SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 61
PATOLOGIA GENITAL MASCULINA BENIGNA

Fortunato Barros
CHLC, Hospital S. José
Jornadas do CHMT, 27 e 28 de Abril de 2012
Patologia genital masculina benigna
Introdução
 Próstata, vesículas seminais, canais ejaculadores,

glândulas bulbouretrais, pénis com uretra, testículos,
epididimo e canal deferente.
 Traumáticas, inflamatórias, infecciosas, congénitas ou
outras
 Agudas ou crónicas
Patologia genital masculina benigna
 Fimose e parafimose

 Traumatismos

 Doença de Peyronie

 Hidrocele

 Priapismo

 Espermatocele/Quisto
do epididimo

 Escroto Agudo

 Varicocele
Fimose
 Contactura fibrótica do prepúcio que impede a sua retracção

sobre a glande
 Aos 6 meses somente 20% dos meninos conseguem retrair
totalmente o prepúcio. 90% conseguem aos 3 anos.
 50-60% têm algum grau de fimose aos 10 anos. Após a
puberdade é rara.
 Fisiológica e patológica
Fimose
Fimose
 Etiologia: Prepúcio redundante, higiene deficitária,

microtraumatismos, dermatites e balanopostites
 Complicações: RUA, infecção e parafimose e cancro do

pénis ?
 Tratamento: corticóides tópicos e circuncisão (7 a 10nos);

risco cirúrgico mínimo- 1/5000 anestesias, 1 óbito/200.000
anestesias)
Fimose
Cirurgia
Parafimose
 Dor, edema e congestão vascular da glande, resultante da

retracção do prepúcio com anel estenótico para trás da
glande
 Infecção, ulceração e necrose do prepucio distal
 Tratamento: analgesia, gelo local, redução manual e dorsal
slip-circuncisão.
Doença de Peyronie
 Lesão fibrosa que acomete a túnica albugínea do corpo

cavernoso, restringindo a sua elasticidade e causando sua
curvatura em erecção.
 Placa (fibrosa, cartilagínea e óssea). Localização dorsal mais

frequente.
Doença de Peyronie

 Etiologia desconhecida
 Factores associados: genéticos, microtraumatismos,

histocompatibilidade HLA-B27, D. Dupuytren,
fibromatose plantar ou palmar, timpanosclerose, D.
Osmond, D.Ledderhose e défice de Alfa 1- antitripsina.
 Incidência de 0.3-2%; 45 a 65 anos
Doença de Peyronie
 10-15% de resolução espontânea;
 insidioso;
 abrupto em 20%;
 associado a trauma directa em 40 %
 Clínica: dor, presença de placa, encurvamento e

encurtamento peniano, dificuldade na penetração e
disfunção eréctil
Doença de Peyronie
 Diagnóstico: clínico, fotodocumentação, ecografia

peniana e doppler com PGE.
 DD: curvatura congénita, trombose da artéria dorsal do
pénis, trombose dos corpos cavernosos, curvatura pós
estenose uretral, infiltração peniana sifilítica, pós
linfogranuloma venéreo e pós infiltração neoplásica
Doença de Peyronie
Tratamento
Médico
 Vitamina E
 Paraminobenzoato de sódio








(Potaba)
Colchicina, tamoxifeno,
pentoxifilina
Corticóides intralesional
Verapamil intralesional
Colagenase intralesional
RT, ultrasom, LEOC,despositivos
mecânicos
Indicação: fase inicial < 12 meses,
dor, fase de regressão ou
progressão, recusa de cirurgia.

Cirúrgico
 Indicação: fase estável,

sem dor, sem DE e com
encurvamento acentuado
 Técnicas: plicatura da
túnica albugínea,
incisão/excisão da placa e
prótese peniana
Doença de Peyronie
Tratamento cirúrgico
Plicatura da albugínea/Op Incisão/excisão da placa
Nesbit e afins
- Função eréctil mantida
- Comprimento peniano
adequado
- Curvatura peniana < 60
graus

Prótese peniana

- Função eréctil preservada - DE que não reponde ao
- Pénis curto
tratamento médico
- Deformidade em
ampulheta ou complexa
- Placas extensas
- Curvatura > 60 graus
- Dor persistente
Priapismo
 Erecção persistente, dolorosa e não acompanhada de

desejo sexual. Caracteristicamente há erecção dos
corpos cavernosos com poupança do corpo esponjoso e
glande.
 Priapismo idiopático e secundário
 Priapismo de baixo débito, isquémico ou venoclusivo e
de alto débito, não-isquémico ou arterial
Priapismo
Etiologia
 Idiopática (35%)
 Drogas e álcool (PGE, papaverina, cocaína, antidepressivos,

antipsicóticos, anti-hipertensores, anticoagulantes e análogos
LH-RH (21%)
 Trauma perineal (12%)
 Anemia falciforme (11%)
 Doença inflamatória genital
 Doenças neurogénicas (lesões medulares e do SNC,

neuropatia autónoma e anestesia)
 Infiltração neoplásica
Priapismo
Diagnóstico
 Clínico
 Gasimetria dos corpos cavernosos
 Ecoddopler peniano
 Angiografia
Priapismo
Tratamento
 Emergência urológica
 Risco de disfunção eréctil se > 12-24 horas de evolução
 Medidas gerais: hidratação, analgesia, oxigenio,

alcalinização, transfusão sanguínea.
 Aspiração e lavagem dos corpos cavernosos com soro
fisiológico (30% responde)
 Injecção intracavernosa de drogas simpaticomiméticas
(epinefrina, fenilefrina e efedrina) (90% responde).
Priapismo
Tratamento
 Embolização (risco alto)
 Cirurgia: Shunts cavernoso-esponjosos distais (Winter e

Al- Ghorab) e proximais Quackels e Grayhack) e
cavernoso-safena
 Prótese peniana (> 72 h)
 Prognóstico: a preservação da erecção- 20-55%
 Priapismo recorrente: agonistas LH-RH, pentoxifilina, e
auto-injecção de drogas vasoactivas
Escroto Agudo
Anamnese
-idade

Diagnóstico Diferencial
- Torção do testículo

- Orquite, Epididimite
- Torção de hidátide de
Morgagni
- Hematoma pós-traumático
- Hérnia inguino-escrotal

- caracteristicas da dor
- episódios anteriores
- trauma, queixas
urinárias
- febre
Ex. Objectivo
-testículo
subido/horizontalizado
- epidídimo espessado
- “blue dot”
- reflexo cremasteriano
- sinal de Prehn
Torção Testicular
 Emergência

Dano irreversível

Implicações legais

Pico de incidência – 12 aos 18 anos

extravaginal

intravaginal
Torção Testicular
 Contracção do cremaster
Sonda e Lapides 1961 – gravidade

grau de rotação

3-4 voltas : necrose após 2 horas
1 volta (360º): necrose após 24 horas
90º: tolerado durante 7 dias

 + freq inicio súbito e dor intensa
 Episódios de sub-torção anterior são comuns
Torção Testicular
Diagnóstico
Se suspeita forte de torção

