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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
ENGENHARIA AMBIENTAL
MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA
PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE
EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO
CRICIÚMA, JULHO DE 2007
2
MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA
PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE
EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
obtenção do grau de Engenheiro Ambiental pelo
Curso Engenharia ambiental da Universidade do
Extremo Sul Catarinense
Orientadora: Prof. Msc. Rosimeri Venâncio
Redivo
CRICIÚMA, JULHO DE 2007
3
MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA
PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE
EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO
Submetido ao corpo docente do Departamento de Engenharia Ambiental como um
dos requisitos para obtenção do grau de Engenheira Ambiental.
Prof. Dr. Carlyle Torres Bezerra de Menezes
Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental
Prof. M.Sc. Rosimeri Venâncio Redivo (UNESC)
Orientadora
Banca Examinadora:
Eng. Minas Cleber Baldoni Gomes (SIECESC)
Prof. M.Sc. Nadja Zim Alexandre (UNESC)
4
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso ao
geólogo Dr. Antonio Silvio Jornada Krebs, com
quem tive a oportunidade de trabalhar em dois
projetos de pesquisa pela UNESC além de outros
tantos trabalhos dos quais participei como membro
de sua equipe, pela experiência adquirida e pelo
apoio e incentivo dados ao longo dos últimos três
anos de minha formação acadêmica e profissional.
5
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pela coragem e pela fé necessárias à superação de todos os desafios.
A meu marido, Raimundo, pelo incentivo, apoio, paciência e amor dedicados durante todo o
período de conclusão do curso e com quem divido minha vitória.
A minha amada filha, Isabele, pelas longas horas subtraídas de seu convívio durante todo o
tempo em que estive ausente.
Aos meus pais, Renato e Maria Margarete, que me educaram e me ensinaram o valor do
trabalho.
As minhas irmãs, Marina e Monique, que sempre me apoiaram e me ajudaram a cuidar da
Isabele.
À Carbonífera Criciúma S.A., que me deu essa oportunidade e confiou no meu trabalho.
À professora Rosimeri Venâncio Redivo, profissional em quem confio e por quem tenho
muita admiração, por ter aceitado a tarefa de me orientar.
Ao meu orientador de trabalho, Guilherme de Bom Búrigo, que confiou no meu trabalho e
possibilitou que juntos conseguíssemos superar os desafios.
A Alzira Krebs, pelo apoio, incentivo e preciosa correção desse trabalho.
A Eduardo Amaral, Marcos Imério Leão e Eduardo Nosse, amigos que conquistei por
intermédio do amigo Krebs, os quais respeito por sua integridade e lealdade.
Aos colegas de trabalho, José Carlos, Damiani, Maiara, Renato, Valmir, André e Jonatas,
pela amizade e coleguismo.
Aos amigos que conquistei na empresa, Lisiane, Ângelo e Arilton.
6
Aos meus irmãos, Marcos, Mateus e Maria Gisele.
A minha amiga Franciele Anselmo Ferreira, pela amizade demonstrada nos trabalhos
desenvolvidos em parceria.
Ao Eng. de Minas Cleber e à professora Nadja, profissionais que muito admiro.
7
"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é
possível, e de repente você estará fazendo o
impossível".
São Francisco de Assis
8
RESUMO
A principal atividade econômica do sul do estado de Santa Catarina (Brasil) baseou-se,
durante várias décadas, na extração e no beneficiamento do carvão mineral. Porém, este
desenvolvimento se fez acompanhar de vários impactos ambientais negativos. O atual
panorama ambiental e a conjuntura socioeconômica da região carbonífera, aliados à exigência
do principal comprador do carvão mineral produzido na região, que determina como requisito
para a compra do carvão mineral produzido na bacia carbonífera a certificação do sistema de
gestão ambiental de acordo com a NBR ISO 14001, levaram as empresas carboníferas a
buscar melhorias na explotação do carvão sob ambos os aspectos da qualidade e do meio
ambiente. O presente estudo visa a planejar e a realizar simulados de emergência como parte
de um Plano de Atendimento a Emergências a ser implementado em uma mineradora de
carvão bem como a avaliar os procedimentos e propor melhorias para o atendimento a um dos
requisitos normativo da NBR ISO 14001. Através de exercícios simulados pretendeu-se
conscientizar e preparar os colaboradores para desempenharem seu papel nas situações
emergenciais. O Plano de Atendimento a Emergências - PAE descreve procedimentos para
todas as situações de emergência possíveis em uma empresa de mineração e através da
realização dos treinamentos referentes ao PAE os colaboradores puderam se familiarizar com
seu conteúdo. O planejamento do PAE e a execução dos simulados propiciou a identificação
de falhas e a proposição de melhorias para os procedimentos descritos no PAE.
Palavras-chave: emergências, simulados, mineração de carvão.
9
ABSTRACT
The main economical activity of southern Santa Catarina State (Brazil) has been during
several decades based in mineral coal explotation and treatment. However, this development
has brought several negative environmental impacts. Coal region environmental and
economical situation and main custom requirement - environmental managing system
certification according to NBR ISO 14 001 as a condition to buy mineral coal produced in the
coal basin - has led coal miners to improve coal explotation under both quality and
environment aspects. This study aims to plan and to carry out emergency simulation
trainings as a part of an Emergency Plan to be introduced in a coal mine as well as to
evaluate procedures and propose improvement measures in order to be in accordance with one
of NBR ISO 14 001 requirements. Through simulated exercises, we intended to make all
workers aware and prepared to play their respective roles. The Emergency Plan describes
procedures for almost all possible emergency situations in a coal mining industry and through
simulated exercises concerning the EP all workers could be in contact with its content. EP
planning and simulation trainings have identified failures and proposed EP procedure
improvements.
Key-words: emergencies, simulation and coal mining
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................14
2. OBJETIVOS........................................................................................................................15
2.1. Objetivo geral .......................................................................................................15
2.2. Objetivos específicos............................................................................................15
3. JUSTIFICATIVA................................................................................................................15
3.1. Localização da área de estudo ..............................................................................16
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................17
4.1. O carvão mineral e a mineração: uma visão global, nacional e estadual..............17
4.1.1. Formação e classificação do carvão mineral .........................................17
4.1.2. A história do carvão mineral..................................................................18
4.1.3. Mineração no mundo .............................................................................20
4.1.4. Carvão mineral no Brasil .......................................................................22
4.1.5. Mineração em Santa Catarina ................................................................22
4.1.6. Região Carbonífera ................................................................................23
4.2. Aspectos Normativos............................................................................................23
4.2.1. Importância da norma ISO 14001..........................................................24
4.2.2. Aspectos gerais ......................................................................................24
4.3. Plano de Atendimento a Emergências..................................................................25
4.3.1. Requisito 4.4.7. da NBR ISO 14001 – Preparação e respostas a
emergências .....................................................................................................25
4.3.2. Norma do NR 22.32 - Operações de emergência..................................26
4.4. Simulados de Emergências...................................................................................27
4.5. Treinamentos, Capacitação e Educação Ambiental .............................................31
4.5.1. Procedimento 4.4.2 da ISO 14001. Treinamento, conscientização e
competência.....................................................................................................32
11
5. METODOLOGIA................................................................................................................33
5.1. Consolidação das informações disponíveis..........................................................34
5.2. Matriz de Aspectos e Impactos.............................................................................34
5.3. Plano de Atendimento a Emergências – PAE ......................................................38
5.4. Treinamentos dos colaboradores ..........................................................................39
5.5. Planejamento dos simulados de emergência ........................................................39
5.6. Realização de simulados de emergência ..............................................................40
5.7. Avaliação dos resultados das simulações realizadas............................................40
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................40
6.1. Consolidação das informações disponíveis..........................................................40
6.2. Impactos emergenciais da empresa ......................................................................50
6.3. Plano de Atendimento a Emergências..................................................................54
6.4. Treinamentos dos colaboradores ..........................................................................55
6.5. Planejamento dos simulados de emergência ........................................................57
6.6. Realização de simulados de emergência ..............................................................58
6.7. Avaliação dos simulados ......................................................................................71
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...........................................................................73
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................76
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Vista aérea da área de estudo ............................................................................... 16
Figura 2 – Perfuratriz JOY ou Amanda ..................................................................................41
Figura 3 – Blaster preparando local para desmonte ................................................................42
Figura 4 – Carregamento do minério através de pás carregadeiras.........................................42
Figura 5 – Escoramento realizado com perfuratriz hidráulica ............................................... 43
Figura 6 – Monitor do circuito interno de TV ........................................................................43
Figura 7 – Circuito interno de TV ..........................................................................................43
Figura 8 – Fluxograma do método de extração ......................................................................44
Figura 9 – Escoramento de teto com o uso de perfuratriz hidráulica .....................................44
Figura 10 – Escoramento de teto sendo realizado ..................................................................44
Figura 11 – Ventilação por exaustão forçada a partir do Poço 2 ............................................45
Figura 12 – Drenagem realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV ...............46
Figura 13 – Instalações de britagem e peneiramento ..............................................................47
Figura 14 – Lavador de carvão................................................................................................49
Figura 15 – Características das camadas explotáveis na UM II..............................................50
Figura 16 – Sala de treinamento .............................................................................................55
Figura 17 – Treinamento do Plano de Emergências ...............................................................56
Figura 18 – Reciclagem do Plano de Emergências ................................................................56
Figura 19 – Produto vazado propositadamente ......................................................................58
Figura 20 – Início do procedimento de renovação ..................................................................59
Figura 21 – Utilização do kit vazamento.................................................................................59
Figura 22 – Recolhimento do material ...................................................................................60
Figura 23 – Utilização do latão do kit vazamento ...................................................................60
Figura 24 – Acabamento com serragem fina ..........................................................................60
Figura 25 – Utilização de vassoura .........................................................................................60
Figura 26 – Recolhimento do recipiente .................................................................................61
Figura 27 – Acondicionamento dos materiais utilizados .......................................................61
Figura 28 – Produto vazado propositadamente ..................................................................... 61
Figura 29 – Funcionários passando pelo local ........................................................................62
Figura 30 – Funcionários avaliando o produto .......................................................................62
Figura 31 – Funcionários identificando o produto ..................................................................62
13
Figura 32 – Funcionário avaliando o produto ........................................................................62
Figura 33 – Funcionários passando pelo local ........................................................................63
Figura 34 – Funcionários trabalhando próximo ao local.........................................................63
Figura 35 – Brigadista passando pelo local ............................................................................63
Figura 36 – Brigadista e funcionário verificando o local .......................................................63
Figura 37 – Dois brigadistas discutindo o episódio.................................................................64
Figura 38 – Brigadista retornando ao local .............................................................................64
Figura 39 – Brigadista avaliando o vazamento ......................................................................64
Figura 40 – Início dos procedimentos ....................................................................................65
Figura 41 – Utilização do kit vazamento ................................................................................65
Figura 42 – Execução dos procedimentos ..............................................................................65
Figura 43 – Ação dos brigadistas ............................................................................................65
Figura 44 – Lavação do local com mangueira ........................................................................66
Figura 45 – Presença de brigadistas .......................................................................................66
Figura 46 – Reclamante fictícia efetuando a ligação ..............................................................66
Figura 47 – Ligação para a guarita .........................................................................................68
Figura 48 – Descrição dos procedimentos ..............................................................................68
Figura 49 – Reunião com os técnicos envolvidos ...................................................................68
Figura 50 – Produto vazado propositadamente ......................................................................69
Figura 51 – Vazamento provocado .........................................................................................69
Figura 52 – Identificação do vazamento .................................................................................69
Figura 53 – Avaliação do vazamento .....................................................................................69
Figura 54 – Veículo sendo manobrado ...................................................................................70
Figura 55 – Marcas de pneu sobre o óleo................................................................................70
Figura 56 – Funcionários trabalhando no local .......................................................................70
Figura 57 – Funcionários saindo do local................................................................................70
Figura 58 – Emprego de serragem...........................................................................................71
Figura 59 – Serragem espalhada sobre o óleo.........................................................................71
Figura 60 – Serragem sobre o óleo..........................................................................................71
Figura 61 – Funcionários andando sobre o óleo......................................................................71
14
1. INTRODUÇÃO
A mineração de carvão, uma atividade ambientalmente impactante como o são
muitas outras atividades antrópicas, é fundamental para a economia sul-catarinense por ser o
minério de carvão responsável por uma significativa porção da energia gerada nessa região.
Entretanto, as empresas mineradoras estão cada vez mais preocupadas com a
obtenção da Certificação Ambiental ISO 14001, requisito fundamental para o sistema de
gerenciamento do meio ambiente, cujos pilares são o atendimento à legislação, a prevenção e
a melhoria contínua dos métodos de produção como forma de controle da poluição. A
implantação do Sistema de Gestão Ambiental - SGA é uma das exigências da FATMA, com
acompanhamento do Ministério Público, a ser cumprida através do Termo de Ajuste de
Conduta - TAC. A conquista da Certificação pela norma ISO 14001 é requisito contratual,
cujo prazo limite é junho de 2008, imposto pela TRACTEBEL ENERGIA S.A., principal
comprador do carvão produzido na região.
A norma ISO 14001 determina o planejamento, a implementação e a manutenção
de vários requisitos, entre os quais formulação da política ambiental, levantamento dos
aspectos e impactos, atendimento aos requisitos legais, definição de objetivos, metas e
programas ambientais, definição da responsabilidade e autoridade, realização de treinamento,
medição, monitoramento, auditorias, comunicação, levantamento das não-conformidades,
escolha das ações corretivas e preventivas, implementação de controle operacional, análise
crítica, levantamento e avaliação dos requisitos legais e definição das situações de
emergência, ou seja, para os impactos significativos e as situações emergenciais levantados na
Matriz de Aspectos e Impactos deve ser elaborado e implementado um Plano de Atendimento
a Emergências.
Para a implementação do Plano de Atendimento a Emergências (PAE), com
proposição de melhorias através de realização de treinamentos e de sua análise crítica, este
trabalho aborda a elaboração, a execução e a avaliação de exercícios de simulação referentes
ao processo de mineração de carvão na UM II – Verdinho, pertencente à Carbonífera
Criciúma S.A.
15
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Planejar e realizar simulados de emergência em uma mineradora de carvão.
2.2. Objetivos Específicos
• Planejar quatro simulados referentes às situações emergenciais previstas no
calendário de simulados da UM II – Verdinho, da Carbonífera Criciúma S.A.
• Realizar os simulados planejados de acordo com o calendário.
• Avaliar os resultados dos simulados de emergência realizados de acordo com o
calendário de simulados.
• Propor melhorias para o Plano de Atendimento a Emergências e proceder ao
treinamentos dos funcionários da empresa.
3. JUSTIFICATIVA
As mudanças operadas na postura da sociedade brasileira em relação às questões
ambientais, associada à forte atuação do Ministério Público, em particular, e às recentes
exigências dos órgãos de fiscalização e dos clientes, levaram as empresas de mineração do sul
do estado a buscarem a Certificação Ambiental ISO 14 001 como forma de se adequarem ao
novo padrão que ora se estabelece de forma definitiva.
No caso deste trabalho, procurou-se abordar a exigência da Norma 14001,
relacionada ao Procedimento Operacional PO. 07, que se refere ao Plano de Atendimento a
Emergências-PAE, particularmente aos simulados de emergência, empregados como
instrumentos de verificação da eficácia dos procedimentos emergenciais tomados pelos
envolvidos na operação de combate aos possíveis danos.
16
3.1. Localização da área de estudo
A Unidade Mineira II - Verdinho (UM II) (Figura 1), pertencente à Carbonífera
Criciúma S.A., estende-se desde as localidades de Verdinho e São Miguel, em Forquilhinha,
onde se situam as unidades operacionais de superfície e de subsolo, até o município de
Maracajá, mais ao Sul. O acesso à mina pode se dar a partir de Criciúma pela Rodovia Jorge
Lacerda, passando pelo bairro Sangão, derivando-se à direita em direção a Forquilhinha pela
Rodovia Gabriel Arns, percorrendo-se 4Km da Rua Nereu Belolli, chegando-se então aos
portões de acesso da empresa. As divisas em áreas contíguas da unidade mineira são as
seguintes: norte: área de pastagem, vegetação e rio Mãe Luzia; sul: áreas de vegetação,
agricultura e acesso à Br-101; leste: áreas de vegetação, agricultáveis e rio Sangão; oeste:
áreas agricultáveis.
Figura 1: Vista aérea da área de estudo
17
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1. O carvão mineral e a mineração: uma visão global, nacional e estadual
Para se entender este trabalho do ponto de vista das simulações realizadas no
recinto de uma mineradora de carvão, uma abordagem sobre o carvão em seu aspecto global,
nacional e estadual e sua caracterização enquanto bem mineral são fundamentais.
4.1.1. Formação e classificação do carvão mineral
Segundo Borba (Balanço Mineral Brasileiro – 2001/DNPM), o carvão mineral –
ou simplesmente carvão – é um combustível fóssil sólido formado a partir da matéria orgânica
de vegetais depositados em bacias sedimentares. Por ação de pressão e temperatura em
ambiente sem contato com o ar, em decorrência de soterramento e atividade orogênica, os
restos vegetais, ao longo do tempo geológico, se solidificam, perdem oxigênio e hidrogênio e
se enriquecem com carbono. Este processo se denomina carbonificação. Quanto mais intensa
a pressão e a temperatura a que a camada de matéria vegetal for submetida e quanto mais
tempo durar o processo, mais alto será o grau de carbonificação atingido, ou rank, e melhor a
qualidade do carvão. Os diversos estágios de carbonificação, do menor para o maior rank, são
dados pelo esquema: turfa → sapropelito → linhito → carvão sub-betuminoso → carvão
betuminoso → antracito. O estágio mínimo para a utilização industrial do carvão é o do
linhito. Outro índice qualitativo do carvão é o grade, que mede de forma inversamente
proporcional o percentual em massa de matéria mineral incombustível (cinzas) presente na
camada carbonífera. Baixo grade significa que o carvão possui um alto percentual de cinzas
misturado à matéria carbonosa, o que consequentemente empobrece sua qualidade. Isto pode
ser comparado através dos dados apresentados no Quadro 01, em que é possível se observar a
classificação dos diferentes tipos de carvão e as variáveis físico-químicas características
destas substâncias.
18
Fundamentalmente importante para a economia mundial, o carvão é empregado
em escala planetária na geração de energia e na produção de aço. Na siderurgia emprega-se o
carvão coqueificável, um carvão nobre, de alto rank e grade, com propriedades aglomerantes.
No ano de 2000, o mundo produziu 831 Mt (milhões de toneladas) de aço, que requereram
608 Mt de carvão, representando aproximadamente 17,5% da produção global deste bem
mineral, que foi de 3.466 Mt. No uso para fins energéticos o carvão admite, a partir do linhito,
toda gama possível de qualidade, sendo uma questão de adaptação dos equipamentos ao
carvão disponível.
Entre os recursos energéticos não renováveis, o carvão ocupa a primeira colocação
em abundância e perspectiva de vida útil, constituindo, em longo prazo, a mais importante
reserva energética mundial, conforme quadro comparativo.
Na composição da matriz energética global, o carvão fica abaixo apenas do
petróleo. Especificamente na geração de eletricidade, passa folgadamente à condição de
principal recurso mundial.
TURFA LINHITO CARVÃO ANTRACITO
DENSIDADE (%) 1 1 a 1,3 1,2 a 1,5 1
UMIDADE (%) 65 a 90 15 a 45 1 a 3 < 1
CARBONO (%) 55 65 a 75 75 a 90 90 a 96
HIDROGÊNIO (%) 6 5 4,5 a 5,5 2 a 5
OXIGÊNIO (%) 33 25 3 a 11 4 a 11
MAT. VOLÁTIL (%) 60 40 10 a 45 3 a 10
CARBONO FIXO (%) 25 35 25 a 80 90
CINZAS (%) 10 9 0,5 a 40 3 a 30
PODER
CALORÍFICO (Cal/g)
4000 a 5700 < 5700 5700 a 9600 8200 a 9200
PODER
REFLETOR (vitrinita)
- 0,5 0,5 a 1,5 2,2
Quadro 01: Classificação dos diferentes tipos de carvão em valores médios (Fonte: Perfil Analítico do Carvão -
Boletim n° 6, DNPM - 1987)
4.1.2. A história do carvão mineral
A história do carvão confunde-se com o desenvolvimento do Homem. Na Pré-
História, considerava-se o fogo como algo produzido pelos deuses até quando os primitivos
observaram que as florestas se transformavam em pedras negras após terem sido incendiadas
19
por um raio e que estes resíduos também eram inflamáveis. Era o carvão vegetal, que desde
então proporcionou mais conforto e facilidade aos homens das cavernas. No Período
Neolítico, uma nova descoberta: minerais negros colocados para proteger as fogueiras eram
reduzidos a metal quando em contato com a lenha carbonizada. Seguiu-se a Idade do Cobre,
do Bronze e do Ferro, e o Homem foi utilizando o calor do carvão mineral para tornar
moldáveis as matérias-primas com que confeccionava suas ferramentas (BELOLLI, 2002).
O carvão passava a ser agente direto do que mais tarde seria reconhecido como
uma verdadeira revolução. Em 1668, o engenheiro militar inglês Thomas Savery desenvolveu
um motor para bombear água das minas profundas de carvão. Em 1709, Abraham Darby
produzia o primeiro gusa a partir do coque de carvão mineral em Coalbrockdale (Inglaterra).
Com o mesmo objetivo de Thomas Savery, o ferreiro Thomas Newcomen utilizou, em 1711,
o vapor como base energética de sua máquina atmosférica. A criação de Newcomen foi
aperfeiçoada, em 1765, pelo escocês James Watt e o engenheiro Matthew Bouton, tendo
resultado a máquina a vapor de duplo efeito. Eles instalaram cerca de 500 desses
equipamentos para acionarem bombas de minas de carvão, máquinas de fiar e tecer,
sopradores de altos fornos e inúmeros outros instrumentos (BELOLLI, 2002).
Nos transportes o uso do carvão também foi essencial para o desenvolvimento
tecnológico. No início do século XIX, em 1803, Robert Fulton construiu, em Paris, o primeiro
barco a vapor. Em 1825, George construiu a primeira ferrovia com locomotiva a vapor
(BELOLLI, 2002).
Aos poucos, as forças hidráulicas, animal e humana eram substituídas pelo poder
energético do carvão mineral. E uma verdadeira revolução industrial acontecia. A Grã-
Bretanha foi a pioneira desta revolução devido às suas ricas reservas de carvão e de minério
de ferro e à qualidade de seus minerais (BELOLLI, 2002).
O carvão foi determinante neste processo, tendo ajudado a movimentar máquinas
produtoras de bens e de transporte. A Revolução Industrial não conheceu fronteira. Espalhou-
se pela Europa Central, tendo a Alemanha como principal seguidora. A produção de bens
aconteceu em quantidade infinitamente superior à do passado. Só no período que vai de 1850
a 1910 a produção de ferro e carvão aumentou vinte e seis vezes graças ao uso da máquina a
vapor. Essa rápida industrialização teve como conseqüência o domínio colonialista para
assegurar o suprimento de matérias-primas aos que não as possuíam e o consumo de
mercados além-fronteiras, o que gerou disputas acirradas que mais tarde culminaram na
Primeira Guerra Mundial (BELOLLI, 2002).
20
O carvão mineral foi descoberto em Santa Catarina no ano de 1822 quando
tropeiros que desciam a chamada Serra do Doze (Serra do Rio do Rastro), na região de Lauro
Müller, observaram que determinadas “pedras pretas” ardiam em brasa nas fogueiras dos
acampamentos. Os impressionantes relatos feitos por estes tropeiros propagaram-se
rapidamente até chegarem ao conhecimento das autoridades da Corte Imperial, a qual enviou
várias missões de pesquisadores e cientistas à região sul de Santa Catarina a fim de estudar o
“fenômeno” Concluiu-se à época que tais pedras eram muito semelhantes ao carvão mineral,
uma substância muito utilizada na Inglaterra como fonte de energia para a uso industrial e
doméstico (BELOLLI, 2002).
Os estudos de caracterização mineral e de viabilidade econômica do carvão
mineral, realizados a partir de amostras enviadas ao continente Europeu, levaram o Visconde
de Barbacena a empreender, em 1876, a primeira tentativa de exploração comercial deste
minério no Município de Lauro Müller, a partir do que foram introduzidos os primeiros
