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RUMOS E PERCURSOS EM
PSICOLOGIA SOCIAL
Professor: Alessandro Bacchini
PSICOLOGIA SOCIAL MODERNA: FENÔMENO
AMERICANO
 Duas publicações de 1908 marcam o início da
psicologia social na américa do norte:
 Uma introdução à psicologia social, de autoria
de William McDougall (Psicólogo), e;
 Psicologia social: uma resenha e um livro texto,
de autoria de Edward Ross (Sociólogo).
 No entanto, nas primeiras décadas do séc. XX a
Psicologia social psicológica se estabelece nos
EUA – ligada ao behaviorismo.
PSICOLOGIA SOCIAL MODERNA: FENÔMENO
AMERICANO
 Floyd Allport (1924) defende que a Psicologia Social
deveria concentrar-se no estudo experimental do
indivíduo na medida em que o grupo constituía-se tão
somente em mais um estímulo do ambiente social.
Para ele: disciplina objetiva,
de base experimental e
focada no indivíduo.
Anos 1920 e 1930: estudo das
atitudes, da influência social
interpessoal e da dinâmica
de grupos.
ATITUDES
 Desenvolvimento de diferentes técnicas destinadas
a mensurar as atitudes como um fenômeno mental;
INFLUÊNCIA SOCIAL E DINÂMICA DE GRUPOS
 Muzar Sheriff e Kurt Lewin, psicólogos europeus
que imigraram para os EUA e receberam fortes
influências do gestaltismo.
Sheriff (1936): os grupos
desenvolvem normas que
governam os julgamentos dos
indivíduos que dele fazem
parte → normas grupais
existem à revelia de seus
membros individuais.
INFLUÊNCIA SOCIAL E DINÂMICA DE GRUPOS
 Lewin (1939): à análise da influência dos estilos
de liderança e do clima grupal sobre o
comportamento dos membros do grupo.
 1 - Estilo de liderança democrático: produzia
normas grupais construtivas e independentes, que
levavam à realização de um trabalho produtivo,
independentemente da presença ou não do líder;
 2 - A liderança laissezfaire deixava os membros
passivos;
 3 - Grupos com liderança autocrática tornavam-se
agressivos ou apáticos.
DOIS PRINCIPAIS TEMAS DURANTE A
SEGUNDA GUERRA E POSTERIOR
 Atitudes: anos 20; prosseguiu com os
experimentos de Carl Hovland sobre
comunicação e persuasão -> diferentes fatores
que interferiam na mudança de atitudes.
DOIS PRINCIPAIS TEMAS DURANTE A
SEGUNDA GUERRA E POSTERIOR
 Percepção de pessoas: inicia-se com os trabalhos
de Fritz Heider (1944, 1946, 1958), que também
imigrou da Alemanha para os EUA durante a
Segunda Grande Guerra, e recebeu forte influência
do gestaltismo.
EXEMPLOS DE ESTUDOS EM PERCEPÇÃO DE
PESSOAS FRITZ HEIDER (1944, 1946, 1958)
 -> Processos atribuicionais: os indivíduos associam
as ações das pessoas a motivos e disposições
internas, em função de perceberem uma
justaposição ou gestalt.
EXEMPLOS DE ESTUDOS EM PERCEPÇÃO DE
PESSOAS FRITZ HEIDER (1944, 1946, 1958)
 -> Teoria do equilíbrio: as pessoas tendem a
manter sentimentos e cognições coerentes sobre
um mesmo objeto ou pessoa, de modo a obter uma
situação de equilíbrio.
OS ANOS DE 1950
E 1960
 Renovação do interesse pelas pesquisas sobre
influência social e processos intergrupais -> Asch e
Leon Festinger;
 Asch (1952), influenciado por Sheriff (1936), analisa os
processos que levam os indivíduos a se conformarem
com as normas do grupo ao realizarem
julgamentos, ainda quando se torna evidente que tais
julgamentos estão incorretos.
