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O TOTALITARISMO MODERNO E A SERVIDÃO HUMANA
Fernando Alcoforado*
A alienação das pessoas é a principal arma utilizada pelos detentores dos meios de
produção e do poder político para evitar a conscientização da população sobre a
servidão econômica e política em que se acha submetida e dela resulte a rebelião contra
os desumanos sistemas econômicos e políticos em vigor. Jean-François Brient, francês,
professor de literatura, de história e de latim, é autor do documentário A servidão
moderna cujo texto está apresentado no artigo com o mesmo título disponível no
website <http://www.delaservitudemoderne.org/texto-po.html>. Este artigo, cujo
resumo está apresentado nos parágrafos a baixo, representa um libelo ou denúncia
contra o execrável sistema político, econômico e social em que vivemos no mundo que
leva à servidão do ser humano. No Capítulo I (Epigrafo), o autor afirma ter “a certeza de
que esta civilização vai desmoronar e que ela faz para arrastar-nos em sua queda”.
No Capítulo II (A servidão voluntária), Jean-François Brient afirma que a servidão
moderna é uma escravidão voluntária, aceita por essa multidão de escravos que se
arrastam pela face da Terra. Eles mesmos escolhem os amos a quem deverão servir.
Para que essa tragédia absurda pudesse ser bem sucedida, foi preciso tirar dos seres
humanos a capacidade de se conscientizarem sobre a exploração e alienação de que são
vítimas. Estamos hoje diante de seres humanos totalmente escravizados que não se dão
conta do que está acontecendo, ou melhor, que não têm capacidade de enxergar.
Aceitam sem discutir a vida lamentável que foi planificada para eles. Eis então o
pesadelo dos escravos modernos que se deixam levar pela dança macabra do sistema de
alienação imperante. A opressão se moderniza se estendendo por todas as partes do
mundo as formas de mistificação que permitem ocultar nossa condição de escravos.
No Capítulo III (A organização territorial e o habitat), Jean-François Brient afirma que à
medida que o homem constrói seu mundo com a força do trabalho alienado, o cenário
deste mundo com sua organização territorial caótica se converte na prisão onde terá que
viver. Este cenário está em eterna construção. Nada nele é estável. Trata-se de refazer
tudo à imagem do sistema: o mundo se torna cada dia mais sujo e barulhento, como uma
fábrica. O mundo deve transformar-se em uma imensa autoestrada, racionalizada ao
extremo, para facilitar o transporte das mercadorias. Todo obstáculo, natural ou
humano, deve ser destruído. O ambiente onde se aglomera esta massa servil é o fiel
reflexo de sua vida: se assemelha a jaulas, a prisões, a cavernas. Porém contrariamente
aos escravos e aos prisioneiros do passado, o explorado dos tempos modernos deve
pagar por sua jaula.
No Capítulo IV (A mercadoria), o autor afirma que é neste lugar estreito e lúgubre, onde
o escravo moderno acumula as novas mercadorias que deveriam, segundo as mensagens
publicitárias onipresentes, trazer-lhe a felicidade e a plenitude. Porém quanto mais há
acumulo de mercadorias, mais o escravo moderno se afasta da oportunidade de ser feliz.
A mercadoria, ideológica em essência, despoja de seu trabalho aquele que a produz e
despoja de sua vida aquele que a consome. No sistema econômico dominante, já não é
mais a demanda que condiciona a oferta, mas a oferta que determina a demanda. Então
é assim que de maneira periódica, surgem novas necessidades que são rapidamente
consideradas como vitais para a maioria da população: primeiro foi o radio, depois o
carro, a televisão, o computador e agora o telefone celular.
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No Capítulo V (A alimentação), Jean-François Brient afirma que, é quando se alimenta
que o escravo moderno ilustra melhor o estado de decadência em que se encontra.
Dispondo de um tempo cada vez mais limitado para preparar a comida que consome, ele
se vê obrigado a engolir rápido o que a indústria agroquímica produz. A abundância dos
produtos alimentícios dissimula sua degradação e sua falsificação. Não são mais que
organismos geneticamente modificados, uma mistura de colorantes e conservantes, de
pesticidas, de hormônios e de outras tantas invenções da modernidade. Mas, enquanto a
maioria da população mundial vive na indigência uma minoria goza de um consumismo
frenético. A miséria está em todos os lados onde reina a sociedade totalitária mercantil.
