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FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional
e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO SÉCULO XXI
Fernando Alcoforado
Abstract: This article aims to show the biggest environmental problems facing humanity in the contemporary era, to
demonstrate the need to replace the current development model for the sustainable development model and to specify
the necessary measures to overcome the biggest environmental problems, among which includes education for
sustainable development..
Resumo: Este artigo tem por objetivo mostrar os maiores problemas ambientais enfrentados pela humanidade na era
contemporânea, demonstrar a necessidade de substituição do modelo de desenvolvimento atual pelo modelo de
desenvolvimento sustentável e especificar as medidas necessárias para superação dos maiores problemas ambientais,
entre as quais se inclui a educação para o desenvolvimento sustentável.
Keywords: Sustainable development. Depletion of natural resources of planet Earth. Global warming.
Environmental education.
Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável. Exaustão dos recursos naturais do planeta Terra. Aquecimento
global. Educação ambiental.
1. Introdução
A humanidade se defronta no século XXI com dois gigantescos problemas: 1) a
exaustão dos recursos naturais do planeta Terra; e, 2) o aquecimento global e a
consequente mudança climática catastrófica. Estes problemas demonstram a
insustentabilidade do modelo de desenvolvimento atual. Os fatos da vida estão
evidenciando cada vez mais a necessidade de que o paradigma que tem norteado o
desenvolvimento da sociedade humana desde a 1ª. Revolução Industrial seja
profundamente modificado. Esta situação evidencia a necessidade de que haja
mudanças no paradigma que tem norteado o processo de desenvolvimento atual porque
ele é o grande responsável pelo comprometimento do meio ambiente de todo o planeta
Terra. Para evitar o futuro catastrófico que se prenuncia para a humanidade resultante da
exaustão dos recursos naturais do planeta Terra e do aquecimento global, é
imprescindível a implementação do modelo de desenvolvimento sustentável, que tem
por objetivo atender as necessidades atuais da população da Terra sem comprometer
seus recursos naturais e o meio ambiente, legando-os às gerações futuras.

Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento
(Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos
Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic
and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft &
Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e
Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento
global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes
do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil-
Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015). Possui blog na
Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail: falcoforado@uol.com.br
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e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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2. A exaustão dos recursos naturais do planeta Terra
Um fato indiscutível é o de que a humanidade já consome mais recursos naturais do que
o planeta é capaz de repor. O ritmo atual de consumo é uma ameaça para a prosperidade
futura da humanidade. Nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais do
planeta dobrou, devido à elevação do padrão de vida nos países ricos e emergentes e ao
aumento da população mundial. Todos os dados disponíveis apontam no sentido de que
o planeta Terra já está atingindo seus limites no uso de seus recursos naturais. Um
desses dados diz respeito à pegada ecológica que é uma boa forma de dimensionar o
impacto do ser humano no planeta Terra. Sobre a pegada ecológica, é oportuno observar
que é uma metodologia utilizada para medir as quantidades de terra e água (em termos
de hectares globais - gha) que seriam necessárias para sustentar o consumo da
população.
A pegada ecológica é um cálculo do que cada pessoa, cada país e, por fim, a população
mundial consome em recursos naturais. A medição é feita em hectares, e seis categorias
são avaliadas: terras para cultivo, campos de pastagem, florestas, áreas para pesca,
demandas de carbono e terrenos para a construção de prédios. Considerando cinco tipos
de superfície (áreas cultivadas, pastagens, florestas, áreas de pesca e áreas edificadas), o
planeta Terra possui aproximadamente 13,4 bilhões de hectares globais (gha) de terra e
água biologicamente produtivas segundo dados de 2010 da Global Footprint Network e
a pegada ecológica da humanidade atingiu a marca de 2,7 hectares globais (gha) por
pessoa, em 2007, para uma população mundial de 6,7 bilhões de habitantes na mesma
data (segundo a ONU) (Ver o artigo A terra no limite de José Eustáquio Diniz Alves
disponível no website <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/terra-
limite-humanidade-recursos-naturais-planeta-situacao-sustentavel-637804.shtml.>).
Com a pegada ecológica da humanidade de 2,7 hectares globais (gha) por pessoa
significa dizer que para sustentar a população atual na Terra de 7 bilhões de habitantes
seriam necessários 18,9 bilhões de gha (2,7 gha x 7 bilhões de habitantes) que é superior
a 13,4 bilhões de hectares globais (gha) de terra e água biologicamente produtivas da
Terra, fato este que indica que já ultrapassamos a capacidade de regeneração do planeta
no nível médio de consumo mundial atual. Hoje, por conta do atual ritmo de consumo, a
demanda por recursos naturais excede em 41% a capacidade de reposição da Terra. Se a
escalada dessa demanda continuar no ritmo atual, em 2030, com uma população
planetária estimada em 10 bilhões de pessoas, serão necessárias duas Terras para
satisfazê-la. Ressalte-se que, a partir de 2050, quando a população mundial poderá
ultrapassar 10 bilhões de habitantes, o planeta Terra poderá não resistir a tamanha
demanda por recursos naturais.
Atualmente, mais de 80% da população mundial vivem em países que usam mais
recursos do que seus próprios ecossistemas conseguem renovar. Os países capitalistas
centrais (União Europeia, Estados Unidos e Japão), devedores ecológicos, já esgotaram
seus próprios recursos e têm de importá-los. No levantamento da Global Footprint
Network, os japoneses consomem 7,1 vezes mais do que têm e seriam necessárias
quatro Itália para abastecer os italianos. O padrão de consumo dos países desenvolvidos
desorganiza essa balança. Um fato indiscutível é o de que a humanidade já consome
mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor.
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O abastecimento de água está ameaçado segundo a ONU (Ver o artigo 2,7 bilhões
podem ficar sem água em 2025, diz ONU. Disponível no website <
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2002/020322_secaml.shtml>. A Organização
das Nações Unidas (ONU) anunciou que mais de 2,7 bilhões de pessoas deverão sofrer
com a falta de água em 2025 se o consumo do planeta continuar nos níveis atuais.
A crise que se aproxima está sendo atribuída à má administração dos recursos hídricos,
ao crescimento populacional e às mudanças climáticas por que passa o planeta.
As áreas sob maior risco de enfrentar a falta de água estão nas regiões semiáridas da
Ásia e da parte da África ao sul do deserto do Saara. No Brasil, existe mais de 45
milhões de habitantes sem acesso à água potável e mais de 90 milhões sem acesso à
rede de esgoto, segundo dados do IBGE em 2004.
Hoje a humanidade utiliza 50% da água doce do planeta. Em 40 anos utilizará 80%. A
distribuição geográfica da água doce é desigual. Atualmente 1/3 da população mundial
vive em regiões onde ela é escassa. O uso da água imprópria para o consumo é
responsável por 60% dos doentes do planeta. Metade dos rios do mundo está
contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial (Ver o artigo Cai do Céu, mas
pode faltar disponível no website <http://veja.abril.com.br/300108/p_086.shtml>). A
água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição
internacional pelos recursos hídricos. Muitos países constroem grandes represas
desviando a água dos sistemas naturais de drenagem dos rios em prejuízo de outros. Os
principais conflitos pela água no mundo atual envolvem Israel, Jordânia e Palestina pelo
Rio Jordão, Turquia e Síria pelo Rio Eufrates, China e Índia pelo Rio Brahmaputra,
Botswana, Angola e Namíbia pelo Rio Okavango, Etiópia, Uganda, Sudão e Egito pelo Rio
Nilo e Bangladesh e Índia pelo Rio Ganges.
A produção de alimentos está ameaçada porque apenas 12% das terras do planeta são
cultiváveis. Nos últimos 30 anos dobrou o total de terras cultiváveis atingidas por secas
severas devido ao aquecimento global. Na China a cada 2 anos uma área equivalente ao
estado de Sergipe se transforma em deserto. A atividade pesqueira está ameaçada
porque das 200 espécies de peixe com maior interesse comercial, 120 são exploradas
além do nível sustentável. Neste ritmo, o volume de pescado disponível terá diminuído
em mais de 90% até 2050. Estima-se que 40% da área dos oceanos esteja gravemente
degradada pela ação do homem. Nos últimos 50 anos o número de zonas mortas no
oceano cresceu de 10 vezes (Ver o artigo O WWF alerta para o esgotamento dos
recursos naturais disponível no website <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2008/11/o-
wwf-alerta-para-o-esgotamento-dos.html>).
Está havendo na atualidade mais extração de petróleo do que a capacidade de repor com
novas descobertas. O crescimento da demanda por petróleo vai superar a oferta global
em 2020 ou 2025, apontando que o mundo vive "o crepúsculo do petróleo", isto é, um
momento de transição entre a abundância e a escassez. Muitos cientistas afirmam que o
petróleo se esgotará por volta de 2070 (Ver o artigo O esgotamento de alguns minérios
disponível no website <http://www.brasilescola.com/geografia/o-esgotamento-alguns-
minerios.htm>). A competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior
fonte potencial de conflitos mundiais. A disputa pelo petróleo que ainda resta levará a
um estado de guerra permanente, caracterizado pela presença de grandes potências em
suas regiões produtoras.
No passado, as grandes empresas do setor descobriam mais petróleo por ano do que
eram capazes de extrair, o que não acontece mais hoje em dia. (Ver o artigo de Luciana
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Brafman Disputa por petróleo leva a estado de guerra permanente disponível no web
site <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1710200520.htm>. Caso os países
capitalistas periféricos copiassem os padrões dos países capitalistas desenvolvidos, a
quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes (Ver o
artigo O que é desenvolvimento sustentável? disponível no website
<http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust
entavel/>.
Se o ritmo de extração de recursos minerais continuar como está, a humanidade
certamente verá alguns minérios extinguir-se. Nos últimos dois séculos a extração dos
recursos minerais tornou-se mais intensa, retirando volumes cada vez maiores da
natureza. A preocupação é a de que a maioria desses recursos não é renovável, ou seja,
não são repostos pela natureza. Caso os países capitalistas periféricos copiassem os
padrões dos países capitalistas desenvolvidos, a quantidade de recursos minerais
consumida atualmente aumentaria 200 vezes (Ver o artigo O que é desenvolvimento
sustentável? disponível no website
<http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust
entavel/>. Entre os recursos minerais, o ferro, alumínio e possivelmente o titânio são
abundantes na crosta terrestre cujas reservas podem ser consideradas ilimitadas. No
entanto, os demais minerais não renováveis formados por processos geológicos em
milhões de anos apresentam reservas que se reduzem continuamente sendo tão escassos
e preciosos quanto os combustíveis fósseis (Meadows, Donella, Meadows et alli.
Beyond the limits. Vermont: Chelsea Green Publishing Company, 1992). Os dados
disponíveis sobre as reservas dos recursos minerais apontam no sentido de que o planeta
Terra já está atingindo seus limites.
Estimativa de exaustão de recursos minerais do planeta Terra é apresentada no
artigo Quando os recursos minerais se esgotarão? publicado no website
<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/quando-recursos-minerais-se-
esgotarao-648952.shtml>, baseado na informação da US Geological Survey, órgão do
governo norte-americano responsável por pesquisas geológicas que cruzou informações
sobre o consumo anual, as reservas minerais disponíveis no planeta e sua previsível
extinção. A estimativa é a seguinte: 1) Platina (uso em materiais cirúrgicos)- Extinção
em 2049; 2) Prata (uso na fabricação de espelhos e talheres)- Extinção em 2016;
3) Cobre (uso em fios e cabos e dutos de ar condicionado)- Extinção em
2027; 4) Antimônio (uso em controles remotos e com outros materiais para aumento
da resistência)- Extinção em 2020; 5) Lítio (uso em baterias de celulares, laptops e
videogames)- Extinção em 2053; 6) Fósforo (uso em fertilizantes agrícolas)- Extinção
em 2149; 7) Urânio (uso na geração de energia elétrica)- Extinção em
2026; 8) Índio (uso em em telas de touchscreen de smartphones e tablets)-Extinção
em 2020; 9) Tantalo (uso em lentes de câmeras fotográficas)- Extinção em
2027; 10) Níquel (uso em ligas metálicas de revestimento, de eletrônicos, como os
celulares)- Extinção em 2064; 11) Estanho (uso no revestimento de ligas metálicas,
como as usadas nas latinhas de refrigerante)- Extinção em 2024; 12) Chumbo (uso
em baterias de carros e caminhões e em soldas e rolamentos)- Extinção
em 2015; 13) Ouro (uso como joias e em microships de computadores)- Extinção em
2043; 14) Zinco (uso para cobrir ligas metálicas, impedindo que a ferrugem destrua
objetos como as moedas)- Extinção em 2041.
