Este documento apresenta o programa científico do XXI Encontro Nacional de Estudantes de Psicologia (ENEPI), incluindo workshops e palestras sobre diversos tópicos relacionados à psicologia, como memória, recursos humanos, psicologia aplicada, terapia focada na compaixão, desenho infantil e resiliência. Os workshops abordam temas práticos e teóricos e incluem demonstrações e exercícios interativos.
1. 1
Programa Científico do XXI ENEP
Workshops
1. “Superar os “limites” da memória humana: Da metamemória às
mnemónicas.” - Prof. Dr. Pedro Albuquerque (EPsi – UM)
A memória é um processo cognitivo que pode ser melhorado através de
algumas estratégias, conhecidas como mnemónicas. Neste workshop vamos
conhecer alguns limites do funcionamento da memória humana a partir de
demonstrações práticas. Vamos também aprender a aplicar a mnemónica dos
lugares, uma técnica milenar que permite recordar na ordem tantas palavras
quanto quisermos.
2. “Outplacement como ferramenta de gestão de recursos humanos”
- Dra. Joana Carvalho (Consultora da empresa Transitar)
Neste workshop irá ser feita uma apresentação do conceito, bem como das
práticas e metodologias da ferramenta Outplacement em processos de
desvinculação laboral.
3. “Tudo o que sempre quiseste fazer com a Psicologia mas não
imaginaste que fosse possível: Como é que a psicologia nos vai
ajudar a salvar o mundo?” - Prof. Dr. Sérgio Moreira e Prof. Dr.
José Palma-Oliveira (FPIEUL)
O que pensas sobre a Psicologia? Quais as tuas ambições? Como a podes
utilizar para resolver problemas contemporâneos? Nesta sessão vamos:
i.
Expor os principais preconceitos na forma como a sociedade pensa e
nos leva a pensar sobre a Psicologia enquanto ciência do
comportamento humano. Porque é que o Engenheiro ganha mais do
que o Psicólogo? Tens mesmo de escolher uma profissão em
Psicologia?
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2. 2
ii.
Distinguir entre Ciência e Tecnologia, entre Profissão e Âmbito, e
apresentar exemplos do potencial da Psicologia na resolução dos
grandes problemas contemporâneos. Como é que o Obama ganhou
as eleições? Porque é que Apple é marca mais lucrativa da
atualidade?
Demonstrar como na prática qualquer um de nós pode utilizar a Psicologia
para resolver grandes problemas! Afinal, como é que psicologia pode ajudar a
salvar o mundo?
4. “Terapia Focada na Compaixão” – Prof. Dra. Paula Castilho
(FPCEUC)
A compaixão constitui uma estratégia de regulação emocional adaptativa,
central na redução do sofrimento e vital para a conexão e ligação social.
Ligada ao sistema de regulação de afeto positivo (soothing) e associada à
mentalidade de prestação de cuidados funciona como a estratégia oposta ao
autocriticismo, e a que se revela útil e eficaz no lidar com a vergonha e com
autoavaliações negativas acerca do eu. Nesta sessão de trabalho será
abordado o conceito de compaixão e suas componentes. Serão apresentados
alguns exercícios de compaixão. Aspetos nucleares relativos ao modelo
biopsicossocial da vergonha e autocriticismo serão também abordados.
5. “O Psicólogo dá conselhos? A postura do psicólogo à luz da
abordagem sistémica” – Dra. Alda Portugal (FPCEUC)
Através de uma exposição dinâmica e interativa, pretende-se abordar os
seguintes tópicos:
I) Conselhos: são funcionais em contexto terapêutico?
II) A postura dos psicólogos nas últimas décadas: que mudanças?
III) Postura de Not-Knowing: a neutralidade e a curiosidade que geram a
mudança.
6. “O Produto és tu!” – Empresa ALENTO
Este workshop abordará as seguintes temáticas:
a) DESCOBRE QUEM ÉS E FORTALECE-TE!
Análise global – Diagnóstico e análise de potencialidades
b) QUAL PRODUTO?! O PRODUTO ÉS TU!
O Teu PLano de Marketing e Comunicação
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3. 3
c) VÊ OS INSTRUMENTOS DE PROCURA ATIVA DE EMPREGO DA
ALENTO!
O Estudo do Teu Mercado
d) DESCOBRE ONDE E COM QUEM DEVES FALAR!
