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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Introdução ao Smart Beta
Prof. Luiz Felipe Pontes
Estagiário Docente: Lucas Nogueira
Objetivo da aula: Apresentar o conceito de Smart Beta, a lógica da
construção dos índices e as principais metodologias; Cenário atual dos EFTs
de Smart Beta. Exemplo de fundo nacional que utiliza fatores
Conteúdo: Definição dos ETFs; Introdução aos Fatores e Características; Smart
Betas.
Felipe Pontes
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2
it
k
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ktk
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j
jitjit XCustosIncAD     1
,,2,,10
𝑃𝑡 =
𝜏=1
∞
𝑅𝑓−𝑡
𝐸𝜏 𝑑 𝑡+𝜏
youtube.com/contabilidademq
@felfelipepontes
@contabilidademq
Slideshare.net/felipepontes16
/pontesfelipe Se inscreva em nosso canal e
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perder nada!
Felipe Pontes
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Introdução
3
O que é Smart Beta?
• Smart beta é um termo genérico para os índices construídos usando uma
variedade de procedimentos.
• Estes índices captam exposições aos drivers de risco e retornos reconhecidos
academicamente (Fatores).
Para entender a lógica do Smart Beta, é preciso entender:
1. O que são betas e alfas
2. O que são os índices e a sua construção;
3. O investimento ativo x passivo;
4. Os fatores.
The anatomy of smart beta by FTSE Russell (2017)
http://www.ftserussell.com/files/research/anatomy-smart-beta
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Introdução
4
Alphas, Betas e índices/fatores
Em finanças, quando falamos em “Beta”, geralmente estamos nos
referindo ao Beta do CAPM (Sharpe, 1964):
Ri – Rf = αi + βi (Rm – Rf) + ei
Beta do CAPM
Medida de
exposição ao Risco
Sistemático
Nas aulas de APT, vimos que seria possível
incluir outros fatores explicativos dos retornos.
Logo, teríamos n Betas para n fatores...
Guardem essa informação!
+ βn (Fator n) + βn+1 (Fator n+1) + ... + ei
Alpha de Jensen
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Motivação para o Investimento passivo
5
Alphas e investimento passivos
• Nas últimas aulas, vimos que pouquíssimos fundos de investimento conseguiram
bater o mercado (apresentar alpha positivo);
• A dificuldade em obter alfas positivos, ajudou no aparecimento de fundos passivos
que apenas replicam um índices amplos de mercado;
• O investimento passivo, seguindo um índice amplo de mercado, é condizente com a
Hipótese dos Mercados Eficientes.
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Motivação para o Investimento passivo
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Investimento passivos e índices
• Teoricamente, uma forma de investimento passivo é seguir a carteira de mercado.
• Nos mercados acionários, temos índices que deveriam servir como proxies para a
carteira de mercado de cada país:
País Bolsa Índice Ponderação
EUA NYSE; NASDAQ Dow Jones Industrial Por preço
Japão Tokyo Stock Exchange Nikkei 225 Por preço
Argentina Buenos Aires Stock Exchange MERVAL Index Por preço
EUA NYSE; NASDAQ S&P 500 Index Por valor de mercado
UK London Stock Exchange FTSE 100 Index Por valor de mercado
França Euronext Paris CAC 40 Por valor de mercado
Espanha Bolsa de Madrid IBEX 35 Por valor de mercado
China Shanghai Stock Exchange SSE Composite Index Por valor de mercado
Brasil B3 Ibovespa ou IBrX-100 Por valor de mercado
Alemanha Frankfurt Stock Exchange DAX Por valor de mercado
Exemplos dos principais índices de mercado
?
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Motivação para o Investimento passivo
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Adotando investimentos passivos e índices
Para seguir o mercado, podemos:
1. Montar uma carteira com uma grande quantidade de ações similares à carteira de
mercado, ponderando a participação até obter um beta = 1 (Praticamente inviável)
2. Comprar um ETF que siga a proxy para a carteira de mercado (Melhor opção)
ETF (Exchange Traded Funds)
• É um fundo de índice comercializado como se fosse uma ação.
• No caso de um EFT que replica a proxy da carteira de mercado do Brasil, temos o
exemplo do BOVA11 (Replica o Ibovespa) e o PIBB11 (Replica o IBrx-50).
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Investimento passivo e ETFs (Exemplos)
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26/12/2017
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27/07/2017
24/07/2017
19/07/2017
14/07/2017
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06/07/2017
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28/06/2017
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Ibovespa vs. BOVA11 (Retornos Diários)
IBOV BOVA11
Correlação (IBOV e BOVA11)
Pearson Spearman
0.9631*** 0.9849***
Sig: *** p-valor < 1%
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Investimento passivo e ETFs (Exemplos)
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30/04/2018
25/04/2018
20/04/2018
17/04/2018
12/04/2018
09/04/2018
04/04/2018
29/03/2018
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16/03/2018
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08/03/2018
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31/10/2017
26/10/2017
23/10/2017
18/10/2017
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26/09/2017
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18/09/2017
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08/09/2017
04/09/2017
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25/08/2017
22/08/2017
17/08/2017
14/08/2017
09/08/2017
04/08/2017
01/08/2017
27/07/2017
24/07/2017
19/07/2017
14/07/2017
11/07/2017
06/07/2017
03/07/2017
28/06/2017
23/06/2017
20/06/2017
14/06/2017
09/06/2017
06/06/2017
01/06/2017
Ibrx-50 vs. PIBB11 (Retornos Diários)
IBRX-50 PIBB11
Correlação (IBrX-50 e PIBB11)
Pearson Spearman
0.9947*** 0.9919***
Sig: *** p-valor < 1%
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Metodologia para a construção dos Índices Gerais
1. Price-Weighted Index
• Nesse método, os índices obtêm seu valor adicionando os preços de cada
ação individual e dividindo-os pelo número total de ações no índice;
• Ações com preços maiores recebem uma ponderação maior.
