sistemas mais complexos que permitem total acesso à base de dados corporativos, modelagem de problemas, simulações e possuem uma interface amigável. Além disso, auxiliam o executivo em todas as fases de tomada de decisão, principalmente, nas etapas de 2 CPD - local onde são concentrados os equipamentos de processamento e armazenamento de dados de uma empresa ou organização.
  • 16. 16 desenvolvimento, comparação e classificação dos riscos, além de fornecer subsídios para a escolha de uma boa alternativa. Como exemplo: planilhas eletrônicas, geradores de consultas e de relatórios, Data Marts, Data Mining, ferramentas On-line Analytical Processing (OLAP), entre outras, que têm como objetivo facilitar e agilizar a atividade comercial, dinamizar a capacidade de tomar decisões e refinar estratégia de relacionamento com os devidos clientes, respondendo às necessidades do setor coorporativo. O quadro 1.2.2 descreve as definições técnicas a respeitos das tecnologias informadas nos parágrafos anteriores. Quadro 1.2.2 – Definições Técnicas NOME SIGLA DESCRIÇÃO Também conhecido como armazém de dados é um sistema de computação utilizado para armazenar informações relativas às DATA atividades de uma organização em bancos de dados, de forma DW WAREHOUSE consolidada. O desenho da base de dados favorece os relatórios, a análise de grandes volumes de dados e a obtenção de informações estratégicas que podem facilitar a tomada de decisão. Família de linguagens de programação conhecida globalmente como Fortran . Foi desenvolvida a partir da década de 1950 e continua a ser usada hoje em dia. O nome é um acrônimo da DATA MART DM expressão "IBM Mathematical Formula Translation System". da Cunha, Rudnei Dias, "Introdução à Linguagem de Programação Fortran 90", Editora da UFRGS, Porto Alegre, 2005. É a capacidade para manipular e analisar um grande volume de ONLINE dados sob múltiplas perspectivas. As aplicações OLAP são usadas ANALYTICAL OLAP pelos gestores em qualquer nível da organização para lhes permitir PROCESSING análises comparativas que facilitem a sua tomada de decisões diárias. Também conhecida como linguagem de montagem é uma notação legível por humanos para o código de máquina que uma arquitetura de computador específica usa. A linguagem de máquina, que é um DATA MINING - mero padrão de bits, torna-se legível pela substituição dos valores em bruto por símbolos chamados mnemônicos. Manzano, José Augusto N. G., Fundamentos em Programação Assembly, (2004, Ed. Érica) (Fonte: Manzano (2004), Cunha (2005), Sammet (1981))
  • 17. 17 A historia do BI também está relacionada diretamente ao Enterprise Resource Planning (ERP)3, que são os sistemas integrados de gestão empresarial, os quais registram, processam e documentam cada fato novo na engrenagem corporativa e distribuem a informação de maneira clara e segura, em tempo real e em todas as filiais. Esses softwares, na maioria dos casos, possuem módulos de BI cada vez mais sofisticados (PRIMAK, 2006, p. 28). O Quadro 1.2.3 demonstra as fases históricas do desenvolvimento do BI. Quadro 1.2.3 Evolução do BI PERÍODO ACONTECIMENTO - Povos do Oriente Médio cruzavam informações da natureza, marés, entre Idade Antiga outros, para analisar a viabilidade do cultivo de determinadas espécies, período de pesca abundante, entre outros. - Rainha Elizabeth I determinou que a base da força inglesa fosse “informação e comercio” e ordenou então ao filósofo Francis Bacon que inventasse um Século XVI sistema dinâmico de informação, o qual foi amplamente aplicado pelos ingleses. - Evolução dos computadores que deixaram de ocupar salas enormes, na medida em que diminuíram de tamanho; - As empresas passaram a perceber os dados como uma possível e importante Década de 1960 fonte geradora de informações decisórias e que renderiam eventuais lucros; - Época dos cartões perfurados; - Predominância das linguagens de programação Cobol, ASSEMBLY e FORTRAN. - Evolução das formas de armazenamento e acesso a dados SGBD (Sistema de Década de 1970 Gerenciamento de Banco de Dados); - Desenvolvido o EIS. - Desenvolvimento e evolução das linguagens de programação Clipper e Pascal; Década de 1980 - Início da aplicação do termo Business Intelligence. - Inicio do uso do CPD nas empresas; Década de 1990 - Desenvolvimento do Data Warehouse; - O setor corporativo passou a se interessar pelas soluções de BI. - A evolução dos conceitos de DSS (Decision Support System) – sistema de suporte a decisão, planilhas eletrônicas, geradores de consultas e de relatórios, Década de 2000 Data Marts, Data Mining, ferramentas OLAP, entre outras. - Estreitamento das conexões entre o BI e o ERP (Fonte: PRIMAK (2006)) 3 ERP (Enterprise Resource Planning) ou SIGE (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, no Brasil) são sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema (GONÇALVES, 2003, p. 51)
  • 18. 18 1.3 Conceito de BI O termo Business Intelligence (BI), pode ser traduzido como Inteligência de Negócios, refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios. Business Intelligence é a denominação que se dá ao conjunto de ferramentas que manipula uma massa de dados operacional e extrai informação empresarial capaz de dar suporte aos processos decisórios, táticos e estratégico de forma a permitir a obtenção e manutenção de vantagens competitivas pela organização (KEMCZINSKI, 2002, p. 35). Para Turban (et al., 2009, p. 40): Business Intelligence é uma categoria ampla de aplicações e técnicas para coletar, armazenar, analisar e oferecer acesso aos dados e ajudar os usuários da empresa a fazerem melhores negócios e tomarem melhores decisões estratégicas. A figura 1.3.1 demonstra a ideia de funcionamento do Business Intelligence. Figura 1.3.1. Fluxo de dados e informações no BI (Fonte: adaptada de Bispo (1998))
  • 19. 19 O conceito de Business Intelligence, de acordo com Barbieri (2001, p. 21), pode ser entendido como a utilização de variadas fontes de informação para se definir estratégias de competitividade nos negócios de uma empresa. Atualmente, segundo Dresner (2010, p. 3), o conceito de BI é um pouco diferente do que se pretendia inicialmente, pois sempre se fala de como entregar informações para os usuários sem que seja necessário ser um especialista em pesquisa operacional. Inicialmente, algumas companhias tentaram tornar o termo mais abrangente, incluindo conteúdo não-estruturado. As informações estruturadas trazem muito mais valor para o negócio. O BI está no meio, os dados estruturados estão em uma ponta e os usuários estão na outra (EDEN, 2010, p. 4). 1.4 Objetivos do BI O grande objetivo do Business Intelligence é proporcionar independência aos gestores em suas necessidades de informação, de modo a fornecer informações e conhecimentos estratégicos para auxiliar os processos decisórios dos gestores. (MACHADO, 2008, p. 52). De acordo com Mylius (2004, p. 23) “ a inteligência Empresarial ou Business Intelligence, tem como função promover habilidades para as corporações acessarem dados e explorar informações”. As organizações tipicamente recolhem informações com a finalidade de avaliar o ambiente empresarial, completando estas informações com pesquisas de marketing, industriais e de mercado, além de análises competitivas. Organizações competitivas conseguem proveito à medida que ganham sustentação na sua vantagem competitiva, podendo considerar como aspecto central para competir em alguns mercados. Geralmente, os coletores de BI obtêm as primeiras fontes de informação dentro das suas empresas. Cada fonte ajuda quem tem que decidir a entender como o poderá fazer da forma mais correta possível (MYLIUS, 2004, p. 24). As segundas fontes de informações incluem as necessidades do consumidor, processo de decisão do cliente, pressões competitivas, condições industriais
  • 20. 20 relevantes, aspectos econômicos e tecnológicos e tendências culturais. Cada sistema de BI determina uma meta específica, tendo por base o objetivo organizacional ou a visão da empresa, existindo em ambos objetivos, sejam eles de longo ou curto prazo (TURBAN et al., 2009, p. 41). Business Intelligence, para Mylius (2004, p. 48), “é útil por que é uma tecnologia que permite que as empresas organizem enormes quantidades de dados, de forma rápida, meticulosa e com grande precisão analítica, para melhor tomada de decisões”. Portanto, conclui-se que o BI pode ser adotado para atingir muitas metas, tais como novas oportunidades, auxiliar em uma visão mais profunda do consumidor, aumentar as vendas, reduzir os custos, ajustar orçamentos, entre outros. Por meio do BI pode-se também substituir relatórios e procedimentos de relatos estáticos por relatórios dinâmicos e em tempo real, permitindo que as ações sejam realizadas a qualquer momento. 1.5 A Importância do BI A informação é a base para a construção do conhecimento. Dessa maneira, a informação não é conhecimento, mas sim componente deste. A gestão do conhecimento é um processo que visa abstrair o capital intelectual captando conhecimentos tácitos individuais, registrando e armazenando-os em sistemas computacionais específicos para esse fim, tornando acessível o conhecimento composto por informações (MYLIUS, 2004, p. 52). Segundo Primak (2006, p. 23) “É indiscutível a relevância da disponibilidade das informações apropriadas para o administrador no processo decisório, principalmente no momento da tomada de decisão.” Entende-se, assim, que a informação servirá como instrumento de avaliação da qualidade de decisão tomada por meio da alimentação de um processo de feedback. A figura 1.5.1 “Ciclo de Tomada de Decisão” demonstra com clareza todo o processo da tomada de decisão.
