A saúde pública no Brasil enfrenta graves problemas estruturais, como deficientes instalações físicas, falta de equipamentos e medicamentos, além de escassez de recursos humanos. Hospitais estão superlotados e sem condições de atender a demanda crescente. A situação é crítica em grandes cidades como Fortaleza, Feira de Santana e São Paulo, onde hospitais filantrópicos correm risco de fechar por falta de verba.
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Crise na saúde pública brasileira
1. Tema: A realidade da saúde pública no Brasil
Texto 01
A crise na saúde pública do Brasil deve ser considerada sob três
aspectos básicos, quais sejam, a deficiência na estrutura física, a falta de
disponibilidade de material-equipamento-medicamentos e a carência de
recursos humanos.
As condições das estruturas físicas das Unidades Básicas de Saúde e
dos hospitais são lastimáveis, pois as mesmas se encontram sem
manutenção preventiva e/ou corretiva, funcionando muitas vezes em
prédios improvisados e inadequados, com instalações elétricas,
sanitárias e hidráulicas precárias, pondo inclusive em risco de morte,
aqueles que lá frequentam.
As péssimas condições de atendimento à população na Atenção
Primária de Saúde, porta de entrada do SUS, também é retratada pela
falta de equipamentos médicos, mobílias, exame laboratoriais e até
mesmo de medicamentos básicos para diabetes, hipertensão, vermífugos
ou antibióticos.
A dificuldade no acesso e a ineficácia dos serviços prestados na
Atenção Primária têm contribuído cada vez mais para a superlotação dos
hospitais públicos, onde milhares de brasileiros padecem nas filas,
mendigando por uma simples consulta, um exame diagnóstico ou uma
cirurgia eletiva. A deficiência no número de leitos obriga os pacientes, na
maioria das vezes, a passarem semanas acomodados no chão, em
colchões ou em macas, largados nos corredores ou na recepção dos
hospitais, à espera de um leito de enfermaria ou de UTI. Tal situação
fere não só a dignidade do povo, mas também dos profissionais de saúde
que são obrigados a conviverem diariamente com cenas tão fortes. A
precariedade dessa situação fática leva ao retardo no diagnóstico de
doenças e, consequentemente, uma piora em muitos prognósticos,
podendo ocasionar em alguns casos, a própria morte, antes mesmo do
atendimento.
Na área dos recursos humanos, tome-se como exemplo o Município
de Fortaleza, uma das maiores capitais do Brasil, sede da copa em 2014,
que em recente visita realizada pela Comissão de Saúde da OAB-CE,
acompanhada pelo Ministério Público Estadual, Conselhos Estadual e
Municipal de Saúde e os representantes de todos os Conselhos Regionais
da área de saúde, foi constatada que cerca de 60% de todos os
profissionais da área da saúde são contratados com vínculo precário de
trabalho através de empresas terceirizadas ou cooperativas, em total
afronta à Constituição, que exige a aprovação prévia em concursos
2. públicos para a investidura em cargo ou emprego público, ressaltando-se
que a carência de médicos no SUS, se dá principalmente, pela falta de
concursos públicos. O Governo Brasileiro deliberadamente vem
substituindo os Concursos Públicos por contratações via ONG,
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP),
Cooperativas de Serviços ou a EBSERH, empresa pública dotada de
personalidade jurídica de direito privado, o que certamente constitui-se
também em retrocesso político.
http://oab-ce.jusbrasil.com.br/noticias/100666423/artigo-crise-na-
saude-publica
Texto 02
Vai botar aonde? Questionou o diretor do Hospital Geral Clériston
(HGCA), José Carlos Pitangueira, em entrevista ao Acorda Cidade na
manhã de hoje (8), sobre as macas que o governo do estado terá que
fornecer à unidade de saúde, para evitar que os equipamentos do Serviço
de Atendimento Médico de Urgência (Samu) não fiquem retidos no local à
espera de leitos na emergência.
De acordo com o diretor, o Clériston está estrangulado e “não tem
mais pra onde ir”. “Temos que resolver é como vai ‘rodar o leito’. Não
pode ficar um paciente 30 dias esperando por uma cirurgia. Tem paciente
que não é para estar no Clériston e está lá, porque não tem pra onde ir.
Não tem mais espaço para colocar maca, está cheio todos os dias”,
declarou, sobre a dificuldade de atendimento no HGCA.
Outro problema apontado por Pitangueira é o aumento no número
de pacientes que procuram o Clériston, recém-saídos dos planos de
saúde, o que, segundo ele, vai aumentar ainda mais com o reajuste de
13,57% autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) para os planos
privados. “Só tem a gente para 127 municípios. Hoje você não tem mais
leito de Dom Pedro, nem na Casa de Saúde Santana. Não pode um
hospital de emergência ter 7.500 atendimentos clínicos esse ano. Uma
média de 1.500 por mês. Isso é que não pode”, afirmou.
“É o único hospital que dá vaga de UTI para pacientes que são
operados. Não adianta essa conversa de maca e de leito. Nós queremos
saber como é que podemos ser ajudados. Precisamos tentar resolver os
problemas da saúde de Feira”, continuou o diretor.