Problemas/Vieses:
1. A ponderação não apresenta lógica aparente;
2. Empresas com preços maiores podem concentrar o índice;
Exemplo: Em 30/05, a Magazine Luiza (MGLU3) contada a R$ 108,42, receberia maior
peso que o Itaú Unibanco (ITUB4) cotado a R$ 42,98. Mesmo o Itaú sendo bem maior
em capitalização, receita e lucros.
Exemplo 2: Dow Jones nos EUA, Merval na Argentina e Nikkei no Japão
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Metodologia para a construção dos Índices Gerais
2. Capitalization-Weighted Index
• Atualmente, é a forma dominante de ponderar os índices
• Empresas maiores (maior capitalização/valor de mercado) recebem pesos
maiores.
Problemas/Vieses:
1. Em mercados com poucas empresas as Blue Chips dominam o índice;
2. Pode ocorrer concentração setorial;
3. A concentração reduz a diversificação ideal.
• Exemplo: Em 30/05/2018 a Vale representava 13% do Ibovespa.
• Exemplo2: O setor financeiro é considerável do Ibovespa (aprox. 28-29%)
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Concentração do Índice Bovespa
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VALE3
13%
ITUB4
10%
BBDC4
8%
ABEV3
7%
PETR4
6%
PETR3
4%
ITSA4
3%
B3SA3
3%
BBAS3
3%
Participação (%)
em 30/05/18
7 das 67 Ações,
concentram
aproximadamente,
50% do Ibovespa.
Fonte: Dados coletados em
31/05 da Comdinheiro.com
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Concentração setorial em outros índices
Concentração do setor de Tecnologia no Índice Russell 1000
• Este índice agrega por valor de mercados as 1000 maiores empresas dos EUA.
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Participação do setor de Tecnologia no Russell 1000
Bolha da Internet nos EUA,
entre 1999 e 2000
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Smart Beta
Até agora vimos que:
• Alfas são difíceis de obter continuamente;
• Das aulas de APT, vimos que outros fatores podem explicar os retornos;
• Os ETFs que replicam índices amplos de mercado são uma saída viável para o
investimento passivo;
• Porém, os índices podem apresentar vieses de construção e diversificação.
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Smart Beta
Os Smart Betas atuam na intersecção do investimento ativo e passivo.
Um ETF Smart Beta, segue um índice personalizado.
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SMART BETA
• Rentabilidade acima do
Benchmark do mercado.
• Estratégia baseada em
fatores macroeconômicos e
de risco/comportamentais
• Baixo risco;
• Menores custos;
• Maior Diversificação;
• Liquidez;
• Transparência.
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Categorização dos Smart Beta
• Como o termo Smart Beta ainda é novo, não existem consenso quanto a
classificação dos ETFs Smart Beta.
• Nesta aula, vamos usar a classificação do FTSE Russell* (link)
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Diversificação
Redução do Risco
Melhorar a relação
Risco vs. Retorno
Fatores comuns que
estão associados com os
retornos
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Categorização dos Smart Beta
Fatores
• Ao longo dos anos, pesquisadores e profissionais descobriram fatores
que ao serem adicionados nos modelos de precificação, como o CAPM,
ajudam na explicação dos retornos;
• Estes fatores, geralmente, não podem ser diversificados;
• A explicação para cada deles, divide-se em:
1. Explicação comportamental;
2. Explicação de Risco.
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Categorização dos Smart Beta
Principais Fatores: Valor
• É um dos prêmios mais antigos no mercado de capitais;
• Data da década de 1930, quando Graham e Dodd (1934), indicavam a
compra de ações cujo valor de mercado estava abaixo do valor
patrimonial;
• Algumas características das ações estão associadas com este fator:
– Patrimônio Líquido / Valor de Mercado;
– Lucro por ação / Preço da Ação;
– Fluxo de Caixa / Preço da Ação;
• Hoje, é um dos fatores do modelo de 3 fatores de Fama e French (1993).
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Categorização dos Smart Beta
Principais Fatores: Valor
Pontos Fortes:
• Ações de valor apresentam desempenho superior ao das ações de
crescimento;
Pontos Fracos / que merecem atenção :
• A seleção indiscriminada segundo as métricas apresentadas pode
selecionar empresas em distress financeiro e com probabilidade de
falência;
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Categorização dos Smart Beta
Principais Fatores: Tamanho
• Junto com o valor, é um dos primeiros prêmios documentados.