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e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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Pelo exposto muitos minérios do planeta estão chegando ao fim, o que poderá
interromper o uso de várias tecnologias utilizadas atualmente. Quanto ao petróleo, terá
uma duração de 40 anos de acordo com dados apresentados no website
<http://institutoparacleto.org/2013/05/23/o-futuro-do-petroleo/>. O gás natural dispõe
de reservas que podem garantir sua produção até 60 anos de acordo com o website
<http://exame.abril.com.br/economia/noticias/os-10-paises-com-as-maiores-reservas-
de-gas-natural-do-mundo>. O carvão, por sua vez, tem reservas suficientes para durar
250 anos de acordo com os dados do website
<http://carvaomineral.blogspot.com.br/2006/09/reservas-de-carvo-no-mundo.html>.
O shale gas em exploração recente nos Estados Unidos, que poderia suprir a demanda
doméstica do país por gás natural nos níveis atuais de consumo por mais de 100
anos, é extremamente negativo para o meio ambiente porque gera metade das emissões
de carbono produzidas pelo carvão, além de contaminar os lençóis aquíferos
subterrâneos.
O que acaba de ser descrito sobre a duração das reservas de combustíveis fósseis indica
que, diante da longevidade do carvão, ele poderia ser a fonte de energia a ser utilizada
no futuro quando os demais combustíveis fósseis se exaurirem, fato este que agravaria
ainda mais o efeito estufa na atmosfera. A humanidade precisa tomar consciência da
urgente necessidade da substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis de
energia para evitar o cenário catastrófico da utilização do carvão como fonte de energia,
bem como deve substituir o modelo atual de desenvolvimento pelo desenvolvimento
sustentável, que, por meio da logística reversa, com a reutilização, a recuperação e a
reciclagem de materiais, atingindo assim o chamado ciclo fechado de produção, poderia
adiar a exaustão dos recursos naturais do planeta Terra.
Tudo leva a crer que as guerras do Século XXI terão como fulcro a batalha por recursos
naturais que tendem a não suprir as necessidades humanas. Nosso modelo de
desenvolvimento está atingindo seus limites. Com a falta de recursos naturais
necessários para sua sobrevivência e a ausência de uma governança mundial que seja
capaz de mediar os conflitos, a humanidade tende a uma regressão à barbárie e ao
comportamento cruel. Para evitar este cenário catastrófico, é preciso que todos os
governos de todos os países do mundo celebrem um contrato social planetário que
possibilite o desenvolvimento econômico e social sustentável e o uso racional dos
recursos da natureza em benefício de toda a humanidade.
3. O aquecimento global e a consequente mudança climática catastrófica
O aquecimento global, que era um assunto de interesse exclusivo da comunidade
científica, assume na atualidade uma dimensão muito mais ampla sendo objeto de
preocupação por parte da população mundial e dos governantes em todo o planeta. A
mídia tem contribuído bastante para que a questão do aquecimento global passe a ser
um assunto de interesse geral ao divulgar as mudanças climáticas extremas que vem se
registrando desde a Revolução Industrial na Inglaterra até hoje em várias partes do
mundo, bem como a opinião de inúmeros cientistas e instituições atestando a gravidade
do problema.
O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão — um aumento da
temperatura média da superfície da Terra que vem acontecendo nos últimos 150 anos. O
IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas), estabelecido pela ONU
(Organização das Nações Unidas) diz que grande parte do aquecimento observado no
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e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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planeta se deve muito provavelmente a um aumento do efeito estufa havendo forte
evidência de que o aquecimento global seja devido a atividades humanas. Muitos
meterorologistas e climatólogos consideram provado que a ação humana realmente está
influenciando na ocorrência do fenômeno.
O aquecimento global resulta do efeito estufa provocado pela retenção de calor na baixa
atmosfera da Terra causada pela concentração de gases de diversos tipos. A Terra
recebe radiação emitida pelo Sol que é absorvida pela superfície terrestre aquecendo-a.
Grande parte desta radiação é devolvida para o espaço e a outra parte é absorvida pela
camada de gases que envolve a atmosfera provocando o efeito estufa. É em função deste
fenômeno natural, o efeito estufa, que temos uma temperatura média da Terra na faixa
de 15ºC. Sem este fenômeno, a temperatura média do Planeta seria de -18ºC. A análise
da figura 1 permite constatar que a Terra recebe radiação emitida pelo Sol que é
absorvida pela superfície terrestre aquecendo-a. Grande parte desta radiação é devolvida
para o espaço e a outra parte é absorvida pela camada de gases que envolve a atmosfera
provocando o efeito estufa.
Figura 1- Efeito Estufa
Fonte: Larara, Dakir. Aquecimento Global e Mudanças Climáticas. Curso de Geografia ULBRA –
Canoas, http://www.educacional.com.br.
Para haver equilíbrio climático, o planeta Terra precisa receber a mesma quantidade de
energia que envia de volta para o espaço. Se ocorrer desequilíbrio por algum motivo, o
globo esquenta ou esfria até a temperatura atingir, mais uma vez, a medida exata para a
troca correta de calor. O equilíbrio climático natural foi rompido pela Revolução
Industrial na Inglaterra em 1786. Desde o século XIX, as concentrações de dióxido de
carbono no ar aumentaram 30%, as de metano dobraram e as de óxido nitroso subiram
15%. O aquecimento global é produzido pela atividade humana (antropogênico) no
planeta e também por processos naturais, como a decomposição da matéria orgânica e
as erupções vulcânicas, que produzem dez vezes mais gases que o homem. Por eras, os
processos naturais garantiram sozinhos a manutenção do efeito estufa, sem o qual a vida
não seria possível na Terra. Os gases responsáveis pelo aquecimento global derivados
da atividade humana são produzidos pelos combustíveis fósseis usados nos carros, nas
indústrias e nas termelétricas, pela produção agropecuária e pelas queimadas nas
florestas (Alcoforado, 2010).
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e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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A principal evidência do aquecimento global vem das medições de temperatura em
estações meteorológicas em todo o globo desde 1860. Os dados da figura 2 a seguir
mostram que o aumento médio da temperatura foi de 0.6 ± 0.2 ºC durante o século XX.
Os maiores aumentos foram em dois períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000. De 1945 a
1976, houve uma estabilização no incremento da temperatura que fez com que
temporariamente a comunidade científica suspeitasse que estava a ocorrer um
arrefecimento na temperatura global.
Figura 2- Temperaturas globais
Fonte: SEED. Energia e mudança do clima global. (www.seed.slb.com)
Devido ao efeito estufa, é provável que os futuros desequilíbrios climáticos sejam
abruptos e catastróficos. Haverá um aumento rápido e destrutivo nas temperaturas
globais a menos que as emissões de carbono sejam cortadas. Se a tendência atual
prosseguir, entre 2020 e 2070, a concentração dos gases-estufa poderá duplicar e a
temperatura média superficial da Terra poderá aumentar de cerca de 4 a 5 graus
Centígrados. Estima-se que, mantido o ritmo de incremento atual das emissões de
gases-estufa, a temperatura média do planeta deverá se elevar dos atuais 15 graus
Centígrados para 16,5 graus, na melhor das hipóteses, e 19,5 graus na pior das hipóteses
no ano 2025. No ano 2100, a temperatura média global atingirá 18 graus, na melhor das
hipóteses, e 29 graus Centígrados na pior das hipóteses. O valor mais provável para a
temperatura média global até o final do século 21 seria de 19 graus Centígrados
(Alcoforado, 2010).
A figura 3, mostra a variações da temperatura na superfície da Terra do ano 1000 ao ano
2000 e suas projeções até 2100. Os valores do ano 1000 a 1860 foram estimados e os de
1860 a 2000 foram baseados em observações globais através de instrumentos.
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Figura 3- Variações da temperatura na superfície da Terra: 1000 a 2100
Fonte: Larara, Dakir. Aquecimento Global e Mudanças Climáticas. Curso de Geografia ULBRA –
Canoas, http://www.educacional.com.br.
A figura 4 apresenta o registro passado a partir de 1900 e as projeções da temperatura
média global até 2100.
Figura 4- Temperatura média global e projeções
Fonte:.Revista Veja On-line, Aquecimento Global.
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Tudo indica que o nível dos mares poderá se elevar devido ao aumento da temperatura
global. Poderá haver o derretimento das camadas de gelo depositadas nas calotas
polares e nos cumes das grandes cordilheiras. No ano 2050, o nível dos mares poderá se
elevar a 1,17 metros, no ano 2075 a 2,12 metros e no ano 2100 a 3,45 metros fazendo
desaparecer grandes extensões de terras costeiras, ilhas e cidades litorâneas. Um
número maior de furacões arremeteria com o aumento da temperatura global. Alguns
cientistas estão preocupados de que no futuro, a camada de gelo polar e os glaciares
derretam significativamente. Se isso acontecer, poderá haver um aumento do nível das
águas, em muitos metros. A revista Galileu, no. 170, de junho de 2006, publicou o texto
sob o título O aquecimento global e a economia do país no qual informa que se a capa
de gelo da Antártida desaparecer seria uma catástrofe, pois a região guarda em seu
interior gelo suficiente para fazer o nível global dos mares subir em mais de 65 metros
(Alcoforado, 2010).
Tomando-se por base as conclusões de inúmeros estudos relacionados com o
aquecimento global, se nada for feito para reverter suas tendências atuais, suas
consequências são as seguintes:
 2 a 4,5 °C é a faixa de elevação que deve sofrer a temperatura média global até o
final deste século.
 As calotas polares poderão desaparecer por completo dentro de 100 anos.
 Poderá haver diminuição da cobertura de gelo nos polos e nas cordilheiras, aumento
do nível do mar fazendo submergir ilhas e cidades litorâneas e mudanças dos
padrões climáticos que podem influenciar não somente as atividades humanas, mas
também os ecossistemas.
 40% das árvores da Amazônia podem desaparecer antes do final do século, caso a
temperatura suba de 2 a 3 graus.
 As florestas tropicais serão substituídas por savanas nas regiões onde houver
redução dos lençóis freáticos.
 Cientistas calculam que, quando chegarmos a 2050, milhões de pessoas que vivem
em deltas de rios serão removidas devido a inundações, caso seja mantido o ritmo
atual de aquecimento.
 O clima ficará mais frio apenas no hemisfério norte. Quanto ao resto do mundo a
temperatura média subirá e os padrões de secas e chuvas serão alterados em todo o
planeta.
 O aquecimento da Terra e também outros danos ao ambiente estão fazendo com que
a seleção natural vá num ritmo 50 vezes mais rápido do que o registrado há 100
anos.
 De 9 a 58% das espécies em terra e no mar vão ser extintas nas próximas décadas,
segundo diferentes hipóteses.
 O aumento da temperatura global permite que um ecossistema mude, algumas
espécies podem ser forçadas a sair dos seus habitats (possibilidade de extinção)
devido a mudanças nas condições enquanto outras podem espalhar-se, invadindo
outros ecossistemas.
 Cerca de 20% a 30% de todas as espécies enfrentarão um "alto risco de extinção"
caso a temperatura média global aumente mais 1,5 a 2,5 graus Celsius em relação
aos níveis de 1990. Isto poderá acontecer até 2050.
FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional
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 O efeito estufa contribuirá para diminuir a precipitação atmosférica em algumas
áreas do planeta fazendo com que nelas ocorram temperaturas mais elevadas e maior
evaporação.
 Chuvas devem aumentar em cerca de 20% nas maiores latitudes.
 Várias áreas do globo terrestre poderão ficar alagadas por causa da superabundância
de precipitações, resultando em extensas inundações.
 2.000 quilômetros quadrados se transformarão em deserto devido à falta de chuvas.
 O fluxo dos rios poderá diminuir em 50% ou mais podendo alguns deles secarem
completamente
 Importantes lençóis freáticos poderão ficar seriamente reduzidos, fazendo com que
os poços de irrigação sequem.
 O excesso de gás carbônico na atmosfera está tornando os oceanos mais ácidos. Isso
enfraquece os corais, viveiros do mar, e os plânctons, base da cadeia alimentar
subaquática.
 Os recifes de corais provavelmente sofrerão fortes declínios.
 Os mangues salgados e florestas pantaneiras poderão desaparecer com o aumento do
nível dos mares.
 Aves migratórias e mamíferos sofrerão à medida que mudarem as zonas de
vegetação no Ártico.
 O Ártico, devido ao maior aquecimento relativo, as pequenas ilhas Estados no
Pacífico com o aumento do nível dos mares, a zona ao sul do Saara da África devido
à seca e os deltas de rios densamente povoados na Ásia por causa de cheias sofrerão
bastante com a mudança climática.
A figura 5 a seguir mostra que os países industrializados emitiram a maior parte do CO2
antropogênico (78,8%) de 1900 a 1999.
Figura 5- Países industrializados emitiram a maior parte do CO2 antropogênico
Área proporcional às emissões históricas de CO2 a partir da queima de
combustíveis fósseis (1900-1999)
Fonte: Larara, Dakir. Aquecimento Global e Mudanças Climáticas. Curso de Geografia ULBRA –
Canoas, http://www.educacional.com.br.
