SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 37
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Capacitores e Indutores
Eletricidade Aplicada
Profa. Grace S. Deaecto
Instituto de Ciˆencia e Tecnologia / UNIFESP
12231-280, S˜ao J. dos Campos, SP, Brasil.
grace.deaecto@unifesp.br
Novembro, 2012
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 1 / 37
Capacitores e Indutores
1 Capacitores e Indutores
Apresenta¸c˜ao do cap´ıtulo
Capacitor
Associa¸c˜ao de capacitores
Exemplo - capacitores
Indutor
Associa¸c˜ao de indutores
Indutˆancia m´utua
Exemplo - indutores
Dualidade entre capacitores e indutores
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 2 / 37
Capacitores e Indutores
Apresenta¸c˜ao do cap´ıtulo
Apresenta¸c˜ao do cap´ıtulo
Neste cap´ıtulo, trataremos de dois dispositivos armazenadores
de energia : o capacitor e o indutor.
Apresentaremos as equa¸c˜oes que os definem e o c´alculo da
energia armazenada em cada um deles.
Realizaremos associa¸c˜ao de capacitores em s´erie e em paralelo.
Realizaremos associa¸c˜ao de indutores em s´erie e em paralelo.
Discutiremos o conceito de indutˆancia m´utua.
Trataremos da dualidade entre capacitores e indutores.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 3 / 37
Capacitores e Indutores
Capacitor
Capacitor
O capacitor ´e um dispositivo que armazena cargas el´etricas.
´E constitu´ıdo por dois condutores (armaduras) separados por
um material isolante.
O parˆametro capacitˆancia do capacitor relaciona tens˜ao entre
seus terminais com a respectiva carga armazenada
q(t) = Cv(t)
A capacitˆancia ´e medida em farads (F). Um farad ´e igual a
um coulomb por volt e seus subm´uliplos s˜ao
microfarad, µF = 10−6
[F]
nanofarad, nF = 10−9
[F]
picofarad, pF = 10−12
[F]
Para capacitores de placas paralelas C = (εA)/ℓ em que ε ´e a
permissividade do material isolante, A ´e a ´area das armaduras
e ℓ ´e a distˆancia entre elas.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 4 / 37
Capacitores e Indutores
Capacitor
Capacitor
Esquema de um capacitor :
+−
+− +−
+− +−
+− +−
+− +−
+− +− +−
+−+−
+−
+−
+−
+−
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
A
ℓ
ε
E
Ef
+
−
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 5 / 37
Capacitores e Indutores
Capacitor
Como as cargas s˜ao acumuladas nas armaduras :
Considere que as armaduras estejam inicialmente
descarregadas (capacitor descarregado).
Ao conectarmos um fonte de tens˜ao entre seus terminais um
campo el´etrico ´e estabelecido nas armaduras.
Este campo movimenta os el´etrons do condutor, levando-os
para a placa “negativa” e tirando-os da placa “positiva”.
No material isolante surge um campo el´etrico induzido de
oposi¸c˜ao `aquele das armaduras e que depende da capacitˆancia
C do material isolante.
O movimento de el´etrons ocorre at´e que o campo el´etrico
resultante de intensidade E = v/ℓ, fa¸ca com que todo o
condutor esteja no mesmo potencial.
Note que quanto maior o campo el´etrico de oposi¸c˜ao, maior ´e
a quantidade de carga acumulada nas placas do capacitor.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 6 / 37
Capacitores e Indutores
Capacitor
Capacitor
Corrente em um capacitor linear :
i =
dq
dt
→ i = C
dv
dt
Tens˜ao em um capacitor linear :
i = C
dv
dt
→ dv =
1
C
idt → v =
1
C
t
0
idτ + v(0)
sendo a tens˜ao no instante t = 0 dada por v(0) = q(0)/C.
Dom´ınio : ´E a tens˜ao m´axima que pode ser aplicada sobre o
capacitor sem danific´a-lo. Esta tens˜ao ´e, geralmente, informada
pelo fabricante juntamente com o valor da capacitˆancia.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 7 / 37
Capacitores e Indutores
Capacitor
Capacitores e fontes de tens˜ao constantes em s´erie
Atrav´es da equa¸c˜ao de tens˜ao que acabamos de apresentar
v =
1
C
t
0
idτ + V
podemos concluir que um capacitor descarregado em s´erie com
uma fonte de V [V ] ´e equivalente a um capacitor carregado com
tens˜ao inicial V [V ]. Esta equivalˆencia ´e importante para a
realiza¸c˜ao de associa¸c˜oes de capacitores carregados.
V
vv +
+
+
+
+
−
−
−
−
−
≡
C
C
v(0) = 0
v(0) = V
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 8 / 37
Capacitores e Indutores
Capacitor
Energia armazenada em capacitores
A potˆencia recebida a cada instante de tempo ´e dada por p = vi.
Logo, da defini¸c˜ao p = dw/dt, o capacitor recebe uma energia
dada por
w(t) − w(0) =
t
0
pdτ
=
t
0
v C
dv
dτ
dτ
= C
v(t)
v(0)
vdv
=
Cv(t)2
2
−
Cv(0)2
2
[J]
e, portanto, para qualquer instante de tempo t ≥ 0 temos
w(t) =
Cv(t)2
2
ou w(t) =
q(t)2
2C
[J]
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 9 / 37
Capacitores e Indutores
Capacitor
Capacitor ideal versus capacitor real
capacitor ideal capacitor real
Capacitor ideal :
O material isolante ´e ideal com resistˆencia infinita (sem
corrente eletrˆonica entre as placas do capacitor).
Toda a energia entregue ao capacitor fica armazenada em
forma de campo el´etrico.
Capacitor real :
O material isolante apresenta resistˆencia alta, mas finita.
O capacitor se descarregar´a ap´os um longo per´ıodo de tempo
dependendo da sua qualidade.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 10 / 37
Capacitores e Indutores
Associa¸c˜ao de capacitores
Associa¸c˜ao de capacitores em paralelo
II
· · ·
· · ·
C1 C2 Cn−1 Cn
i1 i2 in−1 in
≡ Ceq
A tens˜ao entre seus terminais ´e a mesma e a corrente total ´e a
soma das correntes ij armazenadas em cada capacitor de
capacitˆancia Cj para j = 1, · · · , n. Desta forma, temos
i =
n
j=1
ij
=
n
j=1
Cj
dv
dt
= Ceq
dv
dt
sendo Ceq = n
j=1 Cj a capacitˆancia equivalente.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 11 / 37
Capacitores e Indutores
Associa¸c˜ao de capacitores
Associa¸c˜ao de capacitores em s´erie
v v
· · ·
· · ·
C1 C2
Ceq
Cn
+
++
−
−−
+ +
− −
v1 v2
vn
≡
Pela lei de Kirchhoff, temos
v =
n
j=1
vj
=
n
j=1
1
Cj
t
0
idτ + vj (0)
=
1
Ceq
t
0
idτ +
n
i=1
vj (0)
sendo 1/Ceq = n
j=1 1/Cj a capacitˆancia equivalente.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 12 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - capacitores
Exemplo 1
i(t) 2 [F]
4
i [A]
t [s]
2
2
−3
+
−
v(t)
Para o circuito apresentado, considere que o capacitor est´a
descarregado v(0) = 0. Determine a tens˜ao v indicada.
Para 0 ≤ t < 2 [s], temos
v =
1
2
t
0
2dτ
= t [V]
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 13 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - capacitores
Exemplo 1
Para 2 ≤ t < 4 [s], temos
v =
1
2
2
0
2dτ −
t
2
3dτ
= −1.5t + 5 [V]
Para t ≥ 4 [s], temos
v =
1
2
2
0
2dτ −
4
2
3dτ
= −1 [V]
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 14 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - capacitores
O gr´afico a seguir apresenta a corrente dada e a tens˜ao calculada
no capacitor.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
−3
−2
−1
0
1
2
3
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
−2
−1
0
1
2
3
t [s]
t [s]
i[V]v[V]
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 15 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - capacitores
Exemplo 2
i(t) 2 [F]
1 3 4 5 6
i [A]
t [s]
2
2
−2
+
−
v(t)
Para o circuito apresentado, considere que v(0) = 1. Represente
graficamente, em fun¸c˜ao do tempo, as seguintes vari´aveis : tens˜ao
v(t), carga q(t) e energia w(t) armazenada no capacitor.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 16 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - capacitores
Exemplo 2
Os gr´aficos obtidos est˜ao apresentados a seguir.
0 1 2 3 4 5 6
−2
−1
0
1
2
0 1 2 3 4 5 6
2
2.5
3
3.5
4
0 1 2 3 4 5 6
1
1.5
2
0 1 2 3 4 5 6
1
2
3
4
t [s]t [s]
t [s]t [s]
i[A]v[V]
w[J]q[C]
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 17 / 37
Capacitores e Indutores
Indutor
Indutor
A passagem de corrente el´etrica atrav´es de um condutor gera
um campo magn´etico em suas proximidades.
Ademais, um fluxo magn´etico concatenado λ ´e gerado devido
`a passagem da corrente.
O indutor ´e um componente el´etrico constitu´ıdo por espiras de
um fio condutor enroladas em torno de um n´ucleo magn´etico.
Dependendo do material magn´etico utilizado no n´ucleo o
fluxo magn´etico pode ser ampliado.
Se o indutor for linear, temos
λ = Li
em que L ´e a indutˆancia do indutor medida em henrys (H).
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 18 / 37
Capacitores e Indutores
Indutor
Indutor
Esquema de um indutor :
A
ℓ
µ
v(t)
+
−
i(t)
• µ ´e a permeabilidade do
material,
• ℓ ´e o comprimento,
• A ´e a ´area da se¸c˜ao trans-
versal,
• N ´e o n´umero de espiras
L =
µN2A
ℓ
[H]
A permeabilidade do ar ´e µ = µ0 = 4π × 10−7 [H/m]
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 19 / 37
Capacitores e Indutores
Indutor
Indutor
Tens˜ao em um indutor linear :
v =
dλ
dt
, λ = Li −→ v = L
di
dt
Corrente em um indutor linear :
i = i(0) +
1
L
t
0
vdτ
sendo a corrente no instante t = 0 dada por i(0) = λ(0)/L.
Note pela equa¸c˜ao da tens˜ao que se a corrente for constante, a
queda de tens˜ao sobre o indutor ´e nula (o indutor opera como um
curto-circuito).
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 20 / 37
Capacitores e Indutores
Indutor
Indutores e fontes de corrente constantes em paralelo
Atrav´es da equa¸c˜ao de corrente que acabamos de apresentar
i =
1
L
t
0
vdτ + I
podemos concluir que um indutor descarregado em paralelo com
uma fonte de I [A] ´e equivalente a um indutor carregado com
corrente inicial i(0) = I [A]. Esta equivalˆencia ´e importante para a
realiza¸c˜ao de associa¸c˜oes de indutores carregados.
i i
vv I
++
−−
≡
LL
i(0) = Ii(0) = 0
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 21 / 37
Capacitores e Indutores
Indutor
Energia armazenada em indutores
A potˆencia fornecida a um indutor a cada instante de tempo ´e
dada por p = vi. Logo, da defini¸c˜ao p = dw/dt, o indutor recebe
uma energia dada por
w(t) − w(0) =
t
0
pdτ
=
t
0
L
di
dτ
i dτ
= L
i(t)
i(0)
idi
=
Li(t)2
2
−
Li(0)2
2
[J]
e, portanto, para qualquer instante de tempo t ≥ 0 temos
w(t) =
Li(t)2
2
ou w(t) =
λ(t)2
2L
[J]
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 22 / 37
Capacitores e Indutores
Indutor
Indutor real
i
i
indutor ideal indutor real
v v
− −
L L
R
+ +
Indutor real :
O fio usado para enrolar o n´ucleo magn´etico possui uma resistˆencia
que n˜ao pode ser desprezada. A tens˜ao entre os terminais do
indutor ´e dada por
v = Ri + L
di
dt
Ademais, note que, se a tens˜ao v for dada, a determina¸c˜ao de i
requer a solu¸c˜ao de uma equa¸c˜ao diferencial.
Outro efeito que pode complicar o modelo do indutor ´e a histerese,
sendo a perda de energia no n´ucleo magn´etico, proporcional `a ´area
deste ciclo.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 23 / 37
Capacitores e Indutores
Associa¸c˜ao de indutores
Associa¸c˜ao de indutores em paralelo
I I
· · ·
· · ·
L1 L2 Ln−1 Ln
i1 i2 in−1 in
≡ Leq
A tens˜ao entre seus terminais ´e a mesma e a corrente armazenada total ´e a
soma das correntes ij armazenadas em cada indutor de indutˆancia Lj para
j = 1, · · · , n. Desta forma, temos
i =
n
j=1
ij
=
n
j=1
1
Lj
t
0
vdτ + ij (0)
=
1
Leq
t
0
vdτ +
n
j=1
ij (0)
sendo 1/Leq = n
i=1 1/Li a indutˆancia equivalente.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 24 / 37
Capacitores e Indutores
Associa¸c˜ao de indutores
Associa¸c˜ao de indutores em s´erie
vv
. . .
L1 L2
Leq
Ln
+ +
+
−
−
−
+ +
− −
v1 v2
vn ≡
Pela lei de Kirchhoff, temos
v =
n
j=1
vj
=
n
j=1
Lj
di
dt
= Leq
di
dt
sendo Leq = n
j=1 Lj a indutˆancia equivalente.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 25 / 37
Capacitores e Indutores
Indutˆancia m´utua
Indutˆancia m´utua
0011
01
v(t)
L1 L2
R1
R2j1 j2
M
+
−
Para circuitos com mais de um indutor a corrente atrav´es de um
deles estabelece um fluxo magn´etico que concatena o outro
indutor, induzindo uma tens˜ao. Considerando, por exemplo, que
dois circuitos estejam acoplados por um campo magn´etico, como
mostrado na figura, a tens˜ao induzida no segundo circuito est´a
relacionada com a corrente variante no tempo do primeiro e,
vice-versa, atrav´es um parˆametro conhecido como indutˆancia
m´utua M.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 26 / 37
Capacitores e Indutores
Indutˆancia m´utua
Indutˆancia m´utua
Dependendo da maneira como os n´ucleos magn´eticos foram
enrolados e dos sentidos das correntes de malha passando nos
enrolamentos, os fluxos magn´eticos podem ser aditivos ou
subtrativos. Este conhecimento ´e importante para a determina¸c˜ao
dos sinais das tens˜oes induzidas pela indutˆancia M.
Como, geralmente, n˜ao temos acesso `a forma como os n´ucleos
foram enrolados, utilizam-se marcas de polaridade, representadas
por •, para indicar o sentido dos fluxos magn´eticos.
As marcas de polaridade indicam por qual terminal de cada um
dos enrolamentos deve-se injetar corrente para a obten¸c˜ao de
fluxos aditivos dentro do n´ucleo magn´etico.
Alternativamente, se em um dos enrolamentos for injetada
corrente no terminal marcado com a polaridade e, no outro
enrolamento for retirada corrente do terminal que cont´em a marca
de polaridade, ent˜ao os fluxos magn´eticos ser˜ao subtrativos.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 27 / 37
Capacitores e Indutores
Indutˆancia m´utua
Se o fluxo concatenado produzido em Li pela passagem da
corrente no indutor Lj ´e aditivo em rela¸c˜ao ao fluxo de Li , ent˜ao a
tens˜ao induzida pela indutˆancia M possui o mesmo sinal daquela
produzida pela indutˆancia pr´opria Li . Se os fluxos s˜ao subtrativos,
os sinais devem ser diferentes.
A seguir, s˜ao apresentadas as equa¸c˜oes para as duas malhas do
circuito em considera¸c˜ao.
Equa¸c˜oes para a malha 1
v = R1j1 + L1
dj1
dt
−M
dj2
dt
Equa¸c˜oes para a malha 2
0 = R2j2 + L2
dj2
dt
−M
dj1
dt
´E importante notar que para uma tens˜ao v dada, a determina¸c˜ao
das correntes j1 e j2 requer a solu¸c˜ao de equa¸c˜oes diferenciais.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 28 / 37
Capacitores e Indutores
Indutˆancia m´utua
Determina¸c˜ao das marcas de polaridade
Para a determina¸c˜ao das marcas procede-se da seguinte maneira :
Arbitrariamente marca-se a polaridade em um dos terminais
de um dos enrolamentos e injeta-se corrente por ele.
Utilizando-se a regra da m˜ao direita, determina-se o sentido
do fluxo dentro do material magn´etico.
Arbitrariamente, injeta-se corrente em um dos terminais do
outro enrolamento, e determina-se o sentido do fluxo dentro
do material magn´etico.
Se os fluxos forem aditivos, este material receber´a a outra
marca de polaridade. Se forem subtrativos, o outro material
recebe a marca de polaridade.
Note que para saber o sentido do fluxo magn´etico deve-se conhecer a
maneira como o n´ucleo magn´etico foi enrolado. Na maioria das situa¸c˜oes
pr´aticas, n˜ao temos esta informa¸c˜ao. Nestes casos, determinamos a
posi¸c˜ao das marcas de polaridade experimentalmente.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 29 / 37
Capacitores e Indutores
Indutˆancia m´utua
Determina¸c˜ao experimental das marcas de polaridade
E
S
V
R
+
−
Considerando o acesso apenas aos terminais dos enrolamentos com
os n´ucleos magn´eticos n˜ao vis´ıveis, conecta-se a um dos terminais
uma fonte de tens˜ao cont´ınua, uma chave e um resistor
atribuindo-se uma das marcas a este terminal e, ao outro terminal,
um volt´ımetro como mostrado na figura.
Quando a chave ´e fechada, ocorre uma deflex˜ao do ponteiro do
volt´ımetro. Se esta deflex˜ao for para a direita, a segunda marca ser´a
colocada no terminal positivo do volt´ımetro e, no terminal negativo,
caso contr´ario.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 30 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - indutores
Exemplo 3
Considere o circuito apresentado na figura
v
+
−100 [mH]
I sendo i = 0 para t < 0 e,
i(t) = 20te−5t
[A] para t≥0
Para qual instante de tempo a corrente ´e m´axima ?
di
dt
= 20e−5t
(1 − 5t)
A corrente ´e m´axima quando di/dt = 0, ou seja, t = 1/5 [s].
Calcule a tens˜ao v(t) indicada.
v = L
di
dt
= 2e−5t
(1 − 5t)
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 31 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - indutores
Exemplo 3
Calcule a potˆencia p e a energia w do circuito. A potˆencia ´e
dada por
p = vi = 40te−10t
(1 − 5t) [W]
e a energia ´e dada por
w =
Li2
2
= 20t2
e−10t
[J]
Qual ´e a energia m´axima armazenada no indutor ?
dw
dt
= 40te−10t
(1 − 5t)
A energia ´e m´axima quando dw/dt = 0, ou seja, t = 1/5 [s].
Logo, wmax = w(0.2) = 108.27 [mJ].
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 32 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - indutores
Exemplo 3
Apresente os gr´aficos de i, v, p, w em fun¸c˜ao do tempo.
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
0
0.5
1
1.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
−0.5
0
0.5
1
1.5
2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
−0.5
0
0.5
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
t [s]t [s]
t [s]t [s]
i[A]
v[V]w[J]
p[W]
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 33 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - indutores
Exemplo 3
Para qual intervalo de tempo a energia est´a sendo
armazenada no indutor ? De acordo com o gr´afico da
potˆencia, vi > 0 para t ∈ (0, 0.2] [s], indicando que a energia
est´a sendo armazenada no indutor.
Para qual intervalo de tempo a energia est´a sendo devolvida
do indutor para o circuito ? De acordo com o gr´afico da
potˆencia, vi < 0 para t ∈ (0.2, ∞) [s], indicando que a energia
est´a sendo extra´ıda do indutor.
Calcule e interprete o valor das seguintes integrais
0.2
0
pdt,
∞
0.2
pdt
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 34 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - indutores
Exemplo 3
Utilizando integral por partes, temos que
I =
0.2
0
40te−10t
−200t2
e−10t
dt=
0.2
0
40te−10t
dt−
0.2
0
200t2
e−10t
dt
sendo que
40
0.2
0
te−10t
dt = 40 −
t
10
e−10t
+
e−10t
10
dt
0.2
0
= −0.4e−10t
(1 + 10e−10t
)0.2
0
e, utilizando esta integral podemos calcular a seguinte
0.2
0
200t2
e−10t
dt = 200 −
t2
10
e−10t
+
1
5
te−10t
dt
0.2
0
= − 20t2
e−10t
− 0.4e−10t
(1 + 10t)
0.2
0
Logo, o valor da integral I = 20(0.2)2e−10×0.2 = 108.27 [mJ].
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 35 / 37
Capacitores e Indutores
Exemplo - indutores
Exemplo 3
Da mesma maneira, calculando a integral
J =
∞
0.2
40te−10t
−200t2
e−10t
dt=
∞
0.2
40te−10t
dt−
∞
0.2
200t2
e−10t
dt
temos
J = 20t2
e−10t
∞
0.2
= −108.27 [mJ]
Baseando-se na defini¸c˜ao de p, a ´area sob a curva de p × t fornece
a energia considerada durante o intervalo de integra¸c˜ao. Desta
forma, a integral da potˆencia entre os instantes t = 0 e t = 0.2 [s]
representa a energia armazenada durante este intervalo de tempo.
Da mesma maneira, a integral de p entre os instantes t = 0.2 [s] e
t → ∞ representa a energia entregue ao circuito a partir de
t = 0.2 [s]. Note que, neste caso, toda energia armazenada no
indutor foi devolvida ao circuito.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 36 / 37
Capacitores e Indutores
Dualidade entre capacitores e indutores
Dualidade entre capacitores e indutores
Como j´a discutido anteriormente, dois circuitos s˜ao duais se as
equa¸c˜oes de malhas que caracterizam um deles tˆem a mesma
forma matem´atica das equa¸c˜oes nodais do outro.
Desta forma, tens˜oes e correntes s˜ao grandezas duais e o dual
de resistˆencia ´e a condutˆancia.
Para capacitores e indutores temos
i = dq
dt v = dλ
dt
q = Cv λ = Li
o que mostram que cargas e fluxos s˜ao grandezas duais.
Ademais o dual de um capacitor de capacitˆancia C ´e um
indutor de indutˆancia L.
Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 37 / 37

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Aula 2 eletrônica industrial
Aula 2 eletrônica industrialAula 2 eletrônica industrial
Aula 2 eletrônica industrialBruno Nora
 
Aula 4 circuitos magnéticos
Aula 4 circuitos magnéticosAula 4 circuitos magnéticos
Aula 4 circuitos magnéticosRuy Lazaro
 
Aula componentes simetricas
Aula componentes simetricasAula componentes simetricas
Aula componentes simetricasDaniel Anjos
 
Elementos de subestação
Elementos de subestaçãoElementos de subestação
Elementos de subestaçãoRafael Silveira
 
101545233 exercicios-resolvidos-de-sinais-e-sistemas
101545233 exercicios-resolvidos-de-sinais-e-sistemas101545233 exercicios-resolvidos-de-sinais-e-sistemas
101545233 exercicios-resolvidos-de-sinais-e-sistemasHenrique Farias
 
Sep 1 cap 1 circuitos trifasicos
Sep 1   cap 1 circuitos trifasicosSep 1   cap 1 circuitos trifasicos
Sep 1 cap 1 circuitos trifasicosGlauco Prezoto
 
Amplificador Classe AB - Teoria
Amplificador Classe AB - TeoriaAmplificador Classe AB - Teoria
Amplificador Classe AB - TeoriaAndré Paiva
 
Corrente alternada circuitos
Corrente alternada circuitosCorrente alternada circuitos
Corrente alternada circuitosOi S.A
 
Levantamento de carga
Levantamento de cargaLevantamento de carga
Levantamento de cargaCarlos Melo
 
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.Fred Pacheco
 
Relatório transformadores elétricos
Relatório transformadores elétricosRelatório transformadores elétricos
Relatório transformadores elétricosVictor Said
 

Was ist angesagt? (20)

Aula 2 eletrônica industrial
Aula 2 eletrônica industrialAula 2 eletrônica industrial
Aula 2 eletrônica industrial
 
Transformadores
TransformadoresTransformadores
Transformadores
 
Aula 4 circuitos magnéticos
Aula 4 circuitos magnéticosAula 4 circuitos magnéticos
Aula 4 circuitos magnéticos
 
Aula componentes simetricas
Aula componentes simetricasAula componentes simetricas
Aula componentes simetricas
 
Aula 5 o capacitor
Aula 5 o capacitorAula 5 o capacitor
Aula 5 o capacitor
 
Elementos de subestação
Elementos de subestaçãoElementos de subestação
Elementos de subestação
 
101545233 exercicios-resolvidos-de-sinais-e-sistemas
101545233 exercicios-resolvidos-de-sinais-e-sistemas101545233 exercicios-resolvidos-de-sinais-e-sistemas
101545233 exercicios-resolvidos-de-sinais-e-sistemas
 
Sep 1 cap 1 circuitos trifasicos
Sep 1   cap 1 circuitos trifasicosSep 1   cap 1 circuitos trifasicos
Sep 1 cap 1 circuitos trifasicos
 
Eletrônica Básica
Eletrônica BásicaEletrônica Básica
Eletrônica Básica
 
07 potencia elétrica
07  potencia elétrica07  potencia elétrica
07 potencia elétrica
 
Amplificador Classe AB - Teoria
Amplificador Classe AB - TeoriaAmplificador Classe AB - Teoria
Amplificador Classe AB - Teoria
 
Aula motores elétricos
Aula motores elétricosAula motores elétricos
Aula motores elétricos
 
Corrente alternada circuitos
Corrente alternada circuitosCorrente alternada circuitos
Corrente alternada circuitos
 
Transformadores 1
Transformadores 1Transformadores 1
Transformadores 1
 
Acca 02
Acca 02Acca 02
Acca 02
 
AULA 8 TRAFOS.pptx
AULA 8 TRAFOS.pptxAULA 8 TRAFOS.pptx
AULA 8 TRAFOS.pptx
 
Levantamento de carga
Levantamento de cargaLevantamento de carga
Levantamento de carga
 
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
 
Relatório transformadores elétricos
Relatório transformadores elétricosRelatório transformadores elétricos
Relatório transformadores elétricos
 
3 --retificadores
3 --retificadores3 --retificadores
3 --retificadores
 

Ähnlich wie Capacitores e Indutores: conceitos básicos e exemplos

Ähnlich wie Capacitores e Indutores: conceitos básicos e exemplos (20)

Capacitância
CapacitânciaCapacitância
Capacitância
 
Capacitancia e dieletricos
Capacitancia e dieletricosCapacitancia e dieletricos
Capacitancia e dieletricos
 
Capacitores
CapacitoresCapacitores
Capacitores
 
Aula 5 (capacitância).ppt
Aula 5 (capacitância).pptAula 5 (capacitância).ppt
Aula 5 (capacitância).ppt
 
Sa10 eo-14-14
Sa10 eo-14-14Sa10 eo-14-14
Sa10 eo-14-14
 
5a.aulacapacitor
5a.aulacapacitor5a.aulacapacitor
5a.aulacapacitor
 
Capacitores 1
Capacitores 1Capacitores 1
Capacitores 1
 
practica 9 nova.pdf
practica 9 nova.pdfpractica 9 nova.pdf
practica 9 nova.pdf
 
Circuito rc em série
Circuito rc em sérieCircuito rc em série
Circuito rc em série
 
Relatório de carga e descarga de capacitores
Relatório de carga e descarga de capacitoresRelatório de carga e descarga de capacitores
Relatório de carga e descarga de capacitores
 
Capacitores
CapacitoresCapacitores
Capacitores
 
Capacitores ou condensadores.
Capacitores ou condensadores.Capacitores ou condensadores.
Capacitores ou condensadores.
 
Capacitancia
CapacitanciaCapacitancia
Capacitancia
 
Cap27 capacitancia halliday
Cap27 capacitancia hallidayCap27 capacitancia halliday
Cap27 capacitancia halliday
 
Exemplo relatório
Exemplo relatórioExemplo relatório
Exemplo relatório
 
Capacitores ju e paty
Capacitores ju e patyCapacitores ju e paty
Capacitores ju e paty
 
elemag_aula7.pdf
elemag_aula7.pdfelemag_aula7.pdf
elemag_aula7.pdf
 
aula-7-AVA-Fisica3.pdf
aula-7-AVA-Fisica3.pdfaula-7-AVA-Fisica3.pdf
aula-7-AVA-Fisica3.pdf
 
capacitores1.ppt
capacitores1.pptcapacitores1.ppt
capacitores1.ppt
 
aula-5-AVA-Fisica3.pdf
aula-5-AVA-Fisica3.pdfaula-5-AVA-Fisica3.pdf
aula-5-AVA-Fisica3.pdf
 

Capacitores e Indutores: conceitos básicos e exemplos

  • 1. Capacitores e Indutores Eletricidade Aplicada Profa. Grace S. Deaecto Instituto de Ciˆencia e Tecnologia / UNIFESP 12231-280, S˜ao J. dos Campos, SP, Brasil. grace.deaecto@unifesp.br Novembro, 2012 Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 1 / 37
  • 2. Capacitores e Indutores 1 Capacitores e Indutores Apresenta¸c˜ao do cap´ıtulo Capacitor Associa¸c˜ao de capacitores Exemplo - capacitores Indutor Associa¸c˜ao de indutores Indutˆancia m´utua Exemplo - indutores Dualidade entre capacitores e indutores Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 2 / 37
  • 3. Capacitores e Indutores Apresenta¸c˜ao do cap´ıtulo Apresenta¸c˜ao do cap´ıtulo Neste cap´ıtulo, trataremos de dois dispositivos armazenadores de energia : o capacitor e o indutor. Apresentaremos as equa¸c˜oes que os definem e o c´alculo da energia armazenada em cada um deles. Realizaremos associa¸c˜ao de capacitores em s´erie e em paralelo. Realizaremos associa¸c˜ao de indutores em s´erie e em paralelo. Discutiremos o conceito de indutˆancia m´utua. Trataremos da dualidade entre capacitores e indutores. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 3 / 37
  • 4. Capacitores e Indutores Capacitor Capacitor O capacitor ´e um dispositivo que armazena cargas el´etricas. ´E constitu´ıdo por dois condutores (armaduras) separados por um material isolante. O parˆametro capacitˆancia do capacitor relaciona tens˜ao entre seus terminais com a respectiva carga armazenada q(t) = Cv(t) A capacitˆancia ´e medida em farads (F). Um farad ´e igual a um coulomb por volt e seus subm´uliplos s˜ao microfarad, µF = 10−6 [F] nanofarad, nF = 10−9 [F] picofarad, pF = 10−12 [F] Para capacitores de placas paralelas C = (εA)/ℓ em que ε ´e a permissividade do material isolante, A ´e a ´area das armaduras e ℓ ´e a distˆancia entre elas. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 4 / 37
  • 5. Capacitores e Indutores Capacitor Capacitor Esquema de um capacitor : +− +− +− +− +− +− +− +− +− +− +− +− +−+− +− +− +− +− + + + + + + + + + + + + + − − − − − − − − − − − − − A ℓ ε E Ef + − Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 5 / 37
  • 6. Capacitores e Indutores Capacitor Como as cargas s˜ao acumuladas nas armaduras : Considere que as armaduras estejam inicialmente descarregadas (capacitor descarregado). Ao conectarmos um fonte de tens˜ao entre seus terminais um campo el´etrico ´e estabelecido nas armaduras. Este campo movimenta os el´etrons do condutor, levando-os para a placa “negativa” e tirando-os da placa “positiva”. No material isolante surge um campo el´etrico induzido de oposi¸c˜ao `aquele das armaduras e que depende da capacitˆancia C do material isolante. O movimento de el´etrons ocorre at´e que o campo el´etrico resultante de intensidade E = v/ℓ, fa¸ca com que todo o condutor esteja no mesmo potencial. Note que quanto maior o campo el´etrico de oposi¸c˜ao, maior ´e a quantidade de carga acumulada nas placas do capacitor. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 6 / 37
  • 7. Capacitores e Indutores Capacitor Capacitor Corrente em um capacitor linear : i = dq dt → i = C dv dt Tens˜ao em um capacitor linear : i = C dv dt → dv = 1 C idt → v = 1 C t 0 idτ + v(0) sendo a tens˜ao no instante t = 0 dada por v(0) = q(0)/C. Dom´ınio : ´E a tens˜ao m´axima que pode ser aplicada sobre o capacitor sem danific´a-lo. Esta tens˜ao ´e, geralmente, informada pelo fabricante juntamente com o valor da capacitˆancia. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 7 / 37
  • 8. Capacitores e Indutores Capacitor Capacitores e fontes de tens˜ao constantes em s´erie Atrav´es da equa¸c˜ao de tens˜ao que acabamos de apresentar v = 1 C t 0 idτ + V podemos concluir que um capacitor descarregado em s´erie com uma fonte de V [V ] ´e equivalente a um capacitor carregado com tens˜ao inicial V [V ]. Esta equivalˆencia ´e importante para a realiza¸c˜ao de associa¸c˜oes de capacitores carregados. V vv + + + + + − − − − − ≡ C C v(0) = 0 v(0) = V Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 8 / 37
  • 9. Capacitores e Indutores Capacitor Energia armazenada em capacitores A potˆencia recebida a cada instante de tempo ´e dada por p = vi. Logo, da defini¸c˜ao p = dw/dt, o capacitor recebe uma energia dada por w(t) − w(0) = t 0 pdτ = t 0 v C dv dτ dτ = C v(t) v(0) vdv = Cv(t)2 2 − Cv(0)2 2 [J] e, portanto, para qualquer instante de tempo t ≥ 0 temos w(t) = Cv(t)2 2 ou w(t) = q(t)2 2C [J] Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 9 / 37
  • 10. Capacitores e Indutores Capacitor Capacitor ideal versus capacitor real capacitor ideal capacitor real Capacitor ideal : O material isolante ´e ideal com resistˆencia infinita (sem corrente eletrˆonica entre as placas do capacitor). Toda a energia entregue ao capacitor fica armazenada em forma de campo el´etrico. Capacitor real : O material isolante apresenta resistˆencia alta, mas finita. O capacitor se descarregar´a ap´os um longo per´ıodo de tempo dependendo da sua qualidade. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 10 / 37
  • 11. Capacitores e Indutores Associa¸c˜ao de capacitores Associa¸c˜ao de capacitores em paralelo II · · · · · · C1 C2 Cn−1 Cn i1 i2 in−1 in ≡ Ceq A tens˜ao entre seus terminais ´e a mesma e a corrente total ´e a soma das correntes ij armazenadas em cada capacitor de capacitˆancia Cj para j = 1, · · · , n. Desta forma, temos i = n j=1 ij = n j=1 Cj dv dt = Ceq dv dt sendo Ceq = n j=1 Cj a capacitˆancia equivalente. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 11 / 37
  • 12. Capacitores e Indutores Associa¸c˜ao de capacitores Associa¸c˜ao de capacitores em s´erie v v · · · · · · C1 C2 Ceq Cn + ++ − −− + + − − v1 v2 vn ≡ Pela lei de Kirchhoff, temos v = n j=1 vj = n j=1 1 Cj t 0 idτ + vj (0) = 1 Ceq t 0 idτ + n i=1 vj (0) sendo 1/Ceq = n j=1 1/Cj a capacitˆancia equivalente. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 12 / 37
  • 13. Capacitores e Indutores Exemplo - capacitores Exemplo 1 i(t) 2 [F] 4 i [A] t [s] 2 2 −3 + − v(t) Para o circuito apresentado, considere que o capacitor est´a descarregado v(0) = 0. Determine a tens˜ao v indicada. Para 0 ≤ t < 2 [s], temos v = 1 2 t 0 2dτ = t [V] Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 13 / 37
  • 14. Capacitores e Indutores Exemplo - capacitores Exemplo 1 Para 2 ≤ t < 4 [s], temos v = 1 2 2 0 2dτ − t 2 3dτ = −1.5t + 5 [V] Para t ≥ 4 [s], temos v = 1 2 2 0 2dτ − 4 2 3dτ = −1 [V] Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 14 / 37
  • 15. Capacitores e Indutores Exemplo - capacitores O gr´afico a seguir apresenta a corrente dada e a tens˜ao calculada no capacitor. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 −3 −2 −1 0 1 2 3 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 −2 −1 0 1 2 3 t [s] t [s] i[V]v[V] Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 15 / 37
  • 16. Capacitores e Indutores Exemplo - capacitores Exemplo 2 i(t) 2 [F] 1 3 4 5 6 i [A] t [s] 2 2 −2 + − v(t) Para o circuito apresentado, considere que v(0) = 1. Represente graficamente, em fun¸c˜ao do tempo, as seguintes vari´aveis : tens˜ao v(t), carga q(t) e energia w(t) armazenada no capacitor. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 16 / 37
  • 17. Capacitores e Indutores Exemplo - capacitores Exemplo 2 Os gr´aficos obtidos est˜ao apresentados a seguir. 0 1 2 3 4 5 6 −2 −1 0 1 2 0 1 2 3 4 5 6 2 2.5 3 3.5 4 0 1 2 3 4 5 6 1 1.5 2 0 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 t [s]t [s] t [s]t [s] i[A]v[V] w[J]q[C] Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 17 / 37
  • 18. Capacitores e Indutores Indutor Indutor A passagem de corrente el´etrica atrav´es de um condutor gera um campo magn´etico em suas proximidades. Ademais, um fluxo magn´etico concatenado λ ´e gerado devido `a passagem da corrente. O indutor ´e um componente el´etrico constitu´ıdo por espiras de um fio condutor enroladas em torno de um n´ucleo magn´etico. Dependendo do material magn´etico utilizado no n´ucleo o fluxo magn´etico pode ser ampliado. Se o indutor for linear, temos λ = Li em que L ´e a indutˆancia do indutor medida em henrys (H). Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 18 / 37
  • 19. Capacitores e Indutores Indutor Indutor Esquema de um indutor : A ℓ µ v(t) + − i(t) • µ ´e a permeabilidade do material, • ℓ ´e o comprimento, • A ´e a ´area da se¸c˜ao trans- versal, • N ´e o n´umero de espiras L = µN2A ℓ [H] A permeabilidade do ar ´e µ = µ0 = 4π × 10−7 [H/m] Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 19 / 37
  • 20. Capacitores e Indutores Indutor Indutor Tens˜ao em um indutor linear : v = dλ dt , λ = Li −→ v = L di dt Corrente em um indutor linear : i = i(0) + 1 L t 0 vdτ sendo a corrente no instante t = 0 dada por i(0) = λ(0)/L. Note pela equa¸c˜ao da tens˜ao que se a corrente for constante, a queda de tens˜ao sobre o indutor ´e nula (o indutor opera como um curto-circuito). Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 20 / 37
  • 21. Capacitores e Indutores Indutor Indutores e fontes de corrente constantes em paralelo Atrav´es da equa¸c˜ao de corrente que acabamos de apresentar i = 1 L t 0 vdτ + I podemos concluir que um indutor descarregado em paralelo com uma fonte de I [A] ´e equivalente a um indutor carregado com corrente inicial i(0) = I [A]. Esta equivalˆencia ´e importante para a realiza¸c˜ao de associa¸c˜oes de indutores carregados. i i vv I ++ −− ≡ LL i(0) = Ii(0) = 0 Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 21 / 37
  • 22. Capacitores e Indutores Indutor Energia armazenada em indutores A potˆencia fornecida a um indutor a cada instante de tempo ´e dada por p = vi. Logo, da defini¸c˜ao p = dw/dt, o indutor recebe uma energia dada por w(t) − w(0) = t 0 pdτ = t 0 L di dτ i dτ = L i(t) i(0) idi = Li(t)2 2 − Li(0)2 2 [J] e, portanto, para qualquer instante de tempo t ≥ 0 temos w(t) = Li(t)2 2 ou w(t) = λ(t)2 2L [J] Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 22 / 37
  • 23. Capacitores e Indutores Indutor Indutor real i i indutor ideal indutor real v v − − L L R + + Indutor real : O fio usado para enrolar o n´ucleo magn´etico possui uma resistˆencia que n˜ao pode ser desprezada. A tens˜ao entre os terminais do indutor ´e dada por v = Ri + L di dt Ademais, note que, se a tens˜ao v for dada, a determina¸c˜ao de i requer a solu¸c˜ao de uma equa¸c˜ao diferencial. Outro efeito que pode complicar o modelo do indutor ´e a histerese, sendo a perda de energia no n´ucleo magn´etico, proporcional `a ´area deste ciclo. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 23 / 37
  • 24. Capacitores e Indutores Associa¸c˜ao de indutores Associa¸c˜ao de indutores em paralelo I I · · · · · · L1 L2 Ln−1 Ln i1 i2 in−1 in ≡ Leq A tens˜ao entre seus terminais ´e a mesma e a corrente armazenada total ´e a soma das correntes ij armazenadas em cada indutor de indutˆancia Lj para j = 1, · · · , n. Desta forma, temos i = n j=1 ij = n j=1 1 Lj t 0 vdτ + ij (0) = 1 Leq t 0 vdτ + n j=1 ij (0) sendo 1/Leq = n i=1 1/Li a indutˆancia equivalente. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 24 / 37
  • 25. Capacitores e Indutores Associa¸c˜ao de indutores Associa¸c˜ao de indutores em s´erie vv . . . L1 L2 Leq Ln + + + − − − + + − − v1 v2 vn ≡ Pela lei de Kirchhoff, temos v = n j=1 vj = n j=1 Lj di dt = Leq di dt sendo Leq = n j=1 Lj a indutˆancia equivalente. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 25 / 37
  • 26. Capacitores e Indutores Indutˆancia m´utua Indutˆancia m´utua 0011 01 v(t) L1 L2 R1 R2j1 j2 M + − Para circuitos com mais de um indutor a corrente atrav´es de um deles estabelece um fluxo magn´etico que concatena o outro indutor, induzindo uma tens˜ao. Considerando, por exemplo, que dois circuitos estejam acoplados por um campo magn´etico, como mostrado na figura, a tens˜ao induzida no segundo circuito est´a relacionada com a corrente variante no tempo do primeiro e, vice-versa, atrav´es um parˆametro conhecido como indutˆancia m´utua M. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 26 / 37
  • 27. Capacitores e Indutores Indutˆancia m´utua Indutˆancia m´utua Dependendo da maneira como os n´ucleos magn´eticos foram enrolados e dos sentidos das correntes de malha passando nos enrolamentos, os fluxos magn´eticos podem ser aditivos ou subtrativos. Este conhecimento ´e importante para a determina¸c˜ao dos sinais das tens˜oes induzidas pela indutˆancia M. Como, geralmente, n˜ao temos acesso `a forma como os n´ucleos foram enrolados, utilizam-se marcas de polaridade, representadas por •, para indicar o sentido dos fluxos magn´eticos. As marcas de polaridade indicam por qual terminal de cada um dos enrolamentos deve-se injetar corrente para a obten¸c˜ao de fluxos aditivos dentro do n´ucleo magn´etico. Alternativamente, se em um dos enrolamentos for injetada corrente no terminal marcado com a polaridade e, no outro enrolamento for retirada corrente do terminal que cont´em a marca de polaridade, ent˜ao os fluxos magn´eticos ser˜ao subtrativos. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 27 / 37
  • 28. Capacitores e Indutores Indutˆancia m´utua Se o fluxo concatenado produzido em Li pela passagem da corrente no indutor Lj ´e aditivo em rela¸c˜ao ao fluxo de Li , ent˜ao a tens˜ao induzida pela indutˆancia M possui o mesmo sinal daquela produzida pela indutˆancia pr´opria Li . Se os fluxos s˜ao subtrativos, os sinais devem ser diferentes. A seguir, s˜ao apresentadas as equa¸c˜oes para as duas malhas do circuito em considera¸c˜ao. Equa¸c˜oes para a malha 1 v = R1j1 + L1 dj1 dt −M dj2 dt Equa¸c˜oes para a malha 2 0 = R2j2 + L2 dj2 dt −M dj1 dt ´E importante notar que para uma tens˜ao v dada, a determina¸c˜ao das correntes j1 e j2 requer a solu¸c˜ao de equa¸c˜oes diferenciais. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 28 / 37
  • 29. Capacitores e Indutores Indutˆancia m´utua Determina¸c˜ao das marcas de polaridade Para a determina¸c˜ao das marcas procede-se da seguinte maneira : Arbitrariamente marca-se a polaridade em um dos terminais de um dos enrolamentos e injeta-se corrente por ele. Utilizando-se a regra da m˜ao direita, determina-se o sentido do fluxo dentro do material magn´etico. Arbitrariamente, injeta-se corrente em um dos terminais do outro enrolamento, e determina-se o sentido do fluxo dentro do material magn´etico. Se os fluxos forem aditivos, este material receber´a a outra marca de polaridade. Se forem subtrativos, o outro material recebe a marca de polaridade. Note que para saber o sentido do fluxo magn´etico deve-se conhecer a maneira como o n´ucleo magn´etico foi enrolado. Na maioria das situa¸c˜oes pr´aticas, n˜ao temos esta informa¸c˜ao. Nestes casos, determinamos a posi¸c˜ao das marcas de polaridade experimentalmente. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 29 / 37
  • 30. Capacitores e Indutores Indutˆancia m´utua Determina¸c˜ao experimental das marcas de polaridade E S V R + − Considerando o acesso apenas aos terminais dos enrolamentos com os n´ucleos magn´eticos n˜ao vis´ıveis, conecta-se a um dos terminais uma fonte de tens˜ao cont´ınua, uma chave e um resistor atribuindo-se uma das marcas a este terminal e, ao outro terminal, um volt´ımetro como mostrado na figura. Quando a chave ´e fechada, ocorre uma deflex˜ao do ponteiro do volt´ımetro. Se esta deflex˜ao for para a direita, a segunda marca ser´a colocada no terminal positivo do volt´ımetro e, no terminal negativo, caso contr´ario. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 30 / 37
  • 31. Capacitores e Indutores Exemplo - indutores Exemplo 3 Considere o circuito apresentado na figura v + −100 [mH] I sendo i = 0 para t < 0 e, i(t) = 20te−5t [A] para t≥0 Para qual instante de tempo a corrente ´e m´axima ? di dt = 20e−5t (1 − 5t) A corrente ´e m´axima quando di/dt = 0, ou seja, t = 1/5 [s]. Calcule a tens˜ao v(t) indicada. v = L di dt = 2e−5t (1 − 5t) Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 31 / 37
  • 32. Capacitores e Indutores Exemplo - indutores Exemplo 3 Calcule a potˆencia p e a energia w do circuito. A potˆencia ´e dada por p = vi = 40te−10t (1 − 5t) [W] e a energia ´e dada por w = Li2 2 = 20t2 e−10t [J] Qual ´e a energia m´axima armazenada no indutor ? dw dt = 40te−10t (1 − 5t) A energia ´e m´axima quando dw/dt = 0, ou seja, t = 1/5 [s]. Logo, wmax = w(0.2) = 108.27 [mJ]. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 32 / 37
  • 33. Capacitores e Indutores Exemplo - indutores Exemplo 3 Apresente os gr´aficos de i, v, p, w em fun¸c˜ao do tempo. 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.5 1 1.5 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 −0.5 0 0.5 1 1.5 2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 −0.5 0 0.5 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 t [s]t [s] t [s]t [s] i[A] v[V]w[J] p[W] Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 33 / 37
  • 34. Capacitores e Indutores Exemplo - indutores Exemplo 3 Para qual intervalo de tempo a energia est´a sendo armazenada no indutor ? De acordo com o gr´afico da potˆencia, vi > 0 para t ∈ (0, 0.2] [s], indicando que a energia est´a sendo armazenada no indutor. Para qual intervalo de tempo a energia est´a sendo devolvida do indutor para o circuito ? De acordo com o gr´afico da potˆencia, vi < 0 para t ∈ (0.2, ∞) [s], indicando que a energia est´a sendo extra´ıda do indutor. Calcule e interprete o valor das seguintes integrais 0.2 0 pdt, ∞ 0.2 pdt Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 34 / 37
  • 35. Capacitores e Indutores Exemplo - indutores Exemplo 3 Utilizando integral por partes, temos que I = 0.2 0 40te−10t −200t2 e−10t dt= 0.2 0 40te−10t dt− 0.2 0 200t2 e−10t dt sendo que 40 0.2 0 te−10t dt = 40 − t 10 e−10t + e−10t 10 dt 0.2 0 = −0.4e−10t (1 + 10e−10t )0.2 0 e, utilizando esta integral podemos calcular a seguinte 0.2 0 200t2 e−10t dt = 200 − t2 10 e−10t + 1 5 te−10t dt 0.2 0 = − 20t2 e−10t − 0.4e−10t (1 + 10t) 0.2 0 Logo, o valor da integral I = 20(0.2)2e−10×0.2 = 108.27 [mJ]. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 35 / 37
  • 36. Capacitores e Indutores Exemplo - indutores Exemplo 3 Da mesma maneira, calculando a integral J = ∞ 0.2 40te−10t −200t2 e−10t dt= ∞ 0.2 40te−10t dt− ∞ 0.2 200t2 e−10t dt temos J = 20t2 e−10t ∞ 0.2 = −108.27 [mJ] Baseando-se na defini¸c˜ao de p, a ´area sob a curva de p × t fornece a energia considerada durante o intervalo de integra¸c˜ao. Desta forma, a integral da potˆencia entre os instantes t = 0 e t = 0.2 [s] representa a energia armazenada durante este intervalo de tempo. Da mesma maneira, a integral de p entre os instantes t = 0.2 [s] e t → ∞ representa a energia entregue ao circuito a partir de t = 0.2 [s]. Note que, neste caso, toda energia armazenada no indutor foi devolvida ao circuito. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 36 / 37
  • 37. Capacitores e Indutores Dualidade entre capacitores e indutores Dualidade entre capacitores e indutores Como j´a discutido anteriormente, dois circuitos s˜ao duais se as equa¸c˜oes de malhas que caracterizam um deles tˆem a mesma forma matem´atica das equa¸c˜oes nodais do outro. Desta forma, tens˜oes e correntes s˜ao grandezas duais e o dual de resistˆencia ´e a condutˆancia. Para capacitores e indutores temos i = dq dt v = dλ dt q = Cv λ = Li o que mostram que cargas e fluxos s˜ao grandezas duais. Ademais o dual de um capacitor de capacitˆancia C ´e um indutor de indutˆancia L. Profa. Grace S. Deaecto Eletricidade Aplicada ICT / Unifesp 37 / 37