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A VIOLÊNCIA PRATICADA POR ADOLESCENTES NA ESCOLA 
Luiz Carlos Gonçalves Abreu1. 
Orientador (a): Prof. Mestre Paulo Máximo2. 
Resumo: O presente artigo tem o objetivo de estimular uma reflexão sobre a 
violência praticada por adolescentes dentro da escola. Descrevendo esse 
contexto, discutindo causas e as influências dessa prática no ambiente escolar 
e nos relacionamentos. Serão descritos os aspectos desses acontecimentos, 
as estratégias utilizadas por pedagogos, professores e orientadores 
educacionais, para enfrentar esses conflitos, para resgatar valores e promover 
a paz. Como referência bibliográfica serão utilizadas as leituras de Baraldi, 
Gomes, estatísticas da violência na escola através de tese de doutorado, 
artigos, documentos oficiais utilizados pelo MEC e Secretaria da Educação 
para orientar educadores quanto a este assunto. 
Palavra chave: Violência. Adolescente. Escola. Orientação Educacional. 
Pinhais, 
2014. 
1 
Graduado em Ciências Políticas e Licenciatura em Filosofia, pós-graduando em Administração e 
Orientação Educacional pela Faculdade de Pinhais – FAPI. E-mail: falecomabreu@2 yahoo.com.br 
Orientador: Prof. Paulo Máximo. E-mail: gênio@genioapoio.com.br
2 
INTRODUÇÃO 
A violência é um problema social presente em quase todos os lugares: nas 
cidades, dentro da casa, no trânsito e quando todos já cansaram de ouvir falar da 
violência doméstica, são os latrocínios que assustam os cidadãos, os 
contrabandos, os crimes sem motivos entre adolescentes, nas baladas e dentro 
das escolas já tem aparecido de forma rotineira. 
Não se sabe ao certo se a sociedade e os jovens estão perdendo a noção 
de justiça ou se a sociedade não tem dado condições iguais para todos, ou se 
simplesmente não há modelos ou exemplos sociais e familiares a serem 
seguidos, capazes de coibir atitudes, ações, movimentos ou mesmo incitações à 
violência. 
A escola é principal lugar onde pode ser possível a manifestação das 
diversas formas de promoção da paz. Ali é o local, nas palavras de Paulo Freire 
“de se fazer amigos”, é um lugar de formação ética e moral. Porém o que tem se 
visto são professores, alunos, direção e coordenação pedagógica cercados por 
ações de violência, muitas vezes provocadas pela falta de estrutura familiar, 
consumo de drogas, autoritarismo, desorganização e também a falta de valores. 
No dia a dia das escolas deveriam ser levantadas questões como o 
respeito ao próximo, a amizade, a harmonia, a integração das pessoas em busca 
de um objetivo comum, como o de promover o desenvolvimento do sujeito em 
condições iguais para todos. Mas atualmente se perde muito tempo tentando 
combater a violência: pequenas brigas por motivo nenhum, ou por grandes 
motivos; posses materiais de alguns alunos, não de outros; baixa autoestima uso 
de drogas, entre tantos outros tantos motivos que deverão ser citados ao longo 
desse trabalho. 
A escola é o primeiro ambiente social que a criança experimenta, antes 
disso, ou seja, na socialização primária se restringe a família, igrejas, 
vizinhos, enfim, um circuito bastante restrito. É na escola, aonde ele vai, 
realmente, experimentar um ambiente social – lá ele vai aprender a 
conviver com as diferenças e constituir um ser para si. Esse ser é para a 
sociedade. (TONCHI, p.6, 2012) 
É comum para o professor assistir cenas de desrespeito e acessos de 
raiva cometidos por adolescentes e contra eles mesmos, e também contra 
trabalhadores da educação. Deboches que se transformam em ações de 
indisciplina e que normalmente culminam em atitudes violentas, que até pouco
3 
tempo, estavam ligados ao período em que estudam esses jovens, no noturno. 
Mas atualmente, a violência não é mais exclusividade do período noturno, ela 
está presente em todos os períodos de aula. 
Não se sabe exatamente aonde a violência, ou a razão dela pode 
estar, mas estudiosos além de apontarem a desestrutura familiar, a situação 
socioeconômica e o baixa autoestima, dizem também que problemas 
psicológicos, depressão e até o abuso de poder promovido por professores, e o 
fato de não se ter uma religião podem ser causas da violência. 
O tema que se propõe é extremamente complexo e poderia trazer à 
discussão, por exemplo: a formação da família, a política, também a banalidade 
nos relacionamentos e a sociedade em geral, pois todos tem ligação com a 
violência, seus conceitos, suas causas, ou mesmo dentro do contexto, 
contribuindo nas discussões que buscam soluções para esses problemas 
enfrentados por todos que trabalham na área de educação. 
1. CONCEITO DE VIOLÊNCIA 
Violência é uma palavra que tem origem no latim “violentia”, significando: 
caráter violento, ou bravio ou força, dessa palavra vem o verbo “violare”, que quer 
dizer: tratar com violência, transgredir ou profanar. Esses termos podem se referir 
a vis, que quer dizer, vigor e potência e mais ainda, porque significa à força 
emação, ou seja, o recurso de um corpo para exercer a sua força, poder, valor, 
força vital (ABREU Apud GREGORIO, 2000 p.8). 
O poder patriarcal coordena o ambiente doméstico a partir do 
estabelecimento de uma fronteira que equivale aos limites da 
propriedade privada. Desde há alguns séculos, essa forma de poder tem 
servido como base para as relações familiares e como modelo político 
para a organização do Estado. (GREGÓRIO, 2001 p.3) 
Segundo ABREU Apud BARALDI, 2009 p.380 a violência é termo amplo e 
complexo, porque guarda vários sentidos, segundo a autora se for pedido para 
as pessoas que deem exemplos de violência, logo serão citadas guerras, 
prostituição infantil, desemprego, fome, corrupção, racismo, tráfico ilícito de 
drogas, mau atendimento na saúde, destruição do meio ambiente, abandono de 
crianças e adolescentes. 
Muitos dos exemplos de violência partem do sentido que cada um tem, do 
significado que projeta para cada um a palavra, mas também do contexto em que 
cada um vive. Podem surgir diversos exemplos de violência se seguir-se esse
4 
trajeto, alguns com mais intensidade outros diversos, de acordo com a realidade 
de cada um. 
O autor Baraldi entende por violência, “o constrangimento físico, ou moral, o 
uso da força contra alguém”. Já para Émile Durkheim (2001, p.91) o crime é um 
fato social, e que o mesmo só pode ser qualificado como crime em relação a uma 
cultura social específica. A autora afirma que a noção de violência urbana tem 
relação direta com a cultura onde ela se realiza. 
Conforme o dicionário Aurélio, a violência pode ser entendida como 
“constrangimento físico ou moral; uso da força, coação”. No âmbito jurídico, o 
dicionário Houaiss define o termo como “constrangimento físico ou moral exercido 
sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”. 
