1) O documento discute o conceito de Cloud Computing e como ele pode permitir que empresas acessem software e recursos computacionais de forma remota e sob demanda, em vez de manter sua própria infraestrutura de TI.
2) A Cloud Computing é definida e suas principais características são descritas, incluindo elasticidade, pagamento por uso, acesso multiplataforma e isolamento de múltiplos usuários.
3) Os principais modelos de serviços na nuvem são discutidos, incluindo Software como Serviço (SaaS
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Cloud Computing
1. Introdução
Vamos dizer que você é um executivo de uma grande empresa. Suas responsabilidades
incluem assegurar que todos os seus empregados tenham o software e o hardware de que
precisam para fazer seu trabalho. Comprar computadores para todos não é suficiente - você
também tem de comprar software ou licenças de software para dar aos empregados as
ferramentas que eles exigem. Sempre que você tem um novo contratado, você tem de
comprar mais softwares ou assegurar que sua atual licença de software permita outro usuário.
Isso é tão estressante que você tem dificuldade para dormir todas as noites.
Há uma alternativa para executivos como você. Em vez de instalar uma suíte de aplicativos
em cada computador, você só teria de carregar uma aplicação. Essa aplicação permitiria aos
trabalhadores logar-se em um serviço baseado na web que hospeda todos os programas de
que o usuário precisa para seu trabalho. Máquinas remotas de outra empresa rodariam tudo
- de e-mail a processador de textos e a complexos programas de análise de ados. Isso é
chamado Computação em Nuvem e pode mudar toda a indústria de computadores.
2. Conceitos e Terminologias
Também conhecido no Brasil como Computação nas Nuvens ou Computação em Nuvem,
Cloud Computing se refere, essencialmente, à ideia de utilizarmos, em qualquer lugar e
independente de plataforma, as mais variadas aplicações por meio da internet com a mesma
facilidade de tê-las instaladas em nossos próprios computadores.
A Computação em Nuvem é uma área em evolução e tem diferentes conotações para os
profissionais de TI, dependendo de seus pontos de vista e frequentemente dos seus produtos
e serviços. Não existe uma definição universalmente aceita entre os profissionais de TI para
o termo Computação em Nuvem. O NIST (National Institute of Standards and Technology)
apresenta a seguinte definição: "A Computação em Nuvem é um modelo que possibilita
acesso, de modo conveniente e sob demanda, a um conjunto de recursos computacionais
configuráveis (por exemplo, redes, servidores, armazenamento, aplicações e serviços) que
podem ser rapidamente adquiridos e liberados com mínimo esforço de configuração ou
interação com o provedor de serviços." (Mell & Grance, 2011, p. 2).
Embora a Computação em Nuvem seja um campo emergente da ciência da
computação, a ideia está por aí há anos. É chamada de Computação em Nuvem
porque os dados e as aplicações existem em uma nuvem de servidores web.
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Em um modelo de computação tradicional, para construir ou atualizar infraestruturas de TI, os
usuários têm que se preocupar com a instalação, configuração e atualização de softwares,
adequação do espaço físico e de recursos humanos, além de outros gastos como com
licenças de softwares. Com a Computação em Nuvem, os usuários passam a poder acessar
os serviços sob demanda e independente de localização. A nuvem é uma metáfora para a
Internet ou a infraestrutura de comunicação entre os componentes arquiteturais, deixando
evidente uma abstração que oculta para o usuário toda a complexidade da infraestrutura e
tecnologias empregadas para oferecer os serviços.
Figura 1: Cloud Computing.
A Computação em Nuvem permite:
• Diminuir os custos de aquisição de equipamentos;
• Facilitar o planejamento das empresas, que podem, a partir de então, adequar sua
infraestrutura de acordo com a demanda dos clientes;
• Que as empresas se concentrem em agregar valor aos serviços oferecidos aos
clientes, em vez de se gastar esforços e recursos humanos com instalação e
manutenção da infraestrutura de suporte.
