2. O homem, na comunicação, utiliza-se de
sinais devidamente organizados,
emitindo-os a uma outra pessoa. A
palavra falada, a palavra escrita, os
desenhos, os sinais de trânsito são
alguns exemplos de comunicação, em
que alguém transmite uma mensagem
a outra pessoa. Há, então, um emissor
e um receptor da mensagem. A
mensagem é emitida a partir de
diversos códigos de comunicação
(palavras, gestos, desenhos, sinais de
3. • São, então, os seguintes elementos da
comunicação:
•
Emissor: o que emite a mensagem;
•
Receptor: o que recebe a mensagem;
•
Mensagem: o conjunto de informações
transmitidas;
4. Código: a combinação de signos
utilizados na transmissão de uma
mensagem. A comunicação só se
concretizará, se o receptor souber
decodificar a mensagem;
Canal de Comunicação / Veículo:
por onde a mensagem é transmitida:
TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais,
ar...;
Contexto: a situação a que a
5. Na linguagem coloquial, ou seja, usamos
as palavras conforme as situações que
nos são apresentadas. Por exemplo,
quando alguém diz a frase "Isso é um
castelo de areia", pode estar
atribuindo a ela sentido denotativo ou
conotativo. Denotativamente significa
"construção feita na areia da praia em
forma de castelo"; conotativamente
significa "ocorrência incerta, sem
solidez".
6. Temos, portanto, o seguinte:
Denotação: É o uso do signo em
seu sentido real.
Conotação: É o uso do signo em
sentido figurado, simbólico.
7. Um mesmo signo pode apresentar
significados diversos, conforme o contexto
em que os empregamos. O significado de
uma palavra não é somente aquele dado no
dicionário; a palavra adquire sentidos
diferentes quando inserida em novos
contextos. A essa pluralidade de
significados dá-se o nome de
polissemia.
8. SEMÂNTICA
A semântica (do grego σημαντικός, derivado de
sema, sinal) refere-se ao estudo do significado, em
todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se
com frequência à sintaxe, caso em que a primeira
se ocupa do que algo significa, enquanto a
segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões
formais do modo como esse algo é expresso (por
exemplo, escritos ou falados). Dependendo da
concepção de significado que se tenha, tem-se
diferentes semânticas. A semântica formal, a
9. COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
São dois conceitos importantes para uma
melhor compreensão do texto, além de
serem bastante cobrados em provas de
concursos.
10. COESÃO - harmonia interna entre as partes de um
texto. É garantida por ligações, de natureza
gramatical e lexical, entre os elementos de uma
frase ou de um texto.
COERÊNCIA - relação lógica entre idéias,
situações ou acontecimentos. Pode apoiar-se em
mecanismos formais, de natureza gramatical ou
lexical, e no conhecimento partilhado entre os
usuários da língua.
11. Para que seja cumprida a função social da
linguagem no processo de
comunicação, há necessidade de que as
palavras tenham um significado, ou
seja, que cada palavra represente um
conceito. Essa combinação de conceito
e palavra é chamada de signo. O signo
lingüístico une um elemento concreto,
material, perceptível (um som ou letras
impressas) chamado significante, a
um elemento inteligível (o conceito) ou
imagem mental, chamado significado.
13. Funções da Linguagem:
O emissor, ao transmitir uma
mensagem, sempre tem um objetivo:
informar algo, ou demonstrar seus
sentimentos, ou convencer alguém a
fazer algo, entre outros;
conseqüentemente, a linguagem passa
a ter uma função, que são as seguintes:
15. Obs.: Em um mesmo contexto, duas
ou mais funções podem ocorrer
simultaneamente: uma poesia em
que o autor discorra sobre o que
ele sente ao escrever poesias tem
as linguagens poética, emotiva e
metalingüística ao mesmo tempo.
16. Função Referencial
Quando o objetivo do emissor é
informar, ocorre a função referencial,
também chamada de denotativa ou de
informativa. São exemplos de função
denotativa a linguagem jornalística e a
científica.
17. Ex.: Numa cesta de vime temos um
cacho de uvas, duas laranjas, dois
limões, uma maçã verde, uma
maçã vermelha e uma pêra.
