2. Alírio de Cerqueira Filho, no livro
Psicoterapia à luz do Evangelho de
Jesus, nos fala da importância de
buscar a nossa Essência Divina e nos
mostra as técnicas e exercícios de auto
amor que devemos praticar para que
possamos nos libertar do negativismo e
das máscaras do Ego, condições que
impedem o nosso auto encontro.
Veremos um pequeno resumo do Capítulo1 do
livro citado.
Edna Costa
3. Buscar o Auto Encontro é buscar a própria Essência
Divina através da espiritualização para se religar com
a Consciência Cósmica Criadora.
4. As diversas abordagens psicológicas nos relatam a
existência de duas estruturas em nosso psiquismo:
EGO
SELF
5. “O Self, também conhecido como Eu Profundo, Eu
Superior ou Ser Essencial, é a Essência Divina
amorosa que todo ser humano é, imagem e
semelhança do Criador, conforme narra poeticamente
a gênese bíblica.”
(Alírio de Cerqueira Filho)
6. O Ego é fruto da imperfeição e ignorância que ainda
existem em nós, formado por duas faces:
1 – Uma
evidente, caracterizada pelo
desamor
2 – A outra, mascarada,
criada pelo pseudo-amor
7. “ O Ser Essencial é o amor,
no entanto, no processo de
despertamento da sua
potencialidade divina, adquire
expressões não legítimas,
que passam a atormentá-lo,
já que fazem parte do
processo de negatividades,
que são o desamor e as
máscaras do Ego,
expressando-se como
pseudo-amor.”
(Joanna de Ângelis – Amor; Imbatível
Amor – pag. 189)
8. Representação Didática da Psique Humana
(Abordagem Transpessoal)
Representamos a psique
humana sendo formada por
três esferas concêntricas.
1 - Máscaras do Ego oriundas
do pseudo-amor
2 – Negatividades do Ego
formadas pelo desamor
3 – Ser Essencial , Essência
verdadeira. Ser que é
resultado do amor verdadeiro,
essencial
9. Ser Essencial ou Causal
É o Centro da Consciência, onde estão fixadas todas as
características positivas e os valores reais do indivíduo.
É o nosso Eu Superior, Profundo, o Self.
Originam-se no Ser Essencial
todos os sentimentos nobres
que nos caracterizam:
bondade, fraternidade, solidarie
dade, ética, compaixão, justiça,
sinceridade, tolerância, amizade
, auto-estima, etc,
todos os valores que são
derivados da energia de Amor
que o compõe.
10. Ego
É a camada de ignorância que envolve o Ser Essencial,
onde ficam registradas todas as experiências
equivocadas, nas quais não colocamos em prática o
amor essencial. É o nosso Eu menor, inferior.
É composto de duas partes:
1 – Negatividades do Ego
(desamor)
2 – Máscaras do Ego
(pseudo-amor)
11. As Negatividades do Ego
É a parte do Ego onde ficam registrados todos os
sentimentos que representam a ausência do valor
essencial correspondente.
Se originam nas energias
de desamor (ausência do
amor) que compõem o
Ego.
Exemplo: ódio, egoísmo,
orgulho, revolta, raiva,
mágoa, ressentimento,
angústia, depressão,
ansiedade, desespero,
medo, pânico, violência,
cólera, ciúme, etc
12. As Negatividades do Ego
Todos estes sentimentos negativos
apenas representam o movimento
egóico de não-valor e por isso são
transitórios
Existem enquanto não nos
dispomos a cultivar os
sentimentos reais, que são
os essenciais.
13. As Máscaras do Ego
É a parte disfarçada, mascarada, onde o Ego lança
mão dos seus instrumentos de defesa e de fuga.
Originam-se na energia de
pseudo-amor, onde o indivíduo,
consciente ou
inconscientemente, mascara as
negatividades do Ego com
sentimentos aparentemente
positivos.
Exemplo: euforia, auto-piedade,
perfeccionismo, pseudoperdão, martírio, puritanismo,
etc
14. As Máscaras do Ego
As máscaras podem, quando vitalizadas, impedir o
contato mais profundo com o Ser Essencial, pois, ao
parecer que cultiva os valores essenciais, o
indivíduo cristaliza estes sentimentos falsos.
15. O Prazer Egóico
Assume variadas formas de
manifestação.
Existem pessoas que buscam o prazer
ligado às questões biológicas
instintivas.