Acredita-se juntamente com esses autores então, que a violência tem o seu 
sentido ligado ao contexto, ou a realidade de cada um, sendo então que para o 
contexto escolar ela ganha características próprias. De acordo com a 
Organização Mundial de Saúde (OMS), violência é a imposição de um grau 
significativo de dor ou sofrimento, evitáveis. 
Mas a violência consiste em ações humanas de indivíduos, grupos, classes, 
de outros seres humanos que afetam a integridade física, moral ou intelectual, ou 
ato de brutalidades que pode ser um abuso físico, ou psíquico contra alguém que 
caracterizam relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e 
intimidação, ou pelo medo e terror. (MINAYO 1994, p.130.) 
A escola é um lugar privilegiado para refletir sobre as questões que 
envolvem crianças e jovens, pais e filhos, educadores e educandos, 
bem como as relações que se dão na sociedade. É também nesse 
universo onde a socialização, a promoção da cidadania, a formação de 
atitudes, opiniões e o desenvolvimento pessoal podem ser 
incrementados ou prejudicados. (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, 
OLIVIEIRA, p.6. 2006). 
A violência é um problema que se perpetua de indivíduo para indivíduo, ou 
por grupo ou por instituição. No caso da instituição, pode se perpetuar nas 
relações causando prejuízos, danos físicos, psicológicos, de patrimônio e de 
projeção futura para os jovens. 
No ambiente escolar o fenômeno tem sido estudado como um problema 
para todos das organizações educacionais. Os professores enfrentam esses 
casos e não raramente são vítimas, bem como alunos que se evadem do 
ambiente, engrossando as estatísticas também por esse motivo.
5 
Na última década a violência nas escolas tem preocupado o 
poder público e toda a sociedade, principalmente, pela forma 
como esta tem se configurado. O conflito e violência sempre 
existiram e sempre existirão, principalmente, na escola, que é um 
ambiente social em que os jovens estão experimentando, isto é, 
estão aprendendo a conviver com as diferenças, a viver em 
sociedade (TONCHI, 2012 p.1). 
A violência não trata apenas dos atos de desrespeito entre alunos e 
professores, mas também não constam apenas de assassinatos, tráfico de 
drogas, é preciso considerar também a falta de respeito entre alunos, pequenos 
furtos em sala de aula, ou atitudes de bullying, assim como assaltos, as brigas de 
torcida, os sequestros e tudo que amedronta o dia a dia nas instituições 
escolares. 
Assim a violência pode ser entendida de várias formas, mas evidentemente 
as relações sociais que definem o que é violência e a gravidade de cada ação 
violenta. O Brasil, por exemplo, tem o crescimento das taxas de mortes violentas 
de crianças e jovens em um ranking de 92 países do mundo, somente em El 
Salvador, e Guatemala tem os índices de homicídio maiores que este. (ABREU 
Apud BORDINI, 2012p.11) 
A violência tem se tornado maior entre os jovens e tem angustiado 
professores e preocupado pais, pois não são raras as situações de violência 
noticiada pelos jornais que acontecem nas escolas. Jovens depredam o 
patrimônio com pichações, quebram ventiladores, brigam entre si, agridem-se no 
intervalo física e verbalmente, tudo que é possível destruir, destroem, porém 
segundo Tonchi (2012) “Desde que o mundo é mundo, há violência entre os 
jovens”. 
Todas as pessoas consideradas diferentes, ou deficientes ou negros, ou 
qualquer outra pessoa, que não se enquadre, no que se diz normal, para o 
contexto, são vítimas em potencial na escola. Entre todos esses exemplos de 
violência, o que tem mudado é o grau de crueldade, não se ouvia falar, há um 
tempo atrás, que um colega tinha assassinado outro na sala de aula, ou tinha 
ateado fogo, ou mesmo gravado uma briga de outros colegas e tornando público 
na internet, ganhando dinheiro com isso. 
Hoje quando se fala em violência, o termo acaba se confundindo com ato de 
indisciplina, ou infração e não se sabe muito bem que atitude tomar, para saná-la, 
ou para separá-la dessa confusão. Quando um aluno é malcriado, ou joga uma 
bolinha de papel no professor, ou mesmo quando agride um colega, passa o pé 
em alguém no corredor, as ações se confundem. È um ato de violência, de
6 
crueldade, ou apenas indisciplina, ou se faz parte do comportamento do aluno 
essas atitudes deve-se respeitá-la? Quem impõe respeito de forma violenta é 
quem na sociedade? 
Quando se ultrapassa o limite entre a violência e o comportamento normal, 
deve-se então buscar a punição imediata? E quando não se sabe distinguir entre 
comportamento cruel e violento, comportamental e simplesmente indisciplina? 
Neste sentido, cabe à instituição escolar refletir e discutir temas que 
afligem a humanidade em seu cotidiano, dentre os quais se destacam a 
violência, suas formas de prevenção e as possíveis repercussões no 
desenvolvimento da criança e do adolescente. (MARRIELI, ASSIS, 
AVANCI, OLIVIEIRA. p.6. 2006). 
2. ADOLESCENTES E A VIOLÊNCIA NA ESCOLA 
O adolescente é considerado o pivô da violência na escola, podendo ser 
também vítima, e não é possível mais separar essa situação, pois isso acontece 
na maioria das vezes, estudos já revelam que quando praticam violência é 
porque já a vivenciaram na prática, ou que não é possível praticar a violência se 
já não a vivenciou, ou mesmo se já está em um ambiente propício a isso. 
A prática de violência contra crianças e adolescentes (maus tratos, 
abandono e negligência, abuso e exploração sexual comercial, trabalho 
infantil, dentre outras)... 40% das agressões são físicas e 20% são 
sexuais, mas esses percentuais ainda não refletem a realidade, pois 
muitas outras sofrem a violência e permanecem caladas ( WAISELFISZ, 
2012 p.1 e 2) 
Claro que não se pode justificar a violência partindo da negligência da 
família, da sociedade como causa principal dela, mas a partir do momento que o 
adolescente é também violento, ou faz parte das ações de violência, é possível 
acreditar que parte dessas ações podem ser motivadas por negligência familiar, 
social e política. 
A Constituição Federal assegura que proteger os jovens é dever da família, 
da sociedade e do Estado, assegurando à criança, ao adolescente e ao jovem, 
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao 
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, colocando-os a salvo de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (CF, art. 
277).
7 
A violência tem aumentado nas escolas e mesmo o Estatuto da Criança e 
Adolescentes, que é uma questão a se destacar, não é possível coibir a violência, 
pois ainda não é possível fiscalizar, mediar, ou mesmo punir, quem a pratica. 
