SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 3
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Paleolitismo Ps´
                            ıquico e Alta Tecnologia

                                       Hakim Bey


   S´ porque a AAO (Associa¸˜o para a Anarquia Ontol´gica) fala de ”paleolitismo”o
    o                        ca                       o
tempo todo, n˜o fique com a impress˜o de que queremos nos mandar de volta ` Idade da
             a                    a                                      a
Pedra.
    N˜o temos o menor interesse em ”voltar ` terra natal”, se o pacote de viagem incluir
      a                                      a
a entediante vida de camponˆs chutador-de-bosta – nem queremos o ”tribalismo”, se ele
                              e
vier com tabus, fetiches e m´-alimenta¸˜o. N˜o temos nada contra o conceito de cultura
                             a          ca    a
– incluindo a tecnologia; para n´s, o problema come¸a com a civiliza¸˜o.
                                o                  c                ca
   O que gostamos da vida no Paleol´  ıtico foi resumido pela escola de antropologia dos
povos sem autoridade: a elegante pregui¸a da sociedade do ca¸ador/coletor, o trabalho de
                                        c                    c
duas horas por dia, a obsess˜o pela arte, dan¸a, poesia e afetividade, a ”democratiza¸˜o
                            a                 c                                      ca
do xamanismo”, a cultiva¸˜o da percep¸˜o – em suma, a cultura.
                         ca            ca
   O que n´s detestamos na civiliza¸˜o pode ser deduzido da seguinte progress˜o: a
            o                        ca                                            a
”revolu¸˜o agr´
       ca     ıcola”; a emergˆncia das castas; a cidade e seu culto do controle hier´tico
                             e                                                      a
(”Babilˆnia”); escravid˜o; dogma; imperialismo (”Roma”). A supress˜o da sexualidade
       o               a                                              a
no ”trabalho”sob a ´gide da ”autoridade”. ”O Imp´rio nunca terminou.”
                    e                              e
    Um paleolitismo ps´quico, baseado na Alta Tecnologia – p´s-agr´
                       ı                                    o     ıcola, p´s-industrial,
                                                                          o
”Trabalho-Zero”, nˆmade (ou ”Cosmopolita Desenraizado”) – uma Sociedade de Para-
                   o
digma do Quantum – essa constitui uma vis˜o ideal do futuro segundo a Teoria do Caos
                                           a
e a ”futurologia”(no sentido que Robert Anton Wilson e T. Leary d˜o para o termo).
                                                                  a
    Quanto ao presente: rejeitamos todo tipo de colabora¸˜o com a civiliza¸˜o da Anore-
                                                          ca                  ca
xia e da Bulimia, com pessoas t˜o envergonhadas de nunca terem sofrido que inventam
                                  a
m´scaras penitentes para si mesmas e para os outros – ou aqueles que empanturram-se
  a
sem compaix˜o e depois despejam o vˆmito de sua culpa suprimida em grandes acessos
             a                         o
masoquistas de exerc´ıcios e dietas. Todos os nossos prazeres e autodisciplina nos perten-
cem por natureza – nunca nos negamos, nunca desistimos de nada; mas algumas coisas
desistiram de n´s e nos deixaram, porque somos muito grandes para elas. Sou ao mesmo
                o
tempo o homem da caverna, o mutante das estrelas, o seu conterrˆneo e o pr´
                                                                   a             ıncipe livre.
Uma vez um chefe ind´                                                              `
                       ıgena foi convidado para um banquete na Casa Branca. A medida
que a comida era servida, o chefe encheu seu prato ao m´ximo poss´
                                                         a           ıvel, n˜o apenas uma,
                                                                            a
mas trˆs vezes. Enfim, o branquelo sentado ao seu lado disse: ”Chefe, he, he, he, vocˆ
       e                                                                                     e
n˜o acha que ´ um pouco demais?Uh”, disse o chefe, ”um pouco demais ´ perfeito para o
 a            e                                                            e
Chefe!”
   No entanto, certas doutrinas da ”futurologia”continuam problem´ticas. Por exemplo,
                                                                 a
mesmo que aceitemos o potencial libertador das novas tecnologias como a TV, os com-