Plano de lobbing
e) TRANSFORMA A VENDA DO TEU PRODUTO!
Gestão da Tua Imagem Pessoal, Profissional e Social
f) DESCOBRE COMO PERDES E COMO VENCES NUMA ENTREVISTA!
Técnicas para Saberes Estar nas Entrevistas
g) NÃO TENS UM PREÇO! TENS O VALOR QUE AS EMPRESAS TE DÃO!
A Tua Negociação
h) PRODUTO PARADO É PRODUTO DESVALORIZADO! NÃO PODES
PARAR!
A Tua Transição para um Novo Emprego
DEIXA-TE ILUMINAR PELO TEU POTENCIAL!
Será uma exposição dinâmica com direito a constantes intervenções dos
participantes em relação às dúvidas que têm.
7. “Cooperar ou competir? Bazinga!” – Prof. Dra. Teresa Rebelo &
Prof. Dr. Paulo Renato Lourenço (FPCEUC)
O presente workshop visa sensibilizar os participantes para o trabalho
em/com grupos/equipas. Com base numa metodologia de partilha e
interação, os conteúdos a trabalhar, suportados num modelo teóricoconceptual que concebe o grupo como um sistema sociotécnico, centrar-seão nos processos de cooperação e competição.
8. “Prática Deliberada: O ingrediente obrigatório dos desempenhos de
excelência” – Dra. Joana Osório (EPsi – UM)
Partindo das teorias da expertise e do desenvolvimento do talento, no desporto
e noutros contextos de rendimento, este workshop colocará um especial
enfoque nas competências e atividades de prática deliberada. A prática
deliberada, muito distinta de outras atividades de prática, e bem diferente da
“experiência” em tarefas ou domínios específicos, tem sido identificada como
um dos principais fatores de potenciação de altos desempenhos e rendimento
(Ericsson, Krampe, & Tesch-Römer, 1993; Ericsson, Nandagopal, & Roring,
2009). Nesta sessão, os participantes ganharão um conhecimento mais
aprofundado sobre a temática, e sobre alguns métodos e técnicas de
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4. 4
intervenção utilizados na Psicologia do Desporto e em contextos de rendimento
para promover a prática que leva ao sucesso.
9. “Ritmos biológicos e aplicações em Psicologia” – Prof. Dr. Carlos
Fernandes da Silva (PsyLab, UA)
Os ritmos biológicos (objeto de estudo da cronobiologia) consistem em
flutuações ao longo do tempo (segundos, minutos, horas, dias, semanas,
meses ou anos) e que determinam diferenças no humor e no rendimento
cognitivo e psicomotor. Estas variações relacionam-se com a eficiência nas
aprendizagens escolares, no trabalho (turnos, jet lag) e nas perturbações
psicológicas. Têm implicações nos resultados de provas de avaliação
psicométrica (em domínios como a inteligência, avaliação neuropsicológica,
etc.). Os humanos distinguem-se por um “traço” cronobiológico, o cronótipo:
madrugadores ou cotovias, intermédios e noctívagos ou mochos. Este traço
deveria ser tido em conta na organização dos horários escolares ou na
distribuição dos alunos pelas turmas, na organização dos horários, no
tratamento de perturbações circadianos do sono e do humor (depressões).
Neste workshop serão apresentados conceitos chave, associados a tarefas de
treino de medição dos fenómenos com eles relacionados, assim como
avaliações cromotípicas e exemplos de aplicações (com treino prático) a
domínios da psicologia, tais como os referidos acima.
10. “O desenho infantil enquanto forma de expressão: da
interpretação desenvolvimental à interpretação psicológica” – Prof.
Dra. Teresa Machado (FPCEUC)
Pretende mostrar-se – recorrendo a exemplos de desenhos infantis – de que
modo a elaboração de um desenho pela criança pode ser usada pelo psicólogo
como meio de interpretação do seu desenvolvimento e/ou estado afetivo; para
além de constituir um pretexto para um diálogo mais espontâneo entre
psicólogo/criança. Partindo de uma sintética referência ao contributo de
autores clássicos no estudo do desenho infantil, segue-se para a análise do
desenho da família como pretexto para explicitação das potencialidades da
interpretação do desenho infantil.
11. “Back to reality through work psychology: o que fazem as pessoas
e o que pensam os psicólogos sobre o que elas fazem” – Prof. Dra.