18. Função Conativa
Ocorre a função conativa, ou apelativa,
quando o emissor tenta convencer o
receptor a praticar determinada ação. É
comum o uso do verbo no Imperativo,
como "Compre aqui e concorra a
este lindo carro".
19. "Compre aqui..." é a tentativa do
emissor de convencer o receptor a
praticar a ação de comprar ali.
20. Função Emotiva
Quando o emissor demonstra seus
sentimentos ou emite suas opiniões ou
sensações a respeito de algum assunto
ou pessoa, acontece a função emotiva,
também chamada de expressiva.
Ex.: Nós o amamos muito, Romário!!
21. Função Metalingüística
É a utilização do código para falar dele
mesmo: uma pessoa falando do ato de
falar, outra escrevendo sobre o ato de
escrever, palavras que explicam o
significado de outra palavra.
Ex.: Escrevo porque gosto de escrever.
Ao passar as idéias para o papel, sinto-
me realizada...
22. Função Fática
A função fática ocorre, quando o
emissor testa o canal de comunicação,
a fim de observar se está sendo
entendido pelo receptor, ou seja,
quando o emissor quebra a linearidade
contida na comunicação. São perguntas
como "não é mesmo?", "você está
entendendo?", "cê tá ligado?",
"ouviram?", ou frases como "alô!", "oi".
23. Ex.: Alô Houston! A missão foi
cumprida, ok? Devo voltar à nave?
Alguém me ouve? Alô!!
24. Função Poética
É a linguagem das obras literárias,
principalmente das poesias, em
que as palavras são escolhidas e
dispostas de maneira que se
tornem singulares.
25. CLÍMAX
No peito a mata
aperta o pranto
do olhar do louco
pra meia-lua.
O clímax da noite,
escorrendo orvalho como estrelas,
refletindo nas águas
27. ESTILÍSTICA
AS FIGURAS DE LINGUAGEM
O uso de figuras de linguagem é um dos recursos
empregados pra valorizar o texto, tornando a
linguagem mais expressiva. É um recurso
lingüístico para expressar de formas diferentes
experiências comuns, conferindo originalidade,
emotividade ou poeticidade ao discurso.
28. A utilização de figuras revela muito da sensibilidade
de quem as produz, traduzindo particularidades
estilísticas do autor.
Quando a palavra é empregada em sentido figurado,
não denotativo, ela passa a pertencer a outro
campo de significação, mais amplo e criativo, ou
seja, no sentido conotativo.
29. FIGURAS DE SINTAXE
As figuras de sintaxe ou de construção dizem
respeito a desvios em relação à
concordância entre os termos da oração, sua
ordem, possíveis repetições ou omissões.
As figuras de sintaxe podem ser construídas
por:
31. ASSÍNDETO
Ocorre assíndeto quando orações ou palavras
que deveriam vir ligadas por conjunções
coordenativas aparecem justapostas ou
separadas por vírgulas
33. “Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era
tranqüilo ao redor de Clara.”
(Carlos Drummond de Andrade)
34. “Não nos movemos, as mãos é que se
estenderam pouco a pouco, todas quatro,
pegando-se, apartando-se, fundindo-se.”
(Machado de Assis)
35. ELIPSE
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou
oração que facilmente podemos identificar
ou subentender no contexto. Pode ocorrer
na supressão de pronomes, conjunções,
preposições ou verbos.
36. “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias
coloridas.” (Rubem Braga)
Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição
de (de sandálias).
“Sentei-me na cama, uma dor aguda no peito, o
coração desordenado.” (Antônio Olavo Pereira)
43. a) PLEONASMO LITERÁRIO
É o uso de palavras redundantes para reforçar
uma idéia, tanto do ponto de vista
semântico quanto do ponto de vista
sintático. É um recurso estilístico que
enriquece a expressão, dando ênfase à
mensagem.
44. “Morrerás morte vil na mão de um forte.”
(Gonçalves Dias)
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal”
(Fernando Pessoa)
45. b) PLEONASMO VICIOSO
É o desdobramento de idéias que lá estavam
implícitas em palavras anteriormente expressas.
Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não
têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas
fruto do descobrimento do sentido real das
palavras.
46. subir para cima
hemorragia de sangue
entrar para dentro
monopólio exclusivo
repetir de novo
breve alocução
ouvir com os ouvidos
principal protagonista
47. POLISSÍNDETO
Ocorre POLISSÍNDETO quando há
repetição enfática de uma conjunção
coordenativa mais vezes do que exige a
norma gramatical (geralmente a conjunção
e).