                                              1
putadores, a rob´tica, a explora¸˜o espacial etc., ainda percebemos uma grande distˆncia
                 o              ca                                                  a
entre potencial e realidade. A banaliza¸˜o da TV, a burguesifica¸˜o dos computadores e
                                        ca                        ca
a militariza¸˜o do espa¸o sugerem que essas tecnologias, por si s´, n˜o oferecem qualquer
            ca          c                                        o a
garantia ”espec´ıfica”para seu uso libert´rio.
                                        a
    Mesmo se rejeitarmos o holocausto nuclear como apenas mais uma divers˜o espeta-
                                                                              a
cular orquestrada para distrair nossa aten¸˜o dos problemas reais, devemos admitir que
                                           ca
a ”Inevit´vel Destrui¸˜o M´tua”e a ”Guerra Pura”tendem a diminuir nosso entusiasmo
         a            ca   u
por alguns aspectos da aventura da Alta Tecnologia. A Anarquia Ontol´gica mant´m sua
                                                                       o         e
afei¸˜o pelo luditismo como t´tica: se uma dada tecnologia, n˜o importa o qu˜o admir´vel
    ca                       a                               a              a       a
em termos de potencial (no futuro), ´ usada para oprimir-me aqui e agora, ent˜o eu devo
                                      e                                       a
ou empunhar a arma da sabotagem, ou dominar os meios de produ¸˜o (ou, talvez mais
                                                                    ca
importante, os meios de comunica¸˜o). N˜o h´ humanidade sem t´chne – mas n˜o h´
                                    ca      a a                     e              a a
t´chne mais valiosa do que minha humanidade.
 e
   Desprezamos o anarquismo panaca e antitecnol´gico – pelo menos, para n´s (h´ aqueles
                                                 o                       o     a
que dizem que gostam da vida do campo) – e rejeitamos tamb´m o conceito de uma fixa¸˜o
                                                           e                        ca
tecnol´gica. Para n´s, todas as formas de determinismo s˜o igualmente ins´
      o            o                                     a                 ıpidas – n˜o
                                                                                     a
somos escravos nem de nossos genes nem de nossas m´quinas. O que ´ ”natural”´ aquilo
                                                    a               e           e
que imaginamos e criamos. ”A Natureza n˜o tem leis – apenas h´bitos.”
                                          a                    a
    Para n´s, a vida n˜o pertence nem ao passado – a terra dos famosos fantasmas amon-
          o           a
toando seus bens maculados pela cova – nem ao futuro, cujos cidad˜os mutantes com
                                                                     a
c´rebro em forma de bulbo guardam com zelo os segredos da imortalidade, do vˆo mais
 e                                                                             o
r´pido que a velocidade da luz, dos genes desenhados artificialmente e do encolhimento
 a
do Estado. Aut nunc aut nihil. Todo momento cont´m uma eternidade a ser penetrada
                                                    e
– no entanto, nos perdemos em vis˜es assimiladas atrav´s dos olhos de cad´veres, ou na
                                   o                    e                  a
nostalgia por uma perfei¸˜o ainda n˜o-nascida.
                         ca         a
   As realiza¸˜es dos meus ancestrais e descendentes n˜o s˜o, para mim, nada mais do
             co                                         a a
que um conto instrutivo e interessante – eu jamais os verei como superiores, mesmo para
desculpar minha pr´pria pequenez. Mandarei imprimir para mim mesmo uma licen¸a
                   o                                                                   c
para roubar deles tudo o que eu quiser – paleolitismo ps´ ıquico ou alta-tecnologia – ou,
que seja, os belos detritos da pr´pria civiliza¸˜o, os segredos dos Mestres Ocultos, os
                                   o           ca
prazeres da nobreza fr´
                      ıvola e la vie boheme.
    La decadance. Pelo contr´rio, Nietzsche, n˜o obstante, possui um papel t˜o profundo
                            a                 a                               a
na Anarquia Ontol´gica quanto a sa´de – cada um toma o que quiser do outro. Estetas de-
                   o               u
cadentes n˜o travam guerras est´pidas nem submergem sua consciˆncia no ressentimento
            a                   u                                 e
e na ganˆncia microcef´licos. Eles buscam aventura na inova¸˜o art´
          a             a                                      ca     ıstica e na sexuali-
dade n˜o-ordin´ria, ao inv´s de busc´-la na desgra¸a alheia. A AAO admira e emula sua
       a        a         e         a              c
indolˆncia, seu desd´m pela estupidez e normalidade, sua expropria¸˜o das sensibilidades
     e               e                                             ca
aristocr´ticas. Para n´s, essas qualidades harmonizam-se paradoxalmente com aquelas
        a              o
da Idade da Pedra e sua abundante sa´de, ignorˆncia de qualquer hierarquia, cultivo da
                                       u         a
virtu ao inv´s da Lei. Exigimos decadˆncia sem doen¸a, e sa´de sem t´dio!
              e                       e              c       u         e
    Assim, a AAO oferece apoio incondicional para todos os povos nativos e tribais em sua
luta por completa autonomia – e, ao mesmo tempo, para todas as especula¸˜es e exigˆncias
                                                                        co          e
mais doidas e fora da realidade dos futurologistas. O paleolitismo do futuro (que, para
n´s, mutantes, j´ existe) ser´ alcan¸ado em grande escala apenas atrav´s de uma massiva
  o             a            a      c                                 e