Sara Ramos (ISCTE – IUL)
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5. 5
Neste workshop haverá uma breve exposição teórica inicial, em sala, sobre os
conceitos básicos da Psicologia do Trabalho para garantir que todos os
participantes partilham um conhecimento e linguagem comuns.
Seguidamente, estes serão convidados a executar um trabalho de campo fora
da sala, no campus do Hotel, que consistirá num exercício de análise de
atividade de trabalho de alguns colaboradores do Hotel. Nesta análise terão
que identificar alguns aspetos particularmente relevantes da atividade, bem
como, uma pista de intervenção na situação concreta analisada. Numa
terceira parte, regressam ao contexto de sala para organizarem os dados
recolhidos, discutirem em conjunto as pistas de intervenção e apresentarem
ao grupo as suas conclusões.
12. “Quero ser psicólogo forense… o que devo saber?” – Prof. Dra. Ana
Sani (UFP)
O papel do psicólogo; Psicologia e Direito: Diferenças paradigmáticas e
conceptuais; A prova pericial e o perito; Psicologia clínica vs. Psicologia
forense; Problemas técnicos na avaliação psicológica; Questões éticas na
avaliação psicológica.
13. “(Con)Viver com uma doença crónica. Hipertensão Pulmonar (HP):
As Palavras de quem a Sente.” - Dra. Cátia Rodrigues (Associação
Portuguesa de Hipertensão Pulmonar)
A Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP) tem como um dos
objetivos centrais o apoio aos doentes e familiares na vivência da Hipertensão
Pulmonar (HP). A HP é uma doença, não considerada crónica do ponto vista
legal, mas é incurável e de diagnóstico difícil. Esta doença manifesta-se no
dia-a-dia dos doentes através de limitações e/ou incapacidades físicas que
podem ser progressivas. O impacto que o diagnóstico da HP e sua vivência
pode ter no doente e na sua família pode-se manifestar em vários níveis:
emocional, psicológico, social, profissional e físico, e consequentemente, pode
levar à alteração de papéis sociais nos diversos contextos de vida (familiar,
profissional, social, entre outros).
Para uma melhor reflexão sobre a Hipertensão Pulmonar e o impacto que a
mesma pode ter na vida do doente, deixo algumas palavras anónimas de quem
a sente diariamente.
“A HP virou a minha vida do avesso. De uma pessoa ocupada e independente
tornei-me em alguém muito limitado naquilo que consigo fazer. Num dia mau,
até tomar um duche ou vestir-me pode ser um enorme esforço. Os meus
familiares têm-me apoiado imenso, mas a maior parte das pessoas não
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6. 6
compreende os desafios com que me deparo e, porque razão não posso ter uma
vida normal”.
14. “Person’arte - teatro para desinibição e expressividade” – Brice
Sousa (ator, encenador)
Este workshop visa utilizar exercícios e jogos teatrais, técnicas de psicodrama
e bioenergética com o objetivo de desinibir e revelar o potencial de
expressividade pessoal sufocado pela ansiedade, timidez, autocrítica e
medo da exposição. Os exercícios práticos, além de divertidos e
desinibidores, ajudam a diminuir a timidez (que se pode manifestar
através de comportamentos introvertidos ou extrovertidos em diferentes
situações do nosso quotidiano), ampliam os limites pessoais e melhoram de
forma eficaz a comunicação interpessoal. Os principais
objetivos deste
workshop são:
- Ajudar pessoas tímidas a se relacionar com mais desembaraço e
espontaneidade;
Aumentar a autoconfiança em exposições públicas;
- Treinar a capacidade de improvisação e resposta rápida;
- Estimular o uso da imaginação e criatividade;
- Melhorar a expressão corporal e a comunicação oral;
- Estimular o bom humor e a capacidade de rir de si mesmo, perdendo-se o
medo de errar;
- Reforçar positivamente a autoimagem;
- Fortalecer a interação entre o grupo por meio de atividades lúdicas, bem
como pela apresentação de elementos básicos da linguagem teatral.
Lectures
1. “Emociono-me, Logo Existo: O Poder da Face Humana” – Prof. Dr.