  • 21. 21 TOMADA DE DECISÃO RECOMENDAÇÕES DE IMPLANTAÇÃO MUDANÇAS AVALIAÇÃO DE DECISÃO Figura 1.5.1 – Ciclo de Tomada de Decisão - (Fonte: Primak (2006)) 1.6 Ferramentas de Business Intelligence Segundo Barbieri (2001, p. 34), de uma maneira geral, as ferramentas para um ambiente de Business Intelligence podem ser classificadas como construção, gerência, uso e armazenamento. O quadro 1.6.1- Classificação de Ferramentas a seguir apresenta detalhes sobre as ferramentas e as respectivas descrições. Quadro 1.6.1 – Classificação de Ferramentas CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO Têm o objetivo de auxiliar no processo de extração de dados das fontes diversas, seu tratamento de preparação, transformação e sua carga nas Construção estruturas finais do Data Warehouse. Realizam processos de união de fontes diferentes, facilitando a busca em ambientes heterogêneos. Objetivam auxiliar o processo de armazenamento e de utilização do Data Warehouse e do repositório, onde residem as informações de metadados, Gerência responsáveis pela definição das estruturas e dos processos de transformação desejados. As ferramentas de uso são, na essência, os mecanismos, através dos quais os usuários manipulam os dados no Data Warehouse e obtém as Uso informações requeridas. Também denominadas ferramentas de uso final “front-end”. (Fonte: adaptada de Barbieri (2001))
  • 22. 22 1.6.1 Exemplos de Ferramentas de Business Intelligence No BI é encontrada uma grande quantidade de ferramentas e técnicas desenvolvidas, para atividades como extração de dados de diversas fontes, o armazenamento de forma estruturada, processos de transformação desejados e proporcionar ao usuário a manipulação desses dados obtendo a informações requeridas (PRIMAK, 2006, p. 45). Segundo Turban et al. (2005), as principais aplicações incluem as atividades de consulta e relatório, processamento analítico on-line (On-line Analytical Processing - OLAP), apoio a decisão, Data Mining, previsão e análise estatística. No quadro 1.6.1.1 estão descritos os principais nomes de ferramentas BI. Quadro 1.6.1.1 Exemplos de Ferramentas BI Ferramentas BI Descrição Também conhecido como depósito de dados, é um sistema de computação utilizado para armazenar informações relativas às atividades de uma organização em bancos de dados, de forma Data Warehouses consolidada. O desenho da base de dados favorece os relatórios, a análise de grandes volumes de dados e a obtenção de informações estratégicas que podem facilitar a tomada de decisão. Tipo de programa de computador que utiliza tabelas para realização de cálculos ou apresentação de dados. Cada tabela é Planilhas Eletrônicas formada por uma grade composta de linhas e colunas. As planilhas são utilizadas principalmente para aplicações financeiras e pequenos bancos de dados. Geradores de Ferramenta que permite criar consultas utilizando motor de Consultas e Relatórios consultas do SQL. Enterprise Information System pode ser definido como uma tecnologia de informação que tem como objetivo principal dar EIS suporte à tomada de decisão, através do acesso fácil a informações internas e externas que são relevantes para os fatores críticos de sucesso da organização. Também conhecido como repositório de dados é um sub-conjunto de dados de um Data Warehouse. Geralmente são dados Data Marts referentes a um assunto em especial Exemplo: Vendas, Estoque, Controladoria, outros. É o processo de explorar grandes quantidades de dados à procura de padrões consistentes, como regras de associação ou Data Mining sequências temporais, para detectar relacionamentos sistemáticos entre variáveis, detectando assim novos subconjuntos de dados. Ferramenta para manipular e analisar um grande volume de dados Ferramentas OLAP sob múltiplas perspectivas. (Fonte: adaptada de Barbieri, (2001))
  • 23. 23 2. DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO A sociedade da informação e sua relação com a economia de um país reside nas estruturas de comunicação, apoiadas em tecnologias da informação e, o mais importante, o conhecimento. Sua geração, armazenamento e disseminação, ou seja, o que se denomina atualmente de 'nova economia', é a associação da informação ao conhecimento, sua conectividade e apropriação econômica e social. Além disso, exige dos diferentes segmentos econômicos uma mudança significativa no processo produtivo e de inovação. Os termos 'dado', 'informação' e 'conhecimento', serão conceituados neste momento, uma vez que se confundem pela proximidade do seu significado. O termo 'dado' aparece muito na literatura da área de Ciência da Informação e de Informática. É definido como um conjunto de registros qualitativos ou quantitativos conhecido que organizado, agrupado, categorizado e padronizado adequadamente transforma-se em informação" (MIRANDA, 1999, p.285). O termo 'informação' é conceituado por vários autores, entre eles: Wurman entende que esse termo só pode ser aplicado à "aquilo que leva à compreensão (...) O que constitui informação para uma pessoa pode não passar de dados para outra" (MYLIUS, 2004, p.43). A Figura 2.1 ilustra as fases entre o dado e até a sua transformação em conhecimento. Figura 2.1 – Fases entre Dado e Conhecimento (Fonte: Turban et al., (2005))
  • 24. 24 O conceito de informação como dados ou matéria informacional relacionada ou estruturada de maneira potencialmente significativa. Da mesma maneira, conceitua informação como sendo "dados organizados de modo significativo, sendo subsídio útil à tomada de decisão" (MIRANDA, 1999, p.274). 2.1 Tipologia da Informação As organizações dependem de informações de natureza diversas para alcançar seus objetivos. No tocante à aplicabilidade nos diferentes níveis organizacionais, as informações podem ser classificadas como ilustra o quadro Quadro 2.1.1. Quadro 2.1.1 - Tipologia da Informação I Nível Descrição Permite ao nível institucional as variáveis presentes nos ambientes externo Institucional e interno, com a finalidade de monitorar a avaliar o desempenho e subsidiar o planejamento e as decisões de alto nível; Permite ao nível intermediário observar variáveis presentes nos ambientes intermediário externo e interno, monitorar e avaliar seus processos, o planejamento e a tomada de decisão de nível gerencial; Possibilita ao nível operacional executar suas atividades e tarefas, Operacional monitorar o espaço geográfico sob sua responsabilidade e subsidiar o planejamento e a tomada de decisão de nível operacional. (Fonte: (MORESI, 2000, p.55)) Do ponto de vista da organização, as informações podem ser classificadas de acordo com o quadro 2.1.2. Quadro 2.1.2 - Tipologia da Informação II Tipo de Descrição Informação São aquelas que seguem um padrão previamente definido. Um formulário Estruturada com os campos preenchidos é um exemplo de informação estruturada São aquelas que não seguem um padrão predefinido. Um artigo de revista Não estruturadas é exemplo de informação não estruturada. (Fonte: (BEAL, 2003, p.14))
