Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
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UM MIX ENTRE O APRENDIZADO PRESENCIAL E VIRTUAL
Eixo Tecnológico: Metodologias integradoras e projetos de trabalho
ESTELA SALES BUENO DE OLIVEIRA – e-mail: estela.oliveira6@etec.sp.gov.br
ETEC GETÚLIO VARGAS /SÃO PAULO ANO 2012
1. RESUMO
A temática sobre utilização dos AVAS (Ambientes Virtuais de Aprendizagem) vem se
tornando cada vez mais enfatizada, sendo objeto de estudo, inclusive, em outras áreas, tais
como: EaD (Ensino a Distância) e TICS (Tecnologias da Informações e Comunicações).O
objetivo geral é demonstrar, através de uma pesquisa, que a utilização dos AVAS agrega valor
ao conhecimento extraclasse para os alunos do curso Técnico em Administração. O desafio
então passou a ser “como fazer”. Optou-se por uma entrevista com um grupo piloto de alunos
que já utilizam no Módulo II de Administração em Gestão Empresarial, a plataforma
Pbworks. Através do feedback dos alunos, observou-se as vantagens, gargalos e sugestões de
melhoria no uso do referido AVA . Durante o projeto, através dos resultados da entrevista
realizada, no período de 20/04/2012 a 02/05/2012, via Google docs, o avanço na comunicação
extraclasse (sem ruídos) entre o professor x aluno, organização das atividades docentes,
disponibilidade de material para pesquisa e melhoria nas articulações do corpo discente.
Palavras-Chave: AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), Ead (Ensino a Distância),
Educação, Comunicação e Cibercultura.
2. INTRODUÇÃO
É sabido que as tecnologias estão seguindo o rumo convergente para que um só produto
forneça toda a gama de serviços em um só equipamento, ou seja, a multifuncionalidade dele.
Essa nova tendência irá trazer a integralização da comunicação e principalmente a sua difusão
de forma mais democrática, caracterizando o aspecto da socialização da informação, gerando
também uma acessibilidade e inclusão para pessoas portadoras de qualquer tipo de deficiência
ou mobilidade reduzida. A motivação para a realização deste estudo surgiu da atração pelo
tema bem como do desejo de compartilhar reflexões e possíveis descobertas no que se refere à
utilização dos AVAS (Ambientes Virtuais de Aprendizagem ), como ferramenta de apoio para
a formação extra curricular dos alunos do Curso Técnico em Administração, a plataforma
escolhida para a implementação e a consequente atuação docente nesse cenário remoto. As
reflexões são também um resultado da experiência adquirida - ora como docente, ora
ocupando o papel de aluno virtual nos cursos de capacitação realizados pelo próprio Centro
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Paula Souza . Outra perspectiva, também de relevância é que o fator tempo é algo que se
precisa otimizar, muitos dos que buscam um curso de EaD ( Ensino a Distância) possuem essa
característica: A busca por facilitadores na ampliação do aprendizado.
Além da introdução apresentada, o trabalho fica assim estruturado: Justificativa, Objetivos –
Geral e Específicos, Materiais e Métodos, Resultados e discussões, Considerações em que,
finalmente, são apresentadas conclusões, as recomendações e as limitações da análise
seguidas das sugestões.
2.1. Contextualização e problema da pesquisa
No contexto das mudanças no formato do ensino, uma ferramenta vem sendo utilizada de
forma atual como instrumento de trabalho extraclasse, os AVAS ( Ambientes Virtuais de
Aprendizagem) na intenção de construir, com características necessárias e adequado ao
cumprimento da missão da Educação no País. A qualidade desse produto depende da
funcionalidade do ambiente interno composto pela relação discente e docente. Estes últimos,
detentores do insumo específico e necessário ao processamento desse produto - o capital
intelectual - com o qual esses trabalhadores contribuem com a maior parte. Como caracterizar
o formato da EaD ( Ensino a Distância) como fomento no aspecto funcional da plataforma?