Partindo de um exemplo: Um aluno que se sente aferido em seu direito, ou 
mesmo ameaçado na escola deve primeiramente procurar a Orientação 
educacional, mas depois? Quem deve procurar, quando as ações não terminam 
na escola? Se estendendo para a rua, para a sala de aula, onde não há 
mediação de conflitos. Ou mesmo procurando a delegacia onde se procura a 
punição. Assim as ações de violência na escola passam e tudo continua como 
antes, porém para os alunos que continuam convivendo na escola o problema 
aumenta e se agrava. 
Esse círculo de violência deve ter um olhar mais universal, 
principalmente, por aqueles que pensam sobre a educação. É 
necessário ver que a violência contra a instituição escolar, contra 
colegas e professores e, de certo modo, a violência dos adultos contra 
as crianças, também, contém elementos de caracterização bem 
comuns. A não aceitação das diferenças em toda a sua amplitude – se é 
diferente, é hostilizado, desprezado, humilhado. E quando a vítima 
reage é violentada. ( TONCHI, 2012 p.1) 
TONCHI em seu artigo “Violência na escola e suas consequências” diz que, 
é possível classificar inúmeras questões que levam a violência no ambiente 
escolar: situações psicológicas, diferenças sociais, culturais, experiências de 
frustrações, diferenças de personalidade e competição. 
É na escola que competem todas as diferenças e nela perpassa a Inclusão, 
que também pode ser considerada uma das causas da violência. Segundo o 
autor, ainda a não aceitação das diferenças, também, perpassa pela escola como 
instituição, com seus próprios professores, funcionários e com os próprios alunos. 
Essa uniformização, isto é, uniformizar o diferente, é feita com violência, em 
todos os casos. “Esse comportamento institucional, gera violência”. 
O aluno que é diferente, que pergunta demais é admoestado pelo 
professor e, aquele que pergunta na hora que a aula está acabando é 
vaiado pelos colegas. Essas são pequenas violências que alimentam as 
grandes violências. Não se reconhecer nesse processo é o nosso 
grande problema. Atualmente, vivemos um problema ético de não 
reconhecimento da nossa incompetência, o problema sempre são os 
outros, eu não. (TONCHI, p.6, 2012) 
A intolerância entre os sujeitos da escola é uma questão para se refletir, 
pois professores, alunos, profissionais da educação se encontram todos os dias e 
o tempo todo estão em contato com atitudes de agressão, falta de educação, ou
8 
apenas ações que requer diálogo e atualmente não se pode parar para dialogar, 
todos correm contra o tempo. 
Atitudes simples poderiam coibir a violência, cada um cedendo um pouco, 
ou o professor reconhecendo que cada indivíduo é diferente e necessita de 
determinada atenção, ou mesmo cada sujeito da educação se reconhecer no 
processo de transformação do ambiente, reconhecer o seu papel na fomentação 
da violência e na capacidade de ser agente de transformação. 
Por isso, a urgência que se tornou essencial hoje – e que muitos não 
percebem, é tratar a violência na escola como um trabalho de lucidez 
enquanto ao que estamos fazendo com nosso presente, mas, 
sobretudo, como o que nele se planta e define o rumo futuro. Para isso, 
é preciso renovar nossa capacidade de diálogo e propor um novo 
projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista. 
(TONCHI, p.7, 2012) 
3. ASPECTOS QUE FAVORECEM A VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR 
Desde que se fala em violência na escola entre os professores, pelo menos, 
começa uma enorme confusão entre atos de violência e todos os atos de 
indisciplina, infração e falta de interesse pelas aulas. Alguns dizem que a 
demonstração de insatisfação, ou mesmo o enfadonho entre alguns alunos, que 
se refletem nas atitudes irônicas, ou nas agressões verbais, são a própria 
violência. 
É possível dizer sim que algumas atitudes podem ser consideradas como 
violência e até assustar alguns professores, mas dentro do ambiente escolar há 
muitas situações que podem favorecer essas atitudes e até mesmo propagar a 
violência, apesar de a escola precisar ser um ambiente de propagação de valores 
de respeito, é na escola que se interage, se convive e se enfrenta uma série de 
conflitos, pois segundo os autores MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA nos 
Cadernos de pesquisa, esclarecem que é a escola o espaço em que os alunos se 
desenvolvem de maneira plena, se deparando com experiências de 
vulnerabilidade social. 
Mas todos dentro do espaço escolar tendem a ser socializados, lapidados 
pelas ações da escola, participando como agentes passivos ou ativos na 
construção de si próprios. 
É reconhecido e noticiado pela mídia que a escola, de modo 
concomitante e paradoxal, além de se instituir como instância de 
aprendizagem de conhecimento e de valores, bem como de exercício da
9 
ética e da razão, tem-se configurado como um espaço de proliferação 
de violências, incluindo, brigas, invasões, depredações e até mortes. 
(MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA. p.6. 2006). 
Não é de hoje que se procura explicações para a violência ou para outros 
crimes, ou mesmo do porquê não ter repreensão para todo ato de violência, pois 
há uma grande diversidade de práticas criminosas em toda a sociedade, não só 
dentro da escola e se houvesse uma forma efetiva de punição, quem sabem os 
atos de violência diminuíssem. 
Diferentes políticas públicas buscam combater roubos praticados por 
adolescentes, por crianças abandonadas pelas ruas, envolvidos com drogas, ou 
por alunos de comunidades carentes dentro do ambiente escolar, porém nem 
sempre se pode dizer que essas são características de todos que praticam 
violência. Que são sempre pobres, ou são alunos sem interesse em aprender, ou 
os que praticam estão sempre em situação de miséria, nem mesmo pode-se dizer 
que é devido a estes problemas que estão envolvidos com o crime. 
CAMACHO 2001, apud Paixão, 2008 p.16 suscita uma reflexão dizendo, 
que essas situações podem ocorrer “entre jovens de classe média e de 
segmentos privilegiados da sociedade, nos seus diferentes espaços de atuação 
na família, na escola ou na rua”. Esse autor também aponta duas formas básicas 
de violência na escola: a física que são as brigas, agressões físicas e as 
depredações e aquelas não físicas que se caracterizam pelas ofensas verbais, 
discriminações, segregações, humilhações e desvalorização com palavras e 
atitudes de desmerecimento. 
Porém essas atitudes não partem somente de alunos, mas o ambiente 
escolar é composto por pessoas que estão sujeitas a ser agentes de más atitudes 
o tempo todo, essas experiências ocorrem nos diversos níveis de relações, 
podendo ter como agentes alunos ou professores, ou mesmo funcionários como 
protagonistas. O stress está entre os fatores apontados como causa da violência, 
principalmente entre o corpo docente, gerando agressões verbais, segregação e 
humilhações. Assim, no espaço onde não é possível o diálogo está sujeito à 
violência. 
Na concepção da autora Ana Ferreira (2008) a violência, tem ainda outra 
direção em que o comportamento de agressão ou de transgressão de um 
conjunto de regras, valores, normas, princípios, ‘formas de pensar, sentir e agir’ 
sentir e agir’, traços culturais, entre, que são impingidos desde a socialização 
primária e encontram-se contextualizados em determinada situação social.
