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Arcadismo ou Neoclassicismo
(anos 1700 )
Naquele tempo...
Século XVIII - Século das Luzes
Progressivo descrédito das monarquias
absolutas;
decadência da aristocracia feudal;
crescimento do poder da burguesia;
Revolução Industrial inglesa;
Revolução Francesa.
Pensamento da época
Iluminismo: O uso da razão como meio para satisfazer as
necessidades do homem. Os movimentos pela independência do
Brasil, como a Inconfidência Mineira, por exemplo, inspiraram-nas
nas idéias iluministas.
Laicismo: Estado e igreja devem ser independentes, e as funções do
Estado, como a política, a economia, a educação, exercidas por leigos.
Liberalismo: ideologia política que defende os sistemas
representativos, os direitos civis e a igualdade de oportunidades para
os cidadãos.
* três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário
* Constituição
* Todos estão sob a lei
Empirismo: corrente filosófica que atribui à experiência sensível a
origem de todo conhecimento humano.
Os pensadores que
defendiam estes ideais
acreditavam que o
pensamento racional
deveria ser levado
adiante substituindo as
crenças religiosas e o
misticismo, que, segundo
eles, bloqueavam a
evolução do homem. O
homem deveria ser o
centro e passar a buscar
respostas para as
questões que, até então,
eram justificadas somente
pela fé.
MONTESQUIEU
Criticou os costumes de
seu tempo e defendeu,
como meio para garantir a
liberdade, a divisão do
poder político em três
partes:
LEGISLATIVO,
EXECUTIVO e
JUDICIÁRIO.
VOLTAIRE
Defendia a
liberdade de
pensamento e de
religião.
“Posso não
concordar
com nenhuma das
palavras
que você diz, mas
defenderei
Até a morte o
direito de você
dizê-las”.
O Homem nasce bom
a sociedade é quem o corrompe
O Arcadismo no Brasil tem seu surgimento marcado por
dois aspectos centrais. De um lado, o dualismo dos
escritores brasileiros do século XVIII, que, ao mesmo
tempo, seguiam os modelos culturais europeus e se
interessavam pela natureza e pelos problemas específicos
da colônia brasileira; de outro, a influencia das idéias
iluministas sobre nossos escritores e intelectuais, que
acarretou o movimento da Inconfidência Mineira e suas
trágicas implicações: prisão, morte, exílio, enforcamento.
Rua São José
QUANTO À FORMA QUANTO AO CONTEÚDO
Vocabulário simples Pastoralismo
Frases na ordem direta Bucolismo
Ausência quase total de figuras de
linguagem
Fugere urbem
(fugir da cidade)
Manutenção do verso decassílabo, do
soneto e de outras formas clássicas
Aurea mediocritas
(vida simples)
Elementos da cultura greco-
latina (deuses pagãos)
Convencionalismo amoroso
(pseudônimos)
Idealização amorosa
Racionalismo
Idéias iluministas
Carpe diem (viver o presente)
Cláudio Manuel da Costa
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;
Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
Estes os olhos são da minha amada,
Que belos, que gentis e que formosos!
Não são para os mortais tão preciosos
Os doces frutos da estação dourada.
Por eles a alegria derramada
Tornam-se os campos de, prazer gostosos.
Em zéfiros suaves e mimosos
Toda esta região se vê banhada.
Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo
Do rosto do meu bem as prendas belas,
Dai alívio ao mal que estou gemendo.
Mas ah! delírio meu que me atropelas!
Os olhos que eu cuidei que estava vendo,
Eram (quem crera tal!) duas estrelas.
Quem deixa o trato pastoril, amado,
Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.
Que bem é ver nos campos, trasladado
No gênio do Pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!
Ali respira Amor sinceridade;
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade.
Ali não há fortuna que soçobre;
Aqui quanto se observa é variedade:
Oh! ventura do rico! oh! bem do pobre!
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico, e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.
Delegação poética de um estado pastoril
Sou pastor: não te nego; os meus montados
São esses que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia de meus gados.
Oposição cidade x campo
Já me enfado de ouvir este alarido
Com que se engana o mundo em seu cuidado;
Quero ver entre as peles e o cajado
Se melhora a fortuna de partido
Paráfrase dos textos clássicos.
Faz a imaginação de um bem amado
Que nele se transforme o peito amante;
Daqui vem que a minha alma delirante
Se não distingue já do meu cuidado.