Freitas-Magalhães (FEELAB, UFP)
“Emociono-me, Logo Existo: O Poder da Face Humana” é uma viagem, única e
fascinante, pelos territórios do cérebro, da face e da emoção, com a bússola da
curiosidade procurando dar respostas ao conjunto de perguntas: como é que o
cérebro constrói a expressão facial? Como é que a expressão facial influencia o
cérebro? Como se medem cientificamente os movimentos faciais? Quais as
implicações e as aplicações da expressão facial? A conferência configura a
partilha da descodificação científica do trinómio cérebro-face-emoção.
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7. 7
2. “Resiliência” – Prof. Dra. Susana Coimbra (FPCEUP); Dra. Daniela
Freitas e Dra. Lucienia Martins (coautoras)
Definições do conceito. Origem etimológica e estudos precursores da
resiliência psicológica. Revisão de resultados empíricos de estudos
longitudinais realizados noutras culturas que privilegiam a adolescência e
transição para a vida adulta como etapas desenvolvimentais e os fatores de
risco associados à pobreza e à pertença a minorias étnicas e de orientação
sexual. Resultados de estudos empíricos realizados em Portugal e no Brasil.
3. “Relações de vinculação e desenvolvimento em crianças em
contextos de acolhimento institucional e de pobreza: contributos
para a intervenção” – Prof. Dra. Isabel Soares (EPsi – UM)
A investigação tem vindo a documentar os efeitos adversos da pobreza na
qualidade dos cuidados parentais, com impacto negativo no desenvolvimento
das crianças. Nos últimos anos tem-se assistido, em Portugal, a um aumento
do número de famílias com filhos menores que se encontram em situação de
pobreza. Por outro lado, o acolhimento institucional tem sido usado como um
contexto temporário alternativo para crianças cujos pais biológicos se
revelaram incapazes de providenciar cuidados adequados. Na presente
comunicação, serão apresentados dois projetos de investigação: (a) o primeiro
teve como objetivo analisar os efeitos das experiências de risco precoce no
contexto familiar e da institucionalização nas relações de vinculação e no
desenvolvimento de crianças até aos 3 anos de idade; (b) o segundo estudo
avaliou a eficácia de um programa de intervenção para promover a
sensibilidade parental (VIPP-SD) num grupo de mães em situação de elevada
desvantagem socioeconómica e com filhos até aos 4 anos de idade. Os
principais resultados dos dois estudos, bem como os seus contributos para a
intervenção em contextos de risco serão apresentados e discutidos.
4.
“Reorganização neuroplástica em surdos congénitos – estudos de
fMRI e psicofísica” – Prof. Dr. Jorge Almeida (FPCEUC)
O estudo de modo como o cérebro é capaz de se moldar plasticamente tem
despertado imenso interesse na comunidade científica. Este interesse deve-se,
por exemplo, à importância da neuroplasticidade para o desenvolvimento e
implementação de terapias mais bem-sucedidas para o tratamento de
pacientes com lesões cerebrais, bem como para o desenvolvimento de reformas
educativas que tenham em conta a neuroplasticidade. O estudo de indivíduos
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8. 8
com privação sensorial congénita tem servido como modelo de base para a
compreensão da neuroplasticidade. Tipicamente, quando o cérebro se
desenvolve na ausência de informação proveniente de um dos sentidos, tende
a haver um melhor processamento da informação proveniente dos sentidos
não afetados. Indivíduos surdos e invisuais congénitos apresentam
performances superiores a indivíduos controlo em tarefas que requerem o uso
de informação dos sentidos não afetados. Estes indivíduos apresentam
também índices de neuroplasticidade intermodal. Regiões normalmente
associadas ao processamento da informação proveniente do sentido afetado (o
córtex visual e auditivo em invisuais e surdos respetivamente) respondem a
informação proveniente dos outros sentidos.
Nesta palestra vamos apresentar dados de neuroimagiologia e de psicofísica
sobre o modo como estas regiões primárias se reorganizam devido à
neuroplasticidade. Em particular, queremos compreender quais os princípios
funcionais e anatómicos que regem a reorganização destas áreas devido à
neuroplasticidade – estarão estas áreas organizadas segundo os princípios
vigentes em sujeitos controlo, ou seguirão uma organização relacionada com o
tipo de informação que agora processam?
5.
“Momentos de inovação e mudança psicoterapêutica” – Prof. Dr.