conceitos e técnicas para a mineração do carvão mineral bem como a construção da Estrada
de Ferro Dona Tereza Cristina, inaugurada em 1884 (BELOLLI, 2002).
Todavia, este empreendimento enfrentou dificuldades de ordem burocrática,
econômicas e de infra-estrutura, o que retardou o desenvolvimento e a expansão desta
atividade. Esta situação perdurou até o início deste século quando o bloqueio Europeu à
importação, devido à Primeira Guerra Mundial, marca o início de um novo período para a
exploração do carvão catarinense, época em que o industrial Henrique Lage adquiriu a firma
falida do Visconde de Barbacena e fundou a empresa Lage e Irmãos. A partir de então,
criaram-se condições para a estruturação da base para a indústria catarinense através da
construção do Porto de Imbituba e de lavadores de carvão, o que abriu mercado para a
produção deste minério (BELOLLI, 2002).
4.1.3. Mineração no mundo
Em termos de participação na matriz energética mundial, segundo o Balanço
Energético Nacional (2003), o carvão é atualmente responsável por cerca de 7,9% de todo o
consumo mundial de energia e de 39,1% de toda a energia elétrica gerada. Em âmbito
mundial, apesar dos impactos sobre o meio ambiente, o carvão ainda é uma importante fonte
de energia. As principais razões para isso são as seguintes: i) abundância das reservas; ii)
21
distribuição geográfica das reservas; iii) baixos custos e estabilidade nos preços em relação a
outros combustíveis (AIE, 1997).
Embora fontes renováveis como biomassa, solar e eólica venham a ocupar maior
parcela na matriz energética mundial, o carvão deverá continuar sendo, por muitas décadas, o
principal insumo para a geração de energia elétrica, especialmente nos países em
desenvolvimento (AIE, 1997).
Segundo Borba (Balanço Mineral Brasileiro – 2001/DNPM), o consumo mundial
de carvão diminuiu um pouco na última década, tendo passado de 3.579 Mt em 1989 para
3.465 Mt em 1999, uma redução de 3,3%. Isto se deveu à forte contração no consumo
ocorrida nesse período na Europa Ocidental que, com a exaustão de suas jazidas mais
rentáveis, fez um esforço de substituição, de que é exemplo a opção da França pela energia
nuclear e a substituição generalizada do carvão pelo gás natural e pelo petróleo no
aquecimento na Europa Ocidental. Também a desestruturação da URSS e de outros países da
Europa Oriental, com a conseqüente redução de seu ritmo econômico, contribuiu
intensamente para essa queda. Em compensação, a recuperação econômica dos EUA fez com
que o consumo crescesse neste país, o que também ocorreu na área do Pacífico, tendo sido o
consumo puxado pelo forte ritmo desenvolvimentista da China, crescimento que teria sido
ainda maior não fossem a crise econômica japonesa e coreana nos últimos anos.
A recente nova alta nos preços do petróleo e do gás natural criou uma perspectiva
favorável ao mercado carbonífero internacional visto que o carvão, além da posição que
ocupa de forma natural na economia, também atua como um bem de substituição aos demais
combustíveis fósseis, tendo um importante papel de moderador de preços no mercado de
recursos energéticos.
A pressão ambientalista contra o carvão tem sido intensa, principalmente com o
advento das teorias do aquecimento global e da redução da camada de ozônio, no sentido do
controle e da redução das emissões de poluentes para a atmosfera, mas a posição desse bem
mineral vem se mantendo relativamente inabalável no cenário mundial. Em parte, o sucesso
da resistência do carvão deve-se ao extraordinário progresso da tecnologia de prevenção e de
recuperação de danos ambientais em sua mineração e queima ocorrido nos últimos anos, mas
principalmente à realidade da dificuldade tecnológica dos recursos limpos aumentarem sua
participação na matriz energética mundial de modo que com a gigantesca necessidade global
de energia, tanto atual quanto estimada, não há nenhuma perspectiva, mesmo de longo prazo,
de dispensar os combustíveis fósseis como base energética da sociedade industrial moderna
(BORBA, 2001).
22
4.1.4 Carvão mineral no Brasil
As principais reservas de carvão mineral localizam-se no sul do País, notadamente
no Estado do Rio Grande do Sul, que detém mais de 90% das reservas nacionais. No final de
2002, as reservas nacionais de carvão giravam em torno de 12 bilhões de toneladas, o que
corresponde a mais de 50% das reservas sul-americanas e a 1,2% das reservas mundiais (AIE,
1997).
No entanto, segundo o Balanço Energético Nacional (2003), o uso energético do
carvão mineral ainda é bastante restrito, representando apenas 6,6% da matriz energética
brasileira. Entre outras restrições, os altos teores de cinza e enxofre (da ordem de 50% e 2,5%,
respectivamente) são os principais responsáveis pelo baixo índice de aproveitamento do
carvão no Brasil. Espera-se, porém, que o desenvolvimento de tecnologias de remoção de
impurezas e de combustão eficiente, como se descreve no próximo item, proporcione maiores
índices de aproveitamento desse recurso (AIE, 1997).
4.1.5. Mineração em Santa Catarina
Em Santa Catarina, o carvão ocorre na bacia sul-catarinense, estendendo-se, de sul
para norte, do município de Araranguá ao de Lauro Müller, com cerca de 21% das reservas
medidas oficiais brasileiras (1.525.021.083 t) e 22% das provadas e prováveis (201.921.000
t). Trata-se de um carvão coqueificável pobre, e energético pobre a médio, que admite algum
beneficiamento e transporte à curta distância. As partes a céu aberto e de subsolo rasas já
foram quase todas mineradas de modo que há uma crescente dificuldade dessa jazida em
manter um ritmo intenso de lavra por serem as minas profundas e estruturalmente difíceis
(BORBA, 2001).
23
4.1.6. Região carbonífera
No Brasil, as principais ocorrências de carvão mineral localizam-se na Região Sul
e se estendem desde São Paulo, passando pelos Estados do Paraná e Santa Catarina, até o Rio
Grande do Sul (BELOLLI, 2002).
A bacia carbonífera catarinense constitui uma faixa aproximada de cem
quilômetros de comprimento e largura média de vinte quilômetros, entre a Serra Geral, a
oeste, e o maciço granítico da Serra do Mar, a leste, seguindo a orientação norte-sul
(BELOLLI, 2002).
A exploração do carvão catarinense desenvolve-se na região sul do estado, cujos
importantes centros de mineração se afirmam nos municípios de Lauro Muller, Urussanga,
Siderópolis, Treviso, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Morro da Fumaça e Maracajá
(BELOLLI, 2002). Recentemente, em decorrência de uma produção definida e crescente,
essa região desenvolveu condições estruturais favoráveis à instalação de importante centro de
produção de carvão mineral. Esta produção contribuiu também para consolidar os alicerces de
novos setores empresariais que por sua vez corroboram para um importante aumento
demográfico da região sul catarinense, completando um encadeamento socioeconômico de
repercussão nacional e internacional (BELOLLI, 2002).
De forma resumida, a mineração é uma seqüência de operações capazes de
conferir um valor comercial a uma determinada matéria-prima (valor agregado), o que
envolve um conjunto de trabalhos de transformação do carvão mineral bruto em um produto
que atende a uma necessidade de mercado, obedecendo a determinados padrões de qualidade
definidos pelo cliente, incluindo-se aí o aspecto ambiental envolvido na avaliação deste
produto.
4.2. Aspectos normativos
O principal objetivo do Sistema de Gestão Ambiental implantado bem como do
procedimento relacionado ao Plano de Atendimento a Emergências, especialmente a
realização de simulados, é fazer com que a empresa atenda à legislação ambiental, minimize
os impactos ambientais negativos e se proponha a buscar a melhoria contínua das operações
24
de produção, o que deverá ser alcançado a partir da implantação da Norma ISO 14001. Os
exercícios simulados serão planejados e executados de acordo com a referida norma.
Cabe ressaltar também que, embora esse trabalho tenha sido feito em função da Norma
ISO 14001, foram consideradas também os procedimentos estabelecidos pela NR 22 no que
se refere às Operações de Emergências bem como as NRM estabelecidas pelo DNPM no que
se refere à Segurança no Trabalho.
4.2.1. Importância da norma ISO 14000
A norma ISO 14001 facilita o comércio, eliminando barreiras comerciais. Nos
últimos anos, elaboraram-se normas ambientais nacionais e regionais em países como E.U.A.,
Canadá, Inglaterra, da União Européia, entre outros, que criam barreiras comerciais das quais
a Eco Etiqueta é um exemplo (TORRES, 2005). A norma ISO 14001 permite a melhoria
ambiental em nível mundial por ser uma norma de conselho internacional, proporcionar uma
concepção e terminologia ambiental comum e desempenhar papel significativo na avaliação
ambiental do planeta, facilitando a harmonização internacional de estratégias ambientais
(TORRES, 2005).
Ela melhora a administração ambiental por estar preparada para atender a todas as
etapas da operação de uma organização, a seus produtos e serviços, incluindo-se elementos de
política ambiental, recursos, capacitação, operações, respostas a emergências, auditorias,
medidas e revisões administrativas, e adquirindo confiabilidade mediante a percepção
contínua e a participação de todos os diretivos e empregados (TORRES, 2005).
4.2.2. Aspectos gerais
A ISO (International Organization for Standardization) é um organismo não
governamental com sede em Genebra, com mais de 100 países-membros e abrangência
internacional, dedicado à padronização de produtos, segurança e ambiente (TORRES, 2005).
Em 1987, a ISO concluiu as normas da série ISO 9000, adotadas e reconhecidas
mundialmente, cujo êxito permitiu que se adquirisse confiança para desenvolver outras
normas. (TORRES, 2005). Devido à preocupação global para com os problemas ambientais,
25
a ISO estabeleceu compromisso com a UNCED (Conferência sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento) de elaborar as normas ambientais, constituindo um grupo de trabalho
denominado SAGE (Strategic Advisory Group on the Environment), ou Grupo Assessor
Estratégico sobre o Ambiente, o qual concluiu suas atividades no ano de 1992. (TORRES,
2005).
4.3. Plano de Atendimento a Emergências
O Plano de Atendimento a Emergências, exigência da NR-22 e da NRM do DNPM e
corroborado pela ISO 14001, visa a fornecer controles e procedimentos necessários para a
minimização dos riscos para a saúde humana, para o meio ambiente e para o patrimônio,
resultantes de situações emergenciais definidas na Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais,
tais como incêndios, explosões, liberação de produtos tóxicos e perigosos para a atmosfera,
solo e água. Este plano deve conter as ações preventivas e os procedimentos de resposta a
emergências a serem adotados diante da ocorrência de qualquer uma das situações
emergenciais definidas no plano.
4.3.1. Requisito 4.4.7 da NBR ISO 14001 - Preparação e respostas a emergências
É da responsabilidade de cada organização desenvolver procedimento(s) de
preparação e respostas a emergências que atenda(m) às suas necessidades específicas. No
desenvolvimento deste(s) procedimento(s), recomenda-se que a organização considere:
a) natureza dos perigos locais como, por exemplo, líquidos inflamáveis, tanques
de armazenamento, gases comprimidos, e medidas a serem tomadas no caso de vazamento e
lançamentos acidentais;
b) tipo e escala mais prováveis de ocorrência de uma situação de emergência ou
acidente;
c) método mais apropriado para responder a um acidente ou a uma situação de
emergência;
d) planos de comunicação interna e externa;
26
e) ação(ões) requerida(s) para minimizar o dano ambiental;
f) ação(ões) de mitigação e resposta(s) a ser(em) tomadas(s) para diferentes tipos
de acidente ou situação de emergência;
g) necessidade de processos de avaliação pós-acidente para estabelecer e
implementar ações corretivas e preventivas;
h) simulações periódicas do(s) procedimento(s) de resposta a emergências;
i) treinamento do pessoal de resposta a emergências;
j) lista de pessoas-chave e de órgãos de atendimento, incluindo-se detalhes de
contato como, por exemplo, corpo de bombeiros e serviços de remediação;
k) rota(s) de evacuação e ponto(s) de encontro;
l) potencial de situação(ões) de emergência ou acidente(s) em instalações
próximas como, por exemplo, planta, estrada, linha férrea; e
m) possibilidade de assistência mútua entre organizações vizinhas (ABNT, 2004).
A NR 22 define o plano de emergências detalhado a seguir:
4.3.2. Norma da NR - 22. 32. Operações de Emergência
Toda mina deverá elaborar, implementar e manter atualizado um plano de
emergência que inclua, no mínimo, os seguintes requisitos:
a) Identificação de seus riscos maiores;
b) Normas de procedimentos para operações em caso de:
I. incêndios;
II. inundações;
III. explosões;
IV. desabamentos;
V. paralisação do fornecimento de energia para o sistema de ventilação;
VI. acidentes maiores;
VII. outras situações de emergência em função das características da mina, dos
produtos e dos insumos utilizados;
27
c) Localização de equipamentos e materiais necessários às operações de
emergência e de prestação de primeiros socorros;
d) Descrição da composição e procedimentos de operação de brigadas de
emergência para atuar nas situações descritas nos incisos I a VII;
e) Treinamento periódico das brigadas de emergência;
f) Simulação periódica de situações devidamente construídas e equipadas para
refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros;
g) Definição de áreas e instalações devidamente construídas e equipadas para
refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros;
h) Definição de sistema de comunicação e sinalização de emergência, abrangendo
o ambiente interno e externo;
i) Articulação da empresa com órgãos da defesa civil.
22.32.1.1. Compete ao supervisor conhecer e divulgar os procedimentos do plano
de emergência a todos os seus subordinados.
22.32.2. A empresa proporcionará treinamento semestral específico para a brigada
de emergência, com aulas teóricas e aplicações práticas.
22.32.3. Deve-se realizar, anualmente, simulações do plano de emergência com
mobilização do contingente da mina diretamente afetado.
22.32.4. Nas minas de subsolo deve existir uma área reservada para refúgio em
caso de emergência, devidamente construída e equipada para abrigar o pessoal e para a
prestação de primeiros socorros (NR 22, 1997).
4.4. Simulados de emergência
Os simulados são exercícios ensaiados com os quais se criam situações de
emergência o mais próximo possível da realidade e cujas ações, desenvolvidas para seu
controle e extinção, serão avaliadas com base nos procedimentos descritos no Plano de
Atendimento a Emergências para que se promova sua melhoria contínua.
De acordo com a norma ISO 14000, o item “n” do Requisito 4.4.7 - Preparação e
resposta a emergências determina que devem ser realizadas:
28
“Simulações periódicas do(s) procedimento(s) de resposta a emergências;”
De acordo com a Norma do DNPM - 22. 32., o item “f”, Operações de
Emergência, estatui que:
“Simulação periódica de situações devidamente construídas e equipadas para
refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros;”
A Norma ABNT 14.276 define exercício simulado como o exercício prático
realizado periodicamente para manter a brigada e os ocupantes das edificações em condições
de enfrentar uma situação real de emergência (ARAÚJO, 2005).
Exercício simulado parcial é o exercício simulado que abrange apenas uma parte
da planta, respeitando os turnos de trabalho. Com a chegada do órgão oficial competente, a
brigada deve ficar à sua disposição.
Planta é o local onde se situa uma ou mais empresas, em uma ou mais edificações
(ARAÚJO, 2005).
A norma sugere que se realizem exercícios simulados parciais e completos no
estabelecimento ou local de trabalho, com a participação de toda a população, no período
máximo de três meses para simulados parciais e de seis meses para simulados completos.
Imediatamente após o simulado, deve-se realizar uma reunião para a avaliação e a correção
das falhas detectadas (ARAÚJO, 2005).
Deve-se elaborar ata da qual conste:
• Horário do evento;
• Tempo gasto no abandono;
• Tempo gasto no retorno;
• Tempo gasto na prestação dos primeiros socorros;
• Atuação da brigada;
• Comportamento da população;
• Participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;
• Ajuda externa;
• Falhas de equipamentos;
• Falhas operacionais;
• Demais problemas levantados na reunião.
Os exercícios de combate ao fogo devem ser efetuados periodicamente para que se
verifiquem os requisitos preventivos. Vale ressaltar que os simulados servem para testar não
29
apenas o comportamento das pessoas, mas a condição de operação dos equipamentos
preventivos (ARAÚJO, 2005). Por isso, os profissionais de segurança devem tomar cuidado
para evitar acidentes durante os exercícios simulados, principalmente os que envolvam
resgate de pessoas em edificações, navios e plataformas.
Sugere-se que estes treinamentos sejam conduzidos através de convênio com a
corporação de bombeiros e que, numa primeira etapa, se utilizem pesos no lugar de pessoas
para garantir a operacionalidade dos equipamentos. Em caso de simulado de incêndio deve-se
adotar os seguintes procedimentos:
• Manter a calma
• Caminhar em ordem, sem atropelos
• Não correr e não empurrar
• Não correr e não fazer algazarras
• Não ficar na frente de pessoas em pânico; evitá-las se não puder acalmá-las. Se
possível, avisar um brigadista;
• Seguir rigorosamente as instruções do brigadista (todos os empregados,
independentemente do cargo que ocupam na empresa);
• Nunca voltar para apanhar objetos;
• Ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las;
• Não se afastar dos outros e não parar nos andares;
• Levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;
• Retirar sapatos de salto alto;
• Não acender ou apagar luzes, principalmente se sentir cheiro de gás;
• Deixar as ruas e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de
socorro médico;
• Acessar o local seguro indicado pela brigada e aguardar novas instruções.
Em locais com mais de um pavimento:
• Nunca utilizar o elevador;
• Não subir, procurar sempre descer;
Ao utilizar as escadas de emergência, descer sempre pelo lado direito da escada
(ARAÚJO, 2005).
De acordo com a CETESB, consideram-se quatro categorias básicas de exercício,
a saber:
30
Exercícios de notificação
Neles se verificam os procedimentos de alerta e acionamento predefinidos no
Plano de Emergência. Pode-se testar o sistema de comunicação, o tempo de resposta, a
eficiência no repasse de informação, a disponibilidade dos coordenadores e responsáveis.
Também se avaliaram os procedimentos de levantamento preliminar de informações,
planilhas e questionários. Podem ser conduzidos em qualquer dia ou hora, programados ou
não.
Exercícios tabletop
Exercícios com base teórica, que envolvem discussões sobre diferentes cenários
possíveis ou previstos nos estudos de análise de risco. Neste importante exercício, após o
informe do acidente, desencadeia-se o fluxograma de acionamento e todas as etapas do
exercício de notificação. Conduzem-se também as orientações das ações de resposta,
liberação de recursos, frentes de trabalho, estabelecimento de prioridades. Abordam-se todos
os focos do plano de contingência.
Exercícios de uso de equipamentos
Nestes simulados dá-se o treinamento prático das operações de resposta nas fases
de contenção e remoção no mar bem como de proteção e limpeza da costa. É fundamental
para o pessoal operacional estar familiarizado e bem treinado para o lançamento de
equipamentos e seu manejo durante a situação de emergência.
Manejo de acidentes
Este é um exercício mais completo e complexo, que envolve todas as atividades de
um evento real previstas no plano de contingência. Nesta fase, os simulados realmente testam
a habilidade do grupo de resposta em atender adequadamente a uma emergência. Envolve
complexa estrutura, inclusive com a participação de terceiros (meio ambiente, prefeituras
etc.), todos assumindo suas responsabilidades pré-definidas no plano.
31
4.5. Treinamentos, Capacitação e Educação Ambiental
A prática de treinar trabalhadores para desempenharem funções específicas nas
empresas é quase tão antiga quanto a Revolução Industrial. Pouco antes do início do Século
XX já se encontravam em funcionamento grandes programas de treinamento para que os
empregados desempenhassem as tarefas com eficiência nos novos arranjos organizacionais
que se desenvolviam (DEMAJOROVIC, 2003). Esta realidade começou a mudar a partir da
década de 1950, quando os setores empresariais reconheceram que os programas de educação
e treinamento, além de prepararem melhor o trabalhador para o desempenho de suas funções,
contribuíam para assegurar sua vantagem competitiva (DEMAJOROVIC, 2003).
Logo, verifica-se que as duas definições são bastante similares. Portanto, é
necessário buscar outras referências para se poder entender e ter uma visão mais ampla do que
seja treinamento e capacitação.
Treinamento é o aperfeiçoamento de habilidades ou competências, ou seja,
processo aplicável quando um indivíduo, apesar de já capacitado a realizar determinada
atividade, necessita de uma orientação ou acompanhamento de forma a desempenhar melhor
esta mesma atividade. FILIPPI (2003, 38p.). Buscando-se saber um pouco mais sobre o
processo de treinamento, têm-se os seguintes conceitos que diferenciam as formas de
treinamento:
• Treinamento do tipo geral é aquele que será útil ao indivíduo de determinada
empresa, mas também pode beneficiá-lo futuramente nas demais empresas para as quais ele
venha a trabalhar. O funcionário adquire conhecimentos abrangentes, normalmente
relacionados à sua profissão ou vivência pessoal (BECKER apud ORELLANO, 1997).
• Treinamento do tipo específico é aquele em que a habilidade conseguida
somente será útil enquanto o funcionário trabalhar na empresa que o treinou. Normalmente
são treinamentos relativos aos procedimentos freqüentemente adotados pela empresa e que
visam a familiarizar novos empregados com as particularidades da organização (BECKER
apud ORELLANO, 1997).
Conforme FILIPPI (2003, 39p.), capacitação é o processo de desenvolvimento de
novas habilidades e/ou conhecimentos relacionados à área de atuação ou vivência pessoal de
um indivíduo ou grupo, que serão úteis em suas atividades e em qualquer local de trabalho,
pois trarão novas competências aos beneficiados com este processo.
32
Capacitação ambiental é o aperfeiçoamento de pessoal técnico para exercício em
atividades de controle, preservação, conservação, fiscalização e educação para o meio
ambiente como suporte às ações de educação formal e não formal (OLIVEIRA, 2000. 99p.).
Como uma ação que complementa a educação formal e não formal, a capacitação sugere
cursos de aperfeiçoamento de quadros técnicos de instituições públicas, privadas ou civis para
o exercício de implementação de projetos de educação ambiental (OLIVEIRA, 2000).
Quando se trabalha com capacitação, não se tem o intuito de formular cursos de
longa duração, com o sentido de especialização técnica ou de profissionalização. Deve-se
considerá-los como cursos de reciclagem, cuja finalidade é a de fornecer aportes substantivos
ou operacionais para atividades específicas de projetos ou diretrizes para compreensão e a
busca de soluções de problemas contextualizados (OLIVEIRA, 2000).
4.5.1. Procedimento 4.4.2 da ISO 14001 – Treinamento, conscientização e competência
A organização deve identificar as necessidades de treinamento. Ela deve
determinar que todo o pessoal cujas tarefas possam criar um impacto significativo sobre o
meio ambiente receba treinamento apropriado. (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 101p.)
A organização deve estabelecer e manter procedimentos que façam com que seus
funcionários ou membros, em cada nível e cargo pertinente, se conscientizem:
a) da importância da conformidade com a política ambiental, dos procedimentos e
requisitos do sistema de gestão ambiental;
b) dos impactos ambientais significativos, reais ou potenciais, de suas atividades e
dos benefícios para o meio ambiente resultantes da melhoria de seu desempenho pessoal;
c) de suas funções e responsabilidades para atingir a conformidade com a política
ambiental, procedimentos e requisitos do sistema de gestão ambiental, inclusive os de
preparação e atendimento a emergências; e
d) das possíveis conseqüências negativas decorrentes da inobservância de
procedimentos operacionais especificados (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 101p.).
O treinamento pretende assegurar tanto a conscientização das questões ambientais
quanto a competência para realizar as tarefas necessárias para administrá-las. A norma requer
que a organização tenha procedimentos em uso para identificar o treinamento necessário, para
oferecê-lo e para avaliar e prover segurança para que todo o pessoal cujas tarefas possam
33
causar impactos ambientais significativos seja competente e tenha educação, treinamento e/ou
experiência apropriados (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 102p.).
5. METODOLOGIA
Para a execução desse trabalho consolidar-se-ão inicialmente as informações
disponíveis a respeito das etapas da mineração de carvão: extração, beneficiamento e
transporte.
A seguir, definir-se-ão as situações de emergência de acordo com a Matriz de
Aspectos e Impactos da empresa de mineração.
Definidas as situações emergenciais presentes na Matriz de Aspectos e Impactos
da empresa, elaborar-se-á um Plano de Atendimento a Emergências (PAE) no qual se
descreverão os procedimentos operacionais referentes a essas situações. Para a implementação
do Plano de Atendimento a Emergências e o atendimento à norma ISO 14001 no que se refere
ao treinamento e à capacitação, promover-se-ão sessões de treinamento a todos os
funcionários da empresa cujo enfoque será o PAE.
Para a completa implementação do Plano de Atendimento a Emergências,
planejar-se-ão simulados que envolvam cenários referentes às situações emergenciais
passíveis de simulação, isto é, que não impliquem riscos potenciais de danos à saúde, ao meio
ambiente e ao patrimônio tais como vazamentos, incêndios, derramamentos de carga, entre
outros.
Após a etapa de planejamento, terão lugar os simulados, os quais servirão de
exercício para se avaliar se o procedimento descrito e passado em treinamento está coerente
com as ações praticadas na execução dos simulados. Realizados os simulados, proceder-se-á a
reuniões com os envolvidos para avaliação das simulações, visando à proposição de
melhorias, à correção de falhas e à elaboração de relatórios que serão registrados sob forma de
R.A. (Registros Ambientais).
5.1. Consolidação das informações disponíveis
34
Consolidaram-se inicialmente as informações disponíveis sobre as Áreas e
Reservas de ROM, Métodos de Lavra, Beneficiamento, Caracterização do Minério, entre
outras referentes à mineração. Nessa ocasião, avaliaram-se também plantas de subsolo e
superfície, sistemas de ventilação, métodos de lavra, normas, projeto de bombeiro, turnos de
funcionários, entre outros.
5.2. Matriz de Aspectos e Impactos
As situações de emergência serão definidas através da Matriz de Aspectos e
Impactos da empresa.
Os impactos serão definidos de acordo com a classificação da respectiva matriz, a
qual determina três classificações para impacto ambiental: normal, anormal e emergencial.
Para os impactos emergenciais descreveram-se os procedimentos de emergência a partir dos
quais se definiram os simulados.
Definições
Meio ambiente: circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar,
água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações;
Aspecto ambiental: elementos das atividades, produtos ou serviços de uma
organização que podem interagir com o meio ambiente;
Impacto ambiental: qualquer modificação do meio, adversa ou benéfica, que
resulte, no todo ou em parte, da interação dos aspectos ambientais ou elementos de processos,
operações, produtos ou serviços de uma organização com o meio ambiente através de todo o
ciclo de negócios da organização e sobre as quais ela tenha capacidade de exercer controle
direto ou tenha capacidade de influenciar.
Limite de significância: valor de escore da avaliação de significância, definido
pela organização, a partir do qual os impactos ambientais são considerados significativos.
Filtro de significância: critério utilizado com indicador de significância de
impactos ambientais independentemente do valor de escore de significância.
Partes interessadas: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho
ambiental da organização;
35
Passivo ambiental: impacto real ou potencial sobre o meio ambiente, proveniente
de atividades passadas e/ou instalações ou equipamento desativados ou obsoletos e derivado
de pendências legais.
Caracterização dos aspectos / impactos ambientais identificados
Concluídas as etapas de identificação, os aspectos e os impactos ambientais terão
aplicabilidade quando de sua caracterização com o propósito de permitir uma melhor
avaliação e/ou definição dos métodos de gerenciamento e priorização daqueles considerados
significativos.
Verifica-se a importância dos impactos ambientais através dos critérios de análise
relativos à conseqüência/severidade e à freqüência/probabilidade, com base nas seguintes
classes:
Escala (Quantidade)
Para cada impacto ambiental caracterizado, analisa-se a escala (quantidade)
conforme definições constantes no quadro abaixo:
Escala
(Quantidade)
Características básicas
Grande (5)
Ocorre em quantidade / intensidade crítica.
Extrapola as fronteiras da empresa ou atinge mais de 60% dos funcionários.
Média (3)
Ocorre em moderada quantidade / intensidade.
Atinge mais de uma área dentro da empresa ou atinge até 60% dos
funcionários.
Pequena (1)
Ocorre em pequena quantidade / intensidade.
Restrito à área limitada dentro das dependências da empresa ou atinge menos
de 20% dos funcionários.
36
Conseqüência / severidade
Para cada impacto ambiental caracterizado, analisa-se a conseqüência/severidade
conforme definições constantes no quadro abaixo:
Conseqüência/
Severidade
Características básicas
Grande (5)