1 
A escola e suas vivências ainda propiciam a questão da violência gerada 
pelo racismo. É comum ver jovens negros serem vítimas da violência e do 
bullying, assim como professores e funcionários também. Alguns como vítimas, 
outros como agressores. São professores que não se conformam com questões 
intelectuais, apenas com aparência, ou alunos que não aceitam ser orientados 
por professores negros. 
Segundo WAISELFISZ (2014) em entrevista à Revista Carta Escola os 
jovens negros são as principais vítimas da violência, não apenas na escola, mas 
em toda a sociedade. Sendo assim, dificilmente poder-se-ia escapar da situação 
da violência, uma vez que se afastando do ambiente escolar, não se fugiria do 
cotidiano da sociedade. 
Se na virada do século XXI a taxa de mortes entre os jovens brancos 
caiu drasticamente, algo entre 20% e 30%, o índice de homicídios de 
jovens negro aumentou na mesma proporção. Em 2002, morriam, 
aproximadamente, 60% mais jovens negros que brancos, hoje morrem 
200% mais. Isso revela um crescimento do extermínio da população 
negra brasileira (REVISTA CARTA ESCOLA, p.16, 2014) 
Também a violência está ligada as relações de poder. O professor acaba 
tendo essa relação com seus alunos, esses acabam fazendo uso de seu porte 
físico ou de suas condições financeiras melhores, ou até mesmo de sua 
intelectualidade para oprimirem seus pares, ou aqueles que estão em 
desvantagem física ou intelectual. 
Os autores (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA, 2006) dizem que a 
violência manifesta uma afirmação de poder sobre o outro e a conquista desse 
poder é o que gera as diversas formas de violência e que essas ocorrências são 
consequências das práticas cotidianas de discriminação, preconceito, da crise de 
autoridade do mundo adulto ou da fraca capacidade demonstrada pelos 
profissionais de criar mecanismos justos e democráticos de gestão da vida 
escolar. 
Esses autores também sinalizam para a ausência de estudos que 
investigam as questões individuais que podem estar associadas à violência 
escolar. 
Quando um professor é agredido verbalmente, ou quando presencia um ato 
de violência em sala de aula, então o que fala mais alto são os instintos e muitas 
vezes esses instintos impedem as ações de diálogo, de interação e de busca por 
estratégias de reversão e não apenas de punição.
1 
As relações estabelecidas na escola, incluindo a vivência de violência, 
tem papel relevante, porém pouco conhecido na visão de si do aluno (...) 
De modo geral, as escolas lidam com esses conflitos valendo-se de um 
elenco de procedimentos formais e informais, modelados 
diferentemente, de acordo com as características de cada direção ou 
projeto político pedagógico. (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA. 
p.101 2006). 
Infelizmente dentro do ambiente escolar ainda não se tem o costume de 
diagnosticar o porquê da violência, pois sempre está se atendendo a situações 
emergenciais e a perspectiva de um trabalho de prevenção o que poderia 
favorecer a paz. Mas as medidas adotadas pela escola geralmente são de 
repressão o que não traz solução a longo prazo, mas “apaga os incêndios”. 
Seria impossível discutir planejamentos para o enfrentamento da violência 
neste trabalho, mas é preciso refletir na situação da violência, sobretudo no que 
diz respeito aos aspectos que podem ser causas dessa violência, como as 
condições socioeconômicas e culturais, as relações interpessoais, também de 
afetividade, ou a falta dela, autoestima e até de questões de valores. Assim os 
autores Marrieli, Assis, Avanci, Oliveira também destacam como estratégia nesse 
enfrentamento a: 
necessidade de reconhecer a escola como lugar privilegiado de 
transformação para uma sociedade menos violenta, pelo seu potencial 
que vai além da transmissão de conhecimentos. Investir na inserção de 
valores e conhecimentos paralelamente à das disciplinas exigidas para a 
formação acadêmica dos alunos é um caminho bastante frutífero 
(MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA. p. 100 2006). 
4. CONCLUSÃO 
A questão da violência ainda é assunto pouco discutido dentro das escolas, 
principalmente quando se retrata atitudes do professor, colocando-o em foco, ou 
como centro das discussões, ainda há muito favoritismo nessa questão, o 
professor é visto de certa forma, sempre como o correto, mesmo quando se sabe 
que é plausível de erros. 
Tanto professor quanto aluno são alvos a serem destacados nessa relação 
de causa de violência, observando e dando destaque ao stress natural da 
profissão e também a condição de baixa autoestima do aluno, também ao fato de 
o professor ser visto como o forte e o aluno como fraco, em certas situações, 
precisa ser destacada.
1 
Quando em sala de aula, durante a prática pedagógica, essa situação é 
real, pois a escola ainda mantém esse aspecto tradicionalista. Não se tem por 
hábito investir no diálogo e sim perpetuar, em muitas ações, aspectos de 
obediência cega e repressão, em que não há voz para o adolescente, apenas 
propagação de uma hierarquia militar, que não faz mais sentido para o jovem, 
que assiste a modelos de libertação o tempo todo na mídia, em suas casas, nas 
manifestações culturais e políticas que produzem cada vez mais exemplos de 
intolerância. 
Também não há mais lugar para as confusões entre violência e indisciplina, 
em que muitos ainda não sabem os significados, e essas definições implicam na 
forma de resolver situações conflitosas. Não apenas uma, quanto as duas podem 
ser causas da violência. 
A indisciplina pode ser apenas comportamento de desordem por falta de 
limites ou regras, mas também pode ser um princípio de violência provocada por 
rebeldia, falta de conhecimento, oposição, exclusão social, entre tantos outros, 
mas pode também ser um momento de construção do conhecimento, ocasião 
para o diálogo e, sobretudo, descoberta de estratégias para romper a barreira 
através do diálogo e buscar respostas e soluções para a violência. 
Há de se ter em mente que a causa pela paz está garantida na discussão 
sobre a violência, principalmente na escola. É a escola o ambiente onde se 
encontra toda a motivação para a discussão, para o diálogo, para os testes que 
podem levar ao sucesso. Afinal é na escola que se aprende, que se erra, que se 
encontram pessoas e que se pode encontrar possibilidades. O local da 
propagação da ética, dos valores, segundo Paulo Freire da amizade, precisa ser 
o local de propagação da paz.
1 
REFERÊNCIAS 
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Brasília: 2008 
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Alterações das emendas constitucionais nº 1/1992 a 52/2006 
DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Marin 
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FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e 
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http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c-v10n2_francieli.htm. Acesso em Jul.2014 
MARRIELI, Lucimar Câmara; ASSIS, Simone G; AVANCI, Joviana Q, OLIVEIRA; 
Raquel C. Violência escolar e autoestima de adolescentes. Cadernos de 
Pesquisa. Vol.36 nº 127. São Paulo. Jan.2006 
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social. Petropolis: Vozes, 1994 
PAIXÃO, Divaneide Lira Lima. Direitos Humanos e Adolescência no Contexto 
de uma Sociedade. Violência Urbana, 2014. Disponível em 
http://pt.slideshare.net/falecomabreu/violencia-urbana Um estudo de representações 
sociais. Tese de Doutorado. Brasília, 2008 
REVISTA CARTA NA ESCOLA. Atualidade em sala de aula. Ed. Confiança: 
São Paulo. 2014 
TONCHI, Luiz Claudio. Violência na escola e suas consequências. Fev.2012 
Disponível em http://jornalggn.com.br/blog/luiz-claudiotonchi/violência-na-escola-e-suas-consequencias. 
