2. TEXTO DO DIA
• “Se for possível, quando estiver em vós, tende paz
com todos os homens” (Rm 12.18).
3. SÍNTESE
• O dever do cristão é viver em paz com todos,
independentemente do credo, etnia e cultura, mesmo que a
pessoa seja de difícil convivência.
4. AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — At 7.9,10
• Relacionamento de José com seus irmãos
TERÇA — 2Tm 4.14,15
• Relacionamento de Paulo com Alexandre
QUARTA — Nm 16-18
• Relacionamento de Moisés e Arão contra os insurgentes
QUINTA — At 15.36-39
• Relacionamento dos amigos Paulo e Barnabé
SEXTA — 3Jo 9-11
• Relacionamento de João com Diótrofes
SÁBADO — Gn 13.7-12
• O relacionamento familiar de Abraão e Ló em conflito
5. OBJETIVOS
• DEFINIR o conceito de “pessoas difíceis”;
• DESCREVER as características das pessoas difíceis;
• REPENSAR os relacionamentos com pessoas
difíceis.
6. TEXTO BÍBLICO
Gênesis 37.1-8.
1 — E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai,
na terra de Canaã.
2 — Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de
dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos;
e estava este jovem com os filhos de Bila e com os filhos de
Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles
a seu pai.
3 — E Israel amava a José mais do que a todos os seus
filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica
de várias cores.
7. 4 — Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do
que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam
falar com ele pacificamente.
5 — Sonhou também José um sonho, que contou a seus
irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais.
6 — E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho
sonhado:
7 — Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e
eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e
eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao
meu molho.
8 — Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras
reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós?
Por isso, tanto mais o aborreciam por seus sonhos e por
suas palavras.
8. INTRODUÇÃO
• Conviver e relacionar-se com pessoas é uma arte! Exige
tato, experiência e cuidado. As pessoas são diferentes
de muitos modos, inclusive na forma como gostam de
serem tratadas. Talvez uma bajulação faça bem ao ego
de uma pessoa, mas outra recebe com desconfiança e
desprezo.
9. • Há formas universais de tratar alguém. Todos desejam
ser tratados com educação, respeito e cordialidade.
Todavia, com alguns isto não basta, são necessárias
altas dosagens de paciência, tolerância e resignação. É
sobre esse tipo de pessoa que certa psicoterapeuta
chama de “porco-espinho”, e um outro psicólogo
conceitua como “gente tóxica”, que trataremos nessa
lição.
10. I. O QUE SÃO PESSOAS DIFÍCEIS?
• 1. Das metáforas ao conceito (Pv 15.18; 16.18,27).
• 2. Halitose de personalidade.
• 3. O que diz a Bíblia.
a) José e seus irmãos (Gn 37).
b) Davi e Saul (1Sm 18.6-30).
11. • A metáfora “porco-espinho”
ajuda esclarecer o sentido
de “pessoas difíceis”.
• Naturalmente, o porco-
espinho é um animal dócil,
mas sob ataque, pressão
ou cutucado, torna-se uma
criatura perigosa, expelindo
espinhos que se fixam na
musculatura do oponente,
gerando dor e inflamação.
1. Das metáforas ao conceito (Pv 15.18; 16.18,27).
12. • As figuras coloquiais “fio desencapado” e “pavio curto”
expressam semelhante conceito. Trata-se de pessoas
cujo relacionamento sempre é delicado e tenso por um
lado, e distorcido e conflituoso por outro.
13. • É claro que os conflitos fazem
parte dos relacionamentos e,
considerados positivamente,
levam à maturidade emotiva e
relacional.
• Mas o que está em vista aqui
é aquela forma irracional que
chega às raias do abuso,
manipulação e maus-tratos
verbais gratuitos. A Bíblia
recomenda cuidado no trato
com os tais (Pv 22.24,25).
14. • A “pessoa difícil” de conviver traz um grande custo a si
mesma e àqueles que estão em seu entorno. Ela sofre
de um mal em sua personalidade que afasta as
pessoas. Alguns especialistas chamam isso de “halitose
de personalidade”.
2. Halitose de personalidade.
15. • A halitose é responsável pelo mau hálito e, aplicada ao
contexto, indica a pessoa que afasta as outras de si por
causa de seu comportamento irritante.
16. • Falta-lhe aquele “bom cheiro de Cristo” (2Co 2.14-16)
que aguça o caráter e a personalidade e torna a pessoa
querida e amada (Ct 1.3).
• Geralmente esses indivíduos precisam de
aconselhamento especializado (Cf. Pv 12.20; 13.10;
8.14-16; Cl 3.16).
