1. Violência, Cidadania e Ciência: O desenvolvimento de valores éticos na
infância.
Ou “Porque investir na primeira infância?”
João Augusto Figueiró
Instituto Zero a Seis
www.zeroaseis.org.br
XL Reunião Anual da sociedade Brasileira de Psicologia
Curitiba
3. “Dado que a guerra
começa na mente do
homem, é na mente* do
homem que devemos
edificar a defesa para
paz” – Unesco.
*Cérebro?
4. Contribuições das ciências
• Convergência das ciências sociais com as neurociências nos
últimos 10 anos:
– Maior intercâmbio entre as diferentes áreas;
– Saímos do inferencial para a objetivação do observado.
5. Violência e Cidadania
Saúde e Doença
Felicidade e Infelicidade
Multideterminadas
Um recorte possível
CiênciaNovo recorte
"A melhor maneira de tornar as
crianças boas é torná-las felizes“.
(Oscar Wilde)
6.
7. Mente Criminal – Século XXI
Novidade: aumento do reconhecimento de que fatôres genéticos,
neuro e sociobiológicos são igualmente importantes na
modelagem do comportamento criminoso.
Século XX: Pobreza, desigualdade social e más companias.
8. Mapa da Violência – 2010
Instituto Sangari - SP
• Taxa homicídios dos 5.564 municípios brasileiros (1997 e 2007):
– Total de assassinatos entre jovens de 14 e 16 anos
aumentou 30% - o maior crescimento entre todas as faixas
etárias.
10. OS CÉREBROS FICARAM MAIORES – e cada vez mais, ao longo do tempo,
energeticamente exigentes. O cérebro humano moderno responde por 10 a 12% da demanda
de energia de um corpo em repouso, comparada ao cérebro do australopiteco
11. Representação de embriões presente no trabalho de Ernst Haeckel - 1866.
Henri Milne-Edwards, Louis Agassiz
Classificação da biodiversidade através da descendência
12.
13.
14. • Pacientes neurológicos com danos córtex pré-frontal
exibem:
• Comportamento desinibido
• Tipo psicopático
• Embotamento emocional
• Embotamento autonômico
• Tomada de decisão inadequada.
Damasio, AR, 1994
18. Porque investir prioritariamente na primeira
infância
Cada dólar investido no programa deu um retorno de nove dólares para a sociedade.
Programa de
educação com
crianças envolvendo
os seus pais.
James Heckman
Nobel Economia, 2000.
19. A atividade do cérebro pode ser medida através de impulsos elétricos. Cores "quentes" como o vermelho
ou laranja indicam maior atividade, e cada coluna mostra um tipo diferente de atividade cerebral.
As crianças institucionalizadas em condições precárias demonstram atividade muito menor do que o esperado.
20. 0 Age
Rateofr
capital
Preschool programs
Schooling
Job training
0-3 4-5
Preschoo
l
School Post-school
Programs targeted towards the earliest
years
Rates of Return to Human Capital Investment at Different Ages:
Return to an Extra Dollar at Various Ages
James Heckman
Nobel Economia, 2000.
01/29/15
21. Dois importantes programas na primeira infância com fatores de eficácia:
O Perry Preschool Project e Abecedarians Project, mostram uma
a variabilidade de retornos significativos aos participantes e à sociedade para
cada dólar investido.
Redução da criminalidade, da utilização da assistência social, custos educacionais e de
reabilitação. Aumento das receitas fiscais sobre rendimentos mais elevados para os participantes
de programas de primeira infância, quando chegaram à idade adulta.
22. IBGE – BID - Senado
• Cada dólar investido em políticas públicas para a primeira
infância gera economia de sete dólares que teriam de ser
investidos em assistência social, atendimento a doenças
mentais, manutenção de sistemas prisionais, repetência e
evasão escolar. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
• 13 milhões de crianças de zero a seis, pertencentes a
famílias carentes, estão fora de qualquer equipamento
ou programa primeira infância. Agencia Senado
23. Abrinq – Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD) - 2009
• 80% das crianças brasileiras (13,6 milhões de crianças de 0 a 4
anos) de 0 a 3 anos estão fora das creches;
• O levantamento mostra ainda que, em relação a 2008, houve
um aumento no número de crianças atendidas muito pequeno -
81,9% das crianças nessa faixa etária não freqüentavam creches.