                                            2
tecnologia da Imagina¸˜o, e de um paradigma cient´
                     ca                          ıfico que v´ al´m da mecˆnica quˆntica,
                                                           a e          a       a
para o reino da Teoria do Caos e das alucina¸˜es da fic¸˜o especulativa.
                                            co        ca
    Como cosmopolitas desenraizados, reivindicamos todas as belezas do passado, do ori-
ente, das sociedades tribais – tudo isso deve e pode ser nosso, mesmo os tesouros do
Imp´rio: nosso para compartilharmos. E, ao mesmo tempo, exigimos uma tecnologia que
    e
transcenda a agricultura, a ind´stria, a simultaneidade da eletricidade, um hardware que
                               u
fa¸a a interse¸˜o com o aparelho vivo da consciˆncia, que abrace o poder dos quarks, das
  c           ca                                e
part´
    ıculas viajando no tempo, do quasares e dos universos paralelos.
    Cada ide´logo enfurecido do anarquismo e do libertarismo prescreve alguma utopia
             o
an´loga aos v´rios tipos de vis˜o que tˆm, da comuna camponesa ` cidade espacial.
   a           a                  a        e                             a
N´s dizemos, deixemos que um milh˜o de flores se abram – sem nenhum jardineiro para
  o                                   a
arrancar ervas daninhas e proibir brincadeiras de acordo com algum esquema moralizante
ou eugenista. O unico conflito verdadeiro ´ entre a autoridade do tirano e a autoridade
                  ´                          e
do ser realizado – todo o resto ´ ilus˜o, proje¸˜o psicol´gica, verborragia.
                                e     a        ca        o
   Num certo sentido, os filhos e filhas de Gaia nunca deixaram o paleol´
                                                                      ıtico; noutro, todas
as perfei¸˜es do futuro j´ s˜o nossas. Apenas a insurrei¸˜o ”resolver´”esse paradoxo –
         co              a a                             ca            a
apenas o levante contra a falsa consciˆncia tanto em n´s mesmos quanto nos outros vai
                                       e               o
varrer a tecnologia da opress˜o e a pobreza do Espet´culo. Nessa batalha, uma m´scara
                             a                       a                              a
pintada ou o chocalho de um xam˜ podem vir a ser vitais para a captura de um sat´lite
                                   a                                                  e
de comunica¸˜es ou de uma rede secreta de computadores.
             co
   Nosso unico crit´rio de julgar uma arma ou uma ferramenta ´ sua beleza. Os meios j´
          ´         e                                           e                      a
 a                                   ca a e                             ´ Ser. Passado e
s˜o os fins, de certo modo, a insurrei¸˜o j´ ´ nossa aventura; Tornar-se E
futuro existem dentro de n´s e para n´s, alfa e ˆmega. N˜o existem outros deuses antes
                           o          o         o         a
ou depois de n´s. Estamos livres no TEMPO – e estaremos livres no ESPACO tamb´m.
               o                                                            ¸       e
   (Nossos agradecimentos a Hagbard Celine, o s´bio de Howth e redondezas.)
                                               a

                                                                    Revisado por Bruno Cardoso




                                            3

Weitere ähnliche Inhalte

Ähnlich wie BEY, Hakim (sd) - Paleolitismo Psíquico e Alta Tecnologia

Hakim bey taz (zona autonoma temporaria)
Hakim bey   taz (zona autonoma temporaria)Hakim bey   taz (zona autonoma temporaria)
Hakim bey taz (zona autonoma temporaria)Carol Daemon
 
O planeta movido a internet é escravo...
O planeta movido a internet é escravo...O planeta movido a internet é escravo...
O planeta movido a internet é escravo...Professor Gilson Nunes
 
Hakim bey taz (zona autonoma temporaria)
Hakim bey   taz (zona autonoma temporaria)Hakim bey   taz (zona autonoma temporaria)
Hakim bey taz (zona autonoma temporaria)Binô Zwetsch
 
BEY, Hakim - TAZ (Zona Autônoma Temporária)
BEY, Hakim - TAZ (Zona Autônoma Temporária)BEY, Hakim - TAZ (Zona Autônoma Temporária)
BEY, Hakim - TAZ (Zona Autônoma Temporária)Fabio Pedrazzi
 
TAZ Zona Autônoma Temporária
TAZ Zona Autônoma TemporáriaTAZ Zona Autônoma Temporária
TAZ Zona Autônoma Temporáriaaugustodefranco .
 
Distopia trabalho luiz eduardo.pptx
Distopia trabalho luiz eduardo.pptxDistopia trabalho luiz eduardo.pptx
Distopia trabalho luiz eduardo.pptxLuizEduardoPereiraDo
 
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia QuadrosDa ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia QuadrosSilvânio Barcelos
 
COVID-19 e "pós-verdade": o escárnio da racionalidade técnico-instrumental
COVID-19 e "pós-verdade": o escárnio da racionalidade técnico-instrumentalCOVID-19 e "pós-verdade": o escárnio da racionalidade técnico-instrumental
COVID-19 e "pós-verdade": o escárnio da racionalidade técnico-instrumentalEmerson Campos
 
Ted x Sudeste parte 2
Ted x Sudeste parte 2Ted x Sudeste parte 2
Ted x Sudeste parte 2Gil Giardelli
 
Piotr kropotkin a conquista do pão [104]
Piotr kropotkin   a conquista do pão [104]Piotr kropotkin   a conquista do pão [104]
Piotr kropotkin a conquista do pão [104]Alvanice Souza
 
