1. Durante 1947-1985, Os EUA e a URSS viveram um clima de
tensão e antagonismo. A este clima chamamos de GUERRA
FRIA. Estas duas superpotências, eram duas conceções
opostas, quer na política, quer na economia e na sociedade. Os
EUA era um sistema liberal, apoiante da liberdade individual; a
URSS apoiava o marxismo, que subordina o indivíduo ao
interesse da coletividade. O Mundo dividia-se, assim, com uma
“cortina de ferro”, na Europa Ocidental (capitalistas) e na de
Leste (comunistas).
2.
3. Em 1947, Truman expõe a sua visão de um mundo dividido em dois
blocos antagónicos: EUA, baseavam-se na liberdade e a URSS na
opressão.
Por isso, Truman afirma “Penso que devemos ajudar os povos livres
a moldar o seu próprio destino como entenderem.”, “Penso que a
nossa ajuda deverá ser essencialmente de natureza económica e
financeira, essencial à estabilidade económica e a uma vida política
serena.” Com isto, o presidente anuncia que, um enorme plano, o
Plano Marshall, vem auxiliar toda a Europa, mesmo os países que
estavam do lado da URSS, com vista a conter o comunismo e a
reforçar os laços com os EUA.
4. 1948-49 1949-50 1950-51 Total
(milhões (milhões (milhões (milhões
País
de dólares) de dólares) de dólares) de dólares)
Alemanha 510 438 500 1,448
Áustria 232 166 70 488
Bélgica e Luxemb
195 222 360 777
urgo
Dinamarca 103 87 195 385
França 1,085 691 520 2,296
Grécia 175 156 45 366
Irlanda 88 45 — 133
Islândia 6 22 15 43
Itália e Trieste 594 405 205 1,204
Noruega 82 90 200 372
Países Baixos 471 302 355 1,128
Portugal — — 70 70
Reino Unido 1,316 921 1,060 3,297
Suécia 39 48 260 347
Suíça — — 250 250
Turquia 28 59 50 137
5. Em 1949, a Europa Ocidental criou uma aliança
político-militar, muito devido à tensão provocado pelo
Bloqueio de Berlim. Esta aliança tem o nome de OTAN
(Organização do Tratado Atlântico Norte).
Esta aliança é uma organização defensiva, que luta
contra qualquer ataque que possa surgir.
6. Assim, para além da OTAN, os EUA firmam alianças
multilaterais por todo o mundo, devido à tensão e à vontade
de consolidar a sua área de influência.
Na América, a OEA (Organização dos Estados Americanos),
1948;
- Na Oceânia, a ANZUS (Austrália, Nova Zelândia e Estados
Unidos), 1954;
- No Sudeste Asiático, a OTASE (Organização do Tratado da
Ásia e do Sudeste), 1954;
- No Médio Oriente, a CENTO (Organização do Tratado
Central), 1955.
7. Após a 2ª Guerra Mundial, verificaram-se mudanças no
sistema democrático ocidental. Começaram a aparecer
democracias que fundiam os valores demoliberais
(liberdade individual, sufrágio universal e
multipartidarismo) com a ideologia socialista (bem-estar
dos cidadãos e justiça social).
Assim, surgem duas novas correntes políticas: a Social-
Democracia e a Democracia-Cristã.
8. A social-democracia defende o pluralismo democrático e
os princípios da livre-concorrência económica com o
intervencionismo do Estado, com vista a regular a
economia e a promover o bem-estar dos cidadãos. É
portanto, necessário redistribuir a riqueza obtida pelos
cidadãos. Defendem a implementação de reformas
socializantes, como meio de melhorar as condições de
vida das classes trabalhadoras.
A rosa vermelha é o símbolo da
social-democracia.
9. Esta corrente política foi inspirada na doutrina social da Igreja,
que condena os excessos do liberalismo capitalista. A
democracia-cristã pretende aplicar à vida os princípios de
justiça, entreajuda e valorização da pessoa humana,
assegurando o bem-estar dos cidadãos.
Em 1945, Konrad Adenauer,
participou na fundação da União
Democrata-Cristã (CDU) e foi um
dos protagonistas da democracia-
cristã.
10. Assim, estas diferentes ideologias promovem reformas
económicas e sociais profundas. O Estado torna-se o
principal agente económico do país, exercendo a função
reguladora da economia, garantir o emprego e definir a
política salarial. Reforça-se o carácter progressivo das
taxas, permitindo assegurar uma redistribuição mais
equitativa da riqueza nacional.
Um tal conjunto de medidas deu origem ao Estado-
Providência.
11. É o Estado do bem-estar, onde casa cidadão tem asseguradas
as suas necessidades básicas. Estabeleceu-se um sistema
nacional de saúde grátis nos serviços médicos e extensivo a
todos os cidadãos. O sistema de proteção social generaliza-se a
toda a população, acautelando o desemprego, acidente, velhice e
doença; estabeleceu-se prestações de ajuda familiar e outros
subsídios aos mais pobres. Com isto, o Estado passou a ter mais
responsabilidades e estas medidas visam reduzir a miséria e o
mal-estar social, bem como, assegura a estabilidade económica.
12. O crescimento económico do pós-guerra deveu-se à rentabilização
do Plano Marshall . O objectivo dos EUA era criar condições às
nações europeias para o estabelecimento da democracia (travando
assim o avanço para ocidente da influência soviética) e tornar
dependentes dos EUA as economias da Europa. Não só com a
ajuda do Plano Marshall, mas também com a criação da G.A.T.T.,
isto é, com a liberalização do comércio internacional, e por fim,
através da estabilidade monetária (acordos de Bretton Woods).
Deste modo, o capitalismo que parecia ter perdido as forças durante
a Grande Depressão dos anos 30, ressuscitou dos destroços da
guerra. As economias cresciam a grande vapor, não se registando
períodos de crise e atingiram o seu auge entre 1945 e 1973 e, os
analistas batizaram este período como os “Trinta Gloriosos”.
13. A aceleração do progresso tecnológico;
Recurso ao petróleo como matéria energética por
excelência;
Aumento da concentração industrial e do número de
multinacionais;
Aumento da população ativa;
Modernização da agricultura;
Crescimento do setor terciário.
14. O pleno emprego, os salários altos e a produção
maciça de bens a preços acessíveis, conduziram à
sociedade de consumo, que transformou o estilo de
vida da população capitalista. Identifica-se pelo
consumo de bens supérfluos, que passam a ser
encarados como essenciais. Esta sociedade é uma
sociedade de desperdício, pois o cidadão despende
mais do que é necessário. As férias são pagas, o
que veio a acentuar que a vida merece ser
desfrutada e o dinheiro é para se gastar.
15. Os espaços comerciais cresceram e tornaram-se um
santuário do consumo, onde tudo se encontra ao
alcance do comprador.
A publicidade lembra as “maravilhas” a que todos têm
direito e que as vendas a crédito permitem adquirir.
O consumismo instala-se e torna-se o emblema das
economias capitalistas da 2ª metade do século XX.
16. O aumento do consumo, mostra que o nível de vida
ficou mais elevado.