Setembro de 2010 - Agência Estado
24. Estimativas IBGE
Celso Simões
• Cerca da metade das crianças do Brasil - 48,8% é considerada
pobre ou miserável, pois nasce e cresce em domicílios cuja
renda per capita não ultrapassa meio salário mínimo;
• Em 2000, as estimativas do IBGE apontavam que no Brasil em
torno de 20% das crianças de até um ano de idade não
tinham sequer registro de nascimento, que é considerado o
primeiro documento de cidadania.
25. Indicadores – Creches.
• Nas creches, cresceram todos os indicadores de desigualdade
entre os anos de 2005 e 2007:
– Relação entre o número de crianças negras/pardas e
brancas,
– Atendimento na zona rural em relação à zona urbana,
– Atendimento em regiões mais ricas sobre as mais pobres,
– 20% mais pobres da população sobre os 20% mais ricos;
26. UNESCO, “Strong Foundations: Early Childhood Care and Education.
EFA Global Monitoring Report 2007”, 2006, Appendix Table 12.
27. Evans D, and K Kosec, “Access to Early Child Education in Brazil”
28. Desenvolvimento do Cérebro.
• Construção inicia na quinta semana de gestação;
• 100 bilhões de neurônios antes da 20 semana de gestação;
• Produção máxima entre a 12ª. e 16ª. Semana;
• Ritmo de produção de 5 mil por segundo;
12 semanasQuinta Semana
•Desenvolvimento resulta da interação genes
e experiências;
•As experiências iniciais afetam a forma
como os cérebros se desenvolvem;
•Existem janelas de oportunidades: períodos
preciosos que demandam ambiente propício.
29. A Commentary on the United Nations
Convention on the Rights of the Child, 2006
Eide, and W. B. Eide, “Article 24. The Right to Health”, in A. Alen, J. Vande Lanotte; E. Verhellen; F. And; E. Berghmans
and M. Verheyde (eds), A Commentary on the United Nations Convention on the Rights of the Child, Leiden, Martinus
Nijhoff Publishers, 2006. at 33-34
Está bem documentado que o crescimento fetal será
limitado por um ambiente nutricional inadequado no
útero que redundará em um recém-nascido que não
atingiu o seu potencial de crescimento. Essas crianças
estão, portanto, em desvantagem, antes de entrar no
mundo.
30. Evolução do Cérebro
• Recém-nascido a termo 300 gramas
• 18 meses 800 gramas
• 3 anos 1 110 gramas
• 6 anos 80-90% - quatrilhões sinapses
• Adulto 1 400 gramas
• Aumento de quatro vezes no período;
• Meio que pode ser de hospitalidade ou de hostilidade.
• Após o nascimento, a conexão entre os neurônios (sinapses)
é que vai proporcionar o aumento do volume cerebral.
31. Cérebro como construção
• O cérebro é construído dentro de um modelo
homeostático (família/sociedade/ambiente);
• O período intra-uterino é o período de maior
crescimento;
• De acordo com experiências (físicas e afetivas,
positivas ou negativas) pós-natais se formarão os
novos caminhos neuronais.
32. PNAD - 2004
O período mais adequado para influenciar o caráter de uma criança é cerca
de uma centena de anos antes dela nascer.
William Ralph Inge – Cambridge - (1860-1954)
34. Adversidades Econômicas:
• Afetam o controle das funções executivas emergentes;
• Não somente retardo no início, mas também redução na
progressão.