Exploração cirúrgica

MCDT não devem atrasar entrada no BO
Ecodoppler colorido :
Sensib – 89%
Especif – 99%
① Calibrar no test saudável
② Se fluxo N ou  - exclui torção
Torção Testicular
Tratamento
É aceitável tentar distorção manual durante observação
rotação externa, em direcção à coxa

Não deve atrasar exploração cirúrgica

Casos de sub-torção, autolimitados, são frequentes
Orquidopexia bilateral diferida

Correcção Cirúrgica
① Se testículo não-viável

Orquidectomia e orquidopexia contralateral

② Se viável

Orquidopexia bilateral
Epididimite / orquite
Etiologia
 Causa mais comum de escroto agudo; 5º diagnóstico urológico
 + freq no adulto, rara na criança
 Etiologia:



Refluxo retrógrado de urina infectada; instrumentação; hematogénea
Doenças sexualmente transmissíveis
 <35 anos
 DST ; Viral
 Neisseria gonorrhoeae
 Chamydia trachomatis
 >35 anos
 + freq forma não sexualmente transmitida
 Refluxo de urina infectada
 Enterobacteriaceae; Pseudomonas
 Imunossuprimidos
 Tuberculose, cryptococcus, brucella
Epididimite/orquite
Clínica
 Febre, nauseas, vómitos
 Dor escrotal intensa, com irradiação ao cordão espermático e

abdomen/flanco
 Inicio-1-2 dias

 Aumento do volume epidídimo/testículo
 Hidrocele reaccional
 Eritema do escroto
 Uretrite, cistite, prostatite
Epididimite / Orquite
Diagnóstico
Ecografia
Epididimo / testículoaumentado s de
volume, heterogénios, hipoecóicos,
hidrocele reactivo, espessamento do
escroto, Aumento do fluxo no doppler
Abcesso
Epididimite crónica
Epididimo hiperecóico
Calcificações

Urina II
Exsudado Uretral
Sangue
Epididimite/Orquite
Tratamento
 Repouso
 Gelo local
 Suspensão do escroto
 Antipiretico/analgésico
 Anti-inflamatório
 Antibioterapia empírica – quinolonas, tetraciclinas e ceftriaxona

 Cirurgia
 Abcesso
 Orquite xantogranulomatosa
TRAUMATISMO GENITAL


1 a 2/3 casos de traumatismo genitourinário



Maior incidência em homens (15-40 anos)

 Traumatismo fechado – 80%
Desportos de contacto
 Motociclos, BTT




Traumatismo penetrante – 20%



35% das feridas por arma de fogo interessam os orgãos genitais!!
TRAUMATISMO DO PÉNIS
 Pénis


Flacidez
 Hematoma subcutâneo



Erecção
 60% lesões ocorrem durante relações sexuais
 Fractura dos corpos cavernosos



Hematoma intra-cavernoso
 Cicatrização
Fibrose



Disfunção eréctil

Hematoma escrotal
 Pode mascarar lesões posteriores/crura
 Pesquisa de lesões posteriores!!!
TRAUMATISMO DO PÉNIS
 Fractura dos corpos cavernosos






História clínica
Exame objectivo – palpação do defeito da albugínea
Cavernosografia
RMN
Laceração da túnica albugínea Encerramento cirúrgico
TRAUMATISMO DO PÉNIS
TRATAMENTO
 Traumatismo fechado


Sem rotura da túnica albugínea
 Gelo + Anti-inflamatório



Rotura da túnica albugínea
 Reparação cirúrgica imediata
 9% complicações pós-operatórias
 Tratamento conservador

 Traumatismo penetrante


Exploração cirúrgica

Abcesso
Lesão parcial da uretra não diagnosticada
Curvatura peniana
Persistência do hematoma
Urgências em Urologia

TRAUMATISMO ESCROTAL


Escroto e testículos
 Deslocação do testículo
 Rotura testicular
 Hematoma escrotal



Sub-cutânea
Interna (cordão espermático)

Diagnóstico
 Clínica:
 Dor escrotal
 Náuseas e vómitos
 Lipotímia


MCDTs
 Ecografia de alta resolução
 Doppler

TAC ou RMN

Exploração cirúrgica
TRAUMATISMO ESCROTAL
TRATAMENTO
 Hematocele



Tratamento conservador se tamanho < 3x normal
Infecção, dor Cirurgia

 Rotura testicular


Cirurgia

 Deslocação do testículo



Reposição manual (com fixação posterior)
Orquidopexia

 Traumatismo Penetrante



Exploração Cirúrgica
Orquidectomia

 Escroto


Encerramento primário
Hidrocele
 É colecção de líquido entre os folhetos parietal e visceral da túnica

vaginal (produção > absorção)
 Uni ou bilateral; congénito ou adquirido
 Etiologia: persistência do canal peritoneo-vaginal, processos

inflamatórios (orquiepididimites), hérnia inguino-escrotal, traumatismos
e neoplásicos (5-10%)
 Incidência de 1% nos adultos. Recorrência de 2%
 80% dos RN têm persistência do canal peritoneo-vaginal. A maioria

encerra aos 18 meses.
Hidrocele
Hidrocele
Diagnóstico
 Clínico: assintomático. Escroto indolor e aumentado de volume;

outros sintomas

 Transluminação
 Ecografia escrotal

 DD com escroto agudo
 Complicações: isquémia testicular, hemorragia, encarcerramento ou

estrangulamento de hérnia associada
Hidrocele
Tratamento
 Atitude expectante nas crianças
 Aspiração e escleroterapia (contraindicados nas situações de epididimite

e hérnia inguinal associada)
 Cirurgia

Complicações: lesão do canal deferente, infecção da ferida operatória,
lesão dos vasos espermáticos.
 Prognóstico variável com a etiiologia
Espermatocele/Quisto do epididimo
 É uma estrutura quística preenchida com líquido contendo





esperma, envolvendo principalmente o epididimo
Massa transluminada, separada do testículo e superior a ele
Diagnóstico: transluminação e ecografia escrotal
Tratamento cirurgico: Excisão
Morbilidade e recidiva a volta de 15-20%
Varicocele
 É uma dilatação do plexo pampiniforme e da veia espermática

interna acima do testículo.
 Prevalência de 15% na população e de 40% nas consultas de

infertilidade masculina
 Lado esquerdo mais frequente. Atrofia testicular ipsilateral
 Varicocele de inicio súbito, a direita e que não diminui na posição

supina obriga a exclusão de tumor retroperitoneal
Varicocele
Diagnóstico
 Clínico: Geralmente assintomático; dor e sensação de

peso escrotal (2-10%); infertilidade masculina em 35%
dos casos
 Graus: Grau 0- diagnóstico ecográfico e/ou radiológico,

não palpável; Grau 1- palpável somente durante Valsalva;
Grau 2- palpável em pé; Grau 3- palpável e visível em pé
Varicocele
Diagnóstico
 Espermograma: oligoastenoteratozoospermia