No Capítulo VI (A destruição do meio ambiente), o autor afirma que
a exaustão dos recursos naturais do planeta, a abundante produção de energia ou de
mercadorias, o lixo e os resíduos do consumo ostensivo colocam em risco a
possibilidade de sobrevivência da humanidade e dos demais seres vivos que habitam a
Terra. Porém, para deixar livre curso ao capitalismo selvagem, o crescimento
econômico nunca deve parar. É preciso produzir, produzir e reproduzir mais ainda. E
são os mesmos poluidores que se apresentam hoje como salvadores potenciais do
planeta. As empresas multinacionais tentam convencer-nos de que uma simples
mudança em nossos hábitos seria suficiente para salvar o planeta de um desastre.
Enquanto isto, continuam poluindo sem cessar nosso meio ambiente. Porém nunca
propõem uma mudança radical no sistema de produção. Trata-se, como sempre, de
mudar alguns detalhes para que tudo fique como antes.
No Capítulo VII (O trabalho), Jean-François Brient afirma que, para entrar na onda do
consumo frenético, é necessário ter dinheiro e para conseguir dinheiro, é preciso
trabalhar, ou seja vender sua força de trabalho. O sistema dominante fez do trabalho
sua principal fonte de extração do lucro. E os escravos modernos devem trabalhar mais
e mais para pagar a crédito sua vida miserável. Eles estão esgotados de tanto trabalhar,
perdem a maior parte de sua energia e têm que suportar as piores humilhações. Passam
toda sua vida realizando uma atividade extenuante e insidiosa que é proveitosa apenas
para os detentores dos meios de produção. O que fariam os escravos modernos sem essa
tortura que é o trabalho? E são essas atividades alienantes que são apresentadas como
libertadoras. A organização científica do trabalho constitui a real essência da
desapropriação dos trabalhadores, seja do fruto de seu trabalho, mas também do tempo
que eles passam na produção automática das mercadorias ou dos serviços.
No Capítulo VIII (A colonização de todos os setores da vida), Jean-François Brient
afirma que o sistema de produção coloniza todos os setores da vida. Em nenhum
momento de seu cotidiano, o escravo moderno foge da influência do sistema que faz
parte de cada instante de sua vida. É um escravo em tempo integral. No Capítulo IX (A
medicina mercantil), o autor afirma que a origem dos males do escravo moderno está na
degradação generalizada de seu ambiente, isto é, do ar que respira, da comida que ele
consome e do stress provocado pelas suas condições de trabalho. Assim como
transformou todos os detalhes de nosso mundo em simples mercadoria, o sistema atual
fez, também, de nosso corpo uma mercadoria, um objeto de estudo e de experiências
para a medicina mercantil. Os donos do mundo já estão prontos para patentear os seres
vivos. A sequencial completa do DNA do genoma humano é o ponto de partida de uma
nova estratégia posta em ação pelos detentores do poder. Depois de tudo, nosso corpo
também deixa de nos pertencer.
3
No Capítulo X (A obediência como segunda natureza), o autor afirma que o ser humano
já está acostumado a sempre obedecer. A obediência se tornou sua segunda natureza.
Ele obedece sem saber por qual razão, simplesmente porque ele sabe que deve
obedecer. Obedecer, produzir e consumir, eis ai as três exigências que condicionam
nossas vidas. Obedece-se aos pais, aos professores, aos patrões, aos proprietários, aos
comerciantes, obedecem-se também as leis, as forças da ordem e a todos os tipos de
poderes, pois ele não sabe fazer outra coisa. Não existe algo que lhe dê mais medo do
que a desobediência, já que desobedecer, aventurar, mudar, é muito arriscado. É o medo
que nos fez escravos e que nos mantêm nesta condição. Baixamos a cabeça frente aos
donos do mundo, aceitamos esta vida de humilhação e de miséria somente por medo.