  • 25. 25 Lesca e Almeida (2002, p. 1994) ainda fazem outra divisão de informação conforme elenca o quadro 2.1.3: Quadro 2.1.3 - Tipologia da Informação III Informação Descrição Aquela que permite à organização garantir seu funcionamento. Pedidos de compra, nota de saída de material, custo de implementação de um projeto Atividade são exemplos de informação de atividade. Esse tipo de informação costuma ser bastante estruturado e normalmente diz respeito ao nível operacional das organizações; Aquela que possibilita aos indivíduos se relacionarem e pode influenciar seus comportamentos. São exemplos desse tipo de informação: jornal Convívio interno, reunião de serviço, ação publicitária. A informação de convívio é, na maioria da vezes, não estruturada, estando presente em todos os níveis hierárquicos (operacional, gerencial e estratégico); Aquela capaz de melhorar o processo decisório em função da sua capacidade de reduzir o grau de incerteza em relação às variáveis que Estratégica afetam a escolha das melhores alternativas para a superação de desafios e o alcance dos objetivos organizacionais. (Fonte: adaptado de LESCA e ALMEIDA (1994)) 2.2 Informação como Recurso Estratégico A informação tem um valor altamente significativo e pode representar grande poder para quem a possui, seja pessoa, seja organização. O processo de valorização da informação cumpre algumas fases e passos lógicos. Pelo menos três passos são fundamentais para a valorização da informação, ou seja, conhecer, selecionar, e usar as informações. A seleção mal elaborada pode causar danos incalculáveis no uso destas informações. Uma vez que esses passos sejam elaborados, a informação tende a ser mais efetivamente estratégica (WEITZEN, 1991, p. 67). A informação como recurso estratégico da organização retoma a discussão do papel dos gestores na organização que devem ser infogestores, termo utilizado para
  • 26. 26 pessoas que possuem, compartilham ou vendem informações, de forma empresarial ou pessoal. A ideia é fazer mais trabalho e um custo menor ou adequado, usando menos recursos, para fornecer um serviço melhor e com boas informações, desta forma valoriza-se mais a informação, a gestão do conhecimento e a inteligência organizacional (MORESI, 2001, p. 35). 2.3 Informação Personalizada Toda e qualquer informação peculiar ou específica pode ser chamada de informação personalizada. À medida que se pretende compartilhar ou vender informações, a personalização merece atenção especial. As informações não personalizadas também são importantes, porém geralmente de menor valor agregado (LESCA e ALMEIDA, 1994, p. 66). A personalização da informação leva em conta os detalhes das informações do meio ambiente interno e externo relacionado com a organização. As tecnologias emergentes têm auxiliado a personalização das informações nas organizações. Estas tecnologias podem, de acordo com específicas bases de dados, gerar informações e conhecimentos relevantes para as organizações inteligentes, auxiliando na busca de perspectivas e alternativas de negócios no mercado ou de serviços públicos personalizados como bem definiu (REZENDE, 2005, p. 41). Dessa maneira, teremos a informação personalizada como um dos tipos de resultados mais esperados em Business Intelligence, especialmente no que trata o assunto deste trabalho de conclusão de curso. 2.4 Sistemas de Apoio a Gestão (SAD) O BI depende de várias fases de informatização, dentre elas, além da boa malha do Sistema de Informação, citamos os Sistemas de Apoio a Gestão que são sistema mais complexos dos quais permitem total acesso a base de dados corporativa, modelagem de problemas, simulações e possuem uma interface amigável (TURBAN et al.,2005, p. 82).
  • 27. 27 Além disso, auxiliam o executivo em todas as fases de tomada de decisão, principalmente nas etapas de desenvolvimento, comparação e classificação dos riscos, além de fornecer subsídios para a escolha de uma boa alternativa (WETHERBE et al., 2009, p. 51). Apesar de existir a duas décadas o conceito de Sistemas de Apoio a Decisão ainda não está totalmente livre de divergências entre estudiosos, usuários e fabricantes de software (PRIMAK, 2006, p. 66). Existem ainda outros segmentos da área de informática que caracterizam os SAD como sendo qualquer sistema capaz de dar algum tipo de contribuição para o processo decisório (TURBAN et al., 2009, p. 56). Segundo Primak (2006, p. 67) “a natureza flexível e adaptável de um SAD não permite que sejam utilizadas técnicas de desenvolvimento tradicionais”. Isto porque os analistas de sistemas não conseguem definir o sistema, já que o responsável pela tomada de decisão só vai conhecer, com precisão, as suas reais necessidades após o início da resolução do problema. O SAD deve ser desenvolvido com ativa participação do usuário e também permitir mudanças com rapidez e sem transtornos (WETHERBE et al., 2009, p. 53) A abordagem do desenvolvimento mais adequada e, até o momento, a união de todas as fases do desenvolvimento tradicional de sistemas em uma só, que deverá ser repetida interativamente. Nesta solução, cujo nome e abordagem interativa, o usuário e o projetista definem um problema inicial significativo e desenvolvem um primeiro sistema simples, para dar apoio ao processo. Após um curto período de tempo, o sistema é modificado de acordo com as reais necessidades e assim sucessivamente, até que se alcance um sistema relativamente estável, quando, então, as modificações ocorrerão de maneira tradicional (TURBAN et al., 2009, p. 60).
  • 28. 28 2.5 Sistema Inteligentes de Apoio a Decisão (SIAD) Sistema Inteligentes de Apoio a Decisão (SIAD) é a evolução dos Sistemas de Apoio a Decisão (SAD) e pretendem integrar automação de escritório, IES4, SAD e sistemas especialistas em um único ambiente, fornecendo um conjunto muito mais poderoso de ferramentas ao gestor. (TURBAN, 2009, p. 76) Além das características herdadas dos sistemas anteriores, sua interação com inteligência artificial permite a sugestão de novas alternativas e o aconselhamento sobre a melhor solução a ser adotada. (TURBAN, 2005, p. 43) Os dados que habitam os tradicionais sistemas legados recentemente implementados, Enterprise Resource Planning (ERP), ou pacotes integrados de gestão, que constituem a base dos processos de negócios das empresas, estão formatados e estruturados na forma transnacional, dificultando, dessa maneira, o seu tratamento informacional. Assim, BI deve entendido como o processo de desenvolvimento de, segundo Primak (2006, p. 61): Estruturas especiais de armazenamento de informações como DW (Data Warehouse), DM (Data Mart) e o ODS (Operacional Data Store), com o objetivo de se montar uma base de recursos informacionais, capaz de sustentar a camada de inteligência da empresa e possível de ser aplicada aos seus negócios, como elementos diferenciais e competitivos. Juntamente com o conceito de DM, DW, ODS, o conceito de BI contempla também o conjunto de ferramentas ENTRE OUTROS (Extração, Treinamento e Carga), fundamentais para a transformação do recurso de dados transacional em informacional. Enquanto DW e DM referem-se a estruturas dimensionais de dados, remodelados com o objetivo de prover análises diferenciais, o conceito de ODS, por sua vez, está relacionado ao armazenamento e tratamento de dados operacionais, de forma também consolidada, porém sem as características dimensionais. O ODS além de representar a metade do caminho entre o legado e o DW, também oferece informações importantes do ponto de vista decisório, devido a sua característica de consolidação e integração de várias fontes de dados. Aplicações especiais de tratamento de dados, como OLAP e Data Mining. O termo On-line Analytical Processing (OLAP), hoje muito difundido, traduzido para processamento analítico on-line, representa essa característica de se trabalhar os dados, com operadores dimensionais, possibilitando um forma múltipla e combinada de análise. O conceito de Data Mining, por outro lado, está mais relacionado com os 4 IES -Executive Information System ou Sistema de Informação Executiva tem como objetivo indicar variações entre previsões e resultados de orçamentos (TURBAN at al., 2009, p.59).