 Ecodoppler peniano

- Veias com diâmetro > 3.5 mm
- Refluxo venoso durante valsalva
Varicocele
Tratamento
 Cirurgia
Indicações: dor crónica, atrofia testicular marcado e infertilidade
Resultados:
- 95% de sucesso
- Taxa de recidiva varia de 3 a 29% conforme a técnica
- 75% de melhoria do espermograma
- Não há evidência de aumento da taxa de gravidez
- Complicações: hidrocele, infecção, atrofia testicular, etc
Varicocele
Cirurgia
Técnicas: inguinal, retroperitoneal, subinguinal,
laparoscópica, microcirúrgico e embolização
Varicocele
Recomendações
 O tratamento do varicocele está recomendado para

adolescentes com progressiva falência do
desenvolvimento testicular (nível B)
 Não há evidência de beneficio de tratamento de

varicocle em doentes inférteis com espermograma
normal ou em doentes com varicocele subclínico (nível A)
Escroto Agudo
Conclusão
Historia, Observação

Inicio súbito, dor intensa, pouco
tempo de evolução, doente
jovem

Sintomas com >24h de
evolução, doente adulto
Baixa probabilidade de torção

Alta probabilidade de torção

Ecodoppler colorido
Fluxo ausente ou 

Exploração cirúrgica

Em caso de dúvida EXPLORAR SEMPRE

Fluxo N ou 

Trat medico / vigilância
Torção de Apêndices Testiculares
 Hidatide de Morgagni
Apêndice testicular
Remanescência do ducto mulleriano
Polo sup do testículo

 Apêndice do epidídimo
Remanescência do ducto mesonefrico (Wollf)
Cabeça do epidídimo
Torção de Apêndices Testiculares
 + freq na adolescência
 Início + insidioso
Dor em crescendo, pode simular torção testicular

 Inicialmente sinais inflamatórios mínimos
Testículo normal, indolor
“Blue dot” com dor localizada à palpação

Edema e eritema reactivos
 Ecodoppler

excluir torção
 Tratamento sintomático – AINE’s , elevação escrotal
Uritrite
Etiologia
 Primária
 Secundária
 Algaliação
 Aperto da uretra

 Uropatogénios, stafilococus
 Infecciosas
N. gonorrhoeae
C. trachomatis
Mycoplasma genitalium
Trichomonas vaginalis

 Químicas
 Mecânicas
 Inflamatórias não infecciosas

Clínica
 Corrimento

purulento/mucopurulento
 Disúria
 Assintomática
Uritrite
Tratamento
Uretrite Gonocócica
 Cefixime-400 mg dose única
 Ceftriaxone – 1g IM dose única
 Regimes alternativos:
 Ciprofloxacina 500 mg po dose única
 Ofloxacina 400 mg po dose única
 Levofloxacina 250 mg po dose única

Uretrite Não-Gonocócica
 Azitromicina – 1g po dose única
 Doxiciclina – 100 mg po 2x d 7 dias
 2ª escolha:

 Eritromicina 500 mg po 4xd 14 dias
 Ofloxacina 2oo mg po 2xd 7 dias
 Levofloxacina 500 mg/dia 7 dias
 T. vaginalis / Mycoplasma
 Metronidazole 2 g dose única
 Eritromicina 500 mg po 4xd 7 d
 dicionar agente anti-chlamidea

 Tratamento do parceiro
 Abstinência sexual
Prostatite Bacteriana Aguda
 Inflamação prostática associada a ITU
 Infecção uretral ascendente, refluxo de urina infectada para os






ductos prostáticos
Diagnóstico + frequente em H >50 anos
Inicio súbito
Sintomas constitucionais: febre, calafrio, mialgias, dor
 Dor (prostata -46%; escroto/testiculos-39%; pénis-6%;
bexiga-6%; lombar-2%)
LUTS: frequencia, urgência, disúria, retenção urinária
Prostatite Bacteriana Aguda
 DRE




Prostata dolorosa ao toque
Aumentada de volume
Aumento da temperatura local

 Agentes Etiológicos reconhecidos:






E. coli
Klebsiella spp.
Proteus mirabilis
Enterococcus faecalis
Pseudomonas aeruginosa

 Agentes de significado debativel:

 Urina II – leuc + , erit+
 Leucocitose
 Ecografia P TR








Staphylococci
Streptococci
Corinebacterium spp.
Chlamydia trachomatis
Ureaplasma urealyticum
Mycoplasma hominis
Prostatite Bacteriana Aguda
Tratamento
- Penicilina largo
espectro/cefalosporina
3ª/quinolona EV
+
Aminoglicosideo
Fluoroquinolona 2-4 sem
- Anti-inflamatório
- Alfa-bloqueante
- Retenção urinária
Cistostomia supra-púbica

Medicamentoso
Balanopostite
 Inflamação e infecção do prepúcio e da glande
 3% de incidência
 Infecções fúngicas (candida), bacterianas (bacterióides e

gardnerrela) e dermatites
 Diabetes, imunossupressão e falta de higiene
 Lesão macular, húmida, avermelhada, dor, edema, prurido,
bordos irregulares esbranquiçadas e secreções
Balanopostite
 DD/ com lesões pré-neoplásicas do pénis (eritroplasia de

Queyrat e doença de Bowen)
 Biópsia em casos recorrentes e refractárias
 Tratamento: antibióticos, antifúngicos, corticoides tópicos e
circuncisão
Condiloma acuminado
 Infecção viral- papiloma vírus humano
 Vírus DNA , papovavírus. 70 tipos, sendo 34 ligados a






lesões anogenitais
Em urologia- tipos 3, 11, 16 e 18
Risco de cancro do colo do útero em cerca de 30%.
HPV actualmente é a 3ª causa mais comum de DST e a
mais comum virose de transmissão sexual
Período de incubação- 2 a 3 meses.
Infectividade bastante elevada com cerca de 60% dos
parceiros apresentando doença clinica simultânea
Condiloma acuminado
 Lesão papilomatosa- verrucosa (única ou múltipla,

húmido, macerado, rosácea, branco-acinzentada,
coalescente ou não, superficial e de tamanhos variados).
Tumor de Buschke-Lowenstein.
 Pénis, prepúcio, ânus, perineal, oral e uretra
 17% de involução
 Associação a HIV e outras DST’s
Condiloma acuminado
Condiloma acuminado
 Transmissão: contacto directo sexual, autoinoculação e

outras
 Diagnóstico
- Clínico
- Técnicas de imuno-histoquímica e hibridação
(células coilocitóticas). Detecção de Ag virais e DNA viral
- Peniscopia (ácido acético a 5%)
Condiloma Acuminado
Tratamento
 Frustrante, recidivas frequentes. Latente.
 Podofilina (10-15%);Ácido tricloroacético (40-60%)
 Cauterização, laser de CO2 e crioterapia
 Imunoterapia com interferon alfa, levamisol e BCG
 5-fluorocil; Imiquinod