• Banz (1981), documentou que as ações de empresas pequenas (baixo
valor de mercado) paresentam maiores retornos que as empresas
maiores;
• Características associada: Valor de mercado = Preço x N. ações
• Junto com o valor, é um dos fatores do modelo de Fama-French (1993).
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Categorização dos Smart Beta
Principais Fatores: Tamanho
Pontos Fortes:
• Empresas menores apresentam desempenho superior que as empresas
grandes;
• OBS: Não aparece no Brasil. Geralmente, por aqui o sinal é invertido!
Pontos Fracos / que merecem atenção:
• Empresas menores geralmente são novas, com baixa quantidade de
informações sobre as mesmas (Possível assimetria de informação),
geridas por gestores com menor experiência.
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Categorização dos Smart Beta
Principais Fatores: Momentum
• É um dos fatores mais novos e a inclusão em modelos não é unanime;
• Visível na tendência das ações com retornos passados altos em
manterem o mesmo padrão em períodos futuros.
• Características associadas:
– Retornos acionário elevados nos 12 meses passados;
• Junto com o fator mercado, valor e tamanho, o momentum completa o
modelo de 4 fatores de Cahart (1997).
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Categorização dos Smart Beta
Principais Fatores: Momentum
Pontos Fortes:
• Ações com maiores retornos passados (12 meses) apresentam retornos
maiores subsequentes (3-6 meses), quando comparadas com ações com
retornos baixos em 12 meses.
Pontos Fracos / que merecem atenção:
• Estratégias de momentum apresentam crashs em períodos de crise (Fonte1,
Fonte1_SSRN link; Fonte2) ;
• Desempenho reduzido em períodos de alta incerteza e instabilidade política
econômica (Fonte3; Fonte4).
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Metodologia para construir os fatores
Metodologia padrão
• A metodologia padrão para construção dos fatores pode ser obtida em Fama e
French (1993).
• Essa metodologia é base para a construção de fatores na maioria dos trabalhos
sobre precificação de ativos.
OBS:
Lembrando que, para trabalhos futuros, fatores já calculados podem ser obtidos em:
• Para o Brasil (Metodologia ligeiramente diferente) –
http://www.nefin.com.br/risk_factors.html
• Global, Asiático e Europeu –
http://mba.tuck.dartmouth.edu/pages/faculty/ken.french/data_library.html
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Metodologia para construir os fatores
Exemplo para o fator Valor
1. Em julho de cada ano t, todas as ações da amostra são ordenadas de acordo com
seu Book-to-Market [ b/m = Valor do Patrimônio Líquido / Valor de Mercado ].
2. São formadas 3 carteiras, com cortes nos quantis 20 e 80 (Exemplo).
3. A diferença entre as High e as Low, formam o prêmio pelo Valor (HML)
25
Julho/ano t;
Todas as ações de
acordo com o B/M
Amostra completa Ranqueamento
Alto B/M
Baixo B/M
Alto B/M (HIGH)
Baixo B/M (LOW)
Neutras
Prêmio pelo Valor (HML)
= (HIGH) – (LOW)
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Metodologia básica para construir os índices
Construção de índices únicos (Ex. com fator valor)
A técnica mais simples de construção de índices de fatores envolve um processo de
pontuação, classificação e exclusão.
Passo 1 (Seleção)
• Calcular a sensibilidade dos retornos de cada ação ao fator desejado;
Ri – Rf = αi + β1 (HML) + Σn (Demais Controles) + ei
• Retirar os outliers e normalizar os resultados para terem média 0 e desvio padrão 1;
• Realizar um ranking dos scores obtidos.
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Metodologia básica para construir os índices
Construção de índices únicos (Ex. com fator valor)
Passo 2 (Ponderação)
• Adotar um limite para corte de ações com baixa sensibilidade ao fator escolhido;
• Combinação dos scores obtidos com a regra de ponderação escolhida:
Pesoi x Score do Fatori = Composição não ajustada i
A regra de ponderação é adotada de acordo com o objetivo:
• Redução do risco: Ponderação por menor volatilidade; Igualmente ponderada.
• Maiores retornos: Maior momentum;
• Fundamentos: Melhor ROE, Margens, Crescimento de Receitas, etc.
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Metodologia básica para construir os índices
Construção de índices únicos (Ex. com fator valor)
Passo 3 (Ajustes)
Aplicação de limitantes para a ponderação:
• Máxima e Mínima porcentagem de alocação;
• Limitações de indústria e país (Para índices globais).
Exemplos:
Índices:
• Russell 1000 Value Factor
ETFs:
• iShares MSCI International Developed Value Factor ETF
• iShares MSCI USA Value Factor ETF
• SPDR S&P 1500 Value Tilt ETF
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Metodologia básica para construir os índices
Construção de índices únicos (Ex. com fator valor)
Resumo
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Caso do fundo AvantGuard (3T, 2017)
O AvantGuard é um fundo brasileiro que possui como estratégia o
investimento em fatores;
• Segundo seus relatórios, o processo de investimento do fundo segue os
passos:
1. Escolha dos fatores utilizados para formar os portfólios
– Momentum
– Valor
– Qualidade
– Volatilidade
30
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Caso do fundo AvantGuard (3T, 2017)
31
Fatores reportados no relatório do fundo
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Caso do fundo AvantGuard (3T, 2017)
2. Após calculada a exposição aos fatores abordados, são formados os
portfólios para atingir a melhor relação entre risco e retorno possível.
