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Espanha
Dossier de Mercado
Agosto 2010
aicep Portugal Global
                                                             Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)




Índice


1. O País                                                                                      4
  1.1 A Espanha em Ficha                                                                       5
  1.2 Organização política e administrativa                                                    6
  1.3 Situação económica                                                                       7
      1.3.1 Política económica recente                                                         7
      1.3.2 Perspectivas                                                                      12
      1.3.3 A Estratégia para a Economia Sustentável                                          13
      1.3.4 As Comunidades Autónomas (CA)                                                     18
  1.4 Comércio Internacional                                                                  20
      1.4.1 Evolução da balança comercial                                                     20
      1.4.2 Principais clientes e fornecedores                                                21
      1.4.3 Principais produtos transaccionados                                               23
      1.4.4 Comércio internacional das CA                                                     25
  1.5 Investimento estrangeiro                                                                27
  1.6 Turismo                                                                                 30
  1.7 Relações internacionais e regionais                                                     33
  1.8 Condições legais de acesso ao mercado                                                   33
      1.8.1 Regime geral de importação                                                        33
      1.8.2 Regime de investimento estrangeiro                                                35
      1.8.3 Quadro legal                                                                      37


2. Relações económicas com Portugal                                                           39
  2.1 Comércio                                                                                39
      2.1.1 Importância da Espanha nos fluxos comerciais para Portugal                        39
      2.1.2 Evolução da balança comercial bilateral                                           40
      2.1.3 Expedições por grupos de produtos                                                 41
      2.1.4 Chegadas por grupos de produtos                                                   42
      2.1.5 Fluxos comerciais das CA                                                          43
  2.2 Serviços                                                                                45
  2.3 Investimento                                                                            46
      2.3.1 Importância da Espanha nos fluxos de investimento para Portugal                   46
      2.3.2 Investimento directo de Espanha em Portugal                                       47
      2.3.3 Investimento directo de Portugal em Espanha                                       50
  2.4 Turismo                                                                                 56
  2.5 Cooperação transfronteiriça                                                             57




                                                                                                      2
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                                                            Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)




3. Oportunidades e dificuldades do mercado                                                   58
  3.1 Potencialidades                                                                        58
  3.2 Dificuldades                                                                           61




Anexos:


Anexo 1 – Principais produtos transaccionados entre Portugal e Espanha (Jan/Maio 2010)       64


Anexo 2 – Informações úteis                                                                  66


Anexo 3 – Endereços diversos                                                                 68


Anexo 4 – Fontes de informação                                                               71




                                                                                                     3
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            Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)




1. O País




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aicep Portugal Global
                                                                                    Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


1.1 A Espanha em Ficha
                                                       2
Área:                                   504.880 km
População:                              46,9 milhões de habitantes (1 Janeiro 2010)
                                                   2
Densidade populacional:                 93 hab./km


Designação oficial:                     Reino de Espanha
Forma de governo:                       Monarquia Constitucional
Chefe do Estado:                        Rei Juan Carlos (desde Novembro de 1975)
Primeiro-Ministro:                      José Luís Rodríguez Zapatero


Data da actual constituição:            Aprovada em 6 de Dezembro de 1978 e promulgada em 29 de Dezembro de 1978
Principais partidos políticos:          Estão representados no Congresso o PSOE (Partido Socialista Obrero Español),
                                        actualmente no poder; PP (Partido Popular); CIU (Convergencia i Unio); EAJ-PNV
                                        (Eusko Alderdi Jetzalea - Partido Nacionalista Basco); ERC (Esquerra
                                        Republicana de Catalunya); IU (Izquierda Unida); BNG (Bloque Nacionalista
                                        Galego); CC - PNC (Coalición Canaria - Partido Nacionalista Canario); UPyD
                                        Unión Progreso y Democracia; EA (Eusko Alkartasuna) e Na-Bai (Nafarroa Bai).
                                        As próximas eleições estão previstas para 2012.

Capital:                                Madrid (3,3 milhões de habitantes - 1 Janeiro 2009)
Outras cidades importantes:             Barcelona; Valência; Sevilha; Zaragosa; Málaga; Múrcia; Las Palmas de Gran
                                        Canaria; Palma de Maiorca; Bilbao; Valladolid e Córdoba.


Organização territorial:                Distribui-se por Municípios, Províncias e 17 Comunidades Autónomas (Andalucia,
                                        Aragón, Astúrias, Baleares, Canárias, Cantábria, Castilla-La Mancha, Castilla y
                                        León, Cataluña, Comunidade de Madrid, Comunidade Valenciana, Extremadura,
                                        Galiza, La Rioja, Múrcia, Navarra e País Basco). No Norte de África, as cidades
                                        de Ceuta e de Melilla, territórios dependentes de Espanha, são administradas
                                        como Comunidades Autónomas.

Religião:                               A maioria da população é católica, mas a Constituição estabelece que não existe
                                        religião oficial em Espanha.
Língua:                                 A principal língua é o castelhano. Existem, ainda, mais três línguas oficiais: o
                                        catalão, o basco (euskera) e o galego.

Unidade monetária:                      Euro (EUR)
                                        1 EUR = 1,3948 USD (média anual 2009)
                                        1 EUR = 1,277 USD (média Julho 2010)

Risco país:                             Risco geral: BBB (AAA = risco menor, D= risco maior)
                                        Risco político: A (idem)
“Ranking” em negócios:                  Índice 7,32 (10 = máximo)
                                        “Ranking” geral: 27 (entre 82 países)
                                        (EIU – Agosto 2010)
Risco de crédito:                       1 (1 = risco menor; 7 = risco maior)
                                        (COSEC – Julho 2010)

Grau da abertura e dimensão relativa do mercado:                Exp. + Imp. (bens) / P IB = 34,9% (2009 - EIU)
                                                                Imp. / PIB = 19,6% (2009 - EIU)
                                                                Imp. / Imp. Mundial = 2,3% (13º importador em 2009)

Fontes:     The Economist Intelligence Unit (EIU); World Trade Organization (WTO); COSEC; Banco de Portugal; INE; INE/Espanha


                                                                                                                                    5
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1. 2 Organização Política e Administrativa

                                                                      1
A Espanha é constituída por 17 Comunidades Autónomas (regiões) e duas cidades autónomas (os
enclaves de Ceuta e Melilla no Norte de África). A Constituição estabelece a gradual descentralização do
poder central para as regiões, situação que já teve um significativo impacto a nível político e
administrativo no país. No espaço de 20 anos, Espanha passou de um dos Estados mais centralizados
da Europa para um dos mais descentralizados.


Depois da transição da gestão dos sistemas de saúde e educação para as regiões em 2002-2003,
ficando apenas de fora a segurança social (principalmente as pensões), os Governos Regionais gerem
actualmente a maior fatia do orçamento público.


Estas 17 Comunidades são bastante diferentes em diversas perspectivas: história, cultura, língua e
condições económicas.


Para além comunidades autónomas, existem ainda 50 Províncias em Espanha, formadas por grupos de
Municípios, cada um com o seu Conselho Municipal, Comarcas e ainda numerosas entidades locais
(cerca de 15.000). Sub-delegados do Governo supervisionam os Municípios e coordenam as relações
entre a administração do Estado e as autoridades regionais. Os Conselhos Provinciais são eleitos
indirectamente pelos Conselhos Municipais. Estes, por sua vez, são eleitos por sufrágio directo e
universal.


A Constituição espanhola de 1978 consagra a Monarquia Parlamentar, estabelece a separação do poder
legislativo, executivo e judicial e confere ao Rei poderes como Chefe de Estado e Comandante supremo
das Forças Armadas. O Rei é o símbolo da unidade nacional, é o garante do normal e regular
funcionamento das instituições e é o representante máximo do Estado espanhol nas suas relações
internacionais.


O poder legislativo compete ao Parlamento, conhecido como Cortes Generales. O Parlamento é formado
por duas câmaras: o Congreso de los Diputados e o Senado. O Congresso dos Deputados (a câmara
baixa) assume maior importância, com os seus 350 membros a serem eleitos por sufrágio directo e
universal por círculos eleitorais, para um mandato de 4 anos.
O Senado (câmara alta), é composto por 259 membros, sendo que 208 são eleitos por sufrágio universal
(quatro representantes por província) e os restantes 51 são designados pelas comunidades autónomas e
pelos dois enclaves, ambos para um mandato de 4 anos.


O Rei dispõe de poderes para dissolver o Parlamento após proposta do Primeiro-Ministro, ou após a
aprovação de uma moção de censura ao Governo pelo Congresso dos Deputados.


1
    Andalucía, Aragón, Astúrias, Baleares, Comunidade Valenciana, Canárias, Cantabria, Castilla-La-Mancha, Castilla-León,
    Cataluña, Ceuta, Extremadura, Galicia, La Rioja, Madrid, Mellilla, Múrcia, Navarra, País Vasco.


                                                                                                                       6
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O poder executivo é exercido pelo Governo, liderado pelo Primeiro-Ministro (Presidente del Gobierno)
que é nomeado pelo Rei, após eleição pelo Congresso dos Deputados. O Primeiro-Ministro escolhe os
membros do governo que são igualmente empossados pelo Rei. O governo é colectivamente
responsável perante o Congresso dos Deputados. Cessa funções sempre que se realizam eleições
gerais, no caso de perca de confiança por parte do Parlamento, ou ainda em caso de resignação ao
cargo ou por morte do Primeiro-Ministro.


1.3 Situação Económica


1.3.1 Política Económica Recente


Espanha foi uma das economias da Europa Ocidental que mais cresceu ao longo da última década e até
                                                                                                2
ao final de 2007. O país foi considerado, em 2008, a 9ª economia a nível mundial e o 7º maior investidor
mundial.


Em 2008 a economia espanhola evidenciou um crescimento em forte desaceleração, com o PIB a
crescer apenas 0,9% (graças essencialmente ao desempenho verificado na primeira metade do ano).
Esta evolução ficou-se a dever ao acentuado abrandamento da procura interna (originada pelo colapso
no sector da construção e pela retracção das despesas dos consumidores), ao decréscimo do
investimento e à subida do desemprego.


As autoridades espanholas implementaram no final de 2008 o Plano Espanhol para Estímulo à Economia
e ao Emprego - “Plano E” (http://www.plane.gob.es) - um “pacote” de 91 medidas com o objectivo de
fortalecer a economia, favorecer a liquidez das empresas e travar o desemprego. O plano foi
considerado pelo FMI como um dos maiores planos de estímulo à procura, incluindo, entre outras,
medidas de apoio ao investimento público, de redução da carga fiscal e apoio/financiamento às PMEs,
bem como ajudas aos sectores do imobiliário e construção.


Em 2009 a economia espanhola registou a recessão mais profunda da sua história recente, com um forte
recuo da actividade económica de -3,7%, consequência de uma acentuada debilidade da procura
interna, a par de uma forte queda das vendas ao exterior. O consumo privado contraiu fortemente
(-4,9%) em resultado de um conjunto de factores, nomeadamente o agravamento do desemprego,
deterioração da confiança dos agentes económicos, as condições financeiras mais restritivas e a
redução do rendimento das famílias.


Também o investimento registou um decréscimo importante (-15,3% em 2009), para o qual contribuiu em
particular a evolução do investimento em equipamento. Um acesso ao crédito mais dificultado, bem
como a deterioração das expectativas das empresas e a redução da procura, constituíram os principais
factores que impediram a implementação de projectos de investimento por parte das empresas. Acresce


2
    Segundo relatório The Global Competitiveness Report 2009-2010 – World Economic Forum 2009, referente aos dados do PIB em
    2008.

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que a falta de investimento no sector da construção reforçou ainda esta evolução negativa, devido à
deterioração do segmento residencial, que não foi compensado por investimento em outros tipos de
construção. Por seu lado, o consumo público abrandou o ritmo de crescimento face ao ano anterior
(3,8% em 2009 contra 5,4% em 2008).


Relativamente às exportações e importações de bens e serviços, de acordo com o Economist
Intelligence Unit (EIU) registaram decréscimos significativos em 2009, da ordem dos 12% e 18%,
respectivamente (no caso apenas de bens, as quebras foram de 21% e 30%, respectivamente). Nos
serviços de turismo registou-se igualmente quebra importante, devido à recessão em que se encontram
os principais mercados emissores de turistas para Espanha (acentuado no caso do RU pela
desvalorização da moeda).


A inflação evidenciou uma redução significativa em 2009, situando-se em 0,8% (após 4,1% em 2008).
Este comportamento foi consequência, em grande parte, da diminuição dos preços de petróleo e dos
produtos alimentares.


Face ao evoluir da situação, o mercado de trabalho deteriorou-se particularmente em 2009, registando a
mais elevada taxa de desemprego dos últimos anos: 18,8% (contra 11,3% em 2008).


Neste contexto e no sentido de tentar minorar os efeitos da crise económica financeira internacional e
manter a confiança dos agentes económicos, o Governo espanhol implementou uma política fiscal
expansionista, aplicando um conjunto de medidas específicas destinadas a moderar a retracção da
procura, bem como a restabelecer o acesso ao crédito por forma a garantir a confiança dos agentes
económicos. Desta forma foi incentivada a redução de impostos (tendo sido introduzidas medidas
dirigidas para melhorar a liquidez de empresas e o rendimento disponível das famílias) e o aumento de
despesas públicas (quer das prestações sociais, ligadas ao desemprego, quer ao investimento público,
através do Fundo Estatal de Investimento Local, bem como no âmbito do Fundo de Estímulo da
Economia e Emprego).


Contudo, as medidas de estímulo à economia adoptadas pelo Governo, a par da redução das receitas
orçamentais e aumento da despesa, contribuíram para a deterioração das finanças públicas, tendo o
défice das contas públicas em 2009 atingido 11,2% do PIB. A dívida pública aumentou significativamente
situando-se em 53,2% do PIB no último ano.


É de realçar que, de acordo com um relatório da Comissão Europeia, o governo espanhol efectuou um
esforço financeiro para combater a crise equivalente a 2,3% do PIB em 2009 e 2010, ou seja, mais do
dobro da média europeia (que foi de 1,1%).


O estado das finanças públicas do país forçou as autoridades espanholas a tomar medidas no
Orçamento de 2010 com vista a combater a sua deterioração, pelo que as medidas tributárias incluídas
no orçamento (aprovado em Outubro 2009), implicaram um aumento de 1% do PIB do lado das receitas


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(aumento do IVA e do imposto sobre rendimento de capital) e um esforço de contenção da ordem de
0,8% do PIB do lado das despesas. No entanto, este Orçamento previa um esforço de investimento
importante para apoio à recuperação e crescimento a médio prazo.


No final de Novembro de 2009, o Primeiro-Ministro apresentou a Estratégia para o Crescimento da
Economia Sustentável, através da qual se pretende aumentar a competitividade da economia
espanhola nos próximos dez anos e criar emprego. A estratégia definida inclui um plano global de
reformas tendo por objectivo renovar o modelo de crescimento da economia, tornando-o sustentável em
termos económicos, sociais e ambientais.


Em Janeiro de 2010, o Governo aprovou a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento
2009-2013 (PEC), o qual inclui um programa de consolidação fiscal que pretende envolver o conjunto
das administrações públicas num objectivo comum: a redução progressiva do desequilíbrio das contas
públicas para correcção do défice abaixo de 3% em 2013, de acordo com a imposição de UE.


O plano de austeridade proposto pelo governo espanhol implica a redução de 50 mil milhões de euros de
gastos públicos até 2013 (cerca de 5,7% do PIB), prevendo-se que a Administração Geral do Estado
(AGE) efectue uma redução de gastos no montante de 40 mil milhões de euros, ficando os restantes 10
mil milhões de euros a cargo das Comunidades Autónomas e Colectividades Locais.