  • 29. 29 processos de análise de inferência do que com os de análise dimensional de dados e representa uma forma de busca de informação baseada em algorítmos que objetivam o reconhecimento de padrões escondido nos dados e não necessariamente revelados pelas outras abordagens analíticas, como OLAP (PRIMAK, 2006, p. 61). A figura 2.5.1 Arquitetura de um Sistema OLAP ilustra as camadas e fases das aplicações envolvidas. Figura 2.5.1 – Arquitetura de um Sistema OLAP (Fonte: Turban at al. (2006))
  • 30. 30 A figura 2.5.2 ilustra esquematicamente os Componentes de um ambiente de Business Intelligence como o Data Warehouse, Data Mart, ODS e ferramentas entre as quais as de Mining, compondo a arquitetura de BI. Figura 2.5.2 – Esquema DW ((Fonte: Primak (2006, p. 18)) Além dos depósitos de dados na forma consolidada de Data Warehouse ou por assuntos/negócios (como Data Marts) e o Operational Data Store (ODS)5, aparece também a camada fundamental de Extração, Treinamento, Carga; responsável pelas ações de coleta, limpeza, preparação e carga desses depósitos de informações. Os processos de Mining trabalharão sobre um extrato de dados especialmente preparado para esta forma de tratamento (CARVALHO, 1999, p. 47). É de suma importância que as organizações saibam, ao mínimo, interpretar as informações resultantes de todo o processo de BI, pois de nada adianta tal esforço e não ter o conhecimento para trabalhar a informação (CARVALHO, 1999, p. 48). 5 Operational Data Store (ODS) Trata-se de uma re-organização das bases de dados operacionais visando o aprimoramento de decisões operacionais táticas.
  • 31. 31 Além disso, a organização deve saber direcionar o seu capital intelectual para que, desta forma, as informações propiciadas pelo BI atendam às expectativas (PRIMAK, 2006, p. 35). Os gestores poderão ter acesso às informações de forma muito rápida e poderão abreviar o tempo de resposta melhorando assim os processos decisórios. Deste modo, será o verdadeiro capital integralizado da empresa trazendo conhecimento para as decisões imediatas e para aquelas que virão no futuro (BARBIERI, 2001, p. 85). Entretanto, trabalhar o conhecimento usando o BI é um sucesso delicado e complexo e precisa estar sempre bem alinhada às definições dos processos evolutivos da organização, em conjunto com novas práticas comerciais, em melhores maneiras de relacionamentos com os clientes e em novas formas de sobrevivência visando sempre usar a inteligência nas tomadas de decisão precisas e coerentes (PRIMAK, 2006, p. 71). Atualmente, o conjunto de soluções de BI multiplicou-se. A diversidade de produtos é muito grande e continua em constante evolução e crescimento tecnológico (BARBIERI, 2001, p. 87). No mercado de softwares, é possível encontrar desde pacotes configuráveis até ferramentas não moldáveis e inclusive soluções que permitem as empresas aventurarem-se no desenvolvimento de sistema próprio e caseiro (PRIMAK, 2006, p. 72). Essas ferramentas têm em comum a característica de facilitar a transformação de monte de dados em informações precisas e assertivas de forma a auxiliar os diversos níveis de uma empresa na tomada segura de decisões.
  • 32. 32 3. DATA WAREHOUSE (DW) Um DW, segundo Mylius (2004, p. 47), trata-se de um conjunto de dados projetados para possibilitar tomadas de decisão e representa, além disso, uma visão de das condições da organização num determinado momento. Para Machado (2008, p. 25) define como uma evolução natural de Ambiente de Apoio à Decisão cujo objetivo principal é disponibilizar informações para apoio a decisões da empresa. Data Warehouse ou armazém de dados em português é uma coleção de dados, organizados por assunto, integrados, não-voláteis, históricos, cujo propósito é fornecer suporte à tomada de decisão nas organizações (MACHADO, 2008). O conceito de Data Warehouse surgiu da necessidade de integrar dados corporativos espalhados em diferentes máquinas e sistemas operacionais, para tornarmos acessíveis a todos os usuários dos níveis decisórios. Outro fator que contribuiu para o estabelecimento desse conceito foi a evolução da Tecnologia da Informação, particularmente os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) (GONÇALVES, 2003, p.10). O Data Warehouse surge como uma solução para suprir as necessidades de informações para o usuário de nível decisório. Primak (2005, p. 37) afirma também que Data Warehouse tem como característica a coleção de dados derivados dos dados operacionais de suporte à decisão sendo classificados como dados gerenciais, informacionais ou analíticos. De acordo com (CORBELLINI, 1997, p. 13), o principal objetivo de um DW é de fornecer os subsídios necessários para a transformação de uma base de dados de uma organização, geralmente transacionais, on-line e operacional denominado banco de dados On-Line Transation Processing6 (OLTP) , para uma base de dados maior que contenha o histórico de todos os dados de interesse existentes na organização, denominado de banco de dados OLAP e também conhecido como DW propriamente dito. 6 Mecanismos de OLTP (On-line Transaction Processing) asseguram aos bancos de dados individuais diversos requisitos relacionados a manutenção da consistência dos dados armazenados. Um sistema de banco de dados distribuídos necessita de mecanismos que garantam para o sistema distribuídos os mesmos requisitos de segurança assegurado pelos bancos de dados individuais (CORBELLINI, 1997).
  • 33. 33 A figura 3.1 demonstra como são colhidas e tratadas as informações estratégicas. Arquitetura Genérica de Data Warehouse Figura 3.1 – Arquitetura Genérica da Data Warehouse (Fonte: Turban (2005)) 3.1 Características da Tecnologia da Data Warehousing O Data Warehouse pode proporcionar uma sólida e concisa integração dos dados de organizações como uma instituição de saúde que utiliza sistemas eletrônicos de prontuário (PEP) para realização de análises gerenciais estratégicas de seus principais processos. Essa tecnologia preocupa-se em integrar e consolidar as informações de fontes internas, na maioria das vezes heterogêneas, e fontes externas, sumarizando, filtrando e limpando esses dados, preparando-os para análise e suporte à decisão.