Para isso, usa-se a estratégia Risk Parity:
• Baseada na contribuição de cada ativo no risco total da carteira;
• Quanto maior for o risco de determinada ação, menor peso ela terá na
composição do fundo.
32
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Caso do fundo AvantGuard
Exemplo da ponderação
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Caso do fundo AvantGuard
Será que estas ações são realmente mais arriscadas?
Confirmação:
No período de 27/12/2016 até 27/12/2017, tínhamos:
34
BVMF3 FLRY3 LREN3 RENT3 WEGE3
Retorno no período 43,76% 69,13% 75,17% 110,80% 68,19%
Risco/Volatilidade dia 1,59% 1,87% 1,83% 1,84% 1,65%
Risco/Volatilidade ano 25,31% 29,69% 29,13% 29,27% 26,23%
Ranking Menor Risco 1 5 3 4 2
R: Os gestores realmente alocaram o capital nas ações com menor risco no período de 2017
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Caso do fundo AvantGuard (3T, 2017)
Demais detalhes:
• São utilizados mecanismos de proteção para reduzir ou até mesmo zerar
a exposição ao risco de mercado;
• Em geral, as oscilações são absorvidas pela manutenção de uma reserva
de caixa e do uso de opções que capturam as perdas extremas.
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Conclusão
Sobre os fundos Smart Beta
• Busca alinhar o investimento passivo com o investimento ativo;
• Menores taxas de administração e demais custos de manutenção;
• Apresenta regras mais claras e menor exposição à discricionariedade dos gestores
dos fundos ativos;
• Tem a sua metodologia baseada em pesquisas recentes e de alto impacto;
Porém:
• Existem debates sobre a metodologia adequada para a formação de índices;
• Talvez, o investidor individual apresente grande dificuldade na escolha de um ETF
adequado aos seus objetivos.
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Conteúdos adicionais e Referências
• Smart Beta e ALM
– Artigo “LDI-Sensitive Equity Factor Portfolio: The ALM Perspective to Smart Beta Investing” (Simonian et al. 2018)
– https://www.iijournalseprint.com/JPM/JacobsLevy/JPMQuant18/index.html#
• Edição especial do Journal of Portfolio Menagement sobre fatores:
– http://jpm.iijournals.com/content/44/4t
– https://www.iijournalseprint.com/JPM/JacobsLevy/JPMQuant18/index.html#
• Fundos Smart Beta e de Fatores da BlackRock
– https://www.ishares.com/us/strategies/smart-beta-investing
– https://www.ishares.com/us/education/smart-beta/guide-to-smart-beta
• Site da FTSE Russel
– http://www.ftserussell.com/
– Survey de 5 anos sobre a evolução do Smart Beta:
– http://www2.londonstockexchangegroup.com/Smart-Beta-Results-2018-Web
• AvantGuard
– https://avantgardecapital.com.br/
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Conteúdos adicionais e Referências
• Referencias acadêmicas:
– Modelo de 3 Fatores
– Fama, E., & French, K. (1993). Common risk factors in the returns on stocks and bonds, Journal of Financial
Economics 33(1) 3-56. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0304405X93900235
– Modelo de 3 Fatores Alternativo
– Chen, L., & Zhang, L. (2010). A Better Three-Factor Model That Explains More Anomalies. THE JOURNAL OF
FINANCE, 65(2), 563-595
http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.407.6641&rep=rep1&type=pdf
– Modelo de 4 Fatores
– Carhart, M. (1997). On Persistence in Mutual Fund Performance. The Journal of Finance, 52(1), 57-82.
https://www.jstor.org/stable/2329556
– Modelo de 5 Fatores
– Fama, E., & French, K. (2015) A five-factor asset pricing model. Journal of Financial Economics, 116(1), 1-22
– https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0304405X14002323
– Fama, E., & French, K. (2016) Dissecting Anomalies with a Five-Factor Model, The Review of Financial Studies
29(1) 69–103, https://doi.org/10.1093/rfs/hhv043
38
Felipe Pontes
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Smart Beta ETFs

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Introdução ao Smart Beta Prof. Luiz Felipe Pontes Estagiário Docente: Lucas Nogueira Objetivo da aula: Apresentar o conceito de Smart Beta, a lógica da construção dos índices e as principais metodologias; Cenário atual dos EFTs de Smart Beta. Exemplo de fundo nacional que utiliza fatores Conteúdo: Definição dos ETFs; Introdução aos Fatores e Características; Smart Betas.
  • 2. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com 2 it k k ktk k kitk j jitjit XCustosIncAD     1 ,,2,,10 𝑃𝑡 = 𝜏=1 ∞ 𝑅𝑓−𝑡 𝐸𝜏 𝑑 𝑡+𝜏 youtube.com/contabilidademq @felfelipepontes @contabilidademq Slideshare.net/felipepontes16 /pontesfelipe Se inscreva em nosso canal e ative as notificações para não perder nada!