São aquelas que assumem atitudes
puramente fisiológicas: comem, fazem
sexo, dormem, usam drogas
estimulantes ou anestesiantes –
conforme o momento - , se divertem,
trabalham apenas para auferir os
recursos para manter essas atividades
e não por prazer de serem úteis.
16. O Prazer Egóico
Outras nutrem paixões e o Ego se
manifesta, além das práticas
anteriormente citadas, também através
das negatividades como:
o orgulho, o egoísmo, a vaidade, a
vingança, a inveja, entre outras.
. se manifesta, por
O prazer que sentem
exemplo, na bajulação que adoram
receber, ou no sofrimento pelo qual um
desafeto passa, por aqueles que a
estão perseguindo, por vingança, etc
17. O Cultivo das Negatividades do
Ego
O cultivo das negatividades do Ego,
não obstante gerem um prazer
momentâneo, exaurem o Ser.
Diferentemente do prazer essencial
portador de energias sutis refazedoras,
as energias egóicas são demasiado
grosseiras e acabam por desvitalizar e
danificar o perispírito e o corpo físico.
18. O Cultivo das Máscaras do Ego
O cultivo das Máscaras do Ego é pior para o
indivíduo, do que vivenciar as negatividades.
A máscara gera aquilo que denominamos, em
psicologia, de “Zona de Conforto Psicológica”.
É por isso que o processo de retorno ao Essencial
fica difícil, pois é necessário primeiro, fazer cair a
máscara, reconhecer as negatividades ocultas por
ela, processo que é muito doloroso, porque fere o
orgulho. Somente a partir daí, com exercícios
gradativos de humildade, retornar ao amor verdadeiro
(Essencial).
19. As Máscaras do Ego
No processo de estruturação da psique humana, o
indivíduo realiza, consciente ou inconscientemente,
um movimento de repressão, bloqueando as
negatividades do Ego, devido ao fato desses
sentimentos gerarem uma aversão muito grande,
tanto por parte dele próprio, quanto de outras
pessoas.
20. As Máscaras o Ego
Essa é uma atitude pouco inteligente
emocionalmente, pois o indivíduo mascara os seus
sentimentos originando as chamadas Máscaras do
Ego, para parecer aquilo que não é.
Há um movimento criado pelo Ego para se
defender, gerando a energia do pseudoamor, portanto, para parecer que é
amor, característica própria do Ser Essencial.
Esse fato retarda o processo
do auto-encontro, isto é, do
encontro do indivíduo
consigo mesmo em
Essência.
21. As Máscaras do Ego
Na maioria das vezes, o indivíduo utiliza os
mecanismos de defesa (máscaras) de forma
inconsciente ou involuntária, numa tentativa de se
proteger, tentativa que redunda numa falsa proteção.
Outras vezes, utiliza-os de forma bastante
consciente, sabendo que está fugindo de alguma
coisa.
Podemos encontrar várias modalidades de
mecanismos de defesa do Ego, nos quais as
negatividades egóicas são mascaradas.
Vamos analisar os mecanismos mais comuns,
buscando perceber as negatividades do Ego por trás
delas.
22. As Máscaras do Ego
Compensação: Mecanismo de defesa pelo qual se
procura compensar um comportamento negativo,
substituindo-o por um comportamento aparentemente
positivo.
O indivíduo busca, consciente ou
inconscientemente, camuflar, reprimir
os seus defeitos e fraquezas pessoais,
que podem ser reais ou imaginários.
Caracteriza-se pelo exagero, pelo
excesso das manifestações
aparentemente positivas.
23. Mas, como esse comportamento é baseado na
repressão das negatividades do Ego não
trabalhadas, o que surge é apenas uma máscara que
parece, mas não é, o valor essencial que se deseja.
Alguns exemplos práticos desse
mecanismo:
Puritanismo, Fanatismo, Martírio,
Vitimização, Perfeccionismo, Euforia.
24. As Máscaras do Ego
Projeção: É também chamada de Transferência.
Mecanismo de defesa que leva o indivíduo a
interpretar os pensamentos, sentimentos e as
atividades de outras pessoas em função de suas
próprias tendências.
O Ego reprime os seus conflitos de
personalidade, projetando-os em outras
pessoas, fugindo da aceitação de seus próprios erros
e da responsabilidade por eles.
A projeção dos sentimentos interiores no mundo
exterior, comumente significa ver no outro, aquilo de
que não se gosta em si mesmo.