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3. Características
Algumas características são consideradas essenciais em um ambiente de Computação em
Nuvem. Apesar de algumas delas poderem não estar presentes em uma solução específica,
é o seu conjunto que guia o desenvolvimento da Computação em Nuvem e a difere de outros
paradigmas como, por exemplo, os serviços hospedados.
• Elasticidade e escalabilidade: capacidade de expandir ou reduzir a quantidade de
recursos de acordo com as demandas específicas de cada serviço. Por exemplo, um
grande número de servidores pode ser necessário para a realização de uma tarefa
específica de duração limitada. Após a finalização da tarefa, tais recursos podem,
então, ser liberados. Para os usuários, os recursos disponíveis para uso parecem ser
ilimitados e podem ser adquiridos em qualquer quantidade e a qualquer momento.
• Contabilização por tempo de uso: o pagamento pela utilização dos serviços na
nuvem é feito somente quando os serviços são, de fato, utilizados. O sistema de
contabilização é utilizado em um nível de abstração que varia de acordo com o tipo de
serviço tais como armazenamento, processamento, largura de banda e contas de
usuário ativas.
• Serviços sob demanda: capacidade de adquirir serviços apenas quando necessário,
sem que se tornem partes permanentes da infraestrutura de TI – uma vantagem
significativa em relação aos serviços de TI internos de uma empresa – e sem precisar
de interação humana com os provedores do serviço. Com serviços na nuvem, não há
necessidade de ter recursos computacionais dedicados esperando ser utilizados,
como é o caso de serviços internos.
• Amplo acesso: os recursos são disponibilizados pela rede e podem ser acessados
por diferentes plataformas, como celulares, laptops, tablets ou desktops. A interface
de acesso à nuvem não obriga os usuários a mudar suas condições e ambientes de
trabalho como, por exemplo, linguagens de programação e sistema operacional.
• Multi-inquilino: os provedores de serviços em nuvem podem hospedar serviços que
são utilizados por múltiplos usuários dentro de uma mesma infraestrutura. O
isolamento destes usuários pode ser físico ou virtual, dependendo das necessidades
específicas de cada usuário.
4. Arquitetura
A arquitetura de Computação em Nuvem é baseada em camadas, em que cada camada trata
de uma particularidade na disponibilização de recursos. A camada é uma divisão lógica de
componentes de hardware e software, em que esses recursos são agrupados e organizados
para realizar uma determinada tarefa do sistema como um todo. Cada camada pode ter seu
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gerenciamento ou monitoramento realizado de forma independente das outras camadas,
melhorando a flexibilidade, reuso e escalabilidade no tocante a substituição ou adição de
recursos computacionais sem afetar as outras camadas.
Figura 2: Arquitetura da Computação em Nuvem.
A figura 2 ilustra as camadas referentes à arquitetura da Computação em Nuvem e suas
respectivas associações. É possível distinguir na figura quatro diferentes camadas que se
deslocam progressivamente da perspectiva do sistema para a do usuário final.
A camada de mais baixo nível é a de infraestrutura física, que pode conter dispositivos de
armazenamento, clusters, desktops e outros recursos de hardware. Esta camada fornece
flexibilidade e facilidade de agregação de novos recursos à medida que se tornem
necessários.
Uma camada de middleware é responsável por gerenciar a infraestrutura física e tem por
objetivos prover um ambiente de execução apropriado para as aplicações e explorar de
maneira eficaz os recursos físicos. Esta camada pode ser dividida em duas subcamadas: uma
responsável por garantir o isolamento de processos e aplicações, qualidade de serviço,
podendo utilizar tecnologias de virtualização; e outra camada responsável por prover um
conjunto de serviços que auxiliam os provedores de serviços comerciais e profissionais para
os usuários finais – dentre os serviços dessa camada podem ser encontrados negociação de
Qualidade de Serviço (QoS), gerenciamento de SLA's, serviços de cobrança, gerenciamento
de requisições, entre outros.