OS ANOS DE 1950 E 1960
 Festinger (1954), sob a influência das investigações
realizadas por Lewin, propõe a teoria dos processos de
comparação social, na qual defende que as pessoas
necessitam avaliar suas habilidades e opiniões a
partir de comparações realizadas com outros
indivíduos que lhes são similares;
“E você, meu
amigo, o que
acha disso?”
OS ANOS DE 1950 E 1960
 Festinger (1957): dissonância cognitiva -> as
pessoas são motivadas a procurar o equilíbrio
entre suas atitudes e ações (modificando um
comportamento, mudam-se as atitudes).
DISSONÂNCIA COGNITIVA – LEON FESTINGER
70 E 80
 As teorias da atribuição dominam o cenário
sociopsicológico norte-americano entre 60 e 80 ->
Evidência da ascensão do cognitivismo.
Processos cognitivos
responsáveis pelos
julgamentos sociais, isto é,
pelos mecanismos que levam
o indivíduo a perceber e
atribuir causas internas
(pessoais) ou externas
(situacionais) ao
comportamento do outro.
ANOS 80
 A partir dos anos 1980, o cognitivismo se
consolida como a perspectiva dominante na
Psicologia Social Psicológica.
 Em consequência, o principal tema de investigação
passa a ser a cognição social:
 Objetivo -> Compreender processos cognitivos que
se encontram subjacentes ao pensamento social.
A CRISE DA PSICOLOGIA SOCIAL NA
AMÉRICA DO NORTE
O modelo de pesquisa-ação orientado
para a comunidade e para o estudo dos
grupos, introduzido por Lewin ainda
nos anos de 1930, foi sendo
paulatinamente abandonado...
... e substituído pela investigação de
fenômenos e processos eminentemente
intraindividuais, de natureza cognitiva.
CRISE DE 70
 Motivada pela excessiva individualização da Psicologia
Social Psicológica e dos movimentos sociais ocorridos nos
anos de 1970 (como o feminismo e a liberdade para a
diversidade sexual, por exemplo).
A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA DO NORTE:
ATUALIDADES
 Cognição social:
 Como pensamos sobre nós mesmos e sobre os outros?
 Apoia-se no modelo de processamento de informação (que
considera a atenção e percepção, a memória e o
julgamento como diferentes etapas do processamento
cognitivo);
 Estuda como impressões, crenças e cognições sobre os
estímulos sociais são formadas e afetam o
comportamento.
A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA DO NORTE:
ATUALIDADES
 Cognição social
 As informações sociais são representadas cognitivamente sob a
forma de estruturas mentais, construídas, organizadas e
estocadas na memória em categorias:
 1 - Inicialmente se identifica os atributos salientes no outro;
 2 - Em seguida, procura-se na memória as representações
mentais ou esquemas similares aos atributos identificados,
 3 - Seleciona-se o mais apropriado, e;
 4 - Utiliza-o para realizar inferências.
 “-Sabe, eu não gostei daquele garoto logo de cara! Mas não
sei o porquê...”
 Atitudes
 Em geral estão associadas a crenças, valores e
opiniões;
 Conceito: avaliações gerais e duradouras, que
variam de um extremo positivo a um extremo
negativo, dos objetos presentes no mundo social, o
que abrange pessoas, grupos, comportamentos
etc. Nesse sentido, elas integram as cognições e
afetos sobre tais objetos;
 Atitudes
 A tentativa de explicar os processos psicológicos
responsáveis pela formação e mudança de
atitudes, bem como pela consistência entre
atitudes e comportamento, pode ser enquadrada
em estudos denominados “formação de atitudes”
e “mudança de atitudes”;
 Formação de atitudes
 A formação de atitudes costuma ocorrer de forma
não consciente, por meio de aprendizagem
condicionada ou mediante a mera exposição a
estímulos vivenciados como afetivamente
positivos.
 Mudança de atitudes
 Costuma ocorrer no plano consciente e vem sendo
mais recentemente explicada pelos modelos de
processos duais que atualmente dominam a
pesquisa na área de persuasão;
A PSICOLOGIA SOCIAL NA EUROPA:
EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS ATUAIS
 Apesar de a Psicologia Social europeia ter
inicialmente caminhado lado a lado com a
Psicologia Social Psicológica, ela começou, a partir
dos anos 1970 e motivada pela crise da Psicologia
Social na América do Norte, a adquirir sua própria
identidade e a demonstrar maior preocupação com
a estrutura social.