No Capítulo XI (A repressão e a violência), Jean-François Brient afirma que ainda
existem indivíduos que escapam ao controle de suas consciências, mas estão sob
vigilância. Todo ato de rebelião ou de resistência é de fato assimilada a uma atividade
subversiva ou terrorista. A liberdade só existe para aqueles que defendem os
imperativos mercantis. E o silêncio da maioria dos escravos frente a essa repressão faz
com que a mídia negue este conflito existente na sociedade atual. No Capítulo XII (O
dinheiro), Jean-François Brient afirma que, como todos os seres humanos oprimidos da
historia, o escravo moderno precisa de seu misticismo e de seu deus para anestesiar o
mal que lhe atormenta e o sofrimento que o sufoca. Mas este novo deus, a quem
entregou sua alma, não é nada mais nada menos que o dinheiro. É em nome desse novo
deus que ele estuda, que ele trabalha, que ele luta e se vende. É em nome desse novo
deus que o ser humano abandonou seus valores e está disposto a fazer qualquer coisa.
Ele acredita que quanto mais tem dinheiro mais se libertará dos problemas dentro dos
quais ele está aprisionado. Como se a possessão do dinheiro andasse de mãos dadas
com a liberdade.
No Capítulo XIII (Não há alternativa na organização social dominante), Jean-François
Brient afirma que o escravo moderno está convencido de que não existe alternativa à
organização que prevalece no mundo atual. Ele se resignou a esta vida porque pensa que
não pode haver outro modelo de organização da sociedade. E é ai mesmo que se
encontra a força da dominação presente: criar a ilusão de que esse sistema que
colonizou toda a face da Terra representa o melhor que a humanidade já construiu em
termos de organização social. Convenceu os seres humanos de que adaptar-se a sua
ideologia é como adaptar-se ao mundo tal qual se mostra e como sempre foi. Sonhar
com outro mundo se tornou um crime criticado unanimemente pelos meios de
comunicação e os poderes públicos.
No Capítulo XIV (A imagem), o autor afirma que, frente à devastação do mundo real, é
preciso que o sistema atual colonize a consciência dos escravos. É por isso que no
sistema dominante, as forças de repressão são precedidas pela dissuasão, que desde a
infância, realiza sua obra de formação de escravos. O ser humano escravizado deve
esquecer-se de sua condição servil, de sua prisão, e de sua vida miserável. Basta olhar
essa multidão hipnotizada frente às telas de televisão que acompanha sua vida cotidiana.
Os detentores do poder econômico e político enganam os escravos modernos vendendo
a ideia de que eles podem sonhar em um futuro melhor feita de dinheiro, de glória e de
aventura. Existem imagens para todos e por todos os lados. Essas imagens levam
consigo a mensagem ideológica da sociedade moderna e serve de instrumento de
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unificação e de propaganda. Vão crescendo à medida que o homem é desapropriado de
seu mundo e de sua vida.
Ainda no Capítulo XIV, Jean-François Brient afirma que as crianças são as primeiras
vítimas dessas imagens televisivas, pois se trata de sufocar a liberdade desde o berço. É
necessário torná-las estúpidas e tirar-lhes toda capacidade de reflexão e de crítica. Tudo
isso se faz, evidentemente, com a cumplicidade desconcertante dos pais que não buscam
sequer resistir frente à força imponente de todos os meios modernos de comunicação.
Os pais deixam que o sistema alienador e medíocre se encarregue da educação de seus
filhos. Existem imagens para todas as idades e para todas as classes sociais. Recorrem-
se aos instintos mais baixos para vender qualquer mercadoria. E, é a mulher duplamente
escrava da sociedade atual, que paga o preço mais alto. Ela é apresentada como simples
objeto de consumo. A imagem ainda é, até hoje, a forma de comunicação mais direta e
mais eficaz: ela cria modelos, aliena as massas, mente, e promove frustrações. Difunde-
se a ideologia mercantil pela imagem, pois o objetivo continua sendo o mesmo: vender,
modelos de vida ou produtos, comportamentos ou mercadorias.