Linda Nayers, Michael Crowley e James McPartland
National Institute of Child Health and Human Development Study
35. Perspectivas favoráveis.
• O cérebro que é vulnerável aos efeitos adversos do ambiente
é igualmente susceptível aos efeitos positivos de ambientes
ricos e equilibrados de aprendizagem e à boas relações de
cuidado;
• Intervenções educativas baseadas em evidências (controle
comportamento e impulsos) – 40 atividades focalizadas em melhorar funções
executivas - podem ajudar crianças em desvantagem à alcançar
sucesso acadêmico e cognitivo;
Deborah Leong e Elena Dodrova
Tools of the Mind, Denver
Baseado em Vygotsky
36.
37. Desenvolvimento
do cérebro humano
Formação de sinapses
e arborizaçao
dendrítica
Relação com estimulação
mesesmeses
concepção
anos
mielinização
sinaptogênese
neurulação
Proliferação
Celular
Migração
Córtex
pré-frontal
Córtex
de
associação
parietal e
tem
poral
Córtex
sensório
m
otor
Erasmo Barbante Casella – Neuropediatra – HC-FMUSPErasmo Barbante Casella – Neuropediatra – HC-FMUSP
38.
39.
40. Pobreza e Atenção Seletiva:
• Déficit em habilidades do Córtex pré-frontal relacionadas à atenção
seletiva;
• Uso de mais energia para as mesmas atividades;
• Necessitam trabalhar muito mais para obter os mesmos resultados,
dificultando focalização no professor e nas tarefas;
• Submetidas a mais estresse doméstico e baixa escolaridade dos
pais.
Amadeo D’Angiulli
Neuropsychology, vol 22, no. 3, 2008
Helen Neville,
Developmental Science, vol 12, no. 4, 2009
41. Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)
Imagens seccionais do cérebro vivo
Usa cores para representar diferentes graus de atividade.
1973 - Universidade de Washington em St. Louis, EUA
42. Imagens PET do cérebro de uma pessoa normal (esquerda), um assassino com história
de privação na infância (centro) e um assassino sem história de privação (direita).
As áreas em vermelho e amarelo mostram uma atividade metabólica mais alta, e em preto
e azul, uma atividade metabólica mais baixa.
O cérebro de um sociopata (direita) tem uma atividade muito baixa em muitas áreas.
Fonte: Imagens de Adrian Raine, University of Southern California, Los Angeles, USA
45. Folha de São Paulo de 12/12/07
Primeira Página.
Manchete: “Remoção de favela
provoca congestionamento
recorde”.
Reintegração de posse – Capão Redondo, Zona Sul de SP, 24/08/09
46. Adaptado de: Arborelius L, et al. J Endocrinol. 1999;160:1-12.
Modelo da Ativação Crônica de
Resposta ao Estresse
ACTH
Adrenalina
Noradrenalina
Glicocorticóides
Noradrenalina
FATOR ESTRESSANTE
Hipocampo
Hipófise
Hiperatividade
do Eixo HPA
Locus
coeruleus
CRF
Respostas
metabólicas
Respostas autonômicas
Respostas
comportamentais
Respostas
eletrofisiológicas
Prof. Kalil Dualibi - Unisa - SP
47. O Estresse e a Morte Celular
ESTRESSE
Glicocorticóides
BDNF
Sobrevivência
normal e
crescimento
BDNF=fator neurotrófico derivado do cérebro.
Sapolsky RM. Arch Gen Psychiatry. 2000;57:925-935.
Duman RS, et al. Biol Psychiatry. 2000;48:732-739.
Atrofia/morte
dos neurônios
Ramificação dendrítica
Prof. Kalil Dualibi - Unisa - SP
48. A medida que o número de experiências adversas na primeira infância se acumula,
o risco de atrasos de desenvolvimento aumenta
49. O relato de adultos de experiências adversas cumulativas na primeira infância correlaciona-se com
parâmetros de saúde física e mental – neste caso, doenças cardíacas.
50. Proporcionar relações de apoio e ambientes seguros pode melhorar os resultados para
todas as crianças, mas especialmente para aquelas mais vulneráveis.