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No nível acima da camada de middleware, encontra-se a camada responsável por prover
suporte para a construção de aplicações e que contém ferramentas ou ambientes de
desenvolvimento. Estes ambientes possuem interfaces Web 2.0, mashups, componentes,
recursos de programação concorrente e distribuída, suporte a workflows, bibliotecas de
programação e linguagens de programação. Esta camada de desenvolvimento não é utilizada
pelos usuários finais, e sim, pelos usuários mais experientes, aqueles que desenvolvem as
soluções para Computação em Nuvem. Esta camada middleware no nível de usuário constitui
o ponto de acesso das aplicações à infraestrutura da nuvem.
Por fim, encontra-se a camada das aplicações de Computação em Nuvem. Esta camada é de
interesse do usuário, pois é por meio dela que eles utilizam os aplicativos. As camadas abaixo
desta são responsáveis pelas características de escalabilidade, disponibilidade, ilusão de
recursos infinitos e alto desempenho.
5. Virtualização
Um dos conceitos mais presentes na literatura de Computação em Nuvem é o conceito de
Virtualização. A virtualização de recursos está no coração da maioria das arquiteturas de
nuvem. Seu conceito traz uma visão abstrata dos recursos físicos, o que inclui servidores,
dispositivos de armazenamento de dados, redes e aplicações. A ideia básica é partilhar
recursos físicos e gerenciá-los como um todo.
Figura 3: Virtualização de plataforma.
Virtualização de plataforma é uma técnica para abstrair os recursos de um computador de
tal maneira que o sistema operacional se separa dos recursos físicos do computador. Ao invés
de utilizar diretamente os recursos de hardware, o sistema operacional passa a interagir com
uma nova camada de software, conhecida como hypervisor. Esta nova camada acessa o
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hardware e apresenta ao sistema operacional um conjunto virtual de recursos de hardware.
Isto possibilita que várias Máquinas Virtuais (Virtual Machines - VM's) possam ser
executadas sobre um único servidor físico e novas instâncias podem ser geradas e
executadas sob demanda, criando a base para a elasticidade de recursos computacionais.
Virtualização não é um conceito novo – foi inventado e popularizado pela IBM nos anos 60
com o objetivo de executar múltiplos contextos de software em seus mainframes. Na última
década, o conceito voltou a ganhar popularidade em datacenters devido às preocupações
com a utilização média dos servidores.
Um hypervisor pode ser implementado em um servidor, seja executando diretamente sobre o
hardware (hypervisor Tipo 1) ou executando sobre um sistema operacional (hypervisor Tipo
2). O hypervisor permite executar múltiplas VM's e é responsável por escalonar o acesso
dessas VM's aos recursos de hardware, provendo um acesso consistente a CPU, memória e
dispositivos de entrada e saída (E/S). Uma VM tipicamente executa um sistema operacional
e aplicações. As aplicações não são informadas de que estão sendo executadas em um
ambiente virtualizado, e dessa maneira não precisam sofrer alterações para serem
executadas apropriadamente.
A virtualização traz alguns benefícios para a Computação em Nuvem. Dentre estes benefícios,
tem-se:
• Elasticidade e Escalabilidade: criar e remover VM's envolve menor esforço quando
comparados a ligar e desligar servidores físicos;
• Migração de workload: com facilidades como a migração de VM's em tempo real, o
esforço para migração de workload é muito menor se comparado à migração entre
servidores físicos dispostos geograficamente separados;
• Resiliência (confiabilidade): falhas em servidores físicos podem ser facilmente
contornadas, bastando migrar as VM's para outros servidores, preservando a
disponibilidade dos serviços dos clientes.
Apesar de estar presente em diversas soluções, a virtualização não é um pré-requisito para a
Computação em Nuvem. Contudo, a virtualização provê um conjunto de ferramentas valiosas
e permite uma flexibilidade significativa em projetos de Computação em Nuvem.
6. Modelos de Serviços
Os modelos de serviços podem ser considerados como a definição de uma fronteira que
delimita onde terminam as responsabilidades, gerenciamento e a rede do cliente e onde
começam as do provedor de serviços na nuvem.