  • 3. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Introdução 3 O que é Smart Beta? • Smart beta é um termo genérico para os índices construídos usando uma variedade de procedimentos. • Estes índices captam exposições aos drivers de risco e retornos reconhecidos academicamente (Fatores). Para entender a lógica do Smart Beta, é preciso entender: 1. O que são betas e alfas 2. O que são os índices e a sua construção; 3. O investimento ativo x passivo; 4. Os fatores. The anatomy of smart beta by FTSE Russell (2017) http://www.ftserussell.com/files/research/anatomy-smart-beta
  • 4. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Introdução 4 Alphas, Betas e índices/fatores Em finanças, quando falamos em “Beta”, geralmente estamos nos referindo ao Beta do CAPM (Sharpe, 1964): Ri – Rf = αi + βi (Rm – Rf) + ei Beta do CAPM Medida de exposição ao Risco Sistemático Nas aulas de APT, vimos que seria possível incluir outros fatores explicativos dos retornos. Logo, teríamos n Betas para n fatores... Guardem essa informação! + βn (Fator n) + βn+1 (Fator n+1) + ... + ei Alpha de Jensen
  • 5. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Motivação para o Investimento passivo 5 Alphas e investimento passivos • Nas últimas aulas, vimos que pouquíssimos fundos de investimento conseguiram bater o mercado (apresentar alpha positivo); • A dificuldade em obter alfas positivos, ajudou no aparecimento de fundos passivos que apenas replicam um índices amplos de mercado; • O investimento passivo, seguindo um índice amplo de mercado, é condizente com a Hipótese dos Mercados Eficientes.
  • 6. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Motivação para o Investimento passivo 6 Investimento passivos e índices • Teoricamente, uma forma de investimento passivo é seguir a carteira de mercado. • Nos mercados acionários, temos índices que deveriam servir como proxies para a carteira de mercado de cada país: País Bolsa Índice Ponderação EUA NYSE; NASDAQ Dow Jones Industrial Por preço Japão Tokyo Stock Exchange Nikkei 225 Por preço Argentina Buenos Aires Stock Exchange MERVAL Index Por preço EUA NYSE; NASDAQ S&P 500 Index Por valor de mercado UK London Stock Exchange FTSE 100 Index Por valor de mercado França Euronext Paris CAC 40 Por valor de mercado Espanha Bolsa de Madrid IBEX 35 Por valor de mercado China Shanghai Stock Exchange SSE Composite Index Por valor de mercado Brasil B3 Ibovespa ou IBrX-100 Por valor de mercado Alemanha Frankfurt Stock Exchange DAX Por valor de mercado Exemplos dos principais índices de mercado ?
  • 7. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Motivação para o Investimento passivo 7 Adotando investimentos passivos e índices Para seguir o mercado, podemos: 1. Montar uma carteira com uma grande quantidade de ações similares à carteira de mercado, ponderando a participação até obter um beta = 1 (Praticamente inviável) 2. Comprar um ETF que siga a proxy para a carteira de mercado (Melhor opção) ETF (Exchange Traded Funds) • É um fundo de índice comercializado como se fosse uma ação. • No caso de um EFT que replica a proxy da carteira de mercado do Brasil, temos o exemplo do BOVA11 (Replica o Ibovespa) e o PIBB11 (Replica o IBrx-50).
  • 8. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Investimento passivo e ETFs (Exemplos) 8 -0.06 -0.05 -0.04 -0.03 -0.02 -0.01 0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 30/05/2018 25/05/2018 22/05/2018 17/05/2018 14/05/2018 09/05/2018 04/05/2018 30/04/2018 25/04/2018 20/04/2018 17/04/2018 12/04/2018 09/04/2018 04/04/2018 29/03/2018 26/03/2018 21/03/2018 16/03/2018 13/03/2018 08/03/2018 05/03/2018 28/02/2018 23/02/2018 20/02/2018 15/02/2018 08/02/2018 05/02/2018 31/01/2018 26/01/2018 22/01/2018 16/01/2018 11/01/2018 08/01/2018 02/01/2018 26/12/2017 20/12/2017 15/12/2017 12/12/2017 07/12/2017 04/12/2017 29/11/2017 24/11/2017 21/11/2017 14/11/2017 09/11/2017 06/11/2017 31/10/2017 26/10/2017 23/10/2017 18/10/2017 13/10/2017 09/10/2017 04/10/2017 29/09/2017 26/09/2017 21/09/2017 18/09/2017 13/09/2017 08/09/2017 04/09/2017 30/08/2017 25/08/2017 22/08/2017 17/08/2017 14/08/2017 09/08/2017 04/08/2017 01/08/2017 27/07/2017 24/07/2017 19/07/2017 14/07/2017 11/07/2017 06/07/2017 03/07/2017 28/06/2017 23/06/2017 20/06/2017 14/06/2017 09/06/2017 06/06/2017 01/06/2017 Ibovespa vs. BOVA11 (Retornos Diários) IBOV BOVA11 Correlação (IBOV e BOVA11) Pearson Spearman 0.9631*** 0.9849*** Sig: *** p-valor < 1%