  • 34. 34 3.2 A Importância do Data Warehouse De acordo com a Navarro (2004, p. 23), sistemas de informação disponíveis foram concebidos e implantados para atender ao nível operacional, agilizar procedimentos administrativos das organizações, sendo mantidos por áreas estanques e independentes. O perfil de demanda das informações gerenciais é identificado pelas seguintes, características essenciais. A adaptação do quadro referencia de modo claro e objetivo as características do DW, conforme podemos verificar no quadro 3.2.1 (NAVARRO, 2004, p. 23). Quadro 3.2.1 – Característica do DW CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO Ser flexível, favorecendo a autonomia dos usuários e auxiliando-os nas funções gerenciais, surgindo assim uma Flexibilidade nova demanda por Sistemas de Apoio à Decisão, em complementação às listagens e telas características dos sistemas operacionais; Ser integrado, de tal forma que os bancos de dados sejam Integrável interligados interna e externamente à organização; Ser útil para a mudança de comportamento da organização e Utilidade para torná-la mais competitiva; Resultar de um processamento mais dinâmico e flexível de Praticidade identificação de necessidades, a partir da participação mais ativa do usuário final; e Ser mais ágil para atender à necessidade de informações na Agilidade hora certa. (Fonte: adaptada de Navarro (2004)) Segundo Navarro (2004, p.24), as necessidades de informações para o nível estratégico da organização são supridas por meio de processamentos sobre os dados de nível operacional depositados em fitotecas, arquivos e bases on-line. No entanto, o acesso aos dados corporativos torna-se difícil devido à falta de integrarão
  • 35. 35 dessas bases. A carência de uma base de conhecimento única leva os analistas a malabarismos, quando da necessidade de geração de informações para suporte à tomada de decisão, gerando retardo na resposta aos usuários. Na década de 2000, programas de extração de dados têm sido utilizados na geração de informações para o suporte à decisão. Esses dados são obtidos e gerenciados por equipes de "Apurações Especiais". Cada caso é tratado especificamente, sendo necessário escrever diferentes programas para diferentes necessidades, mesmo que demandem um único banco de dados. Como conseqüência, o número de programas e de dados cresce sem controle, resultando em mais manutenção. Essa abordagem em geral convive com as três características (NAVARRO, 2004. p.27): 1. Baixa produtividade, onde a busca de dados em várias fontes consome tempo, devido às restrições de processamento e schedule (obediência a uma seqüência de prioridades de processamento, que variam de sistema para sistema); 2. Falta de integrarão entre os dados, onde os formatos desses e suas semânticas nem sempre são coerentes entre bases diferentes; e 3. Flexibilidade restrita, pois as mudanças não são previstas nos requisitos dos negócios. 3.3 O Ambiente de Data Warehouse Em sistemas do nível operacional os dados relevantes abrangem, geralmente, os do mês anterior até o mês atual. Já no ambiente de Data Warehouse, os dados consistem de um snapshot (retrato no tempo) e abrangem grandes períodos, normalmente anos ou décadas, sendo atualizados periodicamente e não em tempo real. Toda estrutura de dados no Data Warehouse tem, implícita ou explicitamente, um elemento de tempo como referência, tais como: dia, semana, mês, ano, quase
  • 36. 36 sempre concatenado com a identificação do dado (MACHADO, 2008). Segundo Machado (2008, p. 62) os conceitos de paralelismo de hardware e de software, repositório de dados, centro de informações, análise e modelagem multidimensional, Data Mining e Online Analytical Processing (OLAP), dentre outros, estão em processo de aprimoramento e se firmando como componentes de um novo ambiente: o de Data Warehouse. Um fator importante é que o dado, oriundo de vários sistemas, bancos de dados e plataformas, seja integrado e transformado antes de ser carregado no Data Warehouse (MACHADO, 2008). A transformação é um processo utilizado para alterar as características dos dados extraídos das bases operacionais. A transformação pode incluir uma ou mais das seguintes operações: 1. limpeza dos dados; 2. integração dos tipos de dados das diversas origens; 3. alteração de códigos; e 4. seleção dos dados pertinentes (NAVARRO, 2010). As ferramentas de transformação de dados visam automatizar o processo de extração a partir de fontes heterogêneas (bases internas e externas), mapeamento da origem (source data) no dado destino (target data), criando as Data Definition Language (DDL) e gerando o código para transformação, manipulação e carga do dado na base destino. Possivelmente para efetuar todas essas operações o usuário tenha que recorrer a várias ferramentas (NAVARRO, 2010). Ainda segundo Navarro (2004), entre os aspectos mais importantes do Data Warehouse destacam-se: 1. Os dados encontrados dentro das suas fronteiras são integrados. A integração acontece de diferentes maneiras, por meio de convenção de nomes, de convenção de domínios e de conversão da estrutura do atributo; 2. A arquitetura de um ambiente de Data Warehouse deve ser composta por ferramentas utilizadas para facilitar a geração de bases a partir dos dados operacionais; 3. Os dados operacionais devem ser modelados em um formato fácil para utilização pelo usuário final; 4. O acesso e análise desses dados; e 5. A possibilidade de escalabilidade do ambiente.
  • 37. 37 Ademais, pelo fato de os dados do Data Warehouse estarem separados das bases operacionais, os usuários podem acessá-los, explorando e descobrindo as informações disponíveis sem impacto no processamento operacional. Nesse caso, os sistemas são orientados por assunto ou temas, enquanto os Sistemas OLTP são historicamente orientados por transações (NAVARRO, 2010). A estrutura do Data Warehouse abrange diferentes níveis de sumarização e detalhes, tais como: dados correntes em nível de detalhe, dados históricos em nível de detalhe, baixo nível de sumarização e alto nível de sumarização. Para o sucesso da implementação de Data Warehouse é muito importante incluir a construção de um metadados, que é, simplificadamente, um catálogo com a descrição dos dados que participam do novo ambiente. A Figura 2.3.1 exemplifica esse processo. Figura 2.3.1 - Data Warehouse (Fonte: Navarro (2010))