Evoca o célebre soneto de Camões, que assim se inicia:
Transforme o amador na cousa amada,
Por virtude de tanto imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Tomás Antônio Gonzaga
Marília de Dirceu
Duas tendências coexistem nas liras de Gonzaga:
a contenção e o equilíbrio neoclássicos, com a utilização de todos os
lugares-comuns do Arcadismo: um pastor, uma pastora, o campo, a
serenidade da paisagem principal.
o emocionalismo pré-romântico, na expressão pungente da crise
amorosa e, posteriormente a prisão, da crise existencial do poeta.
O sujeito lírico é o pastor Dirceu, que confessa seu amor pela pastora
Marília. Eis a convenção neoclássica realizada, Mas é evidente que nos
pastores se projeta o drama amoroso vivido por Gonzaga e Maria
Dorotéia. A todo momento a emoção rompe o véu da estilização
arcádica, brotando, dessa tensão, uma poesia de alta qualidade.
A obra se divide em duas partes:
1ª parte: contém os poemas escritos na época anterior à prisão de
Gonzaga. Nela predominam as composições convencionais: o
pastor Dirceu celebra a beleza de Marília em pequenas odes
anacreônticas. Em algumas liras, entretanto, as convenções mal
disfarçam a confissão amorosa do amor: a ansiedade de um
quarentão apaixonado por uma adolescente; a necessidade de
mostrar que não é um qualquer e que merece sua amada; os
projetos de uma sossegada vida futura, rodeado de filhos e bem
cuidado por sua mulher etc.
2ª parte: escrita na prisão da ilha das Cobras. Os poemas
exprimem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília. Nesta
segunda parte, encontramos a melhor poesia de Gonzaga. As
convenções, embora ainda presentes, não sustentam o equilíbrio
neoclássico. O tom confessional e o pessimismo prenunciam o
emocionalismo romântico..
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite,
e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela.
graças à minha Estrela!
Minha bela Marília, tudo passa;
A sorte deste mundo e mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Estão os mesmos Deuses
Sujeitos ao poder do impio Fado:
Apolo já fugiu do Céu brilhante,
Já foi Pastor de gado.
A devorante mão da negra Morte
Acaba de roubar o bem, que temos;
Até na triste campa não podemos
Zombar do braço da inconstante sorte.
Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro,
fui honrado Pastor da tua Aldeia;
vestia finas lãs e tinha sempre
a minha choça do preciso cheia.
Tiraram-me o casal e o manso gado,
nem tenho, a que me encoste, um só cajado.
Para ter que te dar, é que eu queria
de mor rebanho ainda ser o dono;
prezava o teu semblante, os teus cabelos
ainda muito mais que um grande Trono.
Agora que te oferte já não vejo,
além de um puro amor, de um são desejo.
(...)
N esta triste masmorra,
De um semivivo corpo sepultura,
Inda, Marília, adoro
A tua formosura.
Amor na minha idéia te retrata;
Busca extremoso, que eu assim resista
A dor imensa, que me cerca, e mata.
Quando em meu mal pondero,
Então mais vivamente te diviso:
Vejo o teu rosto, e escuto
A tua voz, e riso.
Movo ligeiro para o vulto os passos;
Eu beijo a tíbia luz em vez de face;
E aperto sobre o peito em vão os braços
Conheço a ilusão minha;
A violência da magoa não suporto;
Foge-me a vista, e caio,
Não sei se vivo, ou morto.
Enternece-se Amor de estrago tanto;
Reclina-me no peito, e com mão terna
Me limpa os olhos do salgado pranto.
Depois que represento
Por largo espaço a imagem de um defunto,
Movo os membros, suspiro,
E onde estou pergunto.
Conheço então que amor me tem consigo;
Ergo a cabeça, que inda mal sustento,
E com doente voz assim 1he digo:
"Se queres ser piedoso,
Procura o sítio em que Marília mora,
Pinta-1he o meu estrago,
E vê, Amor, se chora.
Se lágrimas verter, se a dor a arrasta,
Uma delas me traze sobre as penas,
E para alívio meu só isto basta."
A POESIA SATÍRICA DE
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
CARTAS CHILENAS
Cartas Chilenas são poemas satíricos, em
versos decassílabos brancos, que
circularam em Vila Rica poucos anos antes
da Inconfidência Mineira, em 1789.
Revelando seu lado satírico, num tom
mordaz, agressivo, jocoso, pleno de alusões
e máscaras, o poeta satiriza ferinamente a
mediocridade administrativa, os desmandos
dos componentes do governo, o governador
de Minas e a Independência do Brasil.