 Excisão cirúrgica

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Ferimento por arma de fogo
Ferimento por arma de fogoFerimento por arma de fogo
Ferimento por arma de fogoLawrence Caixeta
 
Propedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lPropedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lpauloalambert
 
Tratamento de feridas - Aula 01
Tratamento de feridas - Aula 01Tratamento de feridas - Aula 01
Tratamento de feridas - Aula 01SMS - Petrópolis
 
Lesões Cutâneas do RN
Lesões Cutâneas do RNLesões Cutâneas do RN
Lesões Cutâneas do RNLaped Ufrn
 
SAE Cirúrgica - Gastrotomia, Gastrostomia e Gastrectomia
SAE Cirúrgica - Gastrotomia, Gastrostomia e GastrectomiaSAE Cirúrgica - Gastrotomia, Gastrostomia e Gastrectomia
SAE Cirúrgica - Gastrotomia, Gastrostomia e GastrectomiaAndressa Carmo
 
Aula abdome agudo na criança e adolescente , e escroto agudo
Aula abdome agudo na criança e adolescente , e escroto agudoAula abdome agudo na criança e adolescente , e escroto agudo
Aula abdome agudo na criança e adolescente , e escroto agudoFACULDADE DE MEDICINA DA UFMG
 
Aula 3 - GINECOLOGIA - doenças sexualmente transmissíveis, infecções genitour...
Aula 3 - GINECOLOGIA - doenças sexualmente transmissíveis, infecções genitour...Aula 3 - GINECOLOGIA - doenças sexualmente transmissíveis, infecções genitour...
Aula 3 - GINECOLOGIA - doenças sexualmente transmissíveis, infecções genitour...Caroline Reis Gonçalves
 
Aula de anatomia de aparelho reprodutor feminino seminários - helson
Aula de anatomia de aparelho reprodutor feminino   seminários - helsonAula de anatomia de aparelho reprodutor feminino   seminários - helson
Aula de anatomia de aparelho reprodutor feminino seminários - helsonHelson da Silveira
 
Falando sobre câncer de colo de útero
Falando sobre câncer de colo de úteroFalando sobre câncer de colo de útero
Falando sobre câncer de colo de úteroLetícia Spina Tapia
 

Was ist angesagt? (20)

Ferimento por arma de fogo
Ferimento por arma de fogoFerimento por arma de fogo
Ferimento por arma de fogo
 
Nós e Suturas
Nós e SuturasNós e Suturas
Nós e Suturas
 
Propedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lPropedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal l
 
Apendicite
ApendiciteApendicite
Apendicite
 
Aula anestesia local
Aula   anestesia localAula   anestesia local
Aula anestesia local
 
DoençAs Da Vulva1
DoençAs Da Vulva1DoençAs Da Vulva1
DoençAs Da Vulva1
 
Aula Litíase Renal
Aula Litíase Renal Aula Litíase Renal
Aula Litíase Renal
 
Tratamento de feridas - Aula 01
Tratamento de feridas - Aula 01Tratamento de feridas - Aula 01
Tratamento de feridas - Aula 01
 
Lesões Cutâneas do RN
Lesões Cutâneas do RNLesões Cutâneas do RN
Lesões Cutâneas do RN
 
SAE Cirúrgica - Gastrotomia, Gastrostomia e Gastrectomia
SAE Cirúrgica - Gastrotomia, Gastrostomia e GastrectomiaSAE Cirúrgica - Gastrotomia, Gastrostomia e Gastrectomia
SAE Cirúrgica - Gastrotomia, Gastrostomia e Gastrectomia
 
Nós Cirúrgicos
Nós CirúrgicosNós Cirúrgicos
Nós Cirúrgicos
 
Aula abdome agudo na criança e adolescente , e escroto agudo
Aula abdome agudo na criança e adolescente , e escroto agudoAula abdome agudo na criança e adolescente , e escroto agudo
Aula abdome agudo na criança e adolescente , e escroto agudo
 
Novembro azul
Novembro azulNovembro azul
Novembro azul
 
Fácies - Profa. Rilva Muñoz
Fácies - Profa. Rilva MuñozFácies - Profa. Rilva Muñoz
Fácies - Profa. Rilva Muñoz
 
Fraturas do Anel Pélvico
Fraturas do Anel Pélvico Fraturas do Anel Pélvico
Fraturas do Anel Pélvico
 
Aula 3 - GINECOLOGIA - doenças sexualmente transmissíveis, infecções genitour...
Aula 3 - GINECOLOGIA - doenças sexualmente transmissíveis, infecções genitour...Aula 3 - GINECOLOGIA - doenças sexualmente transmissíveis, infecções genitour...
Aula 3 - GINECOLOGIA - doenças sexualmente transmissíveis, infecções genitour...
 
Tumores de ovário
Tumores de ovárioTumores de ovário
Tumores de ovário
 
Aula de anatomia de aparelho reprodutor feminino seminários - helson
Aula de anatomia de aparelho reprodutor feminino   seminários - helsonAula de anatomia de aparelho reprodutor feminino   seminários - helson
Aula de anatomia de aparelho reprodutor feminino seminários - helson
 
Falando sobre câncer de colo de útero
Falando sobre câncer de colo de úteroFalando sobre câncer de colo de útero
Falando sobre câncer de colo de útero
 
Instrumental cirurgico
Instrumental cirurgicoInstrumental cirurgico
Instrumental cirurgico
 

Ähnlich wie Patologia genital masculina

Abdome agudo em ginecologia 3
Abdome agudo em ginecologia 3Abdome agudo em ginecologia 3
Abdome agudo em ginecologia 3Vicente Santos
 
13 exame proctológico e dst em proctologia
13  exame proctológico e dst em proctologia13  exame proctológico e dst em proctologia
13 exame proctológico e dst em proctologiaitsufpr
 
13 exame proctológico e dst em proctologia
13  exame proctológico e dst em proctologia13  exame proctológico e dst em proctologia
13 exame proctológico e dst em proctologiaitsufpr
 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISDOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISUrovideo.org
 
Hiperplasia prostática benigna
Hiperplasia prostática benignaHiperplasia prostática benigna
Hiperplasia prostática benignaIsadora Ribeiro
 
Patologia da Prostatta
Patologia da ProstattaPatologia da Prostatta
Patologia da Prostattaalleyrand
 
Manejo do sangramento
Manejo do sangramento  Manejo do sangramento
Manejo do sangramento Anestesiador
 
CIR_GENITAL_MASC.pdf
CIR_GENITAL_MASC.pdfCIR_GENITAL_MASC.pdf
CIR_GENITAL_MASC.pdfdaniela141035
 
Hemorragias na gestação
Hemorragias na gestaçãoHemorragias na gestação
Hemorragias na gestaçãotvf
 
Doenassexualmentetransmi 1231076518790527 1
Doenassexualmentetransmi 1231076518790527 1Doenassexualmentetransmi 1231076518790527 1
Doenassexualmentetransmi 1231076518790527 1ronildosena
 