Miguel Gonçalves (EPsi – UM)
Para estudar a mudança terapêutica de uma perspetiva narrativa
desenvolvemos um sistema de codificação das novidades que emergem na
psicoterapia, designadas por momentos de inovação (MIs). Depois de descrever
este sistema de codificação, apresentamos dados recolhidos em três amostras
distintas de psicoterapia (terapia narrativa, terapia centrada nas emoções e
terapia centrada no cliente). A partir destes dados, e de um conjunto de
estudos de caso, elaboramos um modelo de mudança terapêutica que enfatiza
a importância dos MIs de reconceptualização. A reconceptualização envolve
duas componentes: um contraste entre o passado problemático e o presente
mais adaptativo, e uma metaposição a partir do qual o contraste pode ser
observado. Especulamos que diversas funções desenvolvimentais estão
envolvidas neste tipo de MI, que o torna vital na mudança terapêutica.
Finalmente um modelo de fracasso terapêutico é discutido, no qual o cliente
fica bloqueado entre a elaboração de MIs e a atenuação do seu potencial de
mudança, criando um processo de ambivalência que dificulta ou impede a
mudança.
6.
“No necessitar (dialético) é que está o ganho!: Psicoterapia,
emoções e necessidades psicológicas” – Prof. Dr. António Branco
Vasco (FPIEUL)
Trata-se de uma palestra em que será abordada a centralidade da “regulação
das necessidades psicológicas” para o bem-estar e saúde mental, recorrendo a
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9. 9
um novo modelo. A capacidade de regulação da satisfação das necessidades é
relacionada com um adequado funcionamento do sistema emocional.
Estabelecem-se relações com a psicoterapia, acentuando o modo como este
tipo de modelos responde aos resultados mais recentes, que acentuam a
primordial importância das variáveis do paciente para o resultado terapêutico
e formulam-se implicações para a prática clínica.
7.
“Podem os grupos sociais funcionar como extensões cognitivas do
cérebro individual?” – Prof. Dr. Leonel Garcia-Marques (FPIEUL)
Embora seja relativamente comum pensar na cognição humana como
residindo exclusivamente no cérebro humano, nada é mais intrinsecamente
humano do que o uso de extensões cognitivas do cérebro (por exemplo, mapas,
ábaco, papel logarítmico). Na minha conferência, vou colocar uma pergunta
extremamente simples: pode um grupo social pode atuar como uma extensão
do cérebro individual? A resposta a esta pergunta, fácil de colocar, não é,
contudo, tão fácil de fornecer. Na verdade, o grupo social tem uma reputação
cognitiva muito pejorativa (por exemplo, a psicologia das multidões, o
groupthink, conformismo), etc.. Um novo exemplo desta má reputação, vou
discutir um efeito mais recentemente identificado, que, aparentemente,
retracta mais uma vez o grupo social como um fardo cognitivo - o efeito da
inibição colaborativa da memória. Descreverei o efeito, apresentarei alguma da
minha própria investigação sobre o assunto e oferecerei algumas especulações
e também novos dados que sugerem que a inibição de colaboração faz parte de
um processo de destruição criativa. Um processo que representa um primeiro
passo para a geração de uma memória distribuída eficaz.
8.
“Educação, Equidade e Inclusão” – Prof. Dr. José Morgado (ISPA)
Reflexão sobre os caminhos da educação no sentido de assegurar equidade e
qualidade para todos os alunos.
9.
“Medir em Psicologia. Pode-se?” – Prof. Dr. Armando Mónica
(FPCEUC)
A psicologia, enquanto ciência, reivindicou desde o início o direito a
quantificar/medir. Porém, este objetivo encontrou também sempre desde o
início fortes objeções, mesmo entre os psicólogos. Donde a pergunta: é
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10. 10
possível medir em Psicologia? A sessão apresenta e discute algumas das
tentativas de responder positivamente a esta pergunta.
10. “Ser
disléxico ou tornar-se disléxico? A insustentável leveza de
uma significativa diferença” – Prof. Dr. João Lopes (EPsi – UM)
Porque é que a dislexia já não consta do DSM-V e porque é que as
“perturbações específicas de aprendizagem” constituem uma perturbação
(doença mental) (de tipo neurodesenvolvimental)? Porque é que há mais
disléxicos no RU ou nos EUA do que em Portugal? Ter dificuldades na
aprendizagem da leitura constitui uma doença (incapacidade) ou um pecado
(preguiça?)