Entre 75 e 130 de cada 1.000 crianças americanas menores de 5 anos vivem em lares
onde pelo menos um dos três precipitantes comuns do estresse tóxico possa afetar
negativamente o seu desenvolvimento
51. Medo persistente e ansiedade crônica podem afetar:
a capacidade de aprendizado e o desenvolvimento infantil
Garantir que as crianças tenham ambientes seguros para crescer, aprender, e desenvolver
cérebros e corpos saudáveis não só é bom para as crianças em si, mas também constrói
uma base sólida para uma sociedade próspera.
A ciência demonstra que a exposição precoce a situações que produzem medo persistente e
ansiedade crônica pode ter conseqüências ao longo da vida por perturbar o
desenvolvimento da arquitetura cerebral.
54. Principais componentes e suas subdivisõesPrincipais componentes e suas subdivisões
Moll J, Zahn R, Oliveira-Souza R, Krueger F,
Grafman J. Nature Rev Neurosc, 2005
Modelo ‘EFEC’: Event-Feature-Emotion ComplexModelo ‘EFEC’: Event-Feature-Emotion Complex
Unidade de Neurociência Cognitiva e
Comportamental
Rede LABS – D’Or Hospitais
55.
56. Compaixão
Elementos
perceptuais (expressão
facial de tristeza)
Elementos
semânticos abstratos
(desamparo de uma
criança órfã)
Estados
motivacionais básicos
(tristeza, empatia
afetiva)
Predição do futuro
(chances de adoção
sao baixas)
Criança que pode ou não ser adotada.
57. Oliveira-Souza and Moll, Neurology (Suppl.), 2000;
Moll J, Oliveira-Souza R, Eslinger J, Arq Neuropsiq, 2001
Moral Factual
Conteúdo moral ⇑ ⇓
Valência
emocional
⇑ ⇓
Dificuldade do
julgamento ≈ ≈
Cenário social yes no
Córtex frontopolar (BA 10)
Sulco temporal superior (STS)
Córtex temporal anterior
Julgamento moral
Julgamento moral vs. factualJulgamento moral vs. factual
58. Componentes-chave do cérebro moral:
The neural basis of human moral cognition.
Moll J, Zahn R, Oliveira-Souza R, Krueger F, Grafman J. Nature Reviews
Neuroscience, 2005
aPFC: córtex pré-frontal anterior (frontopolar e órbito-frontal)
Event Frequency Modulates the processing of daily life activities in human medial PFC.
Krueger F, Moll J, Zahn R, Heinecke A, Grafman J. Cerebral Cortex, 2007
aTC: córtex temporal anterior (superior)
Social concepts are represented in the superior
anterior temporal cortex.
Zahn R, Moll J, Krueger F, Huey ED, Garrido G,
Grafman J. Proc Natl Acad Sci, 2007
R
STS (sulco temporal superior) & estruturas límbicas
Moll J, Oliveira-Souza R, Eslinger PJ, et al. (2002).
The neural correlates of moral sensitivity: a
functional magnetic resonance imaging
investigation of basic and moral emotions.
Journal of Neuroscience, 2002
The self as a moral agent: linking the neural bases
of social agency and moral sensitivity.
Moll J, de Oliveira-Souza R, Garrido G, Zahn R, et
al. Social Neuroscience, 2007
62. Estudo de caso-controle: 15 pacientes da
amostra comunitária com altos escores no
PCL:SV comparados a 15 controles normais
• Psychopathy Checklist, screening version (PCL:SV)
• Hipótese: reduções focais da substância cinzenta em uma rede
distribuída de regiões previamente associadas à sensibilidade e
julgamento moral
Caprichosa combinação de alterações anatômicas distribuídas levando
à perda da sensibilidade moral?
• “Cérebro moral” (Moll et al., 2003, 2005)
64. FPC/OFC medial STS
Correlação (ANCOVA, corrigido para
volume cerebral total) com PCL:SV (F1):
áreas de redução focal
Córtex frontopolar (FPC), órbito-frontal
(OFC) medial e sulco temporal superior
(STS) correlacionados (r = 0.62 – 0.68,
p<0.005) com a Parte 1 do PCL (frieza
emocional, falta de empatia)
Não houve correlação significativa com
a Parte 2 (F2, componente
comportamental, mais ligado a fatores
ambientais)
Análise dimensional: Estaria o grau de psicopatia
refletido no grau de redução da substância
cinzenta?