Doenças Sexualmente Transmissíveis
Doenças Sexualmente TransmissíveisDoenças Sexualmente Transmissíveis
Doenças Sexualmente TransmissíveisProfessor Robson
 

Ähnlich wie Patologia genital masculina (20)

Abdome agudo em ginecologia 3
Abdome agudo em ginecologia 3Abdome agudo em ginecologia 3
Abdome agudo em ginecologia 3
 
13 exame proctológico e dst em proctologia
13  exame proctológico e dst em proctologia13  exame proctológico e dst em proctologia
13 exame proctológico e dst em proctologia
 
13 exame proctológico e dst em proctologia
13  exame proctológico e dst em proctologia13  exame proctológico e dst em proctologia
13 exame proctológico e dst em proctologia
 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISDOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
 
Ginecologia infanto puberal
Ginecologia infanto puberalGinecologia infanto puberal
Ginecologia infanto puberal
 
Ginecologia infanto puberal
Ginecologia infanto puberalGinecologia infanto puberal
Ginecologia infanto puberal
 
3ª aula teórica de urologia hiperplasia prostática benigna - prof. rommel
3ª aula teórica de urologia   hiperplasia prostática benigna - prof. rommel3ª aula teórica de urologia   hiperplasia prostática benigna - prof. rommel
3ª aula teórica de urologia hiperplasia prostática benigna - prof. rommel
 
Hiperplasia prostática benigna
Hiperplasia prostática benignaHiperplasia prostática benigna
Hiperplasia prostática benigna
 
Aula pineal e hipófise
Aula pineal e hipófiseAula pineal e hipófise
Aula pineal e hipófise
 
Ginecomastia.
Ginecomastia.Ginecomastia.
Ginecomastia.
 
Tumores da bexiga
Tumores da bexigaTumores da bexiga
Tumores da bexiga
 
Patologia da Prostatta
Patologia da ProstattaPatologia da Prostatta
Patologia da Prostatta
 
Manejo do sangramento
Manejo do sangramento  Manejo do sangramento
Manejo do sangramento
 
Infecções da coluna vertebral
Infecções da coluna vertebralInfecções da coluna vertebral
Infecções da coluna vertebral
 
CIR_GENITAL_MASC.pdf
CIR_GENITAL_MASC.pdfCIR_GENITAL_MASC.pdf
CIR_GENITAL_MASC.pdf
 
MN em Urologia
MN em UrologiaMN em Urologia
MN em Urologia
 
Hemorragias na gestação
Hemorragias na gestaçãoHemorragias na gestação
Hemorragias na gestação
 
Retenção urinária
Retenção urináriaRetenção urinária
Retenção urinária
 
Doenassexualmentetransmi 1231076518790527 1
Doenassexualmentetransmi 1231076518790527 1Doenassexualmentetransmi 1231076518790527 1
Doenassexualmentetransmi 1231076518790527 1
 
Doenças Sexualmente Transmissíveis
Doenças Sexualmente TransmissíveisDoenças Sexualmente Transmissíveis
Doenças Sexualmente Transmissíveis
 

Mehr von Fortunato Barros

Braquiterapia prostática
Braquiterapia prostática Braquiterapia prostática
Braquiterapia prostática Fortunato Barros
 
Disfunção sexual feminina
Disfunção sexual femininaDisfunção sexual feminina
Disfunção sexual femininaFortunato Barros
 
Hipertrofia benigna da próstata
Hipertrofia benigna da próstataHipertrofia benigna da próstata
Hipertrofia benigna da próstataFortunato Barros
 
Disfunção sexual feminina
Disfunção sexual femininaDisfunção sexual feminina
Disfunção sexual femininaFortunato Barros
 
Dia europeu da disfunção eréctil
Dia europeu da disfunção eréctilDia europeu da disfunção eréctil
Dia europeu da disfunção eréctilFortunato Barros
 
Dia europeu da disfunção eréctil jornal
Dia europeu da disfunção eréctil  jornalDia europeu da disfunção eréctil  jornal
Dia europeu da disfunção eréctil jornalFortunato Barros
 
Patologia genital masculina imagens
Patologia genital masculina  imagensPatologia genital masculina  imagens
Patologia genital masculina imagensFortunato Barros
 
Hbp cuidados-partilhados[1]
Hbp  cuidados-partilhados[1]Hbp  cuidados-partilhados[1]
Hbp cuidados-partilhados[1]Fortunato Barros
 
Disfunção eréctil palestra na feira
Disfunção eréctil palestra na feiraDisfunção eréctil palestra na feira
Disfunção eréctil palestra na feiraFortunato Barros
 
Disfunção eréctil e iatrogenia
Disfunção eréctil e iatrogeniaDisfunção eréctil e iatrogenia
Disfunção eréctil e iatrogeniaFortunato Barros
 
Ejaculação precoce 90 anos da apu
Ejaculação precoce  90 anos da apuEjaculação precoce  90 anos da apu
Ejaculação precoce 90 anos da apuFortunato Barros
 
Conversas com o especialista ii
Conversas com o especialista iiConversas com o especialista ii
Conversas com o especialista iiFortunato Barros
 

Mehr von Fortunato Barros (18)

Braquiterapia prostática
Braquiterapia prostática Braquiterapia prostática
Braquiterapia prostática
 
Incontinência Urinária
Incontinência UrináriaIncontinência Urinária
Incontinência Urinária
 
Disfunção sexual feminina
Disfunção sexual femininaDisfunção sexual feminina
Disfunção sexual feminina
 
Hipertrofia benigna da próstata
Hipertrofia benigna da próstataHipertrofia benigna da próstata
Hipertrofia benigna da próstata
 
Incontinência Urinaria
Incontinência UrinariaIncontinência Urinaria
Incontinência Urinaria
 
Incontinência Urinaria
Incontinência UrinariaIncontinência Urinaria
Incontinência Urinaria
 
Disfunção sexual feminina
Disfunção sexual femininaDisfunção sexual feminina
Disfunção sexual feminina
 
Dia europeu da disfunção eréctil
Dia europeu da disfunção eréctilDia europeu da disfunção eréctil
Dia europeu da disfunção eréctil
 
Dia europeu da disfunção eréctil jornal
Dia europeu da disfunção eréctil  jornalDia europeu da disfunção eréctil  jornal
Dia europeu da disfunção eréctil jornal
 
Shared care hbp ii
Shared care hbp iiShared care hbp ii
Shared care hbp ii
 
Patologia genital masculina imagens
Patologia genital masculina  imagensPatologia genital masculina  imagens
Patologia genital masculina imagens
 
Hbp cuidados-partilhados[1]
Hbp  cuidados-partilhados[1]Hbp  cuidados-partilhados[1]
Hbp cuidados-partilhados[1]
 
17 apst jorn_urologia
17 apst jorn_urologia17 apst jorn_urologia
17 apst jorn_urologia
 