O programa de consolidação fiscal para a AGE prevê que o ajustamento estrutural a efectuar pela
mesma seja da ordem dos 5,2% do PIB até ao final do período (2013), com base em dois planos:


   - Plano de Acção Imediata 2010: prevê uma redução das despesas equivalente a 0,5% do PIB bem
     como a redução da oferta de emprego no sector público.


   - Plano de Austeridade 2011-2013: institui um corte generalizado dos gastos que afectará as
     políticas do governo (com excepção, entre outras, das prestações com pensões, desemprego,
     apoio à dependência, educação e I+D+Inovação), com um impacto equivalente a 2,6% do PIB
     durante o período.




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Principais Indicadores Macroeconómicos
                                                           a            a              a            b           b          b
                                        Unidade     2007         2008           2009           2010        2011       2012
População                               Milhões        45,2        45,5           45,8           45,9         46,1      46,3
                                            9
PIB a preços de mercado                 10 EUR      1.052,7      1.088,5        1.051,2        1.054,7     1.078,0    1.107,2
                                            9
PIB a preços de mercado                 10 USD      1.440,8      1.600,1        1.464,3        1.327,1     1.285,5    1.309,3
PIB per capita                              USD      31.923      35.158         32.005         28.899       27.867    28.267
                                                                                           c
Crescimento real do PIB                         %          3,6       0,9          -3,7            -0,4         0,6        1,0
Consumo privado                          Var. %            3,6      -0,6           -4,9            0,2         0,8        1,2
Consumo público                          Var. %            5,5       5,4            3,8            0,9         -1,3      -1,5
Formação bruta de capital fixo           Var. %            4,6      -4,4          -15,3           -6,0         -1,0       2,5
                                                                                           c
Taxa de desemprego                              %          8,3     11,4           18,8           19,8         19,0      17,5
                                                                                           c
Taxa de inflação                                %          2,8       4,1          -0,8             1,1         0,9        1,3
Dívida pública                          % do PIB       36,2        39,7           53,2           63,9         72,2      73,1
Saldo do sector público                 % do PIB           1,9      -4,1          -11,2           -9,9         -7,8      -6,5
                                            9
Balança corrente                        10 USD       -144,7       -156,4          -78,7          -58,6       -48,2      -43,1
Balança corrente                        % do PIB      -10,0         -9,8           -5,4           -4,4         -3,7      -3,3
Taxa de câmbio – media                 1USD=xEUR       1,37        1,47           1,39           1,26         1,19      1,18

Fonte:   EIU (ViewsWire – 12 Agosto 2010)
Notas:   (a) Valores efectivos
         (b) Previsões
         (c) Fonte oficial espanhola



De acordo com os dados divulgados no fim de Agosto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de
Espanha, a economia cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2010, face ao trimestre anterior, ainda que
tenha registado uma quebra de 0,1% em comparação com o mesmo período de 2009.


Para esta ligeira melhoria da economia no segundo trimestre contribuiu, segundo o INE, o crescimento
do consumo privado, que em termos homólogos aumenta pela primeira vez em dois anos, crescendo 2
pontos percentuais. O consumo público confirma o abrandamento que vem a experimentar ao longo dos
últimos trimestres (0.4%), em consequência dos esforços do Governo no sentido de reduzir o défice
orçamental.


No entanto, o investimento continua a registar valores negativos, com uma quebra de 7% em termos
homólogos. Na vertente externa o comportamento foi positivo, com as exportações de bens e serviços a
avançarem 10,5% e as importações 8,1%. Por sectores, o melhor desempenho verificou-se no sector
industrial (+2,2%), energético (+0,2%) e nos serviços (+0,4%). No lado oposto, encontram-se os sectores
da construção (-6,4%), agrícola e pescas (-3,5%).


As projecções de crescimento divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional no passado mês de Abril,
estimam uma contracção do PIB espanhol de -0,4% em 2010 e um crescimento de 0,9% em 2011.




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Já as previsões do Banco de Espanha, divulgadas em Abril último, estimam igualmente um recuo da
actividade económica de -0,4% em 2010, uma previsão ligeiramente menos optimista do que os -0,3%
esperados pelo Governo. Para este desempenho contribuirá a evolução do consumo privado (+0,2%) e
das exportações, que deverão crescer 5%. Mas o investimento deverá manter-se em valores negativos
(-9,8%), devido nomeadamente à quebra do investimento imobiliário (-12,7%). Para 2011, o Banco
Central espanhol prevê um crescimento da actividade económica de aproximadamente 0,8%.


Neste contexto, o governo espanhol actualizou em Maio último as previsões do Pacto de Estabilidade e
Crescimento (PEC). A principal alteração prende-se com o crescimento do PIB, que passa de 1,8% para
1,3% em 2011; de 2,9% para 2,5% em 2012; e de 3,1% para 2,7% em 2013. Quanto ao défice, o
objectivo é atingir os 3% do PIB em 2013. De referir que no passado mês de Abril a Standard & Poor’s
reviu em baixa o rating da dívida pública espanhola de AA+ para AA, destacando a debilidade do
crescimento previsto da economia, o forte endividamento do sector privado, um mercado de trabalho
pouco flexível e uma elevada taxa de desemprego, que continua a agravar-se, superando já 20% da
população activa.


As medidas contra a crise impulsionadas pelo Governo provocaram uma notável deterioração das
finanças públicas que a administração espanhola pretende corrigir no decorrer dos próximos anos.


Assim, e seguindo a tendência de outros governos europeus, o Governo espanhol anunciou no mês de
Maio diversas medidas para uma redução mais rápida do défice público, que visam a estabilização
financeira do país. Com esta iniciativa pretende-se alcançar o compromisso de reduzir o défice, reforçar
a confiança na economia espanhola e contribuir para a estabilidade financeira da zona euro.


Entre as principais medidas anunciadas pelo Governo destacam-se:


     - Redução do salário dos funcionários públicos em 5% em média, a partir de Junho, e
        congelamento dos ordenados da administração e pensões de reforma em 2011 (à excepção das
        mínimas e das não contributivas);


     - Redução dos vencimentos dos membros do governo e demais altos cargos em 15%;


     - Eliminação do “cheque bebé”, prestação por nascimento de 2.500 euros, a partir de 1 de Janeiro
      de 2011;


     - Redução do investimento público em cerca de 6 mil milhões de euros, nos próximos dois anos,
      estando também prevista uma redução de 1,2 mil milhões de euros por parte das Comunidades
      Autónomas e municípios;


     - Redução de 600 milhões de euros, entre 2010 e 2011, na ajuda ao desenvolvimento.



                                                                                                      11
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Com este novo pacote de medidas de austeridade, o Governo espanhol pretende conseguir uma
redução adicional das despesas de 15 mil milhões de euros, entre 2010-2011 (implica uma redução do
défice em mais 0,5% do PIB em 2010 e em mais 1% em 2011, estimando-se que o mesmo passe para
valores da ordem dos 9,3% do PIB em 2010 e ligeiramente acima dos 6% em 2011). Conforme referido
anteriormente, a actualização do PEC efectuada em Janeiro, já incluía um programa de consolidação
fiscal aplicável ao conjunto das administrações públicas espanholas, nomeadamente o Estado e os
governos regionais e locais, tendo sido anunciado um corte de 50 mil milhões de euros.


O Primeiro-Ministro Zapatero anunciou a conclusão, para breve, das negociações tendo em vista a
reestruturação do sistema financeiro, em particular no que se refere às “Cajas de Ahorros”. O Governo
espanhol está a proceder à implementação de uma reforma laboral, no âmbito da qual aprovou ainda
alterações à legislação laboral, flexibilizando a relação contratual entre o empregado e o empregador.


Dados económicos recentes, designadamente do Banco de Espanha, dizem que se mantém o processo
de recuperação da confiança quer dos empresários quer dos consumidores, e que há uma melhoria das
expectativas dos agentes económicos em geral. No entanto, para alguns analistas, o anúncio das novas
medidas de austeridade para 2010 e 2011 e a reforma laboral em curso poderão ser insuficientes para
garantir a confiança dos consumidores e para dar início à esperada recuperação económica do país.


1.3.2 Perspectivas


Seguidamente apresentam-se as previsões de evolução da economia espanhola para o período 2010-
2012 segundo o Economist Intelligence Unit (EIU) que apontam para:


•   uma contracção do PIB da ordem dos 0,4% em 2010 e uma retoma moderada do crescimento
    apenas a partir do próximo ano (de +0,6% e +1% em 2012).


•   a lenta retoma do consumo privado a partir de 2010 (+0,2%), acelerando em 2012 (+1,2%). O
    consumo público aumente no corrente ano (+0,9%), mas aquém do nível dos últimos três anos
    (taxas da ordem dos +5%), invertendo-se a tendência em 2011-2012, face à necessidade de
    redução dos gastos públicos.


•   que o investimento volte a diminuir em 2010-2011 (-6% e -1%, respectivamente), face ao declínio da
    actividade no sector da construção, retomando o crescimento a partir de 2012 (+2,5%).


•   uma taxa média de inflação próxima de 1% em 2010-2011, com tendência para subida em 2012,
    embora permanecendo inferior a 2%.


•   o agravamento da taxa de desemprego no corrente ano (perto de 20% da população activa,
    constituindo a mais elevada da Zona Euro) e inversão da tendência a partir de 2011.



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•   a redução do défice da balança corrente espanhola, estimando-se que represente 4,4% do PIB em
    2010 e 3,3% do PIB em 2012. As exportações e importações espanholas de bens e serviços deverão
    retomar o crescimento já em 2010 de +5,6% e +2,3%, respectivamente (no caso dos bens, prevê-se
    +12,5% e +5,2%, respectivamente).


•   a redução do défice do sector público: -9,9% do PIB em 2010 e -6,5% do PIB em 2012. O rácio
    dívida pública/PIB deverá agravar-se, da ordem dos 63,9% em 2010 para 73,1% em 2012.

1.3.3 A Estratégia para a Economia Sustentável


Tal como anteriormente referido, o Governo apresentou no final de 2009, a Estratégia para o
Crescimento da Economia Sustentável, através da qual pretende impulsionar a economia espanhola
nos próximos 10 anos e criar emprego. A Estratégia foi definida como um plano global de reformas tendo
por objectivo renovar o modelo de crescimento da economia espanhola, tornando-o sustentável em
termos económicos, social e de meio ambiente.


O ambicioso programa de reformas, inclui como peça central a Lei da Economia Sustentável (cujo
anteprojecto foi apresentado em Dezembro 2009 ao Conselho de Ministros), a par de um conjunto de
reformas de âmbito mais específico (nomeadamente relações laborais, pensões e segurança social), que
o Governo pretende aprovar no período de 18 meses, de modo a entrarem em vigor antes do final da
actual legislatura.


A curto prazo a Estratégia pretende impulsionar a recuperação da economia espanhola. A médio prazo,
espera-se que o desenvolvimento a realizar nos próximos dez anos permita ao país posicionar-se entre
os mais desenvolvidos.


As reformas previstas implicarão todas as áreas de actividade, nomeadamente as relevantes para a
renovação do modelo produtivo, sendo enumeradas no quadro abaixo com a respectiva calendarização.


Para o desenvolvimento da Estratégia foram previstos recursos públicos e privados no montante de
25.000 milhões de euros, através de 2 fundos específicos de apoio, disponíveis a partir de Janeiro 2010:


•   Fundo Estatal para o Emprego e Sustentabilidade Local (5.000 milhões de euros)
    Os recursos permitirão às autoridades locais apoiar projectos de investimento que fomentem a
    actividade económica, a inovação, a implantação de TIC, a sustentabilidade do meio ambiente e a
    educação. O fundo poderá financiar, igualmente, determinados gastos correntes relacionados com a
    educação e outros de carácter social.


•   Fundo para a Economia Sustentável (20.000 milhões de euros em 2010-2011)
    Os recursos serão disponibilizados pelo Instituto de Crédito Oficial (ICO) e co-financiados a 50% por
    entidades financeiras ao longo de 2010-2011. O fundo é destinado a financiar projectos de
    investimento por parte do sector privado relacionados com a eficiência energética, eco-inovação,
    tratamento e gestão integral de resíduos, saúde, biotecnologia, aeronáutica e sector aeroespacial.

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 Estratégia para a Economia Sustentável: Principais Reformas

 Reformas de Sustentabilidade Económica
                                                - Projecto reforma Lei do Registo Civil (Dez 2009)
                                                - Projecto-lei de Mediação e Arbitragem (1º Trim 2010)
 1. Modernização da Justiça
                                                - Reforma da lei de Procedimento Laboral (2º Trim 2010)
                                                - Projecto de Reforma integral da Ley Concursal (3º Trim 2010)
                                                - Desenvolvimento Lei Omnibus (Jan 2010)
                                                - Coordenação de iniciativas económicas que adoptem as CA para apoio da
 2. Reforma da Administração                      recuperação económica e competitividade (2010)
                                                - Aprovação do projecto-lei de desenvolvimento Estatuto Básico do
                                                  Empregado Público (1º Trim 2011)
                                                - Revisão das linhas do Instituto de Crédito Oficial (ICO), para melhorar
                                                  acesso ao financiamento e adequação às actividades que mais contribuam
                                                  para o crescimento económico (Dez 2009)
 3. Reforço do sistema financeiro               - Actuação do FROB no processo de reestruturação e reforço do sistema
                                                  financeiro (1º Sem 2010)
                                                - Alterações regulamentares das Cajas de Ahorros com objectivo de reforçar o
                                                  seu funcionamento (3º Trim 2010)
 4. Luta conta a fraude e economia              - Plano de acção contra fraudes no cumprimento de obrigações tributárias,
     paralela                                     laborais e S.Social, dotado de novos meios e instrumentos (1º Trim 2010)
 5. Reforma dos organismos                      - Adaptação da legislação específica aos princípios da presente lei da
     reguladores                                  Economia Sustentável (1º Trim 2010)

 6. Lei de serviços profissionais               (2º Trim 2010)
                                                - Lei da Ciência, Tecnologia e Inovação (Jan 2010)
 7. Desenvolvimento da Inovação
                                                - Estratégia Pública de Inovação (2º Trim 2010)
                                                - Plano Integral de Política Industrial 2020 (1º Trim 2010)
                                                  Dirigido para aumento do peso da actividade industrial na economia.
                                                  Abrangerá sectores tradicionais e emergentes, com especial destaque para
                                                  automóvel (carro eléctrico), biotecnologia e tecnologias da saúde, TIC,
                                                  sectores relacionados com a protecção do meio ambiente (incluindo
 8. Políticas sectoriais                          energias renováveis) e aeroespacial.
                                                - Avaliação do ritmo de ajustamento do sector da construção residencial e das
                                                  medidas implementadas nesse sentido (1º Trim 2010)
                                                - Plano Integral de Sustentabilidade das Costas e Praias Espanholas, no
                                                  âmbito da Estratégia de Turismo 2020 aprovada pelo Governo (4º Trim
                                                  2010)
                                                - Programa de desenvolvimento sustentável do meio rural 2010-2014 (2º Trim
 9. Desenvolvimento do sector
                                                 2010)
     alimentar
                                                - Lei da qualidade agro-alimentar (4º Trim 2010)

 10. Gestão do modelo aeroportuário             (1º Trim 2010)

Fonte:      Ministério de Economia y Hacienda




                                                                                                                             14
aicep Portugal Global
                                                                                  Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)