  • 38. 38 4 PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) 4.1 Introdução O registro das informações de saúde e de doença dos pacientes é a tarefa diária de todos aqueles que trabalham na área assistencial. O chamado Prontuário Médico, ou do Paciente, ou ainda Registro Médico, é o agrupamento das anotações dessas informações. O prontuário em papel vem sendo usado há milhares de anos, já desde os tempos de Hipócrates, na Grécia antiga século 5 A.C., passando por diversas transformações ao longo do tempo, principalmente no último século quando se tornou mais sistematizado. Com a evolução da Informática nos hospitais, nasceu o Prontuário Eletrônico do Paciente, visando melhorar a eficiência e organização do armazenamento das informações de saúde, com a promessa de não só substituir o prontuário em papel, mas também elevar a qualidade da assistência à saúde através de novos recursos e aplicações (MCDONALD e BARNETT, 1990, p. 23). A gestão das informações do paciente é uma prática muito antiga e essencial no acompanhamento clínico. Com a evolução da medicina, modificou-se a forma de armazenamento desses dados bem como quais informações eram mais relevantes a serem registradas (COSTA, 1999, p. 121). A medicina sempre buscou o uso de uma gestão eficiente dos dados da semiologia médica. Com o advento da informática, mais precisamente com o surgimento da área “sistemas da informação”, foram desenvolvidos os prontuários eletrônicos do paciente para armazenar os diagnósticos e realizar os acompanhamentos clínicos (COSTA, 2001, p. 11). 4.2 Definição Novaes (1998, p. 33) explica que um Prontuário Médico pode ser entendido como: 1) um conjunto de documentos padronizados, ordenados e concisos, destinados ao registro dos cuidados médicos e paramédicos prestados ao paciente pelo hospital; 2) um conjunto de informações coletadas pelos médicos e outros profissionais de saúde que cuidaram de um paciente; 3) um registro de saúde do indivíduo, contendo toda a informação referente à sua saúde,desde o nascimento
  • 39. 39 até a morte; e 4) um acompanhamento do bem-estar do indivíduo: assistência, fatores de risco, exercícios e perfil psicológico. O quadro 4.2.1 descreve a especificação dos requisitos do sistema PEP. Quadro 4.2.1 - Definições de Prontuário Eletrônico do Paciente Requisito Especificação do Requisito - Dados Uniformes; Conteúdo do Registro - Formatos e sistemas de codificação padronizados; - Dicionário comum de dados; - Informações sobre resultados do atendimento e status funcional. - Lista de Problemas na página inicial; Formato do Registro - Capacidade de navegar pelo prontuário; - Integrado entre as especialidades e pontos de atendimento. - Rapidez na resposta; Desempenho do - Acesso 24 h por dia; Sistema - Disponível nos lugares onde é necessário; - Fácil entrada de dados. - Integrado com outros sistemas de informação (radiologia, laboratório, entre outros.); - Transferência de informação entre as especialidades e sistemas; Integração - Links para literatura científica; - Integração com outras instituições; - Link para os prontuários dos familiares; - Transferência eletrônica de faturamento. - Suporte à decisão; Inteligência - Lembretes aos médicos; - Sistemas de alertas personalizáveis. - "Documentos Derivativos" (ex: formulários de seguradoras, entre outros.); Relatórios - Formatos e interface facilmente personalizáveis; - Relatórios clínicos padrões (sumário de alta, entre outros.); - Relatórios personalizáveis para fins específicos; - Gráficos. Controle e Acesso - Fácil acesso para pacientes; - Mecanismos para preservar a confidencialidade. Treinamento e - Necessidade mínima de treinamento para os usuários utilizarem o sistema; implementação - Possibilidade de implantação gradual. (Fonte: Adaptado de Murphy, Hanken e Waters (1999))
  • 40. 40 O Quadro 4.2.2 a seguir descreve as definições de registro computadorizado de paciente. Quadro 4.2.2 - Definições de Registro Computadorizado de Paciente – PEP. Instituto Definição É uma informação mantida eletronicamente Computer -based Patient Record sobre o status e cuidados de saúde de um Institute: indivíduo durante toda a sua vida. É um registro eletrônico de paciente que reside em um sistema especificamente projetado para dar apoio aos usuários através da Institute of Medicine: disponibilidade de dados completos e corretos, lembretes e alertas aos médicos, sistemas de apoio à decisão, links para bases de conhecimento médico, e outros auxílios. É uma informação mantida eletronicamente Murphy, Hanken e Water, S. sobre o status e cuidados de saúde de um indivíduo durante toda a sua vida. (Fonte: Adaptado de Murphy, Hanken e Waters (1999)) 4.3 Finalidade Ginneken e Moorman (1997, p. 99-115) explicam as finalidades de um prontuário: 1) suporte à assistência ao paciente: como fonte para avaliação e tomada de decisão e como fonte de informação a ser compartilhada entre os profissionais de saúde; 2) um documento legal dos atos médicos; 3) suporte à pesquisa: pesquisa clínica, estudos epidemiológicos, avaliação da qualidade do atendimento e ensaios clínicos; 4) apoio ao ensino para os profissionais de saúde; e 5) gerenciamento e serviços: faturamento, autorização de procedimentos, administração, custos, entre outros.
  • 41. 41 4.4 História do Prontuário Médico Conhecimento historicamente como “pai da medicina”, Hipócrates, no século 5 A.C., dizia que o registro médico deveria refletir exatamente o curso da doença e indicar as suas possíveis causas. Seu registro era sempre feito em ordem cronológica, ou seja, era um registro médico orientado ao tempo (time-oriented medical record). No final do século XIX, o cirurgião americano William Mayo fundou o que hoje é a reconhecida Mayo Clinic que, inicialmente, como era comum em outros hospitais, tinha o seu prontuário separado por cada médico, podendo o paciente ter um prontuário para cada médico da instituição. Em 1907, a Mayo Clinic7 adotou um prontuário único para cada paciente. Nascia, então, o registro médico centrado no paciente (patient-centered medical record). Três anos depois, em 1910, surge o relatório sobre educação médica e, nele, ocorreu a primeira declaração formal sobre a função e o conteúdo do registro médico. O conteúdo do registro médico foi muito discutido até 1940 quando, então, foram exigidos registros médicos bem organizados como requisito para se obter credibilidade hospitalar por parte do governo americano. Com a chegada da Informática aos hospitais, uma nova história começou a se formar devido ao surgimento de novos conceitos e paradigmas que serão descritos posteriormente (GINNEKEN e MOORMAN, 1997, p. 120). 4.5 História do Prontuário Eletrônico do Paciente - PEP De acordo com Ginneken e Moorman (1997), a década de 1960, começaram a aparecer os primeiros sistemas de informação hospitalar, inicialmente com a finalidade de comunicação entre as diversas funções do hospital, tais como prescrição médica, faturamento, controle de estoque, entre outros. No entanto, não havia ainda uma finalidade clínica real. Mas, logo em seguida, esses sistemas evoluíram e passaram a armazenar algumas partes do prontuário. No ano de 1969, Lawrence Weed descreveu o chamado Registro Médico Orientado ao Problema 7 Mayo Clinic é uma organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares localizadas em três metrópoles: Rochester, em Minnesota; Scottsdale/Phoenix, no Arizona; e Jacksonville, na Flórida. Fonte: Mayoclinic, (2010).
