1. O documento discute a elaboração de cookies a partir de farinha de trigo, ovos, açúcar, gordura e outros ingredientes.
2. Ele explica como a receita foi preparada e testada, resultando em cookies com boa aceitação sensorial apesar de alguns terem sido queimados devido ao forno inadequado.
3. O documento também analisa como diferentes ingredientes afetam a qualidade dos cookies e conclui que a formulação teve bons resultados, apesar da necessidade de um forno melhor para cozinhá-los de forma unifor
1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ
CAMPUS TERESINA CENTRAL
CURSO: TECNOLOGIA EM ALIMENTOS
DISCIPLINA: TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL II
PROFESSOR: Dr. ROBSON ALVES
ELABORAÇÃO DE COOKIES
EMÍDIO BARROS
GEÓRGIA ALENCAR
HENRIQUE MENDES
MILENA LEAL
TERESINA – PI
OUTUBRO, 2016
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1 INTRODUÇÃO
O termo biscoito começou a ser usado para descrever o pão cozido e duro, que
podia ser guardado sem estragar. E embora não seja um alimento de primeira
necessidade como o pão, são aceitos e consumidos por todas as faixas etárias. Sua
vida útil mais prolongada, permite que sejam produzidos em grande quantidade e
largamente distribuídos. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biscoitos
com uma produção de 1,1 mil toneladas, atrás apenas dos Estados Unidos
(GUTKOSKI; NODARI; JACOBSEN NETO, 2003; BAKE INFO, 2004; SIMABESP,
2008).
Tais biscoitos têm sua origem artesanal, vinda da cultura alemã onde eram
utilizados para testar a temperatura do forno antes de assar bolo, até os britânicos
descobrirem tal iguaria para acompanhar o tradicional chá das cinco. Posteriormente,
foi difundido pela América através da colonização onde ganhou maior destaque e
consumo, principalmente nos Estados Unidos, que inseriu as gotas de chocolate na
receita. Tal país é o maior consumidor desse biscoito, atingindo mais de 2 bilhões de
cookies/ano, o que significa 300 cookies para cada cidadão (LISBOA, 2010).
Os biscoitos tipo cookies, tem como base em sua formulação farinha, ovos,
açúcar e gordura, entre outros ingredientes e condimentos que conferem sabor
característico aos mesmos. E esses ingredientes afetam diretamente a sua qualidade,
dentre eles, está a farinha de trigo, o principal ingrediente das formulações de
biscoitos, devendo apresentar taxa de extração entre 70 e 75%, teor de proteínas
entre 8 e 11% e glúten extensível (JACOBSEN NETO, 2003; BRASIL, 2005; PERES,
2010).
Cookies de boa qualidade são elaborados a partir da farinha de trigo mole, com
baixo teor de proteína bruta, alta taxa de extração de farinha de quebra e pequeno
tamanho de partículas, sendo dureza a característica mais importante. Ingredientes
como o açúcar, também influenciam bastante na qualidade do produto, por exemplo,
contribui tanto para a textura, sabor, doçura e cor do biscoito. O aumento da
concentração de açúcar, aumenta o espalhamento e a pegajosidade, além de reduzir
a espessura dos biscoitos (LABUSCHAGNE et al.,1997; ORMENESE et al., 2001).
O açúcar proporciona maior conservação ao produto, pelo seu poder de reter
umidade, garantindo aos biscoitos uma textura mais branda e macia, além de ser
responsável pela coloração dos biscoitos. Os açúcares de granulometria fina deixam
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o biscoito crocante, ou seja, com textura mais firme, porém a expansão em geral, é
menor (MANOHAR; HARIDAS-RAO, 1997).