Acesso em Jul. de 2014 
WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência, 2012. Crianças e Adolescentes 
do Brasil. 1ªed. Rio de Janeiro 2012

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  • 1. 1 A VIOLÊNCIA PRATICADA POR ADOLESCENTES NA ESCOLA Luiz Carlos Gonçalves Abreu1. Orientador (a): Prof. Mestre Paulo Máximo2. Resumo: O presente artigo tem o objetivo de estimular uma reflexão sobre a violência praticada por adolescentes dentro da escola. Descrevendo esse contexto, discutindo causas e as influências dessa prática no ambiente escolar e nos relacionamentos. Serão descritos os aspectos desses acontecimentos, as estratégias utilizadas por pedagogos, professores e orientadores educacionais, para enfrentar esses conflitos, para resgatar valores e promover a paz. Como referência bibliográfica serão utilizadas as leituras de Baraldi, Gomes, estatísticas da violência na escola através de tese de doutorado, artigos, documentos oficiais utilizados pelo MEC e Secretaria da Educação para orientar educadores quanto a este assunto. Palavra chave: Violência. Adolescente. Escola. Orientação Educacional. Pinhais, 2014. 1 Graduado em Ciências Políticas e Licenciatura em Filosofia, pós-graduando em Administração e Orientação Educacional pela Faculdade de Pinhais – FAPI. E-mail: falecomabreu@2 yahoo.com.br Orientador: Prof. Paulo Máximo. E-mail: gênio@genioapoio.com.br
  • 2. 2 INTRODUÇÃO A violência é um problema social presente em quase todos os lugares: nas cidades, dentro da casa, no trânsito e quando todos já cansaram de ouvir falar da violência doméstica, são os latrocínios que assustam os cidadãos, os contrabandos, os crimes sem motivos entre adolescentes, nas baladas e dentro das escolas já tem aparecido de forma rotineira. Não se sabe ao certo se a sociedade e os jovens estão perdendo a noção de justiça ou se a sociedade não tem dado condições iguais para todos, ou se simplesmente não há modelos ou exemplos sociais e familiares a serem seguidos, capazes de coibir atitudes, ações, movimentos ou mesmo incitações à violência. A escola é principal lugar onde pode ser possível a manifestação das diversas formas de promoção da paz. Ali é o local, nas palavras de Paulo Freire “de se fazer amigos”, é um lugar de formação ética e moral. Porém o que tem se visto são professores, alunos, direção e coordenação pedagógica cercados por ações de violência, muitas vezes provocadas pela falta de estrutura familiar, consumo de drogas, autoritarismo, desorganização e também a falta de valores. No dia a dia das escolas deveriam ser levantadas questões como o respeito ao próximo, a amizade, a harmonia, a integração das pessoas em busca de um objetivo comum, como o de promover o desenvolvimento do sujeito em condições iguais para todos. Mas atualmente se perde muito tempo tentando combater a violência: pequenas brigas por motivo nenhum, ou por grandes motivos; posses materiais de alguns alunos, não de outros; baixa autoestima uso de drogas, entre tantos outros tantos motivos que deverão ser citados ao longo desse trabalho. A escola é o primeiro ambiente social que a criança experimenta, antes disso, ou seja, na socialização primária se restringe a família, igrejas, vizinhos, enfim, um circuito bastante restrito. É na escola, aonde ele vai, realmente, experimentar um ambiente social – lá ele vai aprender a conviver com as diferenças e constituir um ser para si. Esse ser é para a sociedade. (TONCHI, p.6, 2012) É comum para o professor assistir cenas de desrespeito e acessos de raiva cometidos por adolescentes e contra eles mesmos, e também contra trabalhadores da educação. Deboches que se transformam em ações de indisciplina e que normalmente culminam em atitudes violentas, que até pouco
  • 3. 3 tempo, estavam ligados ao período em que estudam esses jovens, no noturno. Mas atualmente, a violência não é mais exclusividade do período noturno, ela está presente em todos os períodos de aula. Não se sabe exatamente aonde a violência, ou a razão dela pode estar, mas estudiosos além de apontarem a desestrutura familiar, a situação socioeconômica e o baixa autoestima, dizem também que problemas psicológicos, depressão e até o abuso de poder promovido por professores, e o fato de não se ter uma religião podem ser causas da violência. O tema que se propõe é extremamente complexo e poderia trazer à discussão, por exemplo: a formação da família, a política, também a banalidade nos relacionamentos e a sociedade em geral, pois todos tem ligação com a violência, seus conceitos, suas causas, ou mesmo dentro do contexto, contribuindo nas discussões que buscam soluções para esses problemas enfrentados por todos que trabalham na área de educação. 1. CONCEITO DE VIOLÊNCIA Violência é uma palavra que tem origem no latim “violentia”, significando: caráter violento, ou bravio ou força, dessa palavra vem o verbo “violare”, que quer dizer: tratar com violência, transgredir ou profanar. Esses termos podem se referir a vis, que quer dizer, vigor e potência e mais ainda, porque significa à força emação, ou seja, o recurso de um corpo para exercer a sua força, poder, valor, força vital (ABREU Apud GREGORIO, 2000 p.8). O poder patriarcal coordena o ambiente doméstico a partir do estabelecimento de uma fronteira que equivale aos limites da propriedade privada. Desde há alguns séculos, essa forma de poder tem servido como base para as relações familiares e como modelo político para a organização do Estado. (GREGÓRIO, 2001 p.3) Segundo ABREU Apud BARALDI, 2009 p.380 a violência é termo amplo e complexo, porque guarda vários sentidos, segundo a autora se for pedido para as pessoas que deem exemplos de violência, logo serão citadas guerras, prostituição infantil, desemprego, fome, corrupção, racismo, tráfico ilícito de drogas, mau atendimento na saúde, destruição do meio ambiente, abandono de crianças e adolescentes. Muitos dos exemplos de violência partem do sentido que cada um tem, do significado que projeta para cada um a palavra, mas também do contexto em que cada um vive. Podem surgir diversos exemplos de violência se seguir-se esse
  • 4. 4 trajeto, alguns com mais intensidade outros diversos, de acordo com a realidade de cada um. O autor Baraldi entende por violência, “o constrangimento físico, ou moral, o uso da força contra alguém”. Já para Émile Durkheim (2001, p.91) o crime é um fato social, e que o mesmo só pode ser qualificado como crime em relação a uma cultura social específica. A autora afirma que a noção de violência urbana tem relação direta com a cultura onde ela se realiza. Conforme o dicionário Aurélio, a violência pode ser entendida como “constrangimento físico ou moral; uso da força, coação”. No âmbito jurídico, o dicionário Houaiss define o termo como “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”. Acredita-se juntamente com esses autores então, que a violência tem o seu sentido ligado ao contexto, ou a realidade de cada um, sendo então que para o contexto escolar ela ganha características próprias. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), violência é a imposição de um grau significativo de dor ou sofrimento, evitáveis. Mas a violência consiste em ações humanas de indivíduos, grupos, classes, de outros seres humanos que afetam a integridade física, moral ou intelectual, ou ato de brutalidades que pode ser um abuso físico, ou psíquico contra alguém que caracterizam relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e intimidação, ou pelo medo e terror. (MINAYO 1994, p.130.) A escola é um lugar privilegiado para refletir sobre as questões que envolvem crianças e jovens, pais e filhos, educadores e educandos, bem como as relações que se dão na sociedade. É também nesse universo onde a socialização, a promoção da cidadania, a formação de atitudes, opiniões e o desenvolvimento pessoal podem ser incrementados ou prejudicados. (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA, p.6. 2006). A violência é um problema que se perpetua de indivíduo para indivíduo, ou por grupo ou por instituição. No caso da instituição, pode se perpetuar nas relações causando prejuízos, danos físicos, psicológicos, de patrimônio e de projeção futura para os jovens. No ambiente escolar o fenômeno tem sido estudado como um problema para todos das organizações educacionais. Os professores enfrentam esses casos e não raramente são vítimas, bem como alunos que se evadem do ambiente, engrossando as estatísticas também por esse motivo.
