C.S. Lewis nasceu na Irlanda em 1898 e foi educado na Inglaterra. Ele perdeu a fé cristã na juventude, mas converteu-se novamente em 1929. Lewis se tornou um importante autor cristão e professor universitário em Oxford. Suas obras influenciaram milhões de pessoas e defenderam o cristianismo de forma criativa e racional.
C. S. Lewis: apologista cristão e mestre da ficção
1. Eric Fernandes de Mello Araújo
Adaptado do original de Rodolfo A. C. Souza
2.
3. 1898 – Nascimento em Belfast, Irlanda. Filho de Albert
e Florence Lewis, irmão de Warren (1895)
1899 – Batizado na igreja anglicana por seu avô, Ver
Thomas Hamilton
1908 – Morte da mãe e ida para a escola de Wynyard
1911 – Ida para a escola de Malvern; deixa de se
identificar como um cristão
1914 – É tutelado por William Kirkpatrick; totalmente
desacreditado em Deus; estoura a Primeira Guerra
Mundial
4. 1917 – Matricula-se na Universidade de Oxford; se
alista no exército e conhece o cadete Paddy Moore e
sua mãe, Jane Moore; serve nas trincheiras na França
1918 – Ferido na batalha de Arras; morte de Paddy
Moore; Lewis fica hospitalizado de Maio a Novembro;
fim da Primeira Guerra
1919 – Retorno a Oxford
1922 – Muda-se com Jane Moore e sua filha, Maureen,
para uma casa em Oxford; primeiro lugar em Cartas de
Cultura (Literae Humaniores)
5. 1924 – Ensina filosofia no colégio universitário onde
formou
1925 – Contratado para lecionar Inglês na Magdalen
College, Oxford
1926 – Conhece J.R.R. Tolkien
1929 – Se torna teísta; morte do pai, Albert
1930 – Muda-se com Warren, Jane e Maureen para
outra casa
6. 1931 – Passa a acreditar que ‘Jesus é filho de Deus’
1933 – Lança ‘O retorno do Peregrino’; primeiro
encontro dos Inklings
1936 – Conhece Charles Willians; lançamento de ‘A
alegoria do amor’
1939 – Estoura a guerra contra a Alemanha; Warren é
convocado; evacuação de seu bairro
1940 – Maureen se casa novamente, muda-se da casa
de Lewis; lançamento de ‘O Problema do Sofrimento’
7. 1941 – Dá palestras para a Força Aérea; lançamento de
‘Cartas do diabo ao seu aprendiz’; dá palestras na BBC
sobre ‘Certo e errado’; ministra ‘O peso de Glória’ na
University Church, Oxford
1942 – Se torna presidente do Clube Socrático da
Universidade de Oxford
1943 – Lançamento de ‘A abolição do Homem’
1944 – Lançamento de ‘O grande abismo’
1945 – Fim da Segunda guerra, morte de Charles
Willians
1947 – Capa da revista Time; lançamento de ‘Milagres’
8. 1948 – Entra para a Royal Society of Literature
1950 – Recebe a primeira carta de Joy Gresham;
lançamento de ‘O leão, a feiticeira e o guarda-roupa’
1951 – Morre Jane Moore
1952 – Lançamento de ‘Cristianismo Puro e Simples’;
encontra Joy
1952 – eleito professor de Literatura Medieval e
Renascentista em Cambridge
1955 – entra para a academia britânica; lançamento de
‘Surpreendido pela alegria’
9. 1956 - Casa-se secretamente com Joy no cartório em
abril; Joy é hospitalizada com câncer em outubro;
Lewis comunica a todos de seu casamento em
dezembro; Lançamento de ‘Till we have faces’ e
medalha de Carnegie pelo ‘A última batalha’
1957 – Se casa com Joy em uma cerimônia religiosa no
hospital; o câncer de Joy regride
1960 – Morte de Joy; lançamento de ‘Os quatro amores’
1963 – Pede demissão da cadeira em Cambridge, após
doença e morre em 22 de novembro
1964 – Lançamento de ‘Oração: cartas a Malcolm’
10.
11. Tendência crescente de abandono da tarefa apologética
a favor do diálogo e a tolerância pluralista
Crise no conceito de verdade entre cristãos (menos de
35% dos cristãos das denominações protestantes nos
EUA acreditam na autoridade da Bíblia e apenas 20%
acreditam em Satanás – Barna 2000)
Ausência de obras de poder imaginativo e erudição que
transmitam uma percepção cristã da realidade ao
público contemporâneo
12.
13. “ O conferencista, um homem baixo e
atarracado com um rosto corado e
uma potente voz, estava chegando ao
final de sua palestra. Reunindo suas
notas e livros, ele colocou seus óculos
no bolso do paletó de lã tweed e seu
capelo na cabeça. Ainda falando, com
o acompanhamento de eventuais
risadas e gritos agradecidos de sua
audiência, ele se inclinou para
devolver o relógio que havia
emprestado de um aluno na primeira
fila. Quando terminou sua última frase,
saiu rapidamente da plataforma.
A manobra fez com que ganhasse uma
vantagem sobre a corrida dos
estudantes para o corredor central.