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Existem diversos modelos de serviços descritos na literatura, geralmente descritos da forma:
XaaS, do inglês "<Something> as a Service" (<Alguma coisa>como um Serviço).
O NIST define três modelos de serviços para a Computação em Nuvem. São eles:
• SaaS (Software as a Service - Software como um Serviço);
• PaaS (Plataform as a Service - Plataforma como um Serviço);
• IaaS (Infrastructure as a Service - Infraestrutura como um Serviço).
Muitos outros modelos foram mencionados na literatura como, por exemplo: STaaS (Storage
as a Service - Armazenamento como um Serviço), DaaS (Development as a Service -
Desenvolvimento como um Serviço), DBaaS (Database as a Service - Banco de Dados como
um Serviço), TaaS (Testing as a Service- Ensaio como um Serviço), CaaS (Communication
as a Service - Comunicação como um Serviço). Contudo, os modelos definidos pelo NIST
englobam todas as outras possibilidades.
Figura 4: Modelos de Serviços para a Computação em Nuvem.
6.1. Software como um Serviço (SaaS)
Neste modelo de serviço, o provedor de serviços oferece a seus clientes a capacidade de
utilizar sistemas de propósitos específicos que são executados sobre a infraestrutura física do
provedor. Esses sistemas são acessíveis a partir de diversos dispositivos por intermédio de
uma interface cliente, como um navegador Web, ou por uma Application Programming
Interface (API). No SaaS, o usuário não administra ou controla a infraestrutura subjacente,
incluindo rede, servidores, sistemas operacionais, armazenamento ou mesmo características
individuais da aplicação, exceto configurações específicas limitadas ao domínio do usuário.
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No modelo organizacional tradicional de TI, as empresas possuem um conjunto de licenças
de software para as várias aplicações que ela utiliza. Estas aplicações podem estar nos
setores de recursos humanos, finanças ou vendas, por exemplo. No modelo SaaS, em vez de
comprar licenças para desktops e servidores para as aplicações, a empresa pode obter as
mesmas funções utilizando os serviços em nuvem de um provedor através da Internet ou
alguma rede de comunicações.
O modelo SaaS elimina a complexidade com instalação, manutenção e atualização de
softwares para a equipe de TI dentro da empresa, pois o software é agora gerenciado de
maneira centralizada pelo provedor do serviço. Como a aplicação está, geralmente, na Web,
os usuários podem acessá-la de qualquer lugar com conectividade e a qualquer momento,
permitindo maior integração entre unidades de uma mesma empresa ou outros serviços de
software. A cobrança pelo serviço é feita tipicamente por usuário, para uma quantidade fixa
de banda e de armazenamento. O monitoramento do desempenho da entrega do serviço é
de responsabilidade do provedor.
O modelo SaaS fornece para diferentes clientes a funcionalidade de aplicativos que são
completamente hospedados em nuvem, mas os clientes possuem flexibilidade limitada. Por
meio do modelo SaaS, o tempo para que a solução chegue ao mercado e o tempo de reação
às demandas do segmento é bastante curto. Como exemplo de SaaS destaca-se o
GoogleDocs.
6.2. Plataforma como um Serviço (PaaS)
O modelo de PaaS traz os benefícios que o SaaS trouxe para as aplicações, mas para o
mundo de desenvolvimento de software. O PaaS provê uma plataforma de software na qual
os usuários podem desenvolver e testar suas próprias aplicações e hospedá-las na
infraestrutura do próprio provedor do serviço e sema complexidade de comprar e manter o
software e a infraestrutura necessária durante todo o ciclo de desenvolvimento. O usuário não
administra ou controla a infraestrutura subjacente, incluindo rede, servidores, sistemas
operacionais ou armazenamento, mas tem controle sobre as aplicações implantadas e,
possivelmente, sobre as configurações das aplicações hospedadas nessa infraestrutura. O
serviço fornece um sistema operacional, linguagens de programação e ambientes de
desenvolvimento para as aplicações, auxiliando a implementação de sistemas de software, já
que contém ferramentas de desenvolvimento e colaboração entre desenvolvedores.
