2. Consciência individual versus Razão do estado
Os ideais que inspiraram Antígona são os fundamentos do
pensamento político ateniense, mostrando que um estado é
livre quando formado por cidadãos livres.
Creonte, o governador de Tebas, afirmou que Polinice, tendo-
se levantado contra Tebas, merece o máximo dos castigos.
Polinice está morto e Creonte recusa-lhe sepultura.
Para os gregos era sumamente importante sepultar os
mortos pois, de acordo com a suas crenças, só assim a alma
poderia ingressar na morada subterrânea, na segunda vida.
O morto sem sepultura tornava-se “alma errante”, nunca
alcançando o repouso.
3. .
Creonte, ao recusar sepultura ao inimigo morto, invadiu o
domínio dos deuses, pois só a eles é cabível o julgamento
dos mortos.
Pela boca de Tirésias, Sófocles condena a impiedade de
Creonte.
Nesse instante, cresce a estatura de Antígona. Para ela,
enterrar o irmão é um dever indeclinável. Burlando a
vigilância dos soldados de Creonte, cobre o irmão de terra
com as suas próprias mãos. Quando é descoberta e levada
à presença de Creonte, assume o seu ato e dispõe-se a
assumir as consequências.
Creonte argumenta que Polinice não merece tanta dedicação
por ser um traidor, que um inimigo morto não se torna um
amigo.
4. Antígona responde: “Não nasci para o ódio, mas para o
amor”.
Ao que Creonte responde:
“Está bem, se necessitas tanto amar, desça para baixo
da terra para amar os mortos”. “Enquanto viver, não
permitirei que uma mulher me faça as leis”.
Na sequência da história, Antígona morre para satisfazer a lei
de Creonte e a sua própria lei.
Hemon, filho de Creonte e noivo de Antígona, busca a morte.
Eurídice, desesperada por perder o filho, também se mata.
5. Creonte fica só. Abatido e desorientado ouve as últimas frases
da tragédia, quando o corifeu diz:
“Os orgulhosos poderão ver como suas grandes palavras
são pagas pelos grandes golpes do destino”.
Antígona é uma figura complexa. Ao resistir contra o estado todo
poderoso e suas razões, torna-se símbolo de resistência. Sua
ação – sepultando ela própria o irmão – tem caráter individual.
Para o poeta, do inconformismo individual nasce a
transformação do estado como soma de vontades individuais.
Antígona – tem a têmpera histórica: quer enterrar Polinice.
Duas grandes personagens: Antígona e Creonte. Ambos
mantêm-se a maior parte do tempo em cena.
6. Antígona versus Creonte
Antígona defende um “nómos” ( ); Creonte não permite
honras fúnebres a Polinice.
“Nómos” – hábito, costume, coisas estabelecidas pelo uso. Lei.
Enterrar Polinice, para Antígona, é alguma coisa ligada ao
“génos” ( ).
Antígona e Ismênia devem enterrar Polinice porque só elas
restam – são do mesmo sangue. Ato que deve ser realizado à
custa da própria vida (ênfase dada à tradição familiar).
Creonte sente o castigo por meio da morte dos seus. Sente na
pele a ação dos deuses familiares.
No instante em que Antígona poderia ser salva, ela acaba de
se suicidar.
7. Tradição mítica. Problema muito forte entre a família e o
estado. A atitude de Antígona é ligada à família – “génos” –
linhagem.
A posição de Antígona é individual, o que deveria prevalecer é
“a lei da cidade”. Creonte exprime a decisão do governante.
Ismênia – talvez Ismenia fosse menos preocupada com as
tradições da linhagem e mais integrada à “polis” ( ). O fato
de Ismênia não ajudar Antígona, deve mudar um pouco as
suas pretensões.
Trágico de Antígona – entregar a própria vida por um
irmão que está morto.
Em Sófocles, a expressão verbal sobrepuja a ação.
Nietzsche. “A origem da tragédia”.
8. Dionisíaco – mundo dos instintos.
Apolínico – mundo da razão, da ordem, da luz.
A arte plástica grega é toda apolínica. A origem do teatro,
contudo, é dionisíaca.
A Grécia não é só a fachada olímpica, a Grécia é dionisíaca,
da irracionalidade, das artes, etc.
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