(Time Magazine, set. 1947) Uma vez na rua, ele caminhou
rapidamente, o seu vestido preto
esvoaçante por trás de suas calças de
flanela cinza até o pub mais próximo
para uma caneca (pint) de cerveja...”
14. “... Clive Staples Lewis foi contratado em tempo integral pra seu
emprego favorito, o trabalho de ser um deão de Oxford na Honour
School of English Language & Literature, um Fellow e professor do
Magdalen College e o professor mais popular na Universidade. Ao vê-lo
beber sua cerveja na Eastgate (seu pub favorito), ou caminhando com o
cachimbo na boca pelo Deer Park, um estranho provavelmente não
acreditaria que C. S. Lewis é também um autor best-seller e um dos
porta-vozes mais influentes do cristianismo no mundo de fala inglesa.
Desde 1941, quando Lewis publicou uma coleção de correspondências
espirituosas infernais chamada The Screwtape Letters, este professor
solteirão de meia-idade (49) que vive uma vida monótona e suave ("Eu
gosto de monotonia") vendeu mais de um milhão de cópias de seus 15
livros . Ele já fez 29 programas de rádio sobre assuntos religiosos, cada
um com uma média de 600.000 ouvintes, fazendo qualquer ministro
religioso e sacerdote ordenado ter inveja da audiência deste leigo
cristão.
Algo parecido com o inferno, essa audiência é o resultado do dom
especial de Lewis em dramatizar o dogma cristão. Ele seria o último a
alegar que o que ele diz é novo, mas, como outro divulgador eloquente
e espirituoso do cristianismo, o falecido GK Chesterton, ele tem um
talento especial para colocar verdades antiquadas em uma linguagem
moderna.” (Time, 08 set. de 1947)
15. Pesquisa no Google por C. S. Lewis: 8.330.000 resultados (H. G. Wells,
3.790.000)
Em 2000, o livro Mere Christianity, foi considerado por uma pesquisa da
Christianity Today o livro mais importante escrito por um cristão no século XX
Seus 38 livros venderam um total de cerca de 200 milhões de livros em mais de
20 idiomas
É o 37º autor de ficção mais vendido em todos os tempos, vendendo mais que
Dickens (David Copperfield e Oliver Twist) e Lewis Carroll (Alice no País das
Maravilhas)
O Leão, a Feiticeira e o Guarda Roupa foi visto em mais de 3.853 cinemas pelo
mundo
16.
17. Obras literárias cristãs clássicas, como Spencer, Chaucer e Dante, e
influência indireta sobre Lewis
Amizade de J. R. R. Tolkien e impacto de seu trabalho como filologista e
acadêmico cristão com profunda filosofia do mito
“...muitos leitores ignoram que o que os uniu foi sua fé cristã, bem como
da contribuição de ambos para a cultura em geral e particularmente,
para a filologia (no caso de Tolkien) e para a literatura (no caso de
Lewis)”. Gabriele Greggersen
Obra imaginativa de George McDonald e inspiração para obras
literárias com conteúdo alegórico
Obra literária de G. K. Chesterton e defesa criativa da fé cristã no
contexto secular inglês
27. • "Os leitores devem imaginar-me sozinho no
meu quarto em Magdalen, noite após noite, a
sentir a aproximação contínua e impiedosa
d'Aquele que eu desejara tão a sério não
encontrar nunca. Aquilo que eu mais temia
estava-me alcançando por fim. Durante o
trimestre escolar da Trindade de 1929, eu me
rendi, admiti que Deus era Deus, ajoelhei-me e
rezei: talvez fosse, naquela noite, o convertido
mais desanimado e relutante de toda a
Inglaterra."
28. "O homem antigo se aproximava de Deus como o
acusado se aproxima do seu juiz. Para o homem
moderno, os papéis são invertidos. Ele é juiz... Deus
está no banco dos réus.”
C. S. Lewis. God in the Dock
29. Modernidade secular: naturalismo, problema do mal,
educação secular
Tensões na vida cristã: sofrimento, falta de
discernimento, espiritualidade superficial
Falta de imaginação e profundidade na realidade
cultural circundante
30. Defesa de uma realidade objetiva e uma verdade absoluta
“O cristianismo, se falso, não tem qualquer importância, se
verdadeiro, é de uma importância infinita. A única coisa que
ele não pode ser é moderadamente importante.” C. S. Lewis
Verdade precede os sentimentos, intuições e afeições
(argumento em Mere Christianity)
"Eu não fui para a religião para me fazer feliz. Eu sempre
soube que uma garrafa de Vinho do Porto faria isso. Se você
quer uma religião para fazer você se sentir realmente
confortável, certamente eu não recomendo o cristianismo.“
Entrevista de C. S. Lewis em 1944.
31. Afirmação da lógica e da racionalidade humana na
vida de fé
“A teoria de que o pensamento é apenas um movimento
no cérebro é, na minha opinião, um absurdo pois se
assim fora, a teoria em si seria apenas um movimento,
um evento entre os átomos, o que pode ter velocidade e
direção, mas de que não teria sentido ao usar as palavras
"verdadeiro" ou "falso ".