Em geral, os desenvolvedores dispõem de ambientes escaláveis, mas têm que aceitar
algumas restrições sobre o tipo de software que se pode desenvolver, desde limitações que
o ambiente impõe na concepção de aplicações até a utilização de sistemas de gerenciamento
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de banco de dados (SGBD's) do tipo chave-valor, em vez de SGBD's relacionais. Como
exemplos de PaaS têm-se o Google App Enginee o Microsoft Azure.
6.3. Infraestrutura como um Serviço (IaaS)
O modelo de IaaS tem por principal objetivo tornar mais fácil e acessível o fornecimento de
recursos, tais como servidores, rede, armazenamento e outros recursos de computação
fundamentais em que o usuário pode instalar e executar softwares arbitrários, que podem
incluir sistemas operacionais e aplicativos. A IaaS possui algumas características, tais como
uma interface única para administração da infraestrutura, Application Programming Interface
(API) para interação com hosts, switches, balanceadores, roteadores e o suporte para a
adição de novos equipamentos de forma simples e transparente. Em geral, o usuário não
administra ou controla a infraestrutura da nuvem, mas tem controle sobre os sistemas
operacionais, armazenamento e aplicativos implantados, e, eventualmente, seleciona
componentes de rede, tais como firewalls.
Em geral, o termo IaaS se refere a uma infraestrutura computacional baseada em técnicas de
virtualização de recursos de computação. Esta infraestrutura pode escalar dinamicamente,
aumentando ou diminuindo os recursos de acordo com as necessidades das aplicações. Do
ponto de vista de economia e aproveitamento do legado, em vez de comprar novos servidores
e equipamentos de rede para a ampliação de serviços, podem-se aproveitar os recursos
disponíveis e adicionar novos servidores virtuais à infraestrutura existente de forma dinâmica.
7. Modelos de Implantação
Os modelos de implantação tratam sobre o acesso e disponibilidade de ambientes de
computação em nuvem. A restrição ou abertura de acesso depende do processo de negócio,
do tipo de informação e do nível de visão. Algumas empresas podem não desejar que todos
os usuários possam acessar e utilizar determinados recursos no seu ambiente de computação
em nuvem. Neste sentido, surge a necessidade de ambientes mais restritos, onde somente
alguns usuários devidamente autorizados possam utilizar os serviços providos. Os modelos
de implantação da computação em nuvem podem ser divididos em:
• Nuvem pública;
• Nuvem privada;
• Nuvem comunidade;
• Nuvem híbrida.
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Figura 5: Modelos de implantação de Computação em Nuvem.
Os modelos de implantação se diferenciam pela localização onde o serviço está sendo
executado e pelo nível de acesso à infraestrutura.
7.1. Nuvem Privada
No modelo de implantação de nuvem privada, a infraestrutura de nuvem é utilizada
exclusivamente por uma organização. A nuvem pode ser detida, gerenciada e operada pela
própria organização, por terceiros ou uma combinação destes, e está localizada dentro da
empresa.
Em relação à nuvem privada hospedada, este modelo se difere do anterior (nuvem privada)
ao fazer uso de uma infraestrutura de nuvem situada remotamente.
7.2. Nuvem Pública
No modelo de implantação de nuvem pública, a infraestrutura da nuvem é disponibilizada
para o público em geral, sendo acessada por qualquer usuário que conheça a localização do
serviço. A infraestrutura pode ser detida, gerenciada e operada por uma organização
empresarial, acadêmica, governamental ou alguma combinação entre estes. A infraestrutura
fica localizada internamente no provedor.
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7.3. Nuvem Comunidade
No modelo de implantação de nuvem comunidade, a infraestrutura de nuvem é
compartilhada por várias organizações e oferece suporte a uma comunidade específica que
possui as mesmas preocupações (por exemplo, missão, requisitos de segurança, política e
considerações de conformidade). Este tipo de modelo de implantação pode existir localmente
ou remotamente e pode ser detida, gerenciada e operada por uma ou mais organizações
pertencentes à comunidade, por terceiros ou alguma combinação destes.
