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Centro Universitário UNA
Felipe Augusto Oliveira de Carvalho
Flávia Cristina da Silva Andrade

O AUGE E A QUEDA DE FERNANDO AFFONSO COLLOR DE MELLO
Uma análise dos fatos pela Revista VEJA

Trabalho acadêmico apresentado ao
Curso
de
Comunicação
Social,
Habilitação em Publicidade e Propaganda
da Faculdade de Comunicação e Artes,
do Centro Universitário UNA, como
requisito parcial à obtenção de créditos na
disciplina de Análise Crítica da Mídia.
Profª.: Clara Alves Teixeira

Belo Horizonte
2013
A presente crítica tem como objetivo apresentar como foi o processo eleitoral do
presidente Fernando Affonso Collor de Mello, primeiro presidente eleito em eleições
diretas no Brasil após o golpe militar iniciado em 1964, desde sua escolha pela
nação até chegar ao impeachment, ocorrido em 1992, sempre observando como o
fato foi apresentado pela Revista VEJA.
A Revista VEJA é um veículo de mídia impressa, com distribuição semanal e de
circulação nacional, lançada em 1968 por dois importantes jornalistas brasileiros:
Victor Civita e Mino Carta. A revista tem seu foco em temas políticos, econômicos e
culturais, e pouquíssimas vezes trás em sua capa assuntos como tecnologia,
ecologia e religião. Conhecida por suas reportagens polêmicas, a VEJA ainda é o
maior semanário do Brasil, com tiragem aproximada a um milhão de cópias/semana
sendo a maior parte referente a assinaturas. Desde seu surgimento, dentro dos
movimentos estudantis que tomavam conta do país durante o período da ditadura,
muitos acreditam que a VEJA é uma revista de extrema direita, que assume um lado
político só, demonstrando parcialidade em todas as suas publicações. Fatos que
podem ser observados nas publicações do site Paraíba.com.br, no site Carta
Capital nas publicações do jornalista e deputado Emiliano José e nas publicações do
jornalista Marco Antonio Araújo.
Fernando Affonso Collor de Mello é natural do Rio de Janeiro, mas começou sua
vida política em Maceió, sendo prefeito pelo partido ARENA no período
compreendido entre 1979 e 1982. Após seu mandato, migrou para o PDS e foi eleito
deputado federal entre 1982 e 1986. Em sua incumbência parlamentar, votou
favoravelmente à proposição mal sucedida das “Diretas Já” em 1984 e votou no
deputado federal Paulo Maluf na eleição presidencial brasileira de 1985. Em 1986,
filiou-se ao PMDB, que lançou sua candidatura a governador do estado de Alagoas.
Governou o estado entre os anos de 1987 a 1989. Opondo-se ao governo do
presidente José Sarney, filiou-se ao PRN, renunciou ao governo alagoano, e lançou
sua candidatura à presidência em 1989, de acordo com o site Sampa.art.br.
Durante todo o processo eleitoral, muito se falou que o candidato foi beneficiado
pela mídia televisiva e impressa, porém, a revista foi um tanto quanto contraditória.
Primeiro apoiou o (futuro) novo presidente, mas após a polêmica entrevista de seu
irmão à própria revista, foi contra o governo e deu grande destaque ao impeachment
de Collor.
Nas páginas seguintes podemos entender melhor como se deu esta mudança diante
das ocorrências de fatos e imagens das capas da revista VEJA na época.
Intencionalmente ou não a revista VEJA publicou a farra dos supersalários em sua
edição de nº 988 com a chamada Praga dos Marajás em 12/08/1987, a qual batia de
frente com o governo de Sarney e seus seguidores. Capa que ganhou destaque por
sua conexão com marajás de verdade, que observamos na figura 1.
Figura 1 - Revista VEJA Nº 988 - 12/08/1987