A Conquista do Pão - Piotr Kropotkin
A Conquista do Pão - Piotr KropotkinA Conquista do Pão - Piotr Kropotkin
A Conquista do Pão - Piotr KropotkinBlackBlocRJ
 
Construcao da anarquia gilbert r. ledon
Construcao da anarquia gilbert r. ledonConstrucao da anarquia gilbert r. ledon
Construcao da anarquia gilbert r. ledonmoratonoise
 
Arte e Industria.pptx Sociologia- Adorno
Arte e Industria.pptx  Sociologia- AdornoArte e Industria.pptx  Sociologia- Adorno
Arte e Industria.pptx Sociologia- Adornoocg50
 
Aka arte - propostas espositivas (eka palace)
Aka arte - propostas espositivas (eka palace)Aka arte - propostas espositivas (eka palace)
Aka arte - propostas espositivas (eka palace)AKA Arte
 

Ähnlich wie BEY, Hakim (sd) - Paleolitismo Psíquico e Alta Tecnologia (20)

Hakim bey taz (zona autonoma temporaria)
Hakim bey   taz (zona autonoma temporaria)Hakim bey   taz (zona autonoma temporaria)
Hakim bey taz (zona autonoma temporaria)
 
O planeta movido a internet é escravo...
O planeta movido a internet é escravo...O planeta movido a internet é escravo...
O planeta movido a internet é escravo...
 
Hakim bey taz (zona autonoma temporaria)
Hakim bey   taz (zona autonoma temporaria)Hakim bey   taz (zona autonoma temporaria)
Hakim bey taz (zona autonoma temporaria)
 
BEY, Hakim - TAZ (Zona Autônoma Temporária)
BEY, Hakim - TAZ (Zona Autônoma Temporária)BEY, Hakim - TAZ (Zona Autônoma Temporária)
BEY, Hakim - TAZ (Zona Autônoma Temporária)
 
TAZ Zona Autônoma Temporária
TAZ Zona Autônoma TemporáriaTAZ Zona Autônoma Temporária
TAZ Zona Autônoma Temporária
 
Paradigmas
ParadigmasParadigmas
Paradigmas
 
Paradigmas
ParadigmasParadigmas
Paradigmas
 
Distopia trabalho luiz eduardo.pptx
Distopia trabalho luiz eduardo.pptxDistopia trabalho luiz eduardo.pptx
Distopia trabalho luiz eduardo.pptx
 
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia QuadrosDa ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
Da ServidãO Moderna, de Jean-François Brient, trad. Elisa Gerbenia Quadros
 
TeCon aula 16
TeCon aula 16TeCon aula 16
TeCon aula 16
 
COVID-19 e "pós-verdade": o escárnio da racionalidade técnico-instrumental
COVID-19 e "pós-verdade": o escárnio da racionalidade técnico-instrumentalCOVID-19 e "pós-verdade": o escárnio da racionalidade técnico-instrumental
COVID-19 e "pós-verdade": o escárnio da racionalidade técnico-instrumental
 
Ted x Sudeste parte 2
Ted x Sudeste parte 2Ted x Sudeste parte 2
Ted x Sudeste parte 2
 
Piotr kropotkin a conquista do pão [104]
Piotr kropotkin   a conquista do pão [104]Piotr kropotkin   a conquista do pão [104]
Piotr kropotkin a conquista do pão [104]
 
A Conquista do Pão - Piotr Kropotkin
A Conquista do Pão - Piotr KropotkinA Conquista do Pão - Piotr Kropotkin
A Conquista do Pão - Piotr Kropotkin
 
Pagao
PagaoPagao
Pagao
 
Construcao da anarquia gilbert r. ledon
Construcao da anarquia gilbert r. ledonConstrucao da anarquia gilbert r. ledon
Construcao da anarquia gilbert r. ledon
 
Arte e Industria.pptx Sociologia- Adorno
Arte e Industria.pptx  Sociologia- AdornoArte e Industria.pptx  Sociologia- Adorno
Arte e Industria.pptx Sociologia- Adorno
 
MODERNIDADE DAS TREVAS.pdf
MODERNIDADE DAS TREVAS.pdfMODERNIDADE DAS TREVAS.pdf
MODERNIDADE DAS TREVAS.pdf
 
Aka arte - propostas espositivas (eka palace)
Aka arte - propostas espositivas (eka palace)Aka arte - propostas espositivas (eka palace)
Aka arte - propostas espositivas (eka palace)
 
Steiner
SteinerSteiner
Steiner
 

Mehr von Fabio Pedrazzi

Aos pés do mestre - Jiddu krishnamurti
Aos pés do mestre - Jiddu krishnamurtiAos pés do mestre - Jiddu krishnamurti
Aos pés do mestre - Jiddu krishnamurtiFabio Pedrazzi
 
Multiversidade - Augusto de Franco
Multiversidade - Augusto de FrancoMultiversidade - Augusto de Franco
Multiversidade - Augusto de FrancoFabio Pedrazzi
 
