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Apresentação elaborada pelo Prof. Ewerton Rezer
Gindri. http://lattes.cnpq.br/8103979449307433
O conto literário
Sobre o conto, adverte-nos Machado de
Assis
“É gênero difícil, a despeito da sua
aparente facilidade, e creio que essa
mesma aparência lhe faz mal, afastando-
se dele os escritores, e não lhe dando,
penso eu, o público toda a atenção de
que ele é muitas vezes credor.”
(Machado de Assis, Instinto de Nacionalidade, 1873)
 O que é conto?
 Houve alterações na forma conto, ao longo da
história?
 Há uma teoria específica para o conto, ou ele se
insere na teoria da narrativa?
 O se pode chamar de “conto contemporâneo”?
Mario de Andrade dirá que...
“Conto é tudo o que o autor chamar de conto.”
Será????
A história do conto, nas suas linhas
mais gerais, pode se esboçar a partir
deste critério de invenção, que foi se
desenvolvendo. Antes, a criação do conto
e sua transmissão oral. Depois, seu
registro escrito. E posteriormente, a
criação por escrito de contos, quando o
narrador assumiu esta função: de
contador-criador-escritor de contos,
afirmando, então, o seu caráter literário.
(Gotlib, 2006, p. 13)
“...esta voz que fala ou escreve só
se afirma enquanto contista quando
existe um resultado de ordem estética, ou
seja: quando consegue construir um
conto que ressalte os seus próprios
valores enquanto conto, nesta que já é, a
esta altura, a arte do conto, do conto
literário. Por isso, nem todo contador de
estórias é um contista.” (Gotlib, 2006, p.
13)
Em face da história, rio sem fim que
vai arrastando tudo e todos no seu
curso, o contista é um pescador de
momentos singulares cheios de
significação. (Bosi, 1975, p. 09)
“Propp reconhece duas fases na
evolução do conto. Uma primeira, sua
pré-história, em que o conto e o relato
sagrado — conto/mito/rito — se
confundiam. Entende mito no sentido de
“relato sobre a divindade ou seres divinos
em cuja realidade o povo crê” (p. 30).”
(Gotlib, 2006, p. 23)
Uma segunda fase de que fala
Propp é a da história mesma do conto,
quando ele se libera da religião e passa a
ter vida própria. O relato sagrado torna-se
profano. (Gotlib, 2006, p. 24)
O que caracteriza o conto é o seu
movimento enquanto uma narrativa através
dos tempos. O que houve na sua “história”
foi uma mudança de técnica, não uma
mudança de estrutura: o conto permanece,
pois, com a mesma estrutura do conto
antigo; o que muda é a sua técnica. Esta é a
proposta, discutível, de A. L. Bader (1945), que
se baseia na evolução do modo tradicional
para o modo moderno de narrar. Segundo o
modo tradicional, a ação e o conflito passam
pelo desenvolvimento até o desfecho, com
crise e resolução final. Segundo o modo
Antes, havia um modo de narrar que
considerava o mundo como um todo e
conseguia representá-lo. Depois, Perde-
se este ponto de vista fixo; e passasse a
duvidar do Poder de representação da
palavra: cada um representa
parcialmente uma parte do mundo que,
às vezes, é uma minúscula parte de uma
realidade só dele.
A teoria de Poe sobre o conto recai
no princípio de uma relação: entre a
extensão do conto e a reação que ele
consegue provocar no leitor ou o efeito
que a leitura lhe causa.
Segundo a Teoria de Poe, a
Composição literária causa, pois, um
efeito, um estado de “excitação” ou de
“exaltação da alma”. E como “todas as
excitações intensas”, elas “são
necessariamente transitórias”. Logo, é
preciso dosar a obra, de forma a permitir
sustentar esta excitação durante um
determinado tempo. Se o texto for longo
demais ou breve demais, esta excitação
ou efeito ficará diluído. Torna-se
imprescindível, então, a leitura de uma só
Dessa forma, o pensamento de Poe,
e o de Cortazar, apontam para “uma
característica básica na construção do
conto: a economia dos meios
narrativos. Trata-se de conseguir, com o
mínimo de meios, o máximo de efeitos.
Em consequência desta brevidade,
Tchekhov também considera necessário
ao conto causar o efeito ou o que chama
de impressão total no leitor, que “deve
sempre ser mantido em suspense”.
“...o bom contista é aquele cuja escolha
possibilita essa fabulosa abertura do
pequeno para o grande, do individual e
circunscrito para a essência mesma da
condição humana” (Julio Cortázar, em
“Alguns aspectos do conto”, p. 155).
É justamente por esta capacidade
de corte no fluxo da vida que o conto
ganha eficácia, segundo alguns teóricos,
na medida em que, breve, flagra o
momento presente, captando-o na sua
momentaneidade, sem antes nem depois.
“Nesse combate que se trava entre um
texto apaixonante e o leitor, o romance
ganha sempre por pontos, enquanto
que o conto deve ganhar por knock-
out” (Cortázar, p. 152).
“Um conto é significativo quando
quebra seus próprios limites com essa
explosão de energia espiritual que
ilumina bruscamente algo que vai
muito além da pequena e às vezes
miserável história que conta” (p. 153).