 Reformas de Sustentabilidade do Meio Ambiente
                                                   - Alteração parcial da legislação sobre energia nuclear e aprovação do
                                                     procedimento para construção de um Almacén Temporal Centralizado
                                                     (ATC) (Dez 2010)
                                                   - Plano de reabilitação energética dos edifícios da Adm. Geral do Estado
                                                     (Dez 2009)
 11. Reformas na área da energia
                                                   - Lei da eficiência energética e das energias renováveis (2º Trim 2010)
                                                   - Planificação energética indicativa (3º Trim 2010)
                                                   - Apoios ao sector do carvão - articulação de Plano Nacional do Carvão
                                                     2012-2018 que contemplará a gradualidade das ajudas e apoios a
                                                     reindustrialização e emprego nas zonas mineiras (3º Trim 2010)
 12. Reformas do regime de comércio
                                                   (1º Trim 2010)
     de direitos de emissão
 13. Lei do armazenamento geológico
                                                   (1º Trim 2010)
     de CO2
 14. Plano Integral do Veículo
                                                   (1º Trim 2010)
         Eléctrico
 15. Programa de investimentos em
                                                   - Prioridade aos acessos ferroviários a aeroportos e portos de interesse
     infra-estruturas para o transporte
                                                   geral, a licitar durante 2010-2011 (1º Trim 2010)
     sustentável
                                                   - Lei de protecção do meio marítimo (1º Trim 2010)
                                                   - Plano estratégico estatal do património natural e biodiversidade (2º Trim
                                                     2010)
                                                   - Gestão Integral da água – o Governo apresentará o Plano Nacional de
                                                     Reutilização de Águas Regeneradas e de Modernização de Regadios
 16. Protecção do Meio Ambiente
                                                     2010-2015 (2º Trim 2010)
                                                   - Lei dos resíduos (4º Trim 2010)
                                                   - Desenvolvimento da fiscalidade verde – o Governo impulsionará no âmbito
                                                     da UE a adopção harmonizada de medidas fiscais que contribuam para
                                                     cumprimento dos objectivos estabelecidos


Fonte:         Ministério de Economia y Hacienda




                                                                                                                             15
aicep Portugal Global
                                                                              Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)




 Reformas de Sustentabilidade Social
                                               - O Pacto para a Educação inclui estabilidade normativa; educação
                                                 equitativa/de   qualidade;   formação     ao   longo   vida   para   garantir
 17. Melhoria da Educação e da
                                                 empregabilidade;    atribuição   de     meios/recursos     necessários   aos
     formação
                                                 professores; modernização e internacionalização das universidades (1º
                                                 Trim 2010)
                                               - Inclui: reforço de mecanismos que asseguram correspondência entre
                                                 cotização e prestação; maior transparência nos processos de cotização;
 18. Reforço do sistema de                       processo de integração de regimes; incentivos ao prolongamento da vida
     Segurança Social                            laboral; política de ajudas familiares; adaptação das prestações sociais
                                                 por morte às novas formas familiares; relação mais flexível entre previsão
                                                 social complementar e o sistema público de S.Social (1º Trim 2010)
                                               - Propostas de modificação da legislação laboral para favorecer a criação
                                                 do emprego, adequar relações de trabalho à situação das empresas e
                                                 protecção dos direitos dos trabalhadores. Inclui: reforma da negociação
                                                 colectiva; fomento do emprego dos jovens; redução da jornada de
 19. Reformas laborais e renovação
                                                 trabalho; melhoria da intermediação laboral; revisão das bonificações à
     do modelo produtivo
                                                 contratação; controlo dos processos de incapacidade temporal; avaliação
                                                 do funcionamento do programa temporal de protecção por desemprego e
                                                 inserção; incremento da estabilidade do emprego; medidas de incentivo à
                                                 inserção da mulher no mercado de trabalho (1º Trim 2010)
                                               - Reformas legislativas e execução de acções no âmbito sanitário e de
                                                 saúde pública (1º Trim 2010)
 20. Reformas para fortalecer o
                                               - Plano de promoção da inclusão social (2º Trim 2010)
     estado de bem-estar
                                               - Avaliação do funcionamento do sistema de apoio a situações de
                                                 dependência (4º Trim 2010)


Fonte:     Ministério de Economia y Hacienda




                                                                                                                            16
aicep Portugal Global
                                                                                 Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


   O quadro seguinte apresenta a quantificação dos objectivos que a Estratégia prevê alcançar em 2020:


   Estratégia para a Economia Sustentável: Objectivos para 2020
                                                                            Espanha           UE                 Objectivo
          Objectivo                                Indicador
                                                                             (2008)         (2008)                (2020)
 Sustentabilidade Económica
                                                                                                            Cumprir o Pacto de
                                Défice das CA e AGE                                                     Estabilidade e alcançar um
 Estabilidade orçamental                                                                               equilíbrio orçamental estrutural
                                                                                                        Entre os países com menor
                                % Dívida sobre PIB                             40%           62%
                                                                                                            dívida da Zona Euro
                                                                                                         Redução de 50% face ao
 Dinamismo empresarial          Simplificação administrativa
                                                                                                                 nível actual

                                % Gastos em I&D em termos de PIB              1,35%         1,85%                    3%
                                                                                                            Média das 4 maiores
 Capacidade inovadora
                                % Utilizadores de Internet                     49%           56%           economias europeias.
                                                                                                             Actualmente 60%.
 Internacionalização            Empresas exportadoras regulares            39 mil (2007)                           55 mil

 Sustentabilidade do Meio Ambiente
                                Emissões de GEI                                                           15% de redução face ao
 Baixas emissões
                                (Milhões Ton)                                                                   nível de 2005
                                Intensidade energética                         184           169         Redução de 20% face ao
 Modelo energético              (kep/’000€)                                   (2007)        (2007)           cenário tendencial
 sustentável                    % Energia renovável em relação à
                                                                               10%         9% (2005)                20%
                                Energia Final
                                                                               19%           17%
                                % Passageiros em transporte público                                                 24%
                                                                              (2007)        (2007)
 Mobilidade sustentável
                                % Mercadorias transportadas pela rede          4%            18%
                                                                                                                    10%
                                ferroviária                                   (2007)        (2007)
                                                                               11%           29%
                                % de Construção em arrendamento                                                     20%
 Modelo de construção                                                         (2007)        (2007)
 sustentável                   % Investimento em reabilitação sobre
                                                                               24%           37%                    35%
                               investimento em construção

 Sustentabilidade Social
 Aumento e melhor               Taxa de emprego                                64%           66%                    70%
 emprego
                                Taxa de temporalidade                          29%           14%                    15%

                                Taxa de emprego feminino                       55%           59%                    65%
 Igualdade
                                Diferenciação salarial por sexo                18%           18%                     0%
                                % alunos com baixas capacidades em
                                leitura, matemáticas e ciências segundo        23%           23%                    15%
                                PISA
Educação como garantia de
                                Taxa de abandono escolar prematuro             32%           15%                    10%
igualdade de oportunidades
                                Titulares de diploma superior em ciência
                                                                                11            13
                                e tecnologia por cada 1.000 pessoas                                              Média UE
                                                                              (2007)        (2007)
                                dos 20-29


 Fonte:        Ministério de Economia y Hacienda




                                                                                                                                  17
aicep Portugal Global
                                                                    Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


1.3.4 As Comunidades Autónomas


O quadro seguinte permite uma breve caracterização das diferentes Comunidades Autónomas
espanholas em termos macroeconómicos.


Principais Indicadores Económicos das Comunidades Autónomas Espanholas (2009)
                            2009          2009        2009         2009         2007          2009        2009

                                         PIB p.m.    PIB p/c       Taxa        PIB em        Taxa
                          População                                                                       IPC
                                         pç.corr.    pç.corr.    Cresc. PIB     PPC        Desempr.

                          Milhões        Milhões
                                                     Euros           %        UE 27=100        %           %
                          Pessoas         Euros
 Andalucía                         8,3     142.874      17.485        -3,6%         82,0           26,3    0,6
 Aragón                            1,3      32.473      24.639        -4,4%        116,0           13,3    0,8
 Asturias                          1,1      22.736      21.523        -3,7%         97,0           14,2    0,7
 Baleares                          1,1      26.327      24.510        -3,8%        114,0           19,5    0,8
 Canarias                          2,1      41.411      19.867        -4,2%         93,0           26,9    -0,4
 Cantabria                         0,6      13.480      23.343        -3,5%        106,0           12,6    1,0
 Castilla y León                   2,6      55.982      22.314        -3,4%        102,0           14,2    0,7
 Castilla-La Mancha                2,1      35.040      17.208        -3,3%         83,0           19,2    0,5
 Cataluña                          7,5     195.403      26.831        -4,1%        124,0           17,0    1,2
 Com.Valenciana                    5,1     101.608      20.259        -4,3%         96,0           22,6    0,8
 Extremadura                       1,1      17.609      16.301        -2,0%         73,0           21,3    0,5
 Galicia                           2,8      54.686      19.995        -3,0%         89,0           12,9    0,9
 La Rioja                          0,3       7.825      24.754        -3,6%        113,0           13,7    0,5
 Madrid                            6,4     189.060      30.029        -3,2%        137,0           14,7    0,9
 Murcia                            1,4      27.018      18.619        -3,4%         87,0           22,5    0,6
 Navarra                           0,6      18.246      29.598        -2,5%        133,0           10,5    0,5
 País Vasco                        2,2      65.493      30.703        -3,5%        137,0           11,8    1,0
 España                        46,7      1.051.151      22.886        -3,7%        106,0           18,8    0,8

Fontes:     INE Espanha




População


A população de Espanha atingiu, em 1 de Janeiro de 2009, mais de 46 milhões de habitantes A
Comunidade mais povoada é a Andaluzia, com mais de 8 milhões de habitantes (17,8% do total da
população espanhola), seguida pela Catalunha, com 7,5 milhões de habitantes (16%) e Madrid, com 6
milhões (13,7%).




                                                                                                                 18
aicep Portugal Global
                                                                                                          Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


Distribuição do PIB (%) (2009)


 20% 18,6%
                18,0%



 15%                      13,6%



                                  9,7%
 10%

                                          6,2%
                                                  5,3% 5,2%
  5%                                                           3,9%
                                                                        3,3% 3,1%
                                                                                     2,6% 2,5% 2,2%
                                                                                                    1,7% 1,7% 1,3%
                                                                                                                                       0,7%
  0%




                                a
                                a




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                                a




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Fonte:         www.ine.es



Em 2009, a Catalunha foi, em termos absolutos, a Comunidade que mais contribuiu para o PIB nacional,
com cerca de 18,6 do total, seguida da Comunidade de Madrid, com uma participação de 18%.


PIB per capita


Em termos de PIB per capita, e tendo Espanha um PIB per capita de 22.886 euros, as Comunidades que
atingiram valores mais elevados foram o País Basco com 30.703 euros, Madrid com 30.029 euros,
Navarra com 29.598 euros e a Catalunha com 26.831 euros.


PIB per capita (2009)

 35.000
            30.703
                     30.029 29.598
 30.000
                                     26.831
                                              24.754 24.639 24.510
 25.000                                                              23.343 22.886
                                                                                   22.314
                                                                                            21.523
                                                                                                     20.259 19.995 19.867
 20.000                                                                                                                       18.619
                                                                                                                                       17.485 17.208
                                                                                                                                                       16.301

 15.000


 10.000


  5.000


        0
                                                                                                                                                   a
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                                                                                                                                            an
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                                                                                                                                            M
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                                                                                                                an
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                                                                                                                          C




Fonte:         www.ine.es
Unidade:       Euros



                                                                                                                                                                 19
aicep Portugal Global
                                                                          Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


Em termos relativos, são oito as Comunidades Autónomas que possuem um PIB per capita acima da
média nacional de Espanha (Espanha=100), a saber, e por esta ordem: País Basco (+34%), Madrid
(+31%), Navarra (+29%), Catalunha (+17%), La Rioja (+8%), Aragão (+8%), Baleares (+7%) e Cantábria
(+2%).


Por outro lado, a Andaluzia, Castilla-La Mancha e a Extremadura registam valores abaixo da média
nacional (24%, 25% e 29%, respectivamente).


PIB per capita (2009)

 160%

 140%    134% 131%
                   129%
                          117%
 120%
                                 108% 108% 107%
                                                  102% 100%
                                                              98%
 100%                                                               94%
                                                                          89%   87%   87%
                                                                                            81%
                                                                                                  76%   75%
  80%                                                                                                         71%


  60%

  40%

  20%

   0%
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                          le
                        Na




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Fonte:     www.ine.es



1.4 Comércio Internacional


1.4.1 Evolução da Balança Comercial


A Espanha detém uma posição significativa no comércio mundial. Segundo a Organização Mundial do
Comércio (OMC) o país ocupou a 16ª posição no ranking mundial dos exportadores em 2009 (com uma
quota de 1,7% do total) e a 13ª posição no ranking dos importadores (com 2,3%).


O país apresenta uma balança comercial tradicionalmente deficitária que se agravou até 2007, tendo o
défice decrescido a partir de 2008 (-5,9% face ao ano anterior).


Em 2009, as exportações espanholas registaram o valor de 158,3 mil milhões de euros, enquanto as
importações rondaram os 208,4 mil milhões de euros, representando decréscimos de 15,9% e de 26,2%
respectivamente, face ao ano anterior. Essa evolução permitiu que a balança comercial espanhola


                                                                                                                     20
aicep Portugal Global
                                                                         Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


reduzisse o défice comercial de 47,7%, situando-se em cerca de 50,2 mil milhões de euros, o valor mais
baixo dos últimos cinco anos. A taxa de cobertura situou-se em 75,9% (superior em 9 pontos percentuais
à de 2008).


Evolução da Balança Comercial
    6
(10 EUR )                                        2005          2006           2007          2008          2009*

Exportação                                       155.004,7     170.438,6     185.023,2     189.227,9     158.254,3

Importação                                       232.954,5     262.687,2     285.038,3     283.387,8     208.436,8

Saldo                                            -77.949,8     -92.248,6     -100.015,1    -94.159,9     -50.182,5

Coeficiente de cobertura (%)                            66,5          64,9        64,9          66,8          75,9

Posição no “ranking” mundial

              Como exportador                           17ª           18ª            17ª           17ª        16ª

              Como importador                           12ª           12ª            11ª           12ª        13ª


Fontes:   Secretaria de Estado do Comércio de Espanha
Nota:     (*) 2009 – dados provisórios



1.4.2 Principais Clientes e Fornecedores


O principal parceiro comercial de Espanha, por grandes áreas geográficas, permaneceu a UE destino de
cerca de 68,9% do total das exportações espanholas em 2009 (-15,9% comparativamente ao valor de
2008), representando os restantes países europeus 6,3% do total (-19,6%), o que demonstra a grande
concentração das exportações no espaço europeu. Seguiu-se a Ásia com 7,1% (e que decresceu 7,9%
face a 2008), a África com 5,9% (-7,8%), a América Latina com 4,8% (-16,8%) e a América do Norte com
4,1% (-23,4%).


Em termos de países, os principais clientes de Espanha foram a França e a Alemanha que reforçaram
ligeiramente as quotas de mercado comparativamente a 2008 (embora em valor absoluto as exportações
para ambos os países tenham decrescido 11,7% no último ano). Portugal continuou a ocupar a posição
de 3º cliente de Espanha, representando 9,1% do total das exportações espanholas (-12,6% em valor
absoluto). Os EUA constituíram o primeiro cliente fora da UE, com uma quota de 3,7% (-24,6% face a
2008).