Sessão clinica
Sessão clinicaSessão clinica
Sessão clinica
 
Disfunção eréctil palestra na feira
Disfunção eréctil palestra na feiraDisfunção eréctil palestra na feira
Disfunção eréctil palestra na feira
 
Disfunção eréctil e iatrogenia
Disfunção eréctil e iatrogeniaDisfunção eréctil e iatrogenia
Disfunção eréctil e iatrogenia
 
Ejaculação precoce 90 anos da apu
Ejaculação precoce  90 anos da apuEjaculação precoce  90 anos da apu
Ejaculação precoce 90 anos da apu
 
Conversas com o especialista ii
Conversas com o especialista iiConversas com o especialista ii
Conversas com o especialista ii
 

Patologia genital masculina

  • 1. PATOLOGIA GENITAL MASCULINA BENIGNA Fortunato Barros CHLC, Hospital S. José Jornadas do CHMT, 27 e 28 de Abril de 2012
  • 2. Patologia genital masculina benigna Introdução  Próstata, vesículas seminais, canais ejaculadores, glândulas bulbouretrais, pénis com uretra, testículos, epididimo e canal deferente.  Traumáticas, inflamatórias, infecciosas, congénitas ou outras  Agudas ou crónicas
  • 3. Patologia genital masculina benigna  Fimose e parafimose  Traumatismos  Doença de Peyronie  Hidrocele  Priapismo  Espermatocele/Quisto do epididimo  Escroto Agudo  Varicocele
  • 4. Fimose  Contactura fibrótica do prepúcio que impede a sua retracção sobre a glande  Aos 6 meses somente 20% dos meninos conseguem retrair totalmente o prepúcio. 90% conseguem aos 3 anos.  50-60% têm algum grau de fimose aos 10 anos. Após a puberdade é rara.  Fisiológica e patológica
  • 6. Fimose  Etiologia: Prepúcio redundante, higiene deficitária, microtraumatismos, dermatites e balanopostites  Complicações: RUA, infecção e parafimose e cancro do pénis ?  Tratamento: corticóides tópicos e circuncisão (7 a 10nos); risco cirúrgico mínimo- 1/5000 anestesias, 1 óbito/200.000 anestesias)
  • 8. Parafimose  Dor, edema e congestão vascular da glande, resultante da retracção do prepúcio com anel estenótico para trás da glande  Infecção, ulceração e necrose do prepucio distal  Tratamento: analgesia, gelo local, redução manual e dorsal slip-circuncisão.
  • 9. Doença de Peyronie  Lesão fibrosa que acomete a túnica albugínea do corpo cavernoso, restringindo a sua elasticidade e causando sua curvatura em erecção.  Placa (fibrosa, cartilagínea e óssea). Localização dorsal mais frequente.
  • 10. Doença de Peyronie  Etiologia desconhecida  Factores associados: genéticos, microtraumatismos, histocompatibilidade HLA-B27, D. Dupuytren, fibromatose plantar ou palmar, timpanosclerose, D. Osmond, D.Ledderhose e défice de Alfa 1- antitripsina.  Incidência de 0.3-2%; 45 a 65 anos
  • 11. Doença de Peyronie  10-15% de resolução espontânea;  insidioso;  abrupto em 20%;  associado a trauma directa em 40 %  Clínica: dor, presença de placa, encurvamento e encurtamento peniano, dificuldade na penetração e disfunção eréctil
  • 12. Doença de Peyronie  Diagnóstico: clínico, fotodocumentação, ecografia peniana e doppler com PGE.  DD: curvatura congénita, trombose da artéria dorsal do pénis, trombose dos corpos cavernosos, curvatura pós estenose uretral, infiltração peniana sifilítica, pós linfogranuloma venéreo e pós infiltração neoplásica
  • 13. Doença de Peyronie Tratamento Médico  Vitamina E  Paraminobenzoato de sódio       (Potaba) Colchicina, tamoxifeno, pentoxifilina Corticóides intralesional Verapamil intralesional Colagenase intralesional RT, ultrasom, LEOC,despositivos mecânicos Indicação: fase inicial < 12 meses, dor, fase de regressão ou progressão, recusa de cirurgia. Cirúrgico  Indicação: fase estável, sem dor, sem DE e com encurvamento acentuado  Técnicas: plicatura da túnica albugínea, incisão/excisão da placa e prótese peniana
  • 14. Doença de Peyronie Tratamento cirúrgico Plicatura da albugínea/Op Incisão/excisão da placa Nesbit e afins - Função eréctil mantida - Comprimento peniano adequado - Curvatura peniana < 60 graus Prótese peniana - Função eréctil preservada - DE que não reponde ao - Pénis curto tratamento médico - Deformidade em ampulheta ou complexa - Placas extensas - Curvatura > 60 graus - Dor persistente
  • 15. Priapismo  Erecção persistente, dolorosa e não acompanhada de desejo sexual. Caracteristicamente há erecção dos corpos cavernosos com poupança do corpo esponjoso e glande.  Priapismo idiopático e secundário  Priapismo de baixo débito, isquémico ou venoclusivo e de alto débito, não-isquémico ou arterial
  • 16. Priapismo Etiologia  Idiopática (35%)  Drogas e álcool (PGE, papaverina, cocaína, antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensores, anticoagulantes e análogos LH-RH (21%)  Trauma perineal (12%)  Anemia falciforme (11%)  Doença inflamatória genital  Doenças neurogénicas (lesões medulares e do SNC, neuropatia autónoma e anestesia)  Infiltração neoplásica
  • 17. Priapismo Diagnóstico  Clínico  Gasimetria dos corpos cavernosos  Ecoddopler peniano  Angiografia
  • 18. Priapismo Tratamento  Emergência urológica  Risco de disfunção eréctil se > 12-24 horas de evolução  Medidas gerais: hidratação, analgesia, oxigenio, alcalinização, transfusão sanguínea.  Aspiração e lavagem dos corpos cavernosos com soro fisiológico (30% responde)  Injecção intracavernosa de drogas simpaticomiméticas (epinefrina, fenilefrina e efedrina) (90% responde).
  • 19. Priapismo Tratamento  Embolização (risco alto)  Cirurgia: Shunts cavernoso-esponjosos distais (Winter e Al- Ghorab) e proximais Quackels e Grayhack) e cavernoso-safena  Prótese peniana (> 72 h)  Prognóstico: a preservação da erecção- 20-55%  Priapismo recorrente: agonistas LH-RH, pentoxifilina, e auto-injecção de drogas vasoactivas
  • 20. Escroto Agudo Anamnese -idade Diagnóstico Diferencial - Torção do testículo - Orquite, Epididimite - Torção de hidátide de Morgagni - Hematoma pós-traumático - Hérnia inguino-escrotal - caracteristicas da dor - episódios anteriores - trauma, queixas urinárias - febre Ex. Objectivo -testículo subido/horizontalizado - epidídimo espessado - “blue dot” - reflexo cremasteriano - sinal de Prehn