 Entre os temas de estudo mais frequentes:
 Identidade social: relações intergrupais;
 Representações sociais: remetem a uma
psicologia dos grupos e coletividades.
IDENTIDADE SOCIAL
 Henri Tajfel (1981), da Universidade de Bristol, na
Inglaterra;
 -> O indivíduo é moldado pela sociedade e pela
cultura;
As relações intergrupais
estão intimamente
relacionadas a
processos de
identificação grupal e
de comparação social.
IDENTIDADE SOCIAL
 Três postulados básicos:
 (1) o autoconceito é derivado da identificação e pertença
grupal;
 (2) as pessoas são motivadas a manter uma autoestima
positiva;
 (3) as pessoas estabelecem uma identidade social positiva
mediante a comparação favorável de seu próprio grupo (in-
group) com outros grupos sociais (out-groups).
IDENTIDADE SOCIAL
 Nesse sentido, quando tal
comparação não se
mostra favorável ao
próprio grupo, elas irão
adotar diferentes
estratégias para recuperar
o favoritismo de seu
próprio grupo, como
forma de assegurar uma
autoestima positiva.
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
 Segundo Moscovici (1981), as representações
sociais englobam um conjunto de conceitos,
imagens e explicações que se originam do
senso comum, no contexto das interações e
comunicações interpessoais.
 Novos significados vão sendo acrescentados à
realidade.
 A função das representações sociais é dar sentido
ao desconhecido, transformando o não familiar
em algo familiar.
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
 Para tanto, apoia-se nos processos de ancoragem
e objetivação.
 O primeiro se ocupa de inserir o fenômeno não
familiar em uma rede de categorias e imagens
familiares, de modo a que ele possa ser
interpretado, enquanto...
 ...o segundo tem por objetivo transformar o que é
abstrato em algo concreto e que pode ser, assim,
tocado.
A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA LATINA:
EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS ATUAIS
 Ao final de 70, muitos psicólogos sociais latino-
americanos iniciaram um forte movimento de
questionamento à Psicologia Social norte-
americana (em função de seu experimentalismo e
individualismo), em prol de uma psicologia social
mais voltada para os problemas políticos e sociais
que a região vinha enfrentando.
A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA LATINA:
EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS ATUAIS
 Estimulados pela
arbitrariedade dos
regimes militares e pela
grande desigualdade
social do continente,
esses psicólogos sociais
irão defender uma
ruptura radical com a
psicologia social
tradicional (Spink &
Spink, 2005).
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
 Martín-Baró, 1996 (psicólogo e
padre jesuíta espanhol,
radicado em El Salvador): a
principal tarefa do psicólogo
social deve ser a
conscientização de pessoas e
grupos, como forma de levá-
los a desenvolver um saber
crítico sobre si e sobre sua
realidade, que lhes permita
controlar sua própria
existência.
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
 Os psicólogos sociais devem contribuir para a
construção de identidades pessoais, coletivas e
históricas capazes de romper a situação de
alienação das maiorias populares oprimidas e
desumanizadas que vivem à margem da sociedade
dominante e, consequentemente, levar à mudança
social.
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
 Outra autora de destaque no cenário latino-
americano é Maritza Montero, da Venezuela.
 Montero e Montenegro (2006) assinalam que ela se
caracteriza principalmente por questionar os modos
de produção de conhecimento e prática da
Psicologia e perseguir a transformação social e a
relevância social da pesquisa e intervenção sobre
os problemas sociais que assolam o país.
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
 Para tanto, coloca-se contra as abordagens
positivistas e experimentais, a neutralidade
científica e as perspectivas individualistas de
abordagem dos fenômenos psicossociais,
defendendo, ao contrário, a produção de um
conhecimento contextualizado, participante e co-
construído por pesquisadores e atores sociais,
como forma de contribuir para a solução dos
problemas sociais que vivenciam e transformar sua
realidade social.