  • 5. 5 Na última década a violência nas escolas tem preocupado o poder público e toda a sociedade, principalmente, pela forma como esta tem se configurado. O conflito e violência sempre existiram e sempre existirão, principalmente, na escola, que é um ambiente social em que os jovens estão experimentando, isto é, estão aprendendo a conviver com as diferenças, a viver em sociedade (TONCHI, 2012 p.1). A violência não trata apenas dos atos de desrespeito entre alunos e professores, mas também não constam apenas de assassinatos, tráfico de drogas, é preciso considerar também a falta de respeito entre alunos, pequenos furtos em sala de aula, ou atitudes de bullying, assim como assaltos, as brigas de torcida, os sequestros e tudo que amedronta o dia a dia nas instituições escolares. Assim a violência pode ser entendida de várias formas, mas evidentemente as relações sociais que definem o que é violência e a gravidade de cada ação violenta. O Brasil, por exemplo, tem o crescimento das taxas de mortes violentas de crianças e jovens em um ranking de 92 países do mundo, somente em El Salvador, e Guatemala tem os índices de homicídio maiores que este. (ABREU Apud BORDINI, 2012p.11) A violência tem se tornado maior entre os jovens e tem angustiado professores e preocupado pais, pois não são raras as situações de violência noticiada pelos jornais que acontecem nas escolas. Jovens depredam o patrimônio com pichações, quebram ventiladores, brigam entre si, agridem-se no intervalo física e verbalmente, tudo que é possível destruir, destroem, porém segundo Tonchi (2012) “Desde que o mundo é mundo, há violência entre os jovens”. Todas as pessoas consideradas diferentes, ou deficientes ou negros, ou qualquer outra pessoa, que não se enquadre, no que se diz normal, para o contexto, são vítimas em potencial na escola. Entre todos esses exemplos de violência, o que tem mudado é o grau de crueldade, não se ouvia falar, há um tempo atrás, que um colega tinha assassinado outro na sala de aula, ou tinha ateado fogo, ou mesmo gravado uma briga de outros colegas e tornando público na internet, ganhando dinheiro com isso. Hoje quando se fala em violência, o termo acaba se confundindo com ato de indisciplina, ou infração e não se sabe muito bem que atitude tomar, para saná-la, ou para separá-la dessa confusão. Quando um aluno é malcriado, ou joga uma bolinha de papel no professor, ou mesmo quando agride um colega, passa o pé em alguém no corredor, as ações se confundem. È um ato de violência, de
  • 6. 6 crueldade, ou apenas indisciplina, ou se faz parte do comportamento do aluno essas atitudes deve-se respeitá-la? Quem impõe respeito de forma violenta é quem na sociedade? Quando se ultrapassa o limite entre a violência e o comportamento normal, deve-se então buscar a punição imediata? E quando não se sabe distinguir entre comportamento cruel e violento, comportamental e simplesmente indisciplina? Neste sentido, cabe à instituição escolar refletir e discutir temas que afligem a humanidade em seu cotidiano, dentre os quais se destacam a violência, suas formas de prevenção e as possíveis repercussões no desenvolvimento da criança e do adolescente. (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA. p.6. 2006). 2. ADOLESCENTES E A VIOLÊNCIA NA ESCOLA O adolescente é considerado o pivô da violência na escola, podendo ser também vítima, e não é possível mais separar essa situação, pois isso acontece na maioria das vezes, estudos já revelam que quando praticam violência é porque já a vivenciaram na prática, ou que não é possível praticar a violência se já não a vivenciou, ou mesmo se já está em um ambiente propício a isso. A prática de violência contra crianças e adolescentes (maus tratos, abandono e negligência, abuso e exploração sexual comercial, trabalho infantil, dentre outras)... 40% das agressões são físicas e 20% são sexuais, mas esses percentuais ainda não refletem a realidade, pois muitas outras sofrem a violência e permanecem caladas ( WAISELFISZ, 2012 p.1 e 2) Claro que não se pode justificar a violência partindo da negligência da família, da sociedade como causa principal dela, mas a partir do momento que o adolescente é também violento, ou faz parte das ações de violência, é possível acreditar que parte dessas ações podem ser motivadas por negligência familiar, social e política. A Constituição Federal assegura que proteger os jovens é dever da família, da sociedade e do Estado, assegurando à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, colocando-os a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (CF, art. 277).