  • 21. Torção Testicular  Emergência Dano irreversível Implicações legais Pico de incidência – 12 aos 18 anos extravaginal intravaginal
  • 22. Torção Testicular  Contracção do cremaster Sonda e Lapides 1961 – gravidade grau de rotação 3-4 voltas : necrose após 2 horas 1 volta (360º): necrose após 24 horas 90º: tolerado durante 7 dias  + freq inicio súbito e dor intensa  Episódios de sub-torção anterior são comuns
  • 23. Torção Testicular Diagnóstico Se suspeita forte de torção Exploração cirúrgica MCDT não devem atrasar entrada no BO Ecodoppler colorido : Sensib – 89% Especif – 99% ① Calibrar no test saudável ② Se fluxo N ou  - exclui torção
  • 24. Torção Testicular Tratamento É aceitável tentar distorção manual durante observação rotação externa, em direcção à coxa Não deve atrasar exploração cirúrgica Casos de sub-torção, autolimitados, são frequentes Orquidopexia bilateral diferida Correcção Cirúrgica ① Se testículo não-viável Orquidectomia e orquidopexia contralateral ② Se viável Orquidopexia bilateral
  • 25. Epididimite / orquite Etiologia  Causa mais comum de escroto agudo; 5º diagnóstico urológico  + freq no adulto, rara na criança  Etiologia:   Refluxo retrógrado de urina infectada; instrumentação; hematogénea Doenças sexualmente transmissíveis  <35 anos  DST ; Viral  Neisseria gonorrhoeae  Chamydia trachomatis  >35 anos  + freq forma não sexualmente transmitida  Refluxo de urina infectada  Enterobacteriaceae; Pseudomonas  Imunossuprimidos  Tuberculose, cryptococcus, brucella
  • 26. Epididimite/orquite Clínica  Febre, nauseas, vómitos  Dor escrotal intensa, com irradiação ao cordão espermático e abdomen/flanco  Inicio-1-2 dias  Aumento do volume epidídimo/testículo  Hidrocele reaccional  Eritema do escroto  Uretrite, cistite, prostatite
  • 27. Epididimite / Orquite Diagnóstico Ecografia Epididimo / testículoaumentado s de volume, heterogénios, hipoecóicos, hidrocele reactivo, espessamento do escroto, Aumento do fluxo no doppler Abcesso Epididimite crónica Epididimo hiperecóico Calcificações Urina II Exsudado Uretral Sangue
  • 28. Epididimite/Orquite Tratamento  Repouso  Gelo local  Suspensão do escroto  Antipiretico/analgésico  Anti-inflamatório  Antibioterapia empírica – quinolonas, tetraciclinas e ceftriaxona  Cirurgia  Abcesso  Orquite xantogranulomatosa
  • 29. TRAUMATISMO GENITAL  1 a 2/3 casos de traumatismo genitourinário  Maior incidência em homens (15-40 anos)  Traumatismo fechado – 80% Desportos de contacto  Motociclos, BTT   Traumatismo penetrante – 20%  35% das feridas por arma de fogo interessam os orgãos genitais!!
  • 30. TRAUMATISMO DO PÉNIS  Pénis  Flacidez  Hematoma subcutâneo  Erecção  60% lesões ocorrem durante relações sexuais  Fractura dos corpos cavernosos  Hematoma intra-cavernoso  Cicatrização Fibrose  Disfunção eréctil Hematoma escrotal  Pode mascarar lesões posteriores/crura  Pesquisa de lesões posteriores!!!
  • 31. TRAUMATISMO DO PÉNIS  Fractura dos corpos cavernosos      História clínica Exame objectivo – palpação do defeito da albugínea Cavernosografia RMN Laceração da túnica albugínea Encerramento cirúrgico
  • 32. TRAUMATISMO DO PÉNIS TRATAMENTO  Traumatismo fechado  Sem rotura da túnica albugínea  Gelo + Anti-inflamatório  Rotura da túnica albugínea  Reparação cirúrgica imediata  9% complicações pós-operatórias  Tratamento conservador  Traumatismo penetrante  Exploração cirúrgica Abcesso Lesão parcial da uretra não diagnosticada Curvatura peniana Persistência do hematoma
  • 33. Urgências em Urologia TRAUMATISMO ESCROTAL  Escroto e testículos  Deslocação do testículo  Rotura testicular  Hematoma escrotal  Sub-cutânea Interna (cordão espermático) Diagnóstico  Clínica:  Dor escrotal  Náuseas e vómitos  Lipotímia  MCDTs  Ecografia de alta resolução  Doppler TAC ou RMN Exploração cirúrgica
  • 34. TRAUMATISMO ESCROTAL TRATAMENTO  Hematocele   Tratamento conservador se tamanho < 3x normal Infecção, dor Cirurgia  Rotura testicular  Cirurgia  Deslocação do testículo   Reposição manual (com fixação posterior) Orquidopexia  Traumatismo Penetrante   Exploração Cirúrgica Orquidectomia  Escroto  Encerramento primário
  • 35. Hidrocele  É colecção de líquido entre os folhetos parietal e visceral da túnica vaginal (produção > absorção)  Uni ou bilateral; congénito ou adquirido  Etiologia: persistência do canal peritoneo-vaginal, processos inflamatórios (orquiepididimites), hérnia inguino-escrotal, traumatismos e neoplásicos (5-10%)  Incidência de 1% nos adultos. Recorrência de 2%  80% dos RN têm persistência do canal peritoneo-vaginal. A maioria encerra aos 18 meses.
  • 37. Hidrocele Diagnóstico  Clínico: assintomático. Escroto indolor e aumentado de volume; outros sintomas  Transluminação  Ecografia escrotal  DD com escroto agudo  Complicações: isquémia testicular, hemorragia, encarcerramento ou estrangulamento de hérnia associada
  • 38. Hidrocele Tratamento  Atitude expectante nas crianças  Aspiração e escleroterapia (contraindicados nas situações de epididimite e hérnia inguinal associada)  Cirurgia Complicações: lesão do canal deferente, infecção da ferida operatória, lesão dos vasos espermáticos.  Prognóstico variável com a etiiologia
  • 39. Espermatocele/Quisto do epididimo  É uma estrutura quística preenchida com líquido contendo     esperma, envolvendo principalmente o epididimo Massa transluminada, separada do testículo e superior a ele Diagnóstico: transluminação e ecografia escrotal Tratamento cirurgico: Excisão Morbilidade e recidiva a volta de 15-20%
  • 40. Varicocele  É uma dilatação do plexo pampiniforme e da veia espermática interna acima do testículo.  Prevalência de 15% na população e de 40% nas consultas de infertilidade masculina  Lado esquerdo mais frequente. Atrofia testicular ipsilateral  Varicocele de inicio súbito, a direita e que não diminui na posição supina obriga a exclusão de tumor retroperitoneal