É de referir que em 2009 a queda das vendas de produtos espanhóis ao exterior foi generalizada,
abrangendo praticamente todos os mercados da UE (à excepção da Bulgária e Malta, países com pouca
representatividade na estrutura das exportações espanholas), bem como os restantes clientes mais
significativos (com excepção da Suiça e Índia).




                                                                                                                     21
aicep Portugal Global
                                                                                Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


Principais Clientes
                                                                2007                    2008                     2009
Mercado
                                                        Quota         Posição   Quota      Posição       Quota       Posição

França                                                      18,8          1ª      18,3          1ª          19,1        1ª

Alemanha                                                    10,8          2ª      10,5          2ª          11,1        2ª

Portugal                                                     8,7          3ª       9,1          3ª            9,1       3ª

Itália                                                       8,9          4ª       8,1          4ª            8,2       4ª

Reino Unido                                                  7,7          5ª       7,1          5ª            6,3       5ª

EUA                                                          4,0          6ª       3,9          6ª            3,7       6ª

Holanda                                                      3,3          7ª       3,2          7ª            3,0       7ª

Fonte:     World Trade Atlas (WTA) / EuroStat
           Dados 2009 - Ministério de Industria, Turismo e Comércio




Principais Fornecedores

                                                                   2007                  2008                    2009
Mercado
                                                         Quota        Posição    Quota         Posição    Quota      Posição

Alemanha                                                      16,1        1ª        14,7         1ª           14,4      1ª

França                                                        12,9        2ª        12,0         2ª           12,0      2ª
Itália                                                         8,7        3ª         8,0         3ª            7,1      3ª

China                                                          5,6        4ª         6,0         4ª            6,9      4ª
Reino Unido                                                    5,1        5ª         4,7         5ª            4,7      5ª

Holanda                                                        4,8        6ª         4,6         6ª            4,3      6ª
Portugal                                                       3,3        8ª         3,4         7ª            3,5      8ª

Fonte:     World Trade Atlas (WTA) / EuroStat
           Dados 2009 - Ministério de Industria, Turismo e Comércio



No que diz respeito às importações espanholas, a concentração no espaço europeu manteve-se, embora
em menor escala, com a UE a representar 58,3% do total em 2009 (-21,6% comparativamente a 2008) e
os restantes países europeus 6,2% (-33,2%). A Ásia surgiu em segundo lugar como fornecedor com
17,5% do total das compras ao exterior (-30% face a 2008), seguindo-se África com 8% (-36,7%). A
América Latina e a América do Norte representaram ambas 4,5% do total das importações espanholas
evidenciando igualmente decréscimos acentuados no último ano (-33,6% e -26% respectivamente).


No ranking dos principais fornecedores destacam-se a Alemanha, a França e a Itália, que concentraram
juntos 33,5% das importações espanholas em 2009 (contra 37,7% em 2007). A China manteve a posição
de 4º fornecedor de Espanha reforçando a sua quota de mercado para 6,9% em 2009 (após 5,6% em
2007). É de salientar que a posição da China no mercado é superior à detida pelos EUA e Japão juntos
(quota de 5,6% em 2009).


                                                                                                                             22
aicep Portugal Global
                                                                          Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


Portugal foi o 8º fornecedor de Espanha em 2009 (ou 6º fornecedor entre os países da UE), com uma
quota de mercado de 3,5% (as compras espanholas ao nosso país decresceram 21,3% no último ano).


Também no que respeita às importações espanholas é de destacar que a queda foi generalizada,
abrangendo a maioria dos fornecedores mais representativos: Alemanha (-25,1% face a 2008), França
(-17,4%), Itália (-30,5%), China (-28%), Reino Unido (-23,8%) e EUA (-23,8%). Ao nível da UE, os únicos
fornecedores que viram aumentar as suas importações foram a Bulgária, a Roménia, Malta e a Estónia.


1.4.3 Principais Produtos Transaccionados


Principais Produtos Transaccionados – 2009

Exportações / Sector                                    %       Importações / Sector                            %

Bens de equipamento                                     20,5 Bens de equipamento                                 20,7

Automóvel                                               17,3 Produtos energéticos                                16,2

Alimentares                                             15,7 Produtos químicos                                   15,4

Produtos químicos                                       14,6 Automóvel                                           12,4

Produtos semi manufacturados não químicos               11,2 Alimentares                                         11,1

Bens de consumo manufacturados                              9,2 Bens de consumo manufacturados                   10,8

Produtos energéticos                                        4,5 Produtos semi manufacturados não químicos         6,9

Bens de consumo duradouros                                  2,1 Bens de consumo duradouro                         3,2

Matérias-primas                                             2,0 Matérias-primas                                   2,8

Outros                                                      2,9 Outros                                            0,5

Fontes:   Secretaria de Estado do Comércio de Espanha



Relativamente à estrutura das transacções, Espanha possui défices comerciais significativos nos
sectores energético e de bens de equipamento, os quais registaram uma contracção em 2009, de 40% e
31% respectivamente.


Os principais sectores exportados por Espanha foram os bens de equipamento (representaram 20,5% do
total em 2009, tendo decrescido -16,2% face a 2008), seguindo-se o sector automóvel (17,3% do total e
que registou igualmente uma quebra de -15,1%. De referir que o subsector de componentes auto foi
mais atingido (-25,4%) que o dos veículos (-9,8%).


Relativamente aos produtos alimentares (15,7% do total das exportações) e aos bens manufacturados
de consumo (9,2%), a diminuição verificada nas vendas foi menos acentuada, de -7,1% e de -6,5%
respectivamente. Quanto às vendas de produtos químicos (14,6% do total) e de produtos semi
manufacturados não químicos (11,2%) as reduções registadas foram de -8,7% e de -27,7%
respectivamente.




                                                                                                                    23
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São, no entanto, de realçar os principais produtos exportados por Espanha que tiveram um
comportamento positivo em 2009: medicamentos (+10,3% face a 2008), equipamentos de escritório e
telecomunicações (+9,1%), alguns tipos de material de transporte (ferroviário +21,1%; navios +91,7% e
aeronaves +6,1%), bem como as confecções (+4,6%).


Quanto à estrutura das importações espanholas é de mencionar que os produtos energéticos (16,2% do
total), diminuiram 40,2% face ao ano anterior (petróleo e derivados -42,4% e gás -31,7%), enquanto os
produtos não energéticos (83,4% do total) decresceram 22,6%.


Analizando por grupos de sectores, assistiu-se a um decréscimo generalizado das compras ao exterior
no último ano: os bens de equipamento -31,2% (à excepção dos motores que aumentaram 3,4% face a
2008), os produtos químicos -8,6%, o sector automóvel -21,6% (-24% ao nível das importações de
componentes e -19,1% ao nível dos veículos), os produtos alimentares -11,3%, os bens de consumo
manufacturados -13,6% (e -15% nos bens de consumo duradouro), os produtos semi manufacturados
não químicos -38,9% e as matérias-primas - 40,4%.


Por último, as previsões do EIU para 2010 apontam para um crescimento das exportações e importações
de bens da ordem dos 13% e 5%, respectivamente, invertendo-se a tendência verificada em 2009.




                                                                                                       24
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1.4.4 Comércio internacional das Comunidades Autónomas


Comércio externo espanhol por Comunidades Autónomas (2009)

                                                    2009                       Crescimento                % Total

                              Export.          Import.           Saldo      Export.    Import.      Export.     Import.

Andalucía                         14.334             18.009        -3.675      -14,8      -34,2         9,1%         8,6%

Aragón                             6.898              6.081          817       -18,7      -24,5         4,4%         2,9%

Asturias                           2.530              2.766         -236       -20,4      -41,9         1,6%         1,3%

Balears                            1.187              1.318         -131       -19,6      -28,8         0,7%         0,6%

Canarias                           1.521              3.670        -2.148      -31,3      -33,4         1,0%         1,8%

Cantabria                          1.829              1.506          323       -23,9      -42,9         1,2%         0,7%

Castilla y León                    9.341              7.822        1.518        -2,9      -13,2         5,9%         3,8%

Castilla-La Mancha                 2.899              4.622        -1.724      -10,6      -30,7         1,8%         2,2%

Cataluña                          41.157             58.595       -17.438      -18,5      -24,0        26,0%        28,1%

Ceuta                                   0                  234      -234       -94,4      -21,0         0,0%         0,1%

Com. Valenciana                   16.475             16.200          275       -14,6      -30,7        10,4%         7,8%

Extremadura                        1.162                   911       251        -7,1      -32,9         0,7%         0,4%

Galicia                           13.759             12.928          831       -12,6      -16,6         8,7%         6,2%

Madrid                            19.244             49.210       -29.966      -11,9      -20,3        12,2%        23,6%

Melilla                                 7                  140      -134       -31,8         -9,6       0,0%         0,1%

Murcia                             4.323              6.349        -2.025       -5,8      -38,3         2,7%         3,0%

Navarra                            5.450              3.562        1.888       -14,6      -27,4         3,4%         1,7%

País Vasco                        14.603             12.278        2.325       -28,0      -39,0         9,2%         5,9%

Rioja                              1.150                   778       372        -8,4      -15,8         0,7%         0,4%

Sin determinar                       385              1.456        -1.071      -36,6      -14,5         0,2%         0,7%

España                          158.254             208.437       -50.183     -16,4%     -26,4%       100,0%        100,0%

Fonte: Secretaria de Estado de Comercio e Turismo
Unidade: Milhões de euros



Exportações


•    Em valores absolutos a Catalunha representou 26% do total das exportações espanholas em 2009,
     mais do dobro do que exportou a Comunidade de Madrid (com 12,2%).


•    Nos lugares seguintes surgem: a Comunidade Valenciana (10,4%), o País Basco (9,2%) e a
     Andaluzia (9,1).


•    Estas cinco Comunidades representaram cerca de 67% das vendas totais de Espanha para os
     mercados externos.


                                                                                                                          25
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•   No ano 2009, as vendas para os mercados externos de todas as Comunidades Autónomas
    registaram taxas de crescimento negativas. Assim, as vendas da Catalunha registaram uma quebra
    de -18,2% face ao ano anterior, Madrid -11,9%, Galiza -12,6%, Andaluzia -14,8%, Comunidade
    Valenciana -14,6% e o País Basco -28%.


•   As exportações da Catalunha mantiveram a liderança a nível nacional atingindo mais de 41,2 mil
    milhões de euros em 2009. As exportações catalãs são muito diversificadas, os principais sectores
    exportadores são o automóvel, o químico, e a maquinaria e material eléctrico.


•   A segunda Comunidade no ranking foi a Comunidade de Madrid que representou 12,2% das
    exportações totais a nível nacional, atingindo 19,2 mil milhões de euros. No que se refere aos
    principais sectores, destacam-se o químico, o automóvel e a electrónica e informática.


Classificando as Comunidades Autónomas em função da concentração sectorial das exportações,
podemos distinguir os seguintes grupos:


    • Comunidades Autónomas de Múrcia, da Extremadura, La Rioja e da Andaluzia: caracterizadas por
      uma elevada concentração nas exportações de produtos do sector primário, superior a 30% do
      total (ex. as exportações de produtos alimentares representam, em Múrcia, mais de 50% das
      vendas ao exterior).


    • Um segundo grupo constituído pelas Comunidades em que se localizam as fábricas de
      multinacionais do sector automóvel, cujas vendas ao exterior representam mais de 50% das
      exportações (ex. entre as principais, Castela e Leão, Navarra e Aragão, e em menor medida a
      Galiza).


    • As Comunidades do País Basco, da Cantábria, de Madrid, e das Baleares, onde se concentra
      uma elevada exportação de bens de equipamento. De ressaltar que nas Baleares está incluída a
      reexportação de barcos e aviões.


    • Por último, encontramos as Comunidades que oferecem uma gama de exportações muito
      diversificadas, fundamentalmente a Catalunha e a Comunidade Valenciana.


Importações


•   No que se refere à importação, é de destacar que as Comunidades de Madrid e da Catalunha
    concentraram mais de metade das compras espanholas ao exterior, alcançando a Catalunha 28,1%
    do total e Madrid 23,6%.


•   Nas posições seguintes surgem: Andaluzia (8,6%), Comunidade Valenciana (7,8%) e Galiza (6,2%).


                                                                                                       26
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•      Estas 5 Comunidades representaram cerca de 74% do total das compras espanholas ao exterior em
       2009.


•      Em 2009, todas as Comunidades Autónomas reduziram as suas compras ao exterior. Na Catalunha
       verificou-se uma redução de -24% e na Comunidade de Madrid de -20,3%, valores inferiores à média
       espanhola, que atingiu -26,4%.


•      A Catalunha importa fundamentalmente produtos químicos, combustíveis e produtos do sector
       automóvel. Relativamente às importações madrilenas destacam-se principalmente os produtos
       químicos, os produtos electrónicos e o sector automóvel.


1.5 Investimento Estrangeiro


De acordo com os dados publicados pela UNCTAD – World Investment Report 2010, o investimento
directo estrangeiro (IDE) em Espanha em 2009 cifrou-se em 15.030 milhões de USD (o que
representou apenas cerca de 20% do valor registado em 2008), descendo para a 20ª posição no ranking
mundial dos países receptores de IDE (e 9ª posição entre os países da UE) com 1,3% do total. De
salientar que em 2008, o IDE em Espanha havia atingido 73.293 milhões de USD, situando Espanha
como a 6ª economia mundial (e a 3ª da UE) que mais investimento captou nesse ano (4,1% do total).


Investimento Directo
      6
(10 USD)                                                                     2005            2006           2007           2008         2009

Investimento estrangeiro em Espanha                                           25.020         30.802         64.264         73.293       15.030
Investimento de Espanha no estrangeiro                                        41.829       104.248         137.052         74.856       16.335
Posição no “ranking” mundial
                    Como receptor                                                 10ª            10ª               9ª             6ª       20ª
                     Como emissor                                                   7ª              4ª             5ª             7ª       17ª

Fonte:         UNCTAD - World Investment Report 2010



Segundo os dados da Dirección General de Comercio e Inversiones, em 2008 o investimento estrangeiro
                                              3
em Espanha, em termos brutos , atingiu cerca de 38.659 milhões de Euros e 34.886 milhões de Euros
em termos líquidos, registando o maior valor histórico no fluxo de investimento estrangeiro desde o ano
início desta série (exceptuando o ano 2000).


Devemos referir que o volume atingido em 2008 ficou a dever-se ao impulso do último trimestre de 2007,
e às grandes operações iniciadas em 2007, e que continuaram nos dois primeiros trimestres do ano
seguinte. Em 2008 destacaram-se duas grandes operações de investimento estrangeiro em Espanha: a
aquisição da Altadis pela Imperial Tobacco (Reino Unido) e a venda dos activos europeus da Endesa,
empresa do sector eléctrico à Eon (Alemanha).



3
    Secretaria Estado Comercio, Ministério de Industria, Turismo y Comercio (critérios “Pais Inmediato”, “Operações ETVE y no ETVE”).

                                                                                                                                               27
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                                                               Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)


Em 2009, de acordo com a mesma fonte, o investimento estrangeiro em Espanha em termos brutos
atingiu 14.694 milhões de Euros, o que representou um decréscimo de 62% face ao ano anterior, e
12.028 milhões de euros em termos líquidos (-65,5%).


No último ano destacam-se duas grandes operações de investimento estrangeiro em Espanha: a
International Petroleum Investment Company (IPIC), fundo soberano com sede em Abu Dhabi (Emirados
Árabes Unidos), adquiriu uma participação na petrolífera Cepsa e a France Telecom (França) aumentou
a sua participação na filial espanhola da Orange.