  • 42. 42 (Problem-Oriented Medical Record, POMR), no qual sugeria que todos os registros no prontuário ficassem organizados de modo a serem indexados por cada problema médico do paciente. No ano de 1972, o National Center for Health Services Research and Development e o National Center for Health Statistics dos Estados Unidos patrocinaram um congresso com o objetivo de estabelecer uma estrutura para os registros médicos ambulatoriais. Nos anos seguintes (década de 1980), começaram a aparecer os primeiros sistemas de PEP descritos no Quadro 4.5.1. Quadro 4.5.1 - Sistemas PEPs. NOME DO SISTEMA PAÍS DE ORIGEM CoSTAR EUA The Medical Record (TMR) EUA Regenstrief Medical Record System (RMRS) EUA Summary Time Oriented Record (STOR) EUA ELIAS EUA (Fonte: Adaptado de Ginneken e Moorman (1997)) Devido à crescente importância do PEP, o Institute of Medicine dos Estados Unidos encomendou, no ano de 1991, um estudo a um comitê de especialistas com o intuito de definir o PEP, bem como propor medidas para a sua melhoria, em resposta à expansão da demanda por informações, levando em consideração as novas tecnologias. Isso resultou num relatório que também foi publicado como livro: "The Computer-based Patient Record - An Essential Technology for Health Care" que foi um marco na história do PEP, trazendo novos conceitos e organizando toda a informação a respeito do assunto, além de direcionar ações e definir metas para a melhoria dos sistemas de PEP. Esse mesmo livro foi revisado e reeditado no ano de 1997, com novas discussões e uma atualização tecnológica (DICK, STEEN E DETMER, 1997). 4.6 Vantagens e Desvantagens do PEP Com o uso efetivo do PEP, é possível uma melhoria na qualidade da assistência à saúde do paciente, melhor gerenciamento dos recursos, melhoria de
  • 43. 43 processos administrativos e financeiros e, ainda, a possibilidade para avaliação da qualidade do atendimento, dentre outras vantagens descritas a seguir no Quadro 4.6.1 (COSTA, 2001, p. 33). Quadro 4.6.1 - Vantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente. VANTAGEM DESCRIÇÃO Vários profissionais podem acessar um mesmo prontuário simultaneamente Acesso remoto e e de forma remota. Com a possibilidade de transmissão segura através da simultâneo Web, os médicos podem rever e editar os prontuários de seus pacientes a partir de qualquer lugar do mundo. Registros feitos à mão são notoriamente difíceis de ler. Os dados na tela ou Legibilidade mesmo impressos são muito mais legíveis do que os manuscritos. Freqüentemente, alguns usuários preocupam-se com a possível perda de dados devido ao mau funcionamento de alguns sistemas. Entretanto, num Segurança dos sistema bem projetado, com esquemas seguros de backup e planos contra dados desastres, o PEP é muito mais confiável e menos passível de perda de dados do que os prontuários convencionais em papel. O acesso ao prontuário pode ser restrito e monitorado automaticamente, Confidencialidade com cada usuário tendo um nível de acesso específico. Além disso, dos dados do registros de auditoria podem ser utilizados para a detecção de acessos paciente não-autorizados. Os usuários podem usufruir de formas diferentes para a visualização e entrada dos dados, vê-los em ordens diferentes, tais como cronológica crescente ou decrescente, orientado ao problema, ou orientado a fonte. Flexibilidade do Integração com outros sistemas de informação Uma vez em formato layout dos dados eletrônico, os dados do paciente podem ser interligados para armazenar as informações localmente ou, via Internet, num computador do outro lado do mundo, por exemplo. Dados fisiológicos podem ser capturados automaticamente de monitores de Captura automática beira-de-leito, analisadores de laboratório e equipamentos de imagens de dados localizados em qualquer parte do hospital, evitando-se erros de digitação, por exemplo. Os dados são estruturados e codificados de forma não-ambígua. Os Processamento softwares podem continuamente checar e filtrar os dados em busca de contínuo dos dados erros, sumarizar e interpretar, bem como emitir alertas e lembretes para os médicos. Os sistemas podem pesquisar em texto livre, palavras-chave, bem como Assistência à sendo armazenados de forma estruturada, encontrar dados específicos pesquisa para determinar se um Item em particular foi registrado ou não; permitindo pesquisas coletivas e facilitando o levantamento estatístico. Os dados podem ser apresentados para os usuários de diversas formas: Diversas voz, impresso, ou por e-mail, por exemplo. Além disso, instruções podem modalidades de ser enviadas para equipamentos como bombas de infusão. Alarmes podem saída de dados ser disparados. Também, imagens podem ser processadas, com apresentações em forma tridimensional, dentre outras aplicações. Os dados podem ser impressos usando-se uma variedade de fontes, cores Construção de e tamanhos ajudando a chamar a atenção dos médicos para dados mais diversos tipos de importantes. Além disso, imagens podem ser impressas em conjunto com relatórios os dados, criando figuras mais completas, que ilustram e ajudam a diagnosticar a doença do paciente. Os dados estão Se o PEP é integrado, então todos os dados estão imediatamente sempre atualizados disponíveis para todos os médicos da instituição. (Fonte: Adaptado de Sittig (1999)).
  • 44. 44 Além disso, outras vantagens referem-se à a melhoria do acesso a informação, maior segurança e, principalmente, oferta de novos recursos para que dêem suporte tomada de decisão, troca eletrônica dos dados entre instituições, entre outras (GINNEKEN e MOORMAN, 1997, p. 31). No entanto, segundo McDonald e Barnett (1990, p. 38), deve-se também destacar as desvantagens no uso do PEP: 1) necessidade de grande investimentos em hardware, software e treinamento; 2) os usuários podem não se acostumar com o uso dos procedimentos informatizados; 3) demora para se ver os resultados da implantação do PEP; 4) sujeito a falhas, tanto em hardware como em software, que podem deixar o sistema inoperante por horas ou dias, tornando as informações indisponíveis; e 5) dificuldades para a completa coleta de dados. A Figura 4.6.2 destaca as desvantagens do PEP encontradas por Costa e Marques (1999, p. 26) em sua pesquisa, conforme indicado pelos usuários de uma maternidade-escola brasileira, que destacam a necessidade de capacitação e a possibilidade do sistema ficar “fora do ar” como as principais desvantagens do PEP, o que reflete a preocupação dos usuários em serem capazes de utilizar um sistema informatizado. Figura 4.6.2 -. Desvantagens do PEP. (Fonte: adaptada de Costa e Marques (1999)).
  • 45. 45 4.7 Padronização das Informações no PEP A necessidade de padronização da informação deve-se a cinco fatores segundo Ginneken e Moorman (1997, p. 40): 1. A diversidade de fontes e termos (existem mais de 150.000 conceitos médicos); 2. Os sistemas estão em diferentes plataformas de software e hardware, necessitando uma linguagem comum padrão para que esses possam trocar informações; 3. Facilitação da busca e a comunicação de informações; 4. Geração de relatórios estatísticos, epidemiológicos, prestação de contas e faturamento, indexação de documentos e pesquisa clínica; 5. Viabilizar o uso de sistemas de apoio à decisão e sistemas de alerta. Segundo Blois (2004, p. 2), os padrões da informação para a área de saúde podem ser classificados conforme o quadro 4.7.1. Quadro 4.7.1 – Classificação de Padrões do Sistema PEP Padrão da Descrição Informação ID para pacientes social security number (SSN) nos Estados Unidos e Identificação cartão nacional de saúde no Brasil; ID para médicos como o número do conselho regional de medicina; Padrão para mensagens entre sistemas HL7, X12, EDIFACT, XML, Comunicação dentre outros; Conteúdo e Padronização do registro clínico do DATASUS, ABRAMGEe outros; Estrutura Representação de dados clínicos por meio de códigos para o CID, Códigos SNOMED, WHO, AMB, dentre outros; Gerar controles de qualidade, conjunto de dados e diretrizes norteadas Indicadores pelo SBIS; Segurança Promover a segurança e autenticação das informações; (Fonte: adaptada de Blois (2004))
  • 46. 46 Nesse contexto, destacam-se as três principais organizações pelas quais são responsáveis pela padronização das informações do PEP. 4.7. 1 Padronização HL7 Health Level Seven (HL7) é uma organização voluntária sem fins lucrativos desenvolvedora de padrões certificadas pelo ANSI operando na área de saúde específico para dados clínicos e administrativos (HL7BRAZIL, 2010). O padrão HL7 permite que diferentes aplicações computacionais troquem conjuntos relevantes de informações médicas, clínicas e administrativas. É formado por formatos padronizados – os protocolos HL7, os quais especificam a implementação de interfaces entre diferentes aplicações computacionais. Estes protocolos proporcionam a flexibilidade necessária para permitir a compatibilidade de conjuntos de dados distintos, que apresentem necessidades específicas. Em conformidade com o Sistema Legal Brasileiro, todos os usuários e produtores de sistemas de informação de saúde deveriam produzir um conjunto mínimo requerido e informações. O protocolo HL7 mais amplamente utilizado é o Application Protocol for Electronic Data Exchange in Healthcare Environment (HL7BRAZIL, 2010). O HL7 foi o padrão escolhido porque tem ampla aplicação, cria interfaces para todas as especificações necessárias em uma organização de saúde, tem reconhecimento nacional e internacional – os maiores centros de saúde mundial utilizam os protocolos HL7 –, e tem acessibilidade relativamente fácil. Seus protocolos são rapidamente implementados e com alta responsabilidade por seus membros. Permite ainda que diferentes aplicações computacionais troquem conjuntos relevantes de informações médicas, clínicas e administrativas. Estes protocolos proporcionam a flexibilidade necessária para permitir a compatibilidade de conjuntos de dados distintos, que apresentem necessidades específicas (HL7BRAZIL, 2010). 4.7. 2 Padronização das Informações no PEP tipo DATASUS No Brasil, deve-se destacar as iniciativas do DATASUS8 que é padronizar a informação em saúde em nosso país. Um exemplo brasileiro de padronização é o comitê de Padronização de Registros Clínicos (PRC) que aprovou, através de um 8 DATASUS. Órgão do Ministério da Saúde responsável pela coleta, processamento e disseminação das informações sobre saúde no Brasil. Fonte DATASUS, (2010).