No Capítulo XV (A diversão), Jean-François Brient afirma que os seres humanos têm
diversas opções de diversão, mas esse divertimento só serve para distrair os mesmos dos
verdadeiros problemas que lhes afetam. Assim como os imperadores da Roma antiga
compravam a submissão do povo com pão e jogos, hoje em dia é com diversões como,
por exemplo, o esporte midiatizado, que se compra o silêncio dos escravos
modernos. No Capítulo XVI (A linguagem), Jean-François Brient afirma que o controle
das consciências passa essencialmente pela utilização viciada da linguagem utilizada
pela classe econômica e socialmente dominante. Sendo o detentor de todos os meios de
comunicação, os donos do poder difundem a ideologia mercantil através da definição
petrificada, parcial e falsa que eles dão das palavras. As palavras são apresentadas como
neutras e sua definição como evidente. Porém, estando sob o controle do poder, a
linguagem designa sempre algo muito diferente da vida real. É antes de tudo uma
linguagem de resignação e impotência, a linguagem da aceitação passiva das coisas tais
como são e tais quais devem permanecer. O problema da linguagem está no centro da
luta pela emancipação humana. Para que uma mudança radical aconteça, é preciso que
uma linguagem defensora da emancipação dos seres humanos seja contraposta à
linguagem dominante que leva à sua servidão.
No Capítulo XVII (A ilusão do voto e da democracia parlamentar), o autor afirma que
os escravos modernos ainda se vêm como cidadãos. Eles acreditam que votam
realmente e decidem livremente quem vai defender seus interesses. Como se eles ainda
tivessem escolha, apenas conservaram a ilusão. Na democracia parlamentar, os escravos
modernos têm a ilusão de que podem escolher eles mesmos o mestre a quem eles
deverão servir. Na prática, não existe oposição ao “status quo”, pois os partidos
políticos dominantes estão de acordo sobre o essencial que é a conservação da atual
sociedade mercantil. Não existem partidos políticos susceptíveis de chegar ao poder que
duvidem do dogma do mercado. E são estes partidos que com a cumplicidade midiática
monopoliza as aparências. A forma representativa e parlamentar que usurpa o nome da
democracia limita o poder dos cidadãos pelo simples direito ao voto, ou seja, a nada. As
cadeiras do Parlamento estão ocupadas pela imensa maioria da classe econômica
dominante, seja ela de direita ou da pretendida esquerda socialdemocrática.
No Capítulo XVIII (O sistema mercantil totalitário), Jean-François Brient afirma que o
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sistema dominante se define pela onipresença de sua ideologia mercantil que ocupa ao
mesmo tempo todo o espaço e todos os setores da vida. Esta ideologia não diz nada
mais do que: produza, venda, consuma, acumule! Ela reduziu todas as relações humanas
em relações mercantis e considera nosso planeta como uma simples mercadoria. O
dever que nos impõe é o trabalho servil. O único direito que ele reconhece é o direito a
propriedade privada. O único deus que ele adora é o dinheiro. A onipresença da
ideologia, o culto ao dinheiro, o partido único disfarçado de pluralismo parlamentar, a
ausência de uma oposição visível e a repressão sob todas as formas contra a vontade de
transformar o homem e o mundo. Eis o verdadeiro rosto do totalitarismo moderno que
chamamos “democracia liberal” que, porém, é necessário chamá-la pelo seu verdadeiro
nome: sistema mercantil totalitário. O homem, a sociedade e o conjunto de nosso
planeta estão ao serviço desta ideologia. O sistema mercantil totalitário realizou o que
nenhum totalitarismo conseguiu fazer antes: unificar o mundo à sua imagem. Hoje já
não existe exílio possível.
No Capítulo XIX (Perspectivas), Jean-François Brient afirma que à medida que a
opressão se estende por todos os setores da vida, a possibilidade de revolta adquire
aspecto de uma guerra civil em escala nacional e global. A destruição da sociedade
mercantil totalitária é uma necessidade absoluta em um mundo que já está condenado.
Os motins renascem em toda parte do planeta e anunciam a futura revolução. Mas para
que desta revolta surja uma revolução vitoriosa, é preciso conscientizar a população e
formular um novo modelo de sociedade alternativo ao desumano modelo atual. Para
Jean-François Brient o modelo atual deve ser destruído.
O que acaba de ser descrito nos parágrafos acima deixa evidenciada a necessidade
imperiosa de combater a servidão moderna que toda a humanidade está submetida
desencadeando em escala planetária a luta contra o globalizado totalitarismo moderno
que demonstra ser o maior inimigo de todos os povos do mundo. Um fato é indiscutível:
sem a derrocada do totalitarismo moderno em escala nacional e global, não serão
superados os problemas que afetam o ser humano em cada país isoladamente.
* Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento
(Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos
Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic
and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft &
Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e
Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento
global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes
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  • 1. 1 O TOTALITARISMO MODERNO E A SERVIDÃO HUMANA Fernando Alcoforado* A alienação das pessoas é a principal arma utilizada pelos detentores dos meios de produção e do poder político para evitar a conscientização da população sobre a servidão econômica e política em que se acha submetida e dela resulte a rebelião contra os desumanos sistemas econômicos e políticos em vigor. Jean-François Brient, francês, professor de literatura, de história e de latim, é autor do documentário A servidão moderna cujo texto está apresentado no artigo com o mesmo título disponível no website <http://www.delaservitudemoderne.org/texto-po.html>. Este artigo, cujo resumo está apresentado nos parágrafos a baixo, representa um libelo ou denúncia contra o execrável sistema político, econômico e social em que vivemos no mundo que leva à servidão do ser humano. No Capítulo I (Epigrafo), o autor afirma ter “a certeza de que esta civilização vai desmoronar e que ela faz para arrastar-nos em sua queda”. No Capítulo II (A servidão voluntária), Jean-François Brient afirma que a servidão moderna é uma escravidão voluntária, aceita por essa multidão de escravos que se arrastam pela face da Terra. Eles mesmos escolhem os amos a quem deverão servir. Para que essa tragédia absurda pudesse ser bem sucedida, foi preciso tirar dos seres humanos a capacidade de se conscientizarem sobre a exploração e alienação de que são vítimas. Estamos hoje diante de seres humanos totalmente escravizados que não se dão conta do que está acontecendo, ou melhor, que não têm capacidade de enxergar. Aceitam sem discutir a vida lamentável que foi planificada para eles. Eis então o pesadelo dos escravos modernos que se deixam levar pela dança macabra do sistema de alienação imperante. A opressão se moderniza se estendendo por todas as partes do mundo as formas de mistificação que permitem ocultar nossa condição de escravos. No Capítulo III (A organização territorial e o habitat), Jean-François Brient afirma que à medida que o homem constrói seu mundo com a força do trabalho alienado, o cenário deste mundo com sua organização territorial caótica se converte na prisão onde terá que viver. Este cenário está em eterna construção. Nada nele é estável. Trata-se de refazer tudo à imagem do sistema: o mundo se torna cada dia mais sujo e barulhento, como uma fábrica. O mundo deve transformar-se em uma imensa autoestrada, racionalizada ao extremo, para facilitar o transporte das mercadorias. Todo obstáculo, natural ou humano, deve ser destruído. O ambiente onde se aglomera esta massa servil é o fiel reflexo de sua vida: se assemelha a jaulas, a prisões, a cavernas. Porém contrariamente aos escravos e aos prisioneiros do passado, o explorado dos tempos modernos deve pagar por sua jaula. No Capítulo IV (A mercadoria), o autor afirma que é neste lugar estreito e lúgubre, onde o escravo moderno acumula as novas mercadorias que deveriam, segundo as mensagens publicitárias onipresentes, trazer-lhe a felicidade e a plenitude. Porém quanto mais há acumulo de mercadorias, mais o escravo moderno se afasta da oportunidade de ser feliz. A mercadoria, ideológica em essência, despoja de seu trabalho aquele que a produz e despoja de sua vida aquele que a consome. No sistema econômico dominante, já não é mais a demanda que condiciona a oferta, mas a oferta que determina a demanda. Então é assim que de maneira periódica, surgem novas necessidades que são rapidamente consideradas como vitais para a maioria da população: primeiro foi o radio, depois o carro, a televisão, o computador e agora o telefone celular.