  • 41. Varicocele Diagnóstico  Clínico: Geralmente assintomático; dor e sensação de peso escrotal (2-10%); infertilidade masculina em 35% dos casos  Graus: Grau 0- diagnóstico ecográfico e/ou radiológico, não palpável; Grau 1- palpável somente durante Valsalva; Grau 2- palpável em pé; Grau 3- palpável e visível em pé
  • 42. Varicocele Diagnóstico  Espermograma: oligoastenoteratozoospermia  Ecodoppler peniano - Veias com diâmetro > 3.5 mm - Refluxo venoso durante valsalva
  • 43. Varicocele Tratamento  Cirurgia Indicações: dor crónica, atrofia testicular marcado e infertilidade Resultados: - 95% de sucesso - Taxa de recidiva varia de 3 a 29% conforme a técnica - 75% de melhoria do espermograma - Não há evidência de aumento da taxa de gravidez - Complicações: hidrocele, infecção, atrofia testicular, etc
  • 44. Varicocele Cirurgia Técnicas: inguinal, retroperitoneal, subinguinal, laparoscópica, microcirúrgico e embolização
  • 45. Varicocele Recomendações  O tratamento do varicocele está recomendado para adolescentes com progressiva falência do desenvolvimento testicular (nível B)  Não há evidência de beneficio de tratamento de varicocle em doentes inférteis com espermograma normal ou em doentes com varicocele subclínico (nível A)
  • 46.
  • 47. Escroto Agudo Conclusão Historia, Observação Inicio súbito, dor intensa, pouco tempo de evolução, doente jovem Sintomas com >24h de evolução, doente adulto Baixa probabilidade de torção Alta probabilidade de torção Ecodoppler colorido Fluxo ausente ou  Exploração cirúrgica Em caso de dúvida EXPLORAR SEMPRE Fluxo N ou  Trat medico / vigilância
  • 48. Torção de Apêndices Testiculares  Hidatide de Morgagni Apêndice testicular Remanescência do ducto mulleriano Polo sup do testículo  Apêndice do epidídimo Remanescência do ducto mesonefrico (Wollf) Cabeça do epidídimo
  • 49. Torção de Apêndices Testiculares  + freq na adolescência  Início + insidioso Dor em crescendo, pode simular torção testicular  Inicialmente sinais inflamatórios mínimos Testículo normal, indolor “Blue dot” com dor localizada à palpação Edema e eritema reactivos  Ecodoppler excluir torção  Tratamento sintomático – AINE’s , elevação escrotal
  • 50. Uritrite Etiologia  Primária  Secundária  Algaliação  Aperto da uretra  Uropatogénios, stafilococus  Infecciosas N. gonorrhoeae C. trachomatis Mycoplasma genitalium Trichomonas vaginalis  Químicas  Mecânicas  Inflamatórias não infecciosas Clínica  Corrimento purulento/mucopurulento  Disúria  Assintomática
  • 51. Uritrite Tratamento Uretrite Gonocócica  Cefixime-400 mg dose única  Ceftriaxone – 1g IM dose única  Regimes alternativos:  Ciprofloxacina 500 mg po dose única  Ofloxacina 400 mg po dose única  Levofloxacina 250 mg po dose única Uretrite Não-Gonocócica  Azitromicina – 1g po dose única  Doxiciclina – 100 mg po 2x d 7 dias  2ª escolha:  Eritromicina 500 mg po 4xd 14 dias  Ofloxacina 2oo mg po 2xd 7 dias  Levofloxacina 500 mg/dia 7 dias  T. vaginalis / Mycoplasma  Metronidazole 2 g dose única  Eritromicina 500 mg po 4xd 7 d  dicionar agente anti-chlamidea  Tratamento do parceiro  Abstinência sexual
  • 52. Prostatite Bacteriana Aguda  Inflamação prostática associada a ITU  Infecção uretral ascendente, refluxo de urina infectada para os     ductos prostáticos Diagnóstico + frequente em H >50 anos Inicio súbito Sintomas constitucionais: febre, calafrio, mialgias, dor  Dor (prostata -46%; escroto/testiculos-39%; pénis-6%; bexiga-6%; lombar-2%) LUTS: frequencia, urgência, disúria, retenção urinária
  • 53. Prostatite Bacteriana Aguda  DRE    Prostata dolorosa ao toque Aumentada de volume Aumento da temperatura local  Agentes Etiológicos reconhecidos:      E. coli Klebsiella spp. Proteus mirabilis Enterococcus faecalis Pseudomonas aeruginosa  Agentes de significado debativel:  Urina II – leuc + , erit+  Leucocitose  Ecografia P TR       Staphylococci Streptococci Corinebacterium spp. Chlamydia trachomatis Ureaplasma urealyticum Mycoplasma hominis
  • 54. Prostatite Bacteriana Aguda Tratamento - Penicilina largo espectro/cefalosporina 3ª/quinolona EV + Aminoglicosideo Fluoroquinolona 2-4 sem - Anti-inflamatório - Alfa-bloqueante - Retenção urinária Cistostomia supra-púbica Medicamentoso
  • 55. Balanopostite  Inflamação e infecção do prepúcio e da glande  3% de incidência  Infecções fúngicas (candida), bacterianas (bacterióides e gardnerrela) e dermatites  Diabetes, imunossupressão e falta de higiene  Lesão macular, húmida, avermelhada, dor, edema, prurido, bordos irregulares esbranquiçadas e secreções
  • 56. Balanopostite  DD/ com lesões pré-neoplásicas do pénis (eritroplasia de Queyrat e doença de Bowen)  Biópsia em casos recorrentes e refractárias  Tratamento: antibióticos, antifúngicos, corticoides tópicos e circuncisão
  • 57. Condiloma acuminado  Infecção viral- papiloma vírus humano  Vírus DNA , papovavírus. 70 tipos, sendo 34 ligados a      lesões anogenitais Em urologia- tipos 3, 11, 16 e 18 Risco de cancro do colo do útero em cerca de 30%. HPV actualmente é a 3ª causa mais comum de DST e a mais comum virose de transmissão sexual Período de incubação- 2 a 3 meses. Infectividade bastante elevada com cerca de 60% dos parceiros apresentando doença clinica simultânea
  • 58. Condiloma acuminado  Lesão papilomatosa- verrucosa (única ou múltipla, húmido, macerado, rosácea, branco-acinzentada, coalescente ou não, superficial e de tamanhos variados). Tumor de Buschke-Lowenstein.  Pénis, prepúcio, ânus, perineal, oral e uretra  17% de involução  Associação a HIV e outras DST’s
  • 60. Condiloma acuminado  Transmissão: contacto directo sexual, autoinoculação e outras  Diagnóstico - Clínico - Técnicas de imuno-histoquímica e hibridação (células coilocitóticas). Detecção de Ag virais e DNA viral - Peniscopia (ácido acético a 5%)
  • 61. Condiloma Acuminado Tratamento  Frustrante, recidivas frequentes. Latente.  Podofilina (10-15%);Ácido tricloroacético (40-60%)  Cauterização, laser de CO2 e crioterapia  Imunoterapia com interferon alfa, levamisol e BCG  5-fluorocil; Imiquinod  Excisão cirúrgica