Os principais investidores em Espanha, em 2009, foram os Emirados Árabes Unidos, que foram
responsáveis por 22,6% do investimento total. Seguiram-se os Países Baixos (22,0%) e o Luxemburgo
(9,1%) - sendo que ambos constituem plataformas de trânsito dos investimentos com origem em outros
países - a França (8,3%), os EUA (4,5%), a Irlanda (4,2%), a Alemanha (3,4%) e o RU (3,4%).


Em termos de áreas geográficas é de salientar a importante caída que registaram os investimentos
provenientes de países da OCDE (-73,1% face a 2008) e da UE27 (-74,7%), em favor da América Latina
(+141,8%) e dos países da Ásia e Oceânia.


Por comunidades autónomas, os principais destinos do investimento estrangeiro foram: Madrid, a
Catalunha e Valência, que concentraram, respectivamente, 65,5%, 12% e 3,7% do total dos fluxos,
correspondendo ao status de “cidades de negócios“. É importante destacar que Madrid é a sede social
das principais empresas espanholas; seguem-lhes, por ordem de importância, Aragão, as Ilhas Baleares
e a Andaluzia. Existe, no entanto, cerca de 5,3% do IDE total que não pode ser atribuído a nenhuma
região em concreto.


Os sectores económicos receptores destes fluxos de investimento foram a refinação de petróleo (22,6%),
as telecomunicações (9%), os serviços financeiros exceptuando seguros (6,6%), o comércio grossista e
intermediários do comércio (6,4%) e as actividades imobiliárias (4,6%).


De destacar que o investimento bruto em “ETVEs” (Entidades de Tenencia de Valores Estrangeiros), ou
Holdings, considerado investimento não produtivo, apenas fluxo financeiro, atingiu cerca de 3 mil milhões
de Euros, ou seja 20,3% do total.


Segundo a Ernst&Young, em 2009, Espanha manteve-se como o 4º país mais atractivo no que se refere
a projectos greenfield implementados por investidores estrangeiros, com 173 projectos desse tipo (5% do
total). Em 2008 haviam sido registados 489 projectos desse tipo. Segundo a análise realizada pela FDI
Markets, em 2008, os sectores de destino com maior peso em Espanha foram as TIC Software (com
11% dos projectos greenfield), as Energias Renováveis (10%), o sector Têxtil (10%) e os Bens de
Consumo (8%). Em termos de países de origem destacaram-se: França (20% do nº de projectos
desenvolvidos), EUA (16,5%), Alemanha (13%), RU (10%), Holanda (5%), sendo igualmente de referir a
China (+Hong Kong, com 3,5% do total).