Abrangência global;

Impacto ambiental potencial de grande magnitude;

Degradação ambiental com conseqüências financeiras e de imagem irreversíveis
mesmo com ações de controle/mitigação.
Média (3)

Abrangência regional;

Impacto potencial de média magnitude, capaz de alterar a qualidade ambiental;

Degradação ambiental com conseqüências para o negócio e para a imagem da
empresa, reversíveis com ações de controle/mitigação;

Com possibilidade de gerar reclamações de partes interessadas.
Pequena (1)

Abrangência local;

Impacto ambiental potencial de magnitude desprezível;

Degradação ambiental sem conseqüências para o negócio e para a imagem da
empresa, totalmente reversível com ações de controle/mitigação.
Nota: O enquadramento deve recair na classe que abrigar o maior número de características básicas. Em
caso de empate, considera-se a classe mais restritiva.
37
Freqüência / Probabilidade
Para cada aspecto ambiental caracterizado analisa-se a freqüência/probabilidade
conforme definições do quadro abaixo:
Freqüência /
Probabilidade
Características básicas
Grande (5)

Ocorre diariamente;

Inexistência de procedimentos/controles/gerenciamentos dos aspectos
ambientais;

Elevado número de aspectos ambientais associados ao impacto em
verificação de importância.
Média (3)

Ocorre mais de uma vez por mês;

Existência de procedimentos/controles/gerenciamentos inadequados dos
aspectos ambientais;

Médio número de aspectos ambientais associados ao impacto em verificação
de importância.
Pequena (1)

Ocorre menos de uma vez por mês;

Existência de procedimentos/controles/gerenciamentos adequados dos
aspectos ambientais;

Reduzido número de aspectos ambientais associados ao impacto em
verificação de importância.
Nota: O enquadramento deve recair na classe que abrigar o maior número de características básicas. Em caso de
empate, considerar a classe mais restritiva.
Critérios de significância dos impactos ambientais
Pontuação: Pequena (1); Média (3) e Grande (5)
Escala x Severidade x Duração (Probabilidade)

