O documento discute as consequências da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia. A autora argumenta que a decisão foi motivada por medos xenofóbicos e racistas e irá prejudicar tanto o Reino Unido quanto a Europa. A saída do Reino Unido da UE é vista como um ato anti-europeu e anti-mundo que deixará um mau exemplo e poderá levar ao isolamento do Reino Unido.
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REINO DESUNIDO
1. REINO UNIDO MAIS DO QUE DESUNIDO
Autores: Fernando Zornitta & Paulo Zornitta (do eixo sul do mundo)
Quase metade da população é contra a separação do Reino Unido da União Europeia; mais
precisamente 48%. Os 52% vencedores, exerceram o seu democrático direito, mas mostraram
também seus instintos e medos como no tempo das cavernas e dos racistas, xenofóbicos ou
imperadores de um mundo egoísta, de privilégios que não querem dividir e, de fantasias de um
passado retrógrado de imperialismo - de nobres e plebeus - que vive num cantinho da Terra
hiper-privilegiado em termos de desenvolvimento tecnológico, sociocultural e econômico, mas
que não quer enxergar o resto do mundo, depois de ter-lhe sugado o quanto pode.
Seu maior medo “desse tipo de gente”, como Donald Trump referiu-se quando apoiou a
decisão majoritária da população inglesa – quando ele em visita à Escócia e aos seus
empreendimentos que lá tem – é o medo de uma possível invasão dos imigrantes europeus –
seus aliados e parceiros de todas as horas; é o medo da invasão de imigrantes não europeus –
os refugiados – que por causa das bombas lhe são lançadas nos seus tetos e cidades, mais de
60 milhões hoje ainda perambulam em trilhas iguais a formigas pela Europa em busca de
solidariedade e abrigo.
De um lado, traíram a Europa e de outro se mostram mesquinhos e se protegem para viverem
no sonho e numa aura de reinado – como existe lá, de reis e rainhas, príncipes, princesas e
súditos – e alijado dos problemas do mundo e que demonstra suas bases xenofóbicas, racistas,
egoístas e de aversão aos imigrantes e principalmente o medo da chegada dos refugiados das
guerras e dos conflitos, que paradoxalmente, eles mesmos são os principais responsáveis e
apoiadores com suas parafernalhas de destruição e guerras.
A postura de separação não remete à glória, mas lembra o período nazista, que se considera
uma raça superior a todas as outras.
Esse golpe contra a Europa, conforme definiu Ângela Merkel, é uma declaração anti-europeus e
anti-mundo; uma postura igual a nazista aos olhos da semiótica e traidora de toda a espécie
humana, que também busca caminhos contando com eles - os privilegiados do mundo que se
fizeram em cima da colonização dos povos e não compreende essa postura mesquinha de
isolamento; vez que sabe que a Inglaterra sozinha (uma das 4 unidades geopolíticas do Reino
Unido) tem em si um poder econômico, militar e bélico para sustentar-se numa ilha de
privilégios.
Mas o mundo mostrará a sua aversão ao egoísmo manifestado no voto da maioria do seu povo
e eles lembrar-se-ão de quão felizes eram. As bolsas de valores já no mesmo dia 24 de junho
mostraram o humor do mundo e despencaram em todo o planeta. O seu primeiro ministro
renunciou e as empresas estabelecidas na Inglaterra - que vendem para a Europa, como o
2. Japão que lá mantém mais de mil delas – já pensam em sair, pois seu principal mercado é a
Europa.
Em vez de olhar aquela ilha onde o sistema imperial ainda vigora e quer ver de perto, o turista
que viaja por motivação, agora terá um sentimento de aversão aqueles que lhes viram as costas
depois de terem montado nelas desde o tempo das colônias. Em vez de andarem para a frente,
andarão e farão andar para trás toda a Europa e consequentemente o mundo já em crises, para
rever tratados, acordos, renegociações, etc...
Mas o pior de tudo é o mau exemplo que deixa e depõe sobre toda a humanidade; exemplo
que deveria ir no sentido oposto ao da decisão do povo do Reino Unido e ser de solidariedade,
de abertura e solidariedade para com os problemas do mundo; de colaboração, de ajuda, de
empenho para reversão do rumo catastrófico o qual segue o planeta e a vida que nele está
hospedada e no sentido da harmonia, da paz, da justiça social e da sustentabilidade ambiental
Enquanto esquecem-se que estão no mesmo barco, ao tentarem-se isolar e protegerem-se,
sentirão o peso da aversão que enfrentarão de toda a humanidade e do mundo, aprendendo
pela dor o que deveriam já ter apreendido pela consciência.
- E uma pergunta que não quer calar é como teria votado a realeza do Reino Unido ?
Mas assim mesmo e embora tudo, os países mais atrasados no processo histórico de
desenvolvimento seguirão prestativos ao reinado – tendo eles votado a favor ou contra, como
o Brasil, e vendendo os seus recursos naturais embutidos em frutas, carnes, grãos, minérios e
tendo sua biodiversidade patenteada lá e, seguirão felizes e na esperança de “ampliar
negócios” com a nobreza traidora do mundo, conforme declarou a diplomacia brasileira no
mesmo dia da divulgação dos votos.
Assim e nessa insana dimensão humana que o REINO DESUNIDO mostra ao mundo, caminha a
humanidade para um único e certo rumo - da desagregação, mas poderia ser diferente.