O lipídio também é um dos componentes básicos da formulação de biscoitos
tipo cookies e se apresenta em concentrações bem altas. Algumas formulações
apresentam conteúdo entre 30 e 60% de lipídios, 30 e 75% de açúcar e baixo teor de
umidade variando entre 7 e 20%. Os lipídios deixam os biscoitos mais macios e menos
extensíveis, enquanto que açúcares como a sacarose, contribuem para o aumento do
diâmetro do biscoito bem como para a característica de quebra. A gordura contribui
para lubrificar a massa e reduzir os tempos de mistura, melhorando a absorção,
aumentando o volume, melhorando a cor, suavizando as superfícies, aumentando a
vida útil e o amaciamento da massa (PERRY et al., 2003; JACOB; LEELAVATHI,
2007).
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
- Elaborar biscoito tipo cookie a base de farinha de trigo.
2.2 Objetivos Específicos
- Identificar os fatores que interferem na qualidade da elaboração de cookies;
- Diferenciar a ação do fermento químico e do biológico;
- Compreender a importância dos ingredientes adicionados;
- Compreender a importância do trabalho com precisão no laboratório durante cada
etapa do processamento, visando reduzir erros.
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3 METODOLOGIA
3.1 Materiais
400g de margarina;
360g de açúcar cristal;
360g de açúcar mascavo;
4 ovos;
480g de farinha de trigo;
600g de aveia liquidificada;
3g de sal;
15g de fermento em pó;
15g de bicarbonato de sódio;
400g de castanha de caju picadas;
1kg de chocolate ao leite em cubos pequenos;
Batedeira;
Batedor de arame;
Tigela grande;
Forno pré-aquecido a 200 °C
Assadeiras.
3.2 Procedimento
Numa batedeira, colocou-se a manteiga, o açúcar cristal, o açúcar mascavo e
bateu-se até formar um creme. Logo após, adicionou-se 4 ovos, dando continuidade
com a bateção. Desligou-se a batedeira e transferiu-se a mistura para uma tigela
grande. Em seguida, com o auxílio de um batedor de arame, juntou-se bem a mistura
com a farinha de trigo, acrescentando a aveia liquidificada, o sal, o fermento em pó, o
bicarbonato de sódio. Agregou-se as castanhas picadas e o chocolate ao leite em
cubos pequenos até formar uma massa. Em seguida, com as mãos fez-se pequenas
bolinhas, arrumando-as nas assadeiras, distantes 5cm umas das outras e levou-se ao
forno pré-aquecido a 200 °C por 10 minutos.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos na elaboração de biscoitos tipo “cookies” foram
satisfatórios em parte, pois o forno no qual estes estavam sendo assados não estava
preparado para recebe-los, e alguns dos biscoitos ficaram queimados. Porém, os não
queimados, quanto às características sensoriais, obtiveram bons resultados de sabor,
odor, consistência, diâmetro e composição.
Quanto à farinha de trigo utilizada para a elaboração do biscoito tipo cookies
no presente trabalho, apresentou teor de proteína adequado para produção deste
produto. Segundo Gutkoski, Nodari, Jacobsen Neto (2003), biscoitos tipo cookies de
boa qualidade são obtidos a partir da farinha de trigos moles, de baixo teor de proteína
bruta, entre 8 e 11%. Contudo, para o trigo brasileiro, em geral, a proteína não é um
parâmetro importante porque existem muitas proteínas solúveis que não são
formadoras de glúten, logo, o valor encontrado pode não ter aplicabilidade prática.
Os biscoitos tipo cookies geralmente apresentam aumento no diâmetro depois
do forneamento, que é atribuído ao baixo conteúdo de glúten e força da farinha de
trigo mole, que forma um filme frágil ao invés de rede visco elástica (ZOULIAS;
OREOPOULOU; KOUNALAKI, 2002). No presente estudo, foi empregada farinha
especial na elaboração dos biscoitos, mas também se obteve aumento no diâmetro,
contudo, este foi provavelmente inferior ao que se obteria se tivesse sido usada farinha
de trigo mole e se estes tivessem espaço na forma para se expandir mais.