                                                                                                       28
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  • 1. Mercados informação global Espanha Dossier de Mercado Agosto 2010
  • 2. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Índice 1. O País 4 1.1 A Espanha em Ficha 5 1.2 Organização política e administrativa 6 1.3 Situação económica 7 1.3.1 Política económica recente 7 1.3.2 Perspectivas 12 1.3.3 A Estratégia para a Economia Sustentável 13 1.3.4 As Comunidades Autónomas (CA) 18 1.4 Comércio Internacional 20 1.4.1 Evolução da balança comercial 20 1.4.2 Principais clientes e fornecedores 21 1.4.3 Principais produtos transaccionados 23 1.4.4 Comércio internacional das CA 25 1.5 Investimento estrangeiro 27 1.6 Turismo 30 1.7 Relações internacionais e regionais 33 1.8 Condições legais de acesso ao mercado 33 1.8.1 Regime geral de importação 33 1.8.2 Regime de investimento estrangeiro 35 1.8.3 Quadro legal 37 2. Relações económicas com Portugal 39 2.1 Comércio 39 2.1.1 Importância da Espanha nos fluxos comerciais para Portugal 39 2.1.2 Evolução da balança comercial bilateral 40 2.1.3 Expedições por grupos de produtos 41 2.1.4 Chegadas por grupos de produtos 42 2.1.5 Fluxos comerciais das CA 43 2.2 Serviços 45 2.3 Investimento 46 2.3.1 Importância da Espanha nos fluxos de investimento para Portugal 46 2.3.2 Investimento directo de Espanha em Portugal 47 2.3.3 Investimento directo de Portugal em Espanha 50 2.4 Turismo 56 2.5 Cooperação transfronteiriça 57 2
  • 3. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) 3. Oportunidades e dificuldades do mercado 58 3.1 Potencialidades 58 3.2 Dificuldades 61 Anexos: Anexo 1 – Principais produtos transaccionados entre Portugal e Espanha (Jan/Maio 2010) 64 Anexo 2 – Informações úteis 66 Anexo 3 – Endereços diversos 68 Anexo 4 – Fontes de informação 71 3
  • 4. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) 1. O País 4
  • 5. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) 1.1 A Espanha em Ficha 2 Área: 504.880 km População: 46,9 milhões de habitantes (1 Janeiro 2010) 2 Densidade populacional: 93 hab./km Designação oficial: Reino de Espanha Forma de governo: Monarquia Constitucional Chefe do Estado: Rei Juan Carlos (desde Novembro de 1975) Primeiro-Ministro: José Luís Rodríguez Zapatero Data da actual constituição: Aprovada em 6 de Dezembro de 1978 e promulgada em 29 de Dezembro de 1978 Principais partidos políticos: Estão representados no Congresso o PSOE (Partido Socialista Obrero Español), actualmente no poder; PP (Partido Popular); CIU (Convergencia i Unio); EAJ-PNV (Eusko Alderdi Jetzalea - Partido Nacionalista Basco); ERC (Esquerra Republicana de Catalunya); IU (Izquierda Unida); BNG (Bloque Nacionalista Galego); CC - PNC (Coalición Canaria - Partido Nacionalista Canario); UPyD Unión Progreso y Democracia; EA (Eusko Alkartasuna) e Na-Bai (Nafarroa Bai). As próximas eleições estão previstas para 2012. Capital: Madrid (3,3 milhões de habitantes - 1 Janeiro 2009) Outras cidades importantes: Barcelona; Valência; Sevilha; Zaragosa; Málaga; Múrcia; Las Palmas de Gran Canaria; Palma de Maiorca; Bilbao; Valladolid e Córdoba. Organização territorial: Distribui-se por Municípios, Províncias e 17 Comunidades Autónomas (Andalucia, Aragón, Astúrias, Baleares, Canárias, Cantábria, Castilla-La Mancha, Castilla y León, Cataluña, Comunidade de Madrid, Comunidade Valenciana, Extremadura, Galiza, La Rioja, Múrcia, Navarra e País Basco). No Norte de África, as cidades de Ceuta e de Melilla, territórios dependentes de Espanha, são administradas como Comunidades Autónomas. Religião: A maioria da população é católica, mas a Constituição estabelece que não existe religião oficial em Espanha. Língua: A principal língua é o castelhano. Existem, ainda, mais três línguas oficiais: o catalão, o basco (euskera) e o galego. Unidade monetária: Euro (EUR) 1 EUR = 1,3948 USD (média anual 2009) 1 EUR = 1,277 USD (média Julho 2010) Risco país: Risco geral: BBB (AAA = risco menor, D= risco maior) Risco político: A (idem) “Ranking” em negócios: Índice 7,32 (10 = máximo) “Ranking” geral: 27 (entre 82 países) (EIU – Agosto 2010) Risco de crédito: 1 (1 = risco menor; 7 = risco maior) (COSEC – Julho 2010) Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. (bens) / P IB = 34,9% (2009 - EIU) Imp. / PIB = 19,6% (2009 - EIU) Imp. / Imp. Mundial = 2,3% (13º importador em 2009) Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU); World Trade Organization (WTO); COSEC; Banco de Portugal; INE; INE/Espanha 5
  • 6. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) 1. 2 Organização Política e Administrativa 1 A Espanha é constituída por 17 Comunidades Autónomas (regiões) e duas cidades autónomas (os enclaves de Ceuta e Melilla no Norte de África). A Constituição estabelece a gradual descentralização do poder central para as regiões, situação que já teve um significativo impacto a nível político e administrativo no país. No espaço de 20 anos, Espanha passou de um dos Estados mais centralizados da Europa para um dos mais descentralizados. Depois da transição da gestão dos sistemas de saúde e educação para as regiões em 2002-2003, ficando apenas de fora a segurança social (principalmente as pensões), os Governos Regionais gerem actualmente a maior fatia do orçamento público. Estas 17 Comunidades são bastante diferentes em diversas perspectivas: história, cultura, língua e condições económicas. Para além comunidades autónomas, existem ainda 50 Províncias em Espanha, formadas por grupos de Municípios, cada um com o seu Conselho Municipal, Comarcas e ainda numerosas entidades locais (cerca de 15.000). Sub-delegados do Governo supervisionam os Municípios e coordenam as relações entre a administração do Estado e as autoridades regionais. Os Conselhos Provinciais são eleitos indirectamente pelos Conselhos Municipais. Estes, por sua vez, são eleitos por sufrágio directo e universal. A Constituição espanhola de 1978 consagra a Monarquia Parlamentar, estabelece a separação do poder legislativo, executivo e judicial e confere ao Rei poderes como Chefe de Estado e Comandante supremo das Forças Armadas. O Rei é o símbolo da unidade nacional, é o garante do normal e regular funcionamento das instituições e é o representante máximo do Estado espanhol nas suas relações internacionais. O poder legislativo compete ao Parlamento, conhecido como Cortes Generales. O Parlamento é formado por duas câmaras: o Congreso de los Diputados e o Senado. O Congresso dos Deputados (a câmara baixa) assume maior importância, com os seus 350 membros a serem eleitos por sufrágio directo e universal por círculos eleitorais, para um mandato de 4 anos. O Senado (câmara alta), é composto por 259 membros, sendo que 208 são eleitos por sufrágio universal (quatro representantes por província) e os restantes 51 são designados pelas comunidades autónomas e pelos dois enclaves, ambos para um mandato de 4 anos. O Rei dispõe de poderes para dissolver o Parlamento após proposta do Primeiro-Ministro, ou após a aprovação de uma moção de censura ao Governo pelo Congresso dos Deputados. 1 Andalucía, Aragón, Astúrias, Baleares, Comunidade Valenciana, Canárias, Cantabria, Castilla-La-Mancha, Castilla-León, Cataluña, Ceuta, Extremadura, Galicia, La Rioja, Madrid, Mellilla, Múrcia, Navarra, País Vasco. 6
  • 7. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) O poder executivo é exercido pelo Governo, liderado pelo Primeiro-Ministro (Presidente del Gobierno) que é nomeado pelo Rei, após eleição pelo Congresso dos Deputados. O Primeiro-Ministro escolhe os membros do governo que são igualmente empossados pelo Rei. O governo é colectivamente responsável perante o Congresso dos Deputados. Cessa funções sempre que se realizam eleições gerais, no caso de perca de confiança por parte do Parlamento, ou ainda em caso de resignação ao cargo ou por morte do Primeiro-Ministro. 1.3 Situação Económica 1.3.1 Política Económica Recente Espanha foi uma das economias da Europa Ocidental que mais cresceu ao longo da última década e até 2 ao final de 2007. O país foi considerado, em 2008, a 9ª economia a nível mundial e o 7º maior investidor mundial. Em 2008 a economia espanhola evidenciou um crescimento em forte desaceleração, com o PIB a crescer apenas 0,9% (graças essencialmente ao desempenho verificado na primeira metade do ano). Esta evolução ficou-se a dever ao acentuado abrandamento da procura interna (originada pelo colapso no sector da construção e pela retracção das despesas dos consumidores), ao decréscimo do investimento e à subida do desemprego. As autoridades espanholas implementaram no final de 2008 o Plano Espanhol para Estímulo à Economia e ao Emprego - “Plano E” (http://www.plane.gob.es) - um “pacote” de 91 medidas com o objectivo de fortalecer a economia, favorecer a liquidez das empresas e travar o desemprego. O plano foi considerado pelo FMI como um dos maiores planos de estímulo à procura, incluindo, entre outras, medidas de apoio ao investimento público, de redução da carga fiscal e apoio/financiamento às PMEs, bem como ajudas aos sectores do imobiliário e construção. Em 2009 a economia espanhola registou a recessão mais profunda da sua história recente, com um forte recuo da actividade económica de -3,7%, consequência de uma acentuada debilidade da procura interna, a par de uma forte queda das vendas ao exterior. O consumo privado contraiu fortemente (-4,9%) em resultado de um conjunto de factores, nomeadamente o agravamento do desemprego, deterioração da confiança dos agentes económicos, as condições financeiras mais restritivas e a redução do rendimento das famílias. Também o investimento registou um decréscimo importante (-15,3% em 2009), para o qual contribuiu em particular a evolução do investimento em equipamento. Um acesso ao crédito mais dificultado, bem como a deterioração das expectativas das empresas e a redução da procura, constituíram os principais factores que impediram a implementação de projectos de investimento por parte das empresas. Acresce 2 Segundo relatório The Global Competitiveness Report 2009-2010 – World Economic Forum 2009, referente aos dados do PIB em 2008. 7
  • 8. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) que a falta de investimento no sector da construção reforçou ainda esta evolução negativa, devido à deterioração do segmento residencial, que não foi compensado por investimento em outros tipos de construção. Por seu lado, o consumo público abrandou o ritmo de crescimento face ao ano anterior (3,8% em 2009 contra 5,4% em 2008). Relativamente às exportações e importações de bens e serviços, de acordo com o Economist Intelligence Unit (EIU) registaram decréscimos significativos em 2009, da ordem dos 12% e 18%, respectivamente (no caso apenas de bens, as quebras foram de 21% e 30%, respectivamente). Nos serviços de turismo registou-se igualmente quebra importante, devido à recessão em que se encontram os principais mercados emissores de turistas para Espanha (acentuado no caso do RU pela desvalorização da moeda). A inflação evidenciou uma redução significativa em 2009, situando-se em 0,8% (após 4,1% em 2008). Este comportamento foi consequência, em grande parte, da diminuição dos preços de petróleo e dos produtos alimentares. Face ao evoluir da situação, o mercado de trabalho deteriorou-se particularmente em 2009, registando a mais elevada taxa de desemprego dos últimos anos: 18,8% (contra 11,3% em 2008). Neste contexto e no sentido de tentar minorar os efeitos da crise económica financeira internacional e manter a confiança dos agentes económicos, o Governo espanhol implementou uma política fiscal expansionista, aplicando um conjunto de medidas específicas destinadas a moderar a retracção da procura, bem como a restabelecer o acesso ao crédito por forma a garantir a confiança dos agentes económicos. Desta forma foi incentivada a redução de impostos (tendo sido introduzidas medidas dirigidas para melhorar a liquidez de empresas e o rendimento disponível das famílias) e o aumento de despesas públicas (quer das prestações sociais, ligadas ao desemprego, quer ao investimento público, através do Fundo Estatal de Investimento Local, bem como no âmbito do Fundo de Estímulo da Economia e Emprego). Contudo, as medidas de estímulo à economia adoptadas pelo Governo, a par da redução das receitas orçamentais e aumento da despesa, contribuíram para a deterioração das finanças públicas, tendo o défice das contas públicas em 2009 atingido 11,2% do PIB. A dívida pública aumentou significativamente situando-se em 53,2% do PIB no último ano. É de realçar que, de acordo com um relatório da Comissão Europeia, o governo espanhol efectuou um esforço financeiro para combater a crise equivalente a 2,3% do PIB em 2009 e 2010, ou seja, mais do dobro da média europeia (que foi de 1,1%). O estado das finanças públicas do país forçou as autoridades espanholas a tomar medidas no Orçamento de 2010 com vista a combater a sua deterioração, pelo que as medidas tributárias incluídas no orçamento (aprovado em Outubro 2009), implicaram um aumento de 1% do PIB do lado das receitas 8
  • 9. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) (aumento do IVA e do imposto sobre rendimento de capital) e um esforço de contenção da ordem de 0,8% do PIB do lado das despesas. No entanto, este Orçamento previa um esforço de investimento importante para apoio à recuperação e crescimento a médio prazo. No final de Novembro de 2009, o Primeiro-Ministro apresentou a Estratégia para o Crescimento da Economia Sustentável, através da qual se pretende aumentar a competitividade da economia espanhola nos próximos dez anos e criar emprego. A estratégia definida inclui um plano global de reformas tendo por objectivo renovar o modelo de crescimento da economia, tornando-o sustentável em termos económicos, sociais e ambientais. Em Janeiro de 2010, o Governo aprovou a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento 2009-2013 (PEC), o qual inclui um programa de consolidação fiscal que pretende envolver o conjunto das administrações públicas num objectivo comum: a redução progressiva do desequilíbrio das contas públicas para correcção do défice abaixo de 3% em 2013, de acordo com a imposição de UE. O plano de austeridade proposto pelo governo espanhol implica a redução de 50 mil milhões de euros de gastos públicos até 2013 (cerca de 5,7% do PIB), prevendo-se que a Administração Geral do Estado (AGE) efectue uma redução de gastos no montante de 40 mil milhões de euros, ficando os restantes 10 mil milhões de euros a cargo das Comunidades Autónomas e Colectividades Locais. O programa de consolidação fiscal para a AGE prevê que o ajustamento estrutural a efectuar pela mesma seja da ordem dos 5,2% do PIB até ao final do período (2013), com base em dois planos: - Plano de Acção Imediata 2010: prevê uma redução das despesas equivalente a 0,5% do PIB bem como a redução da oferta de emprego no sector público. - Plano de Austeridade 2011-2013: institui um corte generalizado dos gastos que afectará as políticas do governo (com excepção, entre outras, das prestações com pensões, desemprego, apoio à dependência, educação e I+D+Inovação), com um impacto equivalente a 2,6% do PIB durante o período. 9
  • 10. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Principais Indicadores Macroeconómicos a a a b b b Unidade 2007 2008 2009 2010 2011 2012 População Milhões 45,2 45,5 45,8 45,9 46,1 46,3 9 PIB a preços de mercado 10 EUR 1.052,7 1.088,5 1.051,2 1.054,7 1.078,0 1.107,2 9 PIB a preços de mercado 10 USD 1.440,8 1.600,1 1.464,3 1.327,1 1.285,5 1.309,3 PIB per capita USD 31.923 35.158 32.005 28.899 27.867 28.267 c Crescimento real do PIB % 3,6 0,9 -3,7 -0,4 0,6 1,0 Consumo privado Var. % 3,6 -0,6 -4,9 0,2 0,8 1,2 Consumo público Var. % 5,5 5,4 3,8 0,9 -1,3 -1,5 Formação bruta de capital fixo Var. % 4,6 -4,4 -15,3 -6,0 -1,0 2,5 c Taxa de desemprego % 8,3 11,4 18,8 19,8 19,0 17,5 c Taxa de inflação % 2,8 4,1 -0,8 1,1 0,9 1,3 Dívida pública % do PIB 36,2 39,7 53,2 63,9 72,2 73,1 Saldo do sector público % do PIB 1,9 -4,1 -11,2 -9,9 -7,8 -6,5 9 Balança corrente 10 USD -144,7 -156,4 -78,7 -58,6 -48,2 -43,1 Balança corrente % do PIB -10,0 -9,8 -5,4 -4,4 -3,7 -3,3 Taxa de câmbio – media 1USD=xEUR 1,37 1,47 1,39 1,26 1,19 1,18 Fonte: EIU (ViewsWire – 12 Agosto 2010) Notas: (a) Valores efectivos (b) Previsões (c) Fonte oficial espanhola De acordo com os dados divulgados no fim de Agosto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Espanha, a economia cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2010, face ao trimestre anterior, ainda que tenha registado uma quebra de 0,1% em comparação com o mesmo período de 2009. Para esta ligeira melhoria da economia no segundo trimestre contribuiu, segundo o INE, o crescimento do consumo privado, que em termos homólogos aumenta pela primeira vez em dois anos, crescendo 2 pontos percentuais. O consumo público confirma o abrandamento que vem a experimentar ao longo dos últimos trimestres (0.4%), em consequência dos esforços do Governo no sentido de reduzir o défice orçamental. No entanto, o investimento continua a registar valores negativos, com uma quebra de 7% em termos homólogos. Na vertente externa o comportamento foi positivo, com as exportações de bens e serviços a avançarem 10,5% e as importações 8,1%. Por sectores, o melhor desempenho verificou-se no sector industrial (+2,2%), energético (+0,2%) e nos serviços (+0,4%). No lado oposto, encontram-se os sectores da construção (-6,4%), agrícola e pescas (-3,5%). As projecções de crescimento divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional no passado mês de Abril, estimam uma contracção do PIB espanhol de -0,4% em 2010 e um crescimento de 0,9% em 2011. 10