Estas são algumas questões cuja resposta põe em causa a validade do
conceito de dislexia e os enormes equívocos por ele originados junto de
investigadores, professores e pais. Nesta sessão pretende-se explicitar estes
equívocos, a sua origem e a forma de, na prática, os ultrapassar.
11. “Vitimação
por Stalking: Da investigação à Intervenção” – Prof.
Dra. Marlene Matos (EPsi – UM)
O stalking, enquanto forma de violência interpessoal, define-se como um
padrão de comportamentos de assédio persistente e manifesta-se através de
formas diversas de comunicação, contacto, vigilância e monitorização de uma
pessoa-alvo. A omnipresença indesejada do outro, a intrusão e a
imprevisibilidade que o caracterizam tendem a gerar níveis elevados de medo
e, nalguns casos, há um risco significativo de violência física sobre vítima. Nos
últimos anos, alguns estudos internacionais têm dado conta da preocupante
prevalência da vitimação por stalking, nomeadamente em países europeus. Ao
contrário do que acontece em muitos países em Portugal esta forma de
vitimação não é reconhecida como crime e até há bem pouco tempo assistia-se
à sua invisibilidade no contexto nacional. O nosso interesse científico no
fenómeno, a partir da uma perspetiva vitimológica, visa melhorar o
conhecimento sobre o stalking em Portugal de modo a contribuir para o seu
reconhecimento, o debate informado e a otimização de procedimentos e boas
práticas que garantam respostas adequadas às necessidades das vítimas.
Nesta lecture apresentaremos os resultados dos estudos levados a cabo pela
nossa equipa de investigação (G.I.S.P.), que têm analisado diferentes facetas
do fenómeno (e.g., stalking entre os jovens, stalking pós-rutura relacional,
ciberstalking). Destaca-se o primeiro estudo, baseado numa amostra
representativa da população portuguesa através de entrevistas face-a-face,
que procurou mapear a dimensão do fenómeno em Portugal, identificando a
sua natureza e principais características junto da comunidade (e.g., perfis,
dinâmicas, cenários). Para além disso, procurou diagnosticar o impacto do
stalking na vítima e conhecer as suas respostas à vitimação, avaliando
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11. 11
simultaneamente a utilidade do apoio recebido. Finalmente, e embora se trate
de um objeto de atenção científica recente, apresentaremos os
desenvolvimentos práticos decorrentes destas investigações, nomeadamente
ao nível da intervenção.
12. “The
role of health psychology in health policy” – Prof. Dr. Kai
Ruggeri (University of Cambridge)
This talk will focus on areas where health psychologists can have an
important impact on health policy. It will use examples of ongoing work
addressing specific, current health challenges. We will cover a series of
domains including the focus on illness instead of health, innovative health
technology and access to health. These will be presented at varying levels from
European to local health services. We will then open a discussion on how
these can be understood and addressed in Portugal.
13. “Mitos
e erros lógicos em psicologia forense” – Prof. Dr. Carlos
Fernandes da Silva (PsyLab, UA)
Ao longo dos últimos 2 séculos tem havido um erro fundamental na
classificação das especialidades da psicologia aplicada. As especialidades são
amiúde definidas pelo setting de intervenção (forense, trabalho e organizações,
escolar e da educação, do desporto, etc), o que é o critério adequado e
universal. Porém, a psicologia clínica e da saúde é um contrassenso. “Clínica”
é um termo que designa um método e não um setting, pelo que se deveria
chamar tão-somente psicologia da saúde (mental e física) e a clínica deveria
ser uma competência transversal a todos os psicólogos. Nenhum psicólogo
deveria exercer funções em que especialidade fosse, sem primeiro ter treino
intensivo em competências clínicas. Não faz sentido um psicólogo forense
avaliar e tratar vítimas ou agressores sem competências clínicas. Para além
deste erro fundamental, no âmbito da psicologia forense há diversos mitos e
erros lógicos que podem determinar a condenação de um inocente e a
absolvição de um infrator (seja em direito penal, civil ou outro ramo do
Direito). Mitos e erros sobre como detetar a mentira, sobre a avaliação em
psicologia forense (validade dos testes e procedimentos), sobre o profilling,
sobre a construção da prova, etc. Será abordado o problema da lógica sem a
variável tempo e a causalidade. Por último, como não há boa prática sem uma
boa teoria, a psicologia forense torna-se mais sólida se tiver em conta também
os estudos no âmbito da psicologia experimental, laboratorial e de campo.