7.4. Nuvem Híbrida
No modelo de implantação de nuvem híbrida, existe uma composição de duas ou mais
nuvens – que podem ser privadas, comunidade ou pública – e que permanecem como
entidades exclusivas, mas que são agrupadas por tecnologia padrão ou proprietária,
possibilitando a portabilidade de dados e de aplicativos (por exemplo, extrapolação de nuvem
para balanceamento de carga entre nuvens).
8. Desafios
A definição do modelo de Computação em Nuvem é uma área ainda em desenvolvimento e,
portanto, existe uma série de desafios e preocupações que devem ser levados em
consideração no momento da escolha por utilizar ou não este modelo.
8.1. Segurança
Segurança é uma preocupação significativa para diretores de empresas de TI ao contratar
um provedor de serviços na nuvem. Segurança física por intermédio do isolamento da
infraestrutura é um requisito crítico para nuvens privadas, mas nem todos os usuários de
serviços na nuvem necessitam desse nível de investimento. Para aqueles usuários, o
provedor da nuvem deve garantir isolamento dos dados e disponibilidade da aplicação por
intermédio do isolamento de múltiplos inquilinos. Além disso, autenticação e autorização dos
usuários e criptografia do caminho da rede do usuário até o provedor da aplicação são outros
fatores a serem considerados.
No que diz respeito à confiabilidade e responsabilidade, o provedor deve fornecer recursos
confiáveis, especialmente se a computação a ser realizada é crítica e deve existir uma
delimitação de responsabilidade entre o provedor e o usuário. Dessa forma, devem existir (ou
deve-se ter) meios para impedir o acesso não autorizado a informações e que os dados
sensíveis permaneçam privados, pois estes podem ser processados fora das empresas. Em
geral, cada sistema tem seu próprio modelo de dados e política de privacidade dos dados.
Quando ocorre a movimentação de dados entre sistemas, deve-se garantir a privacidade dos
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dados - mesmo com a mudança entre modelo de dados - e que aplicações multi-inquilino
acessem dados de outras aplicações apenas de acordo com as políticas definidas.
8.2. Disponibilidade
A disponibilidade de serviços permite aos usuários acessar e utilizar a nuvem onde e quando
desejarem. Como geralmente os serviços são disponibilizados pela Internet podem ocorrer
atrasos e sistemas indisponíveis. Os ambientes de Computação em Nuvem devem prover alta
disponibilidade. Para tanto, esses podem utilizar técnicas de balanceamento de carga
dinâmico e composição de nuvens de forma a atender as necessidades dos usuários. Por
exemplo, podem-se construir aplicações altamente disponíveis com a implantação de duas
ofertas de nuvem diferentes. Caso uma das nuvens falhe, a outra nuvem continua a apoiar a
disponibilidade das aplicações.
8.3. Escalabilidade e Desempenho
A escalabilidade foi uma das características fundamentais que conduziram ao surgimento da
Computação em Nuvem. As nuvens de serviços e as plataformas oferecidas podem ser
dimensionadas levando em consideração diversos fatores, tais como localizações geográficas
e desempenho. Apesar das limitações de rede e segurança, as soluções de Computação em
Nuvem devem fornecer elevado desempenho, além de serem flexíveis para se adaptar diante
de uma determinada quantidade de requisições. Como os ambientes de computação em
nuvem possuem acesso público, é imprevisível e variável a quantidade de requisições
realizadas, tornando mais complexo fazer estimativas e garantias de QoS.
8.4. Preocupações Regulatórias e Legais
Preocupações regulatórias e legais são fatores que se tornam importantes, especialmente
nos casos envolvendo armazenamento de dados na nuvem. Neste caso, poderia acontecer
de as leis de onde os dados estão de fato armazenados não serem as leis de jurisdição onde
a organização está localizada.