  • 7. 7 A violência tem aumentado nas escolas e mesmo o Estatuto da Criança e Adolescentes, que é uma questão a se destacar, não é possível coibir a violência, pois ainda não é possível fiscalizar, mediar, ou mesmo punir, quem a pratica. Partindo de um exemplo: Um aluno que se sente aferido em seu direito, ou mesmo ameaçado na escola deve primeiramente procurar a Orientação educacional, mas depois? Quem deve procurar, quando as ações não terminam na escola? Se estendendo para a rua, para a sala de aula, onde não há mediação de conflitos. Ou mesmo procurando a delegacia onde se procura a punição. Assim as ações de violência na escola passam e tudo continua como antes, porém para os alunos que continuam convivendo na escola o problema aumenta e se agrava. Esse círculo de violência deve ter um olhar mais universal, principalmente, por aqueles que pensam sobre a educação. É necessário ver que a violência contra a instituição escolar, contra colegas e professores e, de certo modo, a violência dos adultos contra as crianças, também, contém elementos de caracterização bem comuns. A não aceitação das diferenças em toda a sua amplitude – se é diferente, é hostilizado, desprezado, humilhado. E quando a vítima reage é violentada. ( TONCHI, 2012 p.1) TONCHI em seu artigo “Violência na escola e suas consequências” diz que, é possível classificar inúmeras questões que levam a violência no ambiente escolar: situações psicológicas, diferenças sociais, culturais, experiências de frustrações, diferenças de personalidade e competição. É na escola que competem todas as diferenças e nela perpassa a Inclusão, que também pode ser considerada uma das causas da violência. Segundo o autor, ainda a não aceitação das diferenças, também, perpassa pela escola como instituição, com seus próprios professores, funcionários e com os próprios alunos. Essa uniformização, isto é, uniformizar o diferente, é feita com violência, em todos os casos. “Esse comportamento institucional, gera violência”. O aluno que é diferente, que pergunta demais é admoestado pelo professor e, aquele que pergunta na hora que a aula está acabando é vaiado pelos colegas. Essas são pequenas violências que alimentam as grandes violências. Não se reconhecer nesse processo é o nosso grande problema. Atualmente, vivemos um problema ético de não reconhecimento da nossa incompetência, o problema sempre são os outros, eu não. (TONCHI, p.6, 2012) A intolerância entre os sujeitos da escola é uma questão para se refletir, pois professores, alunos, profissionais da educação se encontram todos os dias e o tempo todo estão em contato com atitudes de agressão, falta de educação, ou
  • 8. 8 apenas ações que requer diálogo e atualmente não se pode parar para dialogar, todos correm contra o tempo. Atitudes simples poderiam coibir a violência, cada um cedendo um pouco, ou o professor reconhecendo que cada indivíduo é diferente e necessita de determinada atenção, ou mesmo cada sujeito da educação se reconhecer no processo de transformação do ambiente, reconhecer o seu papel na fomentação da violência e na capacidade de ser agente de transformação. Por isso, a urgência que se tornou essencial hoje – e que muitos não percebem, é tratar a violência na escola como um trabalho de lucidez enquanto ao que estamos fazendo com nosso presente, mas, sobretudo, como o que nele se planta e define o rumo futuro. Para isso, é preciso renovar nossa capacidade de diálogo e propor um novo projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista. (TONCHI, p.7, 2012) 3. ASPECTOS QUE FAVORECEM A VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR Desde que se fala em violência na escola entre os professores, pelo menos, começa uma enorme confusão entre atos de violência e todos os atos de indisciplina, infração e falta de interesse pelas aulas. Alguns dizem que a demonstração de insatisfação, ou mesmo o enfadonho entre alguns alunos, que se refletem nas atitudes irônicas, ou nas agressões verbais, são a própria violência. É possível dizer sim que algumas atitudes podem ser consideradas como violência e até assustar alguns professores, mas dentro do ambiente escolar há muitas situações que podem favorecer essas atitudes e até mesmo propagar a violência, apesar de a escola precisar ser um ambiente de propagação de valores de respeito, é na escola que se interage, se convive e se enfrenta uma série de conflitos, pois segundo os autores MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA nos Cadernos de pesquisa, esclarecem que é a escola o espaço em que os alunos se desenvolvem de maneira plena, se deparando com experiências de vulnerabilidade social. Mas todos dentro do espaço escolar tendem a ser socializados, lapidados pelas ações da escola, participando como agentes passivos ou ativos na construção de si próprios. É reconhecido e noticiado pela mídia que a escola, de modo concomitante e paradoxal, além de se instituir como instância de aprendizagem de conhecimento e de valores, bem como de exercício da
  • 9. 9 ética e da razão, tem-se configurado como um espaço de proliferação de violências, incluindo, brigas, invasões, depredações e até mortes. (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA. p.6. 2006). Não é de hoje que se procura explicações para a violência ou para outros crimes, ou mesmo do porquê não ter repreensão para todo ato de violência, pois há uma grande diversidade de práticas criminosas em toda a sociedade, não só dentro da escola e se houvesse uma forma efetiva de punição, quem sabem os atos de violência diminuíssem. Diferentes políticas públicas buscam combater roubos praticados por adolescentes, por crianças abandonadas pelas ruas, envolvidos com drogas, ou por alunos de comunidades carentes dentro do ambiente escolar, porém nem sempre se pode dizer que essas são características de todos que praticam violência. Que são sempre pobres, ou são alunos sem interesse em aprender, ou os que praticam estão sempre em situação de miséria, nem mesmo pode-se dizer que é devido a estes problemas que estão envolvidos com o crime. CAMACHO 2001, apud Paixão, 2008 p.16 suscita uma reflexão dizendo, que essas situações podem ocorrer “entre jovens de classe média e de segmentos privilegiados da sociedade, nos seus diferentes espaços de atuação na família, na escola ou na rua”. Esse autor também aponta duas formas básicas de violência na escola: a física que são as brigas, agressões físicas e as depredações e aquelas não físicas que se caracterizam pelas ofensas verbais, discriminações, segregações, humilhações e desvalorização com palavras e atitudes de desmerecimento. Porém essas atitudes não partem somente de alunos, mas o ambiente escolar é composto por pessoas que estão sujeitas a ser agentes de más atitudes o tempo todo, essas experiências ocorrem nos diversos níveis de relações, podendo ter como agentes alunos ou professores, ou mesmo funcionários como protagonistas. O stress está entre os fatores apontados como causa da violência, principalmente entre o corpo docente, gerando agressões verbais, segregação e humilhações. Assim, no espaço onde não é possível o diálogo está sujeito à violência. Na concepção da autora Ana Ferreira (2008) a violência, tem ainda outra direção em que o comportamento de agressão ou de transgressão de um conjunto de regras, valores, normas, princípios, ‘formas de pensar, sentir e agir’ sentir e agir’, traços culturais, entre, que são impingidos desde a socialização primária e encontram-se contextualizados em determinada situação social.