  • 2. 2 No Capítulo V (A alimentação), Jean-François Brient afirma que, é quando se alimenta que o escravo moderno ilustra melhor o estado de decadência em que se encontra. Dispondo de um tempo cada vez mais limitado para preparar a comida que consome, ele se vê obrigado a engolir rápido o que a indústria agroquímica produz. A abundância dos produtos alimentícios dissimula sua degradação e sua falsificação. Não são mais que organismos geneticamente modificados, uma mistura de colorantes e conservantes, de pesticidas, de hormônios e de outras tantas invenções da modernidade. Mas, enquanto a maioria da população mundial vive na indigência uma minoria goza de um consumismo frenético. A miséria está em todos os lados onde reina a sociedade totalitária mercantil. No Capítulo VI (A destruição do meio ambiente), o autor afirma que a exaustão dos recursos naturais do planeta, a abundante produção de energia ou de mercadorias, o lixo e os resíduos do consumo ostensivo colocam em risco a possibilidade de sobrevivência da humanidade e dos demais seres vivos que habitam a Terra. Porém, para deixar livre curso ao capitalismo selvagem, o crescimento econômico nunca deve parar. É preciso produzir, produzir e reproduzir mais ainda. E são os mesmos poluidores que se apresentam hoje como salvadores potenciais do planeta. As empresas multinacionais tentam convencer-nos de que uma simples mudança em nossos hábitos seria suficiente para salvar o planeta de um desastre. Enquanto isto, continuam poluindo sem cessar nosso meio ambiente. Porém nunca propõem uma mudança radical no sistema de produção. Trata-se, como sempre, de mudar alguns detalhes para que tudo fique como antes. No Capítulo VII (O trabalho), Jean-François Brient afirma que, para entrar na onda do consumo frenético, é necessário ter dinheiro e para conseguir dinheiro, é preciso trabalhar, ou seja vender sua força de trabalho. O sistema dominante fez do trabalho sua principal fonte de extração do lucro. E os escravos modernos devem trabalhar mais e mais para pagar a crédito sua vida miserável. Eles estão esgotados de tanto trabalhar, perdem a maior parte de sua energia e têm que suportar as piores humilhações. Passam toda sua vida realizando uma atividade extenuante e insidiosa que é proveitosa apenas para os detentores dos meios de produção. O que fariam os escravos modernos sem essa tortura que é o trabalho? E são essas atividades alienantes que são apresentadas como libertadoras. A organização científica do trabalho constitui a real essência da desapropriação dos trabalhadores, seja do fruto de seu trabalho, mas também do tempo que eles passam na produção automática das mercadorias ou dos serviços. No Capítulo VIII (A colonização de todos os setores da vida), Jean-François Brient afirma que o sistema de produção coloniza todos os setores da vida. Em nenhum momento de seu cotidiano, o escravo moderno foge da influência do sistema que faz parte de cada instante de sua vida. É um escravo em tempo integral. No Capítulo IX (A medicina mercantil), o autor afirma que a origem dos males do escravo moderno está na degradação generalizada de seu ambiente, isto é, do ar que respira, da comida que ele consome e do stress provocado pelas suas condições de trabalho. Assim como transformou todos os detalhes de nosso mundo em simples mercadoria, o sistema atual fez, também, de nosso corpo uma mercadoria, um objeto de estudo e de experiências para a medicina mercantil. Os donos do mundo já estão prontos para patentear os seres vivos. A sequencial completa do DNA do genoma humano é o ponto de partida de uma nova estratégia posta em ação pelos detentores do poder. Depois de tudo, nosso corpo também deixa de nos pertencer.