 Nível I (Alto) – Valor entre 75 – 125

 Nível II (Moderado) – Valor entre 10 – 45

 Nível III (Baixo) – Valor entre 1 – 9
38
Avaliação da significância dos Impactos Ambientais
Situações Normal / Anormal e Emergencial
Impacto Normal
Impactos relativos ao processo da empresa, são situações do cotidiano da empresa tais como:
- consumo de energia elétrica;
- consumo de água;
- consumo de combustível;
- outros.
Impacto Anormal
Impactos que ocorrem de maneira esporádica no processo da empresa tais como:
- uso de herbicidas ou pesticidas;
Impacto Emergencial
Impacto que pode causar danos à saúde, ao patrimônio ou ao meio ambiente e
requer medidas de controle.
Os impactos ambientais examinados e enquadrados no grau de importância Alto
são sempre considerados significativos, independentemente de suas retenções ou não-
retenções nos chamados filtros de significância.
Os impactos ambientais examinados e enquadrados no grau de importância
Moderado devem ser submetidos à avaliação de significância. Esses impactos ambientais são
considerados significativos quando lhes é aplicável pelo menos um dos seguintes critérios
denominados Filtros de Significância:
Passivo Ambiental: quando houver associado ao impacto ambiental a ocorrência
de um possível passivo ambiental;
Demanda de Partes Interessadas: quando houver associada ao impacto ambiental
uma demanda registrada pertinente de partes interessadas.
Opções Estratégicas: quando o gerenciamento do aspecto e seu respectivo impacto
ambiental estiver associado a determinado interesse estratégico ou da Carbonífera Criciúma
S.A.
39
5.3. Plano de Atendimento a Emergências - PAE
Para a elaboração do Plano de Atendimento a Emergências descrever-se-ão
procedimentos operacionais que atendam a todas as situações emergenciais previstas na
matriz de aspectos e impactos referentes à atividade de mineração da empresa em estudo bem
como a comunicação utilizada, responsabilidades, objetivos, recursos externos e internos que
poderão ser utilizados.
5.4. Treinamentos dos colaboradores
Para a implementação do Plano de Atendimento a Emergências e o cumprimento
da norma ISO 14001, no que se refere o treinamento e capacitação, serão treinados todos os
funcionários da empresa, tendo como enfoque PAE, avaliando-se seu desempenho nos
exercícios simulados quanto a sua atuação em situações emergenciais. Os treinamentos
deverão se realizar em local adequado (sala de treinamento) e a presença dos participantes,
registrada em Listas de Presença. A eficácia dos treinamentos será testada quando da
realização dos simulados de emergência.
5.5. Planejamento dos simulados de emergência
Os exercícios simulados serão planejados em escritório com a participação de
técnicos da área de Segurança e Meio Ambiente. O planejamento será concretizado com
visitas aos locais definidos para realização de simulados para se definir local de filmagem,
pessoas-chave que terão ciência da realização dos simulados, entre outros aspectos como
definição e treinamento dos observadores.
40
Os simulados, previstos anualmente pela área ambiental e de segurança, serão
revisados quando necessário. Os simulados a serem realizados serão registrados no
Calendário de Simulados. Os simulados seguirão o Plano de Simulados que descreverá
objetivo, tipo, cenário proposto e ações de emergência a serem avaliadas.
5.6. Realização de simulados de emergências
Serão quatro os simulados a serem realizados: vazamento de óleos e graxas na
oficina mecânica da superfície, vazamento de produtos perigosos (sulfato férrico) no local de
produção do Carbotrat Premium* , suposta subsidência em um local próximo à empresa e
vazamento de óleos e graxas no estacionamento de veículos (marinetes) no subsolo. Os
simulados de emergência serão realizados sem prévio aviso aos colaboradores e em horário de
trabalho para que a prática fique o mais próximo possível da realidade.
As emergências simuladas serão aquelas passíveis de simulação, isto é, situações
cuja realização não cause danos à saúde, ao patrimônio e ao meio ambiente.
5.7. Avaliação dos resultados das simulações realizadas
Os exercícios simulados deverão ser avaliados através do Relatório de Avaliação
de Simulados, com a colaboração das pessoas envolvidas na observação do exercício. No
Relatório de Avaliação de Simulados avalia-se o desempenho dos colaboradores, do grupo de
atendimento e dos recursos materiais disponíveis além da comunicação entre os envolvidos no
atendimento à situação simulada. No relatório, serão propostas ações corretivas quando
cabíveis.
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
6.1. Consolidação das informações disponíveis
Para a consolidação das informações disponíveis analisaram-se as operações
realizadas na empresa estudada. As principais operações, denominadas extração,
beneficiamento e transporte, são demonstradas e descritas a seguir.
*
*
Carbotrat Premium – Subproduto de carvão utilizado para filtragem de água.
41
Extração
Método de lavra
O processo de extração mineral utilizado na UM II – Verdinho é o de câmaras e
pilares com preservação dos pilares, por meio de equipes denominadas “Conjuntos
Mecanizados” (Conjuntos MT) cujo ciclo de operações reúne equipamentos específicos para a
realização das operações de lavra. Tais equipamentos, constituídos de sistemas hidráulicos
acionados por motores elétricos, destinam-se às seguintes operações e funções:
Perfuração de Frente (Perfuratriz JOY ou Amanda), adaptadas com lança dupla
para martelos roto-percussivos e de rotação pura, montados na própria empresa - furação a
úmido. A Figura 2 ilustra a perfuratriz;
Figura 2: Perfuratriz JOY ou Amanda.
Desmonte pelo método drill and blasting no qual se empregam explosivos de
emulsão nitroglicerinada ativados com brinel, ilustrado na Figura 3;
42
Figura 3: Blaster preparando local para desmonte.
Carregamento do minério desmontado através de pás carregadeiras - modelo MT
700 (montadas na própria empresa), com capacidade para 850 Kg/rafa*, ciclo de 130 rafas*
por turno. Na Figura 4, pode-se verificar o carregamento;
Figura 4: Carregamento do minério através de pás carregadeiras.
Este ciclo de operações permite o transporte do minério por meio de correias
transportadoras de 42”(600 t/h), transporte este supervisionado através de circuito interno de
TV. As Figuras 6 e 7 ilustram o circuito interno de TV.
†
*
Rafa – Unidade de medida usada na mineração de carvão na Região Carbonífera.
43
Figura 6: Monitor do circuito interno de TV Figura 7: Circuito interno de TV
Desta forma, o minério chega até a superfície, onde assume a denominação ROM
(do jargão mineiro "Run of Mine"), entrando automaticamente no circuito de britagem e
beneficiamento. A Figura 8 ilustra o ciclo de operações do processo de extração.
Figura 8: Fluxograma do método de extração
As condições de segurança e de salubridade para o desenvolvimento normal de
todas as atividades dão-se pela eficiência das seguintes operações e sistemas:
Escoramento de teto - através dos parafusos fixados com resina, utilizando-se a
perfuratriz hidráulica Secoma, responsável pela execução do furo, colocação e fixação do
parafuso no teto imediato, através do que se estabelece o efeito “viga” que impede seu
44
desabamento e garantindo a integridade do pessoal, dos materiais e dos equipamentos. As
Figuras 9 e 10 ilustram o escoramento de teto na empresa em estudo.
Figura 9: Escoramento de teto come perfuratriz hidráulica Figura 10: Escoramento de teto sendo realizado.
Ventilação - por exaustão forçada a partir do Poço 2 (Exaustor Joy de 500 CV),
numa vazão equivalente a 7.900 m³/min, criando desta forma uma zona de baixa pressão
capaz de forçar o ingresso do ar através do Poço 1 e do Plano Inclinado. Ainda no subsolo
existem exaustores auxiliares que, em conjunto com os tapumes e dutos de ventilação, forçam
a circulação do ar em circuito paralelo, proporcionando desta forma sua contínua renovação e
circulação nas diferentes frentes de serviço, em taxas que variam entre 3.416 m³/min
(conjunto MT 1) e 3.049 m³/min (conjunto MT 2). A qualidade do ar também é controlada
pela utilização de água nas operações de perfuração de rocha (frente de serviço e escoramento
de teto) e nas detonações, auxiliando na depressão dos gases e partículas geradas pelas
diferentes operações. A Figura 11 ilustra o exaustor.
Figura 11: Ventilação por exaustão forçada a partir do Poço 2
45
Drenagem - realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV, com
capacidade para 15 m³/h, de tal forma que parte desta água seja distribuída para os
equipamentos e sistemas depressores de partículas e gases anteriormente referidos enquanto a
parcela maior é bombeada para um sistema principal de barragem (represa central – Poço 1 e
Plano Inclinado), onde um conjunto de bombas se encarrega de descartá-la na superfície,
numa vazão medida equivalente a 320 m³/h x 24 h, o que representa uma emissão total de
7.680 m³/dia. A Figura 12 ilustra a saída de água para superfície através de bombas.
Figura 12: Drenagem realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV
A operação plena conta com um efetivo de 750 funcionários, distribuídos em dois
conjuntos semi-mecanizados, dimensionados para a produção diária em torno de 5.160,00 t
ROM, numa escala de serviços organizada em dois turnos de produção e um turno de
preparação e manutenção, de segunda a sexta-feira, durante 21 dias por mês, em média.
Para a segurança contra doenças ocupacionais e acidentes pessoais, empregam-se
materiais de proteção individual (MPI) que consistem de máscaras com filtros contra poeira,
óculos de proteção, luvas, botas, capacete e abafadores de ruído, além de sistemas contra a
exposição física ao pó, através da implantação de sistemas para depressão de poeira spray nos
equipamentos de furação e corte, e implantação do circuito interno de TV para monitoramento
remoto de correias.
O sistema de TV constitui igualmente um importante instrumento de segurança e
salubridade uma vez que tira das áreas de maior geração de materiais particulados suspensos
(cabeçotes) um funcionário encarregado de aciona /desativar os motores, o que é feito à
distância pelo operador/controlador dos monitores de TV.
46
Beneficiamento
O minério ROM é caracterizado por impurezas, cujos teores não atendem, em
geral, à especificação do mercado, o que torna necessário o beneficiamento capaz de reduzir o
teor de elementos inertes (metais e alumino-silicatos) invariavelmente presentes no minério
bruto.
Para que o produto comercializado atenda às condições do atual mercado, procede-se a
uma série de operações unitárias que envolvem classificação granulométrica (seca e úmida),
cominuição e separação densimétrica, de tal forma que o produto final atenda às
especificações do mercado, operações estas que se processam com base nas características e
propriedades físico-químicas do minério.
Britagem
A primeira etapa por que passa o minério extraído na UM II consiste na sua
homogeneização granulométrica através de um conjunto de peneiras de duplo deck (com
scalping), um par de britadores cônicos da marca “Telsmith”- modelo 48 FC, e um britador de
mandíbula fabricação PIACENTINI, modelo BM 800, cuja finalidade é a de reduzir a
granulometria do minério para a faixa entre 1½” a 0,60mm (± 93 %). A alimentação deste
circuito dá-se por correia transportadora, diretamente do plano inclinado da UM II. O minério
britado é estocado em uma pilha sobre o túnel alimentador do lavador, o qual tem capacidade
para 2.500t de minério britado. Na Figura 13 verifica-se o britador.
Figura 13: Instalações de britagem e peneiramento
47
Separação sólido-sólido
A usina de beneficiamento comporta equipamentos destinados ao processo de
separação sólido–sólido, os quais utilizam principalmente as propriedades densimétricas do
carvão e das demais rochas associadas. O processo implantado utiliza basicamente a via
úmida. A usina de beneficiamento da UM II comporta uma série de equipamentos, montados
em um prédio de 7 pavimentos, com cerca de 900m² de área construída, adaptado para
beneficiar 600 t/h, consumindo um volume de água equivalente a 1,68 m³/t ≈ 1000 m³/h. A
respectiva usina é ilustrada na Figura 14.
O transporte do minério se realiza por correia que abastece um silo para 150t de
carvão, responsável pela alimentação contínua de um conjunto de peneiras e hidrociclones
que distribuem o minério para dois circuitos distintos:
¾ Circuito de finos (Ø < 0,60mm - 60 t/h), constituído de um conjunto de
ciclones autógenos, responsáveis pela distribuição dos finos nas diferentes rotas de
concentração, a saber: flotação (overflow Ø < 0,25mm) e espirais (underflow Ø 0,25mm a
0,60mm);
¾ Circuito para granulados (1½” a 0,60mm - 600 t/h), constituído de um jigue
para separação gravimétrica via úmida, modelo “Kopex”, com leito dividido (2 x 300 ton/h);
Parte dos materiais finos gerados durante o processo de jigagem, assim como
aqueles oriundos do conjunto de peneiras desaguadouras (passante), é recirculada para o
sistema de finos.
48
Figura 14: Lavador de carvão
Caracterização do minério
Neste contexto, destacam-se as características das camadas explotáveis na UM II,
as quais compreendem jazimentos dos horizontes Barro Branco e Irapuá bem como os
minerais associados, cuja caracterização se inicia pela ilustração do perfil típico da camada
Barro Branco, a qual comporta sedimentos laminados e consolidados, de constituição pirítico-
carbonosa a alumino-silicatada, formando intercalações entre leitos piritosos de carvão do
grupo da vitrinita e da exinita (minerais reativos) e níveis subordinados de siltitos carbonosos
de cor cinza a cinza-escuro (alevante), folhelho negro (quadração) e argilitos (barro branco),
conforme a Figura 2.2.4.1.
49
Figura 15: Características das camadas explotáveis na UM II,
6.2. Impactos Emergenciais da Empresa
A Matriz de Aspectos e Impactos, ilustrada n Anexo 01, foi ferramenta essencial
para a definição das situações emergenciais relacionadas à empresa de mineração. Os
impactos levantados a partir da matriz são apresentados a seguir.
Descrição das situações emergenciais
Os impactos emergenciais relacionados à mineração de carvão foram avaliados de
acordo com a Matriz de Aspectos e Impactos da empresa. Para a elaboração desse Trabalho
de Conclusão de Curso – TCC avaliaram-se apenas os impactos emergenciais, os quais, de
acordo com a Norma ISO 14001, devem conter procedimentos descritos no Plano de
Atendimento a Emergências. Os impactos identificados na Matriz de Aspectos e Impactos da
empresa são descritos a seguir.
Alevante Siltito cinza-claro
Forro Carvão laminado com nódulos de pirita.
Quadração
Folhelho carbonoso, cinza-escuro, com
lâminas de carvão
Barro
Branco
Argilito refretário
Banco
Níveis de carvão laminado intercalado
com folhelho e nódulos de pirita
Lapa
Folhelho cinza-claro com lâminas de
carvão
50
Incêndio
Fogo indesejável e fora do controle que pode causar danos à vida, à saúde, ao
patrimônio e ao meio ambiente. O incêndio no subsolo se relaciona ao aspecto dinâmico,
térmico e de intoxicação provocado pelo gás CO. A principal causa pode estar no uso de
energia elétrica, dos equipamentos de corte e soldadura (acetileno e oxigênio), dos explosivos,
da fricção e da correia transportadora.
Explosão
Detonação produzida pelo desenvolvimento repentino de uma força ou pela
expansão súbita de um gás ou poeiras. As explosões e incêndios no ambiente subterrâneo se
relacionam fundamentalmente com a existência de gases e poeiras explosivas em certas
concentrações, as quais, na presença de oxigênio, tornam-se altamente explosivas e
inflamáveis. O metano, misturado ao ar na proporção de 5% a 15%, torna-se altamente
explosivo. Em outras proporções tem dificuldade de ignição e simplesmente provoca uma
situação de desconforto no ambiente subterrâneo.
Geração de subsidência
A abertura subterrânea resulta da escavação de rochas feita pelo homem, visando a
aproveitar o recurso natural (mineral) ou o espaço do subsolo. Esta abertura produz alteração
do estado natural de tensões do meio rochoso, com a possibilidade de originar desabamento
ou queda de bloco, podendo causar efeitos ambientais negativos, problemas operacionais ou
mesmo atentar contra a vida humana. O desabamento e queda de blocos no ambiente
subterrâneo constituem um risco ambiental, quer no subsolo quer no exterior. No exterior, o
risco se manifesta através de subsidências do terreno que atingem a superfície.
Devido que na região os simulados de emergências é uma ferramenta nova de
gestão ambiental, está sendo avaliado formas de simular a subsidência para avaliação do
plano elaborado. Desta forma o simulado realizado teve o objetivo de avaliar a comunicação e
o tempo de atuação dos técnicos responsáveis no atendimento dessa emergência.
Alagamento/Enchente
51
A micro-bacia hidrográfica onde se insere o empreendimento se relaciona aos rios
Sangão e Mãe Luzia, afluentes do Rio Araranguá, constituindo um terreno plano, levemente
ondulado, sujeito a alagamentos (enchente) por ocasião de chuvas intensas.
Vazamento de óleos e graxas
São ocorrências de eventos não planejados que podem atingir o solo e ou corpos
d’água. A equipe, treinada e provida de equipamento próprio, deverá estancar e remover o
vazamento.
Vazamentos de produtos perigosos
São materiais, substâncias ou artefatos que podem causar danos ao homem,
prejuízos materiais e/ou danos ao meio ambiente. O procedimento é o mesmo do item
anterior.
Vazamento de gás
O vazamento de gás dá-se principalmente nos controladores de pressão ou nas
mangueiras. O gás butano, ou G. P. L., por se tratar de um gás mais pesado que o ar, tende a
se espalhar próximo ao solo. Outros gases, como metano ou gás natural, são mais leves e
tendem a subir, acumulando-se junto ao teto da mina. No caso do vazamento de butano, o
local deverá ser evacuado e a equipe responsável deverá interromper o fornecimento de gás
até que se solucione o problema. No caso do metano, as seguintes providências próprias
devem ser tomadas.
Incêndio - combustão em pilhas de rejeito
No caso de combustão espontânea em pilhas de rejeito, a equipe responsável
deverá ser imediatamente comunicada a fim de tomar providências. Como a combustão nesse
caso se dá pela penetração de oxigênio no interior da pilha de rejeito, a solução é o
aterramento dos locais com combustão de forma a cessar o aporte de oxigênio.
Transbordamento das bacias
52
Deverão ser escavadas valetas, em caráter de urgência, em volta dos locais
atingidos pelos transbordamentos de forma a conduzir os resíduos para local seguro.
Rompimento de pontes
As passagens deverão ser imediatamente sinalizadas com clareza e totalmente
impedidas até sua reparação pela equipe técnica.
Rompimento do escoramento passivo
O local atingido e suas adjacências deverão ser interditados e sinalizados. Somente
após o reescoramento e a remoção do entulho e depois de a segurança ter sido avaliada pela
equipe técnica, o local poderá ser novamente liberado.
Rompimento dos tapumes
A ventilação de uma mina tem por finalidade assegurar o ar puro, criando
condições de trabalho, além de prevenir explosões em conseqüência da acumulação de gases.
Para isso se empregam alguns recursos como a instalação de exaustores, que criam uma
pressão negativa no interior da mina, sugando para o exterior gases e poeiras. Os tapumes
auxiliam o direcionamento do fluxo da ventilação para os locais desejados. Com o
rompimento desses tapumes, ocorre o curto-circuito do fluxo do ar puro com ar viciado, o que
poderá provocar danos à saúde das pessoas bem como baixa eficiência do sistema na limpeza
de gases indesejáveis no ambiente de trabalho. Em caso de rompimento de tapume, este
deverá ser imediatamente reparado, ficando a critério da equipe de segurança a evacuação ou
permanência do pessoal.
Inundações
No caso de inundações no subsolo por rompimento de barragens ou por
infiltrações anômalas, o pessoal deverá ser imediatamente evacuado, permanecendo apenas as
equipes de segurança e os auxiliares para efetuarem os reparos e tomarem providências
visando a cessar o incidente.
53
Presença de gás metano
Quando houver ocorrência de metano na atmosfera da mina, as seguintes medidas
deverão ser tomadas:
1% de metano – alerta e diluição
1,25% de metano – interrupção da eletricidade e suspensão do o uso de explosivos.
2% de metano – evacuação do pessoal.
Retomar os trabalhos somente após a verificação de valores nulos de metano na
atmosfera da mina.
Ausência de oxigênio
O volume de oxigênio no ar deverá perfazer 19%. Se durante o monitoramento de
rotina o teor estiver abaixo deste valor, o sistema de ventilação deverá passar por perícia e e
imediata reparação.
Ausência de energia elétrica
Em caso de ausência total de energia elétrica, todo o pessoal de subsolo deverá ser
evacuado até seu restabelecimento através de geradores próprios ou do fornecedor.
6.3. Plano de Atendimento a Emergências
O Plano de Atendimento a Emergências, identificado como PO. 07, é um
procedimento obrigatório para a certificação pela ISO 14001. Para sua elaboração foi
necessário se conhecer todo o processo de mineração da empresa objeto do estudo bem como
sua matriz de aspectos e impactos anteriormente descrita.
De posse dessas informações, elaborou-se o plano, o qual contém informações
sobre a comunicação a ser utilizada em uma situação emergencial e determina objetivos,
responsabilidades, brigada de emergência, recursos externos e internos que poderão ser
utilizados, além de mapas com as rotas de fuga, ponto de encontro, localização dos produtos
perigosos e equipamentos de emergência. Para a descrição das situações emergenciais,
54
elaboraram-se Instruções de Trabalho (IT’s) em que todos as respectivas situações são
detalhadas.
Para o procedimento operacional correspondente ao Plano de Atendimento a
Emergências da UM II – Verdinho, a Instrução de Trabalho correspondente é a IT. 07. 01.
O referido Procedimento Operacional (PO. 07) e a Instrução de Trabalho (IT. 07.
01) são apresentados nos Anexos 02 e 03, respectivamente.
6.4. Treinamentos dos colaboradores
Após a elaboração do Plano de Atendimento a Emergências, foi necessário treinar
todos os colaboradores. Para a elaboração do Plano consideraram-se todos os turnos para que
todos os colaboradores recebessem o treinamento. A figura 16 ilustra a sala de treinamento.
Os treinamentos tiveram dois objetivos principais, a saber:
• Treinamento para a brigada de emergência
• Preparação dos colaboradores nas situações emergenciais
Figura 16: Sala de treinamento
O treinamento da brigada
A empresa optou por treinar 10% dos funcionários a fim de formar uma Brigada
de Emergência. A equipe de brigada é composta de um líder com função de coordenar o
grupo de brigadistas no combate às situações de emergência, e o grupo de brigadistas,
55
funcionários devidamente treinados para o atendimento às emergências da empresa. Os
membros do grupo de brigadistas podem ser identificados através de uniforme (camiseta de
cor vermelha com identificação de brigadistas). O grupo de brigadistas foi composto de forma
a representar todos os setores e horários de trabalho da empresa. O treinamento constou de
etapa prática e teórica.
A parte prática para o combate a princípios de incêndio, primeiros socorros e
outras funções foi ministrada pelo Corpo de Bombeiros, num total de 16 horas. A parte teórica
foi ministrada pelos autores do Plano de Atendimento a Emergências e teve a duração de 8
horas.
De acordo com a norma adotada, haverá treinamento anual sobre todo o conteúdo
do plano. O Plano de Atendimento a Emergências deverá passar por avaliações periódicas
para que suas ações sejam continuamente melhoradas. Daí a importância da realização dos
simulados, da avaliação e da análise crítica.
Os treinamentos ocorreram na sala de treinamento e os funcionários assinaram
listas de presença, arquivadas sob forma de R.A. (Registro Ambiental), conforme modelo
exibido no Anexo 04. As Figuras 17 e 18 ilustram os treinamentos.
Figura 17: Treinamento do Plano de Emergências Figura 18: Reciclagem do Plano de Emergências
6.5. Planejamento dos simulados de emergência
Através do calendário de simulações, demonstrado no Anexo 05, planejaram-se os
simulados a serem realizados. Optou-se pela realização de simulados sem aviso aos
colaboradores e em horário de trabalho para que eles estivessem o mais próximo possível da
realidade.
56
Planejou-se inicialmente o simulado referente a vazamento de óleos e graxas,
realizado no mês janeiro de 2007, no escritório, envolvendo os funcionários da oficina
mecânica da superfície da UM II – Verdinho. No planejamento definiu-se que o produto
escolhido seria elaborado à base de água, corantes e coagulantes para não gerar riscos de
contaminação para o solo ou para a saúde das pessoas. Para se provocar a situação
emergencial, contou-se com a colaboração de um funcionário (Odair Villain) a fim de não
despertar a atenção dos demais funcionários, contribuindo para que o cenário chegasse o mais
próximo possível de uma situação emergencial real.
Posteriormente elaborou-se um simulado com vazamento de produtos perigosos.
Definiu-se que o local seria o da produção do Carbotrat Premium e o produto escolhido seria
o sulfato férrico. Para simular o produto, contou-se com ajuda da funcionária Gislaine na sua
elaboração. O referido produto foi feito à base de óleo biodegradável e de corante. Planejou-
se o simulado para ser efetivado em escritório e envolver os funcionários do CARBOTRAT
Premium da UM II – Verdinho.
De acordo com o calendário, os próximos simulados seriam de incêndio em
vegetação e de combustão em pilhas de rejeito. Porém, eles foram adiados devido ao fato de
os equipamentos a serem utilizados e testados não estarem prontos.
Na seqüência, planejou-se o simulado envolvendo suposta subsidência, tendo-se
decidido que o local onde será executada a suspeita de geração de subsidência será a SC- 446
- Linha Westrupp s/nº, que liga os municípios de Forquilhinha a Maracajá, próximo ao Horto
de Forquilhinha, pertencente ao Sr. Dalvani Brillinger. A reunião de planejamento foi