48. “Vão chegando as burguesinhas pobres,
e as criadas das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da
redondeza.”
(Manuel Bandeira)
49. “O quinhão que me coube é humilde, pior
do que isto: nulo.
Nem glória, nem amores, nem santidade,
nem heroísmo.”
(Otto Lara Resende)
50. ANACOLUTO
Ocorre anacoluto quando há interrupção do
plano sintático com que se inicia a frase,
alterando-lhe a seqüência lógica. A
construção do período deixa um ou mais
termos desprendidos dos demais e sem
função sintática definida.
51. “Essas empregadas de hoje, não se pode
confiar nelas” (Alcântara Machado)
“Umas carabinas que guardava atrás do
guarda-roupa, a gente brincava com elas de
tão imprestáveis.”
(José Lins do Rego)
53. a) SILEPSE DE GÊNERO
Ocorre quando há discordância entre os
gêneros gramaticais (feminino ou
masculino)
54. “Admitindo a idéia de que eu fosse capaz de
semelhante vilania, Sua Majestade foi
cruelmente injusto para comigo”
(Alexandre Herculano)
55. b) SILEPSE DE NÚMERO
Ocorre quando há discordância envolvendo o
número gramatical (singular ou plural).
“Esta gente está furiosa e com medo; por
conseqüência, capazes de tudo.” (Garret)
“Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário
Barreto)
56. “A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da
gente.”
(Roger Rocha Moreira)
“Ambos recusamos praticar este ato.”
(Alexandre Herculano)
57. FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento são recursos de
linguagem que se referem ao significado
das palavras, ao seu aspecto semântico.
59. “Amigos e inimigos estão, amiúde, em
posições trocadas. Uns nos querem mal, e
fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem,
e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
60. “Onde queres prazer sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido sou herói”
(Caetano Veloso)
61. EUFEMISMO
Ocorre eufemismo quando uma palavra ou
expressão é empregada para atenuar uma
verdade tida como penosa, desagradável ou
chocante.
62. “Si alguma cunhatã se aproximava dele para
fazer festinha,
Macunaíma punha a mão nas graças dela,
cunhatã se afastava.”
(Mário de Andrade)
“E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague.” (Chico Buarque)
64. “Rios te correrão dos olhos, se chorares!”
(Olavo Bilac)
“Um quarteirão de peruca para Clodovil
Pereira.”
(José Cândido Carvalho)
65. IRONIA
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela
entonação, pela contradição de termos,
sugere-se o contrário do que as palavras ou
orações parecem exprimir. A intenção é
depreciativa ou sarcástica.
66. “As moças entrebeijam-se porque não podem
morder-se umas às outras. O beijo deles é a
evolução da dentada da pré-avó.” (Monteiro
Lobato)
“Moça linda, bem tratada, três séculos de
família, burra como uma porta: um amor.”
( Mário de Andrade)
67. PROSOPOPÉIA
Ocorre prosopopéia quando se atribui
movimento, ação, fala, sentimento, enfim,
caracteres próprios de seres animados a
seres inanimados ou imaginários.
68. “... a Lua
tal qual a dona do bordel
pedia a cada estela fria
um brilho de aluguel” (João Bosco &
Aldir Blanc)
69. FIGURAS DE PALAVRA
As figuras de palavras consistem no emprego
de um termo com sentido diferente daquele
convencionalmente empregado, a fim de se
conseguir um efeito mais expressivo na
comunicação.
70. METÁFORA
Ocorre metáfora quando um termo substitui outro
através de uma relação de semelhança resultante
da subjetividade de quem a cria. A metáfora
também pode ser entendida como uma
comparação abreviada, em que o conectivo não
está expresso, mas subentendido.
71. “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.”
(Carlos Drummond de Andrade)
“Supondo o espírito humano uma vasta concha, o
meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas,
que é a razão.”
(Machado de Assis)
“O Pão de Açúcar era um teorema geométrico.”
(Oswald de Andrade)
72. METONÍMIA
Ocorre metonímia quando há substituição de
uma palavra por outra, havendo, entre
ambas, grau de semelhança, relação,
proximidade de sentido, ou implicação
mútua. Tal substituição realiza-se de
inúmeros modos:
73. O continente pelo conteúdo e vice-versa
Antes de sair, tomamos um cálice de licor.
