SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 21
DESIGN GRÁFICO NA
   PUBLICIDADE

  Prof. Ms. Elizeu N. Silva
A tipologia (ou tipografia) é um
importante recurso visual. As escolhas
relacionadas aos tipos de letras podem
auxiliar na interpretação da mensagem.


Mais que signos que permitem a leitura
verbal, as letras também proporcionam
leituras visuais em função do design.


Grosso modo, às fontes SERIFADAS,
associam-se ideias relacionadas à
tradição.
Às fontes BASTÃO, associam-se ideias
relacionadas a despojamento.
Os tipos móveis inventados por Johannes Gutenberg na
Alemanha no século XV, revolucionaram a escrita no Ocidente.
Ao contrário dos escribas, que fabricavam livros e documentos
à mão, a impressão com tipos permitia a distribuição de
conteúdos em massa.


Os tipos móveis foram empregados na China muito antes que
na Alemanha. No entanto, foram pouco úteis, pois o sistema de
escrita chinês composto por milhares de caracteres distinto,
dificultou o desenvolvimento da arte tipográfica.
No Ocidente, ao contrário, o alfabeto latino permite a tradução
dos sons da fala a partir de um pequeno conjunto de sinais
gráficos – os caracteres.
As primeiras fontes foram desenhadas
diretamente a partir do movimento feito
com a mão para escrever.
A história da tipografia reflete uma tensão
contínua entre a mão e a máquina, o
orgânico e o geométrico, o corpo humano
e o sistema abstrato.


A tipologia da famosa Bíblia de Gutenberg
baseou-se no manuscrito. Emulava a
densa e escura escrita manual conhecida
como letra gótica.
Muitas das fontes utilizadas hoje herdaram os nomes de
impressores que trabalharam nos séculos XV e XVI. É o caso
da Garamond, Bembo, Palatino e Jenson, entre outras. São
fontes conhecidas como HUMANISTAS, que resultam da
rejeição de escritores e acadêmicos ao gótico predominante à
época.
Em 1496, Nicolas Jenson
estabeleceu uma gráfica em
Veneza, na qual passou a adotar
fontes que mesclavam a tradição
gótica, típica da Alemanha e da
França, com o gosto italiano por
formas mais leves e arredondadas.
Criou, desta forma, as primeiras
As letras itálicas, que também surgiram na Itália no século
XV, foram modeladas em estilo manuscrito mais casual.
Enquanto as letras humanistas eretas apareciam em livros
caros e prestigiosos, a forma cursiva, que podia ser escrita
com mais rapidez, era usada por gráficas mais baratas.
(Economizando espaço, a forma cursiva economizava
dinheiro).
No século XVIII, William Caslon
(1720) e John Baskerville (1750)
abandonaram a rígida pena
humanista em favor da pena
metálica flexível e da pena de ave
com ponta fina – instrumentos que
produziam linhas fluídas e                Caslon
John Baskerville criou fontes tão definidas e contrastadas que
seus contemporâneos o acusaram de “cegar os leitores, pois
os traços de suas letras, de tão finos e estreitos, machucam os
olhos”.
No início do século XIX, Giambattista Bodoni, na Itália, e
Firmin Didot, na França, desenvolveram fontes com eixos
totalmente verticais, extremo contraste entre traços grossos e
finos e serifas nítidas como lâminas.
As novas fontes representavam a ruptura definitiva entre a
caligrafia e a tipografia.




Giambattista Bodoni          Bodoni
O crescimento da industrialização e do consumo no século
XIX impulsionou a Publicidade – e esta exigiu novas formas
tipográficas para a comunicação de massa.
Surgiram fontes grandes e pesadas, com elementos
anatômicos distorcidos. Eram fontes de altura e largura
assombrosas: expandidas, contraídas, sombreadas, vazadas,
gordas, lapidadas, floreadas.
As serifas tornaram-se estruturas independentes.