Nas capas abaixo, Fernando Collor ainda era governador do estado de Alagoas e já
um forte candidato a assumir a cadeira de presidente. Como tantas outras matérias
de outras mídias, a revista caprichou na capa histórica de 23/03/1988, o que ajudou
a construir a imagem de Fernando Collor como um mítico caçador de marajás,
exemplo solitário e grandioso de político honesto. Foi uma das edições mais
vendidas na época e deu um grande impulso nas pesquisas eleitorais. Levou às
partes mais remotas do país a imagem de um político honesto, comprometido e do
bem. Seguida esta linha por todas outras edições ao citar o político a VEJA criou a
imagem de “salvador” da pátria de Fernando Collor.

Figura 2 – Revista VEJA - 23/03/1988
Figura 3 - Revista VEJA Nº 1079 - 17/05/1989

Figura 4 – Revista VEJA Nº 1091 – 09/08/1989

Com a imagem de um governante sério e engajado com as causas do país era
questão de pouco tempo o então político se tornar o presidente eleito do país. Mas a
luta não foi assim tão fácil. Collor tinha a concorrência direta com os sindicalistas da
época representados por Luís Inácio Lula da Silva, que divida os votos no país,
sendo a eleição decidida no segundo turno. Abaixo seguem capas do período entre
o primeiro e segundo turno destas eleições.
Figura 5 – Revista VEJA Nº 1108 – 06/12/1989

Figura 6 - Revista VEJA Nº 1109 – 13/12/1989

Figura 7 - Revista VEJA Nº 1109 – 13/12/1989
Logo após sua posse, Collor já disparou a primeira bomba contra a alta inflação
brasileira: o confisco das cadernetas de poupança. Os indivíduos que tinham mais
de 50.000 cruzados novos poupados nos bancos sofreriam corte e teriam seu
dinheiro retirado. Segundo o presidente, essa medida seria decisiva e ajudaria a
abaixar a tão alta inflação que abalava a economia brasileira. Sua Ministra da
Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, também já chegou causando alvoroço no Planalto,
com um ambicioso e polêmico plano econômico que previa a implantação de uma
moeda única no país. Começa a partir daí o posicionamento contrário da revista em
relação ao político. De certa forma percebe-se que se trata de uma artimanha para
desvincular a imagem de apoiadora do governo, a revista resolveu colocar para o
país as contraditórias ações do governo que iam contra o bem da população.
Reportagens e capas demonstram como o governo estava prestes a afundar o país,
a começar pelo desvio dos fundos das cadernetas de poupança dos brasileiros. Um
fator que pesava em sua opinião era o cenário econômico que o país atravessava.
Com inflação em alta os empresários estavam insatisfeitos com o governo.
Observamos tais dados nas capas a seguir.

Figura 8- Revista VEJA Nº 1129 - 21/03/1990

Figura 9 - Revista VEJA Nº 1126 - 18/04/1990
Figura 10 - Revista VEJA Nº 1131 – 26/05/1990

Figura 11 - Revista VEJA Nº 1138 – 11/07/1990

Figura 12 – Revista VEJA Nº 1141 – 01/08/1990
Figura 13 – Revista VEJA Nº 1155 – 07/11/1990

Segundo a própria revista VEJA em um artigo publicado em seu site na coluna
Coleções: Fernando Collor de Mello, “Os seguidos fracassos na área econômica,
acompanhados de trapalhadas políticas nos dois primeiros anos de mandato,
colocaram o governo Collor na berlinda. Mas o pior ainda estava por vir. Em maio de
1992, VEJA publicou uma histórica reportagem de capa com as denúncias de Pedro
Collor contra seu próprio irmão, o presidente Fernando. Nos quatro meses
seguintes, a revista lançou mais catorze capas sobre o esquema de corrupção
organizado pelo tesoureiro de campanha do presidente, Paulo César Farias, o PC.”.
Reforçando assim sua posição de mídia contrária as ações do governo e favorável à
sua cassação.