Proteiforme, o conto não só consegue
abraçar a temática toda do romance,
como põe em jogo os princípios de
composição que regem a escrita
moderna em busca do texto sintético e
do convívio de tons, gêneros e
significados. (Bosi, 1975, p. 07)

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O conto literário

  • 1. Apresentação elaborada pelo Prof. Ewerton Rezer Gindri. http://lattes.cnpq.br/8103979449307433 O conto literário
  • 2. Sobre o conto, adverte-nos Machado de Assis “É gênero difícil, a despeito da sua aparente facilidade, e creio que essa mesma aparência lhe faz mal, afastando- se dele os escritores, e não lhe dando, penso eu, o público toda a atenção de que ele é muitas vezes credor.” (Machado de Assis, Instinto de Nacionalidade, 1873)
  • 3.  O que é conto?  Houve alterações na forma conto, ao longo da história?  Há uma teoria específica para o conto, ou ele se insere na teoria da narrativa?  O se pode chamar de “conto contemporâneo”? Mario de Andrade dirá que... “Conto é tudo o que o autor chamar de conto.” Será????
  • 4. A história do conto, nas suas linhas mais gerais, pode se esboçar a partir deste critério de invenção, que foi se desenvolvendo. Antes, a criação do conto e sua transmissão oral. Depois, seu registro escrito. E posteriormente, a criação por escrito de contos, quando o narrador assumiu esta função: de contador-criador-escritor de contos, afirmando, então, o seu caráter literário. (Gotlib, 2006, p. 13)
  • 5. “...esta voz que fala ou escreve só se afirma enquanto contista quando existe um resultado de ordem estética, ou seja: quando consegue construir um conto que ressalte os seus próprios valores enquanto conto, nesta que já é, a esta altura, a arte do conto, do conto literário. Por isso, nem todo contador de estórias é um contista.” (Gotlib, 2006, p. 13)
  • 6. Em face da história, rio sem fim que vai arrastando tudo e todos no seu curso, o contista é um pescador de momentos singulares cheios de significação. (Bosi, 1975, p. 09)
  • 7. “Propp reconhece duas fases na evolução do conto. Uma primeira, sua pré-história, em que o conto e o relato sagrado — conto/mito/rito — se confundiam. Entende mito no sentido de “relato sobre a divindade ou seres divinos em cuja realidade o povo crê” (p. 30).” (Gotlib, 2006, p. 23)
  • 8. Uma segunda fase de que fala Propp é a da história mesma do conto, quando ele se libera da religião e passa a ter vida própria. O relato sagrado torna-se profano. (Gotlib, 2006, p. 24)
  • 9. O que caracteriza o conto é o seu movimento enquanto uma narrativa através dos tempos. O que houve na sua “história” foi uma mudança de técnica, não uma mudança de estrutura: o conto permanece, pois, com a mesma estrutura do conto antigo; o que muda é a sua técnica. Esta é a proposta, discutível, de A. L. Bader (1945), que se baseia na evolução do modo tradicional para o modo moderno de narrar. Segundo o modo tradicional, a ação e o conflito passam pelo desenvolvimento até o desfecho, com crise e resolução final. Segundo o modo
  • 10. Antes, havia um modo de narrar que considerava o mundo como um todo e conseguia representá-lo. Depois, Perde- se este ponto de vista fixo; e passasse a duvidar do Poder de representação da palavra: cada um representa parcialmente uma parte do mundo que, às vezes, é uma minúscula parte de uma realidade só dele.
  • 11. A teoria de Poe sobre o conto recai no princípio de uma relação: entre a extensão do conto e a reação que ele consegue provocar no leitor ou o efeito que a leitura lhe causa.
  • 12. Segundo a Teoria de Poe, a Composição literária causa, pois, um efeito, um estado de “excitação” ou de “exaltação da alma”. E como “todas as excitações intensas”, elas “são necessariamente transitórias”. Logo, é preciso dosar a obra, de forma a permitir sustentar esta excitação durante um determinado tempo. Se o texto for longo demais ou breve demais, esta excitação ou efeito ficará diluído. Torna-se imprescindível, então, a leitura de uma só
  • 13. Dessa forma, o pensamento de Poe, e o de Cortazar, apontam para “uma característica básica na construção do conto: a economia dos meios narrativos. Trata-se de conseguir, com o mínimo de meios, o máximo de efeitos.
  • 14. Em consequência desta brevidade, Tchekhov também considera necessário ao conto causar o efeito ou o que chama de impressão total no leitor, que “deve sempre ser mantido em suspense”.
  • 15. “...o bom contista é aquele cuja escolha possibilita essa fabulosa abertura do pequeno para o grande, do individual e circunscrito para a essência mesma da condição humana” (Julio Cortázar, em “Alguns aspectos do conto”, p. 155).
  • 16. É justamente por esta capacidade de corte no fluxo da vida que o conto ganha eficácia, segundo alguns teóricos, na medida em que, breve, flagra o momento presente, captando-o na sua momentaneidade, sem antes nem depois.
  • 17. “Nesse combate que se trava entre um texto apaixonante e o leitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto que o conto deve ganhar por knock- out” (Cortázar, p. 152).
  • 18. “Um conto é significativo quando quebra seus próprios limites com essa explosão de energia espiritual que ilumina bruscamente algo que vai muito além da pequena e às vezes miserável história que conta” (p. 153).
  • 19. Proteiforme, o conto não só consegue abraçar a temática toda do romance, como põe em jogo os princípios de composição que regem a escrita moderna em busca do texto sintético e do convívio de tons, gêneros e significados. (Bosi, 1975, p. 07)