As leis de proteção e privacidade de dados em alguns casos podem requerer que dados
privados permaneçam em território nacional e em alguns casso que esses dados não possam
ser hospedados fora da empresa. Alguns fornecedores já oferecem serviços especializados
que levam em consideração tais requisitos, como serviços com datacenters com localização
definida e políticas de acesso especiais.
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8.5. Acordos de Nível de Serviço (SLA)
Embora os usuários de serviços na nuvem não tenham controle sobre a infraestrutura de
base, eles necessitam da garantia da qualidade de serviço, confiabilidade e desempenho dos
recursos contratados, visto que a migração envolve transferir funções vitais de seus negócios
para a nuvem. Em outras palavras, torna-se vital para os usuários obter garantias de entrega
de serviço dos provedores. Tipicamente, essas garantias são providas por SLA's (Service
Level Agreements - Acordos de Nível de Serviço) negociados entre os provedores e clientes.
9. Serviços Gratuitos
A seguir, alguns serviços que incorporam claramente o conceito de Computação em Nuvem.
9.1. Dropbox
Um dos serviços mais eficientes e famosos é o Dropbox. Ele permite sincronizar todos os
documentos que você deseja no serviço de nuvem e também manter seus dados atualizados
com o HD do seu computador.
O aplicativo funciona da seguinte forma: toda vez que você copiar ou mover um arquivo, ele
será duplicado no servidor do Dropbox e em outros aparelhos que tenham o mesmo aplicativo
instalado.
Outra possibilidade é você entrar no site do Dropbox, inserir seu login e senha (criados na
hora em que você baixar o aplicativo no seu computador). Feito isso você terá acesso a todos
os seus arquivos sincronizados e salvos. Ou ainda, uma pasta apenas virtual, sem vínculo
com computador.
A Computação em Nuvem também permite que você compartilhe fotos, documentos, vídeos
e o que mais quiser com amigos de forma segura. Ao compartilhá-los você tem privacidade,
pois pode controlar quem vê o quê. Comisso, é possível trabalhar em equipe como se todos
os membros estivessem usando o mesmo computador simultaneamente. O serviço é gratuito
e oferece, inicialmente, 2 GB de armazenamento. Existem algumas outras opções como
indicações de amigos e vínculos com outros aplicativos que podem expandir sua capacidade
de armazenamento gratuito.
Um Acordo de Nível de Serviço (SLA - Service Level Agreement) é um acordo
firmado geralmente, haja vista que outras áreas da empresa também podem se
beneficiar desse recurso, entre a área de TI e seu cliente interno, que descreve o
serviço de TI, suas metas de nível de serviço, além dos papéis e responsabilidades
das partes envolvidas no acordo.
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9.2. OneDrive
A Microsoft também possui o seu serviço de armazenamento online, o OneDrive (antigo
SkyDrive). Assim como os outros citados acima, este também permite que o internauta
guarde seus arquivos na rede e os acesse de qualquer outro computador que esteja
conectado à Internet. O OneDrive oferece um aplicativo na área de trabalho para que o usuário
sincronize os arquivos da sua máquina ou de qualquer dispositivo móvel, como smartphones
e tablets, automaticamente.
Para ter acesso ao serviço, basta possuir uma conta da Microsoft, seja no Skype, Outlook.com
ou Xbox. Atualmente, o OneDrive oferece 7 GB de armazenamento grátis, com algumas
opções de bônus para aumento dessa capacidade.
Assim como o Google Drive, o SkyDrive oferece o Office Web Apps para editar documentos.
9.3. Google Drive
A Google oferece diversos serviços de nuvem para facilitar a vida do internauta, como o seu
aplicativo Google Drive. O sistema, além do armazenamento, oferece várias ferramentas no
estilo do pacote Office que possibilitam redigir textos, criar e editar planilhas e até criar e
visualizar apresentação de slides online.
Ele também permite o envio e o compartilhamento de fotos, vídeos, documentos e outros
arquivos importantes para o Google Drive. Assim como o Dropbox, o serviço é gratuito para
até 15 GB (compartilhados com outros serviços da Google, como o Gmail).