  • 3. 3 No Capítulo X (A obediência como segunda natureza), o autor afirma que o ser humano já está acostumado a sempre obedecer. A obediência se tornou sua segunda natureza. Ele obedece sem saber por qual razão, simplesmente porque ele sabe que deve obedecer. Obedecer, produzir e consumir, eis ai as três exigências que condicionam nossas vidas. Obedece-se aos pais, aos professores, aos patrões, aos proprietários, aos comerciantes, obedecem-se também as leis, as forças da ordem e a todos os tipos de poderes, pois ele não sabe fazer outra coisa. Não existe algo que lhe dê mais medo do que a desobediência, já que desobedecer, aventurar, mudar, é muito arriscado. É o medo que nos fez escravos e que nos mantêm nesta condição. Baixamos a cabeça frente aos donos do mundo, aceitamos esta vida de humilhação e de miséria somente por medo. No Capítulo XI (A repressão e a violência), Jean-François Brient afirma que ainda existem indivíduos que escapam ao controle de suas consciências, mas estão sob vigilância. Todo ato de rebelião ou de resistência é de fato assimilada a uma atividade subversiva ou terrorista. A liberdade só existe para aqueles que defendem os imperativos mercantis. E o silêncio da maioria dos escravos frente a essa repressão faz com que a mídia negue este conflito existente na sociedade atual. No Capítulo XII (O dinheiro), Jean-François Brient afirma que, como todos os seres humanos oprimidos da historia, o escravo moderno precisa de seu misticismo e de seu deus para anestesiar o mal que lhe atormenta e o sofrimento que o sufoca. Mas este novo deus, a quem entregou sua alma, não é nada mais nada menos que o dinheiro. É em nome desse novo deus que ele estuda, que ele trabalha, que ele luta e se vende. É em nome desse novo deus que o ser humano abandonou seus valores e está disposto a fazer qualquer coisa. Ele acredita que quanto mais tem dinheiro mais se libertará dos problemas dentro dos quais ele está aprisionado. Como se a possessão do dinheiro andasse de mãos dadas com a liberdade. No Capítulo XIII (Não há alternativa na organização social dominante), Jean-François Brient afirma que o escravo moderno está convencido de que não existe alternativa à organização que prevalece no mundo atual. Ele se resignou a esta vida porque pensa que não pode haver outro modelo de organização da sociedade. E é ai mesmo que se encontra a força da dominação presente: criar a ilusão de que esse sistema que colonizou toda a face da Terra representa o melhor que a humanidade já construiu em termos de organização social. Convenceu os seres humanos de que adaptar-se a sua ideologia é como adaptar-se ao mundo tal qual se mostra e como sempre foi. Sonhar com outro mundo se tornou um crime criticado unanimemente pelos meios de comunicação e os poderes públicos. No Capítulo XIV (A imagem), o autor afirma que, frente à devastação do mundo real, é preciso que o sistema atual colonize a consciência dos escravos. É por isso que no sistema dominante, as forças de repressão são precedidas pela dissuasão, que desde a infância, realiza sua obra de formação de escravos. O ser humano escravizado deve esquecer-se de sua condição servil, de sua prisão, e de sua vida miserável. Basta olhar essa multidão hipnotizada frente às telas de televisão que acompanha sua vida cotidiana. Os detentores do poder econômico e político enganam os escravos modernos vendendo a ideia de que eles podem sonhar em um futuro melhor feita de dinheiro, de glória e de aventura. Existem imagens para todos e por todos os lados. Essas imagens levam consigo a mensagem ideológica da sociedade moderna e serve de instrumento de
  • 4. 4 unificação e de propaganda. Vão crescendo à medida que o homem é desapropriado de seu mundo e de sua vida. Ainda no Capítulo XIV, Jean-François Brient afirma que as crianças são as primeiras vítimas dessas imagens televisivas, pois se trata de sufocar a liberdade desde o berço. É necessário torná-las estúpidas e tirar-lhes toda capacidade de reflexão e de crítica. Tudo isso se faz, evidentemente, com a cumplicidade desconcertante dos pais que não buscam sequer resistir frente à força imponente de todos os meios modernos de comunicação. Os pais deixam que o sistema alienador e medíocre se encarregue da educação de seus filhos. Existem imagens para todas as idades e para todas as classes sociais. Recorrem- se aos instintos mais baixos para vender qualquer mercadoria. E, é a mulher duplamente escrava da sociedade atual, que paga o preço mais alto. Ela é apresentada como simples objeto de consumo. A imagem ainda é, até hoje, a forma de comunicação mais direta e mais eficaz: ela cria modelos, aliena as massas, mente, e promove frustrações. Difunde- se a ideologia mercantil pela imagem, pois o objetivo continua sendo o mesmo: vender, modelos de vida ou produtos, comportamentos ou