Trilema de Cristo: lunático, diabo ou Deus.
32. Eu estou tentando prevenir que continuem dizendo a bobagem que as
pessoas dizem frequentemente sobre Ele: ‘Eu estou pronto para aceitar
Jesus como um grande professor de moral, mas eu não aceito a sua
afirmação de ser Deus'. Isso é uma coisa que não devemos dizer. Um
homem que era somente um homem e disse o que Jesus disse não seria
um bom professor de moral. Ele ou seria um lunático - no mesmo nível
de um homem que afirma ser um ovo mexido - ou então ele seria o
Diabo do Inferno. Você tem que fazer sua escolha. Ou esse homem era
e é o Filho de Deus, ou um maluco ou algo pior. Você pode tentar fazê-
lo passar por um bobo, você pode cuspir nEle e matá-lo como um
demônio; ou você pode cair aos Seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus.
Mas devemos deixar de nos aproximar dEle falando essa bobagem de
que Jesus era apenas um grande mestre. Ele nunca teve a intenção de
nos dar esse tipo de escolha“
Mere Christianity, páginas 40-41.
33. Construção de uma filosofia cristã do mito diante da
superficialidade do conceito de verdade moderno
Afirmação do elemento mitológico da fé Cristã, enriquecendo o
conceito de verdade e imaginação
“Agora, como o mito transcende o pensamento, a encarnação
transcende o mito. O coração do cristianismo é um mito que
também é um fato. O velho mito do Deus Sacrificado, sem deixar de
ser mito desce do céu da lenda e da imaginação para a terra e a
história. Acontece - em uma data específica, em um determinado
lugar, seguido por conseqüências históricas específicas. Passamos
de um Balder ou um Osíris, morrendo ninguém sabe quando ou
onde, para uma pessoa histórica crucificada sob Pôncio Pilatos. Ao
tornar-se realidade, não deixa de ser mito: eis o milagre.”
Construção de obras imaginárias e mitológicas ricas em
conteúdo
34. Subversão pela surpresa e comunicação indireta da fé
cristã
Afirmação do céu, anelo pela felicidade, e destino
eterno humano
“Deus não pode nos dar uma felicidade e paz a parte de
si mesmo, porque ela não está lá. Não existe tal coisa.” C.
S. Lewis
35. “O Novo Testamento tem muito a dizer sobre a abnegação, mas
não sobre a auto-negação como um fim em si mesmo. Somos
ensinados a negar a nós mesmos e a tomar nossa cruz a fim de
que possamos seguir a Cristo, e quase todas as descrições do que
vamos encontrar finalmente se fizermos isso, contém um apelo
ao desejo (...) De fato, se considerarmos as promessas pouco
modestas de galardão e a espantosa natureza das recompensas
prometidas nos evangelhos, parece que Nosso Senhor considera
nossos desejos não muito fortes, mas muito fracos. Somos
criaturas indiferentes, enganadas com a bebida, o sexo e a
ambição enquanto a alegria infinita nos é oferecida. Como uma
criança ignorante que deseja continuar fazendo bolinhos de lama
num cortiço porque não consegue imaginar o que se entende por
trás de uma oferta de um feriado na praia. Somos muito
facilmente satisfeitos com pouco.” C. S. Lewis, Peso de Glória
36. Escritos permeiam questões existenciais profundas como a dor e
o sofrimento
“Mas a dor insiste em ser percebida. Deus nos sussurra em nossos
prazeres e fala em nossa consciência, mas grita em nossas dores: é o
seu megafone para despertar um mundo surdo.”
O Problema do Sofrimento
Conselhos e discernimento espiritual (Cartas do Diabo e Cartas a
Malcon)
“Nada que você não tenha dado será alguma vez seu.” C. S. Lewis
Abertura autêntica e existencial da vida pessoal e fé nas obras
(autenticidade)
37. “O Ceticismo é marcante numa USP, ou qualquer universidade pública que
você olhar. Você acaba sendo educado para duvidar de tudo. Lewis viu como
uma missão estar dialogando com esse tipo de pessoa, que não acredita em
tudo e que gosta de provar, de ir atrás e descobrir”
Gabriele Greggersen
“Tanto Tolkien quanto Lewis defendiam que o profissional, seja das letras, seja
da educação ou outra “ciência humana” deve se valer de várias áreas do
conhecimento na sua busca pela verdade, não apenas pela via da razão, mas
também usando um importante mediador: a imaginação. Com isto, eles se
colocavam contra o pensamento predominante na sua época, pautada pelo
racionalismo e iluminismo acadêmico. É preciso considerar ainda a rivalidade
que pode haver entre um campo “prático” como a crítica literária, representada
por Lewis, e a filologia, considerada mais analítica. Assim, ao invés de separa-
los, a especialidade dos dois intelectuais redundou em uma importante
complementação e no incentivo à efetiva interdisciplinaridade, beirando a
transdisciplinaridade.”
38. • “Os homens devem, portanto, suportar suas
vidas a partir de agora”
– Frase da lápide de Lewis e seu irmão