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Nos últimos tempos, especialmente durante a realização da Conferência Rio+20 de
desenvolvimento sustentável patrocinado pela ONU, surgiram inúmeros ataques à tese
do aquecimento global e seus efeitos sobre o clima do planeta defendida pelo Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU ao questionar seus
relatórios produzidos com a participação de 2.500 cientistas de 131 países, que reúnem
observações, conclusões, previsões e recomendações de alguns milhares de
climatologistas de todo o mundo. O que estamos testemunhando na atualidade é uma
verdadeira guerra midiática em torno da questão das mudanças climáticas catastróficas e
sua relação com as atividades humanas predatórias como a emissão de gases de efeito
estufa.
Sabotar a ciência tornou-se um elemento rotineiro do momento em que vivemos.
Contratar mercenários da ciência é uma prática das grandes corporações responsáveis
pela utilização de combustíveis fósseis para desqualificar as evidências do aquecimento
global. A missão dos céticos e pseudo cientistas é inflar artificialmente as incertezas
associadas às evidências científicas, evitando ou atrasando assim qualquer medida para
a proteção do meio ambiente de graves consequências para a humanidade. Todas as
ciências são vulneráveis a esse tipo de ataque, uma vez que lidar com a incerteza é sua
característica intrínseca. Qualquer estudo está sujeito à crítica, legítima ou não. A
estratégia adotada para enfraquecer até as conclusões científicas mais robustas é
simples, bastando destacar seletivamente as incertezas, atacando os principais estudos
um por um e, o mais importante, ignorando sistematicamente o peso de suas evidências.
Em contraposição à opinião dos céticos e pseudo cientistas, mais de 255 cientistas
integrantes da Academia de Ciências dos Estados Unidos defenderam a teoria das
mudanças climáticas em artigo publicado em 6 de maio de 2010, na revista Science. No
artigo intitulado As Mudanças Climáticas e a Integridade da Ciência, os 255 cientistas
afirmam que "existem provas consistentes de que os seres humanos estão mudando o
clima de uma forma que ameaça nossas sociedades" (Ver o artigo EUA: cientistas
defendem existência das mudanças climáticas publicado no website
<http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4419952-EI238,00-
EUA+cientistas+defendem+existencia+das+mudancas+climaticas.html> e o artigo
Climate Change and the Integrity of Science publicado no website
<http://www.sciencemag.org/content/328/5979/689.full.pdf?sid=967ede4e-da58-4209-
be61-4523bca2cca3>.)
O texto da revista Science também condena os ataques feitos pelos chamados “céticos
do clima" em relação aos especialistas e instituições que alertam tanto para a existência,
quanto para os possíveis efeitos do aquecimento global. Os pesquisadores afirmam que
muitos dos ataques têm sido impulsionados por interesses específicos de grandes
corporações ou dogma e não pelo esforço honesto de oferecer uma teoria alternativa.
Segundo o artigo, o aumento na temperatura do planeta se deve à maior concentração de
gases de efeito estufa na atmosfera, que por sua vez são causados pelas atividades
humanas. Na conclusão do artigo, os climatologistas dizem que a humanidade tem duas
opções: Omitir os dados científicos e confiar na sorte ou atuar de modo rápido para
reduzir a ameaça das mudanças climáticas.
Ressalte-se que a controvérsia sobre a mudança climática se estabelece entre os
cientistas que defendem a tese que o aquecimento global resulta de causas naturais e
aqueles que defendem que ele resulta das atividades humanas. Este é um assunto que se
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encontra ainda em debate, na comunidade científica, embora muitos meteorologistas e
climatólogos tenham recentemente afirmado publicamente que consideram provado que
a ação humana tem realmente influenciado a evolução deste fenômeno. A maior parte
da comunidade científica defende a tese de que o aquecimento global é da
responsabilidade do homem. O paradigma das causas naturais da mudança climática
está sendo colocado em xeque pelo novo paradigma que atribui ao homem maior
responsabilidade.
4. Política de desenvolvimento sustentável para evitar a exaustão dos recursos
naturais do planeta Terra
Tradicionalmente, os processos de produção se caracterizam pela utilização de recursos
naturais (matéria prima) na fabricação de produtos para o consumo humano cujos
resíduos resultantes são levados para um aterro sanitário. Esta dinâmica operacional que
pode ser denominada como Economia Linear, que está apresentada na Figura 6 abaixo,
tende a contribuir para a continuada exaustão dos recursos naturais do planeta.
Figura 6- Economia Linear
Diferentemente do modelo de Economia Linear, a Economia Circular se preocupa com
o desenvolvimento sustentável ao buscar a eficiência na fabricação de produtos e ao
reaproveitar os resíduos contribuindo, desta forma, no sentido de evitar a exaustão dos
recursos naturais do planeta. A Economia Circular tem como conceito transformar os
resíduos em insumos para a produção de novos produtos (Figura 7).
Figura 7- Economia Circular
Consumo
Humano
Fabricação
de Produtos
Disposição
Final
(Aterro
Sanitário)
Resíduos
Recursos
Naturais
(Matéria
Prima)
Recursos
Naturais
(Matéria
Prima)
Fabricação
de Produtos
Consumo
Humano
Resíduos
Matéria
Prima
Secundária
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Assim como na natureza, na qual os restos de frutas consumidas por animais se
decompõem e viram adubo para as plantas fechando o ciclo, peças de automóveis e
eletrodomésticos usadas, por exemplo, podem ser reprocessadas e reintegradas à cadeia
de produção. Na Figura 7, pode-se constatar que, na Economia Circular, os recursos
naturais, que são utilizados como matérias primas primárias no processo de fabricação,
se transformam em produtos que vão para o consumo humano gerando resíduos sólidos
que, após sua transformação em matéria prima secundária, são usados na fabricação de
produtos e, assim sucessivamente.
Essa nova forma de pensar as cadeias produtivas traz benefícios micro e macro
econômicos, além de estimular a inovação. Os produtos e materiais passam a ser
desenvolvidos para que voltem à cadeia de produção. Com isso, a extração de matéria-
prima diminui e os recursos naturais que entram no ciclo produtivo são utilizados por
mais tempo, preservando o meio ambiente. A necessidade de reciclar e reaproveitar
materiais promove o desenvolvimento de novas relações entre as empresas, que passam
a ser também fornecedoras e consumidoras de materiais que serão reincorporados ao
ciclo produtivo (Nat.Genius. Economia Circular. Publicado no website
<http://www.natgenius.com/EconomiaCircular.aspx>).
Na Economia Circular é aplicada o que se denomina logística reversa que é a área da
logística que trata do retorno de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro
produtivo, conforme está apresentada na Figura 8 a seguir.
Figura 8- Logística reversa
A logística reversa no processo de reciclagem faz com que os materiais retornem a
diferentes centros produtivos em forma de matéria prima. Atividades da administração
da logística reversa preveem o reaproveitamento e remoção de refugo e a administração
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de devoluções. Com uma economia circular, onde tudo pode ser reaproveitado, é
possível reduzir a extração de matéria-prima e o descarte de resíduos no meio ambiente.
Para aprimorar e expandir a experiência de fechamento de ciclo é imprescindível que
consumidores, empresas de varejo, indústrias e governo entendam seu papel nesse
processo. Isso significa também mudar a forma de criar e de utilizar os produtos: eles
não serão mais consumidos e descartados, mas utilizados e transformados em novos
produtos. A logística reversa é uma forma de romper com a Economia Linear, onde a
matéria-prima é extraída, transformada em produtos e descartada após o uso.
Adotar os princípios de Economia Circular é fundamental devido à necessidade do ser
humano aproveitar melhor seus recursos naturais para evitar seu esgotamento futuro e
não causar tantos impactos negativos ao meio ambiente. Para atingir seus objetivos, a
Economia Circular se preocupa basicamente com os seguintes temas: 1) Concepção de
produtos utilizando materiais facilmente recicláveis e não perigosos; 2) Leis ambientais
que estimulem o setor; 3) Reintrodução dos resíduos sólidos à cadeia produtiva; e, 4)
Tratamento e reaproveitamento dos resíduos. Inúmeras universidades na Europa já
oferecem graduação em Economia Circular como é o caso da Alemanha que forma
mestres e doutores em Economia Circular, também conhecida como Economia do Lixo
(Portal Resíduos Sólidos. Economia Circular. Publicado no website <
http://www.portalresiduossolidos.com/economia-circular/>).
O Instituto Brasileiro de Altos Estudos de Direito Público informa que, em 2012, cerca
de 62 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram produzidos no Brasil. Segundo
dados do Ministério do Meio Ambiente, apenas 2% desse material retornam à cadeia
produtiva. Os resíduos que não são reciclados acabam em lixões (17,8%), aterros
controlados (24,2%) e aterros sanitários (58%). O não reaproveitamento dos resíduos
sólidos custa ao país R$ 8 bilhões por ano. Segundo relatório da Ellen MacArthur
Foundation – organização sem fins lucrativos que estuda e estimula a adoção da
economia circular –, 65 bilhões de toneladas de matéria-prima foram inseridas no
sistema produtivo do mundo todo em 2010. Projeções do instituto indicam que até 2020,
a quantidade subirá para 82 bilhões de toneladas por ano (Instituto Brasileiro de Altos
Estudos de Direito Público. Sustentabilidade: Resíduos sólidos: Economia Circular:
Novo negócio: Embraco. Publicado no website
<http://www.altosestudos.com.br/?p=52902>).
Nat. Genius informa que a implantação da Economia Circular não é uma tarefa que
envolve somente as empresas. É necessário que todos os envolvidos no ciclo de vida de
um produto entendam seu papel nesse novo modelo. Em um mundo onde as relações de
produção e comércio são cada vez mais globalizadas, a necessidade de disseminar o
conceito de Economia Circular se faz cada vez mais presente e em larga escala,
incluindo a população consumidora. A disseminação do conceito de Economia Circular
tem ocorrido em vários países. Entre eles, a China, onde a Economia Circular faz parte
da Lei de Promoção da Produção Limpa, promulgada em 2002. Entre as medidas de
conscientização da população estão a rotulagem ecológica de produtos, a difusão de
informações sobre questões ambientais nos veículos de comunicação e os cursos de
Produção Limpa oferecidos pelas instituições de ensino, que têm o objetivo de formar
profissionais familiarizados com a Economia Circular (Nat.Genius. Economia Circular.
Publicado no website <http://www.natgenius.com/EconomiaCircular.aspx>).
Nat. Genius informa ainda que, no Brasil, foi implantada a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (lei de 2010) que visa garantir a responsabilidade compartilhada pelo
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ciclo de vida dos produtos, operação reversa e o acordo setorial. A responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos prevê que todos os agentes do ciclo
produtivo, os consumidores e os serviços públicos tenham atribuições para minimizar o
volume de resíduos sólidos e seus impactos ambientais.
5. Política de desenvolvimento sustentável para combater o aquecimento global
O ano de 2014 foi o mais quente do planeta desde o início dos registros em 1880,
revelou o relatório divulgado pela Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla
em inglês) dos Estados Unidos. Dezembro de 2014 também marcou uma temperatura
média na superfície da Terra e dos oceanos sem precedentes nos últimos 134 anos para
este período do ano. Globalmente, a temperatura média da superfície dos mares foi a
maior da história, 0,57°C acima da média do século XX, enquanto a da superfície da
terra ultrapassou em 1°C esta mesma média. As regiões polares da Terra são locais onde
a mudança climática está tendo impactos visíveis e significativos. O gelo marinho no
Ártico diminuiu drasticamente nos últimos anos. As plataformas de gelo da Antártica
estão se desintegrando e rompendo. A Antártica é a maior massa congelada com 90%
do gelo da Terra. A maior parte do gelo fica na Antártica Oriental que é mais alta, mais
fria e menos propensa a derreter. Na Antártica Ocidental, parte do gelo está em
depressões vulneráveis a derretimento. Dados da Agência Espacial Europeia indicam
que o continente antártico desprendeu 160 bilhões de toneladas métricas de gelo por ano
de 2010 a 2013.
A humanidade se defronta com uma fronteira temporal que não é 2100, mas bem mais
cedo, 2030! Esta data não é arbitrária. Em 2030, viveremos em um planeta que terá
cerca de 9 bilhões de habitantes dos quais dois terços vivendo em uma Terra saturada de
poluição e dejetos já afetada por uma alta sensível de temperaturas. Em 2030, estaremos
entrando em uma fase de penúria em relação ao petróleo e de forte tensão sobre outros
combustíveis fósseis, em um contexto de redução dos recursos naturais e
empobrecimento de terras cultiváveis. A concentração de gás carbônico na atmosfera
que era de 280 ppm (partículas por milhão) em volume no início da era industrial
poderá alcançar no século XXI valores entre 540 e 970 ppm. Este aumento da
concentração de gás carbônico é responsável por 70% do aquecimento global em curso.