realizada na sala de segurança e contou com o apoio do setor de geologia.
Posteriormente elaborou-se um simulado referente a vazamento de óleos e graxas
no subsolo, definindo-se como local de simulação o estacionamento dos veículos (marinetes)
utilizados para o transporte dos funcionários que trabalham no subsolo, no qual eles
manuseiam constantemente óleos e graxas e estão treinados para dar combate a vazamentos
desses produtos. A reunião do planejamento aconteceu na sala de segurança, tendo-se
registrado o Plano de Simulados, conforme o Anexo 06.
6.6. Realização de simulados de emergência
Concluído o planejamento, seguiu-se a realização dos simulados.
57
Vazamento de óleos e graxas na oficina mecânica da superfície
Com o objetivo de se verificar o procedimento estabelecido no Plano de
Atendimentos Emergências em vazamento de óleos e graxas bem como de identificar
oportunidades de melhoria, realizou-se um simulado de vazamento de óleos e graxas na
oficina mecânica.
As ações com os respectivos tempos de atuação deste simulado são apresentadas a
seguir:
13h00min – O funcionário Odair Vilain, sem que alguém percebesse, derramou o
produto propositalmente no local pré-estabelecido e saiu do local. A Figura 19 ilustra o
produto vazado.
Figura 19: Produto vazado propositadamente.
13h01min - O funcionário Evandro Luiz dos Santos identificou e avaliou o
vazamento, tendo iniciado logo a seguir os procedimentos de remoção e de paralisação do
vazamento. A Figura 20 ilustra o funcionário dando início aos procedimentos de remoção do
óleo.
58
Figura 20: Início do procedimento de remoção
13h02min – O funcionário, ao dar início aos procedimentos de remoção, utiliza o
kit de vazamentos, conforme instrução de trabalho passada em treinamento e disponível na
caixa onde ficam os procedimentos operacionais e o Plano de Atendimento a Emergências. A
Figura 21 ilustra a utilização do kit de vazamentos.
Figura 21: Utilização do Kit de Vazamentos
13h04min – O funcionário emprega serragem mais grossa para recolher o material
vazado e utiliza o latão do kit de vazamentos para armazenar esse material, conforme
treinamento aplicado no Plano de Atendimento a Emergências. As Figuras 22 e 23
demonstram a utilização dos materiais disponíveis para dar combate a emergências.
59
Figura 22 – Recolhimento do material Figura 23 – Utilização do latão do kit Vazamento
13h08min – Na Figura 24 pode-se verificar que o funcionário utiliza serragem fina
para dar acabamento final ao restante do produto vazado. A Figura 25 ilustra a utilização de
uma vassoura para recolher completamente o produto vazado.
Figura 24: Acabamento com serragem fina Figura 25: Utilização de vassoura
13h18min – Após executar a limpeza do local, o funcionário recolhe o recipiente
com o restante de óleo e procede a seu descarte, conforme demonstra a Figura 26. Então o
recipiente é colocado novamente no local onde foi encontrado. Os materiais utilizados durante
o procedimento de remoção do óleo vazado são acondicionados e guardados no latão do kit de
Vazamentos, conforme se verifica na Figura 27.
60
Figura 26: – Recolhimento do recipiente Figura 27: Acondicionamento dos materiais utilizados
Vazamento de produto perigoso (sulfato férrico) CARBOTRAT Premium
A fim de se verificar o procedimento estabelecido no Plano de Atendimento a
Emergências referente ao item vazamentos com produtos perigosos e de se identificar
oportunidades de melhorias, realizou-se um simulado surpresa, cujas ações e respectivos
tempos de atuação são descritos a seguir:
13h00min – A estagiária Márcia Raquel Ronconi de Souza, sem que alguém
percebesse, derramou o produto propositadamente no local pré-estabelecido e saiu do local. A
seta na Figura 28 mostra o vazamento do produto.
Figura 28 - Produto vazado propositadamente.
13h11min - Dois funcionários, ao passarem pelo local, identificaram e avaliaram o
vazamento, mas não tomaram nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de
Atendimento a Emergências levado a treinamento. As Figuras 29 e 30 ilustram a
identificação.
61
Figura 29: Funcionários passando pelo local. Figura 30: Funcionários avaliando o produto
13h15min – Alguns funcionários passaram pelo local, porém não tomaram
nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de Atendimento a Emergências levado
a treinamento. As Figuras 31 e 32 mostram os funcionários identificando e avaliando o
vazamento, respectivamente.
Figura 31: Funcionários identificando o vazamento Figura 32: Funcionário avaliando o produto
13h36min – Alguns funcionários trabalhavam próximo ao local do vazamento,
porém não tomaram nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de Atendimento a
Emergências objeto do treinamento. As Figuras 33 e 34 mostram os funcionários passando
pelo local e executando trabalhos próximo ao local, respectivamente.
62
Figura 33: Funcionários passando pelo local. Figura 34: Funcionário trabalhando próximo ao local
14h15min – Um brigadista passou pelo local, retornou juntamente com um
funcionário e avaliou o vazamento, porém não tomou nenhuma atitude com relação ao
procedimento relacionado a vazamentos de produtos perigosos. As Figuras 35 e 36 mostram
um brigadista passando sozinho pelo local e posteriormente acompanhado de um funcionário.
Figura 35: Brigadista passando pelo local. Figura 36: Brigadista e funcionário verificando o local
14h16min – O brigadista passou pelo local, analisou, pisou no produto, chamou
outro brigadista, avaliaram, conversaram e logo após saíram do local. A Figura 37 ilustra a
presença de dois brigadistas no local.
63
Figura 37 – Dois brigadistas discutindo o episódio
14h25min – Neste momento alertaram-se os brigadistas através do setor de
segurança SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho), porém sem resultado. Posteriormente repetiu-se o aviso para os brigadistas através
da portaria. Neste momento, os brigadistas vão até o local, conforme se verifica nas Figuras
38 e 39.
Figura 38: Brigadista retornando ao local Figura 39: Brigadista avaliando o vazamento
14h35min – Após aviso da guarita, o brigadista vai ao local e utiliza os materiais
do kit de vazamentos. Ao manuseá-los (espalhamento da serragem, recolhimento da
serragem), o brigadista não utiliza os EPIs (Equipamento de Segurança Individual)
adequados. As Figuras 40 e 41 ilustram os procedimentos adotados pelos brigadistas.
64
Figura 40 – Início dos procedimentos Figura 41 – Utilização do kit de Vazamentos
14h43min – Conforme as Figuras 42 e 43, verifica-se que três brigadistas dão
combate ao vazamento dos produtos, porém, nenhum usou os EPIs adequados ou isolou o
local, o que facilitou a aproximação de curiosos.
Figura 42 – Execução dos procedimentos Figura 43 – Ação dos brigadistas
14h45min – Um funcionário, sem portar os EPIs adequados, lava o local com uma
mangueira. As Figuras 44 e 45 ilustram o local lavado.
65
Figura 44 – Lavagem do local com mangueira Figura 45 – Presença de brigadistas
Suspeita de subsidência
Visando à verificação do procedimento estabelecido no Plano de Emergências
referente à comunicação no item que trata de geração de subsidência bem como à
identificação das oportunidades de melhorias, realizou-se um simulado em 30 de maio de
2007. Suas ações e respectivos tempos de atuação são descritos a seguir:
15h25min – A estagiária Maiara Gaspar ligou de um telefone localizado nas
instalações da empresa para guarita e reclamou de uma suposta subsidência em sua
propriedade, identificando-se com o nome fictício de Maria Eduarda Marcolino. A
funcionária usou um nome fictício para que o funcionário da guarita acreditasse que a
situação era real e desempenhasse as funções definidas no treinamento. Ao dar início aos
procedimentos estabelecidos, o funcionário preencheu o registro das comunicações
ambientais externas. A Figura 46 ilustra a reclamante fictícia.
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  • 1. UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE ENGENHARIA AMBIENTAL MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO CRICIÚMA, JULHO DE 2007
  • 2. 2 MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO Trabalho de conclusão de curso apresentado à obtenção do grau de Engenheiro Ambiental pelo Curso Engenharia ambiental da Universidade do Extremo Sul Catarinense Orientadora: Prof. Msc. Rosimeri Venâncio Redivo CRICIÚMA, JULHO DE 2007
  • 3. 3 MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO Submetido ao corpo docente do Departamento de Engenharia Ambiental como um dos requisitos para obtenção do grau de Engenheira Ambiental. Prof. Dr. Carlyle Torres Bezerra de Menezes Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental Prof. M.Sc. Rosimeri Venâncio Redivo (UNESC) Orientadora Banca Examinadora: Eng. Minas Cleber Baldoni Gomes (SIECESC) Prof. M.Sc. Nadja Zim Alexandre (UNESC)
  • 4. 4 Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso ao geólogo Dr. Antonio Silvio Jornada Krebs, com quem tive a oportunidade de trabalhar em dois projetos de pesquisa pela UNESC além de outros tantos trabalhos dos quais participei como membro de sua equipe, pela experiência adquirida e pelo apoio e incentivo dados ao longo dos últimos três anos de minha formação acadêmica e profissional.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS A DEUS, pela coragem e pela fé necessárias à superação de todos os desafios. A meu marido, Raimundo, pelo incentivo, apoio, paciência e amor dedicados durante todo o período de conclusão do curso e com quem divido minha vitória. A minha amada filha, Isabele, pelas longas horas subtraídas de seu convívio durante todo o tempo em que estive ausente. Aos meus pais, Renato e Maria Margarete, que me educaram e me ensinaram o valor do trabalho. As minhas irmãs, Marina e Monique, que sempre me apoiaram e me ajudaram a cuidar da Isabele. À Carbonífera Criciúma S.A., que me deu essa oportunidade e confiou no meu trabalho. À professora Rosimeri Venâncio Redivo, profissional em quem confio e por quem tenho muita admiração, por ter aceitado a tarefa de me orientar. Ao meu orientador de trabalho, Guilherme de Bom Búrigo, que confiou no meu trabalho e possibilitou que juntos conseguíssemos superar os desafios. A Alzira Krebs, pelo apoio, incentivo e preciosa correção desse trabalho. A Eduardo Amaral, Marcos Imério Leão e Eduardo Nosse, amigos que conquistei por intermédio do amigo Krebs, os quais respeito por sua integridade e lealdade. Aos colegas de trabalho, José Carlos, Damiani, Maiara, Renato, Valmir, André e Jonatas, pela amizade e coleguismo. Aos amigos que conquistei na empresa, Lisiane, Ângelo e Arilton.
  • 6. 6 Aos meus irmãos, Marcos, Mateus e Maria Gisele. A minha amiga Franciele Anselmo Ferreira, pela amizade demonstrada nos trabalhos desenvolvidos em parceria. Ao Eng. de Minas Cleber e à professora Nadja, profissionais que muito admiro.
  • 7. 7 "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível". São Francisco de Assis
  • 8. 8 RESUMO A principal atividade econômica do sul do estado de Santa Catarina (Brasil) baseou-se, durante várias décadas, na extração e no beneficiamento do carvão mineral. Porém, este desenvolvimento se fez acompanhar de vários impactos ambientais negativos. O atual panorama ambiental e a conjuntura socioeconômica da região carbonífera, aliados à exigência do principal comprador do carvão mineral produzido na região, que determina como requisito para a compra do carvão mineral produzido na bacia carbonífera a certificação do sistema de gestão ambiental de acordo com a NBR ISO 14001, levaram as empresas carboníferas a buscar melhorias na explotação do carvão sob ambos os aspectos da qualidade e do meio ambiente. O presente estudo visa a planejar e a realizar simulados de emergência como parte de um Plano de Atendimento a Emergências a ser implementado em uma mineradora de carvão bem como a avaliar os procedimentos e propor melhorias para o atendimento a um dos requisitos normativo da NBR ISO 14001. Através de exercícios simulados pretendeu-se conscientizar e preparar os colaboradores para desempenharem seu papel nas situações emergenciais. O Plano de Atendimento a Emergências - PAE descreve procedimentos para todas as situações de emergência possíveis em uma empresa de mineração e através da realização dos treinamentos referentes ao PAE os colaboradores puderam se familiarizar com seu conteúdo. O planejamento do PAE e a execução dos simulados propiciou a identificação de falhas e a proposição de melhorias para os procedimentos descritos no PAE. Palavras-chave: emergências, simulados, mineração de carvão.
  • 9. 9 ABSTRACT The main economical activity of southern Santa Catarina State (Brazil) has been during several decades based in mineral coal explotation and treatment. However, this development has brought several negative environmental impacts. Coal region environmental and economical situation and main custom requirement - environmental managing system certification according to NBR ISO 14 001 as a condition to buy mineral coal produced in the coal basin - has led coal miners to improve coal explotation under both quality and environment aspects. This study aims to plan and to carry out emergency simulation trainings as a part of an Emergency Plan to be introduced in a coal mine as well as to evaluate procedures and propose improvement measures in order to be in accordance with one of NBR ISO 14 001 requirements. Through simulated exercises, we intended to make all workers aware and prepared to play their respective roles. The Emergency Plan describes procedures for almost all possible emergency situations in a coal mining industry and through simulated exercises concerning the EP all workers could be in contact with its content. EP planning and simulation trainings have identified failures and proposed EP procedure improvements. Key-words: emergencies, simulation and coal mining
  • 10. 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................14 2. OBJETIVOS........................................................................................................................15 2.1. Objetivo geral .......................................................................................................15 2.2. Objetivos específicos............................................................................................15 3. JUSTIFICATIVA................................................................................................................15 3.1. Localização da área de estudo ..............................................................................16 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................17 4.1. O carvão mineral e a mineração: uma visão global, nacional e estadual..............17 4.1.1. Formação e classificação do carvão mineral .........................................17 4.1.2. A história do carvão mineral..................................................................18 4.1.3. Mineração no mundo .............................................................................20 4.1.4. Carvão mineral no Brasil .......................................................................22 4.1.5. Mineração em Santa Catarina ................................................................22 4.1.6. Região Carbonífera ................................................................................23 4.2. Aspectos Normativos............................................................................................23 4.2.1. Importância da norma ISO 14001..........................................................24 4.2.2. Aspectos gerais ......................................................................................24 4.3. Plano de Atendimento a Emergências..................................................................25 4.3.1. Requisito 4.4.7. da NBR ISO 14001 – Preparação e respostas a emergências .....................................................................................................25 4.3.2. Norma do NR 22.32 - Operações de emergência..................................26 4.4. Simulados de Emergências...................................................................................27 4.5. Treinamentos, Capacitação e Educação Ambiental .............................................31 4.5.1. Procedimento 4.4.2 da ISO 14001. Treinamento, conscientização e competência.....................................................................................................32
  • 11. 11 5. METODOLOGIA................................................................................................................33 5.1. Consolidação das informações disponíveis..........................................................34 5.2. Matriz de Aspectos e Impactos.............................................................................34 5.3. Plano de Atendimento a Emergências – PAE ......................................................38 5.4. Treinamentos dos colaboradores ..........................................................................39 5.5. Planejamento dos simulados de emergência ........................................................39 5.6. Realização de simulados de emergência ..............................................................40 5.7. Avaliação dos resultados das simulações realizadas............................................40 6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................40 6.1. Consolidação das informações disponíveis..........................................................40 6.2. Impactos emergenciais da empresa ......................................................................50 6.3. Plano de Atendimento a Emergências..................................................................54 6.4. Treinamentos dos colaboradores ..........................................................................55 6.5. Planejamento dos simulados de emergência ........................................................57 6.6. Realização de simulados de emergência ..............................................................58 6.7. Avaliação dos simulados ......................................................................................71 7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...........................................................................73 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................76
  • 12. 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Vista aérea da área de estudo ............................................................................... 16 Figura 2 – Perfuratriz JOY ou Amanda ..................................................................................41 Figura 3 – Blaster preparando local para desmonte ................................................................42 Figura 4 – Carregamento do minério através de pás carregadeiras.........................................42 Figura 5 – Escoramento realizado com perfuratriz hidráulica ............................................... 43 Figura 6 – Monitor do circuito interno de TV ........................................................................43 Figura 7 – Circuito interno de TV ..........................................................................................43 Figura 8 – Fluxograma do método de extração ......................................................................44 Figura 9 – Escoramento de teto com o uso de perfuratriz hidráulica .....................................44 Figura 10 – Escoramento de teto sendo realizado ..................................................................44 Figura 11 – Ventilação por exaustão forçada a partir do Poço 2 ............................................45 Figura 12 – Drenagem realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV ...............46 Figura 13 – Instalações de britagem e peneiramento ..............................................................47 Figura 14 – Lavador de carvão................................................................................................49 Figura 15 – Características das camadas explotáveis na UM II..............................................50 Figura 16 – Sala de treinamento .............................................................................................55 Figura 17 – Treinamento do Plano de Emergências ...............................................................56 Figura 18 – Reciclagem do Plano de Emergências ................................................................56 Figura 19 – Produto vazado propositadamente ......................................................................58 Figura 20 – Início do procedimento de renovação ..................................................................59 Figura 21 – Utilização do kit vazamento.................................................................................59 Figura 22 – Recolhimento do material ...................................................................................60 Figura 23 – Utilização do latão do kit vazamento ...................................................................60 Figura 24 – Acabamento com serragem fina ..........................................................................60 Figura 25 – Utilização de vassoura .........................................................................................60 Figura 26 – Recolhimento do recipiente .................................................................................61 Figura 27 – Acondicionamento dos materiais utilizados .......................................................61 Figura 28 – Produto vazado propositadamente ..................................................................... 61 Figura 29 – Funcionários passando pelo local ........................................................................62 Figura 30 – Funcionários avaliando o produto .......................................................................62 Figura 31 – Funcionários identificando o produto ..................................................................62
  • 13. 13 Figura 32 – Funcionário avaliando o produto ........................................................................62 Figura 33 – Funcionários passando pelo local ........................................................................63 Figura 34 – Funcionários trabalhando próximo ao local.........................................................63 Figura 35 – Brigadista passando pelo local ............................................................................63 Figura 36 – Brigadista e funcionário verificando o local .......................................................63 Figura 37 – Dois brigadistas discutindo o episódio.................................................................64 Figura 38 – Brigadista retornando ao local .............................................................................64 Figura 39 – Brigadista avaliando o vazamento ......................................................................64 Figura 40 – Início dos procedimentos ....................................................................................65 Figura 41 – Utilização do kit vazamento ................................................................................65 Figura 42 – Execução dos procedimentos ..............................................................................65 Figura 43 – Ação dos brigadistas ............................................................................................65 Figura 44 – Lavação do local com mangueira ........................................................................66 Figura 45 – Presença de brigadistas .......................................................................................66 Figura 46 – Reclamante fictícia efetuando a ligação ..............................................................66 Figura 47 – Ligação para a guarita .........................................................................................68 Figura 48 – Descrição dos procedimentos ..............................................................................68 Figura 49 – Reunião com os técnicos envolvidos ...................................................................68 Figura 50 – Produto vazado propositadamente ......................................................................69 Figura 51 – Vazamento provocado .........................................................................................69 Figura 52 – Identificação do vazamento .................................................................................69 Figura 53 – Avaliação do vazamento .....................................................................................69 Figura 54 – Veículo sendo manobrado ...................................................................................70 Figura 55 – Marcas de pneu sobre o óleo................................................................................70 Figura 56 – Funcionários trabalhando no local .......................................................................70 Figura 57 – Funcionários saindo do local................................................................................70 Figura 58 – Emprego de serragem...........................................................................................71 Figura 59 – Serragem espalhada sobre o óleo.........................................................................71 Figura 60 – Serragem sobre o óleo..........................................................................................71 Figura 61 – Funcionários andando sobre o óleo......................................................................71