  • 9. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Investimento passivo e ETFs (Exemplos) 9 -0.05 -0.04 -0.03 -0.02 -0.01 0 0.01 0.02 0.03 0.04 30/05/2018 25/05/2018 22/05/2018 17/05/2018 14/05/2018 09/05/2018 04/05/2018 30/04/2018 25/04/2018 20/04/2018 17/04/2018 12/04/2018 09/04/2018 04/04/2018 29/03/2018 26/03/2018 21/03/2018 16/03/2018 13/03/2018 08/03/2018 05/03/2018 26/12/2017 20/12/2017 15/12/2017 12/12/2017 07/12/2017 04/12/2017 29/11/2017 24/11/2017 21/11/2017 14/11/2017 09/11/2017 06/11/2017 31/10/2017 26/10/2017 23/10/2017 18/10/2017 13/10/2017 09/10/2017 04/10/2017 29/09/2017 26/09/2017 21/09/2017 18/09/2017 13/09/2017 08/09/2017 04/09/2017 30/08/2017 25/08/2017 22/08/2017 17/08/2017 14/08/2017 09/08/2017 04/08/2017 01/08/2017 27/07/2017 24/07/2017 19/07/2017 14/07/2017 11/07/2017 06/07/2017 03/07/2017 28/06/2017 23/06/2017 20/06/2017 14/06/2017 09/06/2017 06/06/2017 01/06/2017 Ibrx-50 vs. PIBB11 (Retornos Diários) IBRX-50 PIBB11 Correlação (IBrX-50 e PIBB11) Pearson Spearman 0.9947*** 0.9919*** Sig: *** p-valor < 1%
  • 10. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Metodologia para a construção dos Índices Gerais 1. Price-Weighted Index • Nesse método, os índices obtêm seu valor adicionando os preços de cada ação individual e dividindo-os pelo número total de ações no índice; • Ações com preços maiores recebem uma ponderação maior. Problemas/Vieses: 1. A ponderação não apresenta lógica aparente; 2. Empresas com preços maiores podem concentrar o índice; Exemplo: Em 30/05, a Magazine Luiza (MGLU3) contada a R$ 108,42, receberia maior peso que o Itaú Unibanco (ITUB4) cotado a R$ 42,98. Mesmo o Itaú sendo bem maior em capitalização, receita e lucros. Exemplo 2: Dow Jones nos EUA, Merval na Argentina e Nikkei no Japão 10
  • 11. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Metodologia para a construção dos Índices Gerais 2. Capitalization-Weighted Index • Atualmente, é a forma dominante de ponderar os índices • Empresas maiores (maior capitalização/valor de mercado) recebem pesos maiores. Problemas/Vieses: 1. Em mercados com poucas empresas as Blue Chips dominam o índice; 2. Pode ocorrer concentração setorial; 3. A concentração reduz a diversificação ideal. • Exemplo: Em 30/05/2018 a Vale representava 13% do Ibovespa. • Exemplo2: O setor financeiro é considerável do Ibovespa (aprox. 28-29%) 11
  • 12. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Concentração do Índice Bovespa 12 VALE3 13% ITUB4 10% BBDC4 8% ABEV3 7% PETR4 6% PETR3 4% ITSA4 3% B3SA3 3% BBAS3 3% Participação (%) em 30/05/18 7 das 67 Ações, concentram aproximadamente, 50% do Ibovespa. Fonte: Dados coletados em 31/05 da Comdinheiro.com
  • 13. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Concentração setorial em outros índices Concentração do setor de Tecnologia no Índice Russell 1000 • Este índice agrega por valor de mercados as 1000 maiores empresas dos EUA. 13 Participação do setor de Tecnologia no Russell 1000 Bolha da Internet nos EUA, entre 1999 e 2000
  • 14. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Smart Beta Até agora vimos que: • Alfas são difíceis de obter continuamente; • Das aulas de APT, vimos que outros fatores podem explicar os retornos; • Os ETFs que replicam índices amplos de mercado são uma saída viável para o investimento passivo; • Porém, os índices podem apresentar vieses de construção e diversificação. 14
  • 15. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Smart Beta Os Smart Betas atuam na intersecção do investimento ativo e passivo. Um ETF Smart Beta, segue um índice personalizado. 15 SMART BETA • Rentabilidade acima do Benchmark do mercado. • Estratégia baseada em fatores macroeconômicos e de risco/comportamentais • Baixo risco; • Menores custos; • Maior Diversificação; • Liquidez; • Transparência.