17. • A Bíblia não trata sistematicamente a respeito da
convivência com pessoas difíceis, mas traz algumas
recomendações e casos onde elas podem ser vistas,
entre elas:
3. O que diz a Bíblia.
18. a) José e seus irmãos (Gn
37).
• Movidos pelo ódio e inveja,
os irmãos de José fizeram
de tudo para tornar sua
vida insuportável, a ponto
de não falarem mais
pacificamente com ele
(vv.4,11) e tramarem sua
morte (v.18).
• Deus fez com que o mal
fosse transformado em
bênção, mas o processo foi
doloroso (At 7.9; Rm 8.28).
19. b) Davi e Saul (1Sm 18.6-30).
• Saul temia o fato de Davi ser
bem-sucedido em tudo o que
fazia (vv.14,15,29) e não
olhava-o com bons olhos (v.9),
razão pela qual tentou matá-lo
por diversas vezes (v.11,17-19).
• Ele invejava o apreço que todos
tinham por Davi, e a inveja
tornou-se em ódio (v.30).
• Não é sem razão que o salmista
orava ao Senhor pedindo
livramento (Sl 17.8-12).
20. II. CARACTERÍSTICAS DAS PESSOAS
DIFÍCEIS
• 1. Invejosa e ciumenta (Pv 28.22; At 7.9; Tg 3.15; Rm
13.13).
• 2. Opressora e agressiva (Êx 23.9; Lv 19.33; Pv
14.31).
• 3. Murmuradora e mexiriqueira (Nm 17.5; Dt 1.27;
1Co 10.10).
21. • A inveja é um sentimento destrutivo provocado pela
insatisfação pessoal a respeito da felicidade e sucesso
alheio (Pv 14.30). Ela se distingue do ciúme, uma outra
obra da carne (Gn 30.1; Rm 13.13; Gl 5.21).
1. Invejosa e ciumenta (Pv 28.22; At 7.9; Tg 3.15; Rm
13.13).
22. • A pessoa tem ciúme do que é dela e inveja do que é do
outro. O ciumento quer primazia e exclusividade (Nm
11.27-29; Rm 11.11), já o invejoso tende a destruir ou
ignorar o que alguém conquistou e a influenciar
negativamente as outras pessoas (Gn 4.5; 37.11).
23. • A inveja e o ciúme são pecados (Gl 5.20,21) e opostos
ao amor (1Co 13.4). Na Bíblia são conhecidos Caim (Gn
4.5), os patriarcas (At 7.9), Saul (1Sm 18.8) e os
principais sacerdotes (Mc 15.10), todos, pessoas
tóxicas, capazes de oprimir, injuriar, planejar o mal e até
cometer assassinatos (Mt 27.18). O justo é advertido a
não ter inveja dos ímpios (Sl 37.1; Pv 3.31; 23.17).
24. 2. Opressora e agressiva (Êx 23.9; Lv 19.33; Pv 14.31).
• O opressor tem um
conceito equivocado
acerca do poder que
exerce.
• Ele converte a legítima
autoridade em opressão
e a submissão em pena
(Gn 16.6; Êx 1.11; 1Tm
1.13).
25. • Nesses dois versículos, o termo hebraico ('ānâ) significa
“humilhar” (ARA) ou “afligir” (ARC) e, no contexto,
refere-se ao sofrimento advindo de uma tarefa difícil de
realizar, podendo se estender ao castigo físico (1Tm
1.13 cf. At 26.9-11).
26. • O opressor é autoritário e se favorece de sua função
superior para impor sua vontade sobre os outros.
• Essa suposta superioridade às vezes é condicionada
pela cultura (machismo, patriarcalismo, paternalismo),
resultando em hostilidade e agressões às mulheres,
crianças e indefesos (Sl 10.18; 34.18).
• O salmista pedia ao Senhor para que o livrasse de gente
dessa laia (Sl 72.4; 119.121).
27. • Um dos termos hebraicos para murmuração (hāgâ)
descreve o arrulhar da pomba e o rugir do leão após a
captura da presa (Is 38.14; 31.4).
• A murmuração pode se manifestar sutil e docilmente
como o arrulhar da inofensiva pomba, como também
manifesta-se perigosa e ameaçadora como o rugir do
leão.
3. Murmuradora e mexiriqueira (Nm 17.5; Dt 1.27;
1Co 10.10).
28. • Em ambas situações ela é
perigosa e repreensiva.
• Tais metáforas descrevem
o caráter sutil e ameaçador
do murmurador e do
mexiriqueiro, o “fofoqueiro”.