  • 14. 14 1. INTRODUÇÃO A mineração de carvão, uma atividade ambientalmente impactante como o são muitas outras atividades antrópicas, é fundamental para a economia sul-catarinense por ser o minério de carvão responsável por uma significativa porção da energia gerada nessa região. Entretanto, as empresas mineradoras estão cada vez mais preocupadas com a obtenção da Certificação Ambiental ISO 14001, requisito fundamental para o sistema de gerenciamento do meio ambiente, cujos pilares são o atendimento à legislação, a prevenção e a melhoria contínua dos métodos de produção como forma de controle da poluição. A implantação do Sistema de Gestão Ambiental - SGA é uma das exigências da FATMA, com acompanhamento do Ministério Público, a ser cumprida através do Termo de Ajuste de Conduta - TAC. A conquista da Certificação pela norma ISO 14001 é requisito contratual, cujo prazo limite é junho de 2008, imposto pela TRACTEBEL ENERGIA S.A., principal comprador do carvão produzido na região. A norma ISO 14001 determina o planejamento, a implementação e a manutenção de vários requisitos, entre os quais formulação da política ambiental, levantamento dos aspectos e impactos, atendimento aos requisitos legais, definição de objetivos, metas e programas ambientais, definição da responsabilidade e autoridade, realização de treinamento, medição, monitoramento, auditorias, comunicação, levantamento das não-conformidades, escolha das ações corretivas e preventivas, implementação de controle operacional, análise crítica, levantamento e avaliação dos requisitos legais e definição das situações de emergência, ou seja, para os impactos significativos e as situações emergenciais levantados na Matriz de Aspectos e Impactos deve ser elaborado e implementado um Plano de Atendimento a Emergências. Para a implementação do Plano de Atendimento a Emergências (PAE), com proposição de melhorias através de realização de treinamentos e de sua análise crítica, este trabalho aborda a elaboração, a execução e a avaliação de exercícios de simulação referentes ao processo de mineração de carvão na UM II – Verdinho, pertencente à Carbonífera Criciúma S.A.
  • 15. 15 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Planejar e realizar simulados de emergência em uma mineradora de carvão. 2.2. Objetivos Específicos • Planejar quatro simulados referentes às situações emergenciais previstas no calendário de simulados da UM II – Verdinho, da Carbonífera Criciúma S.A. • Realizar os simulados planejados de acordo com o calendário. • Avaliar os resultados dos simulados de emergência realizados de acordo com o calendário de simulados. • Propor melhorias para o Plano de Atendimento a Emergências e proceder ao treinamentos dos funcionários da empresa. 3. JUSTIFICATIVA As mudanças operadas na postura da sociedade brasileira em relação às questões ambientais, associada à forte atuação do Ministério Público, em particular, e às recentes exigências dos órgãos de fiscalização e dos clientes, levaram as empresas de mineração do sul do estado a buscarem a Certificação Ambiental ISO 14 001 como forma de se adequarem ao novo padrão que ora se estabelece de forma definitiva. No caso deste trabalho, procurou-se abordar a exigência da Norma 14001, relacionada ao Procedimento Operacional PO. 07, que se refere ao Plano de Atendimento a Emergências-PAE, particularmente aos simulados de emergência, empregados como instrumentos de verificação da eficácia dos procedimentos emergenciais tomados pelos envolvidos na operação de combate aos possíveis danos.
  • 16. 16 3.1. Localização da área de estudo A Unidade Mineira II - Verdinho (UM II) (Figura 1), pertencente à Carbonífera Criciúma S.A., estende-se desde as localidades de Verdinho e São Miguel, em Forquilhinha, onde se situam as unidades operacionais de superfície e de subsolo, até o município de Maracajá, mais ao Sul. O acesso à mina pode se dar a partir de Criciúma pela Rodovia Jorge Lacerda, passando pelo bairro Sangão, derivando-se à direita em direção a Forquilhinha pela Rodovia Gabriel Arns, percorrendo-se 4Km da Rua Nereu Belolli, chegando-se então aos portões de acesso da empresa. As divisas em áreas contíguas da unidade mineira são as seguintes: norte: área de pastagem, vegetação e rio Mãe Luzia; sul: áreas de vegetação, agricultura e acesso à Br-101; leste: áreas de vegetação, agricultáveis e rio Sangão; oeste: áreas agricultáveis. Figura 1: Vista aérea da área de estudo
  • 17. 17 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.1. O carvão mineral e a mineração: uma visão global, nacional e estadual Para se entender este trabalho do ponto de vista das simulações realizadas no recinto de uma mineradora de carvão, uma abordagem sobre o carvão em seu aspecto global, nacional e estadual e sua caracterização enquanto bem mineral são fundamentais. 4.1.1. Formação e classificação do carvão mineral Segundo Borba (Balanço Mineral Brasileiro – 2001/DNPM), o carvão mineral – ou simplesmente carvão – é um combustível fóssil sólido formado a partir da matéria orgânica de vegetais depositados em bacias sedimentares. Por ação de pressão e temperatura em ambiente sem contato com o ar, em decorrência de soterramento e atividade orogênica, os restos vegetais, ao longo do tempo geológico, se solidificam, perdem oxigênio e hidrogênio e se enriquecem com carbono. Este processo se denomina carbonificação. Quanto mais intensa a pressão e a temperatura a que a camada de matéria vegetal for submetida e quanto mais tempo durar o processo, mais alto será o grau de carbonificação atingido, ou rank, e melhor a qualidade do carvão. Os diversos estágios de carbonificação, do menor para o maior rank, são dados pelo esquema: turfa → sapropelito → linhito → carvão sub-betuminoso → carvão betuminoso → antracito. O estágio mínimo para a utilização industrial do carvão é o do linhito. Outro índice qualitativo do carvão é o grade, que mede de forma inversamente proporcional o percentual em massa de matéria mineral incombustível (cinzas) presente na camada carbonífera. Baixo grade significa que o carvão possui um alto percentual de cinzas misturado à matéria carbonosa, o que consequentemente empobrece sua qualidade. Isto pode ser comparado através dos dados apresentados no Quadro 01, em que é possível se observar a classificação dos diferentes tipos de carvão e as variáveis físico-químicas características destas substâncias.
  • 18. 18 Fundamentalmente importante para a economia mundial, o carvão é empregado em escala planetária na geração de energia e na produção de aço. Na siderurgia emprega-se o carvão coqueificável, um carvão nobre, de alto rank e grade, com propriedades aglomerantes. No ano de 2000, o mundo produziu 831 Mt (milhões de toneladas) de aço, que requereram 608 Mt de carvão, representando aproximadamente 17,5% da produção global deste bem mineral, que foi de 3.466 Mt. No uso para fins energéticos o carvão admite, a partir do linhito, toda gama possível de qualidade, sendo uma questão de adaptação dos equipamentos ao carvão disponível. Entre os recursos energéticos não renováveis, o carvão ocupa a primeira colocação em abundância e perspectiva de vida útil, constituindo, em longo prazo, a mais importante reserva energética mundial, conforme quadro comparativo. Na composição da matriz energética global, o carvão fica abaixo apenas do petróleo. Especificamente na geração de eletricidade, passa folgadamente à condição de principal recurso mundial. TURFA LINHITO CARVÃO ANTRACITO DENSIDADE (%) 1 1 a 1,3 1,2 a 1,5 1 UMIDADE (%) 65 a 90 15 a 45 1 a 3 < 1 CARBONO (%) 55 65 a 75 75 a 90 90 a 96 HIDROGÊNIO (%) 6 5 4,5 a 5,5 2 a 5 OXIGÊNIO (%) 33 25 3 a 11 4 a 11 MAT. VOLÁTIL (%) 60 40 10 a 45 3 a 10 CARBONO FIXO (%) 25 35 25 a 80 90 CINZAS (%) 10 9 0,5 a 40 3 a 30 PODER CALORÍFICO (Cal/g) 4000 a 5700 < 5700 5700 a 9600 8200 a 9200 PODER REFLETOR (vitrinita) - 0,5 0,5 a 1,5 2,2 Quadro 01: Classificação dos diferentes tipos de carvão em valores médios (Fonte: Perfil Analítico do Carvão - Boletim n° 6, DNPM - 1987) 4.1.2. A história do carvão mineral A história do carvão confunde-se com o desenvolvimento do Homem. Na Pré- História, considerava-se o fogo como algo produzido pelos deuses até quando os primitivos observaram que as florestas se transformavam em pedras negras após terem sido incendiadas
  • 19. 19 por um raio e que estes resíduos também eram inflamáveis. Era o carvão vegetal, que desde então proporcionou mais conforto e facilidade aos homens das cavernas. No Período Neolítico, uma nova descoberta: minerais negros colocados para proteger as fogueiras eram reduzidos a metal quando em contato com a lenha carbonizada. Seguiu-se a Idade do Cobre, do Bronze e do Ferro, e o Homem foi utilizando o calor do carvão mineral para tornar moldáveis as matérias-primas com que confeccionava suas ferramentas (BELOLLI, 2002). O carvão passava a ser agente direto do que mais tarde seria reconhecido como uma verdadeira revolução. Em 1668, o engenheiro militar inglês Thomas Savery desenvolveu um motor para bombear água das minas profundas de carvão. Em 1709, Abraham Darby produzia o primeiro gusa a partir do coque de carvão mineral em Coalbrockdale (Inglaterra). Com o mesmo objetivo de Thomas Savery, o ferreiro Thomas Newcomen utilizou, em 1711, o vapor como base energética de sua máquina atmosférica. A criação de Newcomen foi aperfeiçoada, em 1765, pelo escocês James Watt e o engenheiro Matthew Bouton, tendo resultado a máquina a vapor de duplo efeito. Eles instalaram cerca de 500 desses equipamentos para acionarem bombas de minas de carvão, máquinas de fiar e tecer, sopradores de altos fornos e inúmeros outros instrumentos (BELOLLI, 2002). Nos transportes o uso do carvão também foi essencial para o desenvolvimento tecnológico. No início do século XIX, em 1803, Robert Fulton construiu, em Paris, o primeiro barco a vapor. Em 1825, George construiu a primeira ferrovia com locomotiva a vapor (BELOLLI, 2002). Aos poucos, as forças hidráulicas, animal e humana eram substituídas pelo poder energético do carvão mineral. E uma verdadeira revolução industrial acontecia. A Grã- Bretanha foi a pioneira desta revolução devido às suas ricas reservas de carvão e de minério de ferro e à qualidade de seus minerais (BELOLLI, 2002). O carvão foi determinante neste processo, tendo ajudado a movimentar máquinas produtoras de bens e de transporte. A Revolução Industrial não conheceu fronteira. Espalhou- se pela Europa Central, tendo a Alemanha como principal seguidora. A produção de bens aconteceu em quantidade infinitamente superior à do passado. Só no período que vai de 1850 a 1910 a produção de ferro e carvão aumentou vinte e seis vezes graças ao uso da máquina a vapor. Essa rápida industrialização teve como conseqüência o domínio colonialista para assegurar o suprimento de matérias-primas aos que não as possuíam e o consumo de mercados além-fronteiras, o que gerou disputas acirradas que mais tarde culminaram na Primeira Guerra Mundial (BELOLLI, 2002).
  • 20. 20 O carvão mineral foi descoberto em Santa Catarina no ano de 1822 quando tropeiros que desciam a chamada Serra do Doze (Serra do Rio do Rastro), na região de Lauro Müller, observaram que determinadas “pedras pretas” ardiam em brasa nas fogueiras dos acampamentos. Os impressionantes relatos feitos por estes tropeiros propagaram-se rapidamente até chegarem ao conhecimento das autoridades da Corte Imperial, a qual enviou várias missões de pesquisadores e cientistas à região sul de Santa Catarina a fim de estudar o “fenômeno” Concluiu-se à época que tais pedras eram muito semelhantes ao carvão mineral, uma substância muito utilizada na Inglaterra como fonte de energia para a uso industrial e doméstico (BELOLLI, 2002). Os estudos de caracterização mineral e de viabilidade econômica do carvão mineral, realizados a partir de amostras enviadas ao continente Europeu, levaram o Visconde de Barbacena a empreender, em 1876, a primeira tentativa de exploração comercial deste minério no Município de Lauro Müller, a partir do que foram introduzidos os primeiros conceitos e técnicas para a mineração do carvão mineral bem como a construção da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, inaugurada em 1884 (BELOLLI, 2002). Todavia, este empreendimento enfrentou dificuldades de ordem burocrática, econômicas e de infra-estrutura, o que retardou o desenvolvimento e a expansão desta atividade. Esta situação perdurou até o início deste século quando o bloqueio Europeu à importação, devido à Primeira Guerra Mundial, marca o início de um novo período para a exploração do carvão catarinense, época em que o industrial Henrique Lage adquiriu a firma falida do Visconde de Barbacena e fundou a empresa Lage e Irmãos. A partir de então, criaram-se condições para a estruturação da base para a indústria catarinense através da construção do Porto de Imbituba e de lavadores de carvão, o que abriu mercado para a produção deste minério (BELOLLI, 2002). 4.1.3. Mineração no mundo Em termos de participação na matriz energética mundial, segundo o Balanço Energético Nacional (2003), o carvão é atualmente responsável por cerca de 7,9% de todo o consumo mundial de energia e de 39,1% de toda a energia elétrica gerada. Em âmbito mundial, apesar dos impactos sobre o meio ambiente, o carvão ainda é uma importante fonte de energia. As principais razões para isso são as seguintes: i) abundância das reservas; ii)
  • 21. 21 distribuição geográfica das reservas; iii) baixos custos e estabilidade nos preços em relação a outros combustíveis (AIE, 1997). Embora fontes renováveis como biomassa, solar e eólica venham a ocupar maior parcela na matriz energética mundial, o carvão deverá continuar sendo, por muitas décadas, o principal insumo para a geração de energia elétrica, especialmente nos países em desenvolvimento (AIE, 1997). Segundo Borba (Balanço Mineral Brasileiro – 2001/DNPM), o consumo mundial de carvão diminuiu um pouco na última década, tendo passado de 3.579 Mt em 1989 para 3.465 Mt em 1999, uma redução de 3,3%. Isto se deveu à forte contração no consumo ocorrida nesse período na Europa Ocidental que, com a exaustão de suas jazidas mais rentáveis, fez um esforço de substituição, de que é exemplo a opção da França pela energia nuclear e a substituição generalizada do carvão pelo gás natural e pelo petróleo no aquecimento na Europa Ocidental. Também a desestruturação da URSS e de outros países da Europa Oriental, com a conseqüente redução de seu ritmo econômico, contribuiu intensamente para essa queda. Em compensação, a recuperação econômica dos EUA fez com que o consumo crescesse neste país, o que também ocorreu na área do Pacífico, tendo sido o consumo puxado pelo forte ritmo desenvolvimentista da China, crescimento que teria sido ainda maior não fossem a crise econômica japonesa e coreana nos últimos anos. A recente nova alta nos preços do petróleo e do gás natural criou uma perspectiva favorável ao mercado carbonífero internacional visto que o carvão, além da posição que ocupa de forma natural na economia, também atua como um bem de substituição aos demais combustíveis fósseis, tendo um importante papel de moderador de preços no mercado de recursos energéticos. A pressão ambientalista contra o carvão tem sido intensa, principalmente com o advento das teorias do aquecimento global e da redução da camada de ozônio, no sentido do controle e da redução das emissões de poluentes para a atmosfera, mas a posição desse bem mineral vem se mantendo relativamente inabalável no cenário mundial. Em parte, o sucesso da resistência do carvão deve-se ao extraordinário progresso da tecnologia de prevenção e de recuperação de danos ambientais em sua mineração e queima ocorrido nos últimos anos, mas principalmente à realidade da dificuldade tecnológica dos recursos limpos aumentarem sua participação na matriz energética mundial de modo que com a gigantesca necessidade global de energia, tanto atual quanto estimada, não há nenhuma perspectiva, mesmo de longo prazo, de dispensar os combustíveis fósseis como base energética da sociedade industrial moderna (BORBA, 2001).
  • 22. 22 4.1.4 Carvão mineral no Brasil As principais reservas de carvão mineral localizam-se no sul do País, notadamente no Estado do Rio Grande do Sul, que detém mais de 90% das reservas nacionais. No final de 2002, as reservas nacionais de carvão giravam em torno de 12 bilhões de toneladas, o que corresponde a mais de 50% das reservas sul-americanas e a 1,2% das reservas mundiais (AIE, 1997). No entanto, segundo o Balanço Energético Nacional (2003), o uso energético do carvão mineral ainda é bastante restrito, representando apenas 6,6% da matriz energética brasileira. Entre outras restrições, os altos teores de cinza e enxofre (da ordem de 50% e 2,5%, respectivamente) são os principais responsáveis pelo baixo índice de aproveitamento do carvão no Brasil. Espera-se, porém, que o desenvolvimento de tecnologias de remoção de impurezas e de combustão eficiente, como se descreve no próximo item, proporcione maiores índices de aproveitamento desse recurso (AIE, 1997). 4.1.5. Mineração em Santa Catarina Em Santa Catarina, o carvão ocorre na bacia sul-catarinense, estendendo-se, de sul para norte, do município de Araranguá ao de Lauro Müller, com cerca de 21% das reservas medidas oficiais brasileiras (1.525.021.083 t) e 22% das provadas e prováveis (201.921.000 t). Trata-se de um carvão coqueificável pobre, e energético pobre a médio, que admite algum beneficiamento e transporte à curta distância. As partes a céu aberto e de subsolo rasas já foram quase todas mineradas de modo que há uma crescente dificuldade dessa jazida em manter um ritmo intenso de lavra por serem as minas profundas e estruturalmente difíceis (BORBA, 2001).
  • 23. 23 4.1.6. Região carbonífera No Brasil, as principais ocorrências de carvão mineral localizam-se na Região Sul e se estendem desde São Paulo, passando pelos Estados do Paraná e Santa Catarina, até o Rio Grande do Sul (BELOLLI, 2002). A bacia carbonífera catarinense constitui uma faixa aproximada de cem quilômetros de comprimento e largura média de vinte quilômetros, entre a Serra Geral, a oeste, e o maciço granítico da Serra do Mar, a leste, seguindo a orientação norte-sul (BELOLLI, 2002). A exploração do carvão catarinense desenvolve-se na região sul do estado, cujos importantes centros de mineração se afirmam nos municípios de Lauro Muller, Urussanga, Siderópolis, Treviso, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Morro da Fumaça e Maracajá (BELOLLI, 2002). Recentemente, em decorrência de uma produção definida e crescente, essa região desenvolveu condições estruturais favoráveis à instalação de importante centro de produção de carvão mineral. Esta produção contribuiu também para consolidar os alicerces de novos setores empresariais que por sua vez corroboram para um importante aumento demográfico da região sul catarinense, completando um encadeamento socioeconômico de repercussão nacional e internacional (BELOLLI, 2002). De forma resumida, a mineração é uma seqüência de operações capazes de conferir um valor comercial a uma determinada matéria-prima (valor agregado), o que envolve um conjunto de trabalhos de transformação do carvão mineral bruto em um produto que atende a uma necessidade de mercado, obedecendo a determinados padrões de qualidade definidos pelo cliente, incluindo-se aí o aspecto ambiental envolvido na avaliação deste produto. 4.2. Aspectos normativos O principal objetivo do Sistema de Gestão Ambiental implantado bem como do procedimento relacionado ao Plano de Atendimento a Emergências, especialmente a realização de simulados, é fazer com que a empresa atenda à legislação ambiental, minimize os impactos ambientais negativos e se proponha a buscar a melhoria contínua das operações
  • 24. 24 de produção, o que deverá ser alcançado a partir da implantação da Norma ISO 14001. Os exercícios simulados serão planejados e executados de acordo com a referida norma. Cabe ressaltar também que, embora esse trabalho tenha sido feito em função da Norma ISO 14001, foram consideradas também os procedimentos estabelecidos pela NR 22 no que se refere às Operações de Emergências bem como as NRM estabelecidas pelo DNPM no que se refere à Segurança no Trabalho. 4.2.1. Importância da norma ISO 14000 A norma ISO 14001 facilita o comércio, eliminando barreiras comerciais. Nos últimos anos, elaboraram-se normas ambientais nacionais e regionais em países como E.U.A., Canadá, Inglaterra, da União Européia, entre outros, que criam barreiras comerciais das quais a Eco Etiqueta é um exemplo (TORRES, 2005). A norma ISO 14001 permite a melhoria ambiental em nível mundial por ser uma norma de conselho internacional, proporcionar uma concepção e terminologia ambiental comum e desempenhar papel significativo na avaliação ambiental do planeta, facilitando a harmonização internacional de estratégias ambientais (TORRES, 2005). Ela melhora a administração ambiental por estar preparada para atender a todas as etapas da operação de uma organização, a seus produtos e serviços, incluindo-se elementos de política ambiental, recursos, capacitação, operações, respostas a emergências, auditorias, medidas e revisões administrativas, e adquirindo confiabilidade mediante a percepção contínua e a participação de todos os diretivos e empregados (TORRES, 2005). 4.2.2. Aspectos gerais A ISO (International Organization for Standardization) é um organismo não governamental com sede em Genebra, com mais de 100 países-membros e abrangência internacional, dedicado à padronização de produtos, segurança e ambiente (TORRES, 2005). Em 1987, a ISO concluiu as normas da série ISO 9000, adotadas e reconhecidas mundialmente, cujo êxito permitiu que se adquirisse confiança para desenvolver outras normas. (TORRES, 2005). Devido à preocupação global para com os problemas ambientais,
  • 25. 25 a ISO estabeleceu compromisso com a UNCED (Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) de elaborar as normas ambientais, constituindo um grupo de trabalho denominado SAGE (Strategic Advisory Group on the Environment), ou Grupo Assessor Estratégico sobre o Ambiente, o qual concluiu suas atividades no ano de 1992. (TORRES, 2005). 4.3. Plano de Atendimento a Emergências O Plano de Atendimento a Emergências, exigência da NR-22 e da NRM do DNPM e corroborado pela ISO 14001, visa a fornecer controles e procedimentos necessários para a minimização dos riscos para a saúde humana, para o meio ambiente e para o patrimônio, resultantes de situações emergenciais definidas na Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais, tais como incêndios, explosões, liberação de produtos tóxicos e perigosos para a atmosfera, solo e água. Este plano deve conter as ações preventivas e os procedimentos de resposta a emergências a serem adotados diante da ocorrência de qualquer uma das situações emergenciais definidas no plano. 4.3.1. Requisito 4.4.7 da NBR ISO 14001 - Preparação e respostas a emergências É da responsabilidade de cada organização desenvolver procedimento(s) de preparação e respostas a emergências que atenda(m) às suas necessidades específicas. No desenvolvimento deste(s) procedimento(s), recomenda-se que a organização considere: a) natureza dos perigos locais como, por exemplo, líquidos inflamáveis, tanques de armazenamento, gases comprimidos, e medidas a serem tomadas no caso de vazamento e lançamentos acidentais; b) tipo e escala mais prováveis de ocorrência de uma situação de emergência ou acidente; c) método mais apropriado para responder a um acidente ou a uma situação de emergência; d) planos de comunicação interna e externa;
  • 26. 26 e) ação(ões) requerida(s) para minimizar o dano ambiental; f) ação(ões) de mitigação e resposta(s) a ser(em) tomadas(s) para diferentes tipos de acidente ou situação de emergência; g) necessidade de processos de avaliação pós-acidente para estabelecer e implementar ações corretivas e preventivas; h) simulações periódicas do(s) procedimento(s) de resposta a emergências; i) treinamento do pessoal de resposta a emergências; j) lista de pessoas-chave e de órgãos de atendimento, incluindo-se detalhes de contato como, por exemplo, corpo de bombeiros e serviços de remediação; k) rota(s) de evacuação e ponto(s) de encontro; l) potencial de situação(ões) de emergência ou acidente(s) em instalações próximas como, por exemplo, planta, estrada, linha férrea; e m) possibilidade de assistência mútua entre organizações vizinhas (ABNT, 2004). A NR 22 define o plano de emergências detalhado a seguir: 4.3.2. Norma da NR - 22. 32. Operações de Emergência Toda mina deverá elaborar, implementar e manter atualizado um plano de emergência que inclua, no mínimo, os seguintes requisitos: a) Identificação de seus riscos maiores; b) Normas de procedimentos para operações em caso de: I. incêndios; II. inundações; III. explosões; IV. desabamentos; V. paralisação do fornecimento de energia para o sistema de ventilação; VI. acidentes maiores; VII. outras situações de emergência em função das características da mina, dos produtos e dos insumos utilizados;
  • 27. 27 c) Localização de equipamentos e materiais necessários às operações de emergência e de prestação de primeiros socorros; d) Descrição da composição e procedimentos de operação de brigadas de emergência para atuar nas situações descritas nos incisos I a VII; e) Treinamento periódico das brigadas de emergência; f) Simulação periódica de situações devidamente construídas e equipadas para refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros; g) Definição de áreas e instalações devidamente construídas e equipadas para refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros; h) Definição de sistema de comunicação e sinalização de emergência, abrangendo o ambiente interno e externo; i) Articulação da empresa com órgãos da defesa civil. 22.32.1.1. Compete ao supervisor conhecer e divulgar os procedimentos do plano de emergência a todos os seus subordinados. 22.32.2. A empresa proporcionará treinamento semestral específico para a brigada de emergência, com aulas teóricas e aplicações práticas. 22.32.3. Deve-se realizar, anualmente, simulações do plano de emergência com mobilização do contingente da mina diretamente afetado. 22.32.4. Nas minas de subsolo deve existir uma área reservada para refúgio em caso de emergência, devidamente construída e equipada para abrigar o pessoal e para a prestação de primeiros socorros (NR 22, 1997). 4.4. Simulados de emergência Os simulados são exercícios ensaiados com os quais se criam situações de emergência o mais próximo possível da realidade e cujas ações, desenvolvidas para seu controle e extinção, serão avaliadas com base nos procedimentos descritos no Plano de Atendimento a Emergências para que se promova sua melhoria contínua. De acordo com a norma ISO 14000, o item “n” do Requisito 4.4.7 - Preparação e resposta a emergências determina que devem ser realizadas:
  • 28. 28 “Simulações periódicas do(s) procedimento(s) de resposta a emergências;” De acordo com a Norma do DNPM - 22. 32., o item “f”, Operações de Emergência, estatui que: “Simulação periódica de situações devidamente construídas e equipadas para refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros;” A Norma ABNT 14.276 define exercício simulado como o exercício prático realizado periodicamente para manter a brigada e os ocupantes das edificações em condições de enfrentar uma situação real de emergência (ARAÚJO, 2005). Exercício simulado parcial é o exercício simulado que abrange apenas uma parte da planta, respeitando os turnos de trabalho. Com a chegada do órgão oficial competente, a brigada deve ficar à sua disposição. Planta é o local onde se situa uma ou mais empresas, em uma ou mais edificações (ARAÚJO, 2005). A norma sugere que se realizem exercícios simulados parciais e completos no estabelecimento ou local de trabalho, com a participação de toda a população, no período máximo de três meses para simulados parciais e de seis meses para simulados completos. Imediatamente após o simulado, deve-se realizar uma reunião para a avaliação e a correção das falhas detectadas (ARAÚJO, 2005). Deve-se elaborar ata da qual conste: • Horário do evento; • Tempo gasto no abandono; • Tempo gasto no retorno; • Tempo gasto na prestação dos primeiros socorros; • Atuação da brigada; • Comportamento da população; • Participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada; • Ajuda externa; • Falhas de equipamentos; • Falhas operacionais; • Demais problemas levantados na reunião. Os exercícios de combate ao fogo devem ser efetuados periodicamente para que se verifiquem os requisitos preventivos. Vale ressaltar que os simulados servem para testar não
  • 29. 29 apenas o comportamento das pessoas, mas a condição de operação dos equipamentos preventivos (ARAÚJO, 2005). Por isso, os profissionais de segurança devem tomar cuidado para evitar acidentes durante os exercícios simulados, principalmente os que envolvam resgate de pessoas em edificações, navios e plataformas. Sugere-se que estes treinamentos sejam conduzidos através de convênio com a corporação de bombeiros e que, numa primeira etapa, se utilizem pesos no lugar de pessoas para garantir a operacionalidade dos equipamentos. Em caso de simulado de incêndio deve-se adotar os seguintes procedimentos: • Manter a calma • Caminhar em ordem, sem atropelos • Não correr e não empurrar • Não correr e não fazer algazarras • Não ficar na frente de pessoas em pânico; evitá-las se não puder acalmá-las. Se possível, avisar um brigadista; • Seguir rigorosamente as instruções do brigadista (todos os empregados, independentemente do cargo que ocupam na empresa); • Nunca voltar para apanhar objetos; • Ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las; • Não se afastar dos outros e não parar nos andares; • Levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho; • Retirar sapatos de salto alto; • Não acender ou apagar luzes, principalmente se sentir cheiro de gás; • Deixar as ruas e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de socorro médico; • Acessar o local seguro indicado pela brigada e aguardar novas instruções. Em locais com mais de um pavimento: • Nunca utilizar o elevador; • Não subir, procurar sempre descer; Ao utilizar as escadas de emergência, descer sempre pelo lado direito da escada (ARAÚJO, 2005). De acordo com a CETESB, consideram-se quatro categorias básicas de exercício, a saber:
  • 30. 30 Exercícios de notificação Neles se verificam os procedimentos de alerta e acionamento predefinidos no Plano de Emergência. Pode-se testar o sistema de comunicação, o tempo de resposta, a eficiência no repasse de informação, a disponibilidade dos coordenadores e responsáveis. Também se avaliaram os procedimentos de levantamento preliminar de informações, planilhas e questionários. Podem ser conduzidos em qualquer dia ou hora, programados ou não. Exercícios tabletop Exercícios com base teórica, que envolvem discussões sobre diferentes cenários possíveis ou previstos nos estudos de análise de risco. Neste importante exercício, após o informe do acidente, desencadeia-se o fluxograma de acionamento e todas as etapas do exercício de notificação. Conduzem-se também as orientações das ações de resposta, liberação de recursos, frentes de trabalho, estabelecimento de prioridades. Abordam-se todos os focos do plano de contingência. Exercícios de uso de equipamentos Nestes simulados dá-se o treinamento prático das operações de resposta nas fases de contenção e remoção no mar bem como de proteção e limpeza da costa. É fundamental para o pessoal operacional estar familiarizado e bem treinado para o lançamento de equipamentos e seu manejo durante a situação de emergência. Manejo de acidentes Este é um exercício mais completo e complexo, que envolve todas as atividades de um evento real previstas no plano de contingência. Nesta fase, os simulados realmente testam a habilidade do grupo de resposta em atender adequadamente a uma emergência. Envolve complexa estrutura, inclusive com a participação de terceiros (meio ambiente, prefeituras etc.), todos assumindo suas responsabilidades pré-definidas no plano.
  • 31. 31 4.5. Treinamentos, Capacitação e Educação Ambiental A prática de treinar trabalhadores para desempenharem funções específicas nas empresas é quase tão antiga quanto a Revolução Industrial. Pouco antes do início do Século XX já se encontravam em funcionamento grandes programas de treinamento para que os empregados desempenhassem as tarefas com eficiência nos novos arranjos organizacionais que se desenvolviam (DEMAJOROVIC, 2003). Esta realidade começou a mudar a partir da década de 1950, quando os setores empresariais reconheceram que os programas de educação e treinamento, além de prepararem melhor o trabalhador para o desempenho de suas funções, contribuíam para assegurar sua vantagem competitiva (DEMAJOROVIC, 2003). Logo, verifica-se que as duas definições são bastante similares. Portanto, é necessário buscar outras referências para se poder entender e ter uma visão mais ampla do que seja treinamento e capacitação. Treinamento é o aperfeiçoamento de habilidades ou competências, ou seja, processo aplicável quando um indivíduo, apesar de já capacitado a realizar determinada atividade, necessita de uma orientação ou acompanhamento de forma a desempenhar melhor esta mesma atividade. FILIPPI (2003, 38p.). Buscando-se saber um pouco mais sobre o processo de treinamento, têm-se os seguintes conceitos que diferenciam as formas de treinamento: • Treinamento do tipo geral é aquele que será útil ao indivíduo de determinada empresa, mas também pode beneficiá-lo futuramente nas demais empresas para as quais ele venha a trabalhar. O funcionário adquire conhecimentos abrangentes, normalmente relacionados à sua profissão ou vivência pessoal (BECKER apud ORELLANO, 1997). • Treinamento do tipo específico é aquele em que a habilidade conseguida somente será útil enquanto o funcionário trabalhar na empresa que o treinou. Normalmente são treinamentos relativos aos procedimentos freqüentemente adotados pela empresa e que visam a familiarizar novos empregados com as particularidades da organização (BECKER apud ORELLANO, 1997). Conforme FILIPPI (2003, 39p.), capacitação é o processo de desenvolvimento de novas habilidades e/ou conhecimentos relacionados à área de atuação ou vivência pessoal de um indivíduo ou grupo, que serão úteis em suas atividades e em qualquer local de trabalho, pois trarão novas competências aos beneficiados com este processo.
  • 32. 32 Capacitação ambiental é o aperfeiçoamento de pessoal técnico para exercício em atividades de controle, preservação, conservação, fiscalização e educação para o meio ambiente como suporte às ações de educação formal e não formal (OLIVEIRA, 2000. 99p.). Como uma ação que complementa a educação formal e não formal, a capacitação sugere cursos de aperfeiçoamento de quadros técnicos de instituições públicas, privadas ou civis para o exercício de implementação de projetos de educação ambiental (OLIVEIRA, 2000). Quando se trabalha com capacitação, não se tem o intuito de formular cursos de longa duração, com o sentido de especialização técnica ou de profissionalização. Deve-se considerá-los como cursos de reciclagem, cuja finalidade é a de fornecer aportes substantivos ou operacionais para atividades específicas de projetos ou diretrizes para compreensão e a busca de soluções de problemas contextualizados (OLIVEIRA, 2000). 4.5.1. Procedimento 4.4.2 da ISO 14001 – Treinamento, conscientização e competência A organização deve identificar as necessidades de treinamento. Ela deve determinar que todo o pessoal cujas tarefas possam criar um impacto significativo sobre o meio ambiente receba treinamento apropriado. (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 101p.) A organização deve estabelecer e manter procedimentos que façam com que seus funcionários ou membros, em cada nível e cargo pertinente, se conscientizem: a) da importância da conformidade com a política ambiental, dos procedimentos e requisitos do sistema de gestão ambiental; b) dos impactos ambientais significativos, reais ou potenciais, de suas atividades e dos benefícios para o meio ambiente resultantes da melhoria de seu desempenho pessoal; c) de suas funções e responsabilidades para atingir a conformidade com a política ambiental, procedimentos e requisitos do sistema de gestão ambiental, inclusive os de preparação e atendimento a emergências; e d) das possíveis conseqüências negativas decorrentes da inobservância de procedimentos operacionais especificados (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 101p.). O treinamento pretende assegurar tanto a conscientização das questões ambientais quanto a competência para realizar as tarefas necessárias para administrá-las. A norma requer que a organização tenha procedimentos em uso para identificar o treinamento necessário, para oferecê-lo e para avaliar e prover segurança para que todo o pessoal cujas tarefas possam
  • 33. 33 causar impactos ambientais significativos seja competente e tenha educação, treinamento e/ou experiência apropriados (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 102p.). 5. METODOLOGIA Para a execução desse trabalho consolidar-se-ão inicialmente as informações disponíveis a respeito das etapas da mineração de carvão: extração, beneficiamento e transporte. A seguir, definir-se-ão as situações de emergência de acordo com a Matriz de Aspectos e Impactos da empresa de mineração. Definidas as situações emergenciais presentes na Matriz de Aspectos e Impactos da empresa, elaborar-se-á um Plano de Atendimento a Emergências (PAE) no qual se descreverão os procedimentos operacionais referentes a essas situações. Para a implementação do Plano de Atendimento a Emergências e o atendimento à norma ISO 14001 no que se refere ao treinamento e à capacitação, promover-se-ão sessões de treinamento a todos os funcionários da empresa cujo enfoque será o PAE. Para a completa implementação do Plano de Atendimento a Emergências, planejar-se-ão simulados que envolvam cenários referentes às situações emergenciais passíveis de simulação, isto é, que não impliquem riscos potenciais de danos à saúde, ao meio ambiente e ao patrimônio tais como vazamentos, incêndios, derramamentos de carga, entre outros. Após a etapa de planejamento, terão lugar os simulados, os quais servirão de exercício para se avaliar se o procedimento descrito e passado em treinamento está coerente com as ações praticadas na execução dos simulados. Realizados os simulados, proceder-se-á a reuniões com os envolvidos para avaliação das simulações, visando à proposição de melhorias, à correção de falhas e à elaboração de relatórios que serão registrados sob forma de R.A. (Registros Ambientais). 5.1. Consolidação das informações disponíveis
  • 34. 34 Consolidaram-se inicialmente as informações disponíveis sobre as Áreas e Reservas de ROM, Métodos de Lavra, Beneficiamento, Caracterização do Minério, entre outras referentes à mineração. Nessa ocasião, avaliaram-se também plantas de subsolo e superfície, sistemas de ventilação, métodos de lavra, normas, projeto de bombeiro, turnos de funcionários, entre outros. 5.2. Matriz de Aspectos e Impactos As situações de emergência serão definidas através da Matriz de Aspectos e Impactos da empresa. Os impactos serão definidos de acordo com a classificação da respectiva matriz, a qual determina três classificações para impacto ambiental: normal, anormal e emergencial. Para os impactos emergenciais descreveram-se os procedimentos de emergência a partir dos quais se definiram os simulados. Definições Meio ambiente: circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações; Aspecto ambiental: elementos das atividades, produtos ou serviços de uma organização que podem interagir com o meio ambiente; Impacto ambiental: qualquer modificação do meio, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, da interação dos aspectos ambientais ou elementos de processos, operações, produtos ou serviços de uma organização com o meio ambiente através de todo o ciclo de negócios da organização e sobre as quais ela tenha capacidade de exercer controle direto ou tenha capacidade de influenciar. Limite de significância: valor de escore da avaliação de significância, definido pela organização, a partir do qual os impactos ambientais são considerados significativos. Filtro de significância: critério utilizado com indicador de significância de impactos ambientais independentemente do valor de escore de significância. Partes interessadas: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental da organização;
  • 35. 35 Passivo ambiental: impacto real ou potencial sobre o meio ambiente, proveniente de atividades passadas e/ou instalações ou equipamento desativados ou obsoletos e derivado de pendências legais. Caracterização dos aspectos / impactos ambientais identificados Concluídas as etapas de identificação, os aspectos e os impactos ambientais terão aplicabilidade quando de sua caracterização com o propósito de permitir uma melhor avaliação e/ou definição dos métodos de gerenciamento e priorização daqueles considerados significativos. Verifica-se a importância dos impactos ambientais através dos critérios de análise relativos à conseqüência/severidade e à freqüência/probabilidade, com base nas seguintes classes: Escala (Quantidade) Para cada impacto ambiental caracterizado, analisa-se a escala (quantidade) conforme definições constantes no quadro abaixo: Escala (Quantidade) Características básicas Grande (5) Ocorre em quantidade / intensidade crítica. Extrapola as fronteiras da empresa ou atinge mais de 60% dos funcionários. Média (3) Ocorre em moderada quantidade / intensidade. Atinge mais de uma área dentro da empresa ou atinge até 60% dos funcionários. Pequena (1) Ocorre em pequena quantidade / intensidade. Restrito à área limitada dentro das dependências da empresa ou atinge menos de 20% dos funcionários.
  • 36. 36 Conseqüência / severidade Para cada impacto ambiental caracterizado, analisa-se a conseqüência/severidade conforme definições constantes no quadro abaixo: Conseqüência/ Severidade Características básicas Grande (5) Abrangência global; Impacto ambiental potencial de grande magnitude; Degradação ambiental com conseqüências financeiras e de imagem irreversíveis mesmo com ações de controle/mitigação. Média (3) Abrangência regional; Impacto potencial de média magnitude, capaz de alterar a qualidade ambiental; Degradação ambiental com conseqüências para o negócio e para a imagem da empresa, reversíveis com ações de controle/mitigação; Com possibilidade de gerar reclamações de partes interessadas. Pequena (1) Abrangência local; Impacto ambiental potencial de magnitude desprezível; Degradação ambiental sem conseqüências para o negócio e para a imagem da empresa, totalmente reversível com ações de controle/mitigação. Nota: O enquadramento deve recair na classe que abrigar o maior número de características básicas. Em caso de empate, considera-se a classe mais restritiva.
  • 37. 37 Freqüência / Probabilidade Para cada aspecto ambiental caracterizado analisa-se a freqüência/probabilidade conforme definições do quadro abaixo: Freqüência / Probabilidade Características básicas Grande (5) Ocorre diariamente; Inexistência de procedimentos/controles/gerenciamentos dos aspectos ambientais; Elevado número de aspectos ambientais associados ao impacto em verificação de importância. Média (3) Ocorre mais de uma vez por mês; Existência de procedimentos/controles/gerenciamentos inadequados dos aspectos ambientais; Médio número de aspectos ambientais associados ao impacto em verificação de importância. Pequena (1) Ocorre menos de uma vez por mês; Existência de procedimentos/controles/gerenciamentos adequados dos aspectos ambientais; Reduzido número de aspectos ambientais associados ao impacto em verificação de importância. Nota: O enquadramento deve recair na classe que abrigar o maior número de características básicas. Em caso de empate, considerar a classe mais restritiva. Critérios de significância dos impactos ambientais Pontuação: Pequena (1); Média (3) e Grande (5) Escala x Severidade x Duração (Probabilidade) Nível I (Alto) – Valor entre 75 – 125 Nível II (Moderado) – Valor entre 10 – 45 Nível III (Baixo) – Valor entre 1 – 9
  • 38. 38 Avaliação da significância dos Impactos Ambientais Situações Normal / Anormal e Emergencial Impacto Normal Impactos relativos ao processo da empresa, são situações do cotidiano da empresa tais como: - consumo de energia elétrica; - consumo de água; - consumo de combustível; - outros. Impacto Anormal Impactos que ocorrem de maneira esporádica no processo da empresa tais como: - uso de herbicidas ou pesticidas; Impacto Emergencial Impacto que pode causar danos à saúde, ao patrimônio ou ao meio ambiente e requer medidas de controle. Os impactos ambientais examinados e enquadrados no grau de importância Alto são sempre considerados significativos, independentemente de suas retenções ou não- retenções nos chamados filtros de significância. Os impactos ambientais examinados e enquadrados no grau de importância Moderado devem ser submetidos à avaliação de significância. Esses impactos ambientais são considerados significativos quando lhes é aplicável pelo menos um dos seguintes critérios denominados Filtros de Significância: Passivo Ambiental: quando houver associado ao impacto ambiental a ocorrência de um possível passivo ambiental; Demanda de Partes Interessadas: quando houver associada ao impacto ambiental uma demanda registrada pertinente de partes interessadas. Opções Estratégicas: quando o gerenciamento do aspecto e seu respectivo impacto ambiental estiver associado a determinado interesse estratégico ou da Carbonífera Criciúma S.A.
  • 39. 39 5.3. Plano de Atendimento a Emergências - PAE Para a elaboração do Plano de Atendimento a Emergências descrever-se-ão procedimentos operacionais que atendam a todas as situações emergenciais previstas na matriz de aspectos e impactos referentes à atividade de mineração da empresa em estudo bem como a comunicação utilizada, responsabilidades, objetivos, recursos externos e internos que poderão ser utilizados. 5.4. Treinamentos dos colaboradores Para a implementação do Plano de Atendimento a Emergências e o cumprimento da norma ISO 14001, no que se refere o treinamento e capacitação, serão treinados todos os funcionários da empresa, tendo como enfoque PAE, avaliando-se seu desempenho nos exercícios simulados quanto a sua atuação em situações emergenciais. Os treinamentos deverão se realizar em local adequado (sala de treinamento) e a presença dos participantes, registrada em Listas de Presença. A eficácia dos treinamentos será testada quando da realização dos simulados de emergência. 5.5. Planejamento dos simulados de emergência Os exercícios simulados serão planejados em escritório com a participação de técnicos da área de Segurança e Meio Ambiente. O planejamento será concretizado com visitas aos locais definidos para realização de simulados para se definir local de filmagem, pessoas-chave que terão ciência da realização dos simulados, entre outros aspectos como definição e treinamento dos observadores.
  • 40. 40 Os simulados, previstos anualmente pela área ambiental e de segurança, serão revisados quando necessário. Os simulados a serem realizados serão registrados no Calendário de Simulados. Os simulados seguirão o Plano de Simulados que descreverá objetivo, tipo, cenário proposto e ações de emergência a serem avaliadas. 5.6. Realização de simulados de emergências Serão quatro os simulados a serem realizados: vazamento de óleos e graxas na oficina mecânica da superfície, vazamento de produtos perigosos (sulfato férrico) no local de produção do Carbotrat Premium* , suposta subsidência em um local próximo à empresa e vazamento de óleos e graxas no estacionamento de veículos (marinetes) no subsolo. Os simulados de emergência serão realizados sem prévio aviso aos colaboradores e em horário de trabalho para que a prática fique o mais próximo possível da realidade. As emergências simuladas serão aquelas passíveis de simulação, isto é, situações cuja realização não cause danos à saúde, ao patrimônio e ao meio ambiente. 5.7. Avaliação dos resultados das simulações realizadas Os exercícios simulados deverão ser avaliados através do Relatório de Avaliação de Simulados, com a colaboração das pessoas envolvidas na observação do exercício. No Relatório de Avaliação de Simulados avalia-se o desempenho dos colaboradores, do grupo de atendimento e dos recursos materiais disponíveis além da comunicação entre os envolvidos no atendimento à situação simulada. No relatório, serão propostas ações corretivas quando cabíveis. 6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6.1. Consolidação das informações disponíveis Para a consolidação das informações disponíveis analisaram-se as operações realizadas na empresa estudada. As principais operações, denominadas extração, beneficiamento e transporte, são demonstradas e descritas a seguir. * * Carbotrat Premium – Subproduto de carvão utilizado para filtragem de água.
  • 41. 41 Extração Método de lavra O processo de extração mineral utilizado na UM II – Verdinho é o de câmaras e pilares com preservação dos pilares, por meio de equipes denominadas “Conjuntos Mecanizados” (Conjuntos MT) cujo ciclo de operações reúne equipamentos específicos para a realização das operações de lavra. Tais equipamentos, constituídos de sistemas hidráulicos acionados por motores elétricos, destinam-se às seguintes operações e funções: Perfuração de Frente (Perfuratriz JOY ou Amanda), adaptadas com lança dupla para martelos roto-percussivos e de rotação pura, montados na própria empresa - furação a úmido. A Figura 2 ilustra a perfuratriz; Figura 2: Perfuratriz JOY ou Amanda. Desmonte pelo método drill and blasting no qual se empregam explosivos de emulsão nitroglicerinada ativados com brinel, ilustrado na Figura 3;
  • 42. 42 Figura 3: Blaster preparando local para desmonte. Carregamento do minério desmontado através de pás carregadeiras - modelo MT 700 (montadas na própria empresa), com capacidade para 850 Kg/rafa*, ciclo de 130 rafas* por turno. Na Figura 4, pode-se verificar o carregamento; Figura 4: Carregamento do minério através de pás carregadeiras. Este ciclo de operações permite o transporte do minério por meio de correias transportadoras de 42”(600 t/h), transporte este supervisionado através de circuito interno de TV. As Figuras 6 e 7 ilustram o circuito interno de TV. † * Rafa – Unidade de medida usada na mineração de carvão na Região Carbonífera.
  • 43. 43 Figura 6: Monitor do circuito interno de TV Figura 7: Circuito interno de TV Desta forma, o minério chega até a superfície, onde assume a denominação ROM (do jargão mineiro "Run of Mine"), entrando automaticamente no circuito de britagem e beneficiamento. A Figura 8 ilustra o ciclo de operações do processo de extração. Figura 8: Fluxograma do método de extração As condições de segurança e de salubridade para o desenvolvimento normal de todas as atividades dão-se pela eficiência das seguintes operações e sistemas: Escoramento de teto - através dos parafusos fixados com resina, utilizando-se a perfuratriz hidráulica Secoma, responsável pela execução do furo, colocação e fixação do parafuso no teto imediato, através do que se estabelece o efeito “viga” que impede seu
  • 44. 44 desabamento e garantindo a integridade do pessoal, dos materiais e dos equipamentos. As Figuras 9 e 10 ilustram o escoramento de teto na empresa em estudo. Figura 9: Escoramento de teto come perfuratriz hidráulica Figura 10: Escoramento de teto sendo realizado. Ventilação - por exaustão forçada a partir do Poço 2 (Exaustor Joy de 500 CV), numa vazão equivalente a 7.900 m³/min, criando desta forma uma zona de baixa pressão capaz de forçar o ingresso do ar através do Poço 1 e do Plano Inclinado. Ainda no subsolo existem exaustores auxiliares que, em conjunto com os tapumes e dutos de ventilação, forçam a circulação do ar em circuito paralelo, proporcionando desta forma sua contínua renovação e circulação nas diferentes frentes de serviço, em taxas que variam entre 3.416 m³/min (conjunto MT 1) e 3.049 m³/min (conjunto MT 2). A qualidade do ar também é controlada pela utilização de água nas operações de perfuração de rocha (frente de serviço e escoramento de teto) e nas detonações, auxiliando na depressão dos gases e partículas geradas pelas diferentes operações. A Figura 11 ilustra o exaustor. Figura 11: Ventilação por exaustão forçada a partir do Poço 2