  • 16. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Categorização dos Smart Beta • Como o termo Smart Beta ainda é novo, não existem consenso quanto a classificação dos ETFs Smart Beta. • Nesta aula, vamos usar a classificação do FTSE Russell* (link) 16 Diversificação Redução do Risco Melhorar a relação Risco vs. Retorno Fatores comuns que estão associados com os retornos
  • 17. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Categorização dos Smart Beta Fatores • Ao longo dos anos, pesquisadores e profissionais descobriram fatores que ao serem adicionados nos modelos de precificação, como o CAPM, ajudam na explicação dos retornos; • Estes fatores, geralmente, não podem ser diversificados; • A explicação para cada deles, divide-se em: 1. Explicação comportamental; 2. Explicação de Risco. 17
  • 18. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Categorização dos Smart Beta Principais Fatores: Valor • É um dos prêmios mais antigos no mercado de capitais; • Data da década de 1930, quando Graham e Dodd (1934), indicavam a compra de ações cujo valor de mercado estava abaixo do valor patrimonial; • Algumas características das ações estão associadas com este fator: – Patrimônio Líquido / Valor de Mercado; – Lucro por ação / Preço da Ação; – Fluxo de Caixa / Preço da Ação; • Hoje, é um dos fatores do modelo de 3 fatores de Fama e French (1993). 18
  • 19. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Categorização dos Smart Beta Principais Fatores: Valor Pontos Fortes: • Ações de valor apresentam desempenho superior ao das ações de crescimento; Pontos Fracos / que merecem atenção : • A seleção indiscriminada segundo as métricas apresentadas pode selecionar empresas em distress financeiro e com probabilidade de falência; 19
  • 20. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Categorização dos Smart Beta Principais Fatores: Tamanho • Junto com o valor, é um dos primeiros prêmios documentados. • Banz (1981), documentou que as ações de empresas pequenas (baixo valor de mercado) paresentam maiores retornos que as empresas maiores; • Características associada: Valor de mercado = Preço x N. ações • Junto com o valor, é um dos fatores do modelo de Fama-French (1993). 20
  • 21. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Categorização dos Smart Beta Principais Fatores: Tamanho Pontos Fortes: • Empresas menores apresentam desempenho superior que as empresas grandes; • OBS: Não aparece no Brasil. Geralmente, por aqui o sinal é invertido! Pontos Fracos / que merecem atenção: • Empresas menores geralmente são novas, com baixa quantidade de informações sobre as mesmas (Possível assimetria de informação), geridas por gestores com menor experiência. 21
  • 22. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Categorização dos Smart Beta Principais Fatores: Momentum • É um dos fatores mais novos e a inclusão em modelos não é unanime; • Visível na tendência das ações com retornos passados altos em manterem o mesmo padrão em períodos futuros. • Características associadas: – Retornos acionário elevados nos 12 meses passados; • Junto com o fator mercado, valor e tamanho, o momentum completa o modelo de 4 fatores de Cahart (1997). 22
  • 23. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Categorização dos Smart Beta Principais Fatores: Momentum Pontos Fortes: • Ações com maiores retornos passados (12 meses) apresentam retornos maiores subsequentes (3-6 meses), quando comparadas com ações com retornos baixos em 12 meses. Pontos Fracos / que merecem atenção: • Estratégias de momentum apresentam crashs em períodos de crise (Fonte1, Fonte1_SSRN link; Fonte2) ; • Desempenho reduzido em períodos de alta incerteza e instabilidade política econômica (Fonte3; Fonte4). 23
  • 24. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Metodologia para construir os fatores Metodologia padrão • A metodologia padrão para construção dos fatores pode ser obtida em Fama e French (1993). • Essa metodologia é base para a construção de fatores na maioria dos trabalhos sobre precificação de ativos. OBS: Lembrando que, para trabalhos futuros, fatores já calculados podem ser obtidos em: • Para o Brasil (Metodologia ligeiramente diferente) – http://www.nefin.com.br/risk_factors.html • Global, Asiático e Europeu – http://mba.tuck.dartmouth.edu/pages/faculty/ken.french/data_library.html 24
  • 25. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Metodologia para construir os fatores Exemplo para o fator Valor 1. Em julho de cada ano t, todas as ações da amostra são ordenadas de acordo com seu Book-to-Market [ b/m = Valor do Patrimônio Líquido / Valor de Mercado ]. 2. São formadas 3 carteiras, com cortes nos quantis 20 e 80 (Exemplo). 3. A diferença entre as High e as Low, formam o prêmio pelo Valor (HML) 25 Julho/ano t; Todas as ações de acordo com o B/M Amostra completa Ranqueamento Alto B/M Baixo B/M Alto B/M (HIGH) Baixo B/M (LOW) Neutras Prêmio pelo Valor (HML) = (HIGH) – (LOW)
  • 26. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Metodologia básica para construir os índices Construção de índices únicos (Ex. com fator valor) A técnica mais simples de construção de índices de fatores envolve um processo de pontuação, classificação e exclusão. Passo 1 (Seleção) • Calcular a sensibilidade dos retornos de cada ação ao fator desejado; Ri – Rf = αi + β1 (HML) + Σn (Demais Controles) + ei • Retirar os outliers e normalizar os resultados para terem média 0 e desvio padrão 1; • Realizar um ranking dos scores obtidos. 26
  • 27. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Metodologia básica para construir os índices Construção de índices únicos (Ex. com fator valor) Passo 2 (Ponderação) • Adotar um limite para corte de ações com baixa sensibilidade ao fator escolhido; • Combinação dos scores obtidos com a regra de ponderação escolhida: Pesoi x Score do Fatori = Composição não ajustada i A regra de ponderação é adotada de acordo com o objetivo: • Redução do risco: Ponderação por menor volatilidade; Igualmente ponderada. • Maiores retornos: Maior momentum; • Fundamentos: Melhor ROE, Margens, Crescimento de Receitas, etc. 27