74. A causa pelo efeito e vice-versa
“E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento.”(Vinícius de Morais)
(Com trabalho)
Sou alérgico a cigarro.
(A fumaça.)
75. O lugar de origem ou de produção pelo
produto
Comprei uma garrafa do legítimo porto.
(O vinho da cidade do Porto.)
Ofereceu-me um havana.
(Um charuto produzido em Havana.)
76. autor pela obra
Ela aprecia ler Jorge Amado.
(A obra de Jorge Amado.)
Compre um Portinari.
(Um quadro do pintor Cândido Portinari.)
77. O abstrato pelo concreto e vice-versa:
Não devemos contar com o seu coração.
(Sentimento, sensibilidade)
A velhice deve ser respeitada.
(As pessoas idosas.)
78. O símbolo pela coisa simbolizada:
A coroa foi disputada pelos
revolucionários.
(O poder.)
Não te afastes da cruz.
(O cristianismo.)
79. A matéria pelo produto e vice-versa:
Lento, o bronze soa.
(O sino.)
Joguei duas pratas no chapéu do mendigo.
(Moedas de prata.)
o inventor pelo invento:
Edson ilumina o mundo.
(A energia elétrica.)
80. A coisa pelo lugar:
Vou à Prefeitura.
(Ao edifício da Prefeitura.)
81. O instrumento pela pessoa que o utiliza:
Ele é um bom garfo.
( Guloso, glutão)
82. CATACRESE
A catacrese é um tipo especial de metáfora, “é uma
espécie de metáfora desgastada, em que já não se
sente nenhum vestígio de inovação, de criação
individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito
lingüístico, já fora do âmbito estilístico” (OTHON
MOACIR GARCIA).
83. folhas de livro
pé de mesa
dente de alho
braço do rio
céu da boa
leito do rio
barriga da perna
asas do nariz
85. A Narração é um relato centrado num fato ou
acontecimento; há personagem (ns) atuando e um
narrador que relata a ação. A narração é um tipo de
texto marcado pela temporalidade. Ou seja, como
seu material é o fato e a ação que envolve
personagens, a progressão temporal é essencial
para seu desenrolar: as ações direcionam-se para
um conflito que requer uma solução, o que nos
permite concluir que chegaremos a uma situação
nova. Portanto, a sucessão de acontecimentos que
leva a uma transformação, a uma mudança, e a
trama que se constrói com os elementos do
86. Esquematizando, teríamos: a personagem A
vive um conflito X que se resolve assim;
após o conflito, o personagem A não será o
mesmo do início da narrativa.
Os elementos da narrativa são: Narrador,
enredo, personagens, ambiente e tempo.
88. Na descrição não há sucessão de
acontecimentos no tempo, de sorte que não
haverá transformações de estado da pessoa,
coisa ou ambiente que está sendo descrito
diferentemente da narração, mas sim a
apresentação pura e simples do estado do
ser descrito em um determinado momento.
89. A descrição se caracteriza por ser o retrato de
pessoas, objetos ou cenas. Para produzir o retrato
de um ser, de um objeto ou de uma cena, podemos
utilizar a linguagem não-verbal, como no caso das
fotos, pinturas e gravuras, ou a linguagem verbal
(oral ou escrita). A utilização de uma dessas
linguagens não exclui necessariamente a outra:
pense, por exemplo, nas fotos ou ilustrações com
legendas, em que a linguagem verbal é utilizada
como complemento da linguagem não-verbal.
Pense também num anúncio de animal de
estimação perdido em que, ao lado da descrição
91. A todo instante nos deparamos com situações
que exigem a exposição de idéias,
argumentos e pontos de vista, muitas vezes
precisamos expor aquilo que pensamos
sobre determinado assunto.
92. Em muitas situações somos induzidos a
organizar nossos pensamentos e idéias e
utilizar a linguagem para dissertar.
93. Dissertar é, através da organização de
palavras, frases e textos, apresentar idéias,
desenvolver raciocínio, analisar contextos,
dados e fatos. Neste momento temos a
oportunidade de discutir, argumentar e
defender o que pensamos através da
fundamentação, justificação, explicação,
persuasão e de provas.