O mundo está diante de um desafio que é o de não permitir o aquecimento global no
século XXI superior a dois graus centígrados sem o qual terá que arcar com as
consequências catastróficas resultantes das mudanças climáticas. Para evitar que o
aquecimento global ultrapasse 2 ºC será preciso uma radical descarbonização da
economia mundial. Trata-se de uma tarefa de difícil realização, mas ainda possível.
Neste sentido, o mundo precisa limitar todas as emissões de gás carbônico (CO) a um
trilhão de toneladas.
Um compromisso global objetivando limitar o aumento do aquecimento global a 2 ºC
deverá ser firmado em dezembro deste ano, na Conferência do Clima de Paris, a COP
21. Os estudos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) da
ONU recomendam a redução de emissões de gases do efeito estufa responsáveis pelo
aquecimento global da ordem de 60% a 70% até meados deste século. Para alcançar este
objetivo terá que haver em todos os países do mundo um gigantesco esforço no sentido
de diminuir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa. Até outubro, os países
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e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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apresentaram propostas de corte de emissões, conhecidas como INDCs (da sigla em
inglês Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas).
Este objetivo só será alcançado se a COP 21 adotar políticas que contribuam para: 1)
reformar os setores de energia e transportes; 2) promover o uso de fontes energéticas
renováveis; 3) eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da
Convenção; 4) limitar as emissões de gases do efeito estufa no gerenciamento de
resíduos e dos sistemas energéticos; e, 5) proteger florestas e outros sumidouros de
carbono. O esforço da comunidade internacional deve ser concentrado na eliminação ou
redução da emissão dos gases do efeito estufa na atmosfera provocada pelos fatores
apresentados na Figura 9.
Figura 9- Os vilões do efeito estufa
Fonte: Apocalipse Já. Revista Veja, Edição 1961 de 21 de junho de 2006
A eliminação ou redução da emissão dos gases do efeito estufa na atmosfera provocada
pelas usinas termelétricas com o uso de combustíveis fósseis requer sua substituição por
fontes renováveis de energia (solar, eólica e biomassa) e, em última instância por usinas
nucleares. O desmatamento deve ser combatido com uma fiscalização adequada de
áreas florestais e com a punição exemplar de seus responsáveis. Deve-se incentivar a
substituição do óleo diesel utilizado na agricultura pelo biodiesel, a redução do tamanho
da população bovina responsável pela emissão de metano para a atmosfera, a
substituição do óleo combustível utilizado pela indústria pelo gás natural menos
poluente, o uso do etanol pelos automóveis em substituição à gasolina e a fabricação de
carros elétricos em substituição aos veículos movidos com combustíveis fósseis. Deve-
se promover a substituição do GLP utilizado nas residências e no comércio pelo gás
natural menos poluente. A emissão de gases do efeito estufa resultante da decomposição
do lixo pode ser evitada com o uso do metano produzido nos aterros sanitários na
geração de energia elétrica, bem como na produção de adubo. Nas refinarias, deveria
haver um esforço no sentido de reduzir a produção de derivados de petróleo
paralelamente à adoção de medidas voltadas para a redução do consumo de derivados
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e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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de petróleo. As refinarias deveriam estar voltadas fundamentalmente para a produção de
derivados de petróleo de uso mais nobre, isto é, como matéria prima industrial.
Portanto, para eliminar ou reduzir as emissões de gases do efeito estufa e impedir as
mudanças climáticas catastróficas em nosso planeta, urge diminuir o consumo de
petróleo com a adoção de políticas visando a execução de programas que contribuam
para sua substituição por outros recursos energéticos. Neste sentido, é preciso efetuar a:
1) geração de energia elétrica com o uso de fontes renováveis de energia (solar, eólica e
biomassa); 2) substituição da gasolina pelo etanol e do diesel pelo biodiesel em curto
prazo no setor de transporte; 3) substituição da gasolina e do óleo diesel pelo hidrogênio
a médio e longo prazo no setor de transporte; 4) substituição do óleo combustível pelo
gás natural e biomassa na indústria; 5) substituição do carvão mineral pelo gás natural
na indústria; 6) substituição do óleo diesel pela biomassa e gás natural no setor
energético; e, 7) substituição do GLP pelo gás natural no setor residencial e de serviços.
Adicionalmente, é imprescindível a adoção de políticas energéticas visando a execução
de programas que contribuam para redução do consumo de petróleo através de ações de
economia de energia. As políticas de economia de energia consistiriam no seguinte: 1)
produzir vapor e eletricidade na indústria com o uso de sistemas de cogeração; 2)
incentivar as montadoras de automóveis e caminhões no sentido de elevar a eficiência
dos veículos automotores para reduzir o consumo de combustíveis; 3) expandir os
sistemas ferroviários e hidroviários para o transporte de carga em substituição aos
caminhões; 4) expandir o sistema de transporte coletivo, sobretudo o transporte de
massa de alta capacidade como o metrô ou VLT para reduzir o uso de automóveis nas
cidades; 5) restringir o uso de automóveis nos centros e em outras áreas das cidades; 6)
incentivar a fabricação de máquinas e equipamentos de maior eficiência para
economizar energia e de veículos elétricos; e, 7) utilizar derivados de petróleo
principalmente para fins não energéticos, sobretudo como matéria prima industrial.
Recentemente, encontro realizado em Lima no Peru delineou os elementos principais do
próximo acordo global do clima, a ser assinado em Paris em dezembro deste ano. O
texto final, "Chamamento de Lima para a Ação sobre o Clima", aponta os elementos
principais do próximo acordo global do clima visando a redução de emissões de gases
de efeito-estufa no período pós-2030. Espera-se que, em Paris, o mundo chegue,
finalmente, a um acordo. O objetivo é evitar que o aumento da temperatura média do
planeta não ultrapasse 2ºC fazendo as emissões de carbono deixarem de crescer nos
próximos cinco ou dez anos e levá-las a zero em 2100. Além da redução dos gases do
efeito estufa, espera-se que em Paris seja dado início à formulação de uma nova ordem
mundial, uma nova civilização, a ser edificada que contribua para organizar as relações
entre os homens na face da Terra, bem como suas relações com a natureza.
6. Política de educação para o desenvolvimento sustentável
A educação para o desenvolvimento sustentável (EDS) é uma dimensão particularmente
importante da educação de qualidade. Ela fornece às pessoas de todos os níveis
educacionais as habilidades, as competências e os conhecimentos necessários para
transmitir valores indispensáveis para o comportamento e para práticas que conduzem
ao desenvolvimento sustentável. A educação para o desenvolvimento sustentável
permite a todo ser humano adquirir conhecimento, habilidades, atitudes e valores
FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional
e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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necessários para formar um futuro sustentável nos planos local e global. A escala e a
diversidade de seus recursos naturais fazem do Brasil um país de importância-chave em
termos da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável.
É fundamental preparar cidadãos para se adaptarem a um ambiente físico mutável e para
abolir padrões de produção e de consumo insustentáveis como os que acontecem no
momento. A EDS deve ser fortalecida e promovida em todos os níveis e em todos os
contextos educativos ao longo da vida dos cidadãos. Isso exige a integração da educação
para o desenvolvimento sustentável nas políticas educacionais e nas práticas nacionais
relevantes de educação, demanda o desenvolvimento de mecanismos eficazes para
vincular os objetivos do aumento do mercado de trabalho verde a programas educativos,
especialmente por meio da educação técnica e profissional e do treinamento vocacional
e exige a reforma formal e não formal dos sistemas educacionais, a fim de preparar
homens e mulheres para o mercado de trabalho verde e retreinar a força de trabalho
existente.
A Assembleia Geral das Nações Unidas a proclamou a Década Internacional da
Educação para o Desenvolvimento Sustentável para o período 2005-2014. A proposta
foi aprovada em dezembro de 2002, durante sua 57ª Sessão. A UNESCO é a agência
líder da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (DEDS) para
estabelecer padrões de qualidade para a educação voltada para o desenvolvimento
sustentável. Seu principal objetivo é o de integrar os princípios, os valores e as práticas
do desenvolvimento sustentável a todos os aspectos da educação e da aprendizagem. A
educação para o futuro sustentável significa incluir questões-chave sobre o
desenvolvimento sustentável no ensino e na aprendizagem como, por exemplo,
mudança climática, redução de riscos de desastres, biodiversidade, redução da pobreza e
consumo sustentável. Também requer métodos participativos de ensino e aprendizagem
para motivar e empoderar alunos a mudar seus comportamentos e tomar atitude em
favor do desenvolvimento sustentável. A Educação para o Desenvolvimento Sustentável
promove competências como pensamento crítico, reflexão sobre cenários futuros e
tomadas de decisão de forma colaborativa.
Isso requer mudanças profundas no modo que a educação é frequentemente praticada
hoje. Esse esforço educacional irá incentivar mudanças de comportamento que virão a
gerar um futuro mais sustentável em termos da integridade ambiental, da viabilidade
econômica e de uma sociedade justa para as gerações presentes e futuras. Isso
representa uma nova visão da educação capaz de ajudar pessoas de todas as idades a
entender melhor o mundo em que vivem, tratando da complexidade e do
interrelacionamento de problemas tais como pobreza, consumo predatório, degradação
ambiental, deterioração urbana, saúde, conflitos e violação dos direitos humanos, que
hoje ameaçam nosso futuro.
O desenvolvimento sustentável só será vitorioso se contar com a compreensão e a
responsabilidade compartilhada de diferentes gerações. A UNESCO é a Agência do
Sistema ONU incumbida de dar seguimento ao Capítulo 36 da Agenda 21, que trata da
educação ambiental em todos os níveis, da formação de educadores e da informação ao
público. Para alcançar um futuro sustentável no planeta Terra, é necessário fomentar,
entre a população, a consciência da importância do meio ambiente. Uma das formas de
as pessoas adquirirem esta consciência, os conhecimentos e habilidades necessárias à
melhoria de sua qualidade de vida se dá por meio da Educação Ambiental (EA)
FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional
e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015
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que não deve ser realizada somente nas escolas. Seus veículos devem ser a educação
formal e não formal e os meios de comunicação de massa.
Uma sociedade estruturada com base no desenvolvimento sustentável é uma sociedade
educada em todas as suas dimensões. Investir em educação é fundamental para alcançar
o desenvolvimento sustentável, a erradicação da pobreza, a equidade e a inclusão social.
A educação detém a chave para a produtividade e para o crescimento sustentável, além
de melhorar os níveis de saúde e de nutrição, de renda e de meios de subsistência,
criando uma condição ideal para o alcance de todos os Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio (ODM) e as metas do Compromisso da Educação para Todos (EPT).
Nenhum país jamais elevou seu nível de desenvolvimento humano sem constante
investimento em educação.
A educação ambiental deve ser uma política pública prioritária na busca pelo
desenvolvimento sustentável, por ser uma das opções mais baratas e fáceis de ser
efetivada, em consonância com um dos principais princípios ambientais que é o da
precaução ou prevenção. O Desenvolvimento Sustentável é um processo no qual as
políticas econômicas, fiscais, comerciais, energéticas, agrícolas e industriais são
organizadas para produzir um desenvolvimento econômico, social e ecologicamente
sustentável. O Desenvolvimento Sustentável implica um novo conceito de crescimento
econômico, que propõe justiça e oportunidade para todas as pessoas do mundo e não só
para uns poucos privilegiados, sem destruir ainda mais os recursos naturais finitos do
mundo nem colocar em dúvida a capacidade de sustentabilidade da Terra.
A educação ambiental objetiva à formação da personalidade despertando a consciência
ecológica em crianças e jovens, além dos adultos, para valorizar e preservar a natureza,
porquanto, de acordo com princípios comumente aceitos, para que se possa prevenir de
maneira adequada, necessário é conscientizar e educar. A educação ambiental é um dos
mecanismos privilegiados para a preservação e conservação da natureza, ensino que há
de ser obrigatório desde a pré-escola, passando pelas escolas de 1° e 2° grau,
especialmente na zona rural, prosseguindo nos cursos superiores.
A partir da Constituição da República Federativa do Brasil, o conceito do
desenvolvimento sustentável, ganhou força, de acordo com a previsão contida no caput,
do art. 225, ao prever que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações. No parágrafo primeiro, inciso VI, do artigo citado,
existe a previsão de determinar ao Poder Público a promoção da educação ambiental em
todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente.