• Ambos usam as palavras
para provocarem intrigas,
rebeliões e para falarem
mal do próximo (Êx 15.24;
16.2; Nm 14.2; 16.41; Lv
19.16; Pv 11.13).
29. • Segundo a Bíblia, essas pessoas tóxicas espalham
veneno pela língua mentirosa (Pv 6.17), e, como flecha,
procuram ferir outros disseminando desconfiança (Jr
9.8). O mexeriqueiro é intriguista e bisbilhoteiro. Uma
das características desse execrável personagem é
revelar os segredos que lhe são confidenciados (Pv
11.13). Seu prazer está em revelar aos outros aquilo que
lhe foi transmitido em secreto.
30. • Ele gosta de insinuar
maliciosamente dúvidas a
respeito do caráter, das
palavras e atos das pessoas.
• Ele é tão perigoso à unidade
do grupo e à comunhão
fraternal que a Bíblia o
condena tenazmente: “Não
andarás como mexeriqueiro
entre o teu povo” (Lv 19.16;
2Co 12.20).
• Paulo também repreende as
mulheres mexeriqueiras na
igreja.
31. • Elas se intrometiam na vida particular dos irmãos e
falavam o que não convinha “de casa em casa” (1Tm
5.11-13). Disseminavam mentiras, intrigas e dúvidas
concernentes à vida dos crentes. No Salmo 101.5, o
Senhor é muitíssimo claro: “Aquele que difama o seu
próximo às escondidas, eu o destruirei”. É muito difícil
se relacionar com tais pessoas (2Tm 2.17).
32. III. COMO SE RELACIONAR COM
PESSOAS DIFÍCEIS
• 1. Ninguém é perfeito (2Cr 6.36; Rm 3.23).
• 2. Não tente transformá-las (Pv 16.2; 18.1; 29.1).
• 3. Cuide de si, não se esqueça do outro (Lv 19.18;
Mt 19.19; 22.39).
33. • Todos, de igual modo, são imperfeitos (Gl 5.19-21), e
dependentes da graça de Jesus Cristo para serem
pessoas cujo caráter reflita a transformação operada
pelo Espírito Santo (Gl 5.22-25).
1. Ninguém é perfeito (2Cr 6.36; Rm 3.23).
34. • cada um, que confia na obra transformadora de Cristo,
esforçar-se para se tornar uma pessoa melhor,
aprofundando e melhorando o caráter, as emoções e os
relacionamentos com o outro (Gl 5.26; Ef 4.1-3,23-32).
35. • Uma pessoa de difícil convivência geralmente é alguém
que não sabe dominar a si própria e possui uma visão
distorcida de Deus, de si e dos outros (Pv 16.17-21;
14.31).
2. Não tente transformá-las (Pv 16.2; 18.1; 29.1).
36. • Ela se apega, mesmo sem o saber, a fatores
psicológicos de sofrimento e desassossego: ciúmes (por
sentir ameaçado seu objeto de apego, Rm 13.13),
rivalidade e competição (por considerar que outros
disputam o mesmo objetivo, Pv 17.14), orgulho e
vaidade (por considerar-se superior, Pv 16.18).
37. • Esses sentimentos são convertidos em atos de ira,
agressão, indiferença, manipulação e opressão.
• É melhor afastar-se (Rm 16.17; Is 2.22; Pv 14.16).
38. • O jovem deve discernir todas
suas ações por meio das
Escrituras (Sl 119.9,105). Ela é
um espelho mediante o qual o
cristão lê e vê a si mesmo
segundo o padrão divino (Tg
1.22-25), e a norma de fé e
prática para a vida cristã (2Tm
3.16,17). Deste modo, cuide de
si, mas não se esqueça do outro
(2 Tm 2.1,22-26; 3.14; 4.5).
3. Cuide de si, não se esqueça do outro (Lv 19.18; Mt
19.19; 22.39).
39. • Cuidar de si é uma condição indispensável para cuidar
do outro. Desejar o melhor para si mesmo, no entanto,
não significa desejar o pior para o próximo.
40. • Para os gregos o cuidar de si (epimeleia heautou)
designava um conjunto de ocupações desenvolvidas
pelo indivíduo numa relação consigo mesmo (estudo,
meditação, exercícios físicos).
41. • Ao mesmo tempo, essa atenção às necessidades
individuais era uma atividade social e, com isto, um
cuidado com o outro (epimeleia ton allon) que se
manifestava na ética cristã que ensina: “E como vós
quereis que os homens vos façam, da mesma maneira
fazei-lhes vós também” (Lc 6.31).