Figura 14 – Revista VEJA Nº 1235 - 20/05/1992

Numa polêmica entrevista exclusiva à revista VEJA, Pedro Collor revelou bastidores
do governo do irmão e expôs sua indignação com o que estava acontecendo em
Brasília.
Já nos primeiros trechos da entrevista, Pedro mostra que não temia o que poderia
acontecer a ele e diz:
VEJA – O senhor tem dito que suas revelações
podem acabar com o governo de seu irmão. É isso
que
o senhor
quer?
PEDRO COLLOR – Não, mas qual foi o principal
mote da campanha do Fernando? Quem roubar
vai para a cadeia. Na prática, estou vendo uma
coisa completamente diferente. Ninguém pode
enrolar todo mundo o tempo todo.

Após a entrevista, uma avalanche de polêmicas e acusações contra Collor tomavam
as ruas do país e o desejo do “Fora Collor” ganhava mais adeptos. Uma série de
atos de corrupção foi sendo revelado aos poucos e a imagem do presidente
começou a ficar cada vez mais “manchada”. A partir daí surgiu o movimento dos
caras pintadas, que pedia o impeachment de Collor. Os jovens tomaram as ruas do
Brasil e esse evento marcou uma geração. Na imprensa, os discursos se inflamavam
favor de Collor, mas a revista VEJA ficava cada vez mais a favor da população,
publicando matérias que iam contra o governo e publicando cada vez mais
escândalos relacionados ao que acontecia no Planalto.

Figura 15 – Revista VEJA Nº 1249 – 19/08/1982
Figura 16 – Revista VEJA Nº 1250 – 26/08/1982

Contra dizendo um de seus discursos no início dos anos 1990, a revista assumiu um
lado político e passou a ser ainda menos imparcial ao levar a informação ao
consumidor como percebemos nas capas das revistas a seguir em que a VEJA usa
termos mais coloquiais ao tratar a situação do governo Collor, chamando as atitudes
governamentais de “cafajestadas” e termos como “estourou”, “caiu”, entre outros.

Figura 17 – Capas da revista VEJA Nº 1253, 1254 e 1255 – 16, 23 e 30/09/1992.

Depois de um penoso processo de apuração e confirmação das acusações e da
mobilização da população por todo o país, o congresso nacional votou o
impeachment presidencial. Primeiramente, o processo foi apreciado na câmara dos
deputados, em 29 de setembro de 1992, e depois, no senado federal, em 29 de
dezembro de 1992, dados que podem ser verificados no próprio site da Câmara dos
Deputados. Dias antes da aprovação, a revista VEJA prenunciava a saída do
presidente e de sua equipe dos cargos que ocupavam no governo. Seis dias antes
de se confirmar oficialmente a saída de Collor, graças à pressão popular, o
presidente renunciou ao cargo.
Figura 18 – Revista VEJA Nº 1268 – 30/12/1982

Conclui-se então o mais escandaloso e tenso período da história da política
brasileira pós-ditadura. Fica clara a influência da imprensa em todos os aspectos,
desde a eleição até a saída de Collor do poder. A revista VEJA, veículo midiático
aqui retratado, mostrou-se contraditória nesse período da história, pois esta foi quem
criou e moldou a imagem de Fernando Collor como um político de boa índole, de
forma a o apoiar até a sua eleição. Após o escândalo do confisco das cadernetas de
poupança a revista começa a adotar uma posição neutra ao mostrar os fatos que
viriam a seguir no cenário político da época. Ao notar que o governo não
correspondia aos anseios de parte da população e sobretudo os empresários a
VEJA resolve então desmistificar a imagem de bom moço do então presidente e
apoiar a população brasileira, mostrando indignação e retratando os fatos de forma
contrária aos desmandos do governo. Enfim, percebemos que a revista VEJA, molda
os seus artigos de acordo com seus interesses, pois caso ela apoiasse a
permanência de Fernando Collor no poder, corria o risco de perder a credibilidade e
a fidelidade de seus leitores em sua maioria empresários.
REFERÊNCIAS:

Site Carta Maior:
01/04/2013.).