  • 11. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Já as previsões do Banco de Espanha, divulgadas em Abril último, estimam igualmente um recuo da actividade económica de -0,4% em 2010, uma previsão ligeiramente menos optimista do que os -0,3% esperados pelo Governo. Para este desempenho contribuirá a evolução do consumo privado (+0,2%) e das exportações, que deverão crescer 5%. Mas o investimento deverá manter-se em valores negativos (-9,8%), devido nomeadamente à quebra do investimento imobiliário (-12,7%). Para 2011, o Banco Central espanhol prevê um crescimento da actividade económica de aproximadamente 0,8%. Neste contexto, o governo espanhol actualizou em Maio último as previsões do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). A principal alteração prende-se com o crescimento do PIB, que passa de 1,8% para 1,3% em 2011; de 2,9% para 2,5% em 2012; e de 3,1% para 2,7% em 2013. Quanto ao défice, o objectivo é atingir os 3% do PIB em 2013. De referir que no passado mês de Abril a Standard & Poor’s reviu em baixa o rating da dívida pública espanhola de AA+ para AA, destacando a debilidade do crescimento previsto da economia, o forte endividamento do sector privado, um mercado de trabalho pouco flexível e uma elevada taxa de desemprego, que continua a agravar-se, superando já 20% da população activa. As medidas contra a crise impulsionadas pelo Governo provocaram uma notável deterioração das finanças públicas que a administração espanhola pretende corrigir no decorrer dos próximos anos. Assim, e seguindo a tendência de outros governos europeus, o Governo espanhol anunciou no mês de Maio diversas medidas para uma redução mais rápida do défice público, que visam a estabilização financeira do país. Com esta iniciativa pretende-se alcançar o compromisso de reduzir o défice, reforçar a confiança na economia espanhola e contribuir para a estabilidade financeira da zona euro. Entre as principais medidas anunciadas pelo Governo destacam-se: - Redução do salário dos funcionários públicos em 5% em média, a partir de Junho, e congelamento dos ordenados da administração e pensões de reforma em 2011 (à excepção das mínimas e das não contributivas); - Redução dos vencimentos dos membros do governo e demais altos cargos em 15%; - Eliminação do “cheque bebé”, prestação por nascimento de 2.500 euros, a partir de 1 de Janeiro de 2011; - Redução do investimento público em cerca de 6 mil milhões de euros, nos próximos dois anos, estando também prevista uma redução de 1,2 mil milhões de euros por parte das Comunidades Autónomas e municípios; - Redução de 600 milhões de euros, entre 2010 e 2011, na ajuda ao desenvolvimento. 11
  • 12. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Com este novo pacote de medidas de austeridade, o Governo espanhol pretende conseguir uma redução adicional das despesas de 15 mil milhões de euros, entre 2010-2011 (implica uma redução do défice em mais 0,5% do PIB em 2010 e em mais 1% em 2011, estimando-se que o mesmo passe para valores da ordem dos 9,3% do PIB em 2010 e ligeiramente acima dos 6% em 2011). Conforme referido anteriormente, a actualização do PEC efectuada em Janeiro, já incluía um programa de consolidação fiscal aplicável ao conjunto das administrações públicas espanholas, nomeadamente o Estado e os governos regionais e locais, tendo sido anunciado um corte de 50 mil milhões de euros. O Primeiro-Ministro Zapatero anunciou a conclusão, para breve, das negociações tendo em vista a reestruturação do sistema financeiro, em particular no que se refere às “Cajas de Ahorros”. O Governo espanhol está a proceder à implementação de uma reforma laboral, no âmbito da qual aprovou ainda alterações à legislação laboral, flexibilizando a relação contratual entre o empregado e o empregador. Dados económicos recentes, designadamente do Banco de Espanha, dizem que se mantém o processo de recuperação da confiança quer dos empresários quer dos consumidores, e que há uma melhoria das expectativas dos agentes económicos em geral. No entanto, para alguns analistas, o anúncio das novas medidas de austeridade para 2010 e 2011 e a reforma laboral em curso poderão ser insuficientes para garantir a confiança dos consumidores e para dar início à esperada recuperação económica do país. 1.3.2 Perspectivas Seguidamente apresentam-se as previsões de evolução da economia espanhola para o período 2010- 2012 segundo o Economist Intelligence Unit (EIU) que apontam para: • uma contracção do PIB da ordem dos 0,4% em 2010 e uma retoma moderada do crescimento apenas a partir do próximo ano (de +0,6% e +1% em 2012). • a lenta retoma do consumo privado a partir de 2010 (+0,2%), acelerando em 2012 (+1,2%). O consumo público aumente no corrente ano (+0,9%), mas aquém do nível dos últimos três anos (taxas da ordem dos +5%), invertendo-se a tendência em 2011-2012, face à necessidade de redução dos gastos públicos. • que o investimento volte a diminuir em 2010-2011 (-6% e -1%, respectivamente), face ao declínio da actividade no sector da construção, retomando o crescimento a partir de 2012 (+2,5%). • uma taxa média de inflação próxima de 1% em 2010-2011, com tendência para subida em 2012, embora permanecendo inferior a 2%. • o agravamento da taxa de desemprego no corrente ano (perto de 20% da população activa, constituindo a mais elevada da Zona Euro) e inversão da tendência a partir de 2011. 12
  • 13. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) • a redução do défice da balança corrente espanhola, estimando-se que represente 4,4% do PIB em 2010 e 3,3% do PIB em 2012. As exportações e importações espanholas de bens e serviços deverão retomar o crescimento já em 2010 de +5,6% e +2,3%, respectivamente (no caso dos bens, prevê-se +12,5% e +5,2%, respectivamente). • a redução do défice do sector público: -9,9% do PIB em 2010 e -6,5% do PIB em 2012. O rácio dívida pública/PIB deverá agravar-se, da ordem dos 63,9% em 2010 para 73,1% em 2012. 1.3.3 A Estratégia para a Economia Sustentável Tal como anteriormente referido, o Governo apresentou no final de 2009, a Estratégia para o Crescimento da Economia Sustentável, através da qual pretende impulsionar a economia espanhola nos próximos 10 anos e criar emprego. A Estratégia foi definida como um plano global de reformas tendo por objectivo renovar o modelo de crescimento da economia espanhola, tornando-o sustentável em termos económicos, social e de meio ambiente. O ambicioso programa de reformas, inclui como peça central a Lei da Economia Sustentável (cujo anteprojecto foi apresentado em Dezembro 2009 ao Conselho de Ministros), a par de um conjunto de reformas de âmbito mais específico (nomeadamente relações laborais, pensões e segurança social), que o Governo pretende aprovar no período de 18 meses, de modo a entrarem em vigor antes do final da actual legislatura. A curto prazo a Estratégia pretende impulsionar a recuperação da economia espanhola. A médio prazo, espera-se que o desenvolvimento a realizar nos próximos dez anos permita ao país posicionar-se entre os mais desenvolvidos. As reformas previstas implicarão todas as áreas de actividade, nomeadamente as relevantes para a renovação do modelo produtivo, sendo enumeradas no quadro abaixo com a respectiva calendarização. Para o desenvolvimento da Estratégia foram previstos recursos públicos e privados no montante de 25.000 milhões de euros, através de 2 fundos específicos de apoio, disponíveis a partir de Janeiro 2010: • Fundo Estatal para o Emprego e Sustentabilidade Local (5.000 milhões de euros) Os recursos permitirão às autoridades locais apoiar projectos de investimento que fomentem a actividade económica, a inovação, a implantação de TIC, a sustentabilidade do meio ambiente e a educação. O fundo poderá financiar, igualmente, determinados gastos correntes relacionados com a educação e outros de carácter social. • Fundo para a Economia Sustentável (20.000 milhões de euros em 2010-2011) Os recursos serão disponibilizados pelo Instituto de Crédito Oficial (ICO) e co-financiados a 50% por entidades financeiras ao longo de 2010-2011. O fundo é destinado a financiar projectos de investimento por parte do sector privado relacionados com a eficiência energética, eco-inovação, tratamento e gestão integral de resíduos, saúde, biotecnologia, aeronáutica e sector aeroespacial. 13
  • 14. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Estratégia para a Economia Sustentável: Principais Reformas Reformas de Sustentabilidade Económica - Projecto reforma Lei do Registo Civil (Dez 2009) - Projecto-lei de Mediação e Arbitragem (1º Trim 2010) 1. Modernização da Justiça - Reforma da lei de Procedimento Laboral (2º Trim 2010) - Projecto de Reforma integral da Ley Concursal (3º Trim 2010) - Desenvolvimento Lei Omnibus (Jan 2010) - Coordenação de iniciativas económicas que adoptem as CA para apoio da 2. Reforma da Administração recuperação económica e competitividade (2010) - Aprovação do projecto-lei de desenvolvimento Estatuto Básico do Empregado Público (1º Trim 2011) - Revisão das linhas do Instituto de Crédito Oficial (ICO), para melhorar acesso ao financiamento e adequação às actividades que mais contribuam para o crescimento económico (Dez 2009) 3. Reforço do sistema financeiro - Actuação do FROB no processo de reestruturação e reforço do sistema financeiro (1º Sem 2010) - Alterações regulamentares das Cajas de Ahorros com objectivo de reforçar o seu funcionamento (3º Trim 2010) 4. Luta conta a fraude e economia - Plano de acção contra fraudes no cumprimento de obrigações tributárias, paralela laborais e S.Social, dotado de novos meios e instrumentos (1º Trim 2010) 5. Reforma dos organismos - Adaptação da legislação específica aos princípios da presente lei da reguladores Economia Sustentável (1º Trim 2010) 6. Lei de serviços profissionais (2º Trim 2010) - Lei da Ciência, Tecnologia e Inovação (Jan 2010) 7. Desenvolvimento da Inovação - Estratégia Pública de Inovação (2º Trim 2010) - Plano Integral de Política Industrial 2020 (1º Trim 2010) Dirigido para aumento do peso da actividade industrial na economia. Abrangerá sectores tradicionais e emergentes, com especial destaque para automóvel (carro eléctrico), biotecnologia e tecnologias da saúde, TIC, sectores relacionados com a protecção do meio ambiente (incluindo 8. Políticas sectoriais energias renováveis) e aeroespacial. - Avaliação do ritmo de ajustamento do sector da construção residencial e das medidas implementadas nesse sentido (1º Trim 2010) - Plano Integral de Sustentabilidade das Costas e Praias Espanholas, no âmbito da Estratégia de Turismo 2020 aprovada pelo Governo (4º Trim 2010) - Programa de desenvolvimento sustentável do meio rural 2010-2014 (2º Trim 9. Desenvolvimento do sector 2010) alimentar - Lei da qualidade agro-alimentar (4º Trim 2010) 10. Gestão do modelo aeroportuário (1º Trim 2010) Fonte: Ministério de Economia y Hacienda 14
  • 15. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Reformas de Sustentabilidade do Meio Ambiente - Alteração parcial da legislação sobre energia nuclear e aprovação do procedimento para construção de um Almacén Temporal Centralizado (ATC) (Dez 2010) - Plano de reabilitação energética dos edifícios da Adm. Geral do Estado (Dez 2009) 11. Reformas na área da energia - Lei da eficiência energética e das energias renováveis (2º Trim 2010) - Planificação energética indicativa (3º Trim 2010) - Apoios ao sector do carvão - articulação de Plano Nacional do Carvão 2012-2018 que contemplará a gradualidade das ajudas e apoios a reindustrialização e emprego nas zonas mineiras (3º Trim 2010) 12. Reformas do regime de comércio (1º Trim 2010) de direitos de emissão 13. Lei do armazenamento geológico (1º Trim 2010) de CO2 14. Plano Integral do Veículo (1º Trim 2010) Eléctrico 15. Programa de investimentos em - Prioridade aos acessos ferroviários a aeroportos e portos de interesse infra-estruturas para o transporte geral, a licitar durante 2010-2011 (1º Trim 2010) sustentável - Lei de protecção do meio marítimo (1º Trim 2010) - Plano estratégico estatal do património natural e biodiversidade (2º Trim 2010) - Gestão Integral da água – o Governo apresentará o Plano Nacional de Reutilização de Águas Regeneradas e de Modernização de Regadios 16. Protecção do Meio Ambiente 2010-2015 (2º Trim 2010) - Lei dos resíduos (4º Trim 2010) - Desenvolvimento da fiscalidade verde – o Governo impulsionará no âmbito da UE a adopção harmonizada de medidas fiscais que contribuam para cumprimento dos objectivos estabelecidos Fonte: Ministério de Economia y Hacienda 15
  • 16. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Reformas de Sustentabilidade Social - O Pacto para a Educação inclui estabilidade normativa; educação equitativa/de qualidade; formação ao longo vida para garantir 17. Melhoria da Educação e da empregabilidade; atribuição de meios/recursos necessários aos formação professores; modernização e internacionalização das universidades (1º Trim 2010) - Inclui: reforço de mecanismos que asseguram correspondência entre cotização e prestação; maior transparência nos processos de cotização; 18. Reforço do sistema de processo de integração de regimes; incentivos ao prolongamento da vida Segurança Social laboral; política de ajudas familiares; adaptação das prestações sociais por morte às novas formas familiares; relação mais flexível entre previsão social complementar e o sistema público de S.Social (1º Trim 2010) - Propostas de modificação da legislação laboral para favorecer a criação do emprego, adequar relações de trabalho à situação das empresas e protecção dos direitos dos trabalhadores. Inclui: reforma da negociação colectiva; fomento do emprego dos jovens; redução da jornada de 19. Reformas laborais e renovação trabalho; melhoria da intermediação laboral; revisão das bonificações à do modelo produtivo contratação; controlo dos processos de incapacidade temporal; avaliação do funcionamento do programa temporal de protecção por desemprego e inserção; incremento da estabilidade do emprego; medidas de incentivo à inserção da mulher no mercado de trabalho (1º Trim 2010) - Reformas legislativas e execução de acções no âmbito sanitário e de saúde pública (1º Trim 2010) 20. Reformas para fortalecer o - Plano de promoção da inclusão social (2º Trim 2010) estado de bem-estar - Avaliação do funcionamento do sistema de apoio a situações de dependência (4º Trim 2010) Fonte: Ministério de Economia y Hacienda 16
  • 17. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) O quadro seguinte apresenta a quantificação dos objectivos que a Estratégia prevê alcançar em 2020: Estratégia para a Economia Sustentável: Objectivos para 2020 Espanha UE Objectivo Objectivo Indicador (2008) (2008) (2020) Sustentabilidade Económica Cumprir o Pacto de Défice das CA e AGE Estabilidade e alcançar um Estabilidade orçamental equilíbrio orçamental estrutural Entre os países com menor % Dívida sobre PIB 40% 62% dívida da Zona Euro Redução de 50% face ao Dinamismo empresarial Simplificação administrativa nível actual % Gastos em I&D em termos de PIB 1,35% 1,85% 3% Média das 4 maiores Capacidade inovadora % Utilizadores de Internet 49% 56% economias europeias. Actualmente 60%. Internacionalização Empresas exportadoras regulares 39 mil (2007) 55 mil Sustentabilidade do Meio Ambiente Emissões de GEI 15% de redução face ao Baixas emissões (Milhões Ton) nível de 2005 Intensidade energética 184 169 Redução de 20% face ao Modelo energético (kep/’000€) (2007) (2007) cenário tendencial sustentável % Energia renovável em relação à 10% 9% (2005) 20% Energia Final 19% 17% % Passageiros em transporte público 24% (2007) (2007) Mobilidade sustentável % Mercadorias transportadas pela rede 4% 18% 10% ferroviária (2007) (2007) 11% 29% % de Construção em arrendamento 20% Modelo de construção (2007) (2007) sustentável % Investimento em reabilitação sobre 24% 37% 35% investimento em construção Sustentabilidade Social Aumento e melhor Taxa de emprego 64% 66% 70% emprego Taxa de temporalidade 29% 14% 15% Taxa de emprego feminino 55% 59% 65% Igualdade Diferenciação salarial por sexo 18% 18% 0% % alunos com baixas capacidades em leitura, matemáticas e ciências segundo 23% 23% 15% PISA Educação como garantia de Taxa de abandono escolar prematuro 32% 15% 10% igualdade de oportunidades Titulares de diploma superior em ciência 11 13 e tecnologia por cada 1.000 pessoas Média UE (2007) (2007) dos 20-29 Fonte: Ministério de Economia y Hacienda 17
  • 18. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) 1.3.4 As Comunidades Autónomas O quadro seguinte permite uma breve caracterização das diferentes Comunidades Autónomas espanholas em termos macroeconómicos. Principais Indicadores Económicos das Comunidades Autónomas Espanholas (2009) 2009 2009 2009 2009 2007 2009 2009 PIB p.m. PIB p/c Taxa PIB em Taxa População IPC pç.corr. pç.corr. Cresc. PIB PPC Desempr. Milhões Milhões Euros % UE 27=100 % % Pessoas Euros Andalucía 8,3 142.874 17.485 -3,6% 82,0 26,3 0,6 Aragón 1,3 32.473 24.639 -4,4% 116,0 13,3 0,8 Asturias 1,1 22.736 21.523 -3,7% 97,0 14,2 0,7 Baleares 1,1 26.327 24.510 -3,8% 114,0 19,5 0,8 Canarias 2,1 41.411 19.867 -4,2% 93,0 26,9 -0,4 Cantabria 0,6 13.480 23.343 -3,5% 106,0 12,6 1,0 Castilla y León 2,6 55.982 22.314 -3,4% 102,0 14,2 0,7 Castilla-La Mancha 2,1 35.040 17.208 -3,3% 83,0 19,2 0,5 Cataluña 7,5 195.403 26.831 -4,1% 124,0 17,0 1,2 Com.Valenciana 5,1 101.608 20.259 -4,3% 96,0 22,6 0,8 Extremadura 1,1 17.609 16.301 -2,0% 73,0 21,3 0,5 Galicia 2,8 54.686 19.995 -3,0% 89,0 12,9 0,9 La Rioja 0,3 7.825 24.754 -3,6% 113,0 13,7 0,5 Madrid 6,4 189.060 30.029 -3,2% 137,0 14,7 0,9 Murcia 1,4 27.018 18.619 -3,4% 87,0 22,5 0,6 Navarra 0,6 18.246 29.598 -2,5% 133,0 10,5 0,5 País Vasco 2,2 65.493 30.703 -3,5% 137,0 11,8 1,0 España 46,7 1.051.151 22.886 -3,7% 106,0 18,8 0,8 Fontes: INE Espanha População A população de Espanha atingiu, em 1 de Janeiro de 2009, mais de 46 milhões de habitantes A Comunidade mais povoada é a Andaluzia, com mais de 8 milhões de habitantes (17,8% do total da população espanhola), seguida pela Catalunha, com 7,5 milhões de habitantes (16%) e Madrid, com 6 milhões (13,7%). 18
  • 19. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Distribuição do PIB (%) (2009) 20% 18,6% 18,0% 15% 13,6% 9,7% 10% 6,2% 5,3% 5,2% 5% 3,9% 3,3% 3,1% 2,6% 2,5% 2,2% 1,7% 1,7% 1,3% 0,7% 0% a a s ja ña a a La a n a As s r id ia co ón B a ia s rr ia e cí an gó ur ri ch ria io ic c va ab lu ar a s Va s ad Le ar lu ur ad R al ci an ra tu ta le o m da Na an nt M M G en m A y Ca M Ca s n C re la al aí A a t il .V xt -L P E illa C st C Ca Fonte: www.ine.es Em 2009, a Catalunha foi, em termos absolutos, a Comunidade que mais contribuiu para o PIB nacional, com cerca de 18,6 do total, seguida da Comunidade de Madrid, com uma participação de 18%. PIB per capita Em termos de PIB per capita, e tendo Espanha um PIB per capita de 22.886 euros, as Comunidades que atingiram valores mais elevados foram o País Basco com 30.703 euros, Madrid com 30.029 euros, Navarra com 29.598 euros e a Catalunha com 26.831 euros. PIB per capita (2009) 35.000 30.703 30.029 29.598 30.000 26.831 24.754 24.639 24.510 25.000 23.343 22.886 22.314 21.523 20.259 19.995 19.867 20.000 18.619 17.485 17.208 16.301 15.000 10.000 5.000 0 a rid ón ra cia o a ia a s a s a ña ón a a es cí ria sc ici ur oj uñ ria ch an br ar ad ag ur ar pa lu Le ad Ri al Va tu ta a an av al ci da M M le Ar G an Es As an en at m La y N M Ba ís An la C C tre C al Pa a t il .V -L Ex as la om C t il C as C Fonte: www.ine.es Unidade: Euros 19