Por conseguinte, a gordura tem capacidade de reduzir o tempo de mistura e a
energia exigidos, pois envolvem os grânulos de açúcar e as partículas de farinha de
trigo. Também cumpre a função do controle e do desenvolvimento excessivo do
glúten, tornando o produto final mais macio (BUENO, 2005).
O biscoito produzido neste trabalho foi enriquecido com alguns nutrientes. De
acordo com Fasolin et al. (2007), outros trabalhos realizados com diferentes tipos de
biscoitos têm demonstrado forte tendência das indústrias e de trabalhos de pesquisa
em promover o enriquecimento de biscoitos. Segundo Santucci et al. (2003), a mistura
de farinhas não convencionais com a farinha de trigo melhora a qualidade nutricional
de biscoitos e pode até melhorar sua palatabilidade, tornando-os mais aceitos pelos
consumidores.
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5 CONCLUSÃO
Os biscoitos tipo cookie tiveram boa aceitação sensorial, seu formato, cor sabor
e consistência foram satisfatórios. A ação do fermento químico foi eficaz resultando
em bom crescimento do biscoito. O forno utilizado não foi adequado pois o calor não
foi dissipado uniformemente, levando a perda de alguns cookies.
9. REFERÊNCIAS
BAKE INFO. The New Zealand Baking Industry Research Trust. New Zealand.
The science behing bread making. Disponível
em:<http://www.bakeinfo.co.nz/school/school_info/bakeryProducts.php#biscuit>
. Acesso em: 28 set. 2016.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução n°
263, de 22 de setembro de 2005 – Regulamento Técnico para produtos de
cereais, amidos, farinhas e farelos. 2005.
GÖKMEN, V. et al. Significance of furosine as heat-induced marker in cookies.
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GUTKOSKI, L. C.; NODARI, M. L.; JACOBSEN NETO, R. Avaliação de farinhas de
trigos cultivados no Rio Grande do Sul na produção de biscoitos. Ciência e
Tecnologia de Alimentos, v. 23, n.supl, p. 91-97, 2003.
JACOB, J.; LEELAVATHI, K. Effect of fat-type on cookie dough and cookie quality.
Journal of Food Engineering, v. 79, n. 1, p. 299-305, 2007.
LABUSCHAGNE, M. T.; CLLSSEN, A.; DEVENTER, C. S. Biscuit-making of backcross
derivatives of wheat differing in kernel hardness. Euphytica, v. 96, n. 2, p. 263-266,
1997.
LISBOA, M. História dos cookies. 2010. Disponível em:
<http://fundojornalistico.wordpress.com/2010/09/05/historia-dos-cookies/>. Acesso
em: 28 set. 2016.
MANOHAR, R. S.; HARIDAS-RAO, P. Effect of sugars on the rheological
characteristics of biscuit dough and quality of biscuits. Journal of the Science of Food
and Agriculture, v. 75, n. 3, p. 383-390, 1997.
ORMENESE, R. C. S. C. et al. Perfil sensorial e teste de consumidor de biscoito
recheado sabor chocolate. Boletim do Centro de Pesquisa e Processamento de
Alimentos, v. 19, n. 2, p. 277-300, 2001.
PAREYT, B. et al. The role of sugar and fat in sugar-snap cookies: Structural and
textural properties. Journal of Food Engineering, v. 90, n. 3, p. 400-408, 2009.
PERES, Andrea. P. Desenvolvimento de um biscoito tipo cookie enriquecido
com cálcio e vitamina D. 2010. 93f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de
Alimentos) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.
PERRY, J. M. et al. Instrumental and sensory assessment of oatmeal and chocolate
chip cookies: modified with sugar and fat replacers. Cereal Chemistry, v. 80, n. 1, p.
45-51, 2003.
10. SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE MASSAS E BISCOITOS NO ESTADO DE SÃO
PAULO – SIMABESP. A história do biscoito. São Paulo, 2008. Disponível em:
<http://www.simabesp.org.br/infob.asp>. Acesso em: 28 set. 2016.