<<http://www.cartamaior.com/capas_veja/>>

(Acesso

em

Site Imprença: <<http://www.imprenca.com/?p=846>> (Acesso em 01/04/2013.).
Site SampaArt:
03/04/2013.).

<<http://www.sampa.art.br/biografias/collor/>>

(Acessso

em

Site Tudo em Cima: <<http://tudo-em-cima.blogspot.com.br/2011/09/revista-vejavinte-anos-servico-da.html>> (Acesso em 03/04/2013.).
Site Revista Veja: <<http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/fernando-collor-de-melloconfisco-pc-farias-impeachment-casa-da-dinda.shtml>> (Acesso em 04/04/2013.).
Site
Revista
Veja:
<<http://veja.abril.com.br/busca/resultadocapas.shtml?Vyear=1988>> (Acesso em 20/04/2013.).

Site
Revista
Veja
Especial35
anos:
<<http://veja.abril.com.br/especiais/35_anos/p_030.html>> (Acesso em 04/04/2013.).
Site
Câmara
dos
Deputados:
<http://www2.camara.leg.br/atividadelegislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/20-anos-do-impeachment>>
(Acesso em 19/04/2013.).
Site Revista Carta Capital: << http://www.cartacapital.com.br/politica/o-jornalismomurdochiano/>> (Acesso em 22/04/2013.).
Site Paraiba: <<http://www.paraiba.com.br/2011/10/28/74476-wikileaks-eua-dizemque-veja-e-exagerada-e-estadao-e-o-globo-sao-de-direita>>
(Acesso
em
22/04/2013.).
Portal R7: <<http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/2011/07/13/com-alzheimerveja-enfim-se-lembra-da-ditadura-militar/>> (Acesso em 22/04/2013.).
Site Editora Abril: <<http://www.publiabril.com.br/tabelas-gerais/revistas/circulacaogeral/imprimir>> (Acesso em 22/04/2013.).