  • 20. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Em termos relativos, são oito as Comunidades Autónomas que possuem um PIB per capita acima da média nacional de Espanha (Espanha=100), a saber, e por esta ordem: País Basco (+34%), Madrid (+31%), Navarra (+29%), Catalunha (+17%), La Rioja (+8%), Aragão (+8%), Baleares (+7%) e Cantábria (+2%). Por outro lado, a Andaluzia, Castilla-La Mancha e a Extremadura registam valores abaixo da média nacional (24%, 25% e 29%, respectivamente). PIB per capita (2009) 160% 140% 134% 131% 129% 117% 120% 108% 108% 107% 102% 100% 98% 100% 94% 89% 87% 87% 81% 76% 75% 80% 71% 60% 40% 20% 0% Ca ra ja s ña ón a r id ria ia es ña a a s o a ón a ria cí ur ci ria r an sc io E x nc h ic va ab ag ar lu ad pa Le lu ur ad R al na Va tu ci ta le Na da Ar nt Es M M G a en La As m Ba Ca y M Ca ís An tre illa al Pa a .V -L st m Ca illa Co st Ca Fonte: www.ine.es 1.4 Comércio Internacional 1.4.1 Evolução da Balança Comercial A Espanha detém uma posição significativa no comércio mundial. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC) o país ocupou a 16ª posição no ranking mundial dos exportadores em 2009 (com uma quota de 1,7% do total) e a 13ª posição no ranking dos importadores (com 2,3%). O país apresenta uma balança comercial tradicionalmente deficitária que se agravou até 2007, tendo o défice decrescido a partir de 2008 (-5,9% face ao ano anterior). Em 2009, as exportações espanholas registaram o valor de 158,3 mil milhões de euros, enquanto as importações rondaram os 208,4 mil milhões de euros, representando decréscimos de 15,9% e de 26,2% respectivamente, face ao ano anterior. Essa evolução permitiu que a balança comercial espanhola 20
  • 21. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) reduzisse o défice comercial de 47,7%, situando-se em cerca de 50,2 mil milhões de euros, o valor mais baixo dos últimos cinco anos. A taxa de cobertura situou-se em 75,9% (superior em 9 pontos percentuais à de 2008). Evolução da Balança Comercial 6 (10 EUR ) 2005 2006 2007 2008 2009* Exportação 155.004,7 170.438,6 185.023,2 189.227,9 158.254,3 Importação 232.954,5 262.687,2 285.038,3 283.387,8 208.436,8 Saldo -77.949,8 -92.248,6 -100.015,1 -94.159,9 -50.182,5 Coeficiente de cobertura (%) 66,5 64,9 64,9 66,8 75,9 Posição no “ranking” mundial Como exportador 17ª 18ª 17ª 17ª 16ª Como importador 12ª 12ª 11ª 12ª 13ª Fontes: Secretaria de Estado do Comércio de Espanha Nota: (*) 2009 – dados provisórios 1.4.2 Principais Clientes e Fornecedores O principal parceiro comercial de Espanha, por grandes áreas geográficas, permaneceu a UE destino de cerca de 68,9% do total das exportações espanholas em 2009 (-15,9% comparativamente ao valor de 2008), representando os restantes países europeus 6,3% do total (-19,6%), o que demonstra a grande concentração das exportações no espaço europeu. Seguiu-se a Ásia com 7,1% (e que decresceu 7,9% face a 2008), a África com 5,9% (-7,8%), a América Latina com 4,8% (-16,8%) e a América do Norte com 4,1% (-23,4%). Em termos de países, os principais clientes de Espanha foram a França e a Alemanha que reforçaram ligeiramente as quotas de mercado comparativamente a 2008 (embora em valor absoluto as exportações para ambos os países tenham decrescido 11,7% no último ano). Portugal continuou a ocupar a posição de 3º cliente de Espanha, representando 9,1% do total das exportações espanholas (-12,6% em valor absoluto). Os EUA constituíram o primeiro cliente fora da UE, com uma quota de 3,7% (-24,6% face a 2008). É de referir que em 2009 a queda das vendas de produtos espanhóis ao exterior foi generalizada, abrangendo praticamente todos os mercados da UE (à excepção da Bulgária e Malta, países com pouca representatividade na estrutura das exportações espanholas), bem como os restantes clientes mais significativos (com excepção da Suiça e Índia). 21
  • 22. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Principais Clientes 2007 2008 2009 Mercado Quota Posição Quota Posição Quota Posição França 18,8 1ª 18,3 1ª 19,1 1ª Alemanha 10,8 2ª 10,5 2ª 11,1 2ª Portugal 8,7 3ª 9,1 3ª 9,1 3ª Itália 8,9 4ª 8,1 4ª 8,2 4ª Reino Unido 7,7 5ª 7,1 5ª 6,3 5ª EUA 4,0 6ª 3,9 6ª 3,7 6ª Holanda 3,3 7ª 3,2 7ª 3,0 7ª Fonte: World Trade Atlas (WTA) / EuroStat Dados 2009 - Ministério de Industria, Turismo e Comércio Principais Fornecedores 2007 2008 2009 Mercado Quota Posição Quota Posição Quota Posição Alemanha 16,1 1ª 14,7 1ª 14,4 1ª França 12,9 2ª 12,0 2ª 12,0 2ª Itália 8,7 3ª 8,0 3ª 7,1 3ª China 5,6 4ª 6,0 4ª 6,9 4ª Reino Unido 5,1 5ª 4,7 5ª 4,7 5ª Holanda 4,8 6ª 4,6 6ª 4,3 6ª Portugal 3,3 8ª 3,4 7ª 3,5 8ª Fonte: World Trade Atlas (WTA) / EuroStat Dados 2009 - Ministério de Industria, Turismo e Comércio No que diz respeito às importações espanholas, a concentração no espaço europeu manteve-se, embora em menor escala, com a UE a representar 58,3% do total em 2009 (-21,6% comparativamente a 2008) e os restantes países europeus 6,2% (-33,2%). A Ásia surgiu em segundo lugar como fornecedor com 17,5% do total das compras ao exterior (-30% face a 2008), seguindo-se África com 8% (-36,7%). A América Latina e a América do Norte representaram ambas 4,5% do total das importações espanholas evidenciando igualmente decréscimos acentuados no último ano (-33,6% e -26% respectivamente). No ranking dos principais fornecedores destacam-se a Alemanha, a França e a Itália, que concentraram juntos 33,5% das importações espanholas em 2009 (contra 37,7% em 2007). A China manteve a posição de 4º fornecedor de Espanha reforçando a sua quota de mercado para 6,9% em 2009 (após 5,6% em 2007). É de salientar que a posição da China no mercado é superior à detida pelos EUA e Japão juntos (quota de 5,6% em 2009). 22
  • 23. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Portugal foi o 8º fornecedor de Espanha em 2009 (ou 6º fornecedor entre os países da UE), com uma quota de mercado de 3,5% (as compras espanholas ao nosso país decresceram 21,3% no último ano). Também no que respeita às importações espanholas é de destacar que a queda foi generalizada, abrangendo a maioria dos fornecedores mais representativos: Alemanha (-25,1% face a 2008), França (-17,4%), Itália (-30,5%), China (-28%), Reino Unido (-23,8%) e EUA (-23,8%). Ao nível da UE, os únicos fornecedores que viram aumentar as suas importações foram a Bulgária, a Roménia, Malta e a Estónia. 1.4.3 Principais Produtos Transaccionados Principais Produtos Transaccionados – 2009 Exportações / Sector % Importações / Sector % Bens de equipamento 20,5 Bens de equipamento 20,7 Automóvel 17,3 Produtos energéticos 16,2 Alimentares 15,7 Produtos químicos 15,4 Produtos químicos 14,6 Automóvel 12,4 Produtos semi manufacturados não químicos 11,2 Alimentares 11,1 Bens de consumo manufacturados 9,2 Bens de consumo manufacturados 10,8 Produtos energéticos 4,5 Produtos semi manufacturados não químicos 6,9 Bens de consumo duradouros 2,1 Bens de consumo duradouro 3,2 Matérias-primas 2,0 Matérias-primas 2,8 Outros 2,9 Outros 0,5 Fontes: Secretaria de Estado do Comércio de Espanha Relativamente à estrutura das transacções, Espanha possui défices comerciais significativos nos sectores energético e de bens de equipamento, os quais registaram uma contracção em 2009, de 40% e 31% respectivamente. Os principais sectores exportados por Espanha foram os bens de equipamento (representaram 20,5% do total em 2009, tendo decrescido -16,2% face a 2008), seguindo-se o sector automóvel (17,3% do total e que registou igualmente uma quebra de -15,1%. De referir que o subsector de componentes auto foi mais atingido (-25,4%) que o dos veículos (-9,8%). Relativamente aos produtos alimentares (15,7% do total das exportações) e aos bens manufacturados de consumo (9,2%), a diminuição verificada nas vendas foi menos acentuada, de -7,1% e de -6,5% respectivamente. Quanto às vendas de produtos químicos (14,6% do total) e de produtos semi manufacturados não químicos (11,2%) as reduções registadas foram de -8,7% e de -27,7% respectivamente. 23
  • 24. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) São, no entanto, de realçar os principais produtos exportados por Espanha que tiveram um comportamento positivo em 2009: medicamentos (+10,3% face a 2008), equipamentos de escritório e telecomunicações (+9,1%), alguns tipos de material de transporte (ferroviário +21,1%; navios +91,7% e aeronaves +6,1%), bem como as confecções (+4,6%). Quanto à estrutura das importações espanholas é de mencionar que os produtos energéticos (16,2% do total), diminuiram 40,2% face ao ano anterior (petróleo e derivados -42,4% e gás -31,7%), enquanto os produtos não energéticos (83,4% do total) decresceram 22,6%. Analizando por grupos de sectores, assistiu-se a um decréscimo generalizado das compras ao exterior no último ano: os bens de equipamento -31,2% (à excepção dos motores que aumentaram 3,4% face a 2008), os produtos químicos -8,6%, o sector automóvel -21,6% (-24% ao nível das importações de componentes e -19,1% ao nível dos veículos), os produtos alimentares -11,3%, os bens de consumo manufacturados -13,6% (e -15% nos bens de consumo duradouro), os produtos semi manufacturados não químicos -38,9% e as matérias-primas - 40,4%. Por último, as previsões do EIU para 2010 apontam para um crescimento das exportações e importações de bens da ordem dos 13% e 5%, respectivamente, invertendo-se a tendência verificada em 2009. 24
  • 25. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) 1.4.4 Comércio internacional das Comunidades Autónomas Comércio externo espanhol por Comunidades Autónomas (2009) 2009 Crescimento % Total Export. Import. Saldo Export. Import. Export. Import. Andalucía 14.334 18.009 -3.675 -14,8 -34,2 9,1% 8,6% Aragón 6.898 6.081 817 -18,7 -24,5 4,4% 2,9% Asturias 2.530 2.766 -236 -20,4 -41,9 1,6% 1,3% Balears 1.187 1.318 -131 -19,6 -28,8 0,7% 0,6% Canarias 1.521 3.670 -2.148 -31,3 -33,4 1,0% 1,8% Cantabria 1.829 1.506 323 -23,9 -42,9 1,2% 0,7% Castilla y León 9.341 7.822 1.518 -2,9 -13,2 5,9% 3,8% Castilla-La Mancha 2.899 4.622 -1.724 -10,6 -30,7 1,8% 2,2% Cataluña 41.157 58.595 -17.438 -18,5 -24,0 26,0% 28,1% Ceuta 0 234 -234 -94,4 -21,0 0,0% 0,1% Com. Valenciana 16.475 16.200 275 -14,6 -30,7 10,4% 7,8% Extremadura 1.162 911 251 -7,1 -32,9 0,7% 0,4% Galicia 13.759 12.928 831 -12,6 -16,6 8,7% 6,2% Madrid 19.244 49.210 -29.966 -11,9 -20,3 12,2% 23,6% Melilla 7 140 -134 -31,8 -9,6 0,0% 0,1% Murcia 4.323 6.349 -2.025 -5,8 -38,3 2,7% 3,0% Navarra 5.450 3.562 1.888 -14,6 -27,4 3,4% 1,7% País Vasco 14.603 12.278 2.325 -28,0 -39,0 9,2% 5,9% Rioja 1.150 778 372 -8,4 -15,8 0,7% 0,4% Sin determinar 385 1.456 -1.071 -36,6 -14,5 0,2% 0,7% España 158.254 208.437 -50.183 -16,4% -26,4% 100,0% 100,0% Fonte: Secretaria de Estado de Comercio e Turismo Unidade: Milhões de euros Exportações • Em valores absolutos a Catalunha representou 26% do total das exportações espanholas em 2009, mais do dobro do que exportou a Comunidade de Madrid (com 12,2%). • Nos lugares seguintes surgem: a Comunidade Valenciana (10,4%), o País Basco (9,2%) e a Andaluzia (9,1). • Estas cinco Comunidades representaram cerca de 67% das vendas totais de Espanha para os mercados externos. 25
  • 26. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) • No ano 2009, as vendas para os mercados externos de todas as Comunidades Autónomas registaram taxas de crescimento negativas. Assim, as vendas da Catalunha registaram uma quebra de -18,2% face ao ano anterior, Madrid -11,9%, Galiza -12,6%, Andaluzia -14,8%, Comunidade Valenciana -14,6% e o País Basco -28%. • As exportações da Catalunha mantiveram a liderança a nível nacional atingindo mais de 41,2 mil milhões de euros em 2009. As exportações catalãs são muito diversificadas, os principais sectores exportadores são o automóvel, o químico, e a maquinaria e material eléctrico. • A segunda Comunidade no ranking foi a Comunidade de Madrid que representou 12,2% das exportações totais a nível nacional, atingindo 19,2 mil milhões de euros. No que se refere aos principais sectores, destacam-se o químico, o automóvel e a electrónica e informática. Classificando as Comunidades Autónomas em função da concentração sectorial das exportações, podemos distinguir os seguintes grupos: • Comunidades Autónomas de Múrcia, da Extremadura, La Rioja e da Andaluzia: caracterizadas por uma elevada concentração nas exportações de produtos do sector primário, superior a 30% do total (ex. as exportações de produtos alimentares representam, em Múrcia, mais de 50% das vendas ao exterior). • Um segundo grupo constituído pelas Comunidades em que se localizam as fábricas de multinacionais do sector automóvel, cujas vendas ao exterior representam mais de 50% das exportações (ex. entre as principais, Castela e Leão, Navarra e Aragão, e em menor medida a Galiza). • As Comunidades do País Basco, da Cantábria, de Madrid, e das Baleares, onde se concentra uma elevada exportação de bens de equipamento. De ressaltar que nas Baleares está incluída a reexportação de barcos e aviões. • Por último, encontramos as Comunidades que oferecem uma gama de exportações muito diversificadas, fundamentalmente a Catalunha e a Comunidade Valenciana. Importações • No que se refere à importação, é de destacar que as Comunidades de Madrid e da Catalunha concentraram mais de metade das compras espanholas ao exterior, alcançando a Catalunha 28,1% do total e Madrid 23,6%. • Nas posições seguintes surgem: Andaluzia (8,6%), Comunidade Valenciana (7,8%) e Galiza (6,2%). 26
  • 27. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) • Estas 5 Comunidades representaram cerca de 74% do total das compras espanholas ao exterior em 2009. • Em 2009, todas as Comunidades Autónomas reduziram as suas compras ao exterior. Na Catalunha verificou-se uma redução de -24% e na Comunidade de Madrid de -20,3%, valores inferiores à média espanhola, que atingiu -26,4%. • A Catalunha importa fundamentalmente produtos químicos, combustíveis e produtos do sector automóvel. Relativamente às importações madrilenas destacam-se principalmente os produtos químicos, os produtos electrónicos e o sector automóvel. 1.5 Investimento Estrangeiro De acordo com os dados publicados pela UNCTAD – World Investment Report 2010, o investimento directo estrangeiro (IDE) em Espanha em 2009 cifrou-se em 15.030 milhões de USD (o que representou apenas cerca de 20% do valor registado em 2008), descendo para a 20ª posição no ranking mundial dos países receptores de IDE (e 9ª posição entre os países da UE) com 1,3% do total. De salientar que em 2008, o IDE em Espanha havia atingido 73.293 milhões de USD, situando Espanha como a 6ª economia mundial (e a 3ª da UE) que mais investimento captou nesse ano (4,1% do total). Investimento Directo 6 (10 USD) 2005 2006 2007 2008 2009 Investimento estrangeiro em Espanha 25.020 30.802 64.264 73.293 15.030 Investimento de Espanha no estrangeiro 41.829 104.248 137.052 74.856 16.335 Posição no “ranking” mundial Como receptor 10ª 10ª 9ª 6ª 20ª Como emissor 7ª 4ª 5ª 7ª 17ª Fonte: UNCTAD - World Investment Report 2010 Segundo os dados da Dirección General de Comercio e Inversiones, em 2008 o investimento estrangeiro 3 em Espanha, em termos brutos , atingiu cerca de 38.659 milhões de Euros e 34.886 milhões de Euros em termos líquidos, registando o maior valor histórico no fluxo de investimento estrangeiro desde o ano início desta série (exceptuando o ano 2000). Devemos referir que o volume atingido em 2008 ficou a dever-se ao impulso do último trimestre de 2007, e às grandes operações iniciadas em 2007, e que continuaram nos dois primeiros trimestres do ano seguinte. Em 2008 destacaram-se duas grandes operações de investimento estrangeiro em Espanha: a aquisição da Altadis pela Imperial Tobacco (Reino Unido) e a venda dos activos europeus da Endesa, empresa do sector eléctrico à Eon (Alemanha). 3 Secretaria Estado Comercio, Ministério de Industria, Turismo y Comercio (critérios “Pais Inmediato”, “Operações ETVE y no ETVE”). 27
  • 28. aicep Portugal Global Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010) Em 2009, de acordo com a mesma fonte, o investimento estrangeiro em Espanha em termos brutos atingiu 14.694 milhões de Euros, o que representou um decréscimo de 62% face ao ano anterior, e 12.028 milhões de euros em termos líquidos (-65,5%). No último ano destacam-se duas grandes operações de investimento estrangeiro em Espanha: a International Petroleum Investment Company (IPIC), fundo soberano com sede em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), adquiriu uma participação na petrolífera Cepsa e a France Telecom (França) aumentou a sua participação na filial espanhola da Orange. Os principais investidores em Espanha, em 2009, foram os Emirados Árabes Unidos, que foram responsáveis por 22,6% do investimento total. Seguiram-se os Países Baixos (22,0%) e o Luxemburgo (9,1%) - sendo que ambos constituem plataformas de trânsito dos investimentos com origem em outros países - a França (8,3%), os EUA (4,5%), a Irlanda (4,2%), a Alemanha (3,4%) e o RU (3,4%). Em termos de áreas geográficas é de salientar a importante caída que registaram os investimentos provenientes de países da OCDE (-73,1% face a 2008) e da UE27 (-74,7%), em favor da América Latina (+141,8%) e dos países da Ásia e Oceânia. Por comunidades autónomas, os principais destinos do investimento estrangeiro foram: Madrid, a Catalunha e Valência, que concentraram, respectivamente, 65,5%, 12% e 3,7% do total dos fluxos, correspondendo ao status de “cidades de negócios“. É importante destacar que Madrid é a sede social das principais empresas espanholas; seguem-lhes, por ordem de importância, Aragão, as Ilhas Baleares e a Andaluzia. Existe, no entanto, cerca de 5,3% do IDE total que não pode ser atribuído a nenhuma região em concreto. Os sectores económicos receptores destes fluxos de investimento foram a refinação de petróleo (22,6%), as telecomunicações (9%), os serviços financeiros exceptuando seguros (6,6%), o comércio grossista e intermediários do comércio (6,4%) e as actividades imobiliárias (4,6%). De destacar que o investimento bruto em “ETVEs” (Entidades de Tenencia de Valores Estrangeiros), ou Holdings, considerado investimento não produtivo, apenas fluxo financeiro, atingiu cerca de 3 mil milhões de Euros, ou seja 20,3% do total. Segundo a Ernst&Young, em 2009, Espanha manteve-se como o 4º país mais atractivo no que se refere a projectos greenfield implementados por investidores estrangeiros, com 173 projectos desse tipo (5% do total). Em 2008 haviam sido registados 489 projectos desse tipo. Segundo a análise realizada pela FDI Markets, em 2008, os sectores de destino com maior peso em Espanha foram as TIC Software (com 11% dos projectos greenfield), as Energias Renováveis (10%), o sector Têxtil (10%) e os Bens de Consumo (8%). Em termos de países de origem destacaram-se: França (20% do nº de projectos desenvolvidos), EUA (16,5%), Alemanha (13%), RU (10%), Holanda (5%), sendo igualmente de referir a China (+Hong Kong, com 3,5% do total). 28