O vôo da águia - J. Krishanamurti
O vôo da águia - J. KrishanamurtiO vôo da águia - J. Krishanamurti
O vôo da águia - J. KrishanamurtiFabio Pedrazzi
 
Empreendimentos em rede
Empreendimentos em redeEmpreendimentos em rede
Empreendimentos em redeFabio Pedrazzi
 
Nosso Único Problema - Jiddu Krishnamurti
Nosso Único Problema - Jiddu KrishnamurtiNosso Único Problema - Jiddu Krishnamurti
Nosso Único Problema - Jiddu KrishnamurtiFabio Pedrazzi
 
Livro Gamification, inc - Como reinventar empresas a partir de jogos
Livro Gamification, inc - Como reinventar empresas a partir de jogosLivro Gamification, inc - Como reinventar empresas a partir de jogos
Livro Gamification, inc - Como reinventar empresas a partir de jogosFabio Pedrazzi
 
Krishnamurti e David Bohm - A Eliminação do Tempo Psicológico
Krishnamurti e David Bohm - A Eliminação do Tempo PsicológicoKrishnamurti e David Bohm - A Eliminação do Tempo Psicológico
Krishnamurti e David Bohm - A Eliminação do Tempo PsicológicoFabio Pedrazzi
 
Black, Bob (1985) - A Abolição do Trabalho
Black, Bob (1985) - A Abolição do TrabalhoBlack, Bob (1985) - A Abolição do Trabalho
Black, Bob (1985) - A Abolição do TrabalhoFabio Pedrazzi
 
Desobedeça - Augusto de Franco
Desobedeça - Augusto de Franco Desobedeça - Augusto de Franco
Desobedeça - Augusto de Franco Fabio Pedrazzi
 
FRANCO, Augusto - Você é o Inimigo
FRANCO, Augusto - Você é o InimigoFRANCO, Augusto - Você é o Inimigo
FRANCO, Augusto - Você é o InimigoFabio Pedrazzi
 
LEVY, Pierre - Cibercultura
LEVY, Pierre - CiberculturaLEVY, Pierre - Cibercultura
LEVY, Pierre - CiberculturaFabio Pedrazzi
 
FRANCO, Augusto - É o Social, Estúpido!
FRANCO, Augusto - É o Social, Estúpido!FRANCO, Augusto - É o Social, Estúpido!
FRANCO, Augusto - É o Social, Estúpido!Fabio Pedrazzi
 
FRANCO, Augusto - Fluzz e Partido
FRANCO, Augusto - Fluzz e PartidoFRANCO, Augusto - Fluzz e Partido
FRANCO, Augusto - Fluzz e PartidoFabio Pedrazzi
 
LEVY, Pierre (1998) - Tecnologias da Inteligência
LEVY, Pierre (1998) - Tecnologias da InteligênciaLEVY, Pierre (1998) - Tecnologias da Inteligência
LEVY, Pierre (1998) - Tecnologias da InteligênciaFabio Pedrazzi
 
MATURANA, Humberto - Conversações Matrísticas e Patriarcais
MATURANA, Humberto - Conversações Matrísticas e PatriarcaisMATURANA, Humberto - Conversações Matrísticas e Patriarcais
MATURANA, Humberto - Conversações Matrísticas e PatriarcaisFabio Pedrazzi
 
Franco, Augusto - A Desastrosa Ideia de Sucesso
Franco, Augusto - A Desastrosa Ideia de SucessoFranco, Augusto - A Desastrosa Ideia de Sucesso
Franco, Augusto - A Desastrosa Ideia de SucessoFabio Pedrazzi
 
FRANCO, Augusto - Desobedeça
FRANCO, Augusto - DesobedeçaFRANCO, Augusto - Desobedeça
FRANCO, Augusto - DesobedeçaFabio Pedrazzi
 
LIBER, Mutus - Definição de Escola
LIBER, Mutus - Definição de EscolaLIBER, Mutus - Definição de Escola
LIBER, Mutus - Definição de EscolaFabio Pedrazzi
 
FRANCO, Augusto - Resista à Tentação de Pertencer a um Grupo
FRANCO, Augusto - Resista à Tentação de Pertencer a um GrupoFRANCO, Augusto - Resista à Tentação de Pertencer a um Grupo
FRANCO, Augusto - Resista à Tentação de Pertencer a um GrupoFabio Pedrazzi
 

Mehr von Fabio Pedrazzi (20)

Aos pés do mestre - Jiddu krishnamurti
Aos pés do mestre - Jiddu krishnamurtiAos pés do mestre - Jiddu krishnamurti
Aos pés do mestre - Jiddu krishnamurti
 
Multiversidade - Augusto de Franco
Multiversidade - Augusto de FrancoMultiversidade - Augusto de Franco
Multiversidade - Augusto de Franco
 
O vôo da águia - J. Krishanamurti
O vôo da águia - J. KrishanamurtiO vôo da águia - J. Krishanamurti
O vôo da águia - J. Krishanamurti
 