São uma coleção de treze cartas,
assinadas por Critilo e endereçadas a Doroteu,
residente em Madri.
é um habitante de Santiago do Chile (na
verdade Vila Rica), narra os desmandos
despóticos e narcisistas do governador chileno
Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís
daCunha de Meneses, governador de Minas
até a Inconfidência Mineira).
Não cuides, Doroteu, que brandas penas
Me formam o colchão macio e fofo;
Não cuides que é de paina a minha fronha
E que tenho lençóis de fina holanda,
Com largas rendas sobre os crespos folhos;
Custosos pavilhões, dourados leitos
E colchas matizadas, não se encontram
Na casa mal provida de um poeta,
Aonde há dias que o rapaz que serve
Nem na suja cozinha acende o fogo.
Mas, nesta mesma cama, tosca e dura,
Descanso mais contente, do que dorme
Aquele, que só põe o seu cuidado
Em deixar a seus filhos o tesouro
Que ajunta, Doroteu, com mão avara,
Furtando ao rico e não pagando ao pobre.
Aqui... mas onde vou, prezado amigo?
Deixemos episódios que não servem,
E vamos prosseguindo a nossa história.
Aquele, Doroteu, que não é santo,
Mas quer fingir-se santo aos outros homens,
Pratica muito mais, do que pratica
Quem segue os sãos caminhos da verdade.
Mal se põe nas igrejas, de joelhos,
Abre os braços em cruz, a terra beija,
Entorta o seu pescoço, fecha os olhos,
Faz que chora, suspira, fere o peito,
E executa outras muitas macaquices
Estando em parte onde o mundo as veja.
Assim o nosso chefe, que procura
Mostrar-se compassivo, não descansa
Com estas poucas obras: passa a dar-nos
Da sua compaixão maiores provas.
Basílio da Gama – O Uraguai
O Uraguai (1769)
Basílio da Gama
Modelo camoniano
· cinco cantos
· sem divisão estrófica
· versos decassílabos brancos
(sem rimas)
· dez cantos
· estrofes de oitava rima
· esquema de rimas
ABABABCC
O Uraguai é um poema épico escrito por Basílio da
Gama em 1769, conta de forma romanceada a história
da disputa entre jesuítas, índios (liderados por Sepé
Tiaraju) e europeus (espanhóis e portugueses) nos
Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul.
O poema épico trata da expedição mista de
portugueses e espanhóis contra as missões jesuíticas
do Rio Grande, para executar as cláusulas do Tratado
de Madrid, em 1756. Tinha também o intuito de
descrever o conflito entre ordenamento racional da
Europa e o primitivismo do índio.
Este lugar delicioso e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva e nas mimosas flores,
Tinha a face na mão e a mão no tronco
Dum fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia e cinge
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim sobressaltados
E param cheios de temor ao longe;
E nem se atrevem a chamá-la e temem
Que desperte assustada e irrite o monstro,
E fuja, e apresse no fugir a morte.
Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime, e a voluntária morte.
E por todas as partes repetido
O suspirado nome de Cacambo.
Inda conserva o pálido semblante
Um não sei quê de magoado, e triste,
Que os corações mais duros enternece.
Tanto era bela no seu rosto a morte!
O Caramuru
Frei José de Santa Rita Durão
O Caramuru (1781)
O poema de Santa Rita segue o modelo camoniano:
organização em dez cantos;
estrofes de oito versos;
esquema de rimas: ABABABCC.
A estrutura é a tradicional: proposição, invocação, dedicatória,
narração e epílogo.
O tema – a colonização da Bahia no século XVI
Caramuru é um poema épico do frei Santa Rita Durão,
escrito em 1781.
O poema conta a história de Diogo Álvares Correia, o
Caramuru, náufrago português que viveu entre os índios. O
livro alude também a sua esposa, Catarina Paraguaçu,
como visionária capaz de prever as futuras guerras contra
os holandeses.
O livro segue a inspiração de Luís Vaz de Camões,
utilizando-se de mitologia grega, sonhos e previsões, mas
ainda assim tem grande valor por incluir informações sobre
os povos indígenas brasileiros O livro relata toda a
trajetória de Caramuru, assim relatando com mais
intensidade muitos fatos da história brasileira.
Arcadismo

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Arcadismo

  • 1. Arcadismo ou Neoclassicismo (anos 1700 ) Naquele tempo... Século XVIII - Século das Luzes Progressivo descrédito das monarquias absolutas; decadência da aristocracia feudal; crescimento do poder da burguesia; Revolução Industrial inglesa; Revolução Francesa.