65. Estudos Funcionais – PetScan
• Assassinos e infratores impulsivos violentos mostram redução
do metabolismo da glicose no córtex pré-frontal;
• Sugere que esta região age como um “freio de emergência”
para emoções desenfreadas geradas por estruturas límbicas;
• Corroboram estudos neuropsicológicos, neurológicos e
psicofisiológicos, indicando robustez dos achados.
Raine, Buchsbaum, LaCasse, Biol. Psychiatry, 1997;42:495-508.
66. E: Pessoa normal faz julgamentos morais, ativam-se as reas pr -frontais (á é laranja e roxo),
respons veis pelos aspectos cognitivos - frios e racionais - do julgamento. Tamb m s oá é ã
ativados o hipot lamo (á azul), relacionado s emo es b sicas, como raiva e medo, e o loboà çõ á
temporal anterior (vermelho), ligado s emo es morais, tipicamente humanas.à çõ
D: Psicopata: diminui sensivelmente a ativa o das reas relacionadas tanto s emo esçã á à çõ
prim rias (á azul) quanto s morais (à vermelho) e aumenta a atividade nas reas pr -frontaisá é
(laranja e roxo), ligadas aos circuitos cognitivos, de raz o pura.ã
APEAMENTO DAS EMO ES:ÇÕ
Indiv duos normais e psicopatasí
comunit rios submetidos ao testeá
Bateria de Emo es Morais (BEM) eçõ
resson ncia magn tica funcional.â é
67. De sua própria natureza;
Das figuras parentais;
Da família;
Dos grupos sociais em que vive;
Da escola;
Da cultura e sociedade com:
valores,
crenças,
normas e
práticas.
O adolescente e o adulto resultam:
68. Ambiente Social
• Processos psicossociais são essenciais;
• Influências ambientais no início do desenvolvimento podem
alterar diretamente a expressão do gene, por sua vez
alterando a estrutura e o funcionamento cerebral e
resultando em diferentes comportamentos;
• Influências ambientais precoces podem alterar a expressão
gênica, o que então origina a cascata de eventos de
comportamentos cerebrais;
72. Resposta ao Estresse Tóxico: Os fatos.
Recursos modernos explicam como experiências precoces penetram
o corpo e modificam a expressão genética com conseqüências definitivas
em órgãos em desenvolvimento, incluindo o cérebro.
Experiências precoces podem alterar a expressão genética e afetar
definitivamente o desenvolvimento.
National Scientific Council on the Developing Child (2010).
Early Experiences Can Alter Gene Expression and Affect Long-Term Development
Working Paper No. 10. Retrieved from www.developingchild.harvard.edu
73.
74. Nature and Nurture
• Biologia não é destino;
• É possível modular os fatores de risco neurobiológicos;
Liu, J. Am J Psychiatry. 2004;161:2005-13.
75. 1970 British Cohort Study
(BCS70)
• O 1970 British Cohort Study (BCS70) é um estudo
longitudinal multidisciplinar contínuo que tem como
sujeitos todos os nascidos na Inglaterra, Escócia e Gales
em uma determinada semana de Abril de 1970.
Informações sobre o British Cohort Study em:
http://www.cls.ioe.ac.uk/studies.asp?section=000100020002
76. Prevenção da Violência
• 80% da violência é transgeracional;
• É possível prevenir esta violência;
• Apego seguro é a “vacina”,
• Desenvolvimento da empatia depende de uma
base segura e da resiliência;
• A privação social dificulta o desenvolvimento da
sintonia afetiva.
77. Richard Rhodes/ Dorothy Lewis - EUA
• Richard Rhodes - Estudou criminosos e observou que todos
falavam sobre sua primeira infância na qual passaram
dificuldades, algumas até caóticas, como violência física,
sexual e negligência.
Dorothy Lewis - Estudou jovens criminosos e chegou à
conclusão similar; todos tinham tido uma primeira infância
muito carente e problemática.