Saviani (2007) traz um entendimento prático sobre educação: “como um processo que se
caracteriza por uma atividade mediadora no seio da prática social global. Tem-se como
premissa básica que a educação está sempre referida a uma sociedade concreta,
historicamente situada.”. O que vem de encontro a proposta do ensino remoto, ou seja, do
ambiente virtual de aprendizado. O conceito de ensino a distância foi elaborado por vários
autores, sendo que, destacamos a seguir, a posição de Lorenzo Garcia Aretio ( 1994):
“ o ensino a distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional que pode ser
massivo e que substitua a interação pessoa, na sala de aula, de professor e aluno, como meio
preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo
apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível de
alunos.”
Trazendo à luz o que ele retrata, o ensino a distância utiliza-se de um sistema cooperação
integrada, que vai muito mais além do que a utilização da tecnologia da informação, ele
envolve todo os atores desse processo: professores, alunos, infraestrutura, TI, recursos
didáticos, e a organização que se planeja para atender as necessidades desse ambiente virtual
de ensino. Os AVAS poderão servir de ferramentas de motivação para os alunos do curso
técnico em Administração na construção do conhecimento extracurricular? Segundo
Marcovitch (apud ALVES, 1996, p.15), “a formação integral do Administrador será exercida
por três agentes: dirigentes motivados, professores competentes e pesquisadores dedicados”.
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Percebe-se o valor que se dá na colaboração desses três atores para a formação do perfil
discente na figura do técnico em administração. Nesse contexto, o papel do professor ganha
importância, utilizando-se da prática de pesquisa na busca de temas atuais que possibilitem a
formação integral do administrador como elemento desencadeador e facilitador do processo
junto aos seus alunos. Outro aspecto é investimento em tecnologia, as instituições de ensino
precisam formar parcerias estratégicas para a busca de fomento em infraestrutura e
capacitação do capital humano. Esta tomada de consciência de que o investimento feito em
tecnologia corre o risco de se tornar um passivo para as instituições caso não ocorra
simultaneamente com o investimento no homem. Fomentar o capital intelectual é uma visão
estratégica e de grande utilização pelas instituições que querem manter-se sustentáveis e
inovar proporcionando um aumento em suas atividades de pesquisas. Trazendo para o
contexto o que narra os autores Kanaane e Ortigoso (2001;73) apud Bauer (1999):
“O potencial para que uma empresa se torne auto organizante (organização de aprendizagem)
reside em suas redes informais de interação entre as pessoas (pois, as redes formais são
geradoras de sua ordem necessárias, portanto, não à inovação espontânea, mas a continuidade
daquilo que já é feito). A emergência do novo é assim, um atributo do sistema, e é um produto
não dos indivíduos , mas das interações entre eles. “
2.2 Outros Estudos:
A Cibercultura como fator propulsor do projeto
A Cibercultura tem trazido benefícios na dinâmica do uso da internet como ferramenta de
apoio para o ensino. Nela os ambientes interagem, se conectam de forma que a comunicação
se torne acessível para todos. Dessa forma, a democratização das informações fica mais
próxima de uma realidade, mesmo que o meio seja virtual ou remoto. Logo, as informações
são socialmente partilhadas, independentemente do local espacial que a pessoa esteja. Quem
não seguir o fluxo da utilização desse meio fica alheio ao espírito do tempo, produzindo
exclusão social ou exclusão da cibercultura. Nessa inclusão encontramos um ator coadjuvante
mas que precisa ficar pronto para atuar: o professor. Moran (2007) “ O professor precisa
adquirir a competência da gestão dos tempos a distância combinados com o presencial”. Por
que Moran traz esse contexto? Porque é ainda na sala de aula que o professor mede as reais
necessidades do aluno, nada irá substituir o olhar do aluno em dúvida com a disciplina, qual o
vídeo que mais irá ajudar esse aluno? Não somente a sala de aula precisa do AVA, mas o
AVA precisa da sala de aula. A cibercultura traduz a necessidade do uso das redes de
comunicação, mas não traz a necessidade individual do aluno, na cibercultura ele é um grupo
na sala de aula ele é apenas o indivíduo.