Serão referidos alguns projetos em curso no Laboratório de Psicologia
Experimental e Aplicada (PsyLab) da Universidade de Aveiro, no âmbito da
psicologia forense (e.g., o papel do olfato, os erros no testemunho visual e
alinhamentos, a deteção da mentira, o papel da eletroencefalografia
quantitativa e da psicofisiologia).
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12. 12
14. “O
Rei Vai Nu: Credulidade e Cepticismo na Formação do
Psicólogo” – Prof. Dr. Armando Machado (EPsi – UM)
O cepticismo é uma qualidade central de cientistas e de profissionais que
baseiam a sua ação na evidência empírica. Esta qualidade é tanto mais
necessária quanto mais a área de investigação/intervenção for povoada por
preconceitos, superstições, mitos, ideias já feitas e crenças falsas. No entanto,
o cepticismo é difícil de adquirir: Por defeito, somos crédulos, acreditamos nos
sentidos, nas ideias feitas, na autoridade e tradição. O cepticismo é derivado,
requere esforço e muitas vezes coragem; é construído; é produto da educação.
Nesta comunicação argumentarei que na Psicologia a tensão entre a
necessidade de cepticismo, por um lado, e a dificuldade em o adquirir, por
outro, é extraordinariamente forte. O interesse pelo outro que caracteriza a
maioria dos aprendizes de Psicologia, o modelo de formação atualmente em
vigor na academia, e a responsabilidade social crescente atribuída aos
profissionais de Psicologia promovem e reforçam a credulidade. De cientista
céptico (mas não cínico) os psicólogos têm pouco, demasiado pouco.
Terminarei com algumas ideias sobre como inverter esta situação.
15. “A
Neuropsicologia prática no dia-a-dia de um psicólogo” – Prof.
Dr. Luis Maia (UBI)
*A descrição desta lecture será divulgada brevemente.
16. “Inteligência
Artificial” – Dr. Bruno Aragão (EPsi – UM)
*A descrição desta lecture será divulgada brevemente.
Outras comunicações
1.
Debate: “A sexualidade numa perspetiva evolucionista”
Prof. Dr. Pedro Urbano (FPCEUC) - Perspetiva evolucionista sobre a atracão, a
escolha e as estratégias sexuais (de curto e de longo termo) em ambos os
sexos. Reflexão sobre a sexualidade de uma espécie a meio caminho entre a
poligamia e a monogamia. Dados da Psicologia Evolucionista.
Prof. Dr. José Palma-Oliveira (FPIEUL) - Comportamento sexual dos primatas.
A falsa discussão entre monogamia e poligamia nos mais próximos
(chimpanzés e bonobos). A teoria da evolução moderna e as aplicações ao
comportamento humano. O desejo como processo automático. As estratégias
individuais e de grupo e o comportamento sexual ao longo da evolução
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13. 13
humana. O mistério do orgasmo feminino. Fatores de escolha sexual e
relacional nos humanos e nos outros. A
beleza (simetria) como uma
característica pós agrícola.
2.
Mesa Redonda: “Ciência e prática da Psicologia do Desporto e da
Performance: Crenças, paradoxos e tentações”
Prof. Dr. José Fernando Cruz (Professor Associado, Escola de Psicologia,
Universidade do Minho)
Prof. Dra. Cláudia Dias (Professora Auxiliar, Faculdade de Desporto,
Universidade do Porto)
Dr. Luís André Alves (Psicólogo, Coordenador do Departamento de Psicologia,
Futebol Clube do Porto, S.A.D.)
3.
Sessão Plenária: “Ética de mínimos e de máximos” – Prof. Dr.
Daniel Serrão
Como distinguir, conceptualmente, ética individual e ética social ou
moralidade pública.
A ética individual como ética de máximos. Virtudes humanas como expressão
concreta da ética de máximos.
A ética social como ética de mínimos. Os moral strangers sociais de
Engelhardt, Jr., a tolerância mútua e a intolerabilidade do que é intolerável.
Valores, princípios e normas sociais. O consentimento informado como
paradigma da eticidade social.
O sonho de Potter de uma ética global como estratégia de sobrevivência
humana.
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