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
 Temas recorrentes: estereótipos, autoimagens,
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sociais, poder social, relações de gênero, violência
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  • 1. RUMOS E PERCURSOS EM PSICOLOGIA SOCIAL Professor: Alessandro Bacchini
  • 2. PSICOLOGIA SOCIAL MODERNA: FENÔMENO AMERICANO  Duas publicações de 1908 marcam o início da psicologia social na américa do norte:  Uma introdução à psicologia social, de autoria de William McDougall (Psicólogo), e;  Psicologia social: uma resenha e um livro texto, de autoria de Edward Ross (Sociólogo).  No entanto, nas primeiras décadas do séc. XX a Psicologia social psicológica se estabelece nos EUA – ligada ao behaviorismo.
  • 3. PSICOLOGIA SOCIAL MODERNA: FENÔMENO AMERICANO  Floyd Allport (1924) defende que a Psicologia Social deveria concentrar-se no estudo experimental do indivíduo na medida em que o grupo constituía-se tão somente em mais um estímulo do ambiente social. Para ele: disciplina objetiva, de base experimental e focada no indivíduo. Anos 1920 e 1930: estudo das atitudes, da influência social interpessoal e da dinâmica de grupos.
  • 4. ATITUDES  Desenvolvimento de diferentes técnicas destinadas a mensurar as atitudes como um fenômeno mental;
  • 5. INFLUÊNCIA SOCIAL E DINÂMICA DE GRUPOS  Muzar Sheriff e Kurt Lewin, psicólogos europeus que imigraram para os EUA e receberam fortes influências do gestaltismo. Sheriff (1936): os grupos desenvolvem normas que governam os julgamentos dos indivíduos que dele fazem parte → normas grupais existem à revelia de seus membros individuais.
  • 6. INFLUÊNCIA SOCIAL E DINÂMICA DE GRUPOS  Lewin (1939): à análise da influência dos estilos de liderança e do clima grupal sobre o comportamento dos membros do grupo.  1 - Estilo de liderança democrático: produzia normas grupais construtivas e independentes, que levavam à realização de um trabalho produtivo, independentemente da presença ou não do líder;  2 - A liderança laissezfaire deixava os membros passivos;  3 - Grupos com liderança autocrática tornavam-se agressivos ou apáticos.
  • 7. DOIS PRINCIPAIS TEMAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA E POSTERIOR  Atitudes: anos 20; prosseguiu com os experimentos de Carl Hovland sobre comunicação e persuasão -> diferentes fatores que interferiam na mudança de atitudes.
  • 8. DOIS PRINCIPAIS TEMAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA E POSTERIOR  Percepção de pessoas: inicia-se com os trabalhos de Fritz Heider (1944, 1946, 1958), que também imigrou da Alemanha para os EUA durante a Segunda Grande Guerra, e recebeu forte influência do gestaltismo.
  • 9. EXEMPLOS DE ESTUDOS EM PERCEPÇÃO DE PESSOAS FRITZ HEIDER (1944, 1946, 1958)  -> Processos atribuicionais: os indivíduos associam as ações das pessoas a motivos e disposições internas, em função de perceberem uma justaposição ou gestalt.
  • 10. EXEMPLOS DE ESTUDOS EM PERCEPÇÃO DE PESSOAS FRITZ HEIDER (1944, 1946, 1958)  -> Teoria do equilíbrio: as pessoas tendem a manter sentimentos e cognições coerentes sobre um mesmo objeto ou pessoa, de modo a obter uma situação de equilíbrio.
  • 11. OS ANOS DE 1950 E 1960  Renovação do interesse pelas pesquisas sobre influência social e processos intergrupais -> Asch e Leon Festinger;  Asch (1952), influenciado por Sheriff (1936), analisa os processos que levam os indivíduos a se conformarem com as normas do grupo ao realizarem julgamentos, ainda quando se torna evidente que tais julgamentos estão incorretos.