9.4. Outros Serviços
Alguns outros serviços de Computação em Nuvem:
• Amazon: é um dos maiores serviços de comércio eletrônico do mundo. Para suportar
o volume de vendas no período de Natal, a empresa montou uma superestrutura de
processamento e armazenamento de dados, que acaba ficando ociosa na maior parte
do ano. Foi a partir daí que a companhia teve a ideia de "alugar" estes recursos, o que
acabou resultando em serviços como o Simple Storage Solution (S3) para
armazenamento de dados e o Elastic Compute Cloud (EC2) para uso de máquinas
virtuais.
• Google Apps: é um pacote de serviços que a Google oferece que conta com
aplicativos de edição de texto, planilhas e apresentações (Google Docs), ferramenta
de agenda (Google Calendar), comunicador instantâneo integrado (Google Talk), e-
mail com o domínio próprio (por exemplo, contato@dominiopersonalizado.com), entre
15. Tecnologias Atuais de Redes
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outros. Todos estes recursos são processados pela Google - o cliente precisa apenas
criar as contas dos usuários e efetuar algumas configurações. O Google Apps oferece
pacotes gratuitos e pagos, de acordo com o número de usuários. Um dos maiores
clientes do Google Apps é a Procter & Gamble, que contratou os serviços para mais
de 130 mil colaboradores.
• iCloud: trata-se de um serviço da Apple que armazena músicas, fotos, vídeos,
documentos e outras informações do usuário. Seu objetivo é o de fazer com que a
pessoa utilize "as nuvens", em vez de um computador em sua rede, como hub para
centralizar suas informações. Com isso, se o usuário atualizar as informações de um
contato no iPhone, por exemplo, o iCloud poderá enviar os dados alterados
automaticamente para outros dispositivos.
• Mega: é o sucessor do Megaupload. O site foi lançado em 19 de janeiro de 2013 para
coincidir com o aniversário de um ano do término do Megaupload. Depois que o Gabão
negou o domínio me.ga, Kim Dotcom (proprietário do Mega) anunciou que o site seria
registrado na Nova Zelândia, colocando-o para fora da jurisdição dos Estados Unidos.
Usuários gratuitos têm 50 GB de espaço de armazenamento gratuito.
• Panda Cloud Antivirus: como o nome indica, este é um programa antivírus da Panda
Software, mas com uma grande diferença: a maior parte do trabalho necessário à
ferramenta para pesquisar e eliminar malwares fica por conta das "nuvens". Com isso,
de acordo com a Panda, essa solução acaba evitando que o antivírus deixe o
computador lento.
10. Exercícios de Fixação
1) O que você entende por Cloud Computing?
2) Quais são as principais características da Computação em Nuvem? Cite vantagens e
desvantagens de sua utilização.
3) Descreva a arquitetura da Computação em Nuvem, relacionando cada uma de suas
camadas.
4) Fale sobre virtualização.
5) Cite os principais modelos de serviço da Computação em Nuvem e suas principais
características.
6) Em relação aos modelos de implantação da Computação em Nuvem (nuvem privada,
pública, comunidade e híbrida), explique cada um deles.
7) Por que a segurança é um grande desafio para a Computação em Nuvem?
8) Cite alguns serviços em nuvem (ex.: Google Apps).
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11. Referências
• Computação em Nuvem
o http://www.infowester.com/cloudcomputing.php
o http://www.tecmundo.com.br/computacao-em-nuvem/738-o-que-e-
computacao-em-nuvens-.htm
o http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialservnuvopers1/default.asp
o http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/36215/36215
o http://www.oficinadanet.com.br/artigo/923/computacao_nas_nuvens
o http://www.lia.ufc.br/~flavio/papers/ercemapi2009.pdf
o http://tecnologia.hsw.uol.com.br/computacao-em-nuvem.htm
o http://pt.wikipedia.org/wiki/Computa%C3%A7%C3%A3o_em_nuvem