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A avaliação por meio do uso dos AVAS
Configura-se como um tópico polêmico, pois cada docente acredita no formato que utiliza
para avaliar o seu aluno. Nos ambiente s virtuais a avaliação toma outro formato, mais
dinâmico, mais flexível e também como um meio contínuo, ou seja, conforme a participação
do aluno nas atividades solicitadas virtualmente. Ex. Respondendo um fórum, quizquestion,
chats e etc. Moran (2007) analisa a avaliação como uma atividade meio, e não fim : “ ..
importante realizar atividades que se somassem, integrassem e concluíssem ao longo do
curso. E que era importante equilibrar planejamento e improvisação.” Quem conhece o
processo de ensino a distância, sabe de certa forma, que o aluno virtual participa de tudo que
fomenta a sua curiosidade. Durante o trabalho semipresencial, o professor na sala de aula
consegue diagnosticar as necessidades do aluno e estimular a pesquisa, e através da
plataforma vai alimentando a sua sede de informações. Por exemplo, em uma sala de curso
técnico em administração, as atualidades do setor fomentam curiosidade, cabe ao professor
buscar essas informações e “linká-las” em sua sala de aula virtual.
3. JUSTIFICATIVA:
O estudo se justifica pela relevância do tema e, embora seja um estudo de caso, teve a
pretensão de contribuir para que essa área de conhecimento virtual tenha, nos rumos
estabelecidos, mais transparência e passos mais concretos e também, pelo fato de que já se
utiliza o método de interface entre o ensino virtual e presencial, sendo que foram verificadas
melhorias ao aprendizado e principalmente diminuição nos ruídos causados pela comunicação
irregular e criação de uma cibercultura educacional.
4. OBJETIVO GERAL
O objetivo geral é demonstrar, através da pesquisa, que a utilização dos AVAS agrega valor
ao conhecimento extraclasse para os alunos dos cursos Técnicos em Administração e afins,
evidenciando o uso desta ferramenta de forma prática.
5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Demonstrar, através de atitudes práticas os benefícios gerados com a utilização de um AVA
(Ambiente Virtual de Aprendizagem). Identificar e caracterizar os AVAS utilizados aos novos
modelos de ensino remoto. Estudar a utilização dos AVAS nos cursos Técnicos em
Administração e afins como meios de fomento das disciplinas extracurriculares ou
complementares. Proporcionar aos docentes uma nova ferramenta de apoio, quebrando os
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paradigmas sobre a atuação docente presencial e não presencial. Conciliar esse novo perfil
do aluno, que já utiliza o cenário virtual em suas relações sociais e motivá-lo a adequar-se ao
uso do AVA como ferramenta de apoio para a difusão de informações extracurriculares.
6. MATERIAIS E MÉTODOS
Foram percebidos alguns prismas, a exemplo de que não se poderia falar dos AVAS sem ao
menos traçar as linhas gerais da ambiência em que ele acontece - o seu entorno – e
caracterizá-los. Nesse sentido, sentiu-se a necessidade de examinar o EaD ( Ensino a
Distância), que comportam a utilização massiva das plataformas, a fim de captar as
informações necessárias ao estudo da maneira a mais fiel possível . Definida a base de dados
que foram coletados por uma pesquisa feita através do Google Docs, com uma amostra dos
alunos que utilizaram a ferramenta, foi possível planejar as etapas para o desenvolvimento do
trabalho, para elencar as características dos alunos que utilizavam os AVAS. Ferramenta
utilizada: plataforma Pbworks, como viabilizador do projeto. Aos poucos se definiu os
aspectos que podem ser apontados como característicos do grupo em estudo: o aprimoramento
dos conteúdos extracurriculares, o nível de qualidade para o ensino técnico, a ampliação de
informações, que muitas vezes em sala tornam-se dispersas do que em uma sala virtual e o
meio que cada vez mais está sendo utilizado de forma flexível e de acesso mais socializado,
como por exemplo: sem distinção de classes, raças e etc.