Empreendimentos em rede
Empreendimentos em redeEmpreendimentos em rede
Empreendimentos em rede
 
Nosso Único Problema - Jiddu Krishnamurti
Nosso Único Problema - Jiddu KrishnamurtiNosso Único Problema - Jiddu Krishnamurti
Nosso Único Problema - Jiddu Krishnamurti
 
Fluzz & Escola
Fluzz & EscolaFluzz & Escola
Fluzz & Escola
 
Livro Gamification, inc - Como reinventar empresas a partir de jogos
Livro Gamification, inc - Como reinventar empresas a partir de jogosLivro Gamification, inc - Como reinventar empresas a partir de jogos
Livro Gamification, inc - Como reinventar empresas a partir de jogos
 
Krishnamurti e David Bohm - A Eliminação do Tempo Psicológico
Krishnamurti e David Bohm - A Eliminação do Tempo PsicológicoKrishnamurti e David Bohm - A Eliminação do Tempo Psicológico
Krishnamurti e David Bohm - A Eliminação do Tempo Psicológico
 
Black, Bob (1985) - A Abolição do Trabalho
Black, Bob (1985) - A Abolição do TrabalhoBlack, Bob (1985) - A Abolição do Trabalho
Black, Bob (1985) - A Abolição do Trabalho
 
Desobedeça - Augusto de Franco
Desobedeça - Augusto de Franco Desobedeça - Augusto de Franco
Desobedeça - Augusto de Franco
 
FRANCO, Augusto - Você é o Inimigo
FRANCO, Augusto - Você é o InimigoFRANCO, Augusto - Você é o Inimigo
FRANCO, Augusto - Você é o Inimigo
 
LEVY, Pierre - Cibercultura
LEVY, Pierre - CiberculturaLEVY, Pierre - Cibercultura
LEVY, Pierre - Cibercultura
 
FRANCO, Augusto - É o Social, Estúpido!
FRANCO, Augusto - É o Social, Estúpido!FRANCO, Augusto - É o Social, Estúpido!
FRANCO, Augusto - É o Social, Estúpido!
 
FRANCO, Augusto - Fluzz e Partido
FRANCO, Augusto - Fluzz e PartidoFRANCO, Augusto - Fluzz e Partido
FRANCO, Augusto - Fluzz e Partido
 
LEVY, Pierre (1998) - Tecnologias da Inteligência
LEVY, Pierre (1998) - Tecnologias da InteligênciaLEVY, Pierre (1998) - Tecnologias da Inteligência
LEVY, Pierre (1998) - Tecnologias da Inteligência
 
MATURANA, Humberto - Conversações Matrísticas e Patriarcais
MATURANA, Humberto - Conversações Matrísticas e PatriarcaisMATURANA, Humberto - Conversações Matrísticas e Patriarcais
MATURANA, Humberto - Conversações Matrísticas e Patriarcais
 
Franco, Augusto - A Desastrosa Ideia de Sucesso
Franco, Augusto - A Desastrosa Ideia de SucessoFranco, Augusto - A Desastrosa Ideia de Sucesso
Franco, Augusto - A Desastrosa Ideia de Sucesso
 
FRANCO, Augusto - Desobedeça
FRANCO, Augusto - DesobedeçaFRANCO, Augusto - Desobedeça
FRANCO, Augusto - Desobedeça
 
LIBER, Mutus - Definição de Escola
LIBER, Mutus - Definição de EscolaLIBER, Mutus - Definição de Escola
LIBER, Mutus - Definição de Escola
 
FRANCO, Augusto - Resista à Tentação de Pertencer a um Grupo
FRANCO, Augusto - Resista à Tentação de Pertencer a um GrupoFRANCO, Augusto - Resista à Tentação de Pertencer a um Grupo
FRANCO, Augusto - Resista à Tentação de Pertencer a um Grupo
 

Kürzlich hochgeladen

apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 

Kürzlich hochgeladen (20)

apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 

BEY, Hakim (sd) - Paleolitismo Psíquico e Alta Tecnologia

  • 1. Paleolitismo Ps´ ıquico e Alta Tecnologia Hakim Bey S´ porque a AAO (Associa¸˜o para a Anarquia Ontol´gica) fala de ”paleolitismo”o o ca o tempo todo, n˜o fique com a impress˜o de que queremos nos mandar de volta ` Idade da a a a Pedra. N˜o temos o menor interesse em ”voltar ` terra natal”, se o pacote de viagem incluir a a a entediante vida de camponˆs chutador-de-bosta – nem queremos o ”tribalismo”, se ele e vier com tabus, fetiches e m´-alimenta¸˜o. N˜o temos nada contra o conceito de cultura a ca a – incluindo a tecnologia; para n´s, o problema come¸a com a civiliza¸˜o. o c ca O que gostamos da vida no Paleol´ ıtico foi resumido pela escola de antropologia dos povos sem autoridade: a elegante pregui¸a da sociedade do ca¸ador/coletor, o trabalho de c c duas horas por dia, a obsess˜o pela arte, dan¸a, poesia e afetividade, a ”democratiza¸˜o a c ca do xamanismo”, a cultiva¸˜o da percep¸˜o – em suma, a cultura. ca ca O que n´s detestamos na civiliza¸˜o pode ser deduzido da seguinte progress˜o: a o ca a ”revolu¸˜o agr´ ca ıcola”; a emergˆncia das castas; a cidade e seu culto do controle hier´tico e a (”Babilˆnia”); escravid˜o; dogma; imperialismo (”Roma”). A supress˜o da sexualidade o a a no ”trabalho”sob a ´gide da ”autoridade”. ”O Imp´rio nunca terminou.” e e Um paleolitismo ps´quico, baseado na Alta Tecnologia – p´s-agr´ ı o ıcola, p´s-industrial, o ”Trabalho-Zero”, nˆmade (ou ”Cosmopolita Desenraizado”) – uma Sociedade de Para- o digma do Quantum – essa constitui uma vis˜o ideal do futuro segundo a Teoria do Caos a e a ”futurologia”(no sentido que Robert Anton Wilson e T. Leary d˜o para o termo). a Quanto ao presente: rejeitamos todo tipo de colabora¸˜o com a civiliza¸˜o da Anore- ca ca xia e da Bulimia, com pessoas t˜o envergonhadas de nunca terem sofrido que inventam a m´scaras penitentes para si mesmas e para os outros – ou aqueles que empanturram-se a sem compaix˜o e depois despejam o vˆmito de sua culpa suprimida em grandes acessos a o masoquistas de exerc´ıcios e dietas. Todos os nossos prazeres e autodisciplina nos perten- cem por natureza – nunca nos negamos, nunca desistimos de nada; mas algumas coisas desistiram de n´s e nos deixaram, porque somos muito grandes para elas. Sou ao mesmo o tempo o homem da caverna, o mutante das estrelas, o seu conterrˆneo e o pr´ a ıncipe livre. Uma vez um chefe ind´ ` ıgena foi convidado para um banquete na Casa Branca. A medida que a comida era servida, o chefe encheu seu prato ao m´ximo poss´ a ıvel, n˜o apenas uma, a mas trˆs vezes. Enfim, o branquelo sentado ao seu lado disse: ”Chefe, he, he, he, vocˆ e e n˜o acha que ´ um pouco demais?Uh”, disse o chefe, ”um pouco demais ´ perfeito para o a e e Chefe!” No entanto, certas doutrinas da ”futurologia”continuam problem´ticas. Por exemplo, a mesmo que aceitemos o potencial libertador das novas tecnologias como a TV, os com- 1
  • 2. putadores, a rob´tica, a explora¸˜o espacial etc., ainda percebemos uma grande distˆncia o ca a entre potencial e realidade. A banaliza¸˜o da TV, a burguesifica¸˜o dos computadores e ca ca a militariza¸˜o do espa¸o sugerem que essas tecnologias, por si s´, n˜o oferecem qualquer ca c o a garantia ”espec´ıfica”para seu uso libert´rio. a Mesmo se rejeitarmos o holocausto nuclear como apenas mais uma divers˜o espeta- a cular orquestrada para distrair nossa aten¸˜o dos problemas reais, devemos admitir que ca a ”Inevit´vel Destrui¸˜o M´tua”e a ”Guerra Pura”tendem a diminuir nosso entusiasmo a ca u por alguns aspectos da aventura da Alta Tecnologia. A Anarquia Ontol´gica mant´m sua o e afei¸˜o pelo luditismo como t´tica: se uma dada tecnologia, n˜o importa o qu˜o admir´vel ca a a a a em termos de potencial (no futuro), ´ usada para oprimir-me aqui e agora, ent˜o eu devo e a ou empunhar a arma da sabotagem, ou dominar os meios de produ¸˜o (ou, talvez mais ca importante, os meios de comunica¸˜o). N˜o h´ humanidade sem t´chne – mas n˜o h´ ca a a e a a t´chne mais valiosa do que minha humanidade. e Desprezamos o anarquismo panaca e antitecnol´gico – pelo menos, para n´s (h´ aqueles o o a que dizem que gostam da vida do campo) – e rejeitamos tamb´m o conceito de uma fixa¸˜o e ca tecnol´gica. Para n´s, todas as formas de determinismo s˜o igualmente ins´ o o a ıpidas – n˜o a somos escravos nem de nossos genes nem de nossas m´quinas. O que ´ ”natural”´ aquilo a e e que imaginamos e criamos. ”A Natureza n˜o