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Educação e desenvolvimento sustentável no século xxi

  • 1. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 1 EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO SÉCULO XXI Fernando Alcoforado Abstract: This article aims to show the biggest environmental problems facing humanity in the contemporary era, to demonstrate the need to replace the current development model for the sustainable development model and to specify the necessary measures to overcome the biggest environmental problems, among which includes education for sustainable development.. Resumo: Este artigo tem por objetivo mostrar os maiores problemas ambientais enfrentados pela humanidade na era contemporânea, demonstrar a necessidade de substituição do modelo de desenvolvimento atual pelo modelo de desenvolvimento sustentável e especificar as medidas necessárias para superação dos maiores problemas ambientais, entre as quais se inclui a educação para o desenvolvimento sustentável. Keywords: Sustainable development. Depletion of natural resources of planet Earth. Global warming. Environmental education. Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável. Exaustão dos recursos naturais do planeta Terra. Aquecimento global. Educação ambiental. 1. Introdução A humanidade se defronta no século XXI com dois gigantescos problemas: 1) a exaustão dos recursos naturais do planeta Terra; e, 2) o aquecimento global e a consequente mudança climática catastrófica. Estes problemas demonstram a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento atual. Os fatos da vida estão evidenciando cada vez mais a necessidade de que o paradigma que tem norteado o desenvolvimento da sociedade humana desde a 1ª. Revolução Industrial seja profundamente modificado. Esta situação evidencia a necessidade de que haja mudanças no paradigma que tem norteado o processo de desenvolvimento atual porque ele é o grande responsável pelo comprometimento do meio ambiente de todo o planeta Terra. Para evitar o futuro catastrófico que se prenuncia para a humanidade resultante da exaustão dos recursos naturais do planeta Terra e do aquecimento global, é imprescindível a implementação do modelo de desenvolvimento sustentável, que tem por objetivo atender as necessidades atuais da população da Terra sem comprometer seus recursos naturais e o meio ambiente, legando-os às gerações futuras.  Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail: falcoforado@uol.com.br
  • 2. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 2 2. A exaustão dos recursos naturais do planeta Terra Um fato indiscutível é o de que a humanidade já consome mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor. O ritmo atual de consumo é uma ameaça para a prosperidade futura da humanidade. Nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais do planeta dobrou, devido à elevação do padrão de vida nos países ricos e emergentes e ao aumento da população mundial. Todos os dados disponíveis apontam no sentido de que o planeta Terra já está atingindo seus limites no uso de seus recursos naturais. Um desses dados diz respeito à pegada ecológica que é uma boa forma de dimensionar o impacto do ser humano no planeta Terra. Sobre a pegada ecológica, é oportuno observar que é uma metodologia utilizada para medir as quantidades de terra e água (em termos de hectares globais - gha) que seriam necessárias para sustentar o consumo da população. A pegada ecológica é um cálculo do que cada pessoa, cada país e, por fim, a população mundial consome em recursos naturais. A medição é feita em hectares, e seis categorias são avaliadas: terras para cultivo, campos de pastagem, florestas, áreas para pesca, demandas de carbono e terrenos para a construção de prédios. Considerando cinco tipos de superfície (áreas cultivadas, pastagens, florestas, áreas de pesca e áreas edificadas), o planeta Terra possui aproximadamente 13,4 bilhões de hectares globais (gha) de terra e água biologicamente produtivas segundo dados de 2010 da Global Footprint Network e a pegada ecológica da humanidade atingiu a marca de 2,7 hectares globais (gha) por pessoa, em 2007, para uma população mundial de 6,7 bilhões de habitantes na mesma data (segundo a ONU) (Ver o artigo A terra no limite de José Eustáquio Diniz Alves disponível no website <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/terra- limite-humanidade-recursos-naturais-planeta-situacao-sustentavel-637804.shtml.>). Com a pegada ecológica da humanidade de 2,7 hectares globais (gha) por pessoa significa dizer que para sustentar a população atual na Terra de 7 bilhões de habitantes seriam necessários 18,9 bilhões de gha (2,7 gha x 7 bilhões de habitantes) que é superior a 13,4 bilhões de hectares globais (gha) de terra e água biologicamente produtivas da Terra, fato este que indica que já ultrapassamos a capacidade de regeneração do planeta no nível médio de consumo mundial atual. Hoje, por conta do atual ritmo de consumo, a demanda por recursos naturais excede em 41% a capacidade de reposição da Terra. Se a escalada dessa demanda continuar no ritmo atual, em 2030, com uma população planetária estimada em 10 bilhões de pessoas, serão necessárias duas Terras para satisfazê-la. Ressalte-se que, a partir de 2050, quando a população mundial poderá ultrapassar 10 bilhões de habitantes, o planeta Terra poderá não resistir a tamanha demanda por recursos naturais. Atualmente, mais de 80% da população mundial vivem em países que usam mais recursos do que seus próprios ecossistemas conseguem renovar. Os países capitalistas centrais (União Europeia, Estados Unidos e Japão), devedores ecológicos, já esgotaram seus próprios recursos e têm de importá-los. No levantamento da Global Footprint Network, os japoneses consomem 7,1 vezes mais do que têm e seriam necessárias quatro Itália para abastecer os italianos. O padrão de consumo dos países desenvolvidos desorganiza essa balança. Um fato indiscutível é o de que a humanidade já consome mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor.
  • 3. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 3 O abastecimento de água está ameaçado segundo a ONU (Ver o artigo 2,7 bilhões podem ficar sem água em 2025, diz ONU. Disponível no website < http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2002/020322_secaml.shtml>. A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que mais de 2,7 bilhões de pessoas deverão sofrer com a falta de água em 2025 se o consumo do planeta continuar nos níveis atuais. A crise que se aproxima está sendo atribuída à má administração dos recursos hídricos, ao crescimento populacional e às mudanças climáticas por que passa o planeta. As áreas sob maior risco de enfrentar a falta de água estão nas regiões semiáridas da Ásia e da parte da África ao sul do deserto do Saara. No Brasil, existe mais de 45 milhões de habitantes sem acesso à água potável e mais de 90 milhões sem acesso à rede de esgoto, segundo dados do IBGE em 2004. Hoje a humanidade utiliza 50% da água doce do planeta. Em 40 anos utilizará 80%. A distribuição geográfica da água doce é desigual. Atualmente 1/3 da população mundial vive em regiões onde ela é escassa. O uso da água imprópria para o consumo é responsável por 60% dos doentes do planeta. Metade dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial (Ver o artigo Cai do Céu, mas pode faltar disponível no website <http://veja.abril.com.br/300108/p_086.shtml>). A água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição internacional pelos recursos hídricos. Muitos países constroem grandes represas desviando a água dos sistemas naturais de drenagem dos rios em prejuízo de outros. Os principais conflitos pela água no mundo atual envolvem Israel, Jordânia e Palestina pelo Rio Jordão, Turquia e Síria pelo Rio Eufrates, China e Índia pelo Rio Brahmaputra, Botswana, Angola e Namíbia pelo Rio Okavango, Etiópia, Uganda, Sudão e Egito pelo Rio Nilo e Bangladesh e Índia pelo Rio Ganges. A produção de alimentos está ameaçada porque apenas 12% das terras do planeta são cultiváveis. Nos últimos 30 anos dobrou o total de terras cultiváveis atingidas por secas severas devido ao aquecimento global. Na China a cada 2 anos uma área equivalente ao estado de Sergipe se transforma em deserto. A atividade pesqueira está ameaçada porque das 200 espécies de peixe com maior interesse comercial, 120 são exploradas além do nível sustentável. Neste ritmo, o volume de pescado disponível terá diminuído em mais de 90% até 2050. Estima-se que 40% da área dos oceanos esteja gravemente degradada pela ação do homem. Nos últimos 50 anos o número de zonas mortas no oceano cresceu de 10 vezes (Ver o artigo O WWF alerta para o esgotamento dos recursos naturais disponível no website <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2008/11/o- wwf-alerta-para-o-esgotamento-dos.html>). Está havendo na atualidade mais extração de petróleo do que a capacidade de repor com novas descobertas. O crescimento da demanda por petróleo vai superar a oferta global em 2020 ou 2025, apontando que o mundo vive "o crepúsculo do petróleo", isto é, um momento de transição entre a abundância e a escassez. Muitos cientistas afirmam que o petróleo se esgotará por volta de 2070 (Ver o artigo O esgotamento de alguns minérios disponível no website <http://www.brasilescola.com/geografia/o-esgotamento-alguns- minerios.htm>). A competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior fonte potencial de conflitos mundiais. A disputa pelo petróleo que ainda resta levará a um estado de guerra permanente, caracterizado pela presença de grandes potências em suas regiões produtoras. No passado, as grandes empresas do setor descobriam mais petróleo por ano do que eram capazes de extrair, o que não acontece mais hoje em dia. (Ver o artigo de Luciana
  • 4. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 4 Brafman Disputa por petróleo leva a estado de guerra permanente disponível no web site <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1710200520.htm>. Caso os países capitalistas periféricos copiassem os padrões dos países capitalistas desenvolvidos, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes (Ver o artigo O que é desenvolvimento sustentável? disponível no website <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust entavel/>. Se o ritmo de extração de recursos minerais continuar como está, a humanidade certamente verá alguns minérios extinguir-se. Nos últimos dois séculos a extração dos recursos minerais tornou-se mais intensa, retirando volumes cada vez maiores da natureza. A preocupação é a de que a maioria desses recursos não é renovável, ou seja, não são repostos pela natureza. Caso os países capitalistas periféricos copiassem os padrões dos países capitalistas desenvolvidos, a quantidade de recursos minerais consumida atualmente aumentaria 200 vezes (Ver o artigo O que é desenvolvimento sustentável? disponível no website <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust entavel/>. Entre os recursos minerais, o ferro, alumínio e possivelmente o titânio são abundantes na crosta terrestre cujas reservas podem ser consideradas ilimitadas. No entanto, os demais minerais não renováveis formados por processos geológicos em milhões de anos apresentam reservas que se reduzem continuamente sendo tão escassos e preciosos quanto os combustíveis fósseis (Meadows, Donella, Meadows et alli. Beyond the limits. Vermont: Chelsea Green Publishing Company, 1992). Os dados disponíveis sobre as reservas dos recursos minerais apontam no sentido de que o planeta Terra já está atingindo seus limites. Estimativa de exaustão de recursos minerais do planeta Terra é apresentada no artigo Quando os recursos minerais se esgotarão? publicado no website <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/quando-recursos-minerais-se- esgotarao-648952.shtml>, baseado na informação da US Geological Survey, órgão do governo norte-americano responsável por pesquisas geológicas que cruzou informações sobre o consumo anual, as reservas minerais disponíveis no planeta e sua previsível extinção. A estimativa é a seguinte: 1) Platina (uso em materiais cirúrgicos)- Extinção em 2049; 2) Prata (uso na fabricação de espelhos e talheres)- Extinção em 2016; 3) Cobre (uso em fios e cabos e dutos de ar condicionado)- Extinção em 2027; 4) Antimônio (uso em controles remotos e com outros materiais para aumento da resistência)- Extinção em 2020; 5) Lítio (uso em baterias de celulares, laptops e videogames)- Extinção em 2053; 6) Fósforo (uso em fertilizantes agrícolas)- Extinção em 2149; 7) Urânio (uso na geração de energia elétrica)- Extinção em 2026; 8) Índio (uso em em telas de touchscreen de smartphones e tablets)-Extinção em 2020; 9) Tantalo (uso em lentes de câmeras fotográficas)- Extinção em 2027; 10) Níquel (uso em ligas metálicas de revestimento, de eletrônicos, como os celulares)- Extinção em 2064; 11) Estanho (uso no revestimento de ligas metálicas, como as usadas nas latinhas de refrigerante)- Extinção em 2024; 12) Chumbo (uso em baterias de carros e caminhões e em soldas e rolamentos)- Extinção em 2015; 13) Ouro (uso como joias e em microships de computadores)- Extinção em 2043; 14) Zinco (uso para cobrir ligas metálicas, impedindo que a ferrugem destrua objetos como as moedas)- Extinção em 2041.