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
No período de 20/04/2012 a 02/05/2012 foi aplicado um questionário, obtendo-se 16
respostas dos alunos que participaram do projeto.
Deste universo 88% dos alunos acreditam que trouxe muito mais vantagens a utilização da
ferramenta de apoio contra 19% que acharam mais desvantagens.
As vantagens mais destacadas foram: Maior envolvimento dos alunos com pesquisas,
interatividade, melhoria no relacionamento professor x aluno. Ampliou-se também a visão
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crítica no perfil do aluno de forma que ao fazer uma análise mais profunda o aluno percebeu a
necessidade de um embasamento teórico. Outro aspecto, os ruídos foram mitigados na
comunicação do grupo estudado. Para evidenciar melhor os resultados os próprios alunos
elaboraram um vídeo que se encontra disponível no seguinte endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=ZSbmVe-Dzvg. Por ora, ficam as questões: Qual é a
melhor plataforma para a otimização e desenvolvimento das salas de aulas remotas? O
mecanismo utilizado, avaliação remota, traduz uma realidade dos resultados positivos no
aprendizado adquirido? Qual a influência da utilização do idioma na plataforma? Estas
reflexões poderiam induzir a constatar a necessidade de uma reformulação de critérios para
avaliação dos alunos do ensino formal e talvez até reestruturá-lo em torno de um novo modelo
que possa responder mais adequadamente à realidade dos programas curriculares,
introduzindo como ferramenta que irá aliar ao novo perfil do aluno.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral proposto para esta pesquisa acredita-se que tenha sido atingido, uma vez que
os resultados elencados através da entrevista apresentaram o perfil dos alunos que
constituíram o universo pesquisado, aqui representado pela entrevista realizada com a amostra
desses alunos do Curso Técnico em Administração 2º Módulo - da ETEC XYZ, as vantagens
e desvantagens da utilização da ferramenta de apoio extra sala. Que assim, sirvam como
subsídios para que ampliem os debates entre a comunidade acadêmica e a utilização dos
AVAS visando o aprimoramento do sistema. Encontramos nas palavras de Lévy (1999), o
sentido desse novo formato de sociedade interativa, Lévy (1999) afirma que:
“Nesta nova era, as vozes não se apagarão, pois diferentemente das sociedades orais e escritas,
onde seus legados eram a qualquer momento apagados, ou simplesmente jogados fora como
objetos a mando de seus superiores, agora as inúmeras vozes que ressoam no ciberespaço
continuarão a se fazer ouvir e a gerar respostas.”
Esse estudo, além de apontar tal constatação encoraja a afirmar que as experiências com o uso
dos AVAS, contribuíram muito mais em benefícios do que desvantagens melhorando a
qualidade do ensino, e capacitando o aluno com uma bagagem extracurricular, além da sala de
aula. Recomenda-se, portanto, que sejam desenvolvidas outras formas de avaliação, que se
incluam outros itens abrangendo novos indicadores usando informações mais qualitativas e
subjetivas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Cláudio. A formação do Administrador frente aos Desafios da Gestão: A função da
escola na motivação e capacitação de empreendedores. 1996. Dissertação (Mestrado) -
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1996.
KANAANE, Roberto e ORTIGOSO, Sandra. 2001. Manual de Treinamento e
Desenvolvimento do Potencial Humano. s.l. : Atlas, 2001.
LÉVY, Pierre. Introdução: Dilúvios. In: CIBERCULTURA. São Paulo: Editora 34 Ltda,
1999.
MORAN, José Manuel. A educação que desejamos. Papirus, 2007.
SAVIANI, Dermeval – 17 ed. Revista – Campinas SP: Autores Associados,
2007 – Coleção educação contemporânea
ARETIO, G. Educação a distância (EAD)- conceituação, 1994. Disponível em:
<http://www.cciencia.ufrj.br/educnet.eduead.htm> Acesso em: 30.mai.2012
Acesso em fev. 2002.
http://Moodle.com
http://pbworks.com