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A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos
significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de
2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no
período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca
de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a
psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática
persiste por ter raízes históricas e ideológicas.
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da
sociedade patriarcal. Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe
uma espécie de determinismo biológico em relação às mulheres.
Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce
mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega
que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino,
independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser
como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as
mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social
advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para
este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e,
assim, a liberdade para o ato é aumentada.
Além disso, há o estigma do machismo na sociedade brasileira.
Isso ocorre porque a ideologia da superioridade do gênero masculino, em
detrimento do feminino, reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés,
as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para
o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a
serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na
qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar sob a
constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu
progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de casos de
violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo,
inclusive os de reincidência.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas
brasileiras dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país.
Para que essa erradicação seja possível, é necessário que as mídias
deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação
para promover a objetificação da mulher e passem a usá-la para
difundir campanhas governamentais para a denúncia de agressão
contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo
crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores,
para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o
fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.
Amanda Carvalho Maia Castro
REDAÇÃO NOTA 1000
CANDIDATA DO ENEM 2015

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Redação nota 1000 2015 enem

  • 1. A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas. O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada. Além disso, há o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da superioridade do gênero masculino, em detrimento do feminino, reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência. Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação para promover a objetificação da mulher e passem a usá-la para difundir campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil. Amanda Carvalho Maia Castro