  • 10. 1 A escola e suas vivências ainda propiciam a questão da violência gerada pelo racismo. É comum ver jovens negros serem vítimas da violência e do bullying, assim como professores e funcionários também. Alguns como vítimas, outros como agressores. São professores que não se conformam com questões intelectuais, apenas com aparência, ou alunos que não aceitam ser orientados por professores negros. Segundo WAISELFISZ (2014) em entrevista à Revista Carta Escola os jovens negros são as principais vítimas da violência, não apenas na escola, mas em toda a sociedade. Sendo assim, dificilmente poder-se-ia escapar da situação da violência, uma vez que se afastando do ambiente escolar, não se fugiria do cotidiano da sociedade. Se na virada do século XXI a taxa de mortes entre os jovens brancos caiu drasticamente, algo entre 20% e 30%, o índice de homicídios de jovens negro aumentou na mesma proporção. Em 2002, morriam, aproximadamente, 60% mais jovens negros que brancos, hoje morrem 200% mais. Isso revela um crescimento do extermínio da população negra brasileira (REVISTA CARTA ESCOLA, p.16, 2014) Também a violência está ligada as relações de poder. O professor acaba tendo essa relação com seus alunos, esses acabam fazendo uso de seu porte físico ou de suas condições financeiras melhores, ou até mesmo de sua intelectualidade para oprimirem seus pares, ou aqueles que estão em desvantagem física ou intelectual. Os autores (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA, 2006) dizem que a violência manifesta uma afirmação de poder sobre o outro e a conquista desse poder é o que gera as diversas formas de violência e que essas ocorrências são consequências das práticas cotidianas de discriminação, preconceito, da crise de autoridade do mundo adulto ou da fraca capacidade demonstrada pelos profissionais de criar mecanismos justos e democráticos de gestão da vida escolar. Esses autores também sinalizam para a ausência de estudos que investigam as questões individuais que podem estar associadas à violência escolar. Quando um professor é agredido verbalmente, ou quando presencia um ato de violência em sala de aula, então o que fala mais alto são os instintos e muitas vezes esses instintos impedem as ações de diálogo, de interação e de busca por estratégias de reversão e não apenas de punição.
  • 11. 1 As relações estabelecidas na escola, incluindo a vivência de violência, tem papel relevante, porém pouco conhecido na visão de si do aluno (...) De modo geral, as escolas lidam com esses conflitos valendo-se de um elenco de procedimentos formais e informais, modelados diferentemente, de acordo com as características de cada direção ou projeto político pedagógico. (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA. p.101 2006). Infelizmente dentro do ambiente escolar ainda não se tem o costume de diagnosticar o porquê da violência, pois sempre está se atendendo a situações emergenciais e a perspectiva de um trabalho de prevenção o que poderia favorecer a paz. Mas as medidas adotadas pela escola geralmente são de repressão o que não traz solução a longo prazo, mas “apaga os incêndios”. Seria impossível discutir planejamentos para o enfrentamento da violência neste trabalho, mas é preciso refletir na situação da violência, sobretudo no que diz respeito aos aspectos que podem ser causas dessa violência, como as condições socioeconômicas e culturais, as relações interpessoais, também de afetividade, ou a falta dela, autoestima e até de questões de valores. Assim os autores Marrieli, Assis, Avanci, Oliveira também destacam como estratégia nesse enfrentamento a: necessidade de reconhecer a escola como lugar privilegiado de transformação para uma sociedade menos violenta, pelo seu potencial que vai além da transmissão de conhecimentos. Investir na inserção de valores e conhecimentos paralelamente à das disciplinas exigidas para a formação acadêmica dos alunos é um caminho bastante frutífero (MARRIELI, ASSIS, AVANCI, OLIVIEIRA. p. 100 2006). 4. CONCLUSÃO A questão da violência ainda é assunto pouco discutido dentro das escolas, principalmente quando se retrata atitudes do professor, colocando-o em foco, ou como centro das discussões, ainda há muito favoritismo nessa questão, o professor é visto de certa forma, sempre como o correto, mesmo quando se sabe que é plausível de erros. Tanto professor quanto aluno são alvos a serem destacados nessa relação de causa de violência, observando e dando destaque ao stress natural da profissão e também a condição de baixa autoestima do aluno, também ao fato de o professor ser visto como o forte e o aluno como fraco, em certas situações, precisa ser destacada.
  • 12. 1 Quando em sala de aula, durante a prática pedagógica, essa situação é real, pois a escola ainda mantém esse aspecto tradicionalista. Não se tem por hábito investir no diálogo e sim perpetuar, em muitas ações, aspectos de obediência cega e repressão, em que não há voz para o adolescente, apenas propagação de uma hierarquia militar, que não faz mais sentido para o jovem, que assiste a modelos de libertação o tempo todo na mídia, em suas casas, nas manifestações culturais e políticas que produzem cada vez mais exemplos de intolerância. Também não há mais lugar para as confusões entre violência e indisciplina, em que muitos ainda não sabem os significados, e essas definições implicam na forma de resolver situações conflitosas. Não apenas uma, quanto as duas podem ser causas da violência. A indisciplina pode ser apenas comportamento de desordem por falta de limites ou regras, mas também pode ser um princípio de violência provocada por rebeldia, falta de conhecimento, oposição, exclusão social, entre tantos outros, mas pode também ser um momento de construção do conhecimento, ocasião para o diálogo e, sobretudo, descoberta de estratégias para romper a barreira através do diálogo e buscar respostas e soluções para a violência. Há de se ter em mente que a causa pela paz está garantida na discussão sobre a violência, principalmente na escola. É a escola o ambiente onde se encontra toda a motivação para a discussão, para o diálogo, para os testes que podem levar ao sucesso. Afinal é na escola que se aprende, que se erra, que se encontram pessoas e que se pode encontrar possibilidades. O local da propagação da ética, dos valores, segundo Paulo Freire da amizade, precisa ser o local de propagação da paz.
  • 13. 1 REFERÊNCIAS BARALDI, Tereza Cristina Albieri. Políticas Públicas e Direitos Humanos. Gestão em Segurança Pública. Mod.II, Aula 6. Fundação João Mangabeira. Brasília: 2008 BORDINI, Eliana B. T. LIMA, Renato Sérgio de. O adolescente e as Mudanças na Criminalidade Urbana. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?pid=S0102-Acesso em Jun.2014 BRASIL. Ministério da Justiça. Constituição da República Federativa do Brasil. Alterações das emendas constitucionais nº 1/1992 a 52/2006 DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Marin Claret, 2001. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra A. Disponível em http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c-v10n2_francieli.htm. Acesso em Jul.2014 MARRIELI, Lucimar Câmara; ASSIS, Simone G; AVANCI, Joviana Q, OLIVEIRA; Raquel C. Violência escolar e autoestima de adolescentes. Cadernos de Pesquisa. Vol.36 nº 127. São Paulo. Jan.2006 MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social. Petropolis: Vozes, 1994 PAIXÃO, Divaneide Lira Lima. Direitos Humanos e Adolescência no Contexto de uma Sociedade. Violência Urbana, 2014. Disponível em http://pt.slideshare.net/falecomabreu/violencia-urbana Um estudo de representações sociais. Tese de Doutorado. Brasília, 2008 REVISTA CARTA NA ESCOLA. Atualidade em sala de aula. Ed. Confiança: São Paulo. 2014 TONCHI, Luiz Claudio. Violência na escola e suas consequências. Fev.2012 Disponível em http://jornalggn.com.br/blog/luiz-claudiotonchi/violência-na-escola-e-suas-consequencias. Acesso em Jul. de 2014 WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência, 2012. Crianças e Adolescentes do Brasil. 1ªed. Rio de Janeiro 2012