  • 47. 47 processo aberto, tal como se trabalha nas principais organizações de padronização do mundo, um conjunto mínimo de dados que um PEP deve ter. Portanto, foi elaborado um Document Type Definitions (DTD) correspondente à estrutura de dados proposta pelo PRC para troca de dados via XML9 (DATASUS, 2010). 4.7. 3 Padronização SBIS A Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) tem como objetivo promover o desenvolvimento de todos os aspectos da Tecnologia da Informação aplicada à Saúde. Todas as considerações da SBIS foram respeitadas para o levantamento dos dados para a construção do PEP, o que possibilitou a obtenção certificado de legibilidade perante a SBIS e o Conselho Federal de Medicina (CFM) (SBIS, 2010). As especificações sobre as fases de certificação e os requisitos estão descritas no Manual de Requisitos de Segurança, Conteúdo e Funcionalidades para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde, disponível no site da organização (SBIS, 2010). 9 XML (eXtensible Markup Language). Tem como função criar uma infra-estrutura única para diversas linguagens, é que linguagens desconhecidas e de pouco uso também podem ser definidas sem maior trabalho e sem necessidade de ser submetidas aos comitês de padronização (GONÇALVES, 2003, p. 66).
  • 48. 48 5 RELATÓRIOS GERENCIAIS BI APLICADOS AO PEP 5.1 Introdução Conforme o objetivo deste trabalho, segue o capítulo 5 como um protótipo de relatórios gerenciais BI levando em consideração as informações contidas no sistema PEP que poderão auxiliar na tomada de decisão em vários níveis. As bases geradas, pelos diversos sistemas PEPs serão gravadas em um repositório e deles gerados os mais diversos tipos de relatórios. Os relatórios gerenciais servirão como instrumentos de medição e aferição dos indicadores e, para isso, deverão atender como finalidade a) assistência ao paciente e o gerenciamento do processo clínico, visando à melhoria contínua da qualidade assistencial; b) gerenciamento da unidade prestadora de serviços de saúde, garantindo seu equilíbrio financeiro, sem prejuízo da qualidade assistencial; c) gestão do sistema de saúde, diminuindo os riscos à saúde da população; e, finalmente, d) o ensino e a pesquisa (MASSAD; MARIN; AZEVEDO, 2003). 5.2 Dados Analisados Os dados que compõem o prontuário do paciente podem ser divididos por tipos de dados. A partir dessas informações, gera-se então a modelagem para a prototipação de um relatório gerencial. O quadro 5.2.1 descreve detalhadamente os tipos de dados e suas respectivas informações.
  • 49. 49 Quadro 5.2.1. – Dados Analisados TIPO DE DADOS INFORMAÇÃO ID NOME DATA NASCIMENTO FILIAÇÃO SEXO DEMOGRÁFICOS ETNIA LOCAL DE NASCIMENTO ENDEREÇO CPF RG ID ESCOLARIDADE OCUPAÇÃO SITUAÇÃO FAMILIAR SOCIOECONÔMICOS SITUAÇÃO CONJUGAL SITUAÇÃO DE MORADIA SANEAMENTO Referem-se às queixas do paciente, SUBJETIVOS podendo também ser incluídos os dados de história pessoal e familiar, hábitos. Referem-se aos achados clínicos OBJETIVOS constatados pelo médico ou profissional CLÍNICOS de saúde (exame físico, sinais vitais). Referem-se aos resultados de exames e AVALIAÇÕES OU DECISÕES diagnósticos estabelecidos. Referem-se aos tratamentos instituídos PLANOS TERAPÊUTICOS como medicamentos ou procedimentos. (Fonte: adaptada de Sousa (2007)) 5.3 Protótipo de Relatório Gerencial Segundo Gomes e Costa, apud Loddi et al. (2010), utilizando-se um Sistema Gerenciador de Bancos de Dados (SGBD), desde que tenha compatibilidade com ferramentas BI, pode-se gerar um DW para que atenda a necessidade de uma
  • 50. 50 organização de saúde. Para representar a abstração de Pessoas no Modelo Transacional, optou-se por uma estrutura de Generalização/Especialização em que Pessoa passa a ser o mais alto nível de Generalização, e dele deriva-se Paciente e Funcionário. Com base em numa modelagem Modelo Entidade Relacionamento (MER), chamado de Modelo Transacional, apresentado nas figura 5.3.1 e 5.3.2. Ambas as figuras são visões do mesmo banco de dados, em que a primeira visualiza a definição da Pessoa (paciente e médico) e seus atributos. E a segunda foca o atendimento do paciente (LODDI et al., 2010, P. 4). Figura 5.3.1 – Modelo entidade Relacionamento Modelo Transacional – Visão do Pessoa (Fonte: adaptada de Loddi et al. (2010))
  • 51. 51 A figura 5.3.2 ilustra o modelo do relacionamento que servirá como base para exemplificação de relatórios gerenciais. Figura 5.3.2 – Modelo entidade Relacionamento – Visão do Atendimento (Fonte: adaptada de Loddi et al. (2010)) 5.4 Exemplos de Aplicações do BI no Sistema PEP Em caráter hipotético, gerou-se um exemplo tendo como cenário de um hospital público cujos gestores gostariam de saber informações clínicas e demográficas com objetivo de tomar ciência qual a doença que demanda o maior número de atendimento e qual é a região geográfica desses pacientes. Os gestores poderão saber que em determinadas regiões, ocorrem um número maior ou menor de acometimentos de doenças e com isso aprimorar as políticas públicas na área da saúde. As tabelas usadas, neste exemplo, serão: Atendimento, CID, Paciente,
  • 52. 52 Pessoa, Logradouro, Bairro, Cidade, UF. O resultado esperado será a informação da quantidade dos atendimentos destacando a doença com seu respectivo código CID relacionando também e região na qual os pacientes residem. Seguindo a mesma linha hipotética, ainda como exemplo, poderia gerar um relatório gerencial que visa mapear quais tipos de doenças em que os profissionais da saúde costumam fazer um equivocado diagnóstico. Neste caso, seriam cruzadas os dados de tipos “clínicos” e seus respectivos sub-tipos “subjetivos”, “objetivos”, “avaliações ou decisões” e “planos terapêuticos” com as tabelas “Atendimento”, “AtendimentosDiagno”. Fazer uma relação desses dados obtidos com a linha do tempo e filtrar as diferentes doenças detectadas no mesmo atendimento e, assim, obter um extrato dos casos possíveis de falhas nos diagnósticos. 5.5 Resultados As informações resultantes vão subsidiar a continuidade e a verificação do estado evolutivo dos cuidados de saúde, quais procedimentos resultam em melhoria ou não do problema que originou a busca pelo atendimento, a identificação de novos problemas de saúde e as condutas diagnósticas e terapêuticas associadas. A análise conjunta dos dados deve ser capaz de fornecer, por exemplo, informações agregadas sobre pessoas atendidas, quais tratamentos foram realizados, quais formas. Por meio do BI, é possível obter bons resultados principalmente quando os gestores não têm ciência das ocorrências e de possíveis problemas, podendo, então, adequar os processos, reestruturar áreas, economizar custos e uma série de outras medidas estratégicas (COSTA; QUARESMA; SABBATINI, 2007).