  • 5. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 5 Pelo exposto muitos minérios do planeta estão chegando ao fim, o que poderá interromper o uso de várias tecnologias utilizadas atualmente. Quanto ao petróleo, terá uma duração de 40 anos de acordo com dados apresentados no website <http://institutoparacleto.org/2013/05/23/o-futuro-do-petroleo/>. O gás natural dispõe de reservas que podem garantir sua produção até 60 anos de acordo com o website <http://exame.abril.com.br/economia/noticias/os-10-paises-com-as-maiores-reservas- de-gas-natural-do-mundo>. O carvão, por sua vez, tem reservas suficientes para durar 250 anos de acordo com os dados do website <http://carvaomineral.blogspot.com.br/2006/09/reservas-de-carvo-no-mundo.html>. O shale gas em exploração recente nos Estados Unidos, que poderia suprir a demanda doméstica do país por gás natural nos níveis atuais de consumo por mais de 100 anos, é extremamente negativo para o meio ambiente porque gera metade das emissões de carbono produzidas pelo carvão, além de contaminar os lençóis aquíferos subterrâneos. O que acaba de ser descrito sobre a duração das reservas de combustíveis fósseis indica que, diante da longevidade do carvão, ele poderia ser a fonte de energia a ser utilizada no futuro quando os demais combustíveis fósseis se exaurirem, fato este que agravaria ainda mais o efeito estufa na atmosfera. A humanidade precisa tomar consciência da urgente necessidade da substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia para evitar o cenário catastrófico da utilização do carvão como fonte de energia, bem como deve substituir o modelo atual de desenvolvimento pelo desenvolvimento sustentável, que, por meio da logística reversa, com a reutilização, a recuperação e a reciclagem de materiais, atingindo assim o chamado ciclo fechado de produção, poderia adiar a exaustão dos recursos naturais do planeta Terra. Tudo leva a crer que as guerras do Século XXI terão como fulcro a batalha por recursos naturais que tendem a não suprir as necessidades humanas. Nosso modelo de desenvolvimento está atingindo seus limites. Com a falta de recursos naturais necessários para sua sobrevivência e a ausência de uma governança mundial que seja capaz de mediar os conflitos, a humanidade tende a uma regressão à barbárie e ao comportamento cruel. Para evitar este cenário catastrófico, é preciso que todos os governos de todos os países do mundo celebrem um contrato social planetário que possibilite o desenvolvimento econômico e social sustentável e o uso racional dos recursos da natureza em benefício de toda a humanidade. 3. O aquecimento global e a consequente mudança climática catastrófica O aquecimento global, que era um assunto de interesse exclusivo da comunidade científica, assume na atualidade uma dimensão muito mais ampla sendo objeto de preocupação por parte da população mundial e dos governantes em todo o planeta. A mídia tem contribuído bastante para que a questão do aquecimento global passe a ser um assunto de interesse geral ao divulgar as mudanças climáticas extremas que vem se registrando desde a Revolução Industrial na Inglaterra até hoje em várias partes do mundo, bem como a opinião de inúmeros cientistas e instituições atestando a gravidade do problema. O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão — um aumento da temperatura média da superfície da Terra que vem acontecendo nos últimos 150 anos. O IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas), estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) diz que grande parte do aquecimento observado no
  • 6. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 6 planeta se deve muito provavelmente a um aumento do efeito estufa havendo forte evidência de que o aquecimento global seja devido a atividades humanas. Muitos meterorologistas e climatólogos consideram provado que a ação humana realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno. O aquecimento global resulta do efeito estufa provocado pela retenção de calor na baixa atmosfera da Terra causada pela concentração de gases de diversos tipos. A Terra recebe radiação emitida pelo Sol que é absorvida pela superfície terrestre aquecendo-a. Grande parte desta radiação é devolvida para o espaço e a outra parte é absorvida pela camada de gases que envolve a atmosfera provocando o efeito estufa. É em função deste fenômeno natural, o efeito estufa, que temos uma temperatura média da Terra na faixa de 15ºC. Sem este fenômeno, a temperatura média do Planeta seria de -18ºC. A análise da figura 1 permite constatar que a Terra recebe radiação emitida pelo Sol que é absorvida pela superfície terrestre aquecendo-a. Grande parte desta radiação é devolvida para o espaço e a outra parte é absorvida pela camada de gases que envolve a atmosfera provocando o efeito estufa. Figura 1- Efeito Estufa Fonte: Larara, Dakir. Aquecimento Global e Mudanças Climáticas. Curso de Geografia ULBRA – Canoas, http://www.educacional.com.br. Para haver equilíbrio climático, o planeta Terra precisa receber a mesma quantidade de energia que envia de volta para o espaço. Se ocorrer desequilíbrio por algum motivo, o globo esquenta ou esfria até a temperatura atingir, mais uma vez, a medida exata para a troca correta de calor. O equilíbrio climático natural foi rompido pela Revolução Industrial na Inglaterra em 1786. Desde o século XIX, as concentrações de dióxido de carbono no ar aumentaram 30%, as de metano dobraram e as de óxido nitroso subiram 15%. O aquecimento global é produzido pela atividade humana (antropogênico) no planeta e também por processos naturais, como a decomposição da matéria orgânica e as erupções vulcânicas, que produzem dez vezes mais gases que o homem. Por eras, os processos naturais garantiram sozinhos a manutenção do efeito estufa, sem o qual a vida não seria possível na Terra. Os gases responsáveis pelo aquecimento global derivados da atividade humana são produzidos pelos combustíveis fósseis usados nos carros, nas indústrias e nas termelétricas, pela produção agropecuária e pelas queimadas nas florestas (Alcoforado, 2010).
  • 7. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 7 A principal evidência do aquecimento global vem das medições de temperatura em estações meteorológicas em todo o globo desde 1860. Os dados da figura 2 a seguir mostram que o aumento médio da temperatura foi de 0.6 ± 0.2 ºC durante o século XX. Os maiores aumentos foram em dois períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000. De 1945 a 1976, houve uma estabilização no incremento da temperatura que fez com que temporariamente a comunidade científica suspeitasse que estava a ocorrer um arrefecimento na temperatura global. Figura 2- Temperaturas globais Fonte: SEED. Energia e mudança do clima global. (www.seed.slb.com) Devido ao efeito estufa, é provável que os futuros desequilíbrios climáticos sejam abruptos e catastróficos. Haverá um aumento rápido e destrutivo nas temperaturas globais a menos que as emissões de carbono sejam cortadas. Se a tendência atual prosseguir, entre 2020 e 2070, a concentração dos gases-estufa poderá duplicar e a temperatura média superficial da Terra poderá aumentar de cerca de 4 a 5 graus Centígrados. Estima-se que, mantido o ritmo de incremento atual das emissões de gases-estufa, a temperatura média do planeta deverá se elevar dos atuais 15 graus Centígrados para 16,5 graus, na melhor das hipóteses, e 19,5 graus na pior das hipóteses no ano 2025. No ano 2100, a temperatura média global atingirá 18 graus, na melhor das hipóteses, e 29 graus Centígrados na pior das hipóteses. O valor mais provável para a temperatura média global até o final do século 21 seria de 19 graus Centígrados (Alcoforado, 2010). A figura 3, mostra a variações da temperatura na superfície da Terra do ano 1000 ao ano 2000 e suas projeções até 2100. Os valores do ano 1000 a 1860 foram estimados e os de 1860 a 2000 foram baseados em observações globais através de instrumentos.
  • 8. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 8 Figura 3- Variações da temperatura na superfície da Terra: 1000 a 2100 Fonte: Larara, Dakir. Aquecimento Global e Mudanças Climáticas. Curso de Geografia ULBRA – Canoas, http://www.educacional.com.br. A figura 4 apresenta o registro passado a partir de 1900 e as projeções da temperatura média global até 2100. Figura 4- Temperatura média global e projeções Fonte:.Revista Veja On-line, Aquecimento Global.
  • 9. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 9 Tudo indica que o nível dos mares poderá se elevar devido ao aumento da temperatura global. Poderá haver o derretimento das camadas de gelo depositadas nas calotas polares e nos cumes das grandes cordilheiras. No ano 2050, o nível dos mares poderá se elevar a 1,17 metros, no ano 2075 a 2,12 metros e no ano 2100 a 3,45 metros fazendo desaparecer grandes extensões de terras costeiras, ilhas e cidades litorâneas. Um número maior de furacões arremeteria com o aumento da temperatura global. Alguns cientistas estão preocupados de que no futuro, a camada de gelo polar e os glaciares derretam significativamente. Se isso acontecer, poderá haver um aumento do nível das águas, em muitos metros. A revista Galileu, no. 170, de junho de 2006, publicou o texto sob o título O aquecimento global e a economia do país no qual informa que se a capa de gelo da Antártida desaparecer seria uma catástrofe, pois a região guarda em seu interior gelo suficiente para fazer o nível global dos mares subir em mais de 65 metros (Alcoforado, 2010). Tomando-se por base as conclusões de inúmeros estudos relacionados com o aquecimento global, se nada for feito para reverter suas tendências atuais, suas consequências são as seguintes:  2 a 4,5 °C é a faixa de elevação que deve sofrer a temperatura média global até o final deste século.  As calotas polares poderão desaparecer por completo dentro de 100 anos.  Poderá haver diminuição da cobertura de gelo nos polos e nas cordilheiras, aumento do nível do mar fazendo submergir ilhas e cidades litorâneas e mudanças dos padrões climáticos que podem influenciar não somente as atividades humanas, mas também os ecossistemas.  40% das árvores da Amazônia podem desaparecer antes do final do século, caso a temperatura suba de 2 a 3 graus.  As florestas tropicais serão substituídas por savanas nas regiões onde houver redução dos lençóis freáticos.  Cientistas calculam que, quando chegarmos a 2050, milhões de pessoas que vivem em deltas de rios serão removidas devido a inundações, caso seja mantido o ritmo atual de aquecimento.  O clima ficará mais frio apenas no hemisfério norte. Quanto ao resto do mundo a temperatura média subirá e os padrões de secas e chuvas serão alterados em todo o planeta.  O aquecimento da Terra e também outros danos ao ambiente estão fazendo com que a seleção natural vá num ritmo 50 vezes mais rápido do que o registrado há 100 anos.  De 9 a 58% das espécies em terra e no mar vão ser extintas nas próximas décadas, segundo diferentes hipóteses.  O aumento da temperatura global permite que um ecossistema mude, algumas espécies podem ser forçadas a sair dos seus habitats (possibilidade de extinção) devido a mudanças nas condições enquanto outras podem espalhar-se, invadindo outros ecossistemas.  Cerca de 20% a 30% de todas as espécies enfrentarão um "alto risco de extinção" caso a temperatura média global aumente mais 1,5 a 2,5 graus Celsius em relação aos níveis de 1990. Isto poderá acontecer até 2050.
  • 10. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 10  O efeito estufa contribuirá para diminuir a precipitação atmosférica em algumas áreas do planeta fazendo com que nelas ocorram temperaturas mais elevadas e maior evaporação.  Chuvas devem aumentar em cerca de 20% nas maiores latitudes.  Várias áreas do globo terrestre poderão ficar alagadas por causa da superabundância de precipitações, resultando em extensas inundações.  2.000 quilômetros quadrados se transformarão em deserto devido à falta de chuvas.  O fluxo dos rios poderá diminuir em 50% ou mais podendo alguns deles secarem completamente  Importantes lençóis freáticos poderão ficar seriamente reduzidos, fazendo com que os poços de irrigação sequem.  O excesso de gás carbônico na atmosfera está tornando os oceanos mais ácidos. Isso enfraquece os corais, viveiros do mar, e os plânctons, base da cadeia alimentar subaquática.  Os recifes de corais provavelmente sofrerão fortes declínios.  Os mangues salgados e florestas pantaneiras poderão desaparecer com o aumento do nível dos mares.  Aves migratórias e mamíferos sofrerão à medida que mudarem as zonas de vegetação no Ártico.  O Ártico, devido ao maior aquecimento relativo, as pequenas ilhas Estados no Pacífico com o aumento do nível dos mares, a zona ao sul do Saara da África devido à seca e os deltas de rios densamente povoados na Ásia por causa de cheias sofrerão bastante com a mudança climática. A figura 5 a seguir mostra que os países industrializados emitiram a maior parte do CO2 antropogênico (78,8%) de 1900 a 1999. Figura 5- Países industrializados emitiram a maior parte do CO2 antropogênico Área proporcional às emissões históricas de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis (1900-1999) Fonte: Larara, Dakir. Aquecimento Global e Mudanças Climáticas. Curso de Geografia ULBRA – Canoas, http://www.educacional.com.br.