  • 12. OS ANOS DE 1950 E 1960  Festinger (1954), sob a influência das investigações realizadas por Lewin, propõe a teoria dos processos de comparação social, na qual defende que as pessoas necessitam avaliar suas habilidades e opiniões a partir de comparações realizadas com outros indivíduos que lhes são similares; “E você, meu amigo, o que acha disso?”
  • 13. OS ANOS DE 1950 E 1960  Festinger (1957): dissonância cognitiva -> as pessoas são motivadas a procurar o equilíbrio entre suas atitudes e ações (modificando um comportamento, mudam-se as atitudes).
  • 14. DISSONÂNCIA COGNITIVA – LEON FESTINGER
  • 15. 70 E 80  As teorias da atribuição dominam o cenário sociopsicológico norte-americano entre 60 e 80 -> Evidência da ascensão do cognitivismo. Processos cognitivos responsáveis pelos julgamentos sociais, isto é, pelos mecanismos que levam o indivíduo a perceber e atribuir causas internas (pessoais) ou externas (situacionais) ao comportamento do outro.
  • 16. ANOS 80  A partir dos anos 1980, o cognitivismo se consolida como a perspectiva dominante na Psicologia Social Psicológica.  Em consequência, o principal tema de investigação passa a ser a cognição social:  Objetivo -> Compreender processos cognitivos que se encontram subjacentes ao pensamento social.
  • 17. A CRISE DA PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA DO NORTE O modelo de pesquisa-ação orientado para a comunidade e para o estudo dos grupos, introduzido por Lewin ainda nos anos de 1930, foi sendo paulatinamente abandonado... ... e substituído pela investigação de fenômenos e processos eminentemente intraindividuais, de natureza cognitiva.
  • 18. CRISE DE 70  Motivada pela excessiva individualização da Psicologia Social Psicológica e dos movimentos sociais ocorridos nos anos de 1970 (como o feminismo e a liberdade para a diversidade sexual, por exemplo).
  • 19. A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA DO NORTE: ATUALIDADES  Cognição social:  Como pensamos sobre nós mesmos e sobre os outros?  Apoia-se no modelo de processamento de informação (que considera a atenção e percepção, a memória e o julgamento como diferentes etapas do processamento cognitivo);  Estuda como impressões, crenças e cognições sobre os estímulos sociais são formadas e afetam o comportamento.
  • 20. A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA DO NORTE: ATUALIDADES  Cognição social  As informações sociais são representadas cognitivamente sob a forma de estruturas mentais, construídas, organizadas e estocadas na memória em categorias:  1 - Inicialmente se identifica os atributos salientes no outro;  2 - Em seguida, procura-se na memória as representações mentais ou esquemas similares aos atributos identificados,  3 - Seleciona-se o mais apropriado, e;  4 - Utiliza-o para realizar inferências.  “-Sabe, eu não gostei daquele garoto logo de cara! Mas não sei o porquê...”
  • 21.  Atitudes  Em geral estão associadas a crenças, valores e opiniões;  Conceito: avaliações gerais e duradouras, que variam de um extremo positivo a um extremo negativo, dos objetos presentes no mundo social, o que abrange pessoas, grupos, comportamentos etc. Nesse sentido, elas integram as cognições e afetos sobre tais objetos;
  • 22.  Atitudes  A tentativa de explicar os processos psicológicos responsáveis pela formação e mudança de atitudes, bem como pela consistência entre atitudes e comportamento, pode ser enquadrada em estudos denominados “formação de atitudes” e “mudança de atitudes”;
  • 23.  Formação de atitudes  A formação de atitudes costuma ocorrer de forma não consciente, por meio de aprendizagem condicionada ou mediante a mera exposição a estímulos vivenciados como afetivamente positivos.
  • 24.  Mudança de atitudes  Costuma ocorrer no plano consciente e vem sendo mais recentemente explicada pelos modelos de processos duais que atualmente dominam a pesquisa na área de persuasão;
  • 25. A PSICOLOGIA SOCIAL NA EUROPA: EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS ATUAIS  Apesar de a Psicologia Social europeia ter inicialmente caminhado lado a lado com a Psicologia Social Psicológica, ela começou, a partir dos anos 1970 e motivada pela crise da Psicologia Social na América do Norte, a adquirir sua própria identidade e a demonstrar maior preocupação com a estrutura social.  Entre os temas de estudo mais frequentes:  Identidade social: relações intergrupais;  Representações sociais: remetem a uma psicologia dos grupos e coletividades.