tem leis – apenas h´bitos.” a a Para n´s, a vida n˜o pertence nem ao passado – a terra dos famosos fantasmas amon- o a toando seus bens maculados pela cova – nem ao futuro, cujos cidad˜os mutantes com a c´rebro em forma de bulbo guardam com zelo os segredos da imortalidade, do vˆo mais e o r´pido que a velocidade da luz, dos genes desenhados artificialmente e do encolhimento a do Estado. Aut nunc aut nihil. Todo momento cont´m uma eternidade a ser penetrada e – no entanto, nos perdemos em vis˜es assimiladas atrav´s dos olhos de cad´veres, ou na o e a nostalgia por uma perfei¸˜o ainda n˜o-nascida. ca a As realiza¸˜es dos meus ancestrais e descendentes n˜o s˜o, para mim, nada mais do co a a que um conto instrutivo e interessante – eu jamais os verei como superiores, mesmo para desculpar minha pr´pria pequenez. Mandarei imprimir para mim mesmo uma licen¸a o c para roubar deles tudo o que eu quiser – paleolitismo ps´ ıquico ou alta-tecnologia – ou, que seja, os belos detritos da pr´pria civiliza¸˜o, os segredos dos Mestres Ocultos, os o ca prazeres da nobreza fr´ ıvola e la vie boheme. La decadance. Pelo contr´rio, Nietzsche, n˜o obstante, possui um papel t˜o profundo a a a na Anarquia Ontol´gica quanto a sa´de – cada um toma o que quiser do outro. Estetas de- o u cadentes n˜o travam guerras est´pidas nem submergem sua consciˆncia no ressentimento a u e e na ganˆncia microcef´licos. Eles buscam aventura na inova¸˜o art´ a a ca ıstica e na sexuali- dade n˜o-ordin´ria, ao inv´s de busc´-la na desgra¸a alheia. A AAO admira e emula sua a a e a c indolˆncia, seu desd´m pela estupidez e normalidade, sua expropria¸˜o das sensibilidades e e ca aristocr´ticas. Para n´s, essas qualidades harmonizam-se paradoxalmente com aquelas a o da Idade da Pedra e sua abundante sa´de, ignorˆncia de qualquer hierarquia, cultivo da u a virtu ao inv´s da Lei. Exigimos decadˆncia sem doen¸a, e sa´de sem t´dio! e e c u e Assim, a AAO oferece apoio incondicional para todos os povos nativos e tribais em sua luta por completa autonomia – e, ao mesmo tempo, para todas as especula¸˜es e exigˆncias co e mais doidas e fora da realidade dos futurologistas. O paleolitismo do futuro (que, para n´s, mutantes, j´ existe) ser´ alcan¸ado em grande escala apenas atrav´s de uma massiva o a a c e 2
  • 3. tecnologia da Imagina¸˜o, e de um paradigma cient´ ca ıfico que v´ al´m da mecˆnica quˆntica, a e a a para o reino da Teoria do Caos e das alucina¸˜es da fic¸˜o especulativa. co ca Como cosmopolitas desenraizados, reivindicamos todas as belezas do passado, do ori- ente, das sociedades tribais – tudo isso deve e pode ser nosso, mesmo os tesouros do Imp´rio: nosso para compartilharmos. E, ao mesmo tempo, exigimos uma tecnologia que e transcenda a agricultura, a ind´stria, a simultaneidade da eletricidade, um hardware que u fa¸a a interse¸˜o com o aparelho vivo da consciˆncia, que abrace o poder dos quarks, das c ca e part´ ıculas viajando no tempo, do quasares e dos universos paralelos. Cada ide´logo enfurecido do anarquismo e do libertarismo prescreve alguma utopia o an´loga aos v´rios tipos de vis˜o que tˆm, da comuna camponesa ` cidade espacial. a a a e a N´s dizemos, deixemos que um milh˜o de flores se abram – sem nenhum jardineiro para o a arrancar ervas daninhas e proibir brincadeiras de acordo com algum esquema moralizante ou eugenista. O unico conflito verdadeiro ´ entre a autoridade do tirano e a autoridade ´ e do ser realizado – todo o resto ´ ilus˜o, proje¸˜o psicol´gica, verborragia. e a ca o Num certo sentido, os filhos e filhas de Gaia nunca deixaram o paleol´ ıtico; noutro, todas as perfei¸˜es do futuro j´ s˜o nossas. Apenas a insurrei¸˜o ”resolver´”esse paradoxo – co a a ca a apenas o levante contra a falsa consciˆncia tanto em n´s mesmos quanto nos outros vai e o varrer a tecnologia da opress˜o e a pobreza do Espet´culo. Nessa batalha, uma m´scara a a a pintada ou o chocalho de um xam˜ podem vir a ser vitais para a captura de um sat´lite a e de comunica¸˜es ou de uma rede secreta de computadores. co Nosso unico crit´rio de julgar uma arma ou uma ferramenta ´ sua beleza. Os meios j´ ´ e e a a ca a e ´ Ser. Passado e s˜o os fins, de certo modo, a insurrei¸˜o j´ ´ nossa aventura; Tornar-se E futuro existem dentro de n´s e para n´s, alfa e ˆmega. N˜o existem outros deuses antes o o o a ou depois de n´s. Estamos livres no TEMPO – e estaremos livres no ESPACO tamb´m. o ¸ e (Nossos agradecimentos a Hagbard Celine, o s´bio de Howth e redondezas.) a Revisado por Bruno Cardoso 3