  • 11. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 11 Nos últimos tempos, especialmente durante a realização da Conferência Rio+20 de desenvolvimento sustentável patrocinado pela ONU, surgiram inúmeros ataques à tese do aquecimento global e seus efeitos sobre o clima do planeta defendida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU ao questionar seus relatórios produzidos com a participação de 2.500 cientistas de 131 países, que reúnem observações, conclusões, previsões e recomendações de alguns milhares de climatologistas de todo o mundo. O que estamos testemunhando na atualidade é uma verdadeira guerra midiática em torno da questão das mudanças climáticas catastróficas e sua relação com as atividades humanas predatórias como a emissão de gases de efeito estufa. Sabotar a ciência tornou-se um elemento rotineiro do momento em que vivemos. Contratar mercenários da ciência é uma prática das grandes corporações responsáveis pela utilização de combustíveis fósseis para desqualificar as evidências do aquecimento global. A missão dos céticos e pseudo cientistas é inflar artificialmente as incertezas associadas às evidências científicas, evitando ou atrasando assim qualquer medida para a proteção do meio ambiente de graves consequências para a humanidade. Todas as ciências são vulneráveis a esse tipo de ataque, uma vez que lidar com a incerteza é sua característica intrínseca. Qualquer estudo está sujeito à crítica, legítima ou não. A estratégia adotada para enfraquecer até as conclusões científicas mais robustas é simples, bastando destacar seletivamente as incertezas, atacando os principais estudos um por um e, o mais importante, ignorando sistematicamente o peso de suas evidências. Em contraposição à opinião dos céticos e pseudo cientistas, mais de 255 cientistas integrantes da Academia de Ciências dos Estados Unidos defenderam a teoria das mudanças climáticas em artigo publicado em 6 de maio de 2010, na revista Science. No artigo intitulado As Mudanças Climáticas e a Integridade da Ciência, os 255 cientistas afirmam que "existem provas consistentes de que os seres humanos estão mudando o clima de uma forma que ameaça nossas sociedades" (Ver o artigo EUA: cientistas defendem existência das mudanças climáticas publicado no website <http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4419952-EI238,00- EUA+cientistas+defendem+existencia+das+mudancas+climaticas.html> e o artigo Climate Change and the Integrity of Science publicado no website <http://www.sciencemag.org/content/328/5979/689.full.pdf?sid=967ede4e-da58-4209- be61-4523bca2cca3>.) O texto da revista Science também condena os ataques feitos pelos chamados “céticos do clima" em relação aos especialistas e instituições que alertam tanto para a existência, quanto para os possíveis efeitos do aquecimento global. Os pesquisadores afirmam que muitos dos ataques têm sido impulsionados por interesses específicos de grandes corporações ou dogma e não pelo esforço honesto de oferecer uma teoria alternativa. Segundo o artigo, o aumento na temperatura do planeta se deve à maior concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, que por sua vez são causados pelas atividades humanas. Na conclusão do artigo, os climatologistas dizem que a humanidade tem duas opções: Omitir os dados científicos e confiar na sorte ou atuar de modo rápido para reduzir a ameaça das mudanças climáticas. Ressalte-se que a controvérsia sobre a mudança climática se estabelece entre os cientistas que defendem a tese que o aquecimento global resulta de causas naturais e aqueles que defendem que ele resulta das atividades humanas. Este é um assunto que se
  • 12. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 12 encontra ainda em debate, na comunidade científica, embora muitos meteorologistas e climatólogos tenham recentemente afirmado publicamente que consideram provado que a ação humana tem realmente influenciado a evolução deste fenômeno. A maior parte da comunidade científica defende a tese de que o aquecimento global é da responsabilidade do homem. O paradigma das causas naturais da mudança climática está sendo colocado em xeque pelo novo paradigma que atribui ao homem maior responsabilidade. 4. Política de desenvolvimento sustentável para evitar a exaustão dos recursos naturais do planeta Terra Tradicionalmente, os processos de produção se caracterizam pela utilização de recursos naturais (matéria prima) na fabricação de produtos para o consumo humano cujos resíduos resultantes são levados para um aterro sanitário. Esta dinâmica operacional que pode ser denominada como Economia Linear, que está apresentada na Figura 6 abaixo, tende a contribuir para a continuada exaustão dos recursos naturais do planeta. Figura 6- Economia Linear Diferentemente do modelo de Economia Linear, a Economia Circular se preocupa com o desenvolvimento sustentável ao buscar a eficiência na fabricação de produtos e ao reaproveitar os resíduos contribuindo, desta forma, no sentido de evitar a exaustão dos recursos naturais do planeta. A Economia Circular tem como conceito transformar os resíduos em insumos para a produção de novos produtos (Figura 7). Figura 7- Economia Circular Consumo Humano Fabricação de Produtos Disposição Final (Aterro Sanitário) Resíduos Recursos Naturais (Matéria Prima) Recursos Naturais (Matéria Prima) Fabricação de Produtos Consumo Humano Resíduos Matéria Prima Secundária
  • 13. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 13 Assim como na natureza, na qual os restos de frutas consumidas por animais se decompõem e viram adubo para as plantas fechando o ciclo, peças de automóveis e eletrodomésticos usadas, por exemplo, podem ser reprocessadas e reintegradas à cadeia de produção. Na Figura 7, pode-se constatar que, na Economia Circular, os recursos naturais, que são utilizados como matérias primas primárias no processo de fabricação, se transformam em produtos que vão para o consumo humano gerando resíduos sólidos que, após sua transformação em matéria prima secundária, são usados na fabricação de produtos e, assim sucessivamente. Essa nova forma de pensar as cadeias produtivas traz benefícios micro e macro econômicos, além de estimular a inovação. Os produtos e materiais passam a ser desenvolvidos para que voltem à cadeia de produção. Com isso, a extração de matéria- prima diminui e os recursos naturais que entram no ciclo produtivo são utilizados por mais tempo, preservando o meio ambiente. A necessidade de reciclar e reaproveitar materiais promove o desenvolvimento de novas relações entre as empresas, que passam a ser também fornecedoras e consumidoras de materiais que serão reincorporados ao ciclo produtivo (Nat.Genius. Economia Circular. Publicado no website <http://www.natgenius.com/EconomiaCircular.aspx>). Na Economia Circular é aplicada o que se denomina logística reversa que é a área da logística que trata do retorno de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo, conforme está apresentada na Figura 8 a seguir. Figura 8- Logística reversa A logística reversa no processo de reciclagem faz com que os materiais retornem a diferentes centros produtivos em forma de matéria prima. Atividades da administração da logística reversa preveem o reaproveitamento e remoção de refugo e a administração
  • 14. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 14 de devoluções. Com uma economia circular, onde tudo pode ser reaproveitado, é possível reduzir a extração de matéria-prima e o descarte de resíduos no meio ambiente. Para aprimorar e expandir a experiência de fechamento de ciclo é imprescindível que consumidores, empresas de varejo, indústrias e governo entendam seu papel nesse processo. Isso significa também mudar a forma de criar e de utilizar os produtos: eles não serão mais consumidos e descartados, mas utilizados e transformados em novos produtos. A logística reversa é uma forma de romper com a Economia Linear, onde a matéria-prima é extraída, transformada em produtos e descartada após o uso. Adotar os princípios de Economia Circular é fundamental devido à necessidade do ser humano aproveitar melhor seus recursos naturais para evitar seu esgotamento futuro e não causar tantos impactos negativos ao meio ambiente. Para atingir seus objetivos, a Economia Circular se preocupa basicamente com os seguintes temas: 1) Concepção de produtos utilizando materiais facilmente recicláveis e não perigosos; 2) Leis ambientais que estimulem o setor; 3) Reintrodução dos resíduos sólidos à cadeia produtiva; e, 4) Tratamento e reaproveitamento dos resíduos. Inúmeras universidades na Europa já oferecem graduação em Economia Circular como é o caso da Alemanha que forma mestres e doutores em Economia Circular, também conhecida como Economia do Lixo (Portal Resíduos Sólidos. Economia Circular. Publicado no website < http://www.portalresiduossolidos.com/economia-circular/>). O Instituto Brasileiro de Altos Estudos de Direito Público informa que, em 2012, cerca de 62 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram produzidos no Brasil. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, apenas 2% desse material retornam à cadeia produtiva. Os resíduos que não são reciclados acabam em lixões (17,8%), aterros controlados (24,2%) e aterros sanitários (58%). O não reaproveitamento dos resíduos sólidos custa ao país R$ 8 bilhões por ano. Segundo relatório da Ellen MacArthur Foundation – organização sem fins lucrativos que estuda e estimula a adoção da economia circular –, 65 bilhões de toneladas de matéria-prima foram inseridas no sistema produtivo do mundo todo em 2010. Projeções do instituto indicam que até 2020, a quantidade subirá para 82 bilhões de toneladas por ano (Instituto Brasileiro de Altos Estudos de Direito Público. Sustentabilidade: Resíduos sólidos: Economia Circular: Novo negócio: Embraco. Publicado no website <http://www.altosestudos.com.br/?p=52902>). Nat. Genius informa que a implantação da Economia Circular não é uma tarefa que envolve somente as empresas. É necessário que todos os envolvidos no ciclo de vida de um produto entendam seu papel nesse novo modelo. Em um mundo onde as relações de produção e comércio são cada vez mais globalizadas, a necessidade de disseminar o conceito de Economia Circular se faz cada vez mais presente e em larga escala, incluindo a população consumidora. A disseminação do conceito de Economia Circular tem ocorrido em vários países. Entre eles, a China, onde a Economia Circular faz parte da Lei de Promoção da Produção Limpa, promulgada em 2002. Entre as medidas de conscientização da população estão a rotulagem ecológica de produtos, a difusão de informações sobre questões ambientais nos veículos de comunicação e os cursos de Produção Limpa oferecidos pelas instituições de ensino, que têm o objetivo de formar profissionais familiarizados com a Economia Circular (Nat.Genius. Economia Circular. Publicado no website <http://www.natgenius.com/EconomiaCircular.aspx>). Nat. Genius informa ainda que, no Brasil, foi implantada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei de 2010) que visa garantir a responsabilidade compartilhada pelo
  • 15. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 15 ciclo de vida dos produtos, operação reversa e o acordo setorial. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos prevê que todos os agentes do ciclo produtivo, os consumidores e os serviços públicos tenham atribuições para minimizar o volume de resíduos sólidos e seus impactos ambientais. 5. Política de desenvolvimento sustentável para combater o aquecimento global O ano de 2014 foi o mais quente do planeta desde o início dos registros em 1880, revelou o relatório divulgado pela Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Dezembro de 2014 também marcou uma temperatura média na superfície da Terra e dos oceanos sem precedentes nos últimos 134 anos para este período do ano. Globalmente, a temperatura média da superfície dos mares foi a maior da história, 0,57°C acima da média do século XX, enquanto a da superfície da terra ultrapassou em 1°C esta mesma média. As regiões polares da Terra são locais onde a mudança climática está tendo impactos visíveis e significativos. O gelo marinho no Ártico diminuiu drasticamente nos últimos anos. As plataformas de gelo da Antártica estão se desintegrando e rompendo. A Antártica é a maior massa congelada com 90% do gelo da Terra. A maior parte do gelo fica na Antártica Oriental que é mais alta, mais fria e menos propensa a derreter. Na Antártica Ocidental, parte do gelo está em depressões vulneráveis a derretimento. Dados da Agência Espacial Europeia indicam que o continente antártico desprendeu 160 bilhões de toneladas métricas de gelo por ano de 2010 a 2013. A humanidade se defronta com uma fronteira temporal que não é 2100, mas bem mais cedo, 2030! Esta data não é arbitrária. Em 2030, viveremos em um planeta que terá cerca de 9 bilhões de habitantes dos quais dois terços vivendo em uma Terra saturada de poluição e dejetos já afetada por uma alta sensível de temperaturas. Em 2030, estaremos entrando em uma fase de penúria em relação ao petróleo e de forte tensão sobre outros combustíveis fósseis, em um contexto de redução dos recursos naturais e empobrecimento de terras cultiváveis. A concentração de gás carbônico na atmosfera que era de 280 ppm (partículas por milhão) em volume no início da era industrial poderá alcançar no século XXI valores entre 540 e 970 ppm. Este aumento da concentração de gás carbônico é responsável por 70% do aquecimento global em curso. O mundo está diante de um desafio que é o de não permitir o aquecimento global no século XXI superior a dois graus centígrados sem o qual terá que arcar com as consequências catastróficas resultantes das mudanças climáticas. Para evitar que o aquecimento global ultrapasse 2 ºC será preciso uma radical descarbonização da economia mundial. Trata-se de uma tarefa de difícil realização, mas ainda possível. Neste sentido, o mundo precisa limitar todas as emissões de gás carbônico (CO) a um trilhão de toneladas. Um compromisso global objetivando limitar o aumento do aquecimento global a 2 ºC deverá ser firmado em dezembro deste ano, na Conferência do Clima de Paris, a COP 21. Os estudos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) da ONU recomendam a redução de emissões de gases do efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global da ordem de 60% a 70% até meados deste século. Para alcançar este objetivo terá que haver em todos os países do mundo um gigantesco esforço no sentido de diminuir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa. Até outubro, os países