mercadorias. No Capítulo XV (A diversão), Jean-François Brient afirma que os seres humanos têm diversas opções de diversão, mas esse divertimento só serve para distrair os mesmos dos verdadeiros problemas que lhes afetam. Assim como os imperadores da Roma antiga compravam a submissão do povo com pão e jogos, hoje em dia é com diversões como, por exemplo, o esporte midiatizado, que se compra o silêncio dos escravos modernos. No Capítulo XVI (A linguagem), Jean-François Brient afirma que o controle das consciências passa essencialmente pela utilização viciada da linguagem utilizada pela classe econômica e socialmente dominante. Sendo o detentor de todos os meios de comunicação, os donos do poder difundem a ideologia mercantil através da definição petrificada, parcial e falsa que eles dão das palavras. As palavras são apresentadas como neutras e sua definição como evidente. Porém, estando sob o controle do poder, a linguagem designa sempre algo muito diferente da vida real. É antes de tudo uma linguagem de resignação e impotência, a linguagem da aceitação passiva das coisas tais como são e tais quais devem permanecer. O problema da linguagem está no centro da luta pela emancipação humana. Para que uma mudança radical aconteça, é preciso que uma linguagem defensora da emancipação dos seres humanos seja contraposta à linguagem dominante que leva à sua servidão. No Capítulo XVII (A ilusão do voto e da democracia parlamentar), o autor afirma que os escravos modernos ainda se vêm como cidadãos. Eles acreditam que votam realmente e decidem livremente quem vai defender seus interesses. Como se eles ainda tivessem escolha, apenas conservaram a ilusão. Na democracia parlamentar, os escravos modernos têm a ilusão de que podem escolher eles mesmos o mestre a quem eles deverão servir. Na prática, não existe oposição ao “status quo”, pois os partidos políticos dominantes estão de acordo sobre o essencial que é a conservação da atual sociedade mercantil. Não existem partidos políticos susceptíveis de chegar ao poder que duvidem do dogma do mercado. E são estes partidos que com a cumplicidade midiática monopoliza as aparências. A forma representativa e parlamentar que usurpa o nome da democracia limita o poder dos cidadãos pelo simples direito ao voto, ou seja, a nada. As cadeiras do Parlamento estão ocupadas pela imensa maioria da classe econômica dominante, seja ela de direita ou da pretendida esquerda socialdemocrática. No Capítulo XVIII (O sistema mercantil totalitário), Jean-François Brient afirma que o
  • 5. 5 sistema dominante se define pela onipresença de sua ideologia mercantil que ocupa ao mesmo tempo todo o espaço e todos os setores da vida. Esta ideologia não diz nada mais do que: produza, venda, consuma, acumule! Ela reduziu todas as relações humanas em relações mercantis e considera nosso planeta como uma simples mercadoria. O dever que nos impõe é o trabalho servil. O único direito que ele reconhece é o direito a propriedade privada. O único deus que ele adora é o dinheiro. A onipresença da ideologia, o culto ao dinheiro, o partido único disfarçado de pluralismo parlamentar, a ausência de uma oposição visível e a repressão sob todas as formas contra a vontade de transformar o homem e o mundo. Eis o verdadeiro rosto do totalitarismo moderno que chamamos “democracia liberal” que, porém, é necessário chamá-la pelo seu verdadeiro nome: sistema mercantil totalitário. O homem, a sociedade e o conjunto de nosso planeta estão ao serviço desta ideologia. O sistema mercantil totalitário realizou o que nenhum totalitarismo conseguiu fazer antes: unificar o mundo à sua imagem. Hoje já não existe exílio possível. No Capítulo XIX (Perspectivas), Jean-François Brient afirma que à medida que a opressão se estende por todos os setores da vida, a possibilidade de revolta adquire aspecto de uma guerra civil em escala nacional e global. A destruição da sociedade mercantil totalitária é uma necessidade absoluta em um mundo que já está condenado. Os motins renascem em toda parte do planeta e anunciam a futura revolução. Mas para que desta revolta surja uma revolução vitoriosa, é preciso conscientizar a população e formular um novo modelo de sociedade alternativo ao desumano modelo atual. Para Jean-François Brient o modelo atual deve ser destruído. O que acaba de ser descrito nos parágrafos acima deixa evidenciada a necessidade imperiosa de combater a servidão moderna que toda a humanidade está submetida desencadeando em escala planetária a luta contra o globalizado totalitarismo moderno que demonstra ser o maior inimigo de todos os povos do mundo. Um fato é indiscutível: sem a derrocada do totalitarismo moderno em escala nacional e global, não serão superados os problemas que afetam o ser humano em cada país isoladamente. * Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).