78. Ruther (Inglaterra), Werner (E.U.),
Cyrulnik (França)
• Muitos seres humanos conseguem se adaptar à vida apesar de
todos os fatores estressantes;
• Essa capacidade não é inata, nem mágica e se convencionou
chamar de resiliência.
• E pode ser adquirida pelas ações de políticas integradas e com
significativa participação da comunidade, suas lideranças,
organizações culturais e políticas.
79. •A ciência tem comprovado a enorme importância da educação
e dos cuidados de qualidade durante os primeiros anos de uma
criança para o seu sucesso como cidadão;
•O período que vai da gestação até o sexto ano de vida, e
particularmente de 0 a 3 anos incluindo o gestacional, são os
mais importantes na preparação dos alicerces das competências,
habilidades emocionais e cognitivas futuras;
•É neste período que a criança aprende, com mais intensidade, a
fazer, a se relacionar, a ser, e a desenvolver importantes valores
a partir de suas relações na família, na escola e na comunidade.
O que diz a ciência?
80. Particularmente do nascimento até os três anos de idade, vive-
se um período crucial no qual se forma a maior parte das
conexões cerebrais graças à interação do bebê com os
estímulos do ambiente;
O que as pesquisas informam?
Todas as pesquisas, pesquisadores e ciências posteriores
ratificam a importância vital destas primeiras interações
precoces no desenvolvimento futuro do ser humano;
“Pá de cal” sobre as teorias “fixistas” desenvolvidas há mais de
2500 anos, com suas terríveis conseqüências ideológicas,
políticas, morais e éticas.
81. Evidências de Convergência:
nature + nurture
• O homem é um animal imaturo, prematuro e totalmente
dependente ao nascer que, através dos mecanismos de
apego, epigenética e neuroplasticidade, irá promover a
construção e constituição do sujeito e seu ingresso normal ou
patológico na cultura;
• Ressalta-se neste processo o fundamental papel parental, de
seus substitutos e da sociedade na apresentação do mundo, o
papel das identificações e do aprendizado no controle e
atenuação dos impulsos.
82. Inclinações Construídas
• O temperamento de uma pessoa e a forma desta
conduzir-se na sociedade não é mais um “destino”
inexorável resultante de “traços inatos”, mas dependente
de inclinações construídas em um meio ecológico e
histórico socialmente determinados principalmente pelo
entorno afetivo e valores que cada um de nós encontra
em seu meio social.
83. Conclusão
• Diferentes paradigmas clínicos da neurociência estão
começando a convergir para a mesma conclusão:
– Há uma significativa base cerebral no comportamento anti-social,
violento, criminoso, transgressor, agressivo;
– Estes processos neurocomportamentais são relevantes para entender
a violência cotidiana na sociedade contemporânea.
Raine, A. Rev. Psiquiatr RS. 2008;30(1):5-8.
84. Informações oriundas de fontes científicas de conhecimento e
suas implicações no comportamento do futuro indivíduo, não
podem mais ser desprezadas na elaboração de qualquer
política pública que vise à redução da violência e à construção
da cidadania e de uma cultura de paz sustentada pelo diálogo
e na resolução pacífica de conflitos.
Contribuições da Ciência
85. •“Quando se trata da saúde mental da criança, a sociedade poderá
pagar agora ou irá pagar mais tarde”.
•20% das crianças americanas necessitam serviços de saúde mental –
US Public Health Services, 2010.
•As pesquisas mostram que quando o estado ou os planejadores de
políticas públicas investem em educação pré-natal, cuidados para
primeira infância de qualidade disponível, desenvolvimento emocional e
social precoce, prevenção e tratamento baseado em evidências a
sociedade economiza dinheiro em educação especial e despesas com
a justiça (adolescentes e adultos) mais tarde.
Quem e quando pagar a conta?
Donald Wertlieb – Tufts Univesity
Society for Research in Child Development
86. Saúde da Criança e Social:
Uma “Receita”!