  • 28. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Metodologia básica para construir os índices Construção de índices únicos (Ex. com fator valor) Passo 3 (Ajustes) Aplicação de limitantes para a ponderação: • Máxima e Mínima porcentagem de alocação; • Limitações de indústria e país (Para índices globais). Exemplos: Índices: • Russell 1000 Value Factor ETFs: • iShares MSCI International Developed Value Factor ETF • iShares MSCI USA Value Factor ETF • SPDR S&P 1500 Value Tilt ETF 28
  • 29. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Metodologia básica para construir os índices Construção de índices únicos (Ex. com fator valor) Resumo 29
  • 30. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Caso do fundo AvantGuard (3T, 2017) O AvantGuard é um fundo brasileiro que possui como estratégia o investimento em fatores; • Segundo seus relatórios, o processo de investimento do fundo segue os passos: 1. Escolha dos fatores utilizados para formar os portfólios – Momentum – Valor – Qualidade – Volatilidade 30
  • 31. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Caso do fundo AvantGuard (3T, 2017) 31 Fatores reportados no relatório do fundo
  • 32. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Caso do fundo AvantGuard (3T, 2017) 2. Após calculada a exposição aos fatores abordados, são formados os portfólios para atingir a melhor relação entre risco e retorno possível. Para isso, usa-se a estratégia Risk Parity: • Baseada na contribuição de cada ativo no risco total da carteira; • Quanto maior for o risco de determinada ação, menor peso ela terá na composição do fundo. 32
  • 33. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Caso do fundo AvantGuard Exemplo da ponderação 33
  • 34. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Caso do fundo AvantGuard Será que estas ações são realmente mais arriscadas? Confirmação: No período de 27/12/2016 até 27/12/2017, tínhamos: 34 BVMF3 FLRY3 LREN3 RENT3 WEGE3 Retorno no período 43,76% 69,13% 75,17% 110,80% 68,19% Risco/Volatilidade dia 1,59% 1,87% 1,83% 1,84% 1,65% Risco/Volatilidade ano 25,31% 29,69% 29,13% 29,27% 26,23% Ranking Menor Risco 1 5 3 4 2 R: Os gestores realmente alocaram o capital nas ações com menor risco no período de 2017
  • 35. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Caso do fundo AvantGuard (3T, 2017) Demais detalhes: • São utilizados mecanismos de proteção para reduzir ou até mesmo zerar a exposição ao risco de mercado; • Em geral, as oscilações são absorvidas pela manutenção de uma reserva de caixa e do uso de opções que capturam as perdas extremas. 35
  • 36. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Conclusão Sobre os fundos Smart Beta • Busca alinhar o investimento passivo com o investimento ativo; • Menores taxas de administração e demais custos de manutenção; • Apresenta regras mais claras e menor exposição à discricionariedade dos gestores dos fundos ativos; • Tem a sua metodologia baseada em pesquisas recentes e de alto impacto; Porém: • Existem debates sobre a metodologia adequada para a formação de índices; • Talvez, o investidor individual apresente grande dificuldade na escolha de um ETF adequado aos seus objetivos. 36
  • 37. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Conteúdos adicionais e Referências • Smart Beta e ALM – Artigo “LDI-Sensitive Equity Factor Portfolio: The ALM Perspective to Smart Beta Investing” (Simonian et al. 2018) – https://www.iijournalseprint.com/JPM/JacobsLevy/JPMQuant18/index.html# • Edição especial do Journal of Portfolio Menagement sobre fatores: – http://jpm.iijournals.com/content/44/4t – https://www.iijournalseprint.com/JPM/JacobsLevy/JPMQuant18/index.html# • Fundos Smart Beta e de Fatores da BlackRock – https://www.ishares.com/us/strategies/smart-beta-investing – https://www.ishares.com/us/education/smart-beta/guide-to-smart-beta • Site da FTSE Russel – http://www.ftserussell.com/ – Survey de 5 anos sobre a evolução do Smart Beta: – http://www2.londonstockexchangegroup.com/Smart-Beta-Results-2018-Web • AvantGuard – https://avantgardecapital.com.br/ 37
  • 38. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Conteúdos adicionais e Referências • Referencias acadêmicas: – Modelo de 3 Fatores – Fama, E., & French, K. (1993). Common risk factors in the returns on stocks and bonds, Journal of Financial Economics 33(1) 3-56. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0304405X93900235 – Modelo de 3 Fatores Alternativo – Chen, L., & Zhang, L. (2010). A Better Three-Factor Model That Explains More Anomalies. THE JOURNAL OF FINANCE, 65(2), 563-595 http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.407.6641&rep=rep1&type=pdf – Modelo de 4 Fatores – Carhart, M. (1997). On Persistence in Mutual Fund Performance. The Journal of Finance, 52(1), 57-82. https://www.jstor.org/stable/2329556 – Modelo de 5 Fatores – Fama, E., & French, K. (2015) A five-factor asset pricing model. Journal of Financial Economics, 116(1), 1-22 – https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0304405X14002323 – Fama, E., & French, K. (2016) Dissecting Anomalies with a Five-Factor Model, The Review of Financial Studies 29(1) 69–103, https://doi.org/10.1093/rfs/hhv043 38
  • 39. Felipe Pontes www.contabilidademq.blogspot.com Para ter acesso a mais conteúdos, acesse: – Blogs www.ContabilidadeMQ.blogspot.com www.FinancasAplicadasBrasil.blogspot.com – Facebook: www.facebook.com/ContabilidadeMQ – Twitter: www.twitter.com/ContabilidadeMQ – YouTube: www.youtube.com/FelipePontes16 39