  • 16. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 16 apresentaram propostas de corte de emissões, conhecidas como INDCs (da sigla em inglês Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas). Este objetivo só será alcançado se a COP 21 adotar políticas que contribuam para: 1) reformar os setores de energia e transportes; 2) promover o uso de fontes energéticas renováveis; 3) eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção; 4) limitar as emissões de gases do efeito estufa no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos; e, 5) proteger florestas e outros sumidouros de carbono. O esforço da comunidade internacional deve ser concentrado na eliminação ou redução da emissão dos gases do efeito estufa na atmosfera provocada pelos fatores apresentados na Figura 9. Figura 9- Os vilões do efeito estufa Fonte: Apocalipse Já. Revista Veja, Edição 1961 de 21 de junho de 2006 A eliminação ou redução da emissão dos gases do efeito estufa na atmosfera provocada pelas usinas termelétricas com o uso de combustíveis fósseis requer sua substituição por fontes renováveis de energia (solar, eólica e biomassa) e, em última instância por usinas nucleares. O desmatamento deve ser combatido com uma fiscalização adequada de áreas florestais e com a punição exemplar de seus responsáveis. Deve-se incentivar a substituição do óleo diesel utilizado na agricultura pelo biodiesel, a redução do tamanho da população bovina responsável pela emissão de metano para a atmosfera, a substituição do óleo combustível utilizado pela indústria pelo gás natural menos poluente, o uso do etanol pelos automóveis em substituição à gasolina e a fabricação de carros elétricos em substituição aos veículos movidos com combustíveis fósseis. Deve- se promover a substituição do GLP utilizado nas residências e no comércio pelo gás natural menos poluente. A emissão de gases do efeito estufa resultante da decomposição do lixo pode ser evitada com o uso do metano produzido nos aterros sanitários na geração de energia elétrica, bem como na produção de adubo. Nas refinarias, deveria haver um esforço no sentido de reduzir a produção de derivados de petróleo paralelamente à adoção de medidas voltadas para a redução do consumo de derivados
  • 17. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 17 de petróleo. As refinarias deveriam estar voltadas fundamentalmente para a produção de derivados de petróleo de uso mais nobre, isto é, como matéria prima industrial. Portanto, para eliminar ou reduzir as emissões de gases do efeito estufa e impedir as mudanças climáticas catastróficas em nosso planeta, urge diminuir o consumo de petróleo com a adoção de políticas visando a execução de programas que contribuam para sua substituição por outros recursos energéticos. Neste sentido, é preciso efetuar a: 1) geração de energia elétrica com o uso de fontes renováveis de energia (solar, eólica e biomassa); 2) substituição da gasolina pelo etanol e do diesel pelo biodiesel em curto prazo no setor de transporte; 3) substituição da gasolina e do óleo diesel pelo hidrogênio a médio e longo prazo no setor de transporte; 4) substituição do óleo combustível pelo gás natural e biomassa na indústria; 5) substituição do carvão mineral pelo gás natural na indústria; 6) substituição do óleo diesel pela biomassa e gás natural no setor energético; e, 7) substituição do GLP pelo gás natural no setor residencial e de serviços. Adicionalmente, é imprescindível a adoção de políticas energéticas visando a execução de programas que contribuam para redução do consumo de petróleo através de ações de economia de energia. As políticas de economia de energia consistiriam no seguinte: 1) produzir vapor e eletricidade na indústria com o uso de sistemas de cogeração; 2) incentivar as montadoras de automóveis e caminhões no sentido de elevar a eficiência dos veículos automotores para reduzir o consumo de combustíveis; 3) expandir os sistemas ferroviários e hidroviários para o transporte de carga em substituição aos caminhões; 4) expandir o sistema de transporte coletivo, sobretudo o transporte de massa de alta capacidade como o metrô ou VLT para reduzir o uso de automóveis nas cidades; 5) restringir o uso de automóveis nos centros e em outras áreas das cidades; 6) incentivar a fabricação de máquinas e equipamentos de maior eficiência para economizar energia e de veículos elétricos; e, 7) utilizar derivados de petróleo principalmente para fins não energéticos, sobretudo como matéria prima industrial. Recentemente, encontro realizado em Lima no Peru delineou os elementos principais do próximo acordo global do clima, a ser assinado em Paris em dezembro deste ano. O texto final, "Chamamento de Lima para a Ação sobre o Clima", aponta os elementos principais do próximo acordo global do clima visando a redução de emissões de gases de efeito-estufa no período pós-2030. Espera-se que, em Paris, o mundo chegue, finalmente, a um acordo. O objetivo é evitar que o aumento da temperatura média do planeta não ultrapasse 2ºC fazendo as emissões de carbono deixarem de crescer nos próximos cinco ou dez anos e levá-las a zero em 2100. Além da redução dos gases do efeito estufa, espera-se que em Paris seja dado início à formulação de uma nova ordem mundial, uma nova civilização, a ser edificada que contribua para organizar as relações entre os homens na face da Terra, bem como suas relações com a natureza. 6. Política de educação para o desenvolvimento sustentável A educação para o desenvolvimento sustentável (EDS) é uma dimensão particularmente importante da educação de qualidade. Ela fornece às pessoas de todos os níveis educacionais as habilidades, as competências e os conhecimentos necessários para transmitir valores indispensáveis para o comportamento e para práticas que conduzem ao desenvolvimento sustentável. A educação para o desenvolvimento sustentável permite a todo ser humano adquirir conhecimento, habilidades, atitudes e valores
  • 18. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 18 necessários para formar um futuro sustentável nos planos local e global. A escala e a diversidade de seus recursos naturais fazem do Brasil um país de importância-chave em termos da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável. É fundamental preparar cidadãos para se adaptarem a um ambiente físico mutável e para abolir padrões de produção e de consumo insustentáveis como os que acontecem no momento. A EDS deve ser fortalecida e promovida em todos os níveis e em todos os contextos educativos ao longo da vida dos cidadãos. Isso exige a integração da educação para o desenvolvimento sustentável nas políticas educacionais e nas práticas nacionais relevantes de educação, demanda o desenvolvimento de mecanismos eficazes para vincular os objetivos do aumento do mercado de trabalho verde a programas educativos, especialmente por meio da educação técnica e profissional e do treinamento vocacional e exige a reforma formal e não formal dos sistemas educacionais, a fim de preparar homens e mulheres para o mercado de trabalho verde e retreinar a força de trabalho existente. A Assembleia Geral das Nações Unidas a proclamou a Década Internacional da Educação para o Desenvolvimento Sustentável para o período 2005-2014. A proposta foi aprovada em dezembro de 2002, durante sua 57ª Sessão. A UNESCO é a agência líder da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (DEDS) para estabelecer padrões de qualidade para a educação voltada para o desenvolvimento sustentável. Seu principal objetivo é o de integrar os princípios, os valores e as práticas do desenvolvimento sustentável a todos os aspectos da educação e da aprendizagem. A educação para o futuro sustentável significa incluir questões-chave sobre o desenvolvimento sustentável no ensino e na aprendizagem como, por exemplo, mudança climática, redução de riscos de desastres, biodiversidade, redução da pobreza e consumo sustentável. Também requer métodos participativos de ensino e aprendizagem para motivar e empoderar alunos a mudar seus comportamentos e tomar atitude em favor do desenvolvimento sustentável. A Educação para o Desenvolvimento Sustentável promove competências como pensamento crítico, reflexão sobre cenários futuros e tomadas de decisão de forma colaborativa. Isso requer mudanças profundas no modo que a educação é frequentemente praticada hoje. Esse esforço educacional irá incentivar mudanças de comportamento que virão a gerar um futuro mais sustentável em termos da integridade ambiental, da viabilidade econômica e de uma sociedade justa para as gerações presentes e futuras. Isso representa uma nova visão da educação capaz de ajudar pessoas de todas as idades a entender melhor o mundo em que vivem, tratando da complexidade e do interrelacionamento de problemas tais como pobreza, consumo predatório, degradação ambiental, deterioração urbana, saúde, conflitos e violação dos direitos humanos, que hoje ameaçam nosso futuro. O desenvolvimento sustentável só será vitorioso se contar com a compreensão e a responsabilidade compartilhada de diferentes gerações. A UNESCO é a Agência do Sistema ONU incumbida de dar seguimento ao Capítulo 36 da Agenda 21, que trata da educação ambiental em todos os níveis, da formação de educadores e da informação ao público. Para alcançar um futuro sustentável no planeta Terra, é necessário fomentar, entre a população, a consciência da importância do meio ambiente. Uma das formas de as pessoas adquirirem esta consciência, os conhecimentos e habilidades necessárias à melhoria de sua qualidade de vida se dá por meio da Educação Ambiental (EA)
  • 19. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 19 que não deve ser realizada somente nas escolas. Seus veículos devem ser a educação formal e não formal e os meios de comunicação de massa. Uma sociedade estruturada com base no desenvolvimento sustentável é uma sociedade educada em todas as suas dimensões. Investir em educação é fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável, a erradicação da pobreza, a equidade e a inclusão social. A educação detém a chave para a produtividade e para o crescimento sustentável, além de melhorar os níveis de saúde e de nutrição, de renda e de meios de subsistência, criando uma condição ideal para o alcance de todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e as metas do Compromisso da Educação para Todos (EPT). Nenhum país jamais elevou seu nível de desenvolvimento humano sem constante investimento em educação. A educação ambiental deve ser uma política pública prioritária na busca pelo desenvolvimento sustentável, por ser uma das opções mais baratas e fáceis de ser efetivada, em consonância com um dos principais princípios ambientais que é o da precaução ou prevenção. O Desenvolvimento Sustentável é um processo no qual as políticas econômicas, fiscais, comerciais, energéticas, agrícolas e industriais são organizadas para produzir um desenvolvimento econômico, social e ecologicamente sustentável. O Desenvolvimento Sustentável implica um novo conceito de crescimento econômico, que propõe justiça e oportunidade para todas as pessoas do mundo e não só para uns poucos privilegiados, sem destruir ainda mais os recursos naturais finitos do mundo nem colocar em dúvida a capacidade de sustentabilidade da Terra. A educação ambiental objetiva à formação da personalidade despertando a consciência ecológica em crianças e jovens, além dos adultos, para valorizar e preservar a natureza, porquanto, de acordo com princípios comumente aceitos, para que se possa prevenir de maneira adequada, necessário é conscientizar e educar. A educação ambiental é um dos mecanismos privilegiados para a preservação e conservação da natureza, ensino que há de ser obrigatório desde a pré-escola, passando pelas escolas de 1° e 2° grau, especialmente na zona rural, prosseguindo nos cursos superiores. A partir da Constituição da República Federativa do Brasil, o conceito do desenvolvimento sustentável, ganhou força, de acordo com a previsão contida no caput, do art. 225, ao prever que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. No parágrafo primeiro, inciso VI, do artigo citado, existe a previsão de determinar ao Poder Público a promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. BIBLIOGRAFIA ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento global e catástrofe planetária. Santa Cruz do Rio Pardo: Viena Gráfica e Editora, 2010. ALVES, José Eustáquio Diniz Alves. A terra no limite. Disponível no website <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/terra-limite- humanidade-recursos-naturais-planeta-situacao-sustentavel-637804.shtml.>.
  • 20. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 20 BBC BRASIL. 2,7 bilhões podem ficar sem água em 2025, diz ONU. Disponível no website < http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2002/020322_secaml.shtml>. BRAFMAN, Luciana. Disputa por petróleo leva a estado de guerra permanente. Disponível no web site <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1710200520.htm>. BRASIL ESCOLA. O esgotamento de alguns minérios. Disponível no website <http://www.brasilescola.com/geografia/o-esgotamento-alguns-minerios.htm>). COLUNAS DO BLOG DO RIGON. O WWF alerta para o esgotamento dos recursos naturais. Disponível no website <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2008/11/o-wwf- alerta-para-o-esgotamento-dos.html>). INSTITUTO BRASILEIRO DE ALTOS ESTUDOS DE DIREITO PÚBLICO. Sustentabilidade: Resíduos sólidos: Economia Circular: Novo negócio: Embraco. Disponível no website <http://www.altosestudos.com.br/?p=52902>). LARARA, Dakir. Aquecimento Global e Mudanças Climáticas. Curso de Geografia ULBRA – Canoas, http://www.educacional.com.br. MEADOWS, Donella et alli. Beyond the limits. Vermont: Chelsea Green Publishing, 1992. NAT.GENIUS. Economia Circular. Disponível no website <http://www.natgenius.com/EconomiaCircular.aspx>). PLANETA SUSTENTÁVEL. Cai do Céu, mas pode faltar. Disponível no website <http://veja.abril.com.br/300108/p_086.shtml>). ________________________. Quando os recursos minerais se esgotarão?. Disponível no website <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/quando-recursos- minerais-se-esgotarao-648952.shtml>. PORTAL RESÍDUOS SÓLIDOS. Economia Circular. Disponível no website < http://www.portalresiduossolidos.com/economia-circular/>. SCIENCE. Climate Change and the Integrity of Science. Disponível no website <http://www.sciencemag.org/content/328/5979/689.full.pdf?sid=967ede4e-da58-4209- be61-4523bca2cca3>. SEED. Energia e mudança do clima global. Disponível no website <www.seed.slb.com>. TERRA.COM. EUA: cientistas defendem existência das mudanças climáticas. Disponível no website <http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4419952- EI238,00-EUA+cientistas+defendem+existencia+das+mudancas+climaticas.html>. REVISTA VEJA. Apocalipse Já. Edição 1961 de 21 de junho de 2006.
  • 21. FACULDADE AGES - IX FÓRUM REGIONAL DE SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento regional e educação para a paz. Conferência proferida em 21/11/2015 21 VEJA On-line, Aquecimento Global. Disponível no website <http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/aquecimento_global/>. WWF BRASIL. O que é desenvolvimento sustentável?. Disponível no website <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust entavel/>.