• Comida
• Proteção
• Estimulação
• Afeto
• Ambiente Seguro
• Redução Pobreza
• Violência doméstica
• Desnutrição
• Estresse pré-natal e infantil
Sujeito Final
Genes
Cultura
(Ciência
Tecnologia)
Consumidor
Cidadão construtivo
Colaborador produtivo
88. •É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
Constituição Federal – 5/10/1988
Artigo 227
89. Paulo Freire
Pedagogia da Indignação Unesp 2000
• “O discurso da impossibilidade da mudança para a melhora do mundo não
é o discurso da constatação da impossibilidade, mas o discurso ideológico
da inviabilização do possível”.
90. •Crianças com risco para violência crônica:
•Como lidar com impulsos;
•Negociar disputas;
•Ensinou pais a lidar com a raiva e modelos de auto-controle.
•Seguidos até vida adulta:
•Menos visitas à salas de emergências;
•48% redução prisão por violência grave
(assassinato e estupro);
•52% redução transtornos de conduta.
Kenneth A Dodge
Center for Child and Family Policy - Duke University
91. É hora dos políticos, governantes, indivíduos
e a sociedade como um todo incluírem a ‘compaixão social’ nas
suas pautas e agendas de trabalho.
“Lugar de Criança é no orçamento”
94. É impossível hoje falar em desenvolvimento de uma
nação como o Brasil, sem considerar a importância
do cumprimento de políticas públicas voltadas para a
promoção de uma infância saudável.
O ponto-chave:
95. Instituto Primeira Infância
e Cultura de Paz
www.zeroaseis.org.br
figueiro@zeroaseis.org.br
contato@zeroaseis.org.br
Hinweis der Redaktion
Key Point
Chronic activation of the stress-response system causes a variety of adverse effects in the brain and mediates many of the physiologic and behavioral responses in depression
Background
Since the advent of antidepressant pharmacotherapy in the 1950s, the pathophysiologic model of depression has shifted from one based on maladaptive psychologic processes to one based on neurobiologic processes
Stress, particularly early-life stress, has been associated with an increased vulnerability to depressive disorders in adulthood
A majority of depressed patients exhibit signs of hypothalamic-pituitary-adrenal (HPA) axis hyperactivity, reflecting either a dysregulation or disinhibition of the stress-response system
This schematic representation depicts the hypothesis that the stress-response system appears to mediate not only the neuroendocrine response, but also the autonomic, behavioral, and electrophysiologic responses to stress
Evidence suggests that corticotropin-releasing factor (CRF) is hypersecreted in depression, resulting in HPA hyperactivity and elevations of plasma cortisol concentrations
This increase in CRF neuronal activity is also believed to mediate some of the behavioral symptoms of depression involving sleep and appetite disturbances, reduced libido, and psychomotor changes
An area of emerging interest is the exploration of the association of prolonged stress activation with neurotoxicity and atrophy in the central nervous system
Reference
Arborelius L, et al. J Endocrinol. 1999;160:1-12.
Key Point
Stress and depression result in neuronal atrophy and cell death
Background
Neuronal atrophy and death are thought to occur as a result of hyperactivity of the stress-response system in depressed patients, which increases adrenal glucocorticoid release and decreases brain-derived neurotrophic factor (BDNF) levels, a factor critical for the survival and function of neurons in the adult brain
The damaging effects of prolonged stress/depressive symptoms could contribute to the selective loss of volume of the hippocampus (a structure essential to learning and memory, contextual fear conditioning, and neuroendocrine regulation) observed in patients with depression. These morphologic changes have been shown to persist long after the depressive symptoms have resolved
In theory, antidepressants that affect serotonin and/or norepinephrine activity may affect neuronal survival and growth by decreasing glucocorticoid levels and increasing BDNF levels
Reference
Duman RS, et al. Biol Psychiatry. 2000;48:732-739.
Estas três imagens referem-se a ativação de regiões associadas ao julgamento moral?
Poderia explicar um pouquinho o quadro com as setinhas?
O que é Psicopatia comunitária?
O que as imagens de ambos os campos informam?