As declarações feitas pelo diretor do HGCA são uma resposta à
determinação da desembargadora Maria do Socorro, presidente do
Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que negou o pedido do Estado para
suspender uma liminar que impedia as macas do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) de ficarem retidas no Hospital Geral Clériston
Andrade (HGCA), em Feira de Santana.
3. De acordo com a decisão, o governo do estado terá que suprir a
demanda de macas dos pacientes, uma vez que a retenção das macas do
Samu e de municípios vizinhos prejudica os atendimentos do serviço
móvel de urgência. Segundo o promotor autor da ação, Audo Rodrigues,
as ambulâncias ficam retidas no hospital durante horas devido à falta de
leitos, o que pode causar danos irreparáveis ou de difícil reparação para a
população.
http://www.osertao.com/crise-na-saude-de-feira-diretor-diz-que-
cleriston-andrade-nao-tem-espaco-para-receber-novas-macas/
Texto 03
http://vida-estilo.estadao.com.br/noticias/geral,crise-na-uti-dos-maiores-hospitais-de-campo-
grande,56399
4. Texto04
Colapso na saúde pública em São Paulo
DIÁRIO DE S.PAULO
A rede pública de saúde do estado na capital paulista pode entrar
em crise, admite o próprio secretário estadual da Saúde, José da Silva
Guedes. Depois da paralisação do pronto-socorro do Hospital São Paulo,
na Vila Clementino, Zona Sul, agora o Hospital Santa Marcelina, em
Itaquera, Zona Leste — que atende 2.000 pessoas por dia só no setor de
urgência e emergência — anuncia que está prestes a fechar o PS. Juntos,
os prontos-socorros dos dois hospitais atendem 3.500 pacientes por dia.
Segundo a direção do Santa Marcelina, a entidade filantrópica só
tem fôlego para manter o atendimento por mais 15 dias. As dívidas
chegam a quase R$ 20 milhões. Noventa por cento dos pacientes são do
Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não temos dinheiro. Nossa situação é igual ou até pior que a do
Hospital São Paulo”, afirma a diretora clínica do Santa Marcelina, Maria
Cristina Lourenço. O hospital está sem recursos para manter os estoques
de material e medicação, e não tem como pagar o salário e o 13º de
médicos, enfermeiros e demais funcionários. Além dos 2 mil
atendimentos diários no pronto-socorro, 3.000 pacientes passam por dia
pelo ambulatório do Santa Marcelina.
Maria Cristina conta que a direção espera apoio dos governos
municipal, estadual e federal para melhorar a situação. No início do ano,
o pronto-socorro foi fechado, mas a instituição conseguiu recursos do
Governo do estado. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, além do
repasse dos atendimentos do SUS, o Santa Marcelina recebe um auxílio
mensal de R$ 1 milhão.
Outra questão que preocupa a direção da instituição filantrópica é a
crise enfrentada pelo Hospital São Paulo. “O fechamento do pronto-
socorro deles nos surpreendeu”, disse Maria Cristina. Segundo a diretora
clínica, o Santa Marcelina não tem condições de ser retaguarda do
hospital da Zona Sul.
“Estamos com o pronto-socorro superlotado e os leitos com
ocupação plena, sem condições de absorver a demanda da própria Zona
Leste, quanto mais da de outras regiões da cidade. Não queremos fechar
o PS, mas a situação está muito difícil. Alguma coisa tem de ser feita
para não fecharmos”, apela a diretora clínica. A entidade filantrópica quer
uma audiência com o governador Geraldo Alckmin, em mais uma
tentativa de sensibilizar o governo. A diretoria do hospital já se reuniu
5. com o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Walter Feldman
(PSDB), e expôs a situação do hospital.
Por causa da crise financeira, o pronto-socorro do Hospital São Paulo,
ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), só atende
atualmente pacientes que correm risco de vida (como vítimas de
atropelamento e pessoas baleadas). O secretário estadual da Saúde, José
da Silva Guedes, anunciou que esta semana o Ministério da Saúde deverá
liberar verba para ajudar o hospital a sair da crise e a reabrir as portas
do pronto-socorro. O valor não foi informado.
“Tentaremos mais recursos aqui também. O governador deverá
fazer um novo esforço e ajudar mais uma vez. Esse hospital é
importante, fundamental, para São Paulo”, diz o secretário Guedes.
Ele explica que o governo do estado já doou R$ 3 milhões à
entidade este ano. Segundo Guedes, o Sistema Único de Saúde deveria
entrar como complemento para custeio do hospital, mas parte dessa
receita é utilizada para o pagamento do pessoal.
Antes da paralisação, o pronto-socorro do Hospital São Paulo
atendia 1.500 pessoas por dia. Hoje, a média de atendimento fica em
torno de 10% desse número. Os 90% restantes que chegam ao local são
recusados e precisam procurar atendimento em outras instituições, como
a Santa Casa de Misericórdia, o Hospital das Clínicas e até o próprio
Santa Marcelina. O atendimento ambulatorial no Hospital São Paulo foi
mantido, com consultas agendadas com especialistas.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR54033-
6014,00.html
Texto 05