  • 26. IDENTIDADE SOCIAL  Henri Tajfel (1981), da Universidade de Bristol, na Inglaterra;  -> O indivíduo é moldado pela sociedade e pela cultura; As relações intergrupais estão intimamente relacionadas a processos de identificação grupal e de comparação social.
  • 27. IDENTIDADE SOCIAL  Três postulados básicos:  (1) o autoconceito é derivado da identificação e pertença grupal;  (2) as pessoas são motivadas a manter uma autoestima positiva;  (3) as pessoas estabelecem uma identidade social positiva mediante a comparação favorável de seu próprio grupo (in- group) com outros grupos sociais (out-groups).
  • 28. IDENTIDADE SOCIAL  Nesse sentido, quando tal comparação não se mostra favorável ao próprio grupo, elas irão adotar diferentes estratégias para recuperar o favoritismo de seu próprio grupo, como forma de assegurar uma autoestima positiva.
  • 29. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS  Segundo Moscovici (1981), as representações sociais englobam um conjunto de conceitos, imagens e explicações que se originam do senso comum, no contexto das interações e comunicações interpessoais.  Novos significados vão sendo acrescentados à realidade.  A função das representações sociais é dar sentido ao desconhecido, transformando o não familiar em algo familiar.
  • 30. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS  Para tanto, apoia-se nos processos de ancoragem e objetivação.  O primeiro se ocupa de inserir o fenômeno não familiar em uma rede de categorias e imagens familiares, de modo a que ele possa ser interpretado, enquanto...  ...o segundo tem por objetivo transformar o que é abstrato em algo concreto e que pode ser, assim, tocado.
  • 31. A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA LATINA: EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS ATUAIS  Ao final de 70, muitos psicólogos sociais latino- americanos iniciaram um forte movimento de questionamento à Psicologia Social norte- americana (em função de seu experimentalismo e individualismo), em prol de uma psicologia social mais voltada para os problemas políticos e sociais que a região vinha enfrentando.
  • 32. A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA LATINA: EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS ATUAIS  Estimulados pela arbitrariedade dos regimes militares e pela grande desigualdade social do continente, esses psicólogos sociais irão defender uma ruptura radical com a psicologia social tradicional (Spink & Spink, 2005).
  • 33. PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA  Martín-Baró, 1996 (psicólogo e padre jesuíta espanhol, radicado em El Salvador): a principal tarefa do psicólogo social deve ser a conscientização de pessoas e grupos, como forma de levá- los a desenvolver um saber crítico sobre si e sobre sua realidade, que lhes permita controlar sua própria existência.
  • 34. PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA  Os psicólogos sociais devem contribuir para a construção de identidades pessoais, coletivas e históricas capazes de romper a situação de alienação das maiorias populares oprimidas e desumanizadas que vivem à margem da sociedade dominante e, consequentemente, levar à mudança social.
  • 35. PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA  Outra autora de destaque no cenário latino- americano é Maritza Montero, da Venezuela.  Montero e Montenegro (2006) assinalam que ela se caracteriza principalmente por questionar os modos de produção de conhecimento e prática da Psicologia e perseguir a transformação social e a relevância social da pesquisa e intervenção sobre os problemas sociais que assolam o país.
  • 36. PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA  Para tanto, coloca-se contra as abordagens positivistas e experimentais, a neutralidade científica e as perspectivas individualistas de abordagem dos fenômenos psicossociais, defendendo, ao contrário, a produção de um conhecimento contextualizado, participante e co- construído por pesquisadores e atores sociais, como forma de contribuir para a solução dos problemas sociais que vivenciam e transformar sua realidade social.
  • 37. PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA  Temas recorrentes: estereótipos, autoimagens, identidades sociais, nacionalismo, movimentos sociais, poder social, relações de gênero, violência doméstica, direitos reprodutivos da mulher, entre outros.