25. As Máscaras do Ego
Projeção
Uma das formas mais comuns de projeção é a
necessidade de culpar os outros pelas próprias
atitudes, transferindo para outrem a responsabilidade
sobre si mesmo.
A única forma de se libertar da projeção é interromper
esse mecanismo de transferência, aceitando os seus
defeitos e responsabilizando-se pelos seus erros e
acertos e, com isso, tornar-se uma pessoa melhor.
26. As Máscaras do Ego
Racionalização: É um processo pelo qual o indivíduo
busca justificar quaisquer pensamentos, sentimentos
ou ações que julgou inaceitáveis, mediante motivos
justos aparentes, que são mais toleráveis do que os
verdadeiros.
As razões reais de sua conduta são mascaradas por
alegações falsas. A pessoa não admite que aquela
ação que ela quer realizar é errada, embora em sua
consciência isso esteja bem claro.
27. As Máscaras do Ego
Racionalização
Por exemplo, uma pessoa que explora uma
empregada doméstica que recebe um salário baixo,
não podendo suportar a angústia de se perceber
como exploradora da outra, justifica a sua atitude
dizendo: “Ela é muito incompetente e não merece
ganhar mais do que isso”,; “Se fosse trabalhar na
casa de outra pessoa, ela ganharia menos, porque é
muito burra.”
28. As Máscaras do Ego
Racionalização
Esse mecanismo de fuga torna-se um desequilíbrio
psicológico grave, se for utilizado continuamente.
Ninguém pode mudar um mal em bem, apenas porque
se recusa a aceitar, conscientemente, esse mal.
Deve-se trabalhar esse mecanismo, a fim de ser
transmutado, ao invés de ser ignorado ou justificado
através da racionalização. A continuidade desse
processo culmina na perda do sentido existencial.
29. As Máscaras do Ego
Deslocamento: É o mecanismo pelo qual se desloca
um sentimento negativo de uma pessoa ou situação
para uma outra pessoa ou situação.
Quando experimentamos, por exemplo, um
sentimento de revolta ou de animosidade contra
alguém ou alguma coisa, mas as circunstâncias não
permitem expressá-lo, deslocamos esse sentimento
para reações de violência contra objetos que são
quebrados ou outras pessoa que nada têm a ver com
o problema.
30. As Máscaras do Ego
Deslocamento
Exemplificando, uma pessoa tem uma dificuldade
com o chefe no trabalho e, ao chegar em casa,
desloca a sua raiva brigando com a mulher ou com
os filhos.
Outra situação comum é quebrar objetos como
pratos, dar murros na parede, quando encolerizados.
A pessoa desloca a vontade de bater em quem é o
motivo da sua cólera para os objetos que destrói.
31. As Máscaras do Ego
Negação: É a recusa em reconhecer aquilo que não
se quer ver. Por exemplo: fingir não se preocupar se
o cônjuge está sendo infiel, é um tipo de negação
muito comum.
Outro tipo de negação, é a evidente recusa do
reconhecimento dos malefícios do alcoolismo e do
tabagismo. Por mais que se conheçam todos os
problemas causados por esse vícios, as pessoas
continuam bebendo e fumando. O que comumente se
diz: “Esse problema não vai acontecer comigo”, como
se os problemas só acontecessem com os outros.
32. A utilização dos mecanismos de defesa
assemelha-se ao comportamento de uma
pessoa que, possuindo na pele, muitas
feridas com aspecto asqueroso, cheias de
pus, exalando mau cheiro, não coloca o
medicamento correto para fazer com que
as feridas se curem. Simplesmente as
cobre com uma roupa impecável – de
preferência de tecidos nobres como a seda
ou linho – passa um perfume francês dos
mais caros, para disfarçar o mau cheiro,
enganando, com isso, a si própria e aos
outros.
34. As máscaras do Ego devem ser lentamente liberadas
de nossa personalidade, pela aceitação das
negatividades do Ego e da sua consequente
transmutação através dos sentimentos de amor
originários do Ser Essencial.
35. Quanto mais cedo assim fizermos, melhor para nós,
pois ao invés de virtudes falsas, buscaremos
desenvolver as verdadeiras.
Quanto mais as cultivarmos, mais as teremos, ao
contrário das máscaras, que cedo ou tarde cairão.
36. Criação: Edna Costa
Textos extraídos do Livro Psicoterapia a Luz do
Evangelho de Jesus – Alírio de Cerqueira Filho
Imagens: Google
Jan/2014