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Análise Crítica - Veja

  • 1. Centro Universitário UNA Felipe Augusto Oliveira de Carvalho Flávia Cristina da Silva Andrade O AUGE E A QUEDA DE FERNANDO AFFONSO COLLOR DE MELLO Uma análise dos fatos pela Revista VEJA Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Comunicação Social, Habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade de Comunicação e Artes, do Centro Universitário UNA, como requisito parcial à obtenção de créditos na disciplina de Análise Crítica da Mídia. Profª.: Clara Alves Teixeira Belo Horizonte 2013
  • 2. A presente crítica tem como objetivo apresentar como foi o processo eleitoral do presidente Fernando Affonso Collor de Mello, primeiro presidente eleito em eleições diretas no Brasil após o golpe militar iniciado em 1964, desde sua escolha pela nação até chegar ao impeachment, ocorrido em 1992, sempre observando como o fato foi apresentado pela Revista VEJA. A Revista VEJA é um veículo de mídia impressa, com distribuição semanal e de circulação nacional, lançada em 1968 por dois importantes jornalistas brasileiros: Victor Civita e Mino Carta. A revista tem seu foco em temas políticos, econômicos e culturais, e pouquíssimas vezes trás em sua capa assuntos como tecnologia, ecologia e religião. Conhecida por suas reportagens polêmicas, a VEJA ainda é o maior semanário do Brasil, com tiragem aproximada a um milhão de cópias/semana sendo a maior parte referente a assinaturas. Desde seu surgimento, dentro dos movimentos estudantis que tomavam conta do país durante o período da ditadura, muitos acreditam que a VEJA é uma revista de extrema direita, que assume um lado político só, demonstrando parcialidade em todas as suas publicações. Fatos que podem ser observados nas publicações do site Paraíba.com.br, no site Carta Capital nas publicações do jornalista e deputado Emiliano José e nas publicações do jornalista Marco Antonio Araújo. Fernando Affonso Collor de Mello é natural do Rio de Janeiro, mas começou sua vida política em Maceió, sendo prefeito pelo partido ARENA no período compreendido entre 1979 e 1982. Após seu mandato, migrou para o PDS e foi eleito deputado federal entre 1982 e 1986. Em sua incumbência parlamentar, votou favoravelmente à proposição mal sucedida das “Diretas Já” em 1984 e votou no deputado federal Paulo Maluf na eleição presidencial brasileira de 1985. Em 1986, filiou-se ao PMDB, que lançou sua candidatura a governador do estado de Alagoas. Governou o estado entre os anos de 1987 a 1989. Opondo-se ao governo do presidente José Sarney, filiou-se ao PRN, renunciou ao governo alagoano, e lançou sua candidatura à presidência em 1989, de acordo com o site Sampa.art.br. Durante todo o processo eleitoral, muito se falou que o candidato foi beneficiado pela mídia televisiva e impressa, porém, a revista foi um tanto quanto contraditória. Primeiro apoiou o (futuro) novo presidente, mas após a polêmica entrevista de seu irmão à própria revista, foi contra o governo e deu grande destaque ao impeachment de Collor. Nas páginas seguintes podemos entender melhor como se deu esta mudança diante das ocorrências de fatos e imagens das capas da revista VEJA na época. Intencionalmente ou não a revista VEJA publicou a farra dos supersalários em sua edição de nº 988 com a chamada Praga dos Marajás em 12/08/1987, a qual batia de frente com o governo de Sarney e seus seguidores. Capa que ganhou destaque por sua conexão com marajás de verdade, que observamos na figura 1.
  • 3. Figura 1 - Revista VEJA Nº 988 - 12/08/1987 Nas capas abaixo, Fernando Collor ainda era governador do estado de Alagoas e já um forte candidato a assumir a cadeira de presidente. Como tantas outras matérias de outras mídias, a revista caprichou na capa histórica de 23/03/1988, o que ajudou a construir a imagem de Fernando Collor como um mítico caçador de marajás, exemplo solitário e grandioso de político honesto. Foi uma das edições mais vendidas na época e deu um grande impulso nas pesquisas eleitorais. Levou às partes mais remotas do país a imagem de um político honesto, comprometido e do bem. Seguida esta linha por todas outras edições ao citar o político a VEJA criou a imagem de “salvador” da pátria de Fernando Collor. Figura 2 – Revista VEJA - 23/03/1988