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7. Pensamento da época Iluminismo: O uso da razão como meio para satisfazer as necessidades do homem. Os movimentos pela independência do Brasil, como a Inconfidência Mineira, por exemplo, inspiraram-nas nas idéias iluministas. Laicismo: Estado e igreja devem ser independentes, e as funções do Estado, como a política, a economia, a educação, exercidas por leigos. Liberalismo: ideologia política que defende os sistemas representativos, os direitos civis e a igualdade de oportunidades para os cidadãos. * três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário * Constituição * Todos estão sob a lei Empirismo: corrente filosófica que atribui à experiência sensível a origem de todo conhecimento humano.
  • 8. Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé.
  • 9. MONTESQUIEU Criticou os costumes de seu tempo e defendeu, como meio para garantir a liberdade, a divisão do poder político em três partes: LEGISLATIVO, EXECUTIVO e JUDICIÁRIO.
  • 10. VOLTAIRE Defendia a liberdade de pensamento e de religião. “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei Até a morte o direito de você dizê-las”.
  • 11. O Homem nasce bom a sociedade é quem o corrompe
  • 12. O Arcadismo no Brasil tem seu surgimento marcado por dois aspectos centrais. De um lado, o dualismo dos escritores brasileiros do século XVIII, que, ao mesmo tempo, seguiam os modelos culturais europeus e se interessavam pela natureza e pelos problemas específicos da colônia brasileira; de outro, a influencia das idéias iluministas sobre nossos escritores e intelectuais, que acarretou o movimento da Inconfidência Mineira e suas trágicas implicações: prisão, morte, exílio, enforcamento.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 19. QUANTO À FORMA QUANTO AO CONTEÚDO Vocabulário simples Pastoralismo Frases na ordem direta Bucolismo Ausência quase total de figuras de linguagem Fugere urbem (fugir da cidade) Manutenção do verso decassílabo, do soneto e de outras formas clássicas Aurea mediocritas (vida simples) Elementos da cultura greco- latina (deuses pagãos) Convencionalismo amoroso (pseudônimos) Idealização amorosa Racionalismo Idéias iluministas Carpe diem (viver o presente)
  • 21. Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci: oh! quem cuidara Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me; ele declara Contra meu coração guerra tão rara Que não me foi bastante a fortaleza. Por mais que eu mesmo conhecesse o dano A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano; Vós que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei: que Amor tirano Onde há mais resistência mais se apura.
  • 22.
  • 23. Estes os olhos são da minha amada, Que belos, que gentis e que formosos! Não são para os mortais tão preciosos Os doces frutos da estação dourada. Por eles a alegria derramada Tornam-se os campos de, prazer gostosos. Em zéfiros suaves e mimosos Toda esta região se vê banhada. Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo Do rosto do meu bem as prendas belas, Dai alívio ao mal que estou gemendo. Mas ah! delírio meu que me atropelas! Os olhos que eu cuidei que estava vendo, Eram (quem crera tal!) duas estrelas.
  • 24. Quem deixa o trato pastoril, amado, Pela ingrata, civil correspondência, Ou desconhece o rosto da violência, Ou do retiro a paz não tem provado. Que bem é ver nos campos, trasladado No gênio do Pastor, o da inocência! E que mal é no trato, e na aparência Ver sempre o cortesão dissimulado! Ali respira Amor sinceridade; Aqui sempre a traição seu rosto encobre; Um só trata a mentira, outro a verdade. Ali não há fortuna que soçobre; Aqui quanto se observa é variedade: Oh! ventura do rico! oh! bem do pobre!
  • 25. Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes oiteiros; Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte rico, e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia, Que da cidade o lisonjeiro encanto; Aqui descanse a louca fantasia; E o que té agora se tornava em pranto, Se converta em afetos de alegria.
  • 26. Delegação poética de um estado pastoril Sou pastor: não te nego; os meus montados São esses que aí vês; vivo contente Ao trazer entre a relva florescente A doce companhia de meus gados. Oposição cidade x campo Já me enfado de ouvir este alarido Com que se engana o mundo em seu cuidado; Quero ver entre as peles e o cajado Se melhora a fortuna de partido
  • 27.
  • 28. Paráfrase dos textos clássicos. Faz a imaginação de um bem amado Que nele se transforme o peito amante; Daqui vem que a minha alma delirante Se não distingue já do meu cuidado. Evoca o célebre soneto de Camões, que assim se inicia: Transforme o amador na cousa amada, Por virtude de tanto imaginar; Não tenho logo mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada.
  • 30. Marília de Dirceu Duas tendências coexistem nas liras de Gonzaga: a contenção e o equilíbrio neoclássicos, com a utilização de todos os lugares-comuns do Arcadismo: um pastor, uma pastora, o campo, a serenidade da paisagem principal. o emocionalismo pré-romântico, na expressão pungente da crise amorosa e, posteriormente a prisão, da crise existencial do poeta. O sujeito lírico é o pastor Dirceu, que confessa seu amor pela pastora Marília. Eis a convenção neoclássica realizada, Mas é evidente que nos pastores se projeta o drama amoroso vivido por Gonzaga e Maria Dorotéia. A todo momento a emoção rompe o véu da estilização arcádica, brotando, dessa tensão, uma poesia de alta qualidade.
  • 31. A obra se divide em duas partes: 1ª parte: contém os poemas escritos na época anterior à prisão de Gonzaga. Nela predominam as composições convencionais: o pastor Dirceu celebra a beleza de Marília em pequenas odes anacreônticas. Em algumas liras, entretanto, as convenções mal disfarçam a confissão amorosa do amor: a ansiedade de um quarentão apaixonado por uma adolescente; a necessidade de mostrar que não é um qualquer e que merece sua amada; os projetos de uma sossegada vida futura, rodeado de filhos e bem cuidado por sua mulher etc. 2ª parte: escrita na prisão da ilha das Cobras. Os poemas exprimem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília. Nesta segunda parte, encontramos a melhor poesia de Gonzaga. As convenções, embora ainda presentes, não sustentam o equilíbrio neoclássico. O tom confessional e o pessimismo prenunciam o emocionalismo romântico..
  • 32. Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, que viva de guardar alheio gado, de tosco trato, de expressões grosseiro, dos frios gelos e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; dá-me vinho, legume, fruta, azeite; das brancas ovelhinhas tiro o leite, e mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela. graças à minha Estrela!
  • 33. Minha bela Marília, tudo passa; A sorte deste mundo e mal segura; Se vem depois dos males a ventura, Vem depois dos prazeres a desgraça. Estão os mesmos Deuses Sujeitos ao poder do impio Fado: Apolo já fugiu do Céu brilhante, Já foi Pastor de gado. A devorante mão da negra Morte Acaba de roubar o bem, que temos; Até na triste campa não podemos Zombar do braço da inconstante sorte.
  • 34. Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro, fui honrado Pastor da tua Aldeia; vestia finas lãs e tinha sempre a minha choça do preciso cheia. Tiraram-me o casal e o manso gado, nem tenho, a que me encoste, um só cajado. Para ter que te dar, é que eu queria de mor rebanho ainda ser o dono; prezava o teu semblante, os teus cabelos ainda muito mais que um grande Trono. Agora que te oferte já não vejo, além de um puro amor, de um são desejo. (...)
  • 35.
  • 36. N esta triste masmorra, De um semivivo corpo sepultura, Inda, Marília, adoro A tua formosura. Amor na minha idéia te retrata; Busca extremoso, que eu assim resista A dor imensa, que me cerca, e mata. Quando em meu mal pondero, Então mais vivamente te diviso: Vejo o teu rosto, e escuto A tua voz, e riso. Movo ligeiro para o vulto os passos; Eu beijo a tíbia luz em vez de face; E aperto sobre o peito em vão os braços Conheço a ilusão minha; A violência da magoa não suporto; Foge-me a vista, e caio, Não sei se vivo, ou morto.
  • 37. Enternece-se Amor de estrago tanto; Reclina-me no peito, e com mão terna Me limpa os olhos do salgado pranto. Depois que represento Por largo espaço a imagem de um defunto, Movo os membros, suspiro, E onde estou pergunto. Conheço então que amor me tem consigo; Ergo a cabeça, que inda mal sustento, E com doente voz assim 1he digo: "Se queres ser piedoso, Procura o sítio em que Marília mora, Pinta-1he o meu estrago, E vê, Amor, se chora. Se lágrimas verter, se a dor a arrasta, Uma delas me traze sobre as penas, E para alívio meu só isto basta."
  • 38. A POESIA SATÍRICA DE TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA CARTAS CHILENAS
  • 39. Cartas Chilenas são poemas satíricos, em versos decassílabos brancos, que circularam em Vila Rica poucos anos antes da Inconfidência Mineira, em 1789. Revelando seu lado satírico, num tom mordaz, agressivo, jocoso, pleno de alusões e máscaras, o poeta satiriza ferinamente a mediocridade administrativa, os desmandos dos componentes do governo, o governador de Minas e a Independência do Brasil.
  • 40.
  • 41. São uma coleção de treze cartas, assinadas por Critilo e endereçadas a Doroteu, residente em Madri. é um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica), narra os desmandos despóticos e narcisistas do governador chileno Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís daCunha de Meneses, governador de Minas até a Inconfidência Mineira).
  • 42. Não cuides, Doroteu, que brandas penas Me formam o colchão macio e fofo; Não cuides que é de paina a minha fronha E que tenho lençóis de fina holanda, Com largas rendas sobre os crespos folhos; Custosos pavilhões, dourados leitos E colchas matizadas, não se encontram Na casa mal provida de um poeta, Aonde há dias que o rapaz que serve Nem na suja cozinha acende o fogo. Mas, nesta mesma cama, tosca e dura, Descanso mais contente, do que dorme Aquele, que só põe o seu cuidado Em deixar a seus filhos o tesouro Que ajunta, Doroteu, com mão avara, Furtando ao rico e não pagando ao pobre. Aqui... mas onde vou, prezado amigo? Deixemos episódios que não servem, E vamos prosseguindo a nossa história.
  • 43. Aquele, Doroteu, que não é santo, Mas quer fingir-se santo aos outros homens, Pratica muito mais, do que pratica Quem segue os sãos caminhos da verdade. Mal se põe nas igrejas, de joelhos, Abre os braços em cruz, a terra beija, Entorta o seu pescoço, fecha os olhos, Faz que chora, suspira, fere o peito, E executa outras muitas macaquices Estando em parte onde o mundo as veja. Assim o nosso chefe, que procura Mostrar-se compassivo, não descansa Com estas poucas obras: passa a dar-nos Da sua compaixão maiores provas.
  • 44. Basílio da Gama – O Uraguai
  • 45. O Uraguai (1769) Basílio da Gama Modelo camoniano · cinco cantos · sem divisão estrófica · versos decassílabos brancos (sem rimas) · dez cantos · estrofes de oitava rima · esquema de rimas ABABABCC
  • 46. O Uraguai é um poema épico escrito por Basílio da Gama em 1769, conta de forma romanceada a história da disputa entre jesuítas, índios (liderados por Sepé Tiaraju) e europeus (espanhóis e portugueses) nos Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul. O poema épico trata da expedição mista de portugueses e espanhóis contra as missões jesuíticas do Rio Grande, para executar as cláusulas do Tratado de Madrid, em 1756. Tinha também o intuito de descrever o conflito entre ordenamento racional da Europa e o primitivismo do índio.
  • 47. Este lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva e nas mimosas flores, Tinha a face na mão e a mão no tronco Dum fúnebre cipreste, que espalhava Melancólica sombra. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente, e lhe passeia e cinge Pescoço e braços, e lhe lambe o seio. Fogem de a ver assim sobressaltados E param cheios de temor ao longe; E nem se atrevem a chamá-la e temem Que desperte assustada e irrite o monstro, E fuja, e apresse no fugir a morte.
  • 48. Nos olhos Caitutu não sofre o pranto, E rompe em profundíssimos suspiros, Lendo na testa da fronteira gruta De sua mão já trêmula gravado O alheio crime, e a voluntária morte. E por todas as partes repetido O suspirado nome de Cacambo. Inda conserva o pálido semblante Um não sei quê de magoado, e triste, Que os corações mais duros enternece. Tanto era bela no seu rosto a morte!
  • 49.
  • 50. O Caramuru Frei José de Santa Rita Durão
  • 51. O Caramuru (1781) O poema de Santa Rita segue o modelo camoniano: organização em dez cantos; estrofes de oito versos; esquema de rimas: ABABABCC. A estrutura é a tradicional: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo. O tema – a colonização da Bahia no século XVI
  • 52. Caramuru é um poema épico do frei Santa Rita Durão, escrito em 1781. O poema conta a história de Diogo Álvares Correia, o Caramuru, náufrago português que viveu entre os índios. O livro alude também a sua esposa, Catarina Paraguaçu, como visionária capaz de prever as futuras guerras contra os holandeses. O livro segue a inspiração de Luís Vaz de Camões, utilizando-se de mitologia grega, sonhos e previsões, mas ainda assim tem grande valor por incluir informações sobre os povos indígenas brasileiros O livro relata toda a trajetória de Caramuru, assim relatando com mais intensidade muitos fatos da história brasileira.