                                            THOROWGOOD – 1821
No século XIX, a Publicidade lançou mão das “fontes
monstruosas”:
Alguns designers se opuseram ao
que consideraram uma forma
grosseira e imoral de uso do
alfabeto, ligado ao sistema industrial
e desumano.
Edward Johnston volta-se para o
Renascimento e a Idade Média em
busca de inspiração para o seu
alfabeto.
Designers inspirados no
De Stijl holandês e na
Bauhaus alemã
construíram alfabetos
abstratos baseados em
formas geométricas –
círculo, quadrado,
triângulo.
A Futura, projetada por
Paul Renner em 1927,
encarnou as obsessões
da vanguarda em uma
fonte multifuncional e
comercial.
Classificação de tipos
No século XIX os impressores buscaram analogias entre a
história da arte e a herança de seu próprio ofício,
desenvolvendo um sistema básico de classificação de tipos.


• Letras humanistas têm relação direta com a caligrafia e
  com o movimento da mão ao escrever.
• Letras transicionais e modernas são mais abstratas – ou
  seja, não têm o caráter orgânico das humanistas.


Grosso modo, esses três grupos correspondem aos
períodos barroco, renascentista e iluminista.
Humanistas
Fontes romanas dos séculos XV e XVI,
emulavam a caligrafia clássica.
Transicionais
Têm serifas mais
afiadas e eixo
mais vertical do
que as
Humanistas.
Modernas
Do final do século XVIII e início
do XIX. São fontes radicalmente
abstratas. As serifas são finas e
retas. Há forte contraste entre
traços grossos e finos.
Egipcias
Fontes pesadas e decorativas, adotadas no século XIX pela
Publicidade. Possuem serifas pesadas e retangulares.
Sem Serifas
Humanistas
Tornaram-se
comuns no século
XX. Apresentam
variações
caligráficas no peso
dos traços.
Sem Serifas
Transicionais
Apresenta caráter
uniforme e ereto
similar às letras
serifadas
transicionais.
Sem Serifas
Geométricas
Construídas a partir
de formas
geométricas. Na
Futura, desenhada
por Paul Renner em
1927, a letra “O” é
um círculo perfeito e
A e M são triângulos
afiados.
Referência bibliográfica

LUPTON, Ellen. Pensar com tipos. São Paulo, Ed.
Cosac Naify, 2006

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Conceitos básicos sobre tipografia.
Conceitos básicos sobre tipografia.Conceitos básicos sobre tipografia.
Conceitos básicos sobre tipografia.
Wunderman
 

Was ist angesagt? (20)

Metodologia de Projeto - Design Conceitos - 1.0.BAI430
Metodologia de Projeto - Design Conceitos - 1.0.BAI430Metodologia de Projeto - Design Conceitos - 1.0.BAI430
Metodologia de Projeto - Design Conceitos - 1.0.BAI430
 
Design Editorial | Estruturas
Design Editorial | EstruturasDesign Editorial | Estruturas
Design Editorial | Estruturas
 
Tipografia
TipografiaTipografia
Tipografia
 
Fundamentos básicos do Design gráfico
Fundamentos básicos do Design gráficoFundamentos básicos do Design gráfico
Fundamentos básicos do Design gráfico
 
Fundamentos design grafico | Insper
Fundamentos design grafico | InsperFundamentos design grafico | Insper
Fundamentos design grafico | Insper
 
Fichas ev 7 8
Fichas ev 7 8Fichas ev 7 8
Fichas ev 7 8
 
Tipografia | Aula 01 | Historia e Anatomia tipografica.
Tipografia | Aula 01 | Historia e Anatomia tipografica.Tipografia | Aula 01 | Historia e Anatomia tipografica.
Tipografia | Aula 01 | Historia e Anatomia tipografica.
 
Aula03 originais reticulas e cores
Aula03 originais reticulas e coresAula03 originais reticulas e cores
Aula03 originais reticulas e cores
 
Produção gráfica - Aula 03 Tipos De Impressao I
Produção gráfica - Aula 03 Tipos De Impressao IProdução gráfica - Aula 03 Tipos De Impressao I
Produção gráfica - Aula 03 Tipos De Impressao I
 
Materiais e técnicas básicas de desenho
Materiais e técnicas básicas de desenhoMateriais e técnicas básicas de desenho
Materiais e técnicas básicas de desenho
 
2. Aula Tipografia
2. Aula Tipografia2. Aula Tipografia
2. Aula Tipografia
 
Composição gráfica
Composição gráficaComposição gráfica
Composição gráfica
 
História do Design - Apresentação - Hd00
História do Design - Apresentação - Hd00História do Design - Apresentação - Hd00
História do Design - Apresentação - Hd00
 
Infografia aula 1
Infografia   aula 1Infografia   aula 1
Infografia aula 1
 
Conceitos básicos sobre tipografia.
Conceitos básicos sobre tipografia.Conceitos básicos sobre tipografia.
Conceitos básicos sobre tipografia.
 
CGA - Pré-Impresão
CGA - Pré-ImpresãoCGA - Pré-Impresão
CGA - Pré-Impresão
 
Conceitos de Design
Conceitos de DesignConceitos de Design
Conceitos de Design
 
Aula02 planejamento grafico
Aula02 planejamento graficoAula02 planejamento grafico
Aula02 planejamento grafico
 
Design
Design Design
Design
 
Aula 02 linguagem visual
Aula 02   linguagem visualAula 02   linguagem visual
Aula 02 linguagem visual
 

Andere mochten auch

Design Pra Quem Não é Designer
Design Pra Quem Não é DesignerDesign Pra Quem Não é Designer
Design Pra Quem Não é Designer
Daniela Fiuza
 
Aula 07 design gráfico na publicidade leis da gestalt
Aula 07   design gráfico na publicidade leis da gestaltAula 07   design gráfico na publicidade leis da gestalt
Aula 07 design gráfico na publicidade leis da gestalt
Elizeu Nascimento Silva
 
Aula 01 design gráfico na publicidade tipologia
Aula 01   design gráfico na publicidade tipologiaAula 01   design gráfico na publicidade tipologia
Aula 01 design gráfico na publicidade tipologia
Elizeu Nascimento Silva
 
Comemos de todo para crecer con saúde
Comemos de todo para crecer  con saúdeComemos de todo para crecer  con saúde
Comemos de todo para crecer con saúde
Pili Baston
 
Design e usabilidade - Fundamentos
Design e usabilidade - FundamentosDesign e usabilidade - Fundamentos
Design e usabilidade - Fundamentos
Matheus Inácio
 

Andere mochten auch (20)

Design Pra Quem Não é Designer
Design Pra Quem Não é DesignerDesign Pra Quem Não é Designer
Design Pra Quem Não é Designer
 
Design para quem não é designer - Robin Williams
Design para quem não é designer - Robin WilliamsDesign para quem não é designer - Robin Williams
Design para quem não é designer - Robin Williams
 
Tipologia
TipologiaTipologia
Tipologia
 
Quando Efe | Identidade Visual do Espetáculo
Quando Efe | Identidade Visual do EspetáculoQuando Efe | Identidade Visual do Espetáculo
Quando Efe | Identidade Visual do Espetáculo
 
Tipografia
TipografiaTipografia
Tipografia
 
Design para quem não é designer - Robin Williams
Design para quem não é designer - Robin WilliamsDesign para quem não é designer - Robin Williams
Design para quem não é designer - Robin Williams
 
Aula 07 design gráfico na publicidade leis da gestalt
Aula 07   design gráfico na publicidade leis da gestaltAula 07   design gráfico na publicidade leis da gestalt
Aula 07 design gráfico na publicidade leis da gestalt
 
Aula 01 design gráfico na publicidade tipologia
Aula 01   design gráfico na publicidade tipologiaAula 01   design gráfico na publicidade tipologia
Aula 01 design gráfico na publicidade tipologia
 
Principios do design
Principios do designPrincipios do design
Principios do design
 
Guia de tipos - Tipografia
Guia de tipos - TipografiaGuia de tipos - Tipografia
Guia de tipos - Tipografia
 
TipografíA
TipografíATipografíA
TipografíA
 
Comemos de todo para crecer con saúde
Comemos de todo para crecer  con saúdeComemos de todo para crecer  con saúde
Comemos de todo para crecer con saúde
 
Tipologia
TipologiaTipologia
Tipologia
 
Design e usabilidade - Fundamentos
Design e usabilidade - FundamentosDesign e usabilidade - Fundamentos
Design e usabilidade - Fundamentos
 
Design e Direção de Arte
Design e Direção de ArteDesign e Direção de Arte
Design e Direção de Arte
 
Design para quem não é Designer - WordCamp SP - Marco Frasson
Design para quem não é Designer - WordCamp SP - Marco FrassonDesign para quem não é Designer - WordCamp SP - Marco Frasson
Design para quem não é Designer - WordCamp SP - Marco Frasson
 
O olhar do designer gráfico em tempos de crossmídia
O olhar do designer gráfico em tempos de crossmídiaO olhar do designer gráfico em tempos de crossmídia
O olhar do designer gráfico em tempos de crossmídia
 
Direção de Arte
Direção de ArteDireção de Arte
Direção de Arte
 
Introducción a la tipografía
Introducción a la tipografíaIntroducción a la tipografía
Introducción a la tipografía
 
Aula 6 tipologia - aula slideshare 26.04
Aula 6   tipologia - aula slideshare 26.04Aula 6   tipologia - aula slideshare 26.04
Aula 6 tipologia - aula slideshare 26.04
 

Ähnlich wie Aula 04 design gráfico na publicidade tipologia

Apostila origem da imprensa
Apostila origem da imprensaApostila origem da imprensa
Apostila origem da imprensa
Simone Araujo
 
Tipografia renascentista
Tipografia renascentistaTipografia renascentista
Tipografia renascentista
Isabela Dalto
 
Tipografia renascentista
Tipografia renascentistaTipografia renascentista
Tipografia renascentista
jueisa
 
TIPOGRAFIA E PUBLICIDADE
TIPOGRAFIA E PUBLICIDADETIPOGRAFIA E PUBLICIDADE
TIPOGRAFIA E PUBLICIDADE
pacobr
 
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - Ora essa! quem inventou o texto?
 MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - Ora essa! quem inventou o texto? MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - Ora essa! quem inventou o texto?
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - Ora essa! quem inventou o texto?
Simone Silva
 
O estilo tipográfico internacional
O estilo tipográfico internacionalO estilo tipográfico internacional
O estilo tipográfico internacional
Milton Batista
 
Design
DesignDesign
Design
brshrs
 

Ähnlich wie Aula 04 design gráfico na publicidade tipologia (20)

Aula 04 linguagem visual
Aula 04   linguagem visualAula 04   linguagem visual
Aula 04 linguagem visual
 
Apostila origem da imprensa
Apostila origem da imprensaApostila origem da imprensa
Apostila origem da imprensa
 
Hd 2016.1 aula 3_pre-design e renascimento impresso - parte b
Hd 2016.1 aula 3_pre-design e renascimento impresso - parte bHd 2016.1 aula 3_pre-design e renascimento impresso - parte b
Hd 2016.1 aula 3_pre-design e renascimento impresso - parte b
 
Tipografia
TipografiaTipografia
Tipografia
 
Tipografia Aula
Tipografia AulaTipografia Aula
Tipografia Aula
 
Quinhentistas da Coleção Eichenberg: obras raras do século XVI
Quinhentistas da Coleção Eichenberg: obras raras do século XVIQuinhentistas da Coleção Eichenberg: obras raras do século XVI
Quinhentistas da Coleção Eichenberg: obras raras do século XVI
 
Tipografia
TipografiaTipografia
Tipografia
 
InvençãO E EvoluçãO Da Imprensa
InvençãO E EvoluçãO Da ImprensaInvençãO E EvoluçãO Da Imprensa
InvençãO E EvoluçãO Da Imprensa
 
Aula 04 - Infodesign - Alfabeto-padrão
Aula 04 - Infodesign - Alfabeto-padrãoAula 04 - Infodesign - Alfabeto-padrão
Aula 04 - Infodesign - Alfabeto-padrão
 
Classificacao tipografia
Classificacao tipografiaClassificacao tipografia
Classificacao tipografia
 
Tipografia renascentista
Tipografia renascentistaTipografia renascentista
Tipografia renascentista
 
Tipografia renascentista
Tipografia renascentistaTipografia renascentista
Tipografia renascentista
 
TIPOGRAFIA E PUBLICIDADE
TIPOGRAFIA E PUBLICIDADETIPOGRAFIA E PUBLICIDADE
TIPOGRAFIA E PUBLICIDADE
 
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - Ora essa! quem inventou o texto?
 MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - Ora essa! quem inventou o texto? MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - Ora essa! quem inventou o texto?
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - Ora essa! quem inventou o texto?
 
Aula 02 história do design gráfico
Aula 02   história do design gráficoAula 02   história do design gráfico
Aula 02 história do design gráfico
 
História do Design Impresso
História do Design ImpressoHistória do Design Impresso
História do Design Impresso
 
O estilo tipográfico internacional
O estilo tipográfico internacionalO estilo tipográfico internacional
O estilo tipográfico internacional
 
Design
DesignDesign
Design
 
590
590590
590
 
Midias na educação, material impresso
Midias na educação, material impressoMidias na educação, material impresso
Midias na educação, material impresso
 

Mehr von Elizeu Nascimento Silva

Mehr von Elizeu Nascimento Silva (20)

Unidade 03 Ainda a tal objetividade
Unidade 03 Ainda a tal objetividadeUnidade 03 Ainda a tal objetividade
Unidade 03 Ainda a tal objetividade
 
Unidade02 quem fala no jornalismo
Unidade02 quem fala no jornalismoUnidade02 quem fala no jornalismo
Unidade02 quem fala no jornalismo
 
Aula 15 A Sociedade em Rede
Aula 15   A Sociedade em RedeAula 15   A Sociedade em Rede
Aula 15 A Sociedade em Rede
 
Aula 09_Edgar Morin e a Perspectiva Culturológica
Aula 09_Edgar Morin e a Perspectiva CulturológicaAula 09_Edgar Morin e a Perspectiva Culturológica
Aula 09_Edgar Morin e a Perspectiva Culturológica
 
Aula 14 Armand Mattelart - Globalização da Comunicação
Aula 14   Armand Mattelart - Globalização da ComunicaçãoAula 14   Armand Mattelart - Globalização da Comunicação
Aula 14 Armand Mattelart - Globalização da Comunicação
 
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart HallAula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
 
Aula 9B_Estudos Culturais Ingleses
Aula 9B_Estudos Culturais InglesesAula 9B_Estudos Culturais Ingleses
Aula 9B_Estudos Culturais Ingleses
 
Aula 06 teorias do jornalismo hipóteses contemporâneas
Aula 06   teorias do jornalismo hipóteses contemporâneasAula 06   teorias do jornalismo hipóteses contemporâneas
Aula 06 teorias do jornalismo hipóteses contemporâneas
 
Aula 07 teorias do jornalismo jornalismo de dados
Aula 07   teorias do jornalismo jornalismo de dadosAula 07   teorias do jornalismo jornalismo de dados
Aula 07 teorias do jornalismo jornalismo de dados
 
Aula 03 - Fórmula Editorial
Aula 03 - Fórmula EditorialAula 03 - Fórmula Editorial
Aula 03 - Fórmula Editorial
 
Aula 02 Edição de Revistas - Público-alvo
Aula 02   Edição de Revistas - Público-alvoAula 02   Edição de Revistas - Público-alvo
Aula 02 Edição de Revistas - Público-alvo
 
Aula 01 edição de revistas
Aula 01   edição de revistasAula 01   edição de revistas
Aula 01 edição de revistas
 
Aula 03 ética e legislação jor
Aula 03   ética e legislação jorAula 03   ética e legislação jor
Aula 03 ética e legislação jor
 
Aula 04 ética e legislação Jornalismo
Aula 04   ética e legislação JornalismoAula 04   ética e legislação Jornalismo
Aula 04 ética e legislação Jornalismo
 
Aula 05 Briefing
Aula 05   BriefingAula 05   Briefing
Aula 05 Briefing
 
Aula 03 - Infodesign - Cor-padrão
Aula 03 - Infodesign - Cor-padrãoAula 03 - Infodesign - Cor-padrão
Aula 03 - Infodesign - Cor-padrão
 
Aula 02 impressão de dados variáveis
Aula 02   impressão de dados variáveisAula 02   impressão de dados variáveis
Aula 02 impressão de dados variáveis
 
Aula 02 infodesign
Aula 02   infodesignAula 02   infodesign
Aula 02 infodesign
 
Aula 01 Infodesign
Aula 01   InfodesignAula 01   Infodesign
Aula 01 Infodesign
 
Aula 06 linguagem visual
Aula 06   linguagem visualAula 06   linguagem visual
Aula 06 linguagem visual
 

Aula 04 design gráfico na publicidade tipologia

  • 1. DESIGN GRÁFICO NA PUBLICIDADE Prof. Ms. Elizeu N. Silva
  • 2. A tipologia (ou tipografia) é um importante recurso visual. As escolhas relacionadas aos tipos de letras podem auxiliar na interpretação da mensagem. Mais que signos que permitem a leitura verbal, as letras também proporcionam leituras visuais em função do design. Grosso modo, às fontes SERIFADAS, associam-se ideias relacionadas à tradição. Às fontes BASTÃO, associam-se ideias relacionadas a despojamento.
  • 3. Os tipos móveis inventados por Johannes Gutenberg na Alemanha no século XV, revolucionaram a escrita no Ocidente. Ao contrário dos escribas, que fabricavam livros e documentos à mão, a impressão com tipos permitia a distribuição de conteúdos em massa. Os tipos móveis foram empregados na China muito antes que na Alemanha. No entanto, foram pouco úteis, pois o sistema de escrita chinês composto por milhares de caracteres distinto, dificultou o desenvolvimento da arte tipográfica. No Ocidente, ao contrário, o alfabeto latino permite a tradução dos sons da fala a partir de um pequeno conjunto de sinais gráficos – os caracteres.
  • 4. As primeiras fontes foram desenhadas diretamente a partir do movimento feito com a mão para escrever. A história da tipografia reflete uma tensão contínua entre a mão e a máquina, o orgânico e o geométrico, o corpo humano e o sistema abstrato. A tipologia da famosa Bíblia de Gutenberg baseou-se no manuscrito. Emulava a densa e escura escrita manual conhecida como letra gótica.
  • 5. Muitas das fontes utilizadas hoje herdaram os nomes de impressores que trabalharam nos séculos XV e XVI. É o caso da Garamond, Bembo, Palatino e Jenson, entre outras. São fontes conhecidas como HUMANISTAS, que resultam da rejeição de escritores e acadêmicos ao gótico predominante à época. Em 1496, Nicolas Jenson estabeleceu uma gráfica em Veneza, na qual passou a adotar fontes que mesclavam a tradição gótica, típica da Alemanha e da França, com o gosto italiano por formas mais leves e arredondadas. Criou, desta forma, as primeiras
  • 6. As letras itálicas, que também surgiram na Itália no século XV, foram modeladas em estilo manuscrito mais casual. Enquanto as letras humanistas eretas apareciam em livros caros e prestigiosos, a forma cursiva, que podia ser escrita com mais rapidez, era usada por gráficas mais baratas. (Economizando espaço, a forma cursiva economizava dinheiro). No século XVIII, William Caslon (1720) e John Baskerville (1750) abandonaram a rígida pena humanista em favor da pena metálica flexível e da pena de ave com ponta fina – instrumentos que produziam linhas fluídas e Caslon
  • 7. John Baskerville criou fontes tão definidas e contrastadas que seus contemporâneos o acusaram de “cegar os leitores, pois os traços de suas letras, de tão finos e estreitos, machucam os olhos”.
  • 8. No início do século XIX, Giambattista Bodoni, na Itália, e Firmin Didot, na França, desenvolveram fontes com eixos totalmente verticais, extremo contraste entre traços grossos e finos e serifas nítidas como lâminas. As novas fontes representavam a ruptura definitiva entre a caligrafia e a tipografia. Giambattista Bodoni Bodoni
  • 9. O crescimento da industrialização e do consumo no século XIX impulsionou a Publicidade – e esta exigiu novas formas tipográficas para a comunicação de massa. Surgiram fontes grandes e pesadas, com elementos anatômicos distorcidos. Eram fontes de altura e largura assombrosas: expandidas, contraídas, sombreadas, vazadas, gordas, lapidadas, floreadas. As serifas tornaram-se estruturas independentes. THOROWGOOD – 1821
  • 10. No século XIX, a Publicidade lançou mão das “fontes monstruosas”:
  • 11. Alguns designers se opuseram ao que consideraram uma forma grosseira e imoral de uso do alfabeto, ligado ao sistema industrial e desumano. Edward Johnston volta-se para o Renascimento e a Idade Média em busca de inspiração para o seu alfabeto.
  • 12. Designers inspirados no De Stijl holandês e na Bauhaus alemã construíram alfabetos abstratos baseados em formas geométricas – círculo, quadrado, triângulo. A Futura, projetada por Paul Renner em 1927, encarnou as obsessões da vanguarda em uma fonte multifuncional e comercial.
  • 13. Classificação de tipos No século XIX os impressores buscaram analogias entre a história da arte e a herança de seu próprio ofício, desenvolvendo um sistema básico de classificação de tipos. • Letras humanistas têm relação direta com a caligrafia e com o movimento da mão ao escrever. • Letras transicionais e modernas são mais abstratas – ou seja, não têm o caráter orgânico das humanistas. Grosso modo, esses três grupos correspondem aos períodos barroco, renascentista e iluminista.
  • 14. Humanistas Fontes romanas dos séculos XV e XVI, emulavam a caligrafia clássica.
  • 15. Transicionais Têm serifas mais afiadas e eixo mais vertical do que as Humanistas.
  • 16. Modernas Do final do século XVIII e início do XIX. São fontes radicalmente abstratas. As serifas são finas e retas. Há forte contraste entre traços grossos e finos.
  • 17. Egipcias Fontes pesadas e decorativas, adotadas no século XIX pela Publicidade. Possuem serifas pesadas e retangulares.
  • 18. Sem Serifas Humanistas Tornaram-se comuns no século XX. Apresentam variações caligráficas no peso dos traços.
  • 19. Sem Serifas Transicionais Apresenta caráter uniforme e ereto similar às letras serifadas transicionais.
  • 20. Sem Serifas Geométricas Construídas a partir de formas geométricas. Na Futura, desenhada por Paul Renner em 1927, a letra “O” é um círculo perfeito e A e M são triângulos afiados.
  • 21. Referência bibliográfica LUPTON, Ellen. Pensar com tipos. São Paulo, Ed. Cosac Naify, 2006