  • 4. Figura 3 - Revista VEJA Nº 1079 - 17/05/1989 Figura 4 – Revista VEJA Nº 1091 – 09/08/1989 Com a imagem de um governante sério e engajado com as causas do país era questão de pouco tempo o então político se tornar o presidente eleito do país. Mas a luta não foi assim tão fácil. Collor tinha a concorrência direta com os sindicalistas da época representados por Luís Inácio Lula da Silva, que divida os votos no país, sendo a eleição decidida no segundo turno. Abaixo seguem capas do período entre o primeiro e segundo turno destas eleições.
  • 5. Figura 5 – Revista VEJA Nº 1108 – 06/12/1989 Figura 6 - Revista VEJA Nº 1109 – 13/12/1989 Figura 7 - Revista VEJA Nº 1109 – 13/12/1989
  • 6. Logo após sua posse, Collor já disparou a primeira bomba contra a alta inflação brasileira: o confisco das cadernetas de poupança. Os indivíduos que tinham mais de 50.000 cruzados novos poupados nos bancos sofreriam corte e teriam seu dinheiro retirado. Segundo o presidente, essa medida seria decisiva e ajudaria a abaixar a tão alta inflação que abalava a economia brasileira. Sua Ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, também já chegou causando alvoroço no Planalto, com um ambicioso e polêmico plano econômico que previa a implantação de uma moeda única no país. Começa a partir daí o posicionamento contrário da revista em relação ao político. De certa forma percebe-se que se trata de uma artimanha para desvincular a imagem de apoiadora do governo, a revista resolveu colocar para o país as contraditórias ações do governo que iam contra o bem da população. Reportagens e capas demonstram como o governo estava prestes a afundar o país, a começar pelo desvio dos fundos das cadernetas de poupança dos brasileiros. Um fator que pesava em sua opinião era o cenário econômico que o país atravessava. Com inflação em alta os empresários estavam insatisfeitos com o governo. Observamos tais dados nas capas a seguir. Figura 8- Revista VEJA Nº 1129 - 21/03/1990 Figura 9 - Revista VEJA Nº 1126 - 18/04/1990
  • 7. Figura 10 - Revista VEJA Nº 1131 – 26/05/1990 Figura 11 - Revista VEJA Nº 1138 – 11/07/1990 Figura 12 – Revista VEJA Nº 1141 – 01/08/1990
  • 8. Figura 13 – Revista VEJA Nº 1155 – 07/11/1990 Segundo a própria revista VEJA em um artigo publicado em seu site na coluna Coleções: Fernando Collor de Mello, “Os seguidos fracassos na área econômica, acompanhados de trapalhadas políticas nos dois primeiros anos de mandato, colocaram o governo Collor na berlinda. Mas o pior ainda estava por vir. Em maio de 1992, VEJA publicou uma histórica reportagem de capa com as denúncias de Pedro Collor contra seu próprio irmão, o presidente Fernando. Nos quatro meses seguintes, a revista lançou mais catorze capas sobre o esquema de corrupção organizado pelo tesoureiro de campanha do presidente, Paulo César Farias, o PC.”. Reforçando assim sua posição de mídia contrária as ações do governo e favorável à sua cassação. Figura 14 – Revista VEJA Nº 1235 - 20/05/1992 Numa polêmica entrevista exclusiva à revista VEJA, Pedro Collor revelou bastidores do governo do irmão e expôs sua indignação com o que estava acontecendo em Brasília.
  • 9. Já nos primeiros trechos da entrevista, Pedro mostra que não temia o que poderia acontecer a ele e diz: VEJA – O senhor tem dito que suas revelações podem acabar com o governo de seu irmão. É isso que o senhor quer? PEDRO COLLOR – Não, mas qual foi o principal mote da campanha do Fernando? Quem roubar vai para a cadeia. Na prática, estou vendo uma coisa completamente diferente. Ninguém pode enrolar todo mundo o tempo todo. Após a entrevista, uma avalanche de polêmicas e acusações contra Collor tomavam as ruas do país e o desejo do “Fora Collor” ganhava mais adeptos. Uma série de atos de corrupção foi sendo revelado aos poucos e a imagem do presidente começou a ficar cada vez mais “manchada”. A partir daí surgiu o movimento dos caras pintadas, que pedia o impeachment de Collor. Os jovens tomaram as ruas do Brasil e esse evento marcou uma geração. Na imprensa, os discursos se inflamavam favor de Collor, mas a revista VEJA ficava cada vez mais a favor da população, publicando matérias que iam contra o governo e publicando cada vez mais escândalos relacionados ao que acontecia no Planalto. Figura 15 – Revista VEJA Nº 1249 – 19/08/1982
  • 10. Figura 16 – Revista VEJA Nº 1250 – 26/08/1982 Contra dizendo um de seus discursos no início dos anos 1990, a revista assumiu um lado político e passou a ser ainda menos imparcial ao levar a informação ao consumidor como percebemos nas capas das revistas a seguir em que a VEJA usa termos mais coloquiais ao tratar a situação do governo Collor, chamando as atitudes governamentais de “cafajestadas” e termos como “estourou”, “caiu”, entre outros. Figura 17 – Capas da revista VEJA Nº 1253, 1254 e 1255 – 16, 23 e 30/09/1992. Depois de um penoso processo de apuração e confirmação das acusações e da mobilização da população por todo o país, o congresso nacional votou o impeachment presidencial. Primeiramente, o processo foi apreciado na câmara dos deputados, em 29 de setembro de 1992, e depois, no senado federal, em 29 de dezembro de 1992, dados que podem ser verificados no próprio site da Câmara dos Deputados. Dias antes da aprovação, a revista VEJA prenunciava a saída do presidente e de sua equipe dos cargos que ocupavam no governo. Seis dias antes de se confirmar oficialmente a saída de Collor, graças à pressão popular, o presidente renunciou ao cargo.
  • 11. Figura 18 – Revista VEJA Nº 1268 – 30/12/1982 Conclui-se então o mais escandaloso e tenso período da história da política brasileira pós-ditadura. Fica clara a influência da imprensa em todos os aspectos, desde a eleição até a saída de Collor do poder. A revista VEJA, veículo midiático aqui retratado, mostrou-se contraditória nesse período da história, pois esta foi quem criou e moldou a imagem de Fernando Collor como um político de boa índole, de forma a o apoiar até a sua eleição. Após o escândalo do confisco das cadernetas de poupança a revista começa a adotar uma posição neutra ao mostrar os fatos que viriam a seguir no cenário político da época. Ao notar que o governo não correspondia aos anseios de parte da população e sobretudo os empresários a VEJA resolve então desmistificar a imagem de bom moço do então presidente e apoiar a população brasileira, mostrando indignação e retratando os fatos de forma contrária aos desmandos do governo. Enfim, percebemos que a revista VEJA, molda os seus artigos de acordo com seus interesses, pois caso ela apoiasse a permanência de Fernando Collor no poder, corria o risco de perder a credibilidade e a fidelidade de seus leitores em sua maioria empresários.
  • 12. REFERÊNCIAS: Site Carta Maior: 01/04/2013.). <<http://www.cartamaior.com/capas_veja/>> (Acesso em Site Imprença: <<http://www.imprenca.com/?p=846>> (Acesso em 01/04/2013.). Site SampaArt: 03/04/2013.). <<http://www.sampa.art.br/biografias/collor/>> (Acessso em Site Tudo em Cima: <<http://tudo-em-cima.blogspot.com.br/2011/09/revista-vejavinte-anos-servico-da.html>> (Acesso em 03/04/2013.). Site Revista Veja: <<http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/fernando-collor-de-melloconfisco-pc-farias-impeachment-casa-da-dinda.shtml>> (Acesso em 04/04/2013.). Site Revista Veja: <<http://veja.abril.com.br/busca/resultadocapas.shtml?Vyear=1988>> (Acesso em 20/04/2013.). Site Revista Veja Especial35 anos: <<http://veja.abril.com.br/especiais/35_anos/p_030.html>> (Acesso em 04/04/2013.). Site Câmara dos Deputados: <http://www2.camara.leg.br/atividadelegislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/20-anos-do-impeachment>> (Acesso em 19/04/2013.). Site Revista Carta Capital: << http://www.cartacapital.com.br/politica/o-jornalismomurdochiano/>> (Acesso em 22/04/2013.). Site Paraiba: <<http://www.paraiba.com.br/2011/10/28/74476-wikileaks-eua-dizemque-veja-e-exagerada-e-estadao-e-o-globo-sao-de-direita>> (Acesso em 22/04/2013.). Portal R7: <<http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/2011/07/13/com-alzheimerveja-enfim-se-lembra-da-ditadura-militar/>> (Acesso em 22/04/2013.). Site Editora Abril: <<http://www.publiabril.com.br/tabelas-gerais/revistas/circulacaogeral/imprimir>> (Acesso em 22/04/2013.).