  • 45. 45 Drenagem - realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV, com capacidade para 15 m³/h, de tal forma que parte desta água seja distribuída para os equipamentos e sistemas depressores de partículas e gases anteriormente referidos enquanto a parcela maior é bombeada para um sistema principal de barragem (represa central – Poço 1 e Plano Inclinado), onde um conjunto de bombas se encarrega de descartá-la na superfície, numa vazão medida equivalente a 320 m³/h x 24 h, o que representa uma emissão total de 7.680 m³/dia. A Figura 12 ilustra a saída de água para superfície através de bombas. Figura 12: Drenagem realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV A operação plena conta com um efetivo de 750 funcionários, distribuídos em dois conjuntos semi-mecanizados, dimensionados para a produção diária em torno de 5.160,00 t ROM, numa escala de serviços organizada em dois turnos de produção e um turno de preparação e manutenção, de segunda a sexta-feira, durante 21 dias por mês, em média. Para a segurança contra doenças ocupacionais e acidentes pessoais, empregam-se materiais de proteção individual (MPI) que consistem de máscaras com filtros contra poeira, óculos de proteção, luvas, botas, capacete e abafadores de ruído, além de sistemas contra a exposição física ao pó, através da implantação de sistemas para depressão de poeira spray nos equipamentos de furação e corte, e implantação do circuito interno de TV para monitoramento remoto de correias. O sistema de TV constitui igualmente um importante instrumento de segurança e salubridade uma vez que tira das áreas de maior geração de materiais particulados suspensos (cabeçotes) um funcionário encarregado de aciona /desativar os motores, o que é feito à distância pelo operador/controlador dos monitores de TV.
  • 46. 46 Beneficiamento O minério ROM é caracterizado por impurezas, cujos teores não atendem, em geral, à especificação do mercado, o que torna necessário o beneficiamento capaz de reduzir o teor de elementos inertes (metais e alumino-silicatos) invariavelmente presentes no minério bruto. Para que o produto comercializado atenda às condições do atual mercado, procede-se a uma série de operações unitárias que envolvem classificação granulométrica (seca e úmida), cominuição e separação densimétrica, de tal forma que o produto final atenda às especificações do mercado, operações estas que se processam com base nas características e propriedades físico-químicas do minério. Britagem A primeira etapa por que passa o minério extraído na UM II consiste na sua homogeneização granulométrica através de um conjunto de peneiras de duplo deck (com scalping), um par de britadores cônicos da marca “Telsmith”- modelo 48 FC, e um britador de mandíbula fabricação PIACENTINI, modelo BM 800, cuja finalidade é a de reduzir a granulometria do minério para a faixa entre 1½” a 0,60mm (± 93 %). A alimentação deste circuito dá-se por correia transportadora, diretamente do plano inclinado da UM II. O minério britado é estocado em uma pilha sobre o túnel alimentador do lavador, o qual tem capacidade para 2.500t de minério britado. Na Figura 13 verifica-se o britador. Figura 13: Instalações de britagem e peneiramento
  • 47. 47 Separação sólido-sólido A usina de beneficiamento comporta equipamentos destinados ao processo de separação sólido–sólido, os quais utilizam principalmente as propriedades densimétricas do carvão e das demais rochas associadas. O processo implantado utiliza basicamente a via úmida. A usina de beneficiamento da UM II comporta uma série de equipamentos, montados em um prédio de 7 pavimentos, com cerca de 900m² de área construída, adaptado para beneficiar 600 t/h, consumindo um volume de água equivalente a 1,68 m³/t ≈ 1000 m³/h. A respectiva usina é ilustrada na Figura 14. O transporte do minério se realiza por correia que abastece um silo para 150t de carvão, responsável pela alimentação contínua de um conjunto de peneiras e hidrociclones que distribuem o minério para dois circuitos distintos: ¾ Circuito de finos (Ø < 0,60mm - 60 t/h), constituído de um conjunto de ciclones autógenos, responsáveis pela distribuição dos finos nas diferentes rotas de concentração, a saber: flotação (overflow Ø < 0,25mm) e espirais (underflow Ø 0,25mm a 0,60mm); ¾ Circuito para granulados (1½” a 0,60mm - 600 t/h), constituído de um jigue para separação gravimétrica via úmida, modelo “Kopex”, com leito dividido (2 x 300 ton/h); Parte dos materiais finos gerados durante o processo de jigagem, assim como aqueles oriundos do conjunto de peneiras desaguadouras (passante), é recirculada para o sistema de finos.
  • 48. 48 Figura 14: Lavador de carvão Caracterização do minério Neste contexto, destacam-se as características das camadas explotáveis na UM II, as quais compreendem jazimentos dos horizontes Barro Branco e Irapuá bem como os minerais associados, cuja caracterização se inicia pela ilustração do perfil típico da camada Barro Branco, a qual comporta sedimentos laminados e consolidados, de constituição pirítico- carbonosa a alumino-silicatada, formando intercalações entre leitos piritosos de carvão do grupo da vitrinita e da exinita (minerais reativos) e níveis subordinados de siltitos carbonosos de cor cinza a cinza-escuro (alevante), folhelho negro (quadração) e argilitos (barro branco), conforme a Figura 2.2.4.1.
  • 49. 49 Figura 15: Características das camadas explotáveis na UM II, 6.2. Impactos Emergenciais da Empresa A Matriz de Aspectos e Impactos, ilustrada n Anexo 01, foi ferramenta essencial para a definição das situações emergenciais relacionadas à empresa de mineração. Os impactos levantados a partir da matriz são apresentados a seguir. Descrição das situações emergenciais Os impactos emergenciais relacionados à mineração de carvão foram avaliados de acordo com a Matriz de Aspectos e Impactos da empresa. Para a elaboração desse Trabalho de Conclusão de Curso – TCC avaliaram-se apenas os impactos emergenciais, os quais, de acordo com a Norma ISO 14001, devem conter procedimentos descritos no Plano de Atendimento a Emergências. Os impactos identificados na Matriz de Aspectos e Impactos da empresa são descritos a seguir. Alevante Siltito cinza-claro Forro Carvão laminado com nódulos de pirita. Quadração Folhelho carbonoso, cinza-escuro, com lâminas de carvão Barro Branco Argilito refretário Banco Níveis de carvão laminado intercalado com folhelho e nódulos de pirita Lapa Folhelho cinza-claro com lâminas de carvão
  • 50. 50 Incêndio Fogo indesejável e fora do controle que pode causar danos à vida, à saúde, ao patrimônio e ao meio ambiente. O incêndio no subsolo se relaciona ao aspecto dinâmico, térmico e de intoxicação provocado pelo gás CO. A principal causa pode estar no uso de energia elétrica, dos equipamentos de corte e soldadura (acetileno e oxigênio), dos explosivos, da fricção e da correia transportadora. Explosão Detonação produzida pelo desenvolvimento repentino de uma força ou pela expansão súbita de um gás ou poeiras. As explosões e incêndios no ambiente subterrâneo se relacionam fundamentalmente com a existência de gases e poeiras explosivas em certas concentrações, as quais, na presença de oxigênio, tornam-se altamente explosivas e inflamáveis. O metano, misturado ao ar na proporção de 5% a 15%, torna-se altamente explosivo. Em outras proporções tem dificuldade de ignição e simplesmente provoca uma situação de desconforto no ambiente subterrâneo. Geração de subsidência A abertura subterrânea resulta da escavação de rochas feita pelo homem, visando a aproveitar o recurso natural (mineral) ou o espaço do subsolo. Esta abertura produz alteração do estado natural de tensões do meio rochoso, com a possibilidade de originar desabamento ou queda de bloco, podendo causar efeitos ambientais negativos, problemas operacionais ou mesmo atentar contra a vida humana. O desabamento e queda de blocos no ambiente subterrâneo constituem um risco ambiental, quer no subsolo quer no exterior. No exterior, o risco se manifesta através de subsidências do terreno que atingem a superfície. Devido que na região os simulados de emergências é uma ferramenta nova de gestão ambiental, está sendo avaliado formas de simular a subsidência para avaliação do plano elaborado. Desta forma o simulado realizado teve o objetivo de avaliar a comunicação e o tempo de atuação dos técnicos responsáveis no atendimento dessa emergência. Alagamento/Enchente
  • 51. 51 A micro-bacia hidrográfica onde se insere o empreendimento se relaciona aos rios Sangão e Mãe Luzia, afluentes do Rio Araranguá, constituindo um terreno plano, levemente ondulado, sujeito a alagamentos (enchente) por ocasião de chuvas intensas. Vazamento de óleos e graxas São ocorrências de eventos não planejados que podem atingir o solo e ou corpos d’água. A equipe, treinada e provida de equipamento próprio, deverá estancar e remover o vazamento. Vazamentos de produtos perigosos São materiais, substâncias ou artefatos que podem causar danos ao homem, prejuízos materiais e/ou danos ao meio ambiente. O procedimento é o mesmo do item anterior. Vazamento de gás O vazamento de gás dá-se principalmente nos controladores de pressão ou nas mangueiras. O gás butano, ou G. P. L., por se tratar de um gás mais pesado que o ar, tende a se espalhar próximo ao solo. Outros gases, como metano ou gás natural, são mais leves e tendem a subir, acumulando-se junto ao teto da mina. No caso do vazamento de butano, o local deverá ser evacuado e a equipe responsável deverá interromper o fornecimento de gás até que se solucione o problema. No caso do metano, as seguintes providências próprias devem ser tomadas. Incêndio - combustão em pilhas de rejeito No caso de combustão espontânea em pilhas de rejeito, a equipe responsável deverá ser imediatamente comunicada a fim de tomar providências. Como a combustão nesse caso se dá pela penetração de oxigênio no interior da pilha de rejeito, a solução é o aterramento dos locais com combustão de forma a cessar o aporte de oxigênio. Transbordamento das bacias
  • 52. 52 Deverão ser escavadas valetas, em caráter de urgência, em volta dos locais atingidos pelos transbordamentos de forma a conduzir os resíduos para local seguro. Rompimento de pontes As passagens deverão ser imediatamente sinalizadas com clareza e totalmente impedidas até sua reparação pela equipe técnica. Rompimento do escoramento passivo O local atingido e suas adjacências deverão ser interditados e sinalizados. Somente após o reescoramento e a remoção do entulho e depois de a segurança ter sido avaliada pela equipe técnica, o local poderá ser novamente liberado. Rompimento dos tapumes A ventilação de uma mina tem por finalidade assegurar o ar puro, criando condições de trabalho, além de prevenir explosões em conseqüência da acumulação de gases. Para isso se empregam alguns recursos como a instalação de exaustores, que criam uma pressão negativa no interior da mina, sugando para o exterior gases e poeiras. Os tapumes auxiliam o direcionamento do fluxo da ventilação para os locais desejados. Com o rompimento desses tapumes, ocorre o curto-circuito do fluxo do ar puro com ar viciado, o que poderá provocar danos à saúde das pessoas bem como baixa eficiência do sistema na limpeza de gases indesejáveis no ambiente de trabalho. Em caso de rompimento de tapume, este deverá ser imediatamente reparado, ficando a critério da equipe de segurança a evacuação ou permanência do pessoal. Inundações No caso de inundações no subsolo por rompimento de barragens ou por infiltrações anômalas, o pessoal deverá ser imediatamente evacuado, permanecendo apenas as equipes de segurança e os auxiliares para efetuarem os reparos e tomarem providências visando a cessar o incidente.
  • 53. 53 Presença de gás metano Quando houver ocorrência de metano na atmosfera da mina, as seguintes medidas deverão ser tomadas: 1% de metano – alerta e diluição 1,25% de metano – interrupção da eletricidade e suspensão do o uso de explosivos. 2% de metano – evacuação do pessoal. Retomar os trabalhos somente após a verificação de valores nulos de metano na atmosfera da mina. Ausência de oxigênio O volume de oxigênio no ar deverá perfazer 19%. Se durante o monitoramento de rotina o teor estiver abaixo deste valor, o sistema de ventilação deverá passar por perícia e e imediata reparação. Ausência de energia elétrica Em caso de ausência total de energia elétrica, todo o pessoal de subsolo deverá ser evacuado até seu restabelecimento através de geradores próprios ou do fornecedor. 6.3. Plano de Atendimento a Emergências O Plano de Atendimento a Emergências, identificado como PO. 07, é um procedimento obrigatório para a certificação pela ISO 14001. Para sua elaboração foi necessário se conhecer todo o processo de mineração da empresa objeto do estudo bem como sua matriz de aspectos e impactos anteriormente descrita. De posse dessas informações, elaborou-se o plano, o qual contém informações sobre a comunicação a ser utilizada em uma situação emergencial e determina objetivos, responsabilidades, brigada de emergência, recursos externos e internos que poderão ser utilizados, além de mapas com as rotas de fuga, ponto de encontro, localização dos produtos perigosos e equipamentos de emergência. Para a descrição das situações emergenciais,
  • 54. 54 elaboraram-se Instruções de Trabalho (IT’s) em que todos as respectivas situações são detalhadas. Para o procedimento operacional correspondente ao Plano de Atendimento a Emergências da UM II – Verdinho, a Instrução de Trabalho correspondente é a IT. 07. 01. O referido Procedimento Operacional (PO. 07) e a Instrução de Trabalho (IT. 07. 01) são apresentados nos Anexos 02 e 03, respectivamente. 6.4. Treinamentos dos colaboradores Após a elaboração do Plano de Atendimento a Emergências, foi necessário treinar todos os colaboradores. Para a elaboração do Plano consideraram-se todos os turnos para que todos os colaboradores recebessem o treinamento. A figura 16 ilustra a sala de treinamento. Os treinamentos tiveram dois objetivos principais, a saber: • Treinamento para a brigada de emergência • Preparação dos colaboradores nas situações emergenciais Figura 16: Sala de treinamento O treinamento da brigada A empresa optou por treinar 10% dos funcionários a fim de formar uma Brigada de Emergência. A equipe de brigada é composta de um líder com função de coordenar o grupo de brigadistas no combate às situações de emergência, e o grupo de brigadistas,
  • 55. 55 funcionários devidamente treinados para o atendimento às emergências da empresa. Os membros do grupo de brigadistas podem ser identificados através de uniforme (camiseta de cor vermelha com identificação de brigadistas). O grupo de brigadistas foi composto de forma a representar todos os setores e horários de trabalho da empresa. O treinamento constou de etapa prática e teórica. A parte prática para o combate a princípios de incêndio, primeiros socorros e outras funções foi ministrada pelo Corpo de Bombeiros, num total de 16 horas. A parte teórica foi ministrada pelos autores do Plano de Atendimento a Emergências e teve a duração de 8 horas. De acordo com a norma adotada, haverá treinamento anual sobre todo o conteúdo do plano. O Plano de Atendimento a Emergências deverá passar por avaliações periódicas para que suas ações sejam continuamente melhoradas. Daí a importância da realização dos simulados, da avaliação e da análise crítica. Os treinamentos ocorreram na sala de treinamento e os funcionários assinaram listas de presença, arquivadas sob forma de R.A. (Registro Ambiental), conforme modelo exibido no Anexo 04. As Figuras 17 e 18 ilustram os treinamentos. Figura 17: Treinamento do Plano de Emergências Figura 18: Reciclagem do Plano de Emergências 6.5. Planejamento dos simulados de emergência Através do calendário de simulações, demonstrado no Anexo 05, planejaram-se os simulados a serem realizados. Optou-se pela realização de simulados sem aviso aos colaboradores e em horário de trabalho para que eles estivessem o mais próximo possível da realidade.
  • 56. 56 Planejou-se inicialmente o simulado referente a vazamento de óleos e graxas, realizado no mês janeiro de 2007, no escritório, envolvendo os funcionários da oficina mecânica da superfície da UM II – Verdinho. No planejamento definiu-se que o produto escolhido seria elaborado à base de água, corantes e coagulantes para não gerar riscos de contaminação para o solo ou para a saúde das pessoas. Para se provocar a situação emergencial, contou-se com a colaboração de um funcionário (Odair Villain) a fim de não despertar a atenção dos demais funcionários, contribuindo para que o cenário chegasse o mais próximo possível de uma situação emergencial real. Posteriormente elaborou-se um simulado com vazamento de produtos perigosos. Definiu-se que o local seria o da produção do Carbotrat Premium e o produto escolhido seria o sulfato férrico. Para simular o produto, contou-se com ajuda da funcionária Gislaine na sua elaboração. O referido produto foi feito à base de óleo biodegradável e de corante. Planejou- se o simulado para ser efetivado em escritório e envolver os funcionários do CARBOTRAT Premium da UM II – Verdinho. De acordo com o calendário, os próximos simulados seriam de incêndio em vegetação e de combustão em pilhas de rejeito. Porém, eles foram adiados devido ao fato de os equipamentos a serem utilizados e testados não estarem prontos. Na seqüência, planejou-se o simulado envolvendo suposta subsidência, tendo-se decidido que o local onde será executada a suspeita de geração de subsidência será a SC- 446 - Linha Westrupp s/nº, que liga os municípios de Forquilhinha a Maracajá, próximo ao Horto de Forquilhinha, pertencente ao Sr. Dalvani Brillinger. A reunião de planejamento foi realizada na sala de segurança e contou com o apoio do setor de geologia. Posteriormente elaborou-se um simulado referente a vazamento de óleos e graxas no subsolo, definindo-se como local de simulação o estacionamento dos veículos (marinetes) utilizados para o transporte dos funcionários que trabalham no subsolo, no qual eles manuseiam constantemente óleos e graxas e estão treinados para dar combate a vazamentos desses produtos. A reunião do planejamento aconteceu na sala de segurança, tendo-se registrado o Plano de Simulados, conforme o Anexo 06. 6.6. Realização de simulados de emergência Concluído o planejamento, seguiu-se a realização dos simulados.
  • 57. 57 Vazamento de óleos e graxas na oficina mecânica da superfície Com o objetivo de se verificar o procedimento estabelecido no Plano de Atendimentos Emergências em vazamento de óleos e graxas bem como de identificar oportunidades de melhoria, realizou-se um simulado de vazamento de óleos e graxas na oficina mecânica. As ações com os respectivos tempos de atuação deste simulado são apresentadas a seguir: 13h00min – O funcionário Odair Vilain, sem que alguém percebesse, derramou o produto propositalmente no local pré-estabelecido e saiu do local. A Figura 19 ilustra o produto vazado. Figura 19: Produto vazado propositadamente. 13h01min - O funcionário Evandro Luiz dos Santos identificou e avaliou o vazamento, tendo iniciado logo a seguir os procedimentos de remoção e de paralisação do vazamento. A Figura 20 ilustra o funcionário dando início aos procedimentos de remoção do óleo.
  • 58. 58 Figura 20: Início do procedimento de remoção 13h02min – O funcionário, ao dar início aos procedimentos de remoção, utiliza o kit de vazamentos, conforme instrução de trabalho passada em treinamento e disponível na caixa onde ficam os procedimentos operacionais e o Plano de Atendimento a Emergências. A Figura 21 ilustra a utilização do kit de vazamentos. Figura 21: Utilização do Kit de Vazamentos 13h04min – O funcionário emprega serragem mais grossa para recolher o material vazado e utiliza o latão do kit de vazamentos para armazenar esse material, conforme treinamento aplicado no Plano de Atendimento a Emergências. As Figuras 22 e 23 demonstram a utilização dos materiais disponíveis para dar combate a emergências.
  • 59. 59 Figura 22 – Recolhimento do material Figura 23 – Utilização do latão do kit Vazamento 13h08min – Na Figura 24 pode-se verificar que o funcionário utiliza serragem fina para dar acabamento final ao restante do produto vazado. A Figura 25 ilustra a utilização de uma vassoura para recolher completamente o produto vazado. Figura 24: Acabamento com serragem fina Figura 25: Utilização de vassoura 13h18min – Após executar a limpeza do local, o funcionário recolhe o recipiente com o restante de óleo e procede a seu descarte, conforme demonstra a Figura 26. Então o recipiente é colocado novamente no local onde foi encontrado. Os materiais utilizados durante o procedimento de remoção do óleo vazado são acondicionados e guardados no latão do kit de Vazamentos, conforme se verifica na Figura 27.
  • 60. 60 Figura 26: – Recolhimento do recipiente Figura 27: Acondicionamento dos materiais utilizados Vazamento de produto perigoso (sulfato férrico) CARBOTRAT Premium A fim de se verificar o procedimento estabelecido no Plano de Atendimento a Emergências referente ao item vazamentos com produtos perigosos e de se identificar oportunidades de melhorias, realizou-se um simulado surpresa, cujas ações e respectivos tempos de atuação são descritos a seguir: 13h00min – A estagiária Márcia Raquel Ronconi de Souza, sem que alguém percebesse, derramou o produto propositadamente no local pré-estabelecido e saiu do local. A seta na Figura 28 mostra o vazamento do produto. Figura 28 - Produto vazado propositadamente. 13h11min - Dois funcionários, ao passarem pelo local, identificaram e avaliaram o vazamento, mas não tomaram nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de Atendimento a Emergências levado a treinamento. As Figuras 29 e 30 ilustram a identificação.
  • 61. 61 Figura 29: Funcionários passando pelo local. Figura 30: Funcionários avaliando o produto 13h15min – Alguns funcionários passaram pelo local, porém não tomaram nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de Atendimento a Emergências levado a treinamento. As Figuras 31 e 32 mostram os funcionários identificando e avaliando o vazamento, respectivamente. Figura 31: Funcionários identificando o vazamento Figura 32: Funcionário avaliando o produto 13h36min – Alguns funcionários trabalhavam próximo ao local do vazamento, porém não tomaram nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de Atendimento a Emergências objeto do treinamento. As Figuras 33 e 34 mostram os funcionários passando pelo local e executando trabalhos próximo ao local, respectivamente.
  • 62. 62 Figura 33: Funcionários passando pelo local. Figura 34: Funcionário trabalhando próximo ao local 14h15min – Um brigadista passou pelo local, retornou juntamente com um funcionário e avaliou o vazamento, porém não tomou nenhuma atitude com relação ao procedimento relacionado a vazamentos de produtos perigosos. As Figuras 35 e 36 mostram um brigadista passando sozinho pelo local e posteriormente acompanhado de um funcionário. Figura 35: Brigadista passando pelo local. Figura 36: Brigadista e funcionário verificando o local 14h16min – O brigadista passou pelo local, analisou, pisou no produto, chamou outro brigadista, avaliaram, conversaram e logo após saíram do local. A Figura 37 ilustra a presença de dois brigadistas no local.
  • 63. 63 Figura 37 – Dois brigadistas discutindo o episódio 14h25min – Neste momento alertaram-se os brigadistas através do setor de segurança SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), porém sem resultado. Posteriormente repetiu-se o aviso para os brigadistas através da portaria. Neste momento, os brigadistas vão até o local, conforme se verifica nas Figuras 38 e 39. Figura 38: Brigadista retornando ao local Figura 39: Brigadista avaliando o vazamento 14h35min – Após aviso da guarita, o brigadista vai ao local e utiliza os materiais do kit de vazamentos. Ao manuseá-los (espalhamento da serragem, recolhimento da serragem), o brigadista não utiliza os EPIs (Equipamento de Segurança Individual) adequados. As Figuras 40 e 41 ilustram os procedimentos adotados pelos brigadistas.
  • 64. 64 Figura 40 – Início dos procedimentos Figura 41 – Utilização do kit de Vazamentos 14h43min – Conforme as Figuras 42 e 43, verifica-se que três brigadistas dão combate ao vazamento dos produtos, porém, nenhum usou os EPIs adequados ou isolou o local, o que facilitou a aproximação de curiosos. Figura 42 – Execução dos procedimentos Figura 43 – Ação dos brigadistas 14h45min – Um funcionário, sem portar os EPIs adequados, lava o local com uma mangueira. As Figuras 44 e 45 ilustram o local lavado.
  • 65. 65 Figura 44 – Lavagem do local com mangueira Figura 45 – Presença de brigadistas Suspeita de subsidência Visando à verificação do procedimento estabelecido no Plano de Emergências referente à comunicação no item que trata de geração de subsidência bem como à identificação das oportunidades de melhorias, realizou-se um simulado em 30 de maio de 2007. Suas ações e respectivos tempos de atuação são descritos a seguir: 15h25min – A estagiária Maiara Gaspar ligou de um telefone localizado nas instalações da empresa para guarita e reclamou de uma suposta subsidência em sua propriedade, identificando-se com o nome fictício de Maria Eduarda Marcolino. A funcionária usou um nome fictício para que o funcionário da guarita acreditasse que a situação era real e desempenhasse as funções definidas no treinamento. Ao dar início aos procedimentos estabelecidos, o funcionário preencheu o registro das comunicações